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IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS

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@thailsm 
thainaralima09@gmail.com 
 
A competência tributária está prevista pela Constituição Federal. A 
imunidade tributária, junto dos princípios tributários, é uma 
exceção/limitação à competência tributária. Assim como a competência, a 
imunidade também decorre da CF/88. 
A CF elege atos, condutas, pessoas e produtos que não poderão sofrer 
a incidência de determinados tributos. 
Por se tratar de matéria constitucional, só tem possibilidade de 
alteração por EC, salvo se tratar de cláusula pétrea. 
Alguns doutrinadores dizem que as imunidades tributárias (todas) são 
cláusulas pétreas, pois tratam de direitos fundamentais. 
O art. 150, inciso VI da CF prevê situações nas quais tributos não 
serão exigidos. As expressões alíquota zero, isenção, imunidade e não 
incidência são diferentes 
 
Conceito 
A imunidade tributária é a dispensa de pagar tributo, ou seja, a 
limitação/exclusão da competência tributária, decorrente de norma 
Constitucional. 
A imunidade tributária sempre estará prevista na CF. 
São limitações/exceções ao poder de tributar. Na imunidade, o fato 
gerador sequer ocorre. 
 
Questões envolvendo nomenclaturas 
Sempre, repito, SEMPRE, que a dispensa de pagar o tributo estiver 
prevista no texto da Carta Magna, haverá uma ISENÇÃO, pouco importando a 
nomenclatura utilizada pelo constituinte! 
Estando a dispensa prevista pela Constituição, ainda que o texto 
constitucional utilize expressões como “isenção” ou “não incidência”, HÁ 
UMA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA! 
O art. 184, § 5º, o art. 5º, XXIV e o art. 5º LXXIII utilizam a 
expressão “isenção”, mas todos tratam de hipóteses de IMUNIDADES 
TRIBUTÁRIAS. 
O art. 153, § 4º, inciso II, apesar de utilizar a expreção “não 
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incide”, traz uma hipótese de IMUNIDADE e NÃO de não incidência. 
Novamente: quando a dispensa de pagar tributo está prevista na CF, 
independentemente da terminologia utilizada pelo constituinte, é hipótese 
de IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. 
De outro modo, quando a dispensa está prevista em lei, qualquer que 
seja a expressão utilizada pelo legislador, a hipótese é de ISENÇÃO 
TRIBUTÁRIA. 
Alíquota Zero, Isenção, Imunidade e Não Incidência 
 
As expressões alíquota zero, isenção, imunidade e não incidência não 
são sinônimas, significando, cada uma, uma situação distinta. 
Em caso de isenção, há a competência tributária, mas o ente 
tributante opta por não exercê-la, dispensando determinados contribuintes 
do pagamento de tributo, editando lei específica que confere a isenção 
(isenção sempre é por lei). Ex.: a Lei que institui o IPTU na cidade de 
Sousa/PB, dispensa pessoas viúvas do pagamento deste tributo. Ocorre o 
fato gerador do IPTU, mas não pode ser feito o lançamento do tributo. 
Em se tratando de alíquota zero, o ente tributante institui o tributo, 
mas como a alíquota é zero, a obrigação tributária correspondente será 
nula. Normalmente é utilizada nos tributos regulatórios/extrafiscais (II, 
IE, IPI, IOF). Quando não está presente situação que autorize a cobrança 
do tributo, a alíquota pode ser reduzida até 0. A alteração da alíquota se 
dá por ato do Poder Executivo. 
A não incidência existe em situações nas quais não existe sentido em 
dispensar o pagamento do tributo, porque o Ente não tem competência. Trata-
se da não previsão do fato na hipótese de incidência do tributo. Ocorre 
quando, por exemplo, o serviço está previsto na LC 116, mas não está 
previsto na Lei Municipal do ISS. 
 
