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-Limitações constitucionais ao poder de tributar Resumo cap.II As garantias como rol não exaustivo ➢ Art. 150 CF ➢ As garantias dispostas no CTN formam um rol não exaustivo, pois existem outras estipuladas em dispositivos diversos, como CF, tratados internacionais. Quando as garantias configuram cláusulas pétreas 1. As limitações que constituem garantias individuais do contribuinte ➢ É possível a realização de emendas que ampliem ou melhorem a proteção que a constituição atribuiu ao contribuinte, o que não pode é a supressão ou diminuição das garantias. ➢ Ex. A não utilização do princípio da anterioridade, que é exceção em alguns tributos, não podendo virar uma regra. 2. As limitações que constituem proteção a outras cláusulas pétreas ➢ As cláusulas pétreas possuem tal status por conta da proteção contra emendas pelo §4 do art. 60 da CF. ➢ A não sujeição a imunidade tributária reciproca (que impede os entes de instituírem impostos sobre patrimônio, renta ou serviço uns dos outros, traz risco a autonomia dos entes, que é clausula pétrea. ➢ Também a não obediência à imunidade dos templos de qualquer culto (CF, art.150, VI, b) fere a liberdade de culto, que é garantia individual. ➢ Também é protegido por cláusula pétrea a imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. ➢ Como também a proteção a instituições cujas atividades são consectários de outras garantias constitucionais. (liberdade sindical, liberdade de criação e filiação a partidos políticos) Princípios ou Regras? ➢ A moderna doutrina considera que boa parte dos denominados princípios constitucionais tributários, por não poderem ser ponderados quando parecem conflitar com outros princípios, seriam na realidade regras, visto que são disjuntivos, aplicando-se ou não a cada caso concreto, sem qualquer ponderação. ➢ Ex. A isonomia seria um principio pela possibilidade de ponderação, já a anterioridade seria uma regra aplicável ou não a cada caso concreto. Legalidade ➢ Art. 5º, II, CF (obrigado a nada senão em virtude de lei) ➢ Pelo tributo ser prestação pecuniária compulsória, a criação e aumentos estão condicionados ao principio da legalidade. ➢ Como matéria tributária necessita de regulação em lei, o mais correto seria sua submissão ao princípio da reserva legal, porém concursos ainda denominam princípio da legalidade. ➢ Art. 150 da CF → Tributo só pode ser instituído por lei, podendo ser lei ordinária/ medida provisória ➢ Alguns tributos exige um processo mais rigoroso, sendo necessária lei complementar, como é o caso do IGF (153,VII CF), empréstimos compulsórios (148,CF), impostos residuais(154,I, CF) e contribuições residuais.(195§4 CF) ➢ Há um principio no direito denominado paralelismo das formas que impõe que o instituto jurídico criado por meio de uma determinada hierarquia, para alterar e extinguir é necessário edição de ato da mesma hierarquia ou superior. ➢ O conjunto de matérias tributárias submetidas à reserva legal se encontra no art. 97 do CTN. Exceções ao princípio da legalidade ➢ Há matérias que não estão sujeitas ao principio da legalidade, podendo ser disciplinadas por meio de ato infralegal (decreto presidencial, por exemplo) ➢ STF → entende que os dispositivos que não estão elencados no art.97, não estão submetidos ao principio da legalidade. ➢ Mais relevantes → Atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo (§ 2, art. 97 CTN) e fixação do prazo para recolhimento (STF-RE) ➢ Atualização do valor monetário → Não é aumento da base de cálculo → Os valores são corroídos pelo fenômeno inflacionário, podendo ser atualizado por meio de decreto do prefeito, para que seja impedida de ser diminuída. STF entende que como a legislação sobre direito financeiro é concorrente, os entes podem utilizar os índices locais de correção. Já o STJ entende que a liberdade é limitada pelo índice oficial. (súmula 160 STJ) ➢ O prazo para pagamento → STF entende que pode ser por meio de decreto, por não estar no rol taxativo do art. 97 do CTN. ➢ Exceção quanto a majoração → II, IE, IOF, IPI → A CF prevê que é competência do poder Executivo, mas não prevê o ato normativo. → Na pratica as alíquotas do II e IE estão sendo alteradas por resolução da câmara de comércio exterior – CAMEX → Já o IOF e IPI tem suas alterações por meio de decreto. → Ambos os casos a alteração são feitos pelo poder executivo. ➢ Com a EC 33/2001, foram previstas duas novas exceções referentes a tributação de combustíveis. ❖ CIDE – COMBUSTIVEIS → Permite ao poder executivo diminuir e restabelecer as alíquotas da CIDE- combustíveis (usado decreto do presidente), sem obediência ao principio da anterioridade e legalidade. → Menor liberdade que o II, IE, IOF e IPI, pois só é permitido diminuir e restabelecer ❖ ICMS – MONOFASICO → Permite aos Estados e DF mediante convênio (âmbito do CONFAZ) definir as alíquotas do ICMS – monofásico incidente sobre combustíveis definidos em lei Complementar (art.155, §4 , IV, CF) → Sem obediência ao princípio da legalidade, mas se o aumento ultrapassar de um mero restabelecimento de patamar anteriormente fixado, deve-se obedecer à anterioridade. TRIBUTO Exceção legalidade Exceção anterioridade Ato normativo CIDE Redução ou restabelecimento de alíquotas Redução ou restabelecimento de alíquotas Decreto ICMS Fixação de alíquotas (inclusive redução e aumento) Redução ou restabelecimento de alíquotas Convênio (CONFAZ) Legalidade e delegação ➢ Nada impede sua utilização em matéria tributária, porém desde a CF/88 só foi editada 2 leis delegadas ➢ LD 12/1992 e 13/ 1992 (gratificações a servidores públicos. ➢ A inutilidade da lei delegada se deu pela possibilidade do presidente usar medida provisória, já que esta não necessita de autorização parlamentar. ➢ Em teoria, é possível que havendo delegação do CN por meio de resolução, o presidente edite lei delegada. ➢ A exigência não impede, contudo que o regulamento aclare conceitos indeterminados adotados pela lei. ➢ STF→ Considerou compatível com o principio da legalidade a estipulação, por lei, de teto do valor da taxa, com a atribuição a ato normativo infralegal da competência para fixar valor exato do contribuinte, desde que em proporção razoável do custo da atuação estatal. ➢ A taxas dos conselhos de fiscalização de profissões deve ter limite máximo fixados em lei, porém o conselho pode definir o montante exato. (STF entendeu que esse modelo é constitucional para taxas e contribuições parafiscais, tributos com caráter contraprestacional.) Legalidade e medida provisória ➢ STF → Definiu que, em se tratando de