Buscar

Resumo_P1x

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O nascimento da Economia Política
Economia Feudal (da queda do Império Romano até meados do século XV)
Com a queda de Roma, a Igreja foi, progressivamente, adquirindo poder e se tornando o mais 
poderoso senhor feudal; levando a uma harmonia entre as doutrinas da Igreja e a sociedade 
feudal. 
A terra e o trabalho eram transferidos, ao invés de ser transferidos e comprados, não existindo 
mercado desses fatores. A relativa estabilidade do sistema propiciou uma melhora progressiva 
das condições de vida da população, e à medida que a população se adensava, houve a formação 
de cidades, que, junto com a difusão de oficinas de trabalhadores manuais estabeleceram as 
bases do interesse pela atividade comercial.
Nos séculos XII e XIII, se deu o início da cidade européia, e foi neste período de transformação 
que ocorreu uma tentativa mais sistemática de teorização econômica.
FILOSOFIA ARISTOTÉLICA
A filosofia escolástica do século XIII era ligada à filosofia aristotélica; São Tomas de Aquino 
tinha como meta assimilar aquela filosofia ao cristianismo. Para Tomás de Aquino, o dinheiro 
era um padrão inventado pelo homem para fixar o valor dos bens e facilitar o comércio. O 
dinheiro não podia se alugado, não podendo seu empréstimo corresponder à obtenção de juros.
Além de criar a teoria do preço justo e do salário justo (que deveria garantir um padrão de vida 
adequado à sua condição social), ele justificou a propriedade privada, vendo nela uma forma de 
concessão que a comunidade dava a indivíduos, desde que seu uso fosse à serviço da própria 
comunidade, só sendo legítimo se fosse útil a coletividade. 
Aristóteles já distinguia o valor de uso e o valor de troca, via o dinheiro como um recurso para 
troca. Reconhecia duas formas de enriquecimento: produzindo bens e serviços úteis a vida e 
enriquecendo via comercio. 
No pensamento grego clássico, a economia visava apenas fins de natureza prática, relativo 
a indivíduos e às residências; enquanto a política lidava com o comportamento de agentes 
coletivos, tais como classes sociais e produzia conhecimento. São Tomás de Aquino preserva 
essa distinção, que só muda depois de inúmeras transformações sofridas na Europa. 
PRIMEIRA FASE (século XIV ao século XVI)
● Começa da Itália, prossegue por Flandres, Inglaterra, Alemanha e sul da França. 
Caracteriza-se pelo desenvolvimento da manufatura, do capitalismo comercial e do 
capitalismo financeiro. 
● Inovações na manufatura;
● Capitalismo comercial atingiu uma escala continental;
● Capitalismo financeiro se desenvolveu em escala internacional, utilizando inovações 
como letras de câmbio, contabilidade em partidas dobradas.
● Abolição da servidão, liberando trabalhadores para as cidades;
● Revolução cultural, com o estudo do Direito Romano, mais de acordo com a evolução 
do capitalismo;
● Prática da rotulação – aplicação de rótulos nos bens, indicando seus custo;
A atividade financeira promoveu um grande número de teorias das novas formas de usura e 
da legitimidade moral do lucro financeiro; para Francisco de Empoli qualquer lucro que o 
comprador obtivesse não deveria ser considerado usura, mas um prêmio ao risco corrido.
Durante essa fase, na determinação do preço, houve uma preocupação com o papel do 
controle de mercado na fixação de preços, abrindo uma brecha na teoria objetivista do valor 
predominante até então – escassez e custo de produção; chamando a atenção para fatores 
subjetivos – a avaliação individual do bem.
SEGUNDA FASE (meados do século XVI e vai até além da metade do século XVIII)
● A liderança econômica movera-se para o norte. Período onde se presenciou a Revolução 
Científica.
● Inversão de status entre classe mercantil (lucros de alienação) e a aristocracia e o clero ( 
renda fixa);
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio
● Afirmação dos Estados Nacionais Modernos;
● Criação de centros industriais e comerciais – expansão do comércio a longas distâncias
● Formação da classe trabalhadora em escala nacional; em função do sistema de putting 
out, o movimento dos enclousures lands e o aumento populacional;
● Evolução do sistema bancário
● Ressurgimento das universidades;
A transformação da esfera de produção começa com o sistema de putting out: inicialmente 
o comerciante fornecia matérias-primas e os artesões, em um estabelecimento independente, 
transformavam em produtos acabados; numa fase posterior, a propriedade dos meios de 
produção e inclusive os estabelecimentos passou para os comerciantes, que começaram a 
empregar os trabalhadores. Estes não vendiam mais ao comerciante o produto acabado, mas sim 
sua capacidade de trabalho.
A economia se emanciparia da ética e da filosofia, surgindo uma economia política:
● Pretendendo ser nacional, pública, localizando seu objeto de estudo na espera da 
atividade pública, se ocupava da acumulação e gerenciamento da riqueza;
● Abandono da metafísica e da gnosiologia tomista.
Durante esta segunda fase, presenciou-se a sucessão de grandes transformações ocorridas nos 
círculos políticos e comerciais que Adam Smith, aos reunir as idéias econômicas, chama de 
Mercantilismo.
Mercantilismo
PRIMEIRA FASE: BULIONISMO (século XVI)
● O dinheiro era a única fonte de riqueza que valia a pena acumular.
O que muitos mercantilistas não admitiam era que o dinheiro – riqueza acumulada – deveria ser 
usado para aumentar o bem-estar da população. 
Uma ampla circulação de dinheiro no interior das fronteiras nacionais era uma base extensiva de 
taxação.
O que distinguia os bulionistas dos mercantilistas do século seguinte (XVII) era o método para 
alcançar seus objetivos:
● Proibiam a exportação do ouro e da prata;
● Desvalorização da taxa cambial;
● Tentativa de forçar as companhias de pagar as importações com bens;
● Não podia importar mais do que exportar;
Lei de Gresham: dinheiro ruim desloca dinheiro bom – o dinheiro bom seria entesourado, 
enquanto o ruim seria usado primeiro, preferencialmente.
● Gerard de Malynes
Buscava as causas de um desequilíbrio da balança comercial nas alterações da taxa de cambio: 
achava que uma taxa de câmbio maior que a paridade metálica, levava uma saída de metais 
preciosos, pela diminuição da quantidade de dinheiro em circulação reduzia os preços e piorava 
os termos de trocas, aumentando o déficit comercial. 
● Misselden e Mun
O superávit ou déficit na balança comercial faria a taxa de câmbio variar, devido as forças de 
oferta e demanda. Sendo assim, o Estado deveria encorajar as exportações e desencorajar as 
importações. Mun mostrou que a balança comercial geral deveria ser analisada, era permissível 
ter déficit comercial com países que forneciam matérias-primas, se isso conduzisse a um 
aumento na produção de industrializados.
● Antonio Serra
Para um país que não tinha minas de ouro ou prata, ele deveria:
i. Criar um excedente de produtos nacionais a serem exportados;
ii. Aproveitar da sua situação geográfica favorável para o comércio de transporte e 
intermediação;
iii. O número de indústrias, qualidade da população, extensão das operações comerciais e 
regulamentação estatal eram importantes também. 
iv. Além disso, a indústria era superior à agricultura, por não depender do clima, poder ser 
multiplicada, ter lucros maiores.
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio
 