 
Classificação das Imunidades Tributárias 
Exemplo: não incide IPVA sobre carroças e bicicletas, mesmo não 
existindo uma lei prevendo isenção para isso. É uma “dispensa dispensável”. 
A LC 116 descreve diversos serviços possíveis de cobrança de ISS 
pelos Municípios, mas esta Lei não é suficiente, sendo necessária uma Lei 
Municipal prevendo os serviços sobre os quais incide o ISS e a alíquota 
em cada serviço. 
Exemplo: se o Município criar Lei e não prever a advocacia como 
serviço passível de cobrança de ICMS, há uma não incidência. 
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São aquelas em que a tributação está reservada para um tipo de 
imposto, com exclusão dos demais. 
 
 
 
 
São as imunidades que prevêem determinada situação na qual só pode 
haver a incidência de um tributo, excluindo os demais. 
 
 
 
 
 
Está relacionada a sujeitos – pessoas. Um determinado sujeito/pessoa 
é imune à cobrança do tributo. Esta imunidade se refere a certas pessoas. 
 
 
 
Determinados objetos são dispensados de pagar o tributo. Está 
relacionada a objetos, quem é imune é o objeto – produto – e não o 
sujeito/pessoa. 
 
 
 
 
Envolvem critérios objetivos e subjetivos, ao mesmo tempo. 
 
 
 
 
 
Decorre da força dos princípios que edificam o texto 
Exemplo: O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF (CF, 
art. 153, § 5º). 
 
Exemplo: À exceção do ICMS, do II e do IE, nenhum outro imposto 
poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de 
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País 
(CF/88, Art. 155, § 3º). 
Exemplo: A imunidade que recai sobre as pessoas políticas, que gozam 
de imunidade recíproca (CF, Art. 150, VI, a/Eduardo Sabbag). 
Exemplo: a imunidade que recai sobre livros, jornais, periódicos e o 
papel destinado a sua impressão (CF, Art. 150, VI, d/Eduardo Sabbag). 
Exemplo: o ITR não incide sobre pequenas glebas rurais (critério 
objetivo) quando o proprietário não possui outro imóvel (critério 
subjetivo). 
Quando se realiza operação de compra com ouro, como ativo 
financeiro, só se paga IOF. Porém, quando a operação é de compra de 
ouro, não incide apenas o IOF, incidindo também IPI, ICMS e ISS. 
 
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constitucional, revelando-se uma consequência necessária destes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Refere-se às imunidades que estão expressamente previstas no texto 
constitucional, como, por exemplo, as listadas no art. 150, inciso VI da 
Constituição. 
O gozo da imunidade está condicionado ao preenchimento de 
determinados requisitos legais. São aquelas em que CF prevê condições a 
serem preenchidas para se gozar da imunidade tributária. 
 
 
 
] 
O gozo da imunidade NÃO está condicionado ao preenchimento de 
quaisquer requisitos legais (norma de eficácia plena, e de aplicabilidade 
direta e imediata). Ex.: A imunidade recíproca (CF, Art. 150, inciso VI, 
a). 
São as mais abrangentes, que abarcam mais situações, pessoas e 
impostos. São aquelas verificadas de maneira mais ampla; provocam um 
impacto financeiro mais significativo (CF, Art. 150, inciso VI). Ex.: 
imunidade que diz que os templos de qualquer culto estão imunes ao 
pagamento de impostos. 
As imunidades genéricas são todas as discriminadas no art. 150, inciso 
VI da CF: 
a) patrimônio, renda ou serviços dos entes; 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive 
suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições 
de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os 
requisitos da lei; 
Quando a CF adota a forma Federativa de Estado, ela estabelece que 
os Entes Federativos gozam de autonomia plena, de forma que um ente não 
pode cobrar imposto de outro. Quando o Brasil adotou a forma federativa 
de Estado, isso já era implícito, não havendo necessidade de determinação 
expressa no art. 150 da CF. Se o princípio federativo garante autonomia 
aos Entes Políticos, implicitamente, garante que uma Entidade política 
não possa onerar economicamente as finanças de outra. 
 
 
Exemplo: As instituições de assistência social sem fins lucrativos 
só gozarão de imunidade, se atenderem os requisitos da lei (CF, Art. 
150, inciso VI, c). 
 