matéria tributária, o uso da medida provisória era plenamente possível, desde que observados os requisitos constitucionais (urgência e relevância) ➢ EC 33/2001 ressalvado o II, IE , IPI, IOF e os impostos extraordinários de guerra, a medida provisória que implique majoração de impostos só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se for convertida em lei até o ultimo dia daquele em que foi editado. (CF, 62, §2) A restrição a cima só se aplica aos IMPOSTOS, as demais espécies tributárias, a regra da anterioridade deve ser observada tomando como base a data da publicação da MP, não sua conversão em lei. ➢ Há impedimento constitucional à utilização de medida provisória em matéria tributária cuja disciplina está reservada à lei complementar. (art. 146, III, a, CF) ➢ Está impedida a edição de medidas provisórias para regulamentar artigos da CF/88, cujas redações tenham sido alteradas pelas emendas C. 5/1995 a 32/2001. Princípio da isonomia ➢ Isonomia tem uma acepção horizontal e vertical. Isonomia horizontal → Pessoas que estão niveladas, devendo ser tratadas da mesma forma. (os contribuintes com mesma renda e rendimentos devem pagar o mesmo imposto IR) IsonomiaVertical → Pessoas que se encontram em situações distintas, devendo ser tratadas de maneira diferente na medida das desigualdades. (isenção de IR às pessoas de baixa renda) A isonomia tributária na jurisprudência do STF 1. Percepção cumulativa de valores – Discriminação entre quem recebe rendimentos no momento adequado e quem os recebe em atraso. → A lei leva em consideração a data da efetiva disponibilidade dos recursos. (ex. rendimento de dezembro recebido em janeiro, considera-se rendimentos de janeiro.) → Se adota o Regime de caixa, não o regime de competência. → Lei 7.713/88 dispõe sobre rendimentos acumulados de trabalhadores em ações trabalhistas. (usando-se o regime de caixa). FERE O PRINCIPIO DA ISONOMIA FERE O PRINCIPIO DA CAPICADE CONTRIBUTIVA STF → declarou inconstitucional esse artigo “O imposto de renda incidente sobre verbas recebidas acumuladamente deve observar o regime de competência, aplicável a alíquota correspondente ao valor recebido mês a mês, e não a relativa ao total satisfeito de uma única vez” Após a declaração de inconstitucionalidade, revogou-se o artigo 12, para o 12 – A. 2. Contribuição previdenciária dos servidores inativos- Discriminação de servidores de diferentes esferas. → EC 41/2003 trouxe previsão constitucional de cobrança de contribuição previdenciária dos servidores inativos e dos pensionistas → Problema que para os inativos e pensionistas da união, a incidência era sobre a remuneração que excedesse 60% do limite máximo estabelecidos para os benefícios de regime geral de previdência. Já para os estados, DF e municípios, incidiria sobre remuneração que excedesse 50%. → STF → julgou inconstitucional ADI 3.105/DF 3. Discriminação com base na função ou ocupação exercida → Contribuinte que pretendia, fundamentada em lei do município de Niterói/RJ a isenção do IPTU pela sua qualidade de servidor público. → STF entendeu que a ocupação profissional ou função exercida não pode ser tomada como parâmetro para diferenciação. → CF/88 completou a proibição. 4. Discriminação entre as empresas lucrativas e deficitárias → A COFINS E a CSLL são contribuições para o financiamento da seguridade social. COFINS → Incide sobre receita e faturamento (195, I, b CF) sendo paga por todos contribuintes, lucrativos ou não. CSLL → Incide sobre lucro líquido, de modo que os contribuintes que registram prejuízo não estão sujeitos ao pagamento do imposto Ao aumentar a alíquota do COFINS de 2% para 3%, a lei 9.718/98 previu que o contribuinte sujeito a ambas contribuições teria direito de abater ate 1/3 da COFINS com o CSLL, quando obtivesse LUCRO. O que feria o principio da isonomia, pois beneficiava as empresas lucrativas e prejudicava as que mais precisavam de ajuda, que eram as que obtiveram prejuízo. STF → NÃO FERE ISONOMIA, pois a conduta visa atenuar a carga tributária de empresas que estão sujeitas à dupla tributação. 5. O simples – Discriminação entre empresas com base na atividade exercida. → A LC 123/2006 instituiu o SIMPLES, tomando como parâmetro para a inclusão, a receita bruta anual. → Porém, mesmo sem ultrapassar os limites, alguns contribuintes foram excluídos, como sociedades constituídas por profissionais liberais. → CNPL ajuizou uma ação perante o STF argumentando que essa consistiria num tratamento diferenciado para contribuintes em situações equivalentes e, portanto, agressão ao principio da isonomia. STF entendeu que era constitucional essa previsão, pois não haveria concorrência desleal entre os profissionais liberais Entretanto com a LC 147/2014 a diferenciação deixou de existir, não havendo mais óbice para as sociedades de profissionais liberais opte pela SIMPLES. 6. Discriminação na concessão de parcelamento de débitos referentes à COFINS → A portaria 655/1993 do Ministério da fazenda autorizava o parcelamento dos débitos referentes à COFINS vencidos até 30 de novembro de 1993, porém em seu artigo 4º afastava do alcance da medida os débitos objeto de deposito judicial. → De modo que o parcelamento era permitido aos contribuintes que não houvessem ajuizado ação para discutir o débito. Bem como aos que, tendo recorrido ao judiciário, não tivessem depositado em juízo o valor do credito tributário exigido pelo fisco. Já os contribuintes que houvessem ajuizado ação e optado por fazer o mencionado deposito (revertido de caráter facultativo) o parcelamento era vedado. STF→ NÃO houve violação do principio da isonomia. Pois a diferenciação feita pela portaria apenas prestigiou a racionalização na cobrança do crédito tributário. 