 
 
 
 
A nação como um todo era vista como uma grande empresa comercial.
 
● Protecionismo
Aumentar as taxas sobre as importações e abolir sobre as exportações
Colbert, na França
Adoção de tarifas aduaneiras;
Cromwell, na Inglaterra
No fim do século XIX, adota tarifas aduaneiras, onde a importação de matérias primas 
necessárias às indústrias era permitida e a exportação de lã proibida. 
A navegação nacional também era favorecida: English Navigation Act, em 1651, proibia a 
importação de bens em navios não britânicos
Política de concessão de privilégios e direitos de monopólios às grandes companhias comerciais 
nacionais. 
Criação defábricas nacionais.
 
No bulionismo, o surgimento do valor do bem não se dava no controle do processo produtivo, 
mas no poder de mercado que buscavam exercer. Com esse pensamento, grandes companhias de 
comércio tentavam obter ajuda estatal para garantir posições monopolísticas.
O trabalho era o principal problema enfrentado no sistema produtivo, a necessidade de trabalho 
para produção de manufaturados. Além de consolidá-lo como mercadoria, havia a necessidade 
de educá-lo para prestação de serviços. De fato, a política demográfica mercantilista visava 
aumentar a população para satisfazer as necessidades de expansão das indústrias emergentes. 
Teoria do Salário mercantilista: O máximo de oferta era obtido com salários de subsistência. 
ESCOLA DE SALAMANCA
Não devem ser consideradas mercantilistas pois, desaprovavam as práticas monopolistas e 
as políticas de fixação de preços. Eles tinham uma visão mais subjetivista do valor: utilidade 
deveria ser equilibrada pela escassez. Lucros e perdas eram prêmios ou penalidades para o grau 
de eficiência, antecipando a teoria evolucionista da competição. 
Políticas e Teorias monetárias: Bodin – a principal causa do aumento dos preços era, na 
verdade, o aumento do ouro e da prata em circulação. Em 1620-40, houve o fim do processo 
inflacionário, e a teoria quantitativa deixou de explicar os níveis de preços, para ser uma teoria 
do nível de transações. O nível de preços se estabilizou e permaneceu assim até meados do 
século XVIII. Acresça-se a isso o fato de que a segunda metade do século XVII e a primeira 
do século XVIII se configuraram com um período de depressão, o fluxo de ouro e prata 
proveniente da América reduziu-se drasticamente. Para aumentar o nível de atividade era 
recomendado que não se entesourasse: o aumento da oferta de dinheiro (na ausência de inflação) 
aumentaria o consumo e conseqüentemente a produção e a acumulação. Além de causar, 
indiretamente, uma redução dos juros. 
Teoria monetária da produção e do juro: o dinheiro era usado para estimular a produção 
e o comércio. Juro seria o preço pago para desfrutar desse uso. Juro era visto como preço 
dependeria da oferta e da demanda d dinheiro. A abundância de dinheiro reduzia o juro. Assim, 
por meio da redução dos custos do financiamento de investimentos, haveria um encorajamento 
da expansão econômica. 
Hume achava que a política mercantilista de promover a produção via criação de superávit 
comercial não funcionaria, pois ocasionaria um aumento dos preços – a conseqüente perda de 
competitividade equilibraria a balança. Mas, os mercantilistas achavam que um aumento dos 
preços, levaria a um aumento do valor das exportações, mas alterações menos que proporcionais 
nas quantidades exportadas e importadas. Nessas condições, uma melhora nos termos de troca 
se refletiria positivamente na balança de pagamentos. 
 
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio
A difusão do comércio e da competição reduziu diferenciais de preços entre regiões e nações, 
causando uma redução nas margens de lucro comerciais. A queda nos lucros levou a um 
aumento do controle capitalista sobre o processo produtivo. 
● A intervenção do estado passou a ser vista com reservas – apenas deveria 
reconhecer e proteger o direito de propriedade, assim como os acordos contratuais;
● Preços e lucros refletiam as condições da produção e não da demanda – associadas 
a isso surgindo o conceito de excedente;
● Os autores começaram a se distanciar do mercantilismo, e, na segunda metade 
do século XVIII, lançam a Economia Politica Clássica: Petty, Locke, North, 
Mandeville, Boisguillebert e Cantillon;
● Livre comércio: como o público nada mais é do que a soma dos cidadãos privados, 
ninguém melhor do que o próprio indivíduo para cuidar de seus interesses. qualquer 
intervenção externa apenas atrasaria a harmonia de interesses, a melhor política 
seria nenhuma política. 
● Condenou-se o protecionismo, onde a totalidade do mundo formava uma unidade 
econômica semelhante a uma nação;
● O nível da taxa de juros deveria ser aquele resultante, naturalmente, da oferta e da 
demanda. 
● Locke encara a propriedade privada como a base da liberdade, adquirida por meio 
do trabalho e da razão; o dinheiro, assim como a terra podia ter o mesmo caráter 
produtivo, e com uma desigual distribuição da terra possibilitava a qyem tinha 
mais cultivar por si mesmo, ou arrendar parte dela cobrando uma renda, também a 
distribuição desigual de dinheiro permitia a quem o possuía em excesso, emprestá-
lo e cobrar juro. 
● Para North ninguém enriquecia apenas entesourando, era necessário emprestá-lo 
ou utilizá-lo no comércio; para North e Locke, a propriedade privada em si era a 
instituição fundamental do capitalismo;
● Petty defende a criação de um banco quando houvesse pouco dinheiro para a 
indústria e o comércio, que impulsionaria o comercio em todo o mundo comercial. 
Mas Petty foi inovador na explicação do valor, introduzindo o conceito de valor 
natural, seus determinantes seriam os custos de produção, redutíveis aos custos 
da terra e do trabalho; acabou definindo o preço natural do trabalho – quantidade 
média de alimento necessária diariamente ao sustento dos trabalhadores. A partir 
da sua teoria do valor, estabelece então o conceito de excedente. Petty media o 
excedente como uma quantidade de tempo de trabalho.
● No continente, diferentemente da Inglaterra, as reações contra o mercantilismo 
assumiram a forma de um protecionismo agrário. Para Cantillon e Boisguillebert o 
estado deveria encorajar a agricultura ao invés de proteger o comércio e a indústria. 
● Boisguillebert achava que a força motriz do crescimento econômico era o 
consumo, sendo necessário abolir os impostos que desencorajavam o consumo; o 
argumento do laissez faire o levou a mostrar que a tendência natural da economia 
levava ao equilíbrio;
● Cantillon serviu de ponto de convergência do pensamento inglês e francês. Ele 
estende a análise de Petty sobre o excedente, desenvolvendo a teoria da alocação 
do produto excedente. Para Cantillon, todas as classes agrícolas viviam do produto 
excedente da terra. Num mercado livre, os preços serviam para alocar o excedente 
de tal forma a satisfazer as demandas daqueles atores, da mesma forma que 
ocorreria se eles ainda possuíssem escravos e orientassem seus supervisores sobre o 
que produzir. Ele conclui que um conjunto de preços se constituiria em um sistema 
de preços de equilíbrio, se satisfizesse as demandas dos proprietários de terra 
exatamente como ocorreria no caso de a economia ser planejada;
 