 
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d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
e) fonogramase videofonogramas musicais produzidos no Brasil 
contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras 
em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes 
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de 
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
As demais imunidades são específicas. 
São concedidas em situações pontuais, um tributo ou pessoa determinada. 
São verificadas de maneira restrita, relativa a um único imposto, a um 
tipo específico de pessoa, a uma situação especial, etc. Doutrinariamente, 
são consideradas específicas todas as imunidades tributárias espalhadas na 
CF/88, EXCETO as descritas no Art. 150, inciso VI, que são as genéricas. 
 
Imunidades mais relevantes ou Imunidades Genéricas 
(art. 150, VI, da CF/88). 
Entre os Entes, não é possível cobrar IMPOSTOS. Os Entes políticos 
não podem cobrar impostos uns dos outros. 
Não poderá haver tributação recíproca entre os entes da Federação, 
no que se refere aos IMPOSTOS. 
NÃO se aplica sobre os demais tributos. Podem ser cobradas taxas, 
contribuições, etc. A argumentação é de que nos impostos não há nenhuma 
contraprestação imediata, não tem receita vinculada. Nos demais tributos, 
é possível verificar uma contraprestação imediata em razão do pagamento. 
O objetivo da imunidade recíproca é a proteção do pacto federativo, 
garantindo que não hajam disputas tributárias entre os entes da Federação. 
Eduardo Sabbag traz uma classificação dos impostos, da seguinte forma: 
a) Impostos sobre o comércio exterior: II e IE; 
b) Impostos sobre a produção: IPI; 
c) Impostos sobre a circulação: ICMS e IOF; 
d) Imposto sobre patrimônio: ITR, IPVA, IGF, ITBI, ITCMD, IPTU; 
e) Imposto sobre rendas: IR; 
f) Imposto sobre serviços: ISS. 
OBS.: os templos de qualquer culto são imunes apenas aos impostos 
sobre patrimônio, renda e serviços. De forma que têm que pagar os impostos 
sobre comércio exterior, produção e circulação. A Constituição diz que 
a imunidade para igrejas abrange apenas os impostos que recaem sobre 
patrimônio, renda e serviços. 
 