7. Contribuições para o PIS/PASEP – Discriminação entre empresas privadas e estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) → A Instituição do PIS e PASEP trouxe uma contribuição mais gravosa ao PASEP que a do PIS. → De modo que entraram com ação de inconstitucionalidade, tendo como base o art. 173 §1º, II CF STF entendeu constitucional, pois foi instituída para proteger as empresas privadas da concorrência desleal por parte do ESTADO e a luz da seletividade no financiamento da seguridade social.7 Isonomia e capacidade contributiva ➢ A capacidade contributiva é o principal parâmetro de desigualdade a ser levado em consideração para atribuição de tratamento diferenciado às pessoas. ➢ Art. 145 §1 CF § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. ➢ Todos os impostos incidem sobre alguma manifestação de riqueza do contribuinte. ➢ Quem tem maior riqueza tem capacidade contributiva, já quem tem baixa, é isento de pagamento, pois não possui capacidade contributiva. ➢ Imposição constitucional de progressividade do imposto de renda é exemplo de regra teleologicamente (finalisticamente) ligada aos princípios da capacidade contributiva e da isonomia. Progressividade nos impostos reais ➢ Antes de impor a graduação dos impostos de acordo com a capacidade econômica, exige que eles tenham CÁRATER PESSOAL. ➢ Súmula 656/STF “é inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis – ITBI, com base no valor venal do imóvel. ➢ Súmula 668/STF → somente admitir a progressividade do IPTU a partir da edição da EC/29/2000, que expressamente autorizou a utilização da técnica para o tributo. Comentado [ECB1]: Essa súmula tem claramente apontado para uma futura revisão ou até cancelamento, mas até lá, ainda é válida, principalmente em concursos ➢ Antes era considerado inconstitucional a progressividade de impostos reais. ➢ STF estatuiu a possibilidade de adoção de alíquotas progressivas com base no valor do quinhão recebido por cada herdeiro no ITCMD. ➢ Em 2016, o STF chegou a reconhecer a possibilidade de a progressividade “incidir sobre todas espécies tributária” CURIOSIDADE: Constitucionalidade superveniente não é admitida no Direito brasileiro (leis inconstitucionais são natimortas, não desfrutando qualquer instante de validade) A concretização do princípio da capacidade contributiva em face dos direitos individuais do contribuinte. ➢ Art. 145 §1 Faculta a Administração tributária “identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte” ➢ De modo que a intimidade dos particulares não pode ser obstáculo intransponível do Estado, sendo obrigados à declaras seus rendimentos anualmente. ➢ LC 105/2001 → Possibilidade do Fisco requisitar diretamente às instituições financeiras (sem necessidade de ordem judicial) informações protegidas por sigilo bancário. Art. 6o Asautoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. ➢ Ampla discricionariedade para definir o que é ou não justificável para a quebra de sigilo. De modo o decreto 3.724/01 no seu art. 3º, em que casos o exame dos dados protegidos por sigilo bancário pode ser considerado indispensável. ➢ DOUTRINAS consideram inconstitucional a quebra de sigilo bancário por meio de decisão de natureza administrativa (que deveria ser judicial) ➢ STF → Considerou constitucional ➢ Protege, ainda assim, os dados bancários do conhecimento de terceiros. ➢ STF → No âmbito municipal, a utilização do poder de requisição dos dados, submeta-se a uma normatividade semelhante àquela existente na esfera federal. O princípio da não surpresa ➢ Não basta a segurança com relação aos fatos passados (irretroatividade da lei), sendo também necessário um mínimo de previsibilidade quanto ao futuro próximo. Comentado [ECB2]: EXCEPCIONAL, só quando a adm. não dispuser de outro modo para obter as informações ➢ Atende ao principio da anterioridade de exercício a publicação, no Diário oficial, da lei instituidora de imposto no dia 31/12, sábado, apesar de a sua circulação dar-se apenas na segunda – feira. ➢ EC 42/2003 estendeu como regra para os tributos o principio da noventena. ➢ O princípio da segurança jurídica traduz-se, em matéria tributária, no principio da não surpresa, que traz como corolário os princípios da irretroatividade, anterioridade e noventena. Princípio da irretroatividade ➢ Nos termos constitucionais, é vedado aos entes tributantes cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. (CF, art. 150, III, a) ➢ Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes ➢ Classificação dos fatos geradores: a) Periódicos: prolongam no tempo (ex. IPVA) b) Instantâneos: Ocorre num momento preciso (Ex. Importo de importação) Fatos geradores periódicos 1) Simples: Único evento (ex. IPTU) 2) Composto/complexo: Diversos eventos (ex. Imposto de renda) Irretroatividade e CSLL ➢ A CSLL não está sujeita ao princípio da anterioridade do exercício financeiro, apenas respeita o período mínimo de 90 dias. Irretroatividade e IR ➢ Não se sujeita ao principio da noventena, mas deve observar o da anterioridade do exercício financeiro. ➢ O STF, com a súmula 584 parece simplesmente desprezar tanto a anterioridade quanto a irretroatividade Súmula 584 Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração. ➢ STJ afirma a inaplicabilidade da súmula 584/STF com fundamento que foi constituída sob a luz de legislação anterior ao CTN (ADOTADO PELOS CONCURSOS) ➢ Conforme o art. 150, III, a, da CF, o principio da irretroatividade não possui qualquer exceção Princípio da anterioridade do exercício financeiro ➢ CF/88 veda aos entes cobrar tributos “no mesmo exercício financeiro em que haja sito publicada a lei que os instituiu ou aumentou” (150, III, b) ➢ Marco temporal a data da Publicação da lei. ➢ Princípio que serve para proteção do contribuinte, não sendo impedida de reduzir ou extinção da carga tributária. ➢ STF → Mudança de prazo de pagamento, mesmo antecipando-o, não agrava a situação do contribuinte, não sujeitando-se a regra da anterioridade do exercício. (sumula vinculante 50) (além de poder ser feito por ato infralegal, ou seja, não se sujeita a legalidade) ➢ É exceção do principio da legalidade também a mera atualização monetária, por não significar majoração do mesmo, não se sujeita a anterioridade. ➢ Redução ou extinção de desconto para pagamento não configura aumento de tributo. (STF) Exceções à anterioridade do exercício financeiro. ➢ IPI é o único dos impostos ditos reguladores cujos efeitos das majorações porventura realizadas estão sujeitos a prazo (noventena) ➢ As contribuições para financiamento da seguridade social também se sujeitam ao princípio da noventena. Anterioridade e revogação de benefícios fiscais ➢ Ao conceder isenção, pode ser feita em momento imediato ➢ Já no caso de revogação da isenção concedida há prazo. ➢ CTN art. 104, III → “Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda que extinguem ou reduzem isenções.” ➢ A revogação de qualquer beneficio fiscal configura aumento indireto de tributo e justamente por isso somente gera efeitos financeiros no exercício subsequente ao da publicação da lei revogadora. Anterioridade e medidas provisórias ➢ São possíveis a instituição e majoração de tributos por meio de MP. Porém, se o tributo instituído ou majorado for imposto, a cobrança só poderá ser realizada no exercício subsequente caso a MP tenha sido convertida em lei até o ultimo dia daquele em que foi editada. (CF, 62, §2) Princípio da noventena ➢ Instituído ou