OS FISIOCRATAS
Um grupo de pensadores encabeçados por Quesnay, tendo Mirabeau como principal divulgador 
das suas idéias, se formou a partir de 1757.
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio
Quesnay tinha como objetivo fazer da agricultura uma indústria capitalista eficiente; isso porque 
a indústria francesa ainda estava no seu estado artesanal, sem condições técnicas e sociais para 
compra e venda de força de trabalho e a geração de excedente. Ao criar um modelo quantitativo 
geral da produção de mercadorias, ele elabora algumas idéias como: 
I. Noções de trabalho produtivo e improdutivo, onde a fonte real de riqueza era gerada 
pelo produto líquido;
II. A idéia de interdependência entre vários setores de atividade e a idéia de equilíbrio 
macroeconômico;
III. Representação das trocas econômicas como um fluxo circular de dinheiro e bens entre 
os vários setores econômicos;
IV. Os fazendeiros eram a classe produtiva, as pessoas que estavam envolvidas com a 
indústria manufatureira eram a classe estéril – o valor do produto era considerado igual 
ao valor total dos insumos – e a classe dos donos de terra era a classe distributiva, 
cujo papel era de consumir seu excedente, criado pela classe produtiva e começar seu 
processo de circulação de dinheiro e bens, ao gastar a sua renda;
V. Ele dizia que o sistema econômicotinha a capacidade natural de se reproduzir, e o 
equilíbrio era a manifestação da ordem natural, o melhor que o governo poderia fazer 
era não interferir;
VI. Defendia o importo único, em um único setor, pois pelo fluxo circular da renda as taxas 
seriam transferidas, afetando no final apenas a renda;
VII. Quesnay chega a estudar como os efeitos de políticas sábias ou equivocadas podiam 
proporcionar o crescimento ou contração de uma economia;
 
● David Hume
Relativamente à moeda, ele criou uma teoria quantitativa dinâmica, para qualificar como 
temporário um efeito real de um aumento da oferta de moeda sobre as transações. Além disso, 
ele discordava que o volume do comércio internacional era fixo e que, portanto, um país só 
poderia aumentar a sua riqueza a expensas do outro, para ele, um aumento real de riqueza de um 
país via importações, levava a um aumento de riqueza de outros países. 
Defendia, também, que era o nível de atividade econômica que, aumentando o estoque de 
capital, causaria uma diminuição da taxa de lucro, e decréscimo da taxa de juros.
● James Steuart
Segundo Steuart, o governo deveria entesourar ou desentesourar moeda segundo as 
necessidades do comércio. E caso o ouro e/ou prata fossem insuficientes para atender as 
necessidades do comércio, a diferença deveria ser coberta com a “moeda simbólica”. 
Defende a intervenção do estado, criticando o princípio que a melhor forma de servir ao 
interesse público seria deixar livre a busca pela satisfação dos interesses privados. E o estado 
deveria se encarregar de manter os salários em nível de subsistência, uma vez que não 
acreditava que estes se regulassem automaticamente. 
 
 
 
 
 