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Apresenta-se como cláusula pétrea, porque protege o Princípio Federativo 
(art.60, §4º, I, CF/88). 
Essa imunidade não abrange os tributos indiretos (que a lei prevê 
como contribuinte uma pessoa, mas ela repassa o encargo tributário a outra 
pessoa). 
Os Entes na qualidade de fornecedores não precisam pagar nenhum 
imposto, mas na qualidade de consumidores finais pagam. 
Estabelece proibição de cobrar IMPOSTOS sobre determinados 
fatos/condutas/objetos/pessoas. Pela regra constitucional, a imunidade é 
em relação a IMPOSTOS, não TRIBUTOS. 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: (...) 
VI - instituir IMPOSTOS sobre: 
patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros” 
Observe-se que o texto da Constituição apenas menciona os impostos 
sobre patrimônio, renda e serviços. 
Pergunta-se: isso significa que a União, os Estados, o DF e os 
Municípios podem ter que pagar algum imposto (sobre produção, comércio 
exterior ou circulação) uns aos outros? NÃO, em relação aos Entes 
políticos, o STF já decidiu que esta imunidade abrange todos os impostos. 
Embora a CF/88 disponha que a imunidade recíproca só abrange os 
IMPOSTOS que incidam sobre o patrimônio: IGF, ITR, IPVA, IPTU, ITBI, ITCMD; 
que incidam sobre a renda: IR; e que incidam sobre serviços: ISS. (Eduardo 
Sabbag, 2012, pág. 296), O STF disse que a imunidade recíproca atinge 
TODOS os IMPOSTOS, independentemente do Fato Gerador, mesmo que o FG não 
esteja relacionado com patrimônio, renda ou serviços, a exemplo do IOF (RE 
192.888). 
Assim, os Entes políticos não podem cobrar nenhum imposto um do outro. 
Pelo texto da Constituição (art. 150, § 2º), a imunidade tributária 
recíproca, prevista no art. 150, VI, "a“, que envolve a União, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios abrange as autarquias e as fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, 
à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às 
delas decorrentes. 
Desta determinação constitucional surgiu uma discussão acerca das 
empresas públicas e sociedades de economia mista. 
A CF/88 reconhece a imunidade recíproca apenas às pessoas políticas 
(Administração Direta), autarquias e fundações. Pelo texto constitucional, 
as empresas públicas e as sociedades de economia mista estariam fora da 
imunidade tributária recíproca. Porém, a jurisprudência do Supremo estende 
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o benefício também às empresas públicas e às sociedades de economia mista 
prestadoras de serviço público. 
As empresas públicas e sociedades de economia mista que exploram 
atividade econômica NÃO gozam de imunidade tributária recíproca. 
Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, a Empresa 
Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT goza de imunidade tributária 
recíproca, mesmo quando realiza o serviço de transporte de bens e 
mercadorias, concorrendo com a iniciativa privada. STF. Plenário. RE 
627051/PE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/11/2014 (Info 767). 
Não se permite que as empresas públicas e as sociedades de economia 
mista exploradoras de atividade econômica sejam beneficiadas com a 
imunidade tributária recíproca pois isto promoveria uma concorrência 
desleal, prejudicando o livre mercado. As que prestam serviço público 
gozam da imunidade tributária, pois não concorrem. 
Então, a imunidade tributária recíproca abrange: União, Estados, 
Distrito Federal, Municípios, autarquias, fundações públicas, sociedades 
de economia mista e empresas públicas prestadoras de serviço público em 
caráter exclusivo. 
Os templos de qualquer culto gozam de imunidade tributária em relação 
aos IMPOSTOS. 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: (...) 
VI - instituir IMPOSTOS sobre: (...) 
a) templos de qualquer culto”. 
Tem por objetivo garantir a liberdade religiosa, a liberdade de 
qualquer culto – art. 5º. VI, CF. 
A liberdade religiosa é um direito individual e esta imunidade 
tributária ajuda a reforçar este direito individual, por isso consideram 
ela uma cláusula pétrea (art.5º, VI, CF/88 c/c art.60, § 4º, IV, CF/88). 
Essa imunidade abrange apenas os IMPOSTOS que incidam sobre o 
PATRIMÔNIO (ITR, IPVA, IGF, ITBI, ITCMD, IPTU), a RENDA (IR) e os SERVIÇOS 
(ISS), relacionados com as finalidades essenciais das Entidades Religiosas 
(art. 150, § 4º). 
Segundo a CF/88 a imunidade dos Templos de Qualquer Culto só abrange 
os IMPOSTOS que incidam sobre o patrimônio: IGF, ITR, IPVA, IPTU, ITBI, 
ITCMD; que incidam sobre a renda: IR; e que incidam sobre serviços: ISS e 
desde que relacionados com as finalidades essenciais das Entidades 
Religiosas. 
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Assim, por exemplo, o imóvel destinado à moradia do Padre, está 
sujeito ao pagamento de IPTU. 
Portanto, os templos de qualquer culto (entidades religiosas) NÃO são 
imunes aos impostos sobre comércio exterior (II e IE), impostos sobre 
circulação (ICMS e IOF) e impostos sobre produção (IPI). 
O STF estabeleceu que o imóvel de propriedade da Entidade religiosa, 
alugado a terceiros, está imune ao pagamento de IPTU, desde que os valores 
dos aluguéis sejam usados como fonte de custeio para cumprir as suas 
finalidades religiosas essenciais. 
Se não precisa do imóvel para atender suas finalidades essenciais, 
deve pagar IPTU. 
Conclusão: tudo que for necessário para atender as finalidades 
essenciais, está imune aos impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços. 
Entidades religiosas pagam, por exemplo, IPI, pois é um tributo que 
incide sobre produção. Mesmo os impostos que incidemsobre patrimônio, 
