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APG 19 - Mal necessário

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1 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
Objetivo 
1- Compreender a morfofisiologia da glândula 
suprarrenal; 
*Relação do glicorticoide com o metabolismo e a 
obesidade; 
*Eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal com o sistema 
imune; 
 
Morfofisiologia da glândula suprarrenal 
ANATOMIA DA GLÂNDULA SUPRARRENAL 
↠ As glândulas adrenais são órgãos pares, em forma de 
pirâmide, situadas na parte superior dos rins (ad = 
próximo; renal = rim), onde são envolvidas por uma 
cápsula fibrosa e um coxim de gordura. Elas também são 
chamadas de glândulas supra-renais (supra = acima) 
(MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Cada uma localizada em cima de cada rim no espaço 
retroperitoneal. No adulto, cada glândula suprarrenal tem 
de 3 a 5 cm de altura, 2 a 3 cm de largura, um pouco 
menos de 1 cm de espessura, massa variando de 3,5 a 5 
g e apenas metade do seu tamanho ao nascimento. 
Durante o desenvolvimento embrionário, as glândulas 
suprarrenais se diferenciam em duas regiões distintas de 
ponto de vista estrutural e funcional: um córtex da 
glândula suprarrenal grande, perifericamente localizado, 
que compreende 80 a 90% da glândula, e uma pequena 
medula da glândula suprarrenal, localizada centralmente 
(TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ As glândulas suprarrenais, assim como a glândula 
tireoide, são altamente vascularizadas. (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ As glândulas supra-renais direita e esquerda não são 
imagens espelhares uma da outra; ao contrário, a supra-
renal direita tem o formato de uma pirâmide e está 
apoiada diretamente no topo do rim direito, enquanto a 
supra-renal esquerda tem mais um formato de crescente 
e fica localizada ao longo da borda medial do rim esquerdo, 
entre o hilo e seu pólo superior (GARTNE, 3ª ed.). 
Obs.: O córtex da glândula suprarrenal produz hormônios esteroides 
essenciais à vida. A perda total dos hormônios adrenocorticais leva à 
morte por desidratação e desequilíbrios eletrolíticos no período de 
poucos dias a 1 semana, a não ser que se comece prontamente a 
terapia de reposição hormonal. A medula da glândula suprarrenal 
produz três hormônios catecolaminas – norepinefrina, epinefrina e 
uma pequena quantidade de dopamina (TORTORA, 14ª ed.). 
ARTÉRIAS E VEIAS SUPRARRENAIS 
A função endócrina das glândulas suprarrenais torna necessária sua 
abundante irrigação. As artérias suprarrenais ramificam-se livremente 
antes de entrarem em cada glândula, de modo que 50 a 60 artérias 
penetram a cápsula que cobre toda a superfície das glândulas. As 
artérias suprarrenais têm três origens: (MOORE, 7ª ed.). 
➢ Artérias suprarrenais superiores (6 a 8) das artérias frênicas 
inferiores; 
➢ Artérias suprarrenais médias (= 1) da parte abdominal da 
aorta, perto do nível de origem da MAS; 
➢ Artérias suprarrenais inferiores (= 1) das artérias renais; 
A drenagem venosa das glândulas suprarrenais se faz para veias 
suprarrenais calibrosas. A veia suprarrenal direita curta drena para a 
VCI, enquanto a veia suprarrenal esquerda, mais longa, que 
frequentemente se une à veia frênica inferior, drena para a veia renal 
esquerda (MOORE, 7ª ed.). 
 
HISTOLOGIA DA SUPRARRENAL 
Cortando-se o órgão a fresco, nota-se que ele é encapsulado e dividido 
nitidamente em duas camadas concêntricas: uma periférica espessa, 
de cor amarelada, denominada camada cortical ou córtex adrenal, e 
outra central menos volumosa, acinzentada, a camada medular ou 
medula adrenal (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Essas duas camadas podem ser consideradas dois órgãos distintos, de 
origens embriológicas diferentes, apenas unidos anatomicamente 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
APG 19 – “MAL NECESSÁRIO” 
‘” 
2 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
O córtex tem origem no epitélio celomático, sendo, portanto, 
mesodérmico, enquanto a medula se origina de células da crista neural, 
isto é, tem origem neuroectodérmica (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
As duas camadas apresentam funções e morfologia diferentes, 
embora seu aspecto histológico geral seja típico de uma glândula 
endócrina formada de células dispostas em cordões cercados por 
capilares sanguíneos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA 
↠ As glândulas adrenais recebem várias artérias que 
entram por vários pontos ao seu redor. Os ramos dessas 
artérias formam um plexo subcapsular do qual se originam 
três grupos de vasos arteriais: (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
➢ artérias da cápsula; 
➢ artérias do córtex, que se ramificam 
repetidamente entre as células da camada 
cortical e que acabam formando capilares 
sanguíneos que deságuam em vasos capilares 
da camada medular; 
➢ artérias da medula, que atravessam o córtex e 
se ramificam, formando uma extensa rede de 
capilares na medula 
 