 
● Descreva o mecanismo “preço-espécie-fluxo” de Hume e como este autor o utiliza 
para criticar as políticas mercantilistas
O bulionismo caracteriza a primeira parte do período mercantilista, e para eles uma ampla 
circulação de dinheiro nas suas fronteiras nacionais era vista como uma garantia de uma base 
extensiva de taxação. Para isso, eles defendiam uma desvalorização da moeda, a proibição da 
exportação do ouro e prata, não se podia importar de cada país mais do que se exportava, etc. 
Na França de Colbert instituíram-se tarifas aduaneiras que estimulavam a exportação e 
repreendia a importação. Já na Inglaterra de Cromwell, a navegação nacional era protegida, 
o “English Navigation Act” proibia a importação de bens em navios não britânicos. 
Foi marcante neste período a política de concessão de privilégios e de monopólios às grandes 
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio
companhias comerciais das colônias. Como para os mercantilistas o valor de um bem estava na 
sua utilidade, controlado pelo poder de mercado que buscavam exercer, e a competição entre os 
comerciantes reduzia este poder, eles buscavam o monopólio.
Em 1752, David Hume formulou uma as principais críticas ao pensamento mercantilista: ele 
introduziu na discussão da quantidade de dinheiro em circulação e seu efeito na expansão 
econômica, o papel da balança comercial. A política mercantilista de promover a produção 
via criação de superávit comercial não funcionaria, pois ocasionaria num aumento de preços. 
A conseqüente perda de competitividade equilibraria a balança, interrompendo o influxo de 
moeda. Logo, tal política teria vida curta. Esse mecanismo de ajuste, teorizado por Hume, é 
conhecido como “mecanismo de preço-espécia-fluxo”. Esse mecanismo não serviu apenas 
como uma crítica ao mercantilismo, mas também como descrição de uma lei econômica geral 
pelos economistas clássicos. 
Mas os mercantilistas já apresentavam teorias robustas, uma vez que acreditavam que mesmo 
com um aumento no preço interno, em relação aos internacionais, causaria um aumento no 
valor das exportações, mas alterações menos que proporcionais nas quantidades exportadas e 
importadas. Nessas condições, uma melhora nos termos de troca se refletia positivamente na 
balança de pagamentos.
Sob o ponto de vista técnico, provavelmente no período pré-industrial a elasticidade das 
exportações não era muito alta, dada a especialização produtiva dos vários países. Mas à medida 
que a produção manufatureira se desenvolveu nos países capitalistas, alguma competição 
ganhou força, podendo ter aumentando a elasticidade das exportações e das importações. 
 