majorado tributo, a respectiva cobrança só pode ser realizada após o transcorrer de, no mínimo, noventa dias da data da publicação da lei instituidora/majoradora e desde que já atingindo o início do exercício subsequente. Noventena e medida provisória ➢ Termo da contagem do inicio dos 90 dias. ➢ STF→ Se não houvesse mudança relevante no texto nas reedições, o prazo deveria ser contado da edição da primeira medida provisória, pois não haveria surpresa do contribuinte. Contudo, com mudança substancial no texto no momento da sua conversão em lei deveria ser contado da publicação. ➢ 60 dias da medida provisória, prorrogável por mais 60, sendo que a cobrança do tributo começa a contar com 90 dias, que cobrará os 30 dias restantes, se converter em lei que não tenha mudança substancial, continuará, se tiver mudança, reinicia-se a contagem. Caso não seja convertido em lei, cabe ao congresso disciplinar decreto que defina se haverá ou não devolução dos valores. (na pratica os valores não são devolvidos) Exceções a noventena ➢ §1 do art. 150 CF ➢ Imposto de renda não se submete ao princípio da noventena, sendo possível a majoração do imposto de renda por meio de lei publicada no dia 31 de dezembro, que gera efeitos no dia seguinte. ➢ Entretanto, a medida provisória deve ser convertida em lei até 31 de dezembro para que possa ter a cobrança a partir do primeiro dia do exercício seguinte. Princípio do não confisco ➢ Art. 150, IV ➢ Proibição da utilização do tributo com efeito de confisco e não que o tributo configure confisco. (porém essa segunda também é proibida) ➢ Tributo com efeito de confisco → Aquele de incidência exagerada, que, absorvendo parcela considerável do patrimônio ou da renda produzida pelo particular, gerasse neste e na sociedade em geral uma sensação de verdadeira punição. ➢ Também denominado principio da razoalidade ou proporcionalidade da carga tributária Configuração do efeito confiscatório ➢ O conceito de efeito confiscatório é indeterminado ➢ Isso não impede que em casos de notória ausência de razoalidade de uma exação ou de um conjunto de exações, o Poder Judiciário reconheça a existência de um verdadeiro abuso do direito de tributar. ➢ STF → O princípio estende-se às multas decorrentes do descumprimento de obrigação tributária. ➢ STF → Configura-se o caráter confiscatório de determinado tributo sempre que o efeito cumulativo,resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal, afetar, substancialmente e de maneira irrazoável, o patrimônio ou os rendimentos dos contribuintes. Perspectivas dinâmica e estática da tributação do patrimônio ➢ A tributação do patrimônio pode ser analisada sob 2 perspectivas: 1) Estática: Analisa-se o patrimônio em si mesmo (ex. IPVA, IPTU, ITR) → Considerada um fato perene, que se protrai no tempo 2) Dinâmica: Levam em consideração potenciais mutações que constituam acréscimos patrimoniais. (ex. rendimento de um aluguel) ➢ Há possibilidade de caráter confiscatório: a) dos impostos sobre o patrimônio, na sua perspectiva estática e b) do imposto de transmissão causa mortis, na sua perspectiva dinâmica Pena de perdimento e confisco ➢ Art. 5º, XLVI, b da CF ➢ Não se confunde com tributo confiscatório ➢ Mas nada impede de em caso grave de infração tributária, a legislação especifica preveja como punição o perdimento de bens. Taxas e princípio do não confisco ➢ Como tem caráter contraprestacional, a verificação de caráter confiscatório da taxa é feita comparando-se o custo da atividade estatal com o valor cobrado a titulo de taxa. Multas e o princípio do não confisco ➢ Multa moratória: atraso de pagamento → STF: considerou multa arbitraria a fixada em 30%, reduzindo-a a 20% ➢ Multa punitiva: descumprimento de normas →STF: possui caráter confiscatório a sanção que ultrapassar o valor da obrigação tributária principal Princípio da liberdade de tráfego ➢ Art. 150, V da CF ➢ É vedado aos entes federados: V - Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público; ➢ Direito de tráfego → art. 5º, XV CF XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; → Possui exceções: ❖ Possibilidade de cobrança do ICMS interestadual (art. 155, II e §2, VII da CF) Natureza jurídica STF→ considerou ser tributo da espécie taxa o “selo pedágio” instituído pela lei 7.712/88. • Entretanto, a própria suprema corte diferencia selo-pedágio dos pedágios atuais. • Selos-pedágio → Cobrado de maneira compulsória de todos usuários de rodovias, independente da frequência de uso. • Pedágios modernos → São devidos quando e cada vez que haja uso da rodovia., e ausência de caráter compulsório (o que tira sua natureza tributária) ❖ Desse modo, essas seriam enquadradas como exações de natureza contratual (preços públicos) ❖ Não estará sujeito às amarras do direito tributário (legalidade, anterioridade, noventena, entre outras), nem gozará de algumas prerrogativas típicas de regime publicista (compulsoriedade, privilégios processuais, etc) ❖ Concurso → CONSIDERA-SE PEDÁGIO UM PREÇO PÚBLICO (ressalvada as situações em que aborde o selo-pedágio, nesse caso é taxa.) Vedações específicas à união – A proteção ao pacto Federativo ➢ Art. 151 CF ➢ Objetivo de proteger o pacto federativo. ➢ Protegidas por cláusula pétrea (art. 60, §4º, I da CF) Art. 151. É vedado à União: I - Instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; II - Tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 1 – O princípio da uniformidade geográfica da tributação ➢ Art. 151, I CF/88 ➢ Veda a união instituir tributos que não seja uniforme em todo território nacional, salvo para incentivo fiscal. ➢ Não pode a união estipular alíquotas diferentes do IR nos distintos Estados da Federação. ➢ Exceção: diferenciação com finalidade extrafiscal de diminuir as diferenças socioeconômicas. ➢ Está em consonância com o art. 3º da CF ➢ Esse mesmo artigo 3º que foi fundamento para manutenção da ZONA FRANCA DE MANAUS, que com a EC/42/003 acrescentou 50 anos. ➢ Esse principio deve ser pautada pela razoabilidade e proporcionalidade. ➢ STF → A concessão de isenção se funda no juízo de conveniência e oportunidade de que gozam as autoridades públicas na implementação de politicas fiscais e econômicas. Portanto, não cabe ao Poder Judiciário, que não pode se substituir ao legislador, entender isenção a contribuintes não contemplados pela lei, a titulo de isonomia. II- Princípio da uniformidade da tributação da renda – vedação à utilização do IR como instrumento de concorrência desleal. ➢ Art. 151, II, CF/88 ❖ É vedado a união: “Tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;” ➢ Visa evitar que a