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APOSTILA - NOVA economia

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1 
Marketing Estratégico 
MARKETING ESTRATÉGICO 
 
 
GRADUAÇÃO 
ECONOMIA 
 
 
 
 
1 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS Núcleo de Educação a Distância 
 
Economia 
DINCA, Prof.ª Me Tatiane 
Foz do Iguaçu - PR 2013. 
105 p. 
 
MATERIAL REVISADO: MANENTI, Marcelo 
Foz do Iguaçu - PR 2019. 
102 p. 
 
Administração - EaD 
 
CDU: 33 
 
NEAD – Núcleo de Educação a Distância 
Av. Bartolomeu de Gusmão, 1324 - Centro – CEP: 85.852-130 
Foz do Iguaçu – Paraná / ead.udc.br / 3574-6900 
 
 
 
 
2 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
 
 APRESENTAÇÃO 
 
Prezado (a) Acadêmico (a), 
 
Você está participando da disciplina de Introdução à Economia na modalidade 
à distância, ofertada pelo Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC. 
Sabemos que o seu percurso de aprendizagem necessita ser acompanhado e 
orientado, para que você obtenha sucesso nos estudos e construa um 
conhecimento relevante à sua formação profissional. 
Preparamos este material didático com os conteúdos teóricos e as orientações 
de atividades planejadas pelo professor, possibilitando, assim, guiá-lo no auto 
estudo ao longo do semestre. Além disso, você conta com o ambiente virtual de 
aprendizagem como espaço de estudo e de participação ativa no curso. Nele você 
encontra as orientações para realizar atividades e avaliações online, além de 
recursos que vão enriquecer a proposta deste material didático, tais como links para 
sites da Internet, vídeos gravados pelo professor e outros por ele sugeridos, textos, 
animações, ilustrações, dentre outras mídias. 
Lembre-se, no entanto, de que você deve se organizar para criar sua própria 
autonomia de estudo. Isso inclui o planejamento do seu tempo de dedicação ao 
estudo individual e de participação colaborativa no ambiente virtual. Este material 
é o seu livro-texto e apoio importante no desenvolvimento de sua aprendizagem no 
curso. 
 
Bom estudo! 
Direção UDC Online 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
SUMÁRIO 
 
 APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 2 
 UNIDADE I – EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO .............................. 6 
1.1 MERCANTILISMO ................................................................................................ 6 
1.2 FISIOCRACIA ....................................................................................................... 8 
1.3 UTILITARISMO ................................................................................................... 10 
1.4 ECONOMIA CLÁSSICA ............................................................................... 12 
1.4.1 Adam Smith ...................................................................................................... 12 
1.4.2 Progresso econômico ....................................................................................... 12 
1.4.3 O Estado .......................................................................................................... 13 
1.4.4 Melhor educação .............................................................................................. 13 
1.4.5 Teoria de valor ................................................................................................. 14 
1.4.6 Teoria da repartição do rendimento ................................................................. 15 
1.4.7 David Ricardo ................................................................................................... 16 
1.4.8 Renda ............................................................................................................... 17 
1.4.9 Salário .............................................................................................................. 18 
1.4.10 Lucros ............................................................................................................. 18 
1.4.11 Teoria do crescimento .................................................................................... 19 
1.5 TEORIA MARXISTA ............................................................................................ 20 
1.5.1 Teoria do Valor de Marx ................................................................................... 20 
1.5.2 Subordinação da classe trabalhadora .............................................................. 22 
1.5.3 Tendência para a diminuição da taxa de lucro ................................................. 22 
1.5.4 Poder monopolista ........................................................................................... 23 
1.5.5 Como se forma a mais valia ............................................................................. 24 
1.5.6 Taxa de mais valia ........................................................................................... 25 
1.5.7 Capital constante e capital variável .................................................................. 25 
1.5.8 Dia de trabalho não é fixo e possui um limite ................................................... 26 
1.6 TEORIA KEYNESIANA ....................................................................................... 27 
1.7 CARACTERIZAÇÃO ........................................................................................... 29 
1.7.1 Escassez e escolha individual .......................................................................... 33 
1.7.2 Escassez e escolha social ................................................................................ 34 
UNIDADE II – TEORIA MICROECONÔMICA ......................................................... 36 
2.1 MODELO DE OFERTA E DEMANDA ................................................................. 37 
 
 
 
 
4 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
2.1.1 Análise da Demanda ........................................................................................ 39 
2.1.2 Analise da Oferta .............................................................................................. 44 
2.1.3 Equilíbrio de Mercado....................................................................................... 47 
2.2 CUSTOS DE PRODUÇÃO .................................................................................. 49 
2.3 ESTRUTURAS DE MERCADO ........................................................................... 52 
2.3.1 Mercado competitivo ........................................................................................ 52 
2.3.2 Monopólio ......................................................................................................... 55 
2.3.3 Oligopólio ......................................................................................................... 57 
2.3.4 Competição monopolística ............................................................................... 59 
UNIDADE III – TEORIA MACROECONÔMICA ........................................................ 60 
3.1 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO .................................. 61 
3.2 PRODUTO INTERNO BRUTO ............................................................................ 65 
3.2.1 Mensuração do Produto Interno Bruto.............................................................. 66 
3.2.2 Os componentes do PIB ................................................................................... 66 
3.2.3 Formas de calcular o PIB ................................................................................. 68 
3.2.4 PIB real versus PIB nominal ............................................................................. 68 
3.2.5 Deflator do PIB ................................................................................................. 70 
3.2.6 Indicadores Sociais .......................................................................................... 72 
3.2.7 Inflação .............................................................................................................73 
3.2.8 Índice de preços ao consumidor ....................................................................... 77 
3.2.9 Correção das variáveis econômicas dos efeitos da inflação ............................ 80 
3.2.10 Produtividade: seu papel e determinantes ..................................................... 81 
UNIDADE IV – INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS ...................................................... 83 
4.1 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NA ECONOMIA ................................................ 83 
4.1.1 Poupança e investimento ................................................................................. 85 
4.1.2 Intervenção do Estado na economia: política fiscal .......................................... 86 
4.2 DESEMPREGO ................................................................................................... 87 
4.2.1 Tipos de Desemprego ...................................................................................... 88 
4.3 SISTEMA MONETÁRIO ...................................................................................... 92 
4.3.1 Funções da moeda ........................................................................................... 92 
4.3.2 Tipos de moeda ................................................................................................ 93 
4.3.3 Instrumentos de controle monetário do Banco Central .................................... 94 
4.4 FLUXOS INTERNACIONAIS DE BENS E CAPITAL ........................................... 95 
4.4.1 Balanços de pagamentos ................................................................................. 97 
 
 
 
 
5 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
4.5 DEMANDA E OFERTA AGREGADA .................................................................. 98 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 101 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
 UNIDADE I – EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO 
 
A história do pensamento econômico é um estudo da herança deixada pelos 
que escreveram sobre assuntos econômicos no transcurso de muitos anos. 
Especulação do homem quanto ao seu meio: desde os tempos antigos. 
Desenvolvimento da análise econômica: de origem relativamente recente (a partir do 
século XVIII). 
Antes da Renascença (séculos XV e XVI) era quase impossível a emergência 
da economia como campo específico de estudo, tendo em vista a dominação do 
Estado e da igreja, a força dos costumes e as crenças religiosas e filosóficas, e a 
amplitude limitada da atividade econômica. 
 
1.1 MERCANTILISMO 
 
O mercantilismo foi consequência da ampliação de horizontes econômicos 
propiciada pelos descobrimentos marítimos do século XVI, esta escola, apesar de 
apresentar variantes de país para país, esteve sempre associado ao projeto de um 
Estado monárquico poderoso, capaz de se impor entre as nações Europeias. 
Vasconcellos e Garcia (2003) complementam que o mercantilismo é a teoria e 
prática econômica que defendiam, do século XVI a meados do XVII, o fortalecimento 
do Estado por meio da posse de metais preciosos, do controle governamental da 
economia e da expansão comercial. Os principais promotores do mercantilismo, como 
Thomas Mun na Grã-Bretanha, Jean-Baptiste Colbert na França e Antonio Serra na 
Itália, nunca empregaram esse termo. Sua divulgação coube ao maior crítico do 
sistema, o escocês Adam Smith, em The Wealth of Nations (1776; A Riqueza das 
Nações). 
Para a consecução dos objetivos mercantilistas, todos os outros interesses 
deviam ser relegados a segundo plano: a economia local tinha que se transformar em 
nacional e o lucro individual desaparecer quando convir-se ao fortalecimento do poder 
nacional (GREMAUD; et al, 2002). 
Para obter uma produção suficiente, deviam ser utilizados de modo hábil e 
eficaz todos os recursos produtivos do país, em especial o fator trabalho. Toda nação 
forte precisava possuir uma grande população que se fornece trabalhadores e 
soldados, e ao mesmo tempo o mercado correspondente. 
 