↠ Há, portanto, um suprimento duplo de sangue para a 
medula, tanto arterial (diretamente pelas artérias 
medulares) como venoso (pelos capilares derivados das 
artérias do córtex). O endotélio capilar é fenestrado e 
muito delgado, havendo uma lâmina basal contínua abaixo 
do endotélio. Os capilares da medula, juntamente com 
vasos capilares que proveem o córtex, formam as veias 
medulares que se unem para constituir as veias adrenais 
ou suprarrenais. Essas veias em geral deságuam na veia 
cava inferior do lado direito ou na veia renal do lado 
esquerdo (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
CÓRTEX ADRENAL 
↠ As células do córtex adrenal têm a ultraestrutura típica 
de células secretoras de esteroides em que a organela 
predominante é o retículo endoplasmático liso 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ As células do córtex não armazenam os seus produtos 
de secreção em grânulos, pois a maior parte de seus 
hormônios esteroides é sintetizada após estímulo e 
secretada logo em seguida (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Os esteroides, sendo moléculas de baixo peso molecular e solúveis 
em lipídios, podem difundir-se pela membrana celular e não são 
excretados por exocitose (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ Em virtude de diferenças na disposição e na aparência 
de suas células, o córtex adrenal pode ser subdividido em 
três camadas concêntricas cujos limites nem sempre são 
perfeitamente definidos em humanos: (JUNQUEIRA, 13ª 
ed.). 
➢ a zona glomerulosa; 
➢ a zona fasciculada; 
➢ zona reticulada. 
 
↠ Essas camadas ocupam, respectivamente, em torno 
de 15%, 65% e 7% do volume total das glândulas adrenais 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
↠ A zona glomerulosa se situa imediatamente abaixo da 
cápsula de tecido conjuntivo e é composta de células 
piramidais ou colunares, organizadas em cordões que têm 
forma de arcos envolvidos por capilares sanguíneos 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
3 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
Essas células são as únicas, na glândula adrenal, capazes de secretar 
quantidade significativa de aldosterona porque contêm a enzima 
aldosterona sintase, que é necessária para sua síntese. A secreção 
dessas células é controlada, principalmente, pelas concentrações no 
líquido extracelular de angiotensina II e de potássio, os quais estimulam 
a secreção de aldosterona. (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ A região seguinte é chamada zona fasciculada por 
causa do arranjo das células em cordões de uma ou duas 
células de espessura, retos e regulares, semelhantes a 
feixes, entremeados por capilares e dispostos 
perpendicularmente à superfície do órgão. As células da 
zona fasciculada são poliédricas, contêm um grande 
número de gotículas de lipídios no citoplasma e aparecem 
vacuoladas em preparações histológicas rotineiras devido 
à dissolução de lipídios durante a preparação do tecido. 
Por causa dessa vacuolização, essas células são também 
chamadas espongiócitos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Secreta os glicocorticoides cortisol e corticosterona, bem como 
pequenas quantidades de androgênios e estrogênios adrenais. A 
secreção dessas células é controlada, em grande parte, pelo eixo 
hipotalâmico-hipofisário por meio do hormônio adrenocorticotrópico 
(ACTH) (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ A zona reticulada, a regiãomais interna do córtex 
situada entre a zona fasciculada e a medula, contém 
células dispostas em cordões irregulares que formam uma 
rede anastomosada. Essas células são menores que as das 
outras duas camadas e contêm menos gotas de lipídios 
que as da zona fasciculada. Grânulos de pigmento de 
lipofuscina são grandes e bastante numerosos nessas 
células em adultos (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Secreta os androgênios adrenais desidroepiandrosterona (DHEA) e 
androstenediona, bem como pequenas quantidades de estrogênios e 
alguns glicocorticoides (GUYTON, 13ª ed.). 
MEDULA ADRENAL 
↠ A medula adrenal é composta de células poliédricas 
organizadas em cordões ou aglomerados arredondados, 
sustentados por uma rede de fibras reticulares 
(JUNQUEIRA, 13ª ed.).. 
↠ A medula supra-renal, que se desenvolve a partir de 
células das cristas neurais, compreende duas populações 
de células parenquimatosas: células cromafins, as quais 
produzem as catecolaminas (adrenalina e noradrenalina), 
e células ganglionares simpáticas, que estão dispersas por 
todo o tecido conjuntivo da medula (GARTNER, 3ª ed.). 
As células do parênquima se originam de células da crista neural, as 
quais aparecem durante a formação do tubo neural na vida 
embrionária, e que migraram para o interior da adrenal, constituindo lá 
a camada medular (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
 
↠ O citoplasma das células da medular têm grânulos de 
secreção que contêm epinefrina ou norepinefrina, 
pertencentes a uma classe de substâncias denominadas 
catecolaminas. Os grânulos também contêm trifosfato de 
adenosina (ATP), proteínas chamadas cromograninas 
(que podem servir como proteína de ligação para 
catecolaminas), dopamina beta-hidroxilase (que converte 
dopamina em norepinefrina) e peptídios semelhantes a 
opiáceos (encefalinas). Há evidências que indicam que a 
epinefrina e a norepinefrina são secretadas por diferentes 
células da medula (JUNQUEIRA, 13ª ed.). 
Todas as células da medula adrenal são inervadas por terminações 
colinérgicas de neurônios simpáticos pré-ganglionares (JUNQUEIRA, 13ª 
ed.). 
 