renda ou serviços, as Entidades religiosas precisam pagar quando não 
provarem que eles estão relacionados com suas finalidades essenciais. 
A imunidade tributária genérica também se destina aos partidos 
políticos. 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: [...] 
VI - instituir impostos sobre: [...] 
a) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de 
assistência social,sem fins lucrativos, atendidos os 
requisitos da lei; [...] 
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e 
Exemplos: 1) sobre o imóvel onde funciona a administração da Entidade 
religiosa NÃO incide IPTU; 
2) sobre imóvel onde funciona um gerador de energia da Entidade 
religiosa incide IPTU (a finalidade essencial não é produzir energia); 
3) sobre imóvel da Entidade cedido para moradia do chefe 
religioso também incide IPTU. 
Para saber se uma determinada entidade religiosa será imune, ou não, 
em relação a determinado imposto, observe, principalmente, se há uma 
relação com as finalidades essenciais da entidade religiosa, isso mata a 
questão. 
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"c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os 
serviços, relacionados com as finalidades essenciais das 
entidades nelas mencionadas.” 
Estão abrangidos pela imunidade tributária: 
a) Partidos políticos, inclusive suas fundações. 
b) Das entidades sindicais dos trabalhadores. 
OBS.: a imunidade só abrange os sindicatos dos trabalhadores, os 
sindicatos patronais não gozam de imunidade tributária. 
c) Das instituições de educação, sem fins lucrativos. 
Exemplo: UNIFOR. 
O fato isolado de que a instituição cobra mensalidade NÃO 
descaracteriza sua finalidade não lucrativa. 
d) Das instituições de assistência social, sem fins lucrativos. 
OBS.: atendidos os requisitos da lei. 
O Estado dispensa as instituições de educação e assistência social 
de pagar impostos em razão da premissa de que é dever do Estado prestar 
esses serviços, mas ele não consegue prestá-las de forma a atender a todos 
que dela necessitam, eles concedem imunidade para quem as presta, como 
forma de estímulo. 
Requisitos Legais. 
a) Não pode haver distribuição de lucros ou patrimônio; 
b) Os recursos devem ser aplicados no Brasil, com vistas à manutenção 
da entidade (dos objetivos institucionais); 
c) Manter livros contábeis, informando origem e destino de seus 
recursos, em que seja possível apurar as receitas e despesas. 
OBS.: A imunidade tributária dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, compreende somente 
os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda e os serviços, 
relacionados com as finalidades essenciais dessas entidades (CF/88, Art. 
150, VI, § 4º). 
Exemplos: 1) sobre imóvel onde funciona a administração das 
Entidades NÃO incide IPTU; 
2) sobre o imóvel onde funciona um gerador de energia para consumo 
das entidades incide IPTU (a finalidade essencial não é produzir energia); 
3) sobre imóvel das Entidades cedido para moradia de algum 
representante incide IPTU. 
Súmula 724 do STF: “Ainda quando alugado a terceiros, 
permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer 
das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da 
constituição, desde que o valor dos aluguéis seja 
aplicado nas atividades essenciais de tais entidades.” 
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OBS.: o STF já decidiu que o ônus de prova é do Município, cabendo a 
ele provar que a entidade não está investindo o aluguel recebido nas suas 
finalidades essenciais (mesmo raciocínio aplica-se às entidades 
religiosas). 
Partidos Políticos, inclusive suas Fundações. 
A imunidade tributária concedida aos partidos tem por finalidade 
preservar o Estado Democrático, a livre manifestação de pensamento e de 
convicções políticas, além de permitir o pluripartidarismo. 
Além dos requisitos previstos no art. 14 do CTN, os Partidos políticos 
devem cumprir mais dois requisitos, que são: 
- Estarem devidamente registrado no TSE; 
- Não atentarem contra os costumes e princípios do Estado Brasileiro. 
Entidades Sindicais dos Trabalhadores. 
Esta imunidade baseia-se em dois fundamentos: a) a Liberdade de 
Associação Sindical; e b) a Hipossuficiência do Trabalhador. 
OBS.: O sindicato patronal (dos empregadores) NÃO é imune, paga 
impostos. 
Instituições de Educação Sem Fins Lucrativos. 
A educação é um direito social, portanto, de segunda dimensão, que 
reclama um agir por parte do Estado, no sentido de concretizar o referido 
direito. Como o Estado brasileiro não é capaz de oferecer sozinho educação 
a todos, tem estimulado por meio de incentivos fiscais, a criação de 
instituições sem fins lucrativos, que possam prestar serviço educacional, 
que a princípio é dever do Estado. 
A cobrança de mensalidades dos alunos, por si só, não afasta a imunidade 
tributária, desde que o produto da arrecadação seja utilizado para o cumprimento 
da sua finalidade, como remuneração de professores, aquisição de materiais de 
ensino, etc. 
Instituições de Assistência Social Sem Fins Lucrativos. 
A assistência Social é um dever do Estado. No entanto, algumas 
Entidades substituem o Estado, objetivando concretizar os direitos sociais, 
contidos na CF/88. Nada mais justo que essas Entidades, por desempenharem 
um papel que é do Estado, fossem, ao menos, imunes à cobrança de certos 
tributos. 
As Entidades de Assistência Social desempenham esse papel de maneira 
voluntária, estimuladas pelo incentivo fiscal concedido pelo Estado. 
As paraestatais ou terceiro setor, que compõe o sistema “S” (SESI, 
SENAI, SENAC e SEBRAE) são equiparadas às instituições de Assistência 