 
 
 
7 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
As possessões coloniais deveriam fornecer metais preciosos e matérias-primas 
para alimentar a manufatura nacional, ao mesmo tempo em que constituíssem 
mercados consumidores dos produtos manufaturados da metrópole. Proibiam-se as 
atividades manufatureiras nas colônias, e o comércio, em regime de monopólio, era 
reservado à metrópole. 
Em território nacional, o mercantilismo preconizou o desaparecimento das 
alfândegas interiores, ou seja, a redução dos entraves à produção forçados pelas 
corporações de ofício, o emprego de sistemas de contabilidade e acompanhamento 
das contas de receitas e despesas do Estado, a troca de funcionários corruptos ou 
negligentes por outros honestos e competentes, a criação de uma fiscalização 
centralizada e a adoção de leis que desestimulassem a importação de bens 
improdutivos e de grande valor. 
A crítica mais abrangente do mercantilismo foi movida por Adam Smith, que 
denunciou a falsa identificação, feita por muitos teóricos dessa corrente econômica, 
entre dinheiro e riqueza. Com efeito, o forte protecionismo alfandegário e comercial, e 
a subordinação da economia das colônias à da metrópole, não tinham como fim último 
o desenvolvimento da manufatura nacional, mas como foi assinalada a maior 
acumulação possível de metais nobres (VASCONCELLOS; GARCIA, 2003). 
A economia clássica posterior, cujo principal representante foi Smith que 
preconizou, ao contrário, a livre atividade comercial e manufatureira em qualquer 
território de colônia ou metrópole já que, segundo seus princípios, a riqueza não se 
identificava com o simples acúmulo de reservas monetárias, mas com a própria 
produção de bens. No século XX, o economista britânico John Maynard Keynes 
retomou formulações do mercantilismo e afirmou a existência de similitudes entre sua 
própria teoria do processo econômico e a teoria mercantilista (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2003). 
É relevante destacar que independentemente das diversas análises 
econômicas a que foi submetido, o mercantilismo foi o instrumento que assegurou as 
condições econômicas e financeiras necessárias a garantir a expansão dos Estados 
absolutistas europeus. Entre os representantes do mercantilismo distinguiu-se o 
francês Jean-Baptiste Colbert, ministro da Fazenda de Luís XIV, de tal importância 
que seu nome serviu para se cunhar o termo porque é conhecida a variante francesa 
do mercantilismo, o colbertismo. Na Grã-Bretanha, além de Thomas Mun, 
sustentaram a mesma orientação James Stuart e Josiah Child, assim como na França 
 
 
 
 
8 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Jean Bodin e Antoine de Montchrestien. Em Portugal, as primeiras reformas do 
Marquês de Pombal revelam sua filiação à teoria mercantilista. 
 
1.2 FISIOCRACIA 
 
Conforme esta escola, apenas efetua trocas o homem que dispõe de produtos 
supérfluos (excesso sobre a subsistência), por meio dos quais virá a obter o que 
melhor lhe convier. Produção de subsistência significa pobreza homogênea, todos têm 
apenas o suficiente. O excesso de produção agrícola sobre as necessidades 
imediatas é que permitirá o desenvolvimento do comércio, a existência de artesãos e 
a organização governamental. É sempre excesso de bens em relação à subsistência, 
que assume a forma derivada de rendimento e (indiretamente) de tributos. 
Toda população viveria, em última análise, de produto agrícola apropriando-se 
dele em proporção variada, conforme sua posição na produção e nas relações de 
propriedade. Sendo, alguns pontos importantes: 
 - Os proprietários e o soberano apropriam de rendas fundiárias ou de renda 
fiscal. 
 - Os empresários viveriam do que Cantillon denominou “rendas incertas”. 
 - Os assalariados, de “renda certa”, estabelecida pelo custo de subsistência,ou por algo aproximado a preço de oferta da força de trabalho (abarcando o 
custo de reprodução da mão-de-obra e outros fatores). 
Para Quesnay, excedente é sempre excesso de produção sobre os custos 
diretos e indiretos de subsistência. Se subsistência é consumo de produtos agrícolas, 
o excedente é excesso de produção agrícola sobre insumos e subsistência. 
Finalmente, a teoria agrícola do excedente assenta-se na suposição de que apenas o 
trabalho agrícola é produtivo, no sentido de ser capaz de gerar excedente sobre os 
custos. 
 
Trabalho não agrícola = Estéril 
 
(..) o valor do produto manufaturado a custo de matérias-primas mais 
custo de remuneração do trabalho, seu preço final corresponderá 
necessariamente ao que foi incluído no processo. Em suma, o valor de 
produtos não-agrícolas equivale meramente às “despesas em 
encargos” (QUESNAY, 1758) 
 
 
 
 
 
 
9 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
As classes produtivas seriam aquelas cujos gastos fossem reproduzidos, por 
se beneficiarem de uma capacidade ativa da natureza. Classes estéreis seriam 
aquelas cujos gastos transformam a matéria, mas não reproduzem 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2003). 
Os fisiocratas preocupavam-se, notadamente, com o preço dos produtos 
agrícolas, que determinariam os rendimentos dos produtores e dos proprietários. Daí 
a atenção conferida à liberdade comercial e a organização do sistema tributário. O 
livre comércio sustentaria os preços, os tributos adequados seriam aqueles que não 
deprimissem a renda dos produtores e, em consequência, sua capacidade de efetuar 
adiantamentos. 
O objetivo do movimento fisiocrático é o livre comércio, admitindo-se que o 
preço de mercado livre é o da ordem natural. Nesta medida, tornam-se secundárias 
preocupações adicionais, parece suficiente admitir que o preço natural seja aquele 
determinado pela concorrência. 
As classes sociais consistem: 
 - Proprietários de terra: Inclui o soberano, os donos das terras e os 
cobradores dos dízimos. Esta classe subsiste pelo rendimento ou 
produto líquido que lhe é pago anualmente pela classe produtiva, depois 
que esta classe retirou antecipadamente da produção que ela faz 
renascer cada ano as riquezas necessárias para manter as suas 
riquezas de exploração. 
 - Classe produtiva: Segundo os fisiocratas, é a classe que faz renascer 
pelo cultivo da terra, as riquezas anuais da nação, que realiza os 
adiantamentos das empresas dos trabalhos da agricultura e que paga 
anualmente os rendimentos dos proprietários da terra. Encerram-se na 
dependência desta classe todos os trabalhos e todas as despesas feitas 
até a venda das produções em primeira mão, é por esta venda que se 
conhece o valor da produção anual das riquezas da nação. 
 - Classe estéril: Para os fisiocratas é estéril porque não produz 
excedente. É formada pelos cidadãos ocupados em outros serviços e 
trabalhos que não sejam os da agricultura, e suas despesas são pagas 
pela classe produtiva e pela classe dos proprietários, que retira, por sua 
vez, os seus rendimentos da classe produtiva, esta classe sobrevive dos 
gastos das duas classes anteriores (VASCONCELLOS; GARCIA, 2003). 
 
 
 
 
10 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Os equívocos dos fisiocratas, que coloca o grande erro em pensar que a 
economia política trata das riquezas, entendendo estas apenas como os bens 
materiais (por isso a única classe produtiva está ligada à agricultura, pois esta cria 
bens materiais). Por esta razão, a agricultura é considerada fecunda e a indústria não, 
mas a economia política deve estudar os produtos, visto que estes possuem valor. 
 
1.3 UTILITARISMO 
 
Uma grande parte da economia de beneficência é orientada pela visão utilitária 
da prosperidade, uma visão que dominou as bases da teoria econômica não clássica 
e os debates sobre filosofia moral. Nos fundamentos de sua estrutura, o utilitarismo 
encara um indivíduo como a expressão da utilidade, da satisfação, do prazer, da 
felicidade ou do desejo de realização (VASCONCELLOS; GARCIA, 2003). 
Quando se chega a uma ação, seja ao consumo de certo bem, a uma 
contribuição à caridade, a votação em algum candidato, se a gente vai ter filhos e, em 
caso afirmativo, quantos. Se isto aumenta a felicidade e a satisfação e, numa só 
palavra, a utilidade. Em sua essência, a utilidade se torna a medida da realização do 
nosso desejo, o denominador comum de tudo que queremos. A perspectiva utilitária 
parece ser muito persuasiva na definição da prosperidade da humanidade (HUNT, 
2005). 
 
 
O utilitarismo não pode prover, porém uma base consistente e coerente para a 
prosperidade. É possível afirmar que certos indivíduos possam preferir alguma soma 
de dor ou de miséria no seu caminho para metas mais elevadas, alguma coisa de 
valor que está acima e além de prazeres e desejos imediatos. Há muitos exemplos de 
sofrimentos pessoais na luta por algum objetivo mais alto: o estudante que passa 
noites em claro no seu esforço para fazer um exame crítico, o pesquisador, o artista, 
o atleta, todos eles renunciando a um prazer passageiro e um conforto para conquistar 
uma meta duradoura. 
Afinal, como é que se poderia considerar próspera numa sociedade 
se os membros de tal sociedade não estão felizes ou não têm os seus 
desejos atendidos dentro de uma perspectiva utilitária? 
 