 
 
4 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
FISIOLOGIA DA GLÂNDULA SUPRARRENAL 
FISIOLOGIA DA MEDULA DA GLÂNDULA SUPRARRENAL 
A região interna da glândula suprarrenal, a medula da glândula 
suprarrenal, consiste em um gânglio simpático da divisão autônoma do 
sistema nervoso (SNA) modificado. Essa área se desenvolve a partir 
do mesmo tecido embrionário de todos os outros gânglios simpáticos, 
porém suas células, que não possuem axônios, formam grupos em 
torno de grandes vasos sanguíneos. Em vez de liberar um 
neurotransmissor, as células da medula da glândula suprarrenal 
secretam hormônios. As células produtoras de hormônio, chamadas de 
células cromafins, são inervadas por neurônios pré-ganglionares 
simpáticos do SNA. Uma vez que o SNA exerce controle direto sobre 
as células cromafins, a liberação de hormônio pode ocorrer com muita 
rapidez (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os dois principais hormônios sintetizados pela medula 
suprarrenal são a epinefrina e a norepinefrina, também 
chamadas de adrenalina e noradrenalina, respectivamente. 
As células cromafins da medula da glândula suprarrenal 
secretam quantidades desiguais desses hormônios – 
cerca de 80% de epinefrina e 20% de norepinefrina. Os 
hormônios da medula da glândula suprarrenal intensificam 
respostas simpáticas que ocorrem em outras partes do 
corpo (TORTORA, 14ª ed.). 
CONTROLE DE SECREÇÃO DE EPINEFRINA E NOREPINEFRINA 
↠ Em situações de estresse e durante a prática de 
exercícios, impulsos provenientes do hipotálamo acionam 
os neurônios pré-ganglionares simpáticos que, por sua 
vez, estimulam as células cromafins a secretarem 
epinefrina e norepinefrina. Esses dois hormônios 
intensificam a resposta de luta ou fuga. Ao aumentar a 
frequência e a força de contração cardíacas, a epinefrina 
e a norepinefrina elevam o débito cardíaco e a pressão 
arterial. Além disso, aumentam o fluxo de sangue para o 
coração, o fígado, os músculos esqueléticos e o tecido 
adiposo; dilatam as vias respiratórias para os pulmões e 
elevam os níveis sanguíneos de glicose e ácidos graxos 
(TORTORA, 14ª ed.). 
FISIOLOGIA DO CÓRTEX DA GLÂNDULA SUPRARRENAL 
As três classes dos hormônios corticosteróides — mineralocorticóides, 
glicocorticóides e andrógenos—são todas sintetizadas a partir do 
colesterol, o principal componente das lipoproteínas de baixa 
densidade (GURTNER, 3ª ed.). 
 
OS HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS SÃO ESTEROIDES DERIVADOS DO 
COLESTEROL 
Todos os hormônios esteroides humanos, incluindo os produzidos pelo 
córtex adrenal, são sintetizados a partir do colesterol. Embora as células 
do córtex adrenal possam apresentar síntese, de novo, de pequenas 
quantidades de colesterol a partir do acetato, aproximadamente 80% 
do colesterol usado para a síntese dos esteroides é fornecido por 
lipoproteínas de baixa densidade (LDL) no plasma circulante (GUYTON, 
13ª ed.). 
As LDLs, com alta concentração de colesterol, difundem-se do plasma 
para o líquido intersticial e ligam-se a receptores específicos, contidos 
em estruturas chamadas depressões revestidas na membrana das 
células adrenocorticais. As depressões revestidas são, então, 
internalizadas por endocitose, formando vesículas, que, por fim, 
fundem-se com lisossomos celulares e liberam o colesterol que pode 
ser usado para sintetizar os hormônios esteroides adrenais (GUYTON, 
13ª ed.). 
O transporte do colesterol para as células adrenais é regulado por 
mecanismos de feedback que podem alterar, acentuadamente, a 
quantidade disponível para a síntese dos esteroides. Por exemplo, o 
ACTH, que estimula a síntese de esteroides adrenais, aumenta o 
número de receptores de LDL nas células adrenocorticais, bem como 
a atividade das enzimas que liberam o colesterol da LDL (GUYTON, 13ª 
ed.). 
Uma vez que o colesterol entra na célula, é transportado para as 
mitocôndrias, onde é clivado pela enzima colesterol desmolase, 
formando pregnenolona; essa é a etapa limitante na formação de 
esteroides adrenais (GUYTON, 13ª ed.). 
 