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Social sem fins lucrativos, para fins de imunidade tributária (STF, RE 
235.737), elas também não pagam impostos sobre patrimônio, serviços e 
renda. 
Súmula 730 do STF: As entidades fechadas de previdência 
social privada que não recebam contribuição dos 
beneficiários, gozam da mesma imunidade tributária 
conferida às instituições de assistência social sem fins 
lucrativos. 
No Brasil, a previdência é básica e complementar. A básica é formada 
pelos Regimes Próprio e Geral de Previdência Social. E a complementar pode 
ser pública ou privada, esta pode ser fechada ou aberta. 
A imunidade tributária concedida às instituições de assistência 
social, sem fins lucrativos, alcança os impostos incidentes sobre 
patrimônio, a renda e os serviços, bem como as contribuições sociais (CF, 
Art. 195, § 7º). 
As entidades que exercem atividade de assistência social e as 
equiparadas estão dispensadas de pagar impostos sobre patrimônio, renda e 
serviços, bem como as contribuições sociais. 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: [...] 
VI - instituir impostos sobre: [...] 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão.” 
Tem por objetivo proteger a livre manifestação de pensamento e de 
expressão da atividade intelectual, artística, científica e cultural, a 
livre comunicação e o acesso à informação. 
Recentemente o STF decidiu que esta imunidade abrange tanto livros 
físicos quanto digitais. 
Essa imunidade compreende TODOS os IMPOSTOS. 
As imunidades tributárias genéricas objetivas abrangem TODOS os 
impostos. Somente duas imunidades são objetivas, a imunidade de livros, 
jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (art. 150, VI, 
alínea “d”) e a imunidade para fonogramas e videofonogramas musicais 
brasileiros (art. 150, VI, alínea “e”). 
Se, na prova, houver alternativa nos seguintes termos: “aimunidade 
tributária objetiva, a exemplo daquela que recai sobre livros, jornais 
periódicos e papel destinado a sua impressão abrange todos os impostos”, 
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ela é verdadeira. 
Se a alternativa afirmar que “a imunidade tributária objetiva, a 
exemplo daquela que recai sobre livros, jornais periódicos e papel 
destinado a sua impressão abrange todos os tributos”, ela é falsa. 
É o clássico exemplo de imunidade objetiva, porque recai sobre 
“objeto”, e não sobre pessoa 
Essa imunidade configura-se também uma cláusula pétrea (art.60, § 4º, 
IV, CF/88), por proteger os seguintes direitos individuais (art.5º da 
CF/88): IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica 
e de comunicação, independentemente de censura ou licença; XIV - é 
assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, 
quando necessário ao exercício profissional. 
TODAS AS IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS SÃO CLÁUSULAS PÉTREAS, POIS PROTEGEM 
DIREITOS INDIVIDUAIS. 
OBS. 1: Não se leva em conta o valor artístico ou didático, a 
relevância das informações divulgadas, a qualidade cultural ou o valor 
pedagógico da publicação. 
ASSIM, SÃO IMUNES: 
Álbuns de Figurinhas: visam estimular o público infantil a se 
familiarizar com os meios de comunicação impressos. Facilitam o acesso à 
cultura, à informação e à educação (RE 221.239 SP; 179.893 SP). 
Apostilas ou Manuais Técnicos para Cursos de Treinamento: veículo de 
transmissão de cultura simplificado (RE 183.403). 
Listas Telefônicas: permitem divulgação de informações necessárias 
ao serviço público (RE 199.183). 
MAS NÃO SÃO IMUNES: 
Calendários comerciais, folhinhas, agendas (RE 87.633); 
Manuais de operações de máquinas, equipamentos e utensílios; 
Cadernos e blocos de papel para anotação; 
Livros contábeis; 
Impressos de propaganda mercantil, industrial ou profissional. 
OBS. 2: A norma constitucional imuniza apenas o papel destinado à 
impressão dos livros, jornais e periódicos, abrangendo os materiais 
similares ao papel, como os filmes e papéis fotográficos (STF, Súmula 
657), sem trazer a imunidade para os demais insumos como as tintas, cola 
e linha. Por isso, NÃO É IMUNE. 
E a veiculação de informação na forma de CDROM (LIVRO ELETRÔNICO), 
DISQUETE, SOFTWARE, FITA DE VÍDEO etc., é imune? O STF decidiu que sim. 
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Somente é imune insumo que guarde correspondência, na materialidade 
e natureza, com o papel (RE 392.221 SP). Exemplos, se destinados à 
composição de livros, jornais e periódicos: 
Papel fotográfico, inclusive para fotocomposição por laser; 
Filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para 
imagens monocromáticas; 
Películas de propileno usadas nas capas dos livros (RE 392.221 SP) e 
(RE 174.476); 
OBS. 3: As decisões no próprio STF não são uníssonas, já tendo 
entendimento de que a imunidade tributária relativa a livros, jornais e 
periódicos é ampla, total, abrangendo produto, maquinário e insumos (RE 
202149). 
OBS. 4: Lembre-se que a imunidade aqui é somente sobre os livros, 
jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (objetiva). Isso 
quer dizer que a indústria de papel, a livraria, a editora, por serem 
pessoas (subjetiva) devem pagar seus impostos normalmente. 
 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: [...] 
VI - instituir impostos sobre: [...] 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no 
Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de 
autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas 
por artistas brasileiros bem como os suportes materiais 
ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de 
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser 
(EC nº 75).” 
 