● *Qual a contribuição inovadora de Cantillon, que o qualifica por isso a ser 
considerado o precursor de Adam Smith, no que este último autor se diferencia 
dos fisiocratas?
Com a difusão do comércio e da competição houve a redução dos diferenciais de preços entre 
as regiões, e uma conseqüente redução dos lucros. Com a nova filosofia do individualismo e o 
desenvolvimento da ética protestante, a intervenção estatal passou a ser vista com reservas. 
No campo do pensamento, os autores, começaram a se distanciar do mercantilismo, e na seguda 
metade do século XVIII, lançaram a Economia Política Clássica. Entre esses autores está 
Richard Cantillon.
Este autor, de origem irlandesa, serviu de ponto de convergência do pensamento inglês e 
francês, estendeu a análise de Petty sobre o excedente, sendo o primeiro a desenvolver uma 
teoria de alocação do produto excedente; mas somente a terra gerava um verdadeiro excedente. 
Partindo dessa extração do excedente pelos fazendeiros, parte do qual transferida pelos 
proprietários de terra, ele tratou de determinar a alocação do excedente; e como essas demandas 
determinavam a composição do produto excedente. Concluindo, em uma de suas contribuições 
mais inovadoras, de que, em um mercado livre, os preços serviam para alocar o excedente de 
tal forma a satisfazer a demanda, da mesma forma que ocorreria naturalmente. A demanda 
afetaria apenas a composição do produto excedente. Os salários dos trabalhadores eram tratados 
como um conjunto de requisitos de subsistência, e encarados como dado tecnológico. Cantillon 
mostrou que um sistema de preços podia proporcionar a mesma alocação que um plano 
econômico completo. Assim, um conjunto de preços se constituiria em um sistema de preços de 
equilíbrio se satisfizesse as demandas dos proprietários de terra exatamente como ocorreria no 
caso de uma economia planejada. 
Adam Smith em seu livro “Whealth of Nations”, a sua grande novidade é o modelo de relações 
de determinação de preços, e uma teoria dinâmica na qual o papel de um mercado operado 
livremente é o de alocar o excedente como estoque de capital, de tal forma a colocar em 
movimento a maior parte possível de trabalho produtivo. 
● Discuta as interpretações alternativas do papel do lucro, da remuneração do 
trabalho e do valor do bem, na obra de Adam Smith
Adam Smith sempre teve uma grande preocupação com a liberdade, em função da observação 
de que os redutos feudais e as restrições mercantilistas desviavam o capital de usos que levariam 
a um crescimento máximo. Mesmo as intervenções do governo e o monopólio do comércio 
colonial eram vistos como prejudiciais ao crescimento da economia. 
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio
Smith concordava com os fisiocratas de que a acumulação de capital era impossível sem um 
excedente agrícola, e também com os salários de subsistência. Mas a sua idéia de subsistência 
difere dos fisiocratas, pois ele entendia que com a acumulação de capital havia um processo em 
paralelo de redefinição do salário real. (?)- pág 53
Smith defendeu a uniformização do lucro, lançando mão da liberdade dos capitalistas em 
investir onde desejarem com a expectativa de obter pelo menos uma taxa de retorno mínima. 
Quando um negócio torna-se amplamente estabelecido e conhecido, a competição reduz o 
seu retorno. Esse processo ocorreria com todos, e dessa forma, o lucro ficaria uniforme. A 
figura central de seu esquema é o capitalista empresário que adianta os salários de subsistência 
dos trabalhadores, e, pela competição via preços, por lucros, contribui para um equilíbrio de 
mercado,no longo prazo, que reflete exatamente seu objetivo: acumulação à taxa máxima.
Smith defendia uma ordem natural sem intervenção do governo, porém ele acreditava também 
que os homens tinham um sentimento moral para com seus semelhantes. Para evitar esse 
choque de crenças, ele cria a idéia da ‘mão invisível’, ou melhor, a idéia de que os indivíduos se 
guiando pelos seus próprios interesses, alcançariam o interesse coletivo.
Em matéria de valor, Smith entende que “o trabalho é a medida real do valor de troca de todas 