 
5 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
MINERALOCORTICOIDES 
➢ Aldosterona (muito potente; responsável por cerca de 
90% do total da atividade mineralocorticoide). 
➢ Desoxicorticosterona (1/30 da potência da aldosterona, e 
secretada em quantidades muito pequenas). 
➢ Corticosterona (fraca atividade mineralocorticoide). 
GLICOCORTICOIDES 
➢ Cortisol (muito potente; responsável por aproximadamente 
95% do total da atividade glicocorticoide). 
➢ Corticosterona (responsável por volta de 4% do total da 
atividade glicocorticoide, mas muito menos potente que o 
cortisol). 
OS HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS LIGAM-SE A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS 
Aproximadamente 90% a 95% do cortisol plasmático liga-se a 
proteínas plasmáticas, especialmente uma globulina chamada globulina 
ligadora de cortisol ou transcortina, e, em menor quantidade, à 
albumina. Esse alto grau de ligação às proteínas plasmáticas reduz a 
velocidade de eliminação do cortisol do plasma; portanto, o cortisol 
apresenta uma meia-vida relativamente longa, de 60 a 90 minutos 
(GUYTON, 13ª ed.). 
OS HORMÔNIOS ADRENOCORTICAIS SÃO METABOLIZADOS NO FÍGADO 
Os esteroides adrenais são degradados, principalmente, pelo fígado e 
conjugados, formando, especialmente, ácido glicurônico e, em menor 
quantidade, sulfatos. Essas substâncias são inativas, sem apresentar 
atividades mineralocorticoides ou glicocorticoides. Cerca de 25% 
desses conjugados são excretados na bile e, em seguida, nas fezes. 
Os conjugados restantes formados pelo fígado entram na circulação, 
mas não são ligados a proteínas plasmáticas, sendo muito solúveis no 
plasma e, portanto, rapidamente filtrados pelos rins e excretados na 
urina (GUYTON, 13ª ed.). 
MINERALOCORTICOIDES 
↠ A principal função dos mineralocorticóides é a 
regulação das concentrações de eletrólitos (saisminerais) 
no líquido extracelular. Embora existam diversos 
mineralocorticóides, a aldosterona é o mais potente e 
representa mais do que 95% dos mineralocorticóides 
produzidos (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ A aldosterona é o principal mineralocorticoide; regula 
a homeostasia de dois íons minerais – íons sódio (Na+) e 
potássio (K+) – e ajuda a ajustar a pressão arterial e o 
volume de sangue. A aldosterona também promove a 
excreção de H+ na urina; essa remoção de ácidos do 
corpo pode ajudar a evitar a acidose (pH abaixo de 7,35) 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ A via renina-angiotensina-aldosterona (RAA) controla a 
secreção de aldosterona: (TORTORA, 14ª ed.). 
➢ Desidratação, deficiência de Na+ e hemorragia 
são estímulos que iniciam a via da renina-
angiotensina-aldosterona. 
➢ Essas condições promovem a diminuição do 
volume sanguíneo. 
➢ O volume sanguíneo reduzido promove a queda 
da pressão arterial. 
➢ A pressão arterial mais baixa estimula certas 
células renais, chamadas de células 
justaglomerulares, a secretar a enzima renina. 
➢ O nível de renina no sangue sobe. 
➢ A renina converte a angiotensina, uma proteína 
plasmática produzida pelo fígado, em 
angiotensina I. 
➢ Sangue contendo níveis mais altos de 
angiotensina I circula pelo corpo. 
➢ Conforme o sangue flui pelos capilares, 
sobretudo dos pulmões, a enzima conversora de 
angiotensina (ECA) converte angiotensina I no 
hormônio angiotensina II. 
➢ O nível sanguíneo de angiotensina II sobe. 
➢ A angiotensina II estimula o córtex da glândula 
suprarrenal a secretar aldosterona. 
➢ Sangue contendo níveis mais elevados de 
aldosterona circula para os rins. 
➢ Nos rins, a aldosterona aumenta a reabsorção 
de Na+, que, por sua vez, promove a reabsorção 
de água por osmose. 
➢ Em consequência disso, perde-se menos água 
na urina. A aldosterona também estimula os rins 
a intensificarem a secreção de K+ e H+ na urina. 
➢ Com a reabsorção mais intensa de água pelos 
rins, o volume de sangue aumenta. 
➢ Na medida em que o volume de sangue 
aumenta, a pressão arterial se eleva ao normal. 
➢ A angiotensina II também estimula a contração 
da musculatura lisa das paredes das arteríolas. A 
constrição resultante das arteríolas aumenta a 
pressão sanguínea e, desse modo, ajuda a 
elevar a pressão de volta ao normal. 
➢ Além da angiotensina II, um segundo fator que 
estimula a secreção de aldosterona é uma 
concentração maior de K+ no sangue (ou líquido 
intersticial). A diminuição no nível sanguíneo de 
K+ produz o efeito oposto. 
MECANISMOS QUE REGULAM A SECREÇÃO DA ALDOSTERONA 
➢ Peptídeo atrial natriurético (PAN): O peptídeo atrial 
natriurético, um hormônio secretado pelo coração quando 
a pressão sangüínea aumenta, ajusta precisamente a 
pressão sanguínea e o equilíbrio de sódio e água do corpo. 
6 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
Seu principal efeito é inibir o sistema renina-angiotensina. 
Ele bloqueia a secreção de renina e de aldosterona e inibe 
os outros mecanismos induzidos pela angiotensina, que 
aumentam a reabsorção de água e Na+. 
 
ANDROGÊNIOS ADRENAIS 
↠ Diversos hormônios sexuais masculinos 
moderadamente ativos, chamados androgênios adrenais 
(dos quais o mais importante é a desidroepiandrosterona), 
são continuamente secretados pelo córtex adrenal, 
especialmente durante a vida fetal (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ Normalmente, os androgênios adrenais têm um efeito 
fraco em humanos. É possível que parte do 
desenvolvimento precoce dos órgãos sexuais masculinos 
resulte da secreção, na infância, dos androgênios adrenais. 
Eles também exercem efeitos leves em mulheres, não 
apenas antes da puberdade, mas também ao longo da 
vida. Uma boa parte do crescimento dos pelos pubianos 
e axilares, em mulheres, resulta da ação desses 
hormônios (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ Em tecidos extra-adrenais, alguns dos androgênios 
adrenais são convertidos em testosterona, o principal 
hormônio sexual masculino, que, provavelmente, é 
responsável por grande parte de sua atividade 
androgênica (GUYTON, 13ª ed.). 
GLICOCORTICOIDES 
↠ Essenciais para a vida, os glicocorticóides influenciam o 
metabolismo energético da maioria das células do corpo 
e nos ajudam a resistir ao estresse. Sob circunstâncias 
normais, eles ajudam o corpo a se adaptar à ingestão 
intermitente de alimento, mantendo os níveis de glicose 
praticamente constantes, e mantêm a pressão sanguínea, 
aumentando a ação dos vasoconstritores. Contudo, um 
estresse importante devido a hemorragias, infecções ou 
traumas físicos ou emocionais provoca um grande 
aumento na liberação dos glicocorticóides, os quais 
ajudam a controlar a crise (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Os hormônios glicocorticóides incluem o cortisol 
(hidrocortisona), a cortisona e a corticosterona, mas 
apenas o cortisol é secretado em quantidades 
significativas em humanos (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Como para todos os outros hormônios esteróides, o 
mecanismo básico de ação dos glicocorticóides nas 
células-alvo é modificar a atividade gênica (MARIEB, 3ª ed.). 
SECREÇÃO DE CORTISOL É CONTROLADA PELO ACTH 
↠ A secreção de glicocorticóides é regulada por 
retroalimentação negativa. A liberação de cortisol é 
estimulada pelo ACTH, o qual, por sua vez, é estimulado 
pelo hormônio de liberação hipotalâmico (CRH). Níveis 
aumentados de cortisol agem por meio de 
retroalimentação tanto no hipotálamo como na hipófise 
anterior, evitando a liberação de CRH e interrompendo a 
secreção de ACTH e cortisol (MARIEB, 3ª ed.). 
↠ Os picos de liberação de cortisol, regulados pelos 
padrões de alimentação e atividade, ocorrem em um 
perfil definido ao longo do dia e da noite. Os níveis de 
cortisol alcançam o pico um pouco antes de acordarmos 
pela manhã. Os níveis mais baixos ocorrem durante a 
noite, um pouco antes ou logo depois de conciliarmos o 
sono. O ritmo normal de secreção do cortisol é 
interrompido pelo estresse agudo de qualquer tipo, 
quando o sistema nervoso simpático supera os efeitos 
inibitórios (normais) dos níveis elevados de cortisol e 
desencadeia a liberação de CRH. O aumento resultante 
nos níveis sanguíneos de ACTH gera uma grande 
liberação de cortisol pelo córtex supra-renal (MARIEB, 3ª 
ed.). 
7 
 