Os CDs e DVs produzidos no Brasil com obras musicais ou 
literomusicais de autores nacionais NÃO irão pagar impostos. 
Também há imunidade para as obras em geral interpretadas por artistas 
brasileiros e as mídias ou os arquivos digitais que as contenham. 
Por recair sobre um determinado tipo de produto e não sobre uma 
pessoa, estamos diante de uma imunidade objetiva. 
Esta imunidade abrange todos os impostos. 
Mas não abrange os demais tributos (taxas, por exemplo). 
Por fim, vale salientar que a norma imunitória contempla relevante 
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ressalva: ela não alcança o processo de replicação industrial, o qual 
permanece alvo da normal tributação. Desse modo, os CDs e DVDs, naquele 
momento anterior a inserção das músicas em suas bases físicas, serão 
destinatários da normal incidência de ICMS e de IPI; trata-se de uma fase 
do ciclo de produção. 
Está sendo questionada a constitucionalidade dessa imunidade junto 
ao STF; o Governador da Amazônia propôs ADIn, afirmando que essa imunidade 
prejudicará a indústria e o comércio de tais produtos na região Amazônica, 
violando os arts. 40 e 92 do ADCT, os quais garantem diferenciação 
tributária a produtos fabricados na Zona Franca de Manaus, até o ano de 
2023. 
Quando a norma se encontra no ADCT, ela é uma norma específica, que 
prevalece sobre normas gerais. 
Segundo Eduardo Sabbag, “para o STF, as imunidades e os princípios 
tributários são limitações constitucionais ao poder de tributar, ganhando 
a estatura de cláusulas pétreas – limites não suprimíveis por emenda 
constitucional, uma vez asseguradores de direitos e garantias individuais 
(art. 60, § 4°, IV, CF), aptos ao resguardo de princípios, interesses e 
valores, tidos como fundamentais pelo Estado”. As limitações ao poder de 
tributar (CF, Arts. 150 a 152) são cláusulas pétreas), ou seja, não podem 
ser suprimidas,sequer, por emendas constitucionais. 
 