as mercadorias”. Mas esse trabalho seria o trabalho comandado, ou seja, o valor de um bem 
seria medido pela quantidade que ele seria capaz de comandar (comprar). Essa compra seria 
realizada a preços naturais. Apenas quando o produto do trabalho pertencesse totalmente ao 
trabalhador, tal medida coincidiria com o trabalho incorporado. Isso acontecia num estado de 
natureza precedente à acumulação de capital e à apropriação da terra.
Os lucros para Smith são “regulados totalmente pelo valor do capital empregado e são maiores 
ou menores em proporção à extensão deste capital”. Ele ainda continua, dizendo que “a 
diferença aparente nos lucros, entre negócios diferentes, é geralmente enganosa, e resulta de 
nem sempre se distinguir o que deve ser considerado salário do que deve ser considerado lucro”. 
É importante ressaltar um aspecto econômico que ameaça o modelo de Smith: a intervenção 
estatal. Ou melhor, haveria convergências para um taxa uniforme apenas num sistema de 
liberdade natural.
● O diálogo entre Malthus e Ricardo serviu para conferir maior precisão ao modelo 
deste último autor. Qual era a motivação política do debate, e como influiu na obra 
de Ricardo?
Em relação à teoria da renda, que, na verdade, o levou à elaboração teórica associada à teoria 
do valor, esta foi desenvolvida em um diálogo em correspondência com Malthus, que tinha, em 
geral, opiniões contrárias às suas, e era ligado as posições dos proprietários de terra.
O conflito que serviu de base para a elaboração diferencial de Ricardo se dava, na época, entre 
os proprietários de terra e os capitalistas industriais, e se apresentava na batalha pelo controle 
do Parlamento. As guerras napoleônicas levaram a uma redução drástica na importação da 
França de suprimentos alimentares, o que levou a um aumento no preço dos cereais. Terminado 
o conflito, os proprietários de terra conseguiram, em 1816, que o Parlamento aprovasse 
tarifas elevadas de importação de grãos – as “Corn Laws” –, que a tornavam proibitiva. 
Essa barreira protecionista permitiu a manutenção de altas rendas em detrimento dos lucros, 
impedindo que a indústria inglesa aproveitasse sua vantagem comparativa em relação aos seus 
competidores europeus, devido à sua produtividade. A revogação dessas leis, em 1846, se deu 
pela contribuição teórica decisiva de Ricardo. 
Ricardo pega como referência o modelo de Smith de distribuição de excedente, por meio 
de uma taxa uniforme de lucros. Assim, havendo necessidade de adicionar terras de menor 
fertilidade para atender a demanda, isso se daria até o ponto que o excedente gerado naquelas 
terras fosse o suficiente para proporcionar um lucro calculado com base na taxa uniforme 
vigente. O autor acaba derivando a essência da lei da produtividade marginal decrescente de um 
insumo variável.
O raciocínio de Ricardo era que dada uma quantidade limitada de terra viável para cultivo, se 
as importações de trigo fossem impossibilitadas, o aumento da produção pela intensificação do 
investimento na agricultura aumentaria a participação da renda no excedente e diminuiria os 
lucros. Ele chegou a estendeu seu raciocínio imaginando que o progresso tecnológico poderia 
não ser capaz, no longo prazo, de evitar as conseqüências econômicas dos retornos decrescentes 
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio
na agricultura, ainda que um aumento na produtividade do trabalho pudesse levar, em algumas 
ocasiões, a um aumento nos lucros. 
*Argumento do Malthus: tanto os proprietários de terra quanto os trabalhadores despendem 
todo o seu rendimento em bens de consumo. Logo, salários e rendas se traduzem 
completamente em demanda final. Por outro lado, lucros são quase inteiramente investidos. 
Se os lucros aumentam em relação aos salários, pode acontecer que os rendimentos dos 
trabalhadores não sejam capazes de garantir um nível de demanda equivalente ao valor dos 
bens de consumo produzidos por eles. A solução vislumbrada por Malthus era de aumentar a 
participação da renda no excedente para compensar a diferença. As ‘Corn Laws’ eram bem-
vindas se redistribuíssem o excedente de lucros para rendas. 
 