união utilize o tributo como meio de concorrer deslealmente no “mercado” de títulos da divida pública e na seleção de servidores públicos. ➢ Vale ressaltar que quando um particular adquire titulo da divida pública emitido por um ente, ele está concedendo empréstimo ao ente. ➢ Quando o ente quita sua obrigação, pagando o valor principal mais os juros, o particular obtém um rendimento do capital aplicado, estando o sujeito, por conseguinte, ao pagamento de imposto de renda. ➢ O que tributa não é o rendimento do ente federado que emitiu o titulo (vedado pelo art. 150, VI, a, CF), o que se tributa é a renda pela operação, que é rendimento do particular. ➢ O que é vedado é que a união tribute os rendimentos gerados pelos títulos estaduais e municipais de maneira mais gravosa que aqueles gerados pelos títulos que ela própria emite. ❖ A segunda vedação do dispositivo é tributação dos rendimentos dos servidores públicos estaduais e municipais de maneira mais gravosa que a estipulada para os servidores federais. ➢ Já a restrição é desnecessária, visto que a mesma seria consequência natural do principio da isonomia (art, 150, II, CF) – Proibição de qualquer distinção de tratamento que tome por base ocupação profissional ou função. III - Princípio da vedação às isenções heterônomas. ➢ Isenção é forma de exclusão do crédito tributário. ➢ Beneficio concedido exclusivamente por lei ➢ Isenções Heterônomas: concedidas por entes diferente daquele que tem competência para a criação do tributo. ➢ O poder de isentar é natural decorrência do poder de tributar, de modo que as isenções sejam autônomas (ou autonômicas), pois é concedida pelo ente a quem a CF atribui competência para criação de tributo. ➢ Veda a união “instituir isenções de tributos da competência dos Estados, DF ou dos Municípios” – Por simetria também pode afirmar que os estados não podem conceder isenções de tributos municipais. ➢ Existem exceções! a) Isenções heterônomas constitucionalmente permitidas. • Criação de duas exceções expressas à regra, ambas relativas a exportação. 1ª exceção → Art. 155, §2, XII, e, CF → Permite que a união conceda, por meio de lei complementar, isenção heterônoma do ICMS incidente nas operações com serviços e outros produtos destinados ao exterior, além dos mencionados no art. 155, §2º, X, a, CF. → A partir da EC 42/2003, o ICMS deixou de incidir, por expressa disposição constitucional (imunidade), sobre operações que destinem quaisquer mercadorias para o exterior e sobre os serviços prestados a destinatáriosno exterior. → Por causa da emenda, a possibilidade da união conceder isenção do ICMS nas exportações deixou de possuir qualquer utilidade. → Entretanto não foi revogado expressamente 2ª exceção → Possibilidade de a união conceder também via lei complementar, isenção heterônoma do ISS, da competência dos municípios, nas exportações de serviços para o exterior (art.156, §3º, II) b) Caso da isenção decorrente de tratado internacional • 3ª exceção → Possibilidade de tratado internacional conceder isenções de tributos estaduais e municipais. • Ao seguir estritamente o art. 151, III, CF, não há essa possibilidade, pois, a celebração de contrato internacional é realizada no âmbito federal. • Mas entende-se que o Presidente, como Chefe de Estado, firma tratados internacionais em nome da soberana República Federativa do Brasil e não em nome da autônoma união. • STF → Isenção na via do tratado não é abrangida pelo principio da vedação à concessão de isenção heterônoma. • Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio - GATT→ Ao prever equivalência entre os produtos importados e similar nacional, estende isenções concedidas a este. • STF → A possibilidade do tratamento internacional, não se encaixa no conceito de isenção heterônoma • Ao contrário das isenções, as imunidades sempre são heterônomas, pois são concedidas diretamente pelo texto constitucional, não havendo autonomia do ente competente. • Tratado internacional sobre matéria tributária tem força de lei, quando ela impede a cobrança de um tributo, a benesse concedida é uma isenção. DICA CONCURSO → Possível a concessão de isenção de tributos estaduais e municipais mediante tratados internacionais, mas não qualifica tal hipótese como isenção heterônoma. • As custas judiciais se sujeitam às limitações tributárias, entre as quais a da vedação à concessão de isenções heterônomas. Princípio da não discriminação baseada em procedência ou destino ➢ Art. 152 CF ➢ Veda-se aos Estados, DF e municípios estabelecer diferenças tributárias entre bens e serviço de qualquer natureza em razão de sua procedência ou destino. ➢ Somente a união tem autorização para estipular tratamento tributário diferenciado entre os Estados da Federação para diminuir desigualdades. Principio da indisponibilidade do interesse público e a concessão de benefícios fiscais ➢ Crédito tributário é parte do patrimônio público, não podendo praticar atos sem autorização do titular (o povo), que se faz por meio de lei. ➢ Os benefícios fiscais ora extinguem (remissão), ora excluem (isenção, anistia), ora diminuem (redução da base de cálculo, concessão de credito presumido) o crédito tributário. ➢ Não é possível a concessão de benefícios fiscais por intermédio de qualquer ato infralegal, para impedir que a desoneração tributária vire moeda de troca para vantagens pessoais. ➢ Art. 150 §6 CF 1. Exigência de lei especifica para a concessão de benefícios fiscais • Art. 146, II, da CF • Necessidade de lei complementar para regular as limitações constitucionais • Norma isentiva, por não estar regulando tal limitação, mas sim excluindo a tributação, poderá ser uma lei ordinária, salvo nos casos q o próprio tributo isentado só possa ser criado por lei complementar. • Art. 150§6º CF exige que a lei veiculadora do benefício seja especifica – Evitar a prática de esconder benefícios fiscais dentro de leis que tratam de matéria totalmente diversa da tributária. (ex. em lei que cria o dia do homem, colocar multa para quem descumpre as regras do IPI) • Não se deve analisar o §6º de maneira tão rígida, pois a matéria tratada pode ser diversa, mas que tenha conexão de alguma forma. • Concessão de benefícios fiscais e extinção desse tributo não se confundem. Sendo necessário lei especifica apenas para a concessão de benefícios. – Podendo ser possível a extinção de tributo por lei que trate de outra matéria- 2. Concessão de benefícios fiscais relativos ao ICMS • Art. 155,§2º, XII, g, CF – Restrição à prática de atos de disposição envolvendo ICMS • A consequência de atribuir a entes menores a