Outras Imunidades ou Imunidades Específicas. 
Elas não estão no art. 150 da CF, estão espalhadas por todo o texto 
constitucional. 
Todas as situações de limitação/exclusão da Competência tributária 
previstas na CF/88, são consideradas imunidade tributária, 
independentemente do termo utilizado pelo constituinte (imune, imunidade, 
isento, isentas, isenção, não incidência, não incide, etc.). 
Toda dispensa constitucional de pagar tributo, não importa o termo 
utilizado pelo legislador, é hipótese de imunidade tributária. 
“Art.153, § 3º - O imposto previsto no inciso IV [IPI]: 
[...] 
III - não incidirá sobre produtos industrializados 
destinados ao exterior.” 
Essa imunidade visa estimular a exportação feita pelo Estado 
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brasileiro, a fim de que o produto brasileiro chegue mais competitivo no 
mercado internacional. 
Nas exportações NÃO incide IPI, ICMS, Contribuições Sociais, ISS. 
“§ 4º O imposto previsto no inciso VI [ITR] do caput: 
[...] 
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, 
definidas em lei, quando as explore o proprietário que 
não possua outro imóvel.” 
“Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] 
atenderá ao seguinte: [...] X - não incidirá: 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o 
exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários 
no exterior [...]” 
“Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] 
atenderá ao seguinte: [...] X - não incidirá: [...] 
sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, 
inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos 
dele derivados, e energia elétrica.” 
Não incide ICMS Interestadual sobre petróleo, inclusive 
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia 
elétrica. 
Sobre o ouro enquanto ativo financeiro ou instrumento cambial não 
incide nenhum outro imposto, além do IOF. 
O art. 153, § 5º, da CF já prescreve que esse ouro sujeitar-se-á 
exclusivamente à incidência do IOF. 
 
“Art.155, § 2.º O imposto previsto no inciso II [ICMS] 
atenderá ao seguinte: [...]X - não incidirá: [...] 
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d) nas prestações de serviço de comunicação nas 
modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens 
de recepção livre e gratuita;” 
“Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos 
sobre: [...] 
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por 
ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão 
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de 
garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição”. 
“Art.156, § 2º - O imposto previsto no inciso II [ITBI]: 
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos 
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em 
realização de capital, nem sobre a transmissão de bens 
ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou 
extinção (FICE) de pessoa jurídica, salvo se, nesses 
casos, a atividade preponderante do adquirente for a 
compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens 
imóveis ou arrendamento mercantil. 
“Art.155 [...] § 3º À exceção dos impostos de que tratam 
o inciso II do caput [ICMS] deste artigo e o art. 153, I 
[II] e II [IE], nenhum outro imposto poderá incidir sobre 
operações relativas a energia elétrica, serviços de 
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e 
minerais do País.” 
Único imposto que é cobrado nessas operações é o ICMS, II e IE. 
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“Art.184, § 5º - São isentas de impostos federais, 
estaduais e municipais as operações de transferência de 
imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

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