● O que na obra de Ricardo, pode representar uma complementação de formação de 
preços de Adam Smith?
Para Adam Smith, o trabalho é “a medida real do valor de troca de todas as mercadorias”. Mas 
o trabalho a que se refere é o trabalho comandado, ou melhor, o valor de um bem seria medido 
pela quantidade de trabalho que ele seria capaz de comandar – comprar. 
Da mesma forma que Smith, Ricardo via o sistema de preços como de distribuição do excedente 
em forma de lucros à taxa uniforme, e para seus fins o ‘trabalho comandado’ não servia como 
fundamento, pois variava com os preços e a distribuição. Ele caracterizava o excedente em 
termos de trabalho incorporado: o trabalho total incorporado ao produto menos o trabalho 
incorporado aos insumos necessários. Smith achava que o pagamento de salários abaixo do 
valor produzido por uma unidade de trabalho inviabilizava uma teoria dos preços baseada no 
trabalho incorporado. Já Ricardo optou por desenvolveu uma teoria de preços relativos baseada 
no trabalho incorporado, onde estes refletiriam as condições relativas da produção dos bens; 
mas não a maneira como eles eram distribuídos entre as classes sociais. 
Ricardo concluiu, nos estudos que empreendeu até o fim de sua vida, que os preços relativos 
dados pelo sistema de preços que distribui o excedente à taxa de lucro uniforme não reflete 
apenas os preços incorporados, mas também as diferentes proporções entre trabalho e meios de 
produção com as quais os diversos bens são produzidos. Acarretando numa variação dos preços 
relativos com a alteração da taxa de lucro. 
 