 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
 
O principal efeito do ACTH nas células adrenocorticais é a ativação da 
adenilil ciclase na membrana celular. Essa ativação induz a formação 
de AMPc no citoplasma celular, atingindo seu efeito máximo em cerca 
de 3 minutos. O AMPc, por sua vez, ativa as enzimas intracelulares 
que causam a formação dos hormônios adrenocorticais. Esse é outro 
exemplo do AMPc como um sistema sinalizador de segundo 
mensageiro (GUYTON, 13ª ed.). 
O mais importante de todos os estágios estimulados por ACTH no 
controle da secreção adrenocortical é a ativação da enzima proteina 
cinase A, que causa a conversão inicial do colesterol em pregnenolona. 
Essa é a “etapa limitante” da produção de todos os hormônios 
adrenocorticais, o que explica por que o ACTH é, normalmente, 
necessário para que qualquer hormônio adrenocortical seja formado. 
O estímulo em longo prazo do córtex adrenal pelo ACTH não apenas 
aumenta a atividade secretora, mas também provoca hipertrofia e 
proliferação das células adrenocorticais, especialmente nas zonas 
fasciculada e reticular, onde o cortisol e os androgênios são secretados 
(GUYTON, 13ª ed.). 
EFEITOS DO CORTISOL NO METABOLISMO 
↠Todos os efeitos metabólicos do cortisol têm o 
objetivo de prevenir a hipoglicemia. Globalmente, o 
cortisol é catabólico (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
EFEITOS NO METABOLISMO DE CARBOIDRATOS 
ESTÍMULO DA GLICONEOGÊNESE 
↠ O efeito metabólico mais bem conhecido do cortisol e 
de outros glicocorticoides é sua capacidade de estimular 
a gliconeogênese (i. e., a formação de carboidratos a partir 
de proteínas e algumas outras substâncias) pelo fígado, 
cuja atividade, frequentemente, aumentade 6 a 10 vezes 
(GUYTON, 13ª ed.). 
➢ O cortisol aumenta as enzimas necessárias para 
a conversão de aminoácidos em glicose pelas 
células hepáticas. Isso resulta do efeito dos 
glicocorticoides na ativação da transcrição de 
DNA nos núcleos das células hepáticas, ação 
semelhante à da aldosterona nas células 
tubulares renais, com a formação de mRNA, que, 
por sua vez, geram o conjunto de enzimas 
necessárias para a gliconeogênese. 
➢ O cortisol provoca a mobilização de aminoácidos 
a partir dos tecidos extra-hepáticos, 
principalmente dos músculos. Como resultado, 
mais aminoácidos são disponibilizados no plasma 
para entrar no processo de gliconeogênese pelo 
fígado e, assim, promover a formação de 
glicose. 
REDUÇÃO DA UTILIZAÇÃO CELULAR DE GLICOSE 
↠ O cortisol também provoca redução moderada da 
utilização de glicose pela maior parte das células do 
organismo. Embora a causa exata dessa redução não seja 
conhecida, um efeito importante do cortisol é a 
diminuição da translocação dos transportadores de glicose 
GLUT 4 para a membrana celular, em especial nas células 
do músculo esquelético, o que conduz à resistência à 
insulina (GUYTON, 13ª ed.). 
Tanto o aumento da gliconeogênese quanto a redução moderada da 
velocidade de utilização da glicose pelas células provocam a elevação 
da concentração sanguínea de glicose. Essa elevação, por sua vez, 
estimula a secreção de insulina. Os maiores níveis plasmáticos de 
insulina, entretanto, não são tão efetivos na manutenção da glicose 
plasmática como em condições normais. Pelos motivos discutidos 
anteriormente, os altos níveis de 
glicocorticoides reduzem a sensibilidade de muitos tecidos, 
especialmente do músculo esquelético e tecido adiposo, aos efeitos 
estimulantes da insulina na captação e utilização da glicose. Além dos 
possíveis efeitos diretos do cortisol na expressão dos transportadores 
de glicose e nas enzimas envolvidas na regulação da glicose, os altos 
níveis de ácidos graxos, causados pelo efeito dos glicocorticoides na 
mobilização de lipídios a partir dos depósitos de gordura, podem 
prejudicar as ações da insulina nos tecidos (GUYTON, 13ª ed.). 
Em alguns casos, o aumento da concentração sanguínea de glicose é 
tão grande (50% ou mais acima do normal), que a condição é chamada 
diabetes adrenal (GUYTON, 13ª ed.). 
EFEITOS NO METABOLISMO DE PROTEÍNAS 
REDUÇÃO DAS PROTEÍNAS CELULARES 
↠ Um dos principais efeitos do cortisol nos sistemas 
metabólicos do organismo é a redução dos depósitos de 
proteínas em, praticamente, todas as células corporais, 
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 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
exceto no fígado. Essa redução é causada tanto pela 
diminuição da síntese de proteínas como pelo aumento 
do catabolismo das proteínas já presentes nas células. 
Ambos os efeitos podem resultar, parcialmente, da 
redução do transporte de aminoácidos para os tecidos 
extra-hepáticos (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ O cortisol também reduz a formação de RNA e a 
subsequente síntese proteica em muitos tecidos extra-
hepáticos, especialmente nos músculos e tecidos linfoides 
(GUYTON, 13ª ed.). 
Na presença de grande excesso de cortisol, os músculos podem ficar 
tão fracos, que o indivíduo não consegue se levantar da posição 
agachada. Além disso, as funções imunológicas dos tecidos linfoides 
podem ser reduzidas até apenas uma fração do normal (GUYTON, 13ª 
ed.). 
EFEITOS NO METABOLISMO DA GORDURA 
MOBILIZAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS 
 
↠ Quase da mesma maneira como promove a 
mobilização de aminoácidos dos músculos, o cortisol 
mobiliza os ácidos graxos do tecido adiposo. Essa 
mobilização eleva a concentração de ácidos graxos livres 
no plasma, o que também aumenta sua utilização para a 
geração de energia. O cortisol também parece exercer 
efeito direto no aumento da oxidação de ácidos graxos 
nas células (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ O mecanismo pelo qual o cortisol promove a 
mobilização de ácidos graxos não é completamente 
compreendido. Entretanto, parte do efeito, 
provavelmente, resulta do transporte menor de glicose 
para as células adiposas. Lembre-se que o a-glicerofosfato 
derivado da glicose é necessário para a deposição e 
manutenção de triglicerídeos nessas células. Em sua 
ausência, as células adiposas começam a liberar ácidos 
graxos (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ A elevada mobilização de gorduras pelo cortisol, 
combinada à maior oxidação de ácidos graxos nas células, 
contribui para que os sistemas metabólicos celulares 
deixem de utilizar glicose para a geração de energia e 
passem a utilizar ácidos graxos em momentos de jejum 
ou outros estresses. Esse mecanismo do cortisol, 
entretanto, precisa de muitas horas para ficar plenamente 
funcional (GUYTON, 13ª ed.). 
O EXCESSO DE CORTISOL CAUSA OBESIDADE: Apesar de o cortisol 
poder provocar um grau moderado de mobilização de ácidos 
graxos do tecido adiposo, em muitas pessoas com excesso de 
secreção de cortisol se desenvolve um tipo peculiar de 
obesidade, com deposição excessiva de gordura no tórax e na 
cabeça, gerando sinais clínicos chamados “giba de búfalo” e 
“face em lua cheia”. Embora sua causa seja desconhecida, foi 
sugerido que essa obesidade resulta do estímulo excessivo à 
ingestão alimentar, de modo que a gordura seja gerada em 
alguns tecidos mais rapidamente do que é mobilizada e oxidada 
(GUYTON, 13ª ed.). 
CORTISOL É IMPORTANTE NA RESISTÊNCIA AO ESTRESSE E À 
INFLAMAÇÃO 
↠ Praticamente, qualquer tipo de estresse físico ou 
neurogênico provoca aumento imediato e acentuado da 
secreção de ACTH pela hipófise anterior, seguido, 
minutos depois, por grande aumento da secreção 
adrenocortical de cortisol (GUYTON, 13ª ed.). 
Embora a secreção de cortisol, frequentemente, aumente muito em 
situações de estresse, não sabemos por que isso representa benefício 
significativo para o animal. Uma possibilidade é que os glicocorticoides 
causam rápida mobilização de aminoácidos e gorduras a partir de suas 
reservas celulares, tornando-os disponíveis para a geração de energia 
e para a síntese de novos compostos, incluindo a glicose, necessários 
aos diferentes tecidos do organismo (GUYTON, 13ª ed.). 
EFEITOS ANTI-INFLAMATÓRIOS DOS ALTOS NÍVEIS DE 
CORTISOL 
↠ Quando os tecidos são lesados por trauma, infecção 
bacteriana ou outros fatores, quase sempre ficam 
“inflamados”. A administração de grande quantidade de 
cortisol, geralmente, pode bloquear essa inflamação ou 
até mesmo reverter seus efeitos, uma vez iniciada 
(GUYTON, 13ª ed.). 
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 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
@jumorbeck 
 
A inflamação tem cinco estágios principais: (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ liberação por células de tecidos lesados de substâncias 
químicas que ativam o processo inflamatório, histamina, 
bradicinina, enzimas proteolíticas, prostaglandinas e 
leucotrienos; 
➢ aumento do fluxo sanguíneo na área inflamada, causado 
por alguns dos produtos liberados pelos tecidos, que é 
chamado eritema; 
➢ extravasamento de grande quantidade de plasma quase 
puro dos capilares para as áreas lesadas, devido ao 
aumento da permeabilidade capilar, seguido pela 
coagulação do líquido tecidual, provocando, assim, edema 
não deprimível; 
➢ infiltração da área por leucócitos; 
➢ após dias ou semanas, o crescimento de tecido fibroso que, 
frequentemente, contribui para o processo regenerativo. 
↠ Quando uma grande quantidade de cortisol é 
secretada ou injetada na pessoa, o glicocorticoide exerce 
dois efeitos anti-inflamatórios básicos: (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ o bloqueio dos estágios iniciais do processo 
inflamatório, antes mesmo do início da 
inflamação considerável; 
➢ se a inflamação já se iniciou, a rápida resolução 
da inflamação e o aumento da velocidade da 
regeneração. 
O CORTISOL IMPEDE O DESENVOLVIMENTO DA INFLAMAÇÃO 
↠ O cortisol apresenta os seguintes efeitos na 
prevenção da inflamação: (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ O cortisol estabiliza as membranas dos 
lisossomos. Essa estabilizaçãoé um dos mais 
importantes efeitos anti-inflamatórios porque 
torna muito mais difícil a ruptura das membranas 
dos lisossomos intracelulares. Portanto, a maior 
parte das enzimas proteolíticas liberadas por 
células lesadas que provocam inflamação, 
principalmente armazenadas nos lisossomos, é 
liberada em quantidades muito reduzidas. 
➢ O cortisol reduz a permeabilidade dos capilares, 
provavelmente como efeito secundário da 
redução da liberação de enzimas proteolíticas. 
Essa redução da permeabilidade impede a perda 
de plasma para os tecidos. 
➢ O cortisol reduz a migração de leucócitos para 
a área inflamada e a fagocitose das células 
lesadas. Esses efeitos resultam provavelmente 
do fato de o cortisol diminuir a formação de 
prostaglandinas e leucotrienos que aumentariam 
a vasodilatação, a permeabilidade capilar e a 
mobilidade dos leucócitos. 
➢ O cortisol suprime o sistema imunológico, 
reduzindo acentuadamente a reprodução de 
linfócitos. Os linfócitos T são, especificamente, 
suprimidos. Por sua vez, a menor quantidade de 
células T e anticorpos na área inflamada reduz 
as reações teciduais que promoveriam o 
processo inflamatório. 
➢ O cortisol atenua a febre, principalmente por 
reduzir a liberação de interleucina 1 a partir dos 
leucócitos, que é um dos principais estimuladores 
do sistema de controle hipotalâmico da 
temperatura. A diminuição da temperatura, por 
sua vez, reduz o grau de vasodilatação. 
↠ Assim, o cortisol apresenta um efeito praticamente 
global na redução de todos os aspectos do processo 
inflamatório (GUYTON, 13ª ed.). 
O CORTISOL PROVOCA A RESOLUÇÃO DA INFLAMAÇÃO 
↠ Até mesmo depois do estabelecimento completo da 
inflamação, a administração de cortisol pode, 
frequentemente, reduzi-la dentro de horas ou alguns dias. 
O efeito imediato é o bloqueio da maior parte dos fatores 
que favorecem a inflamação (GUYTON, 13ª ed.). 
↠ Além disso, ocorre aumento da regeneração. 
Provavelmente, isso resulta dos mesmos basicamente 
indefinidos fatores que permitem que o organismo resista 
a muitos outros tipos de estresse físico quando uma 
grande quantidade de cortisol é secretada. Talvez, isso 
resulte: (GUYTON, 13ª ed.). 
➢ da mobilização de aminoácidos e do uso destes 
ácidos para reparar os tecidos lesados; 
➢ do estímulo da gliconeogênese que disponibiliza 
maior quantidade de glicose nos sistemas 
metabólicos essenciais; 
➢ da maior disponibilidade de ácidos graxos para a 
produção de energia celular; 
➢ de algum outro efeito do cortisol na inativação 
ou remoção de produtos inflamatórios. 
O CORTISOL BLOQUEIA A RESPOSTA INFLAMATÓRIA A 
REAÇÕES ALÉRGICAS 
↠ A reação alérgica básica entre antígeno e anticorpo 
não é afetada pelo cortisol, e até mesmo alguns efeitos 
secundários da reação alérgica ainda ocorrem. Entretanto, 
como a resposta inflamatória é responsável por muitos 
dos efeitos graves e, às vezes, letais das reações 
alérgicas, a administração de cortisol, seguida por seu 
efeito na redução da inflamação e a liberação de 
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 Júlia Morbeck – 2º período de medicina 
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produtos inflamatórios, pode salvar a vida do paciente. Por 
exemplo, o cortisol previne efetivamente o choque ou a 
morte por anafilaxia (GUYTON, 13ª ed.). 
EFEITO NAS CÉLULAS SANGUÍNEAS E NA IMUNIDADE EM 
DOENÇAS INFECCIOSAS 
↠ O cortisol reduz o número de eosinófilos e linfócitos 
no sangue; esse efeito começa alguns minutos após a 
injeção de cortisol e fica acentuado após algumas horas. 
De fato, o achado de linfocitopenia ou eosinopenia é um 
critério diagnóstico importante na superprodução de 
cortisol pelas adrenais (GUYTON, 13ª ed.). 
SÍNDROME DE CUSHING 
A hipersecreção pelo córtex adrenal causa uma cascata complexa de 
efeitos hormonais, chamada síndrome de Cushing. Muitas das 
anormalidades dessa síndrome se devem à quantidade anormal de 
cortisol, mas a secreção excessiva de androgênios também pode 
causar efeitos importantes (GUYTON, 13ª ed.). 
A secreção excessiva de ACTH é a causa mais comum de síndrome 
de Cushing e se caracteriza por altos níveis plasmáticos de ACTH e 
cortisol. A superprodução primária de cortisol pelas adrenais é 
responsável por 20% a 25% dos casos clínicos de síndrome de 
Cushing, estando, em geral, associada aos níveis reduzidos de ACTH, 
devido à inibição por feedback da secreção de ACTH pela hipófise 
anterior, causada pelo cortisol (GUYTON, 13ª ed.). 
A síndrome de Cushing também pode ocorrer quando grandes doses 
de glicocorticoides são administradas durante longos períodos, por 
motivos terapêuticos. (GUYTON, 13ª ed.). 
Uma característica especial da síndrome de Cushing é a mobilização 
de gordura da parte inferior do corpo e sua deposição concomitante 
nas regiões torácica e epigástrica, gerando aparência de giba de búfalo. 
A secreção excessiva de esteroides também produz aparência 
edematosa da face, e a potência androgênica de alguns dos hormônios, 
às vezes, causa acne e hirsutismo (crescimento excessivo dos pelos 
faciais). A aparência da face é, frequentemente, descrita como uma 
“lua cheia” (GUYTON, 13ª ed.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
MOORE et. al. Moore Anatomia Orientada para a Clínica, 
7ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. 
 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e 
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018 
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed., 
Porto Alegra: Artmed, 2008 
GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica, 13ª ed. 
Editora Elsevier Ltda., 2017 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016. 
 
GARTNER, L. P.; HIATT, J. L. Tratado de Histologia em 
Cores, 3ª ed. Editora Elsevier Ltda., 2007.

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