 
 
 
11 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Uma pessoa pode aumentar sua utilidade geral ao suportar uma inutilidade 
transitória e trocá-la por uma prosperidade global mais definitiva. O utilitarismo não 
oferece um mecanismo pelo qual nós possamos estabelecer uma diferença entre o 
conjunto de ações que conduzem à prosperidade e aqueles que não conduzem 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2003). 
Hunt (2005) coloca que “se nós aderimos à paz, é porque ela promove o bem-
estar social. Se declaramos alguma guerra, isto também possivelmente acontece, 
porque com guerra chegamos a uma maior utilidade para preservar a nossa 
segurança nacional, do que com negociações ou alguma rendição ao oponente”. 
Sendo assim, qualquer ação é justificável quando se baseia no aumento de utilidade 
para as partes envolvidas. 
Neste sentido, as ideias de Adam Smith foram alvo de críticas, sendo de 
destacar o papel da crítica utilitarista, conforme descrito abaixo: 
 - Condillac: Apresenta uma teoria do valor fundada na utilidade, 
contrariamente aos economistas clássicos que o fundavam no trabalho. 
Este autor sugere que o valor das coisas advém da utilidade, o que torna 
um bem escasso é a dificuldade em produzi-lo. Portanto, como o nome 
indica a grande contribuição da crítica utilitarista foi exatamente fundar o 
valor na sua utilidade. 
 - Jeremy Bentham: O autor sugeriu uma forma de quantificar a utilidade 
em critérios: intensidade, duração, certeza, proximidade, fecundidade, 
pureza e extensão. 
 - Jean Baptiste Say: Conhecido como Say recusa-se a acreditar que a 
produção deva analisar-se como o processo pelo qual o homem prepara 
o objeto para o consumo. Segundo Say a produção realiza-se através 
do concurso de elementos, a saber: o trabalho, o capital e os recursos 
naturais. Tal como Adam Smith, considera o mercado essencial. 
Esta faceta é facilmente verificada quando Say afirma que os salários, os lucros 
e as rendas são preços de serviços, sendo determinados pelo jogo da oferta e da 
procura no mercado destes fatores. O autor acredita, contrariamente a Adam Smith, 
que não há distinção entre trabalho produtivo e trabalho não produtivo. 
Recorde-se que Adam Smith defendia que o trabalho produtivo era aquele que 
era executado com vista a fabricação de um objeto material, já Say defende "todos 
 
 
 
 
12 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
aqueles que fornecem uma verdadeira utilidade em troca dos seus salários são 
produtivos" 
 
1.4 ECONOMIA CLÁSSICA 
 
1.4.1 Adam Smith 
 
Apesar de ser considerada a primeira grande obra de economia política, na 
verdade o livro "Riqueza dasNações" é a continuação do primeiro da chamada "A 
Teoria dos Sentimentos Morais". A questão abordada em a riqueza é da luta entre as 
paixões e o espectador imparcial, ao longo da evolução da sociedade humana. 
Adam Smith adotava uma atitude liberal, apoiava o não intervencionismo. A 
desigualdade é vista por ele como um incentivo ao trabalho e ao enriquecimento 
(logicamente os pobres querem ficar ricos e atingir o padrão de vida das classes 
privilegiadas), sendo uma condição fundamental para que as pessoas se movam e 
tentem atingir níveis melhores de vida (MONTELLA, 2008). 
O problema desta análise é que, mesmo sendo elaborada a luz da ética, indica 
o não intervencionismo. Sendo assim, questiona-se como resolver o problema da 
justiça social e da equidade, e este passa a ser chamado progresso econômico por 
Adam Smith. 
 
1.4.2 Progresso econômico 
 
A riqueza das nações cresceria somente se os homens, por meio de seus 
governos que não inibissem este crescimento, concedendo privilégios especiais que 
iriam impedir o sistema competitivo de exercer seus efeitos benéficos. Na "Riqueza 
das Nações", especialmente o Livro IV, é uma crítica contra as medidas restritivas do 
sistema mercantil que favorecem monopólios no país e no exterior e a grande 
contribuição de Adam Smith para o pensamento econômico é exatamente a chamada 
"Teoria da Mão Invisível". 
A pessoa ao fazer alguma ação, não tem em mente o interesse geral da 
comunidade, mas sim o seu próprio interesse, neste sentido é egoísta. O que Adam 
Smith defende é que ao promover o interesse pessoal, o indivíduo acaba por ajudar 
na consecução do interesse geral e coletivo. 
 
 
 
 
13 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Dizia ele, que não é pela benevolência do padeiro ou do açougueiro que nós 
temos o nosso jantar, mas é pelo egoísmo deles, pois os homens agindo segundo seu 
próprio interesse é que permitem que todos se ajudem mutuamente. Neste caminho 
ele é conduzido e guiado por uma espécie de mão invisível. 
Adam Smith acreditava que ao conduzir e perseguir os seus interesses, o 
homem acaba por beneficiar a sociedade como um todo de uma maneira mais eficaz. 
Graças à mão invisível não há necessidade de fixar o preço, por exemplo, a inflação 
é corrigida por um reequilibro entre oferta e procura, que seria atingido e conduzido 
pela mão invisível. 
 
1.4.3 O Estado 
 
Segundo Adam Smith o Estado deve desempenhar as três funções de: 
 Manter a segurança militar. 
 Administrar a justiça. 
 Erguer e manter algumas instituições públicas. 
Para Adam Smith a intervenção do Estado em outros casos, além de inútil é 
também prejudicial. O comércio implica uma liberdade de circulação. Assim, podem-
se adquirir mais quantidades a menores preços no estrangeiro, essa liberdade deve 
ser procurada, nem que tal implique desigualdade. 
O progresso pode ser dividido nas etapas: a caça e a pré-feudal, a sociedade 
agrícola e a sociedade comercial. Sumarizando esta ideia, a passagem através de 
transformações na propriedade e quando atingida a sociedade comercial, só existem 
uma fonte de crescimento econômico com a divisão do trabalho. Adam Smith como 
se pode ver, é o pai da economia liberal, foi ele que lhe deixou os seus principais 
fundamentos, cujo expoente máximo é a chamada teoria da mão invisível. 
 
1.4.4 Melhor educação 
 
No segundo volume do livro “A Riqueza das Nações”, Adam Smith coloca que 
também as instituições de educação podem propiciar um rendimento suficiente para 
cobrir seus próprios gastos. O autor não estabelece que seja dever do Estado 
subsidiar educação gratuita aos cidadãos e apenas coloca que, se for o caso, 
infalivelmente será a pior educação possível. 
 
 
 
 
14 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
E também compara o ensino particular com o público, este último sendo 
exemplificado com o péssimo ensino de Oxford, universidade onde os professores 
tinham seu salário garantido, mesmo que sequer dessem aulas. Quando o professor 
não é remunerado à custa do que pagam os alunos. 
Nas palavras de Smith "o interesse dele é frontalmente oposto a seu dever, 
tanto quanto isto é possível”. " É negligenciar totalmente seu dever ou, se estiver 
sujeito a alguma autoridade que não lhe permite isto, desempenhá-lo de uma forma 
tão descuidada e desleixada quanto essa autoridade permitir". 
Sendo assim, mesmo um professor que tenha consciência do seu dever, irá se 
acomodar em seu projeto de ensino e pesquisa de acordo com suas conveniências, 
deixando de lado os parâmetros reais de interesse de seus alunos. 
 
1.4.5 Teoria de valor 
 
Na sua teoria Adam Smith menciona a teoria do valor-trabalho é o 
reconhecimento de que em todas as sociedades, o processo de produção pode ser 
reduzido a uma série de esforços humanos. 
O autor complementa que geralmente os seres humanos não conseguem 
sobreviver sem se esforçar para transformar o ambiente natural de uma forma que 
lhes seja mais conveniente. O ponto de partida de sua teoria foi enfatizado da seguinte 
maneira: o trabalho era o primeiro preço, o dinheiro da compra inicial que era pago 
por todas as coisas. Assim, o teórico afirmou que o pré-requisito para qualquer 
mercadoria ter valor era que ela fosse produto do trabalho humano (ROSSETI, 2000). 
Adam Smith conclui que o valor do produto era a soma de três componentes: o 
salário, os lucros e os aluguéis. Como os lucros e os aluguéis devem ser somados 
aos salários para a determinação dos preços, onde a teoria dos preços de Smith foi 
chamada de teoria da soma. Caracterizando uma soma dos três componentes básicos 
para o preço. 
Segundo Adam Smith havia uma distinção entre preço de mercado e preço 
natural. O preço de mercado era o verdadeiro preço da mercadoria e era determinado 
pelas forças da oferta e da procura. O preço natural era o preço ao qual a receita da 
venda fosse apenas suficiente para dar lucro, era o preço de equilíbrio determinado 
pelos custos de produção, mas estabelecido no mercado pelas forças da oferta e da 
procura. 
 
 
 
 
15 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Entre esses dois preços que era: o preço natural era o preço de equilíbrio 
determinado pelos custos de produção, mas estabelecido no mercado pelas forças da 
oferta e da procura. Havia dois grandes pontos fracos na teoria dos preços de Smith: 
primeiramente os três componentes dos preços os salários, lucros e aluguéis, eram 
eles próprios preços ou derivavam de preços, uma teoria que explica os preços com 
base em outros preços não pode explicar os preços em geral. Smith afirmava que o 
valor de uso e o valor de troca não estavam sistematicamente relacionados 
(WESSELS, 2010). 
O segundo grande ponto fraco da teoria dos preços baseados no custo de 
produção de Smith, segundo o autor era que a teoria levava a conclusões sobre o 
nível geral de todos os preços, ou em outras palavras, sobre o poder aquisitivo da 
moeda, e não aos valores relativos de diferentes mercadorias. A melhor medida do 
valor em sua opinião era quantidade de trabalho que qualquer mercadoria poderia 
oferecer numa troca. 
Dado o papel fundamental do trabalho no processo de formação de riqueza, 
Adam Smith defende que o valor de troca deveria ser igual ao salário, mas o que 
acaba por verificar é que o valor de troca é diferente do preço. 
 
 
 
Preço = Salário + Rendas + Lucro do Capital 
 
Dessa forma, Adam Smith faz uma distinção fundamental entre o preço natural 
e o preço de mercado: 
 Preço natural: O conteúdo em termos de remunerações, sem influência da procura. 
 Preço de mercado: Surge do confronto entre a procura e a oferta de curto prazo. 
Dessa forma, tanto o preço natural acaba por ser um preço referência. 
 
1.4.6 Teoria da repartição do rendimento 
 
Como é que isto podia acontecer? Uma vez que o trabalho criava a 
riqueza, e consequentemente o preço do bem, não deveria ser o preço 
apenas o valor do trabalho contido? Não. Pois, opreço de um bem, 
além de conter o salário, contém também o lucro do capital e a renda 
(WESSELS, 2010). 
 
 
 
 
16 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Em sua obra, Adam Smith afirma que o rendimento seria o somatório dos 
salários com os lucros e as rendas. Conforme mencionado: 
Rendimento = Salários + Lucros + Rendas 
Neste sentido, o autor coloca: 
 
 Quanto aos salários, deve-se diferenciar entre: Salário dos ocupados na produção 
deveria ser o mínimo necessário para a subsistência e evoluir com a economia. Adam 
Smith define trabalho produtivo como sendo aquele que tem influência direta na 
transformação dos bens materiais. Salário dos trabalhadores não produtivos 
consiste naquele trabalho que é impossível de vender. Como exemplo, Smith nos 
coloca os criados, os funcionários, e os produtores de serviços. 
 Lucro do capital: Consiste no adiantamento sobre o valor criado pelo trabalho, acaba 
por representar a remuneração devida ao capital em risco. 
 Renda fundiária: Seria a diferença entre o preço e a soma dos salários com os lucros 
que será paga ao proprietário. Resumidamente seria: 
Renda = Preço – (Salários + Lucros) 
 
1.4.7 David Ricardo 
 
O teórico David Ricardo nasceu em Londres, em 19 de abril de 1772. Era filho 
de um judeu holandês que fez fortuna na bolsa de valores, aos 14 anos começou a 
trabalhar no negócio do pai, para o qual demonstrou grande aptidão. Aos 21 anos 
rompeu relações com a família e se converteu ao protestantismo unitarista. Desta 
forma, deu continuidade as suas atividades na bolsa e em poucos anos acumulou 
riqueza o suficiente para se dedicar à literatura e à ciência, sobretudo matemática, 
química e geologia. 
Ricardo lendo as obras de Adam Smith, principal teórico da escola clássica com 
The Wealth of Nations (1776; A Riqueza das Nações), começou a interessar-se por 
economia. Sua primeira obra data de 1810: The High Price of Bullion, a Proof of the 
Depreciation of Bank Notes e mostra que a inflação que então ocorria se devia à 
política do Banco da Inglaterra, de não restringir a emissão de moeda. Um comitê 
indicado pela câmara dos comuns concordou com os pontos de vista de Ricardo, o 
que lhe deu grande prestígio (VASCONCELLOS; GARCIA, 2003). 
 
 
 
 
17 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Segundo Ricardo havia uma distinção entre a noção de valor e a noção de 
riqueza. O valor era considerado como a quantidade de trabalho necessária a 
produção do bem, contudo não dependia da abundância, mas sim do maior ou menor 
grau de dificuldade na sua produção. Já a riqueza era entendida como os bens que 
as pessoas possuem bens que eram necessários, úteis e agradáveis. O preço de um 
bem era o resultado de uma relação entre o bem e outro bem. 
O autor coloca que esse preço era representado por uma determinada 
quantidade de moeda, obviamente que variações no valor da moeda implicam 
variações no preço do bem e define o valor da moeda como a quantidade de trabalho 
necessária a produção do metal que servia para fabricar o numerário. Analiticamente, 
se o valor da moeda varia se, o preço do bem variava, mas o seu valor não. A teoria 
de David Ricardo é válida para bens reproduzíveis. Tal como Adam Smith, Ricardo 
admitia que a qualidade do trabalho contribuísse para o valor de um bem. 
A principal contribuição foi o princípio dos rendimentos decrescentes, devido a 
renda das terras. Tentou deduzir uma teoria do valor a partir da aplicação do trabalho. 
Outra contribuição foi à lei do custo comparativo, que demonstrava os benefícios 
advindos de uma especialização internacional na composição das commodities1 do 
comércio internacional. Este foi o principal argumento do livre comércio, aplicado pela 
Inglaterra, durante o século XIX, exportando manufaturas e importando matérias-
primas. 
 
1.4.8 Renda 
 
Ricardo coloca que a renda deveria ser tal de forma a que permitisse ao 
rendeiro a conservação do seu lucro à taxa de remuneração normal dos seus capitais. 
O seu peso no rendimento depende das condições de produção, pois quem trabalha 
em melhores condições paga mais renda, e na realidade quem acabava por pagar 
esta renda, era o consumidor final. 
Esta é uma grande diferença relativamente a Adam Smith, pois ele acreditava 
que a renda era a diferença entre o rendimento e o somatório dos salários e dos lucros 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2003). 
 
 
1 Commodities são produtos "in natura", cultivados ou de extração mineral, que podem ser estocados 
por certo tempo sem perda sensível de suas qualidades, como soja, trigo, prata ou ouro. 
 
 
 
 
18 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
1.4.9 Salário 
 
Para Ricardo o trabalho era visto como uma mercadoria. Há a distinguir duas 
noções de preços, a saber: 
 Preço de mercado: Salário é determinado pelo jogo de mercado e pelas forças 
da procura e da oferta. 
 Preço natural: Salário que permitia subsistir e reproduzir sem crescimento nem 
diminuição. 
Ricardo colocava que o preço natural não é constante, pois ele varia de acordo 
com o caso específico dos países, das épocas, ou seja, depende do ambiente em que 
se esteja inserido. Este preço tende a elevar-se, por exemplo, se podemos colocar o 
fato de o bem-estar passar a incluir objetos que antes eram considerados de luxo e 
que devido ao progresso tecnológico e social, tornam-se mais acessíveis. 
Neste sentido, Ricardo argumenta sobre as duas situações podem ocorrer: 
 Se o preço de mercado for maior que o preço natural: Existirá a tendência a 
viver melhor, e com mais condições de vida. Este fato levará a uma tendência 
para uma maior reprodução. Com a reprodução subirá a população. Essa 
subida da população levará a um aumento do número de trabalhadores (um 
aumento da procura de trabalho) e os salários praticados acabarão por descer 
para o nível do preço natural. 
 Se o preço natural for superior ao preço de mercado: A qualidade de vida das 
populações será menor, estabelecendo-se um raciocínio antagônico ao 
anterior, isto é, tendência para a menor reprodução, o que baixará a procura 
de trabalho. Essa diminuição da procura de trabalho levará a uma subida dos 
salários. 
 
1.4.10 Lucros 
 
Adam Smith considerava rendas eram a diferença entre o rendimento e os 
salários mais os lucros. Já David Ricardo estabelece que os lucros sejam a diferença 
entre o rendimento e os salários mais as rendas. Por exemplo, um agricultor que 
detém o capital, guarda o lucro que é o que sobra depois de pagos as rendas e os 
salários. Caso este agricultor seja proprietário das terras, ganha o lucro e a renda. 
Considerando que as rendas são fixas, a lucratividade torna-se cada vez mais 
 
 
 
 
19 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
importante, enquanto os salários tornem-se mais baixos. Sendo assim, Ricardo 
estabelece a noção do lucro ser um fenômeno inerente à luta de classes (ROSSETTI, 
2000). 
 
1.4.11 Teoria do crescimento 
 
Para Ricardo o crescimento depende da acumulação de capital, logo, depende 
da sua taxa de crescimento, isto é, do lucro. E a existência de uma taxa de lucro 
elevada, implica um maior crescimento econômico que, posteriormente levará a 
existência de uma poupança mais abundante, que permitirá a sua canalização para o 
investimento (WESSELS, 2010). 
O desenvolvimento econômico é assegurado pelo aumento do emprego e 
também pela melhoria das técnicas de produção e já o comércio tem pouca 
importância no crescimento econômico, contudo deixar de ser necessário. A sua 
importância é explicada pela teoria das vantagens comparativas, pois o comércio 
permite com a maior exportação, possamos importar mais e mais barato. Por isto, o 
comércio é importante para representar um papel muito relevante para o crescimento 
econômico (VASCONCELLOS; GARCIA, 2003). 
Ricardo argumenta que enquanto houver a evolução da taxa de lucro, o 
crescimento estará garantido. Por outro lado, lucro depende de outrasvariáveis, tais 
como salários e rendas e, desta forma, começa-se a perceber uma das contradições 
do capitalismo, que foi explorada por Marx. 
O raciocínio de Ricardo parte da premissa que o mundo apresenta uma 
tendência para a expansão. Esta expansão tem consequência no crescimento 
demográfico, que levará ao cultivo de novas terras, menos férteis. Como mais terras 
são cultivadas, irá se verificar uma diferenciação no pagamento das rendas para as 
terras mais ou menos férteis. Como as rendas aumentam fruto da subida do preço 
das rendas das terras mais férteis, obviamente o lucro diminuirá (MONTELLA, 2008). 
Ricardo explica esta tendência para a baixa da taxa de lucro de uma outra 
forma. A acumulação de capital leva ao crescimento da população (por exemplo, com 
a existência de uma melhoria das condições de vida, haverá uma maior tendência 
para a procriação). Isso levará a um aumento da procura de trabalho, que levará a 
uma elevação do nível de salário (péssimas condições de vida), existindo a 
necessidade de se aumentar a produção. 
 
 
 
 
20 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Este aumento da produção é obtido com a utilização de terras menos férteis, o 
que, como vimos anteriormente, levará a uma subida das rendas. O lucro irá 
obviamente descer, e se o preço dos produtos agrícolas sobe isto irá se repercutir no 
salário que também irá crescer. Concluindo, tenha-se mais um fator que relaciona a 
tendência para a baixa da taxa de lucro. 
Quanto maior for à taxa de lucro, menor será a apetência para o investimento. 
Mais cedo ou mais tarde, o rendimento nacional parará de crescer, atingindo-se uma 
fase estacionária. Ricardo encontrou duas formas de retardar isto: 
 Importação de produtos agrícolas: Importação de produtos agrícolas, para 
impedir que o preço suba e consequentemente os salários e as rendas 
aumentem. 
 Aumento da produtividade agrícola: Com a mecanização e novas descobertas 
que teria um efeito perverso, o desemprego que é minimizado por Ricardo. 
 
1.5 TEORIA MARXISTA 
 
Partindo da teoria do valor de David Ricardo, Karl Marx afirmou que o valor de 
um bem é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para sua 
produção. Segundo Marx, o lucro não é realizado pela troca de mercadorias, pois 
estas são trocadas geralmente por valor equivalente, mas sim em sua produção. 
Partindo disso, Marx coloca que os trabalhadores não são pagos pelo valor 
correspondente a seu trabalho, mas só o necessário para sua sobrevivência. Este é o 
famoso conceito da mais-valia, que pode ser definido pela diferença entre o valor 
incorporado a um bem e a remuneração do trabalho que foi necessário para sua 
produção. Para o teórico, não é essa a característica principal do capitalismo, mas sim 
a apropriação dessa mais-valia. 
E foi a partir dessas considerações que Marx elaborou sua crítica do 
capitalismo numa obra que transcendeu os limites da economia e se tornou uma 
reflexão geral sobre o homem, a sociedade e a história e o capital. 
 
1.5.1 Teoria do Valor de Marx 
 
Karl Marx alterou alguns fundamentos estabelecidos na economia clássica, 
defendendo que há uma distinção entre valor de uso e valor de troca: 
 
 
 
 
21 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
 Valor de uso: É a utilidade que o bem proporciona à pessoa que o possui. 
 Valor de troca: Exige um valor de uso, mas não depende dele. 
Assim como Ricardo, Marx acreditava que o valor de troca depende da 
quantidade de trabalho utilizada, que é considerada como a quantidade socialmente 
necessária. Porém, essa quantidade gasta em média na sociedade, variará entre 
sociedades distintas. 
Karl Marx, defendia a teoria da exploração do trabalhador e dizia que só o 
trabalho dava valor as mercadorias, a “mais valia”. Marx colocava que equipamentos 
e outros insumos, não geravam valor, pois eram transmitidos apenas parte do seu 
valor as mercadorias, desta forma, não contribuindo para a formação de valor. Em 
contrapartida, o homem através do seu trabalho fazia com que as matérias-primas e 
os equipamentos transmitissem o seu valor ao bem final, e ainda por cima criava valor 
acrescentado. 
Segundo Marx, o que ocorre é uma apropriação do fruto do trabalho. Para ele, 
não pode ser considerado um roubo por parte do capitalista, pois se recebe por aquele 
trabalho, o valor é formado tendo em conta o seu custo em termos de trabalho, sendo 
que o capitalista se apropria da mais valia pela utilização do seu capital. 
Marx afirmava que a força de trabalho era transformada em mercadoria e que 
o valor de força de trabalho corresponde ao socialmente necessário. O grande 
problema é definir qual é o valor do socialmente necessário. É fato, que o 
trabalhador recebe é o salário de subsistência, que é o mínimo necessário para se 
manter a reprodução do trabalho. 
Marx colocava que apesar de receber salário, o trabalhador acaba por gerar 
um valor agregado durante o processo produtivo, ou seja, fornece mais do que custa 
e esta é a diferença que Marx chama de mais valia. 
Como dito anteriormente, a mais valia não pode ser considerada roubo, pois é 
resultado da propriedade dos meios de produção. Tanto capitalistas quanto 
proprietários, buscam aumentar os seus rendimentos reduzindo o rendimento dos 
trabalhadores e este o ponto da grande crítica de Marx a exploração da força de 
trabalho pelo capital. Ou seja, a crítica marxista é a essência do capitalismo, que 
reside precisamente na exploração da força de trabalho pelo produtor capitalista, e 
que de acordo com Marx, um dia levará a revolução social. 
 
 
 
 
 
22 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
1.5.2 Subordinação da classe trabalhadora 
 
Karl Marx defende que o trabalhador é a origem do valor. Existe, uma tendência 
para o empobrecimento do trabalhador, pois a oferta do trabalho depende da 
evolução demográfica, da procura do capital investido e também do progresso. 
O progresso técnico é inerente ao capitalismo e com ele a procura de trabalho 
tende a diminuir. Marx diz também que a baixa na procura do trabalho não leva a 
diminuições sucessivas do trabalho, pois os sindicatos não o permitem, os operários 
são reduzidos a miséria porque não podem trabalhar. 
Em um primeiro momento, o pensamento marxista é bem formulada e inegável 
afirmar que, além de todas as vantagens produtivas que o progresso traz, ele costuma 
também gerar uma queda na quantidade de vagas de trabalho. 
Deve-se levar em consideração que o progresso técnico também cria novas 
vagas de trabalho, ou seja, com o progresso técnico aparecem novos postos de 
trabalho que antes não existiam. Obviamente, que isto criará um empecilho aos 
trabalhadores que são menos qualificados, pois terão que atualizar-se para poderem 
competir no mercado de trabalho. 
 
1.5.3 Tendência para a diminuição da taxa de lucro 
 
De acordo com Marx, a taxa de lucro era o raciocínio da mais valia, se a 
tendência do capitalista é a acumulação de capital, isto implicaria um aumento de X 
(derivado da inovação tecnológica utiliza-se cada vez mais máquinas, logo, sobe o 
peso do capital constante). Ora aumentando X, facilmente se vê que a taxa de lucro 
desce. 
Para Marx este movimento pode ser contrariado pela exploração da força de 
trabalho, logo um aumento da taxa de lucro. Esta análise está fortemente 
condicionada pela análise do valor que Marx faz. Na sua teoria, apenas a força do 
trabalho cria valor, pois o restante capital (meios de produção) apenas o transmite. 
Seguindo esta lógica, há uma tendência para a redução da taxa de lucro. O que Marx 
não leva em consideração é que o progresso tecnológico reduz os custos dessa 
mesma tecnologia. 
Segundo Marx também não leva em consideração em suas análises quais os 
efeitos da crescente produtividade. Se mantenha a mesma força de trabalho, esta 
 
 
 
 
23 
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ECONOMIA 
mesma quantidade de trabalho gera mais valor, através do aumento de sua 
produtividade,isso implica que a mais valia também aumentará. Sendo assim, não há 
uma tendência para a redução da taxa de lucro e surge uma tendência para o aumento 
da taxa de lucro (ROSSETTI, 2000). 
O raciocínio de Marx, caso não tomássemos em consideração os efeitos do 
crescimento da produtividade, está completamente certo. Com o aumento da 
produtividade, eleva-se a mais valia de cada trabalhador e o progresso tecnológico 
reduz os custos de produção. Sendo assim, tenha-se que a tendência do sistema 
capitalista é a elevação da taxa de lucro, de duas formas: 
 Aumento da mais valia: Devido ao aumento da produtividade. 
 A diminuição dos custos do capital constante: Devido ao progresso tecnológico. 
 
1.5.4 Poder monopolista 
 
Sabendo que a tendência do capitalista é a acumulação, há uma tendência para 
a redução dos preços e se os preços baixam algumas empresas não terão como 
produzir, pois não gerarão lucro com preços baixos e como não podem produzir, tende 
a desaparecer (HUNT, 2005). 
Desta maneira, com o desaparecimento de empresas que não são 
competitivas, o setor tende a concentrar-se em poucas empresas que conseguem 
acompanhar o nível de preços praticados e gerando lucro. De acordo com Marx, existe 
uma contradição no fato de se perder a essência do capitalismo, à medida que a 
concentração aumenta, a concorrência diminui. 
Neste ponto, Marx tem toda a razão, comenta que o progresso tecnológico, faz 
com que os custos de produção das empresas sejam reduzidos consideravelmente, 
baixando os custos de produção e as empresas podem praticar preços de venda 
menores. 
Assim, as empresas que não conseguem se adequar a realidade tecnológica 
e, sobretudo, capital para acompanhar as inovações tecnológicas, serão obrigadas 
a encerrar suas atividades. Complementando este pensamento, a tendência do 
capitalismo é a concentração, isto porque nem todas as empresas conseguem se 
adequar ao processo de inovação e a redução dos custos de produção. 
 
 
 
 
24 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Marx apontou as quatro grandes contradições do sistema capitalista. Porém, 
deve-se levar em consideração, em qualquer análise que se faça de qualquer trabalho 
ou ideia, a realidade atual. 
Neste sentido, quando se fala destas quatro contradições, Marx falha ao não 
inferir que o processo de inovação também cria novos empregos, mesmo que sejam 
apenas para os mais qualificados. Outro ponto é que na sua análise da tendência 
para a redução da taxa de lucro, que foi fortemente influenciada pela noção da teoria 
de valor, onde o mesmo não considerou os efeitos do progresso tecnológico. 
O uso da força de trabalho é o trabalho que deve ser útil para realizar valores 
de uso. Este processo de trabalho é composto por: atividade do homem, objeto de 
trabalho e meios de trabalho. Uma matéria-prima é um objeto já trabalhado e o que 
distingue uma época econômica de outra são os meios de trabalho, verificando-se que 
a quantidade de mão-de-obra diminui com a evolução dos meios (ROSSETI, 2000). 
O capital compra o valor de uso da força de trabalho, sendo que esta lhe 
pertence. Entretanto, o capital não produzirá apenas algo útil, pois o objetivo principal 
é a mais valia, ou seja, que o valor do produto final ultrapasse o dos insumos 
necessários para produzir. 
Assim, o valor desta mercadoria é determinado pelo chamado tempo 
socialmente necessário à sua produção, pois se for utilizado mais tempo ou os 
insumos forem mais caros, o dono do capital estará perdendo dinheiro. Na opinião de 
Marx, apenas o trabalho humano gera valor, ou seja, máquinas e matérias-primas não 
geram valor, apenas o transferem quando são trabalhadas pelo homem. 
 
1.5.5 Como se forma a mais valia 
 
O detentor do capital comprou a força de trabalho por um valor, este que 
permite a subsistência do trabalhador, a sua reprodução, instrução, manutenção e que 
varia de acordo com a sociedade em que se está inserido. Assim, o capitalista passa 
a ser proprietário de uma mercadoria com o seu valor de uso, depois criando nesta 
mercadoria um valor superior ao que ela vale. 
Assim, chamado de sobre trabalho, ou seja, tempo extra que o detentor do 
capital tenta postergar ao máximo e não é pago que é criada a mais valia. Neste 
sentido, a mais valia surge do fato do funcionário trabalhar além do que o socialmente 
necessário e deste excedente não pago que o capitalista se apropria. Marx coloca que 
 
 
 
 
25 
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a produção da mais valia não é maior que a produção de valor prolongada para além 
de certo ponto. 
Se o processo de trabalho só durar até ao ponto em que o valor da força de 
trabalho paga pelo capital é substituído por um novo equivalente, haverá simples 
produção de valor, quando ultrapassar este limite haverá produção de mais valia 
(HUNT, 2005). 
 
1.5.6 Taxa de mais valia 
 
Acabada a produção obtemos uma mercadoria igual a c+v+p (sendo c o capital 
constante, v a capital variável, e p a mais valia). A mais valia proporcional (relação de 
quanto ganhou em valor a capital variável) é nos dada pela relação da mais valia com 
a capital variável (p/v), esta é a taxa de mais valia. 
Para Marx, a parte do dia em que o trabalhador produz o valor da sua força de 
trabalho é menor ou maior consoante o valor da sua subsistência diária e o autor 
define “tempo de trabalho necessário à parte do dia em que se realiza a reprodução 
da sua força de trabalho, e trabalho necessário ao trabalho despendido neste tempo, 
necessário para o trabalhador e para o capitalista”. 
Sendo assim, conclui-se que o período extra não constituiu nenhum valor para 
o operário, mas é essencial ao capitalista, o que Marx chama de sobre trabalho. Para 
Marx as diferentes formas econômicas da sociedade, apenas se distinguem pela 
forma como este sobre trabalho é imposto. A taxa de mais valia pode também ser 
sobre trabalho/trabalho necessária sendo, a “expressão exata do grau de exploração 
da força de trabalho pelo capital”. A soma do trabalho necessário com o sobre trabalho 
constituiu o dia de trabalho. 
 
1.5.7 Capital constante e capital variável 
 
Para Marx importa distinguir entre dois tipos de capital: 
 Capital constante: Capital investido em meios de produção, constante porque 
o seu valor não muda no processo produtivo. 
 Capital variável: Capital investido na força de trabalho, variável porque produz 
um valor diferente consoante a intensidade da sua utilização. 
 
 
 
 
26 
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Os meios de produção só transmitem valor na medida em que perdem valor, 
ou seja, não podem acrescentar ao produto mais do que possuem, Marx defini como 
capital constante que sendo condição de criação de mais valia, não produz per si mais 
valia. 
Por outro lado, o autor coloca que o trabalho conserva e transmite o valor dos 
meios de produção ao produto. Reproduz o seu próprio equivalente e, além disso, 
gera uma mais valia engendrada no trabalho extra que pode ser maior ou menor 
consoante a sua duração. A mais valia depende do grau de exploração da força de 
trabalho. 
Sendo a taxa de mais valia dada por (sobre trabalho/trabalho necessário) ela 
não nos daria de forma nenhuma reciprocamente a grandeza do dia de trabalho. Se a 
taxa de mais valia fosse de 100% apenas nos indicaria que as duas partes do dia 
eram iguais, não nos indicaria o tempo de cada uma dessas partes. 
 
1.5.8 Dia de trabalho não é fixo e possui um limite 
 
Teoricamente o limite mínimo é o tempo em que o trabalhador opera para a 
sua conservação, contudo no modo de produção capitalista o trabalho necessário 
nunca pode formar mais do que uma parte do dia de trabalho, e o dia de trabalho não 
pode ser reduzido a este mínimo. 
O dia possuiu um limite máximo, que é duplamente determinado, por um lado 
fisicamente (o homem tem necessidades a satisfazer e limitação, precisando de se 
manter apto para o trabalho), por outro moralmente (o homemprecisa de tempo para 
satisfazer necessidades intelectuais, sociais, dentre outras). 
Marx coloca que tais limites, variam de sociedade para sociedade e são muito 
elásticos, mas “o capitalista tem a sua maneira de ver sobre este último limite 
necessário do dia de trabalho”. Há, os interesses antagônicos quanto a duração do 
dia de trabalho, podendo cada lado invocar as suas razões. 
A luta entre as duas facções é secular, sendo muitas as tentativas de regular o 
mercado de trabalho que desenfreiam a paixão desordenada do capital na absorção 
do trabalho, impondo limitação oficial ao dia de trabalho. Nomeadamente depois dos 
“Factory Acts” na Inglaterra foram nomeados inspetores para verificar a aplicação 
dessas leis, podendo-se ler algumas das conclusões (alguns casos terríveis) a que 
eles chegaram (ROSSETTI, 2010). 
 
 
 
 
27 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Mesmo com as limitações ao dia de trabalho, coloca que o capitalista sempre 
achou forma de contorná-las, permitindo manter à tão desejada mais valia e até 
mesmo aumentá-la. Uma dessas formas era é a exploração das horas dedicada as 
pausas (retirando pequenas partes destinadas ao repouso do trabalhador, em que 
esta final continua a laborar). Tais situações, como os próprios inspetores 
reconheceram são difíceis de detectar e combater “os inspetores deparam-se com 
dificuldades quase invencíveis para comprovar os delitos e estabelecer as respectivas 
provas”. 
Uma das outras formas era exploração da mão-de-obra infantil, o que 
obviamente era mau para a saúde dos jovens e tem reflexos para as gerações futuras 
que serão cada vez mais fracas. Marx em “O Capital” é fértil em mostrar estas 
situações, com depoimentos, mostrando também a insipiência de muitas das 
respostas dadas pelos capitalistas (HUNT, 2005). 
Outros autores concordam com Marx e dão ênfase a outras formas de 
exploração pelo “capitalista incipiente”, como o sistema de turnos. Nesta situação são 
muitos os exemplos que demonstram que o capitalista não ficava a perder. Por 
exemplo, em um dia de 8 horas, 4 de manhã e 4 à tarde. Porém, nesses descansos o 
trabalhador ficava a trabalhar e acabava por entrar mais cedo, ou então era obrigado 
a permanecer no local de trabalho e obviamente por necessidade e dependência, 
sempre que lhe pedissem para trabalhar mais, ele aceitava. 
 
1.6 TEORIA KEYNESIANA 
 
No conturbado período, assim argumentado por Pinho e Vasconcellos (2003) 
entre as duas grandes guerras, as obras de John Maynard Keynes (1883-1946), 
romperam a tradição neoclássica e apresentaram um programa de ação 
governamental para a promoção do pleno emprego2. Foi tal o impacto produzido, que 
a atuação de Keynes e de seus continuadores passou a ser chamada de “Revolução 
Keynesiana”. 
Keynes foi um conselheiro de vários governos da Inglaterra e participou de 
importantes conferências internacionais durante a “Segunda Guerra Mundial”. Em 
1943 criou o Plano Keynes para estabilização internacional das moedas. Terminada 
 
2 Pleno emprego: refere-se ao uso eficiente da totalidade dos recursos produtivos, descontada uma 
taxa natural de desemprego. 
 
 
 
 
28 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
a Guerra, participou ativamente dos trabalhos de criação do Fundo Monetário 
Internacional (FMI) e do Banco Internacional para a Reconstrução e o 
Desenvolvimento (BIRD). 
Keynes interessou-se pelos problemas da instabilidade em curto prazo, e 
procurou determinar as causas das flutuações econômicas e os níveis de renda e de 
emprego em economias industriais. Marx, por sua vez, também se aproximara das 
preocupações de Keynes, mas não se aprofundara do assunto, talvez por acreditar 
na queda inevitável do capitalismo. 
Keynes colocou em dúvida as pressuposições dos neoclássicos, bem como 
preocupações com o longo prazo. Considerou os problemas dos grandes agregados 
em curto prazo, e esforçou-se no sentido de contestar a condenação marxista ao 
capitalismo: este poderia ser preservado em sua parte essencial, se reformas 
oportunas fossem calculadas, já que um capitalismo não regulado mostrara-se 
incompatível com a manutenção do pleno emprego e da estabilidade econômica. 
Keynes criticou a lei de Say e inverteu a perspectiva de exame da moeda em 
movimento “gasta”, reinterpretou a taxa de juro, analisou a poupança e o consumo, 
estudou sob novo enfoque a determinação do investimento e o equilíbrio agregativo, 
atribuiu papel ativo à política fiscal, defendendo déficits públicos. Alguns autores 
socialistas têm criticado Keynes por haver recomendado políticas econômicas que, 
além de aumentar a inflação, não provocam a elevação do poder aquisitivo dos 
trabalhadores, apenas estimulam o consumo das classes dominantes. 
Apesar de muito criticada, a obra de Keynes estimulou o desenvolvimento de 
estudos não apenas no campo da economia, mas também em áreas afins. Na área 
da renda, emprego e a teoria monetária, as contribuições pós-keynesianas têm 
provocado verdadeiro impacto sobre a evolução do pensamento econômico 
contemporâneo. 
Na área da flutuação e do desenvolvimento econômico são geralmente 
considerados pós-keynesianos os autores que se têm se interessado especialmente 
pela procura agregada e que contribuem no sentido de tornar dinâmica a análise de 
Keynes. 
Na área da ciência econômica, não tenha surgido uma obra econômica que 
se provoca impacto semelhante ao da “teoria geral do emprego, do juro, e da moeda” 
de Keynes, em 1936. Muito menos ideias que revolucionassem intensamente a 
 
 
 
 
29 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
maneira de considerar os problemas econômicos, políticos, sociais e culturais, tal 
como aconteceu no keynesiano. 
Mais de meio século já decorreu desde obra de Keynes revolucionou o mundo 
econômico, sem que outra “teoria geral” e outro autor se impusessem com tanta força, 
nem mesmo no momento atual, quando o próprio keynesiano começa a refluir diante 
da escala do neoliberalismo, em suma a grande influência do Keynesianismo 
permanece insuperável na teoria econômica. 
 
1.7 CARACTERIZAÇÃO 
 
Em nosso cotidiano, seja nos jornais, no rádio e na televisão, deparamos com 
inúmeras questões econômicas, como: 
 Aumentos de preços; 
 Períodos de crise econômica ou de crescimento; 
 Desemprego; 
 Setores que crescem mais do que outros; 
 Diferenças salariais; 
 Crises no balanço de pagamentos; 
 Vulnerabilidade externa; 
 Valorização ou desvalorização da taxa de câmbio; 
 Dívida externa; 
 Ociosidade em alguns setores de atividade; 
 Diferenças de renda entre as várias regiões do país; 
 Comportamento das taxas de juros; 
 Déficit governamental; 
 Elevação de impostos e tarifas públicas. 
A palavra economia vem do grego oikos (casa) e nomos (norma, lei). No sentido 
original, seria a “administração da casa”, que pode ser generalizada como 
“administração da coisa pública”. 
Economia, assim argumentado por Vasconcellos (2008), pode ser definida 
como a ciência social que estuda como indivíduo e a sociedade decidem utilizar 
recursos produtivos escassos, na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-
 
 
 
 
30 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com a finalidade de satisfazer às 
necessidades humanas. 
A Economia estuda, pois, a relação que os homens têm entre si na produção 
dos bens e serviços necessários à satisfação dos desejos e aspirações da sociedade. 
Ocorre que as necessidades humanas são infinitas ou ilimitadas. Isto porque o 
ser humano, pela sua própria natureza, nunca está satisfeito com o que possui e 
sempre deseja mais coisas. 
Por outro lado, os recursos produtivos (ou fatores de produção) que a 
sociedade conta para efetuar a fabricação de bens e serviços (a extensão de terra 
agriculturável e demais recursos naturais, o volume de mão de obra disponível para o 
trabalhoe a quantidade de máquinas e equipamentos que a sociedade possui) tem 
caráter finito ou limitado. 
Há, portanto, uma contradição. Os desejos e necessidades da sociedade são 
ilimitados e os recursos para efetivar-se a produção dos bens e serviços que devem 
atendê los são limitados. 
Isto nos leva à seguinte proposição: por mais rica que a sociedade seja (por 
mais recursos produtivos de que disponha), os fatores de produção serão sempre 
escassos para efetivar a fabricação de todos os bens e serviços que essa mesma 
sociedade deseja. Ou seja, ela terá́ que efetuar escolhas sobre quais os bens e 
serviços deverão ser produzidos, da mesma forma que o cidadão comum, contando 
com um salário de determinado valor, não pode naturalmente consumir todos os bens 
e serviços que deseja, devendo escolher entre eles quais poderá́ adquirir e que 
estejam ao alcance de sua renda. 
Desse modo, trata-se de uma ciência social, já que objetiva atender às 
necessidades humanas. Contudo, depende de restrições físicas, provocadas pela 
escassez de recursos produtivos ou fatores de produção (mão-de-obra, capital, terra, 
matérias-primas). Pode-se dizer que o objetivo da ciência econômica é a questão 
da escassez, ou seja, como economizar recursos. 
A escassez surge em virtude das necessidades humanas ilimitadas e da 
restrição física de recursos. Afinal, o crescimento populacional renova as 
necessidades básicas, o contínuo desejo de elevação do padrão de vida (que 
poderíamos classificar como uma necessidade social de melhoria de status) e a 
evolução tecnológica fazem com que surjam novas necessidades (computador, 
freezer, celular, dentre outros). Nenhum país, mesmo os países ricos, são 
 
 
 
 
31 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
autossuficientes, em termos da disponibilidade de recursos produtivos, para satisfazer 
a todas as necessidades da população. 
Se não houvesse escassez de recursos, ou seja, se todos os bens fossem 
abundantes (bens livres), não haveria necessidade de estudarmos questões como 
inflação, crescimento econômico, déficit no balanço de pagamentos, desemprego e 
outros agregados econômicos. Estes problemas provavelmente não existiriam a 
necessidade nem a necessidade de se estudar economia. 
Todas as sociedades, segundo Vasconcellos (2007) qualquer que seja seu tipo 
de organização econômica ou regime político, são obrigadas a fazer opções, escolhas 
entre alternativas, uma vez que os recursos não são abundantes. Elas são obrigadas 
a fazer escolhas sobre: 
 O que e quanto produzir: A sociedade deve decidir se produz mais bens de 
consumo ou bens de capital, ou, como num exemplo clássico: quer produzir 
mais canhões ou mais manteiga? Em que quantidade? Os recursos devem ser 
dirigidos para a produção de mais bens de consumo, ou bens de capital? 
 Como produzir: Trata-se de uma questão de eficiência produtiva, como serão 
utilizados métodos de produção capital-intensivos? Ou mão-de-obra 
intensivos? Esta decisão depende da disponibilidade de recursos de cada país. 
 Para quem produzir: A sociedade deve decidir quais os setores que serão 
beneficiados na distribuição do produto, tais como: trabalhadores, capitalistas 
ou proprietários de terra? Agricultura ou indústria? Mercado interno ou mercado 
externo? Ou seja, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada pela 
atividade econômica. 
Um sistema econômico pode ser definido como a forma política, social e 
econômica pela qual está́ organizada uma sociedade. É um particular sistema de 
organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as 
pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar. 
Os elementos básicos de um sistema econômico são: 
 Estoque de recursos produtivos ou fatores de produção: aqui se incluem os 
recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o capital, a terra, as 
reservas naturais e a tecnologia; 
 complexo de unidades de produção: constituído pelas empresas; 
 Conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais: que são a 
base da organização da sociedade. 
 
 
 
 
32 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Os sistemas econômicos podem ser classificados em: 
a) Sistema capitalista ou economia de mercado. É regido pelas forças de 
mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de 
produção; 
b) Sistema socialista ou economia centralizada ou, ainda, economia 
planificada. Nesse sistema as questões econômicas fundamentais são resolvidas por 
um órgão central de planejamento, predominando a propriedade pública dos fatores 
de produção, chamados nessas economias de meios de produção, englobando os 
bens de capital, terra, prédios, bancos, matérias-primas. 
Os países organizam-se segundo esses dois sistemas, ou alguma forma 
intermediaria entre eles. 
Pelo menos até́ o inicio do século XX, prevalecia nas economias ocidentais o 
sistema de concorrência pura, em que praticamente não havia a intervenção do 
Estado na atividade produtiva. Era a filosofia do Liberalismo, que será́ discutida mais 
adiante. 
Principalmente a partir de 1930, passaram a predominar os sistemas de 
economia mista, nos quais ainda prevalecem as forças de mercado, mas com a 
atuação complementar do Estado, seja na produção de bens públicos, nas áreas de 
educação, saúde e saneamento, justiça, defesa nacional etc., seja induzindo 
investimentos do setor privado, principalmente para setores de infraestrutura, como 
energia, transportes, comunicações. 
Em economias de mercado, a maioria dos preços dos bens, serviços e salá- 
rios é determinada predominantemente pelo mecanismo de preços, que atua por meio 
da oferta e da demanda de bens e serviços e dos fatores de produção. Nas economias 
centralizadas, essas questões são decididas por um órgão central de planejamento, a 
partir de um levantamento dos recursos de produção disponíveis e das necessidades 
do país. Ou seja, grande parte dos preços dos bens e serviços, salários, cotas de 
produção e de recursos é calculada nos computadores desse órgão, e não pela oferta 
e demanda no mercado. 
Após o fim da chamada “Cortina de Ferro”, ao final dos anos 1980, mesmo as 
economias ainda guiadas por governos comunistas, como Rússia e China, tem aberto 
cada vez mais espaço para atuação da iniciativa privada, caracterizando um 
“socialismo de mercado” ou “capitalismo de estado”, com regime político comunista, 
mas economia de mercado. 
 
 
 
 
33 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
 Provavelmente, talvez apenas Cuba e Coreia do Norte sejam os únicos 
remanescentes de um tipo de economia completamente centralizada. 
 
1.7.1 Escassez e escolha individual 
 
Para os autores Hall e Lieberman (2003), basta pensar um pouco em sua 
própria vida em suas atividades rotineiras, nos bens que você possui e aprecia, no 
ambiente em que vive. Há algo que você já tenha no momento e que gostaria de ter? 
Algo que você já tenha, mas gostaria de ter em maior quantidade? Se a sua resposta 
for “não”, parabéns! A vasta maioria, no entanto, sente a pressão das restrições ao 
padrão material de viver. Esta verdade encontra-se no coração da economia e pode 
ser reescrita da seguinte maneira: todos os indivíduos enfrentaram o problema da 
escassez. 
 À primeira vista, pode parecer que você sofre de uma infinita variedade de 
carências. São tantas as coisas que você gostaria de ter exatamente agora uma sala 
ou apartamento maior, um carro novo, mais roupas. A lista é interminável de desejos 
de consumo, porém a nossa limitada capacidade de satisfazer estes desejos se 
baseia em duas limitações mais essenciais: escassez de tempo e de poder 
aquisitivo. 
A escassez de poder aquisitivo é sem dúvida, familiar a você. Todos já 
quisemos ter renda maior para comprar mais coisas que desejamos, neste mesmo 
parâmetro, a escassez de tempo é igualmente importante muitas das atividades de 
que gostamos, como porexemplo, ir ao cinema, tirar férias, dar um telefonema, 
exigem tanto tempo quanto dinheiro. Assim como o poder aquisitivo é limitado, temos 
um número finito de horas por dia que podemos dedicar à satisfação de desejos. 
Devido à escassez de tempo e à de poder aquisitivo, somos forçados a fazer 
escolhas. Precisamos distribuir o escasso tempo entre diferentes atividades: 
trabalho, diversão, educação, sono, compras e outras coisas mais. Precisamos 
também distribuir o escasso poder aquisitivo entre diferentes bens e serviços: abrigo, 
alimento, móveis, viagens e muitas outras coisas. Cada vez que escolhemos comprar 
ou fazer uma determinada coisa, estamos também escolhendo não comprar ou não 
fazer outra. 
Os economistas estudam as escolhas que precisamos fazer como indivíduos e 
a maneira como estas decisões moldam a economia. Por exemplo, na próxima 
 
 
 
 
34 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
década, cada um de nós poderá como indivíduos optar por fazer maior quantidade de 
compras pela internet. 
Coletivamente, isto determinará quais firmas e indústrias crescerão e 
contratarão novos empregados, como firmas de consultoria para a internet e 
fabricantes de tecnologia para a internet e também quais firmas se contrairão e 
demitirão empregados (como o varejo tradicional). 
 
1.7.2 Escassez e escolha social 
 
Hall e Lieberman (2003), afirma se agora pensemos, em escassez e escolha 
do ponto de vista da sociedade. Quais são as metas da sociedade? Queremos um 
padrão de vida mais elevado para os cidadãos, ar limpo, ruas seguras, boas escolas 
e muito mais. O que nos impede de realizar todos estes objetivos de uma maneira 
satisfatória para todas? A resposta é óbvia: a escassez. 
No caso da sociedade, o problema é uma escassez de recursos, como as 
coisas que usamos para produzir bens e serviços que nos ajudam a atingir os 
objetivos. Os recursos são classificados em três categorias principais: 
 Trabalho: É o tempo que as pessoas despendem produzindo bens e serviços. 
 Capital: Consiste em instrumentos duradouros que as pessoas usam para 
produzir bens e serviços. Isto inclui capital físico, que reúne coisas como 
prédios, maquinaria e equipamentos, e capital humano que se refere às 
habilidades e o treinamento que têm os trabalhadores. 
 Terra: É o espaço físico em que se dá a produção, além dos recursos naturais 
nela encontrados, como petróleo, ferro, carvão e madeira. 
Qualquer coisa produzida na economia resulta de alguma combinação desses 
recursos. Pensar como sociedade, os recursos tais como, terra, trabalho e capital são 
instrumentos para produzir a totalidade dos bens e serviços que desejamos, em outras 
palavras, à sociedade enfrenta uma escassez de recursos. Esta dura verdade a 
respeito do mundo nos ajuda a entender as escolhas que a sociedade precisa fazer. 
A escassez de recursos e as escolhas que somos forçados a fazer é a fonte de 
todos os problemas que estudaremos na economia. As famílias têm rendas limitadas, 
a partir das quais buscam satisfazer seus desejos, de modo que precisam escolher 
cuidadosamente como alocar seus gastos entre bens e serviços. As firmas desejam 
 
 
 
 
35 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
ter o maior lucro possível, mas precisam pagar por seus recursos e por isso escolhem: 
o que produzir quanto produzir e como produzir. 
Agências governamentais federais, estaduais e municipais operam com 
orçamentos limitados, por isso precisam escolher as metas às quais pretendem se 
dedicar e já o campo da economia estuda estas decisões tomadas por famílias, firmas 
e governos para explicar como opera o sistema econômico, a fim de prever o futuro 
da economia e sugerir meios para chegar a um futuro melhor. 
A teoria econômica é dividida entre microeconomia e a macroeconomia, que 
tem como referência básica o autor Mankiw (2009). A microeconomia pode estudar os 
efeitos do controle de aluguéis sobre os imóveis residenciais na cidade de Nova York, 
o impacto da competição estrangeira sobre a indústria automobilística dos Estados 
Unidos ou os efeitos da frequência escolar obrigatória sobre os ganhos dos 
trabalhadores. 
O campo da economia se divide em duas partes importantes: microeconomia e 
macroeconomia. Microeconomia vem da palavra grega mikros, que significa 
“pequeno”. Dedica-se a uma visão em close da economia, como se estivesse olhando 
a economia através de um microscópio. A microeconomia se dedica ao 
comportamento de agentes individuais no panorama econômico, as famílias, 
empresas e governos. Avalia as escolhas que estes agentes fazem e as interações 
que há entre eles quando se encontram para negociar bens e serviços específicos. 
Macroeconomia vem da palavra grega makros, que significa “grande” e 
adotada como visão geral da economia. A macroeconomia agrega todos os bens e 
serviços e aborda a produção total e se concentra no panorama geral e desconsidera 
os pequenos detalhes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
UNIDADE II – TEORIA MICROECONÔMICA 
 
 
Vasconcellos (2008) menciona que a Microeconomia, ou teoria dos preços, 
analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor 
interagem e decidem qual o preço e a quantidade de determinado bem ou serviço em 
mercados específicos. 
Assim, enquanto a Macroeconomia enfoca o comportamento da Economia 
como um todo, considerando variáveis globais como consumo agregado, renda 
nacional e investimentos globais, a análise microeconômica preocupa-se com a 
formação de preços de bens e serviços (por exemplo, soja, automóveis) e de fatores 
de produção (salários, aluguéis, lucros) em mercados específicos. 
A teoria microeconômica não deve ser confundida com economia de em- 
presas, pois tem enfoque distinto. A Microeconomia estuda o funcionamento da oferta 
e da demanda na formação do preço no mercado, isto é, o preço obtido pela interação 
do conjunto de consumidores com o conjunto de empresas que fabricam um dado 
bem ou serviço. 
Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes 
decisões: 
- Politica de preços da empresa; 
- Previsões de demanda e faturamento; 
- Previsões de custos de produção; 
- Decisões ótimas de produção (escolha da melhor alternativa de produção, isto é, da 
melhor combinação de fatores de produção, e do tamanho (escala) ótimo de 
operação); 
- Avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo–benefício da 
compra de equipamentos, ampliação da empresa); 
- Política de propaganda e publicidade (como as preferências dos consumidores 
podem afetar a procura do produto); 
- Localização da empresa (se a empresa deve situar-se próximo aos centros 
consumidores ou aos centros fornecedores de insumos); 
- Diferenciação de mercados (possibilidades de preços diferenciados, em diferentes 
mercados consumidores do mesmo produto). 
 
 
 
 
37 
ECONOMIA 
ECONOMIA 
Em relação à política econômica, a teoria microeconômica pode contribuir na 
análise e tomada de decisões das seguintes questões: 
- Efeitos de impostos sobre mercados específicos; 
- Política de subsídios (nos preços de produtos como trigo e leite, ou na compra 
de insumos como máquinas, fertilizantes); 
- Fixação de preços mínimos na agricultura; 
- Avaliação de projetos de investimentos públicos; efeitos de impostos sobre 
mercados específicos; 
- Política de subsídios (nos preços de produtos como trigo e leite, ou na compra 
de insumos como máquinas, fertilizantes); fixação de preços mínimos na agricultura; 
- Fixação do salário mínimo; 
- Controle de preços; 
- Política salarial; 
- Política de preços e tarifas públicas (água, luz e outras); 
-Fixação de tarifas alfandegárias; 
- Leis antitruste (defesa da concorrência). 
A teoria microeconômica consiste nos seguintes tópicos: 
Analise da demanda - demanda ou procura de uma mercadoria ou serviço 
divide-se em teoria do consumidor

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