criação e administração de um tributo que grava toda a economia é a guerra fiscal (disputa, entre cidades e estados, para ver quem oferece melhores incentivos para que as empresas se instalem em seus territórios). De modo que a CF criou um arsenal de regras para conter essa competição. • O art. 155, §2º, XII, g → Exige que a concessão de benefícios fiscais de ICMS seja precedida de deliberação conjunta dos Estados e do DF, conforme regulado em lei complementar. • DELIBERAÇÂO CONJUNTA → Convênio celebrado no âmbito do Conselho nacional de Política Fazendária – CONFAZ • CONFAZ → Reuniões que só podem ser feitas com presença da maioria das unidades da federação. Sendo a concessão dos benefícios dependente da decisão unanime dos Estados representados e sua revogação (total ou parcial), depende de aprovação de pelo menos 4/5 dos representantes presentes. • !0 dias da data final da reunião em que o convênio foi firmado, será publicada no Diário Oficial da união. • 15 dias para o poder executivo de cada unidade publicar decreto para ratificar ou não o convênio (pode ratificação tácita) – Também se aplica aos que não compareceram a reunião- • A não ratificação de todos, ou 4/5 (revogação total ou parcial) → Implica rejeição do convênio firmado. • Após 10 dias do fim do prazo de ratificação → Deve ser publicado no diário oficial informação da ratificação ou rejeição. • Trigésimo dia após a publicação → Os convênios entraram em vigor, salvo disposição em contrário – vinculando todas unidades, inclusive as que não compareceram- Convocados P/ Reunião Realização da Reunião Presidência da Reunião Concessão de Beneficio Revogação de Benefício Ratificação da concessão Ratificação da Revogação Representantes de todos os Estados e DF Presença de representantes da maioria das unidades federativas Representantes do Governo Federal Decisão unanime dos entes representados na reunião Aprovação de, no mínimo 4/5 dos entes representados na reunião Ratificação expressa ou tácita do Executivo de todas as unidades da federação Ratificação expressa ou tácita do Executivo de, no mínimo 4/5 das unidades da federação • Nos termos do art. 176 do CTN, a isenção somente pode ser concedida mediante lei especifica, com exceção do ICMS, que se dá diante convênio entre todos os Estados. • STF → Ratificou concessão de beneficio fiscal do ICMS a templos religiosos sem o convênio, pois entendeu que a isenção a templo de qualquer culto não tem aptidão para deflagrar guerra fiscal ou gerar fiscos do pacto federativo. • LC 160/2017 → Concedeu ao CONFAZ, a possibilidade de, no prazo de 180 dias (contados da publicação da LC) editar convênio adotando as seguintes providencias: a) Remissão (perdão) dos créditos tributários b) Reinstituição das isenções → Sua aprovação depende de concordância de 2/3 de todas unidades (nacional – 18 unidades) e que, em cada região, 1/3 das unidades aprovem a medida. Imunidades ➢ Três diferentes institutos jurídicos que podem excepcionar a regra de pagamento de tributo: a) Não incidência: abrange imunidades b) Isenção c) Fixação de alíquota zero ➢ A não incidência refere-se às situações em que um fato não é alcançado pela regra da tributação. Pode decorrer de 3 formas: 1) O ente tributante, podendo faze-lo, deixa de definir determinada situação como hipótese de incidência tributária. 2) O ente tributante não dispõe de competência para definir determinada situação como hipótese de incidência do tributo. (ex. propriedade de bicicleta não incide IPVA) 3) A própria CF delimita a competência do ente, impedindo-o de definir determinadas situações como hipóteses de incidência de tributos. (IMUNIDADE) ➢ Os dois primeiros casos → não incidência pura e simples/ incidência tout court ➢ No ultimocaso → não incidência constitucionalmente qualificada. 1. Imunidades e isenções • As imunidades são limitações constitucionais ao poder de tributar consistentes na delimitação da competência tributária constitucionalmente conferida aos entes políticos. (ex. O estado não pode cobrar IPVA de veículos dos outros entes, vide art. 150, VI, a, CF) • A isenção opera no âmbito do exercício da competência, enquanto a imunidade, no âmbito da própria delimitação de competência. • A imunidade é sempre prevista na CF, já isenção está sempre prevista em lei. • Art. 195, §7º CF → São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. (CASO DE IMUNIDADE) 2. Classificações doutrinárias das imunidades tributárias 1- Quanto ao parâmetro para concessão: imunidades subjetivas, objetivas e mistas • Pessoas → imunidades subjetivas • Objetos → imunidade objetivas • As duas ao mesmo tempo → imunidade mista ➢ Subjetiva: A regra imunizante do art. 150, VI, a, CF sobre a não incidência sobre entes ➢ Objetiva: Art. 150, VI, d, CF (livros, jornais, papel destinado à sua impressão) ➢ Mista: Art. 153, §4º, II, CF sobre ITR de pequenas glebas rurais com proprietário que não possua outro imóvel IMPORTANTE!!! → A imunidade subjetiva não exime as pessoas por ela protegidas do dever de pagar tributo na condição de responsáveis. ➢ O divisor de águas para que se afira se a imunidade tem o condão de impedir a cobrança do imposto é o momento da ocorrência do fato gerador. II- Quanto à origem: ontológica ou politica • Ontológicas → Imunidades que existem mesmo sem previsão expressa do texto constitucional, pelo princípio da capacidade contributiva e proteção ao pacto federativo (ex. Imunidades das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos – art. 150, VI, c, CF-) • Políticas → Imunidade em virtude de opção política do legislador constituinte (ex. imunidade dos templos de qualquer culto e livros) III - Quanto ao alcance: gerais e especifica • Geral → Vedação a todos entes tributantes, abrangendo diversos tributos (ex. 150, VI, CF) • Especifica → O legislador restringe a aplicação da imunidade a um determinado tributo de competência de determinada pessoa política. (ex. imunidades ao IPI e ICMS nas operações de exportação – art. 153, §3º, III, e 155 §2º, X, a, CF) IV - Quanto à forma de previsão: explicita e implícita • Explicitas → imunidades expressas no texto constitucional • Implícita → Existem como decorrência dos princípios constitucionais ➢ Imunidades políticas são sempre explicitas, já as ontológicas podem ser explicitas ou implícitas. V- Quanto à necessidade de regulamentação: incondicionadas e condicionadas • Incondicionada → Quando a norma que a prevê produz efeitos independentes de regulamentação. (ex. imunidades reciprocas e cultural – art. 150, a e d, CF) • Condicionada → Eficácia limitada, ficando a aplicabilidade e gozo a depender da regulamentação infraconstitucional. (ex. imunidades das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos – art. 150, VI, c, CF) 3. As imunidades tributárias em espécies ➢ Sempre que a CF diretamente limita a competência tributária atribuída aos entes políticos, está conferindo uma IMUNIDADE ➢ Na CF, existem imunidades relativas a taxas, impostos e contribuições a seguridade social • Imunidade tributária recíproca → Art. 150, VI, a, CF → Proíbe aos entes de instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros. → STATUS DE CLÁUSULA PÉTREA (proteção ao pacto federativo) → Só aplicada aos impostos, de modo que permite que por exemplo, o município cobre taxa de coleta de lixo de às repartições públicas federais e estaduais. → Imunidade tributária reciproca extensiva → Por força do §2º do art. 150, A imunidade reciproca se estende às autarquias e fundações, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. → Para gozar da imunidade, as autarquias e fundações precisam manter seu patrimônio, renda e serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes, restrição esta não aplicável aos entes políticos. → Porém o §3º, dirige-se tanto aos entes políticos, quanto às autarquias e fundações públicas, excluindo-se da imunidade o patrimônio, renda e serviços relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelos usuários. • Extensão da imunidade reciproca a empresas públicas e sociedades de economia mista → STF → Entendeu que o §2º estende a regra imunizante as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. → ECT – Empresa de correios e telégrafos está abrangida pela imunidade reciproca → Se a participação privada for considerada ínfima, a imunidade não restará prejudicada → STF entende que a aplicabilidade da imunidade deve observar os seguintes requisitos: 1) Restringir-se à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado. 2) Não beneficiar atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares 3) Não ter como efeito colateral a quebra dos princípios da livre concorrência e do exercício de atividade profissional ou econômica lícita. • A imunidade recíproca em face da exploração de atividade econômica → A imunidade recíproca não pode servir como mecanismo de concorrência desleal dos entes estatais com pessoas jurídicas de direito privado. → A exploração direta de atividade econômica pelo Estado é excepcional, só permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou interesse coletivo (art. 173, CF), nesses casos é explorado por meio de empresas públicas e sociedades de economia mista. → As EP e SEM não podem gozar de benefícios fiscais não extensivos às do setor privado (art. 173§2º). → STF entendeu que TODAS atividades dos Correios estão protegidas pela imunidade recíproca. → De modo é irrelevante o exercício de atividades em regime de exclusividade e em concorrência com a iniciativa privada. • A imunidade recíproca e os casos de arrendamento e cessão de uso de bem público → STF → entendeu que há possibilidade de o concessionário ser sujeito passivo de IPTU → Prevaleceu o entendimento de que particulares que exploram atividades lucrativas em regime de livre concorrência não podem ser beneficiados pela imunidade recíproca, pois esta existe tão somente para garantir a autonomia das unidades federadas. → STF → Incide IPTU, considerado imóvel de pessoa jurídica de direito público cedido a pessoa jurídica de direito privado, devedora do tributo. • A imunidade reciproca e a OAB → STF → Os conselhos de fiscalização são autarquias federais, com exceção da OAB. → Os conselhos de fiscalização gozam de imunidade recíproca, de acordo com o §2º do art. 150 → Para o STF, a OAB não está voltada exclusivamente a objetivos corporativos, não podendo ser tida como congêneres das demais entidades. → Ao entender da suprema corte, a OAB tem natureza jurídica sui generis, devendo ser também protegida pela imunidade reciproca, pois sua atuação institucional consubstancia atividade própria de Estado → Prevaleceu, por unanimidade, a tese de que tanto as finalidades institucionais quanto as corporativas da OAB devem receber o mesmo tratamento de direito público, sendo a imunidade reciproca, aplicável inclusive às Caixas de assistência dos advogados. • Preocupação constitucional de coibir a elisão fiscal → A parte final do §3ºestatui outra restrição a fim de impedir a utilização da imunidade recíproca como mero mecanismo de elisão fiscal → A CF afirma que a regra imunizante não exonera o promitente comprador de obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel Súmula 583 Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano. • Imunidade dos Estados estrangeiros → Com a incorporação ao Direito Brasileiro do texto das convenções de Viena, restou assegurada aos Estados estrangeiros a “imunidade” a impostos e taxas no Brasil, ressalvadas aquelas decorrentes da prestação de serviços individualizados e específicos. → Apesar do nome de imunidade, trata-se de uma verdadeira isenção (pois, não está expressa na CF, mas em convenções internacionais) → As convenções que versam sobre matéria tributária, são incorporadas ao direito interno com hierarquia meramente legal. (convenções e tratados internacionais só tem status constitucional ou supralegal quando versam sobre direitos humanos) → É legítima a concessão de isenção de tributos estaduais e municipais, mediante tratados internacionais. → Apesar de possível a cobrança de taxas de serviços dos estados estrangeiros, por eles gozarem também de imunidade de jurisdição impede que sejam executados. → A imunidade de jurisdição pode ser renunciada pelo estado estrangeiro. • Outras decisões do STF → Com base na imunidade recíproca, o STF proferiu algumas outras decisões cujo conhecimento é fundamental para a compreensão da matéria. a) Os valores investidos pelos entes federados, bem como a renda auferida, são imunes ao IOF, e ao IR. b) A empresa privada que presta serviços de iluminação pública e é remunerada pelo município não é beneficiada pela imunidade c) O serviço notarial e de registro, por ser prestado em caráter privado, não é imune à incidência do ISS. d) Os bens e direitos que integram o patrimônio do fundo vinculado ao programa de arrendamento residencial – PAR beneficiam-se da imunidade recíproca. e) A casa da moeda do Brasil- CMB faz jus à imunidade recíproca. • Imunidade tributária religiosa → O legislador vê inserido no poder de tributar, o poder de subjugar. → Da mesma forma que a imunidade recíproca protege a autonomia dos entes federados, a imunidade religiosa impede que o