● John Stuart Mill elaborou uma síntese da teoria econômica do seu tempo, 
que é vista como uma tentativa de harmonização. O que ele estaria tentando 
harmonizar, e qual a motivação histórica desse empreendimento?
Após a derrota das revoluções de 1848, e a violenta repressão que se seguiu, o movimento dos 
trabalhadores entrou em hibernação, que se estendeu por duas décadas, Hobsbawm chamou o 
período de 1850-70, de ‘Era do Capital’. Neste período, observou-se o nascimento dos ‘bancos 
mistos’, na Alemanha, a formação de cartéis, grandes obras, reformas sociais e políticas. O 
economista dominante desta foi John Stuart Mill; ele empreendeu um reexame dos debates da 
primeira metade do século, com o intento de unificar os principais resultados teóricos. Isto é, 
seu esforço visava uma ‘harmonização teórica’. 
Buscava reconstruir a tradição smithiana pela união de duas abordagens difíceis de serem 
compatibilizadas: a teoria macroeconômica do excedente e a teoria do comportamento 
competitivo individualista. Na verdade, depois de 1870 as duas abordagens se separam 
definitivamente: o ramo ricardiano se desenvolveu como a economia marxista e o anti-
ricardiano como economia neoclássica. 
*Mill, além de aceitarem certos casos a intervenção do estado, como na educação, assistência 
à pobreza, seu utilitarismo se baseava na maximização do bem-estar para o maior número 
possível de pessoas. Mas sua contribuição principal está relacionada à idéia de fundo de 
salários; esta se baseia no fato de que, uma vez que a produção leva tempo, ao fim de cada 
ciclo produtivo seria necessário separar parte do produto, para manter os trabalhadores durante 
o próximo ciclo. Essa parte separa constitui o fundo. Ao desenvolveresta teoria, Mill conclui 
que para gerar um aumento dos salários ao longo do tempo, o fundo deveria crescer mais 
que a oferta de trabalho (L barra). Do ponto de vista da história do pensamento econômico, 
esse aspecto do sistema teórico de Mill é a chave na transição da abordagem clássica para a 
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio
neoclássica. 
* No que concerne a teoria do valor, ele considerava que o mesmo não dependia apenas do 
trabalho. Uma vez que os valores dos meios de produção e dos salários dependiam também 
do lucro auferido pelos capitalistas. Além disso, para Mill os trabalhadores não tinham o 
direito a todo o produto, pois esse dependia também da abstinência necessária a tornar o 
capital disponível, a abstinência de consumo por parte dos capitalistas. Na verdade, essa é 
uma extensão do conceito de fundo de salário a todo capital. Essa teoria é similar a de Senior, 
mas Mill incluía em abstinência não apenas o sacrifício pela renuncia de um dado fluxo de 
rendimento, mas também o sacrifício inerente à renúncia de consumo do estoque de capital 
acumulado. Assim, o juro não era explicado como remuneração da poupança, mas sim do 
capital.
● Qual o uso que Marx faz da sua teoria do valor, comparativamente aos usos que 
fazem Smith e Ricardo das suas?
Marx utiliza sua teoria do valor para estudar a exploração capitalista na produção.
 A teoria da exploração de Marx tem por objetivo trazer à luz a verdadeira natureza da relação 
capital-trabalho. O valor da força de trabalho é igual ao valor dos meios de subsistência 
necessários a sobrevivência e reprodução da classe trabalhadora. O capitalista vai ao mercado 
de trabalho, paga o valor de troca da força de trabalho e adquire seu valor de uso. Depois da 
troca, o trabalho torna-se um meio de produção e seu uso um direito do capitalista. No processo 
produtivo, o trabalho produz bens cujo valor é superior ao da força de trabalho, essa diferença é 
a ‘mais valia’. 
Os trabalhadores pagam um preço justo pelo bem que eles vendem e os capitalistas compram, 
mas além do capital aumentar de valor, o trabalho tem a capacidade de produzir mais que o 
necessário à sua reprodução
Marx considerava que o ‘preço justo’ era determinado pelo mercado, e não por uma 
hipotética ‘lei natural’, as condições de exploração tinham a ver com o controle do processo 
produtivo. O capitalista, por exercer o comando do processo, faz os trabalhadores produzir um 
valor maior que o pago como salário. Resumindo, Marx vê a relação de comando na produção 
capitalista como uma relação baseada no exercício de poder. É esse poder organizacional que 
faz com que a exploração seja possível, enquanto que a fixação de um salário maior ou menor é 
apenas uma condição externa.
Diferentemente de Ricardo, ele não achava que os preços de produção poderiam representar 
de alguma forma os valores incorporados nas mercadorias, mas usava valores mais descrever a 
extração da mais valia no processo de produção. Concordava, contudo, com Smith e Ricardo, 
que, o que ele chamava de preços de produção, constituíam índices de referência em torno dos 
quais os preços de mercado das mercadorias gravitavam. Achava ainda que o sistema de preços 
distribuía a mais valia de forma a respeitar a uniformidade das taxas de lucro sobre o capital 
investido. Essa questão da transformação dos valores em preços de produção ficou conhecida 
como ‘problema de transformação’.
*Marx analisou a evolução da economia capitalista pelo uso de duas categorias: ciclo de 
negócios e leis de movimento. A teoria dos ciclos de negócios se baseava em duas hipóteses 
fundamentais:
I. investimento é uma função crescente da taxa de lucro;
II. a taxa de lucro é uma função decrescente dos salários.
Se os salários aumentam, o investimento se deprime. Isso reduz a demanda por bens para fins 
produtivos, e, fazendo a economia se contrair, dispara uma crise. Os preços de mercado caem 
com is níveis do produto, baixando a taxa de lucro média, aprofundando a crise. Mas como a 
redução do investimento baixa a demanda por trabalho, o ‘exército industrial de reserva’ se 
amplia. Como conseqüência, cedo ou tarde os salários acabam caindo. E a crise expulsa as 
firmas menos eficientes do mercado, assim como as máquinas obsoletas, contribuindo para um 
aumento da produtividade do trabalho. Assim, a taxa de lucro média volta a subir, reativando 
o crescimento econômico. Quando os níveis de emprego e salários voltam a crescer, um novo 
ciclo se inicia.
Marx enumera quatro leis principais do movimento da economia capitalista que levariam o 
modo capitalista de produção à sua auto-destruição. Ele seria substituído por um sistema onde 
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio
os trabalhadores controlariam coletivamente a atividade produtiva, abolindo a exploração, e 
indo cada pessoa seria remunerada de acordo com sua contribuição produtiva. 
 
 
 
 
 
Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio

Outros materiais