Estado se utilize do poder de tributar como um meio de embaraçar o funcionamento das entidades religiosas. → Liberdade de culto como direito individual (art. 5º, VI, CF) e a imunidade religiosa estão protegidas por clausula pétrea. → Imunidade exclusiva para imposto, não se aplica a taxas e contribuições especiais. → Art. 150, VI, b → Templo X Entidade religiosa → O artigo para sobre templo, pela diferenciação, deveria ser imune apenas aos impostos do IPTU e ITR, mas o sentido que o legislador se referiu, foi a entidade religiosa. → O STF entende que se um imóvel que pertence a ente imune é alugado, não deixa de estar vinculado às finalidades essenciais do ente, não perdendo a imunidade → A jurisprudência não demonstra qualquer preocupação em averiguar o uso dado ao imóvel pelo particular locatário (se por parte deste há ou não exploração de atividade econômica) → STF entende que a imunidade dos templos de qualquer culto é aplicável aos cemitérios que funcionem como extensões de entidades religiosas, não tenham fins lucrativos e se dediquem exclusivamente à realização de serviços religiosos e funerários. → Não se aplica a imunidade religiosa aos cemitérios instituídos por particulares com manifesta finalidade lucrativa. • Imunidade tributária dos partidos políticos, sindicatos de trabalhadores e entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos. → Art. 150, VI, c, da CF/88 → É vedado aos entes federados, instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; → O §4º do mesmo artigo especifica que a imunidade só é aplicável ao patrimônio, à renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais dessas entidades → Assegura o pluralismo político, por evitar que o Estado uso do poder de tributar como pretexto para subjugar partidos cujas concepções contrariem aquelas adotadas por quem esteja no exercício do poder. → Ao imunizar os sindicados, quis proteger a liberdade de associação sindical do art. 8º da CF (porém apenas os sindicatos dos trabalhadores) → Quanto as entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos, são imunes à incidência de impostos, desde que atenda os requisitos estipulados em lei (lei regulamentadora – eficácia limitada) Vinculação do patrimônio, da renda e serviços dos entes imunes às suas finalidades ➢ Do mesmo modo que ocorre em relação à imunidade religiosa, o STF tem sido muito flexível na análise da vinculação exigida pelo comando constitucional aos partidos, entidades sindicais, educacionais e assistenciais s/ fins lucrativos. ➢ Segundo a jurisprudência, o fato de a entidade utilizar seu patrimônio em atividade que gere acréscimo patrimonial e que, a rigor, não se enquadre nas finalidades, não afasta a imunidade, desde que os recursos obtidos sejam destinados a tais fins. Súmula Vinculante 52 Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. ➢ O STF tem entendido que mesmo com atividades que se afastam daquelas essenciais, é presente a imunidade, para preservar, estimular e proteger as entidades. ➢ A Corte suprema entendeu que a venda de bens de entidade imune não se sujeita ao ICMS ➢ ATENÇÃO → O STF reconhece a aplicação da imunidade em benefício do contribuinte de direito (comerciante) e não em favor do contribuinte de fato (adquirente, que sofre o encargo do tributo) Regulamentação da imunidade das entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos ➢ A imunidade das entidades educacionais e assistenciais sem fins lucrativos depende de regulamentação por lei complementar ➢ Art. 14 CTN tem os requisitos para as entidades gozarem de imunidade: I – Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II - Aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - Manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. ➢ Ressalta-se que a ausência de fins lucrativos não impede o viável crescimento de suas receitas, o que não pode acontecer é a distribuição de excedentes entre os sócios, diretores, gerentes ou quaisquer outras pessoas. ➢ STJ → A decisão administrativa que reconhece o preenchimento dos requisitos legais para gozo da imunidade possui natureza declaratória e, por isso produz efeitos retroativos (ex tunc), ficando a incidência de impostos vedada desde o momento em que efetivamente cumpridos os requisitos e não após a decisão que reconhece (declara) esse cumprimento Súmula 612 - O certificado de entidade beneficente de assistência social (CEBAS), no prazo de sua validade, possui natureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus efeitos à data em que demonstrado o cumprimento dos requisitos estabelecidos por lei complementar para a fruição da imunidade. ➢ Se a entidade deixar de cumprir qualquer dos requisitos, a autoridade competente poderá suspender a aplicação do benefício, conforme §1º do art. 14 ➢ STF → entende que se presume que seu patrimônio, renda e serviços encontram-se vinculados àssuas finalidades essenciais. ➢ No âmbito federal, o art. 32 da lei 9.430/96 estabelece os procedimentos de fiscalização a serem adotados para a suspenção da imunidade. A imunidade e as entidades fechadas de previdência social privada ➢ Enquadramento das entidades fechadas de previdência social privada dentro do conceito de entidade assistencial sem fins lucrativos, para fins de reconhecimento de imunidade tributária. ➢ Os planos de previdência privada aberta (que qualquer pessoa pode contratar junto a instituição financeira) possuem finalidade lucrativa, não estando protegidos por imunidade. ➢ A duvida é em relação ao “fundo de pensão” – tais entidades não possui fins lucrativos e conseguem suprir os requisitos do art. 14 CTN. ➢ Previdência social tem caráter contributivo, já a assistência social será prestada a quem necessitar. ➢ No art. 150, VI, c, CF, o legislador imunizou expressamente as entidades da ASSISTENCIA SOCIAL ➢ STF→ Só tem imunidade as entidades de assistência social, e não as de previdência. (porém nada impede que uma entidade cujo objetivo é assegurar aos filiados uma complementação dos benefícios pagos pela previdência (INSS) seja considerada assistencial. ➢ Em casos que o filiado não precisa contribuir para receber os futuros benefícios, o STF considera que o caráter do sistema é assistencial e tem imunidade. javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; Súmula 730 STF A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários. ➢ As entidades de previdência privada que tiverem como patrocinadores os entes políticos, e as entidades da administração indireta, jamais serão beneficiadas pela imunidade tributária das entidades assistenciais. Pois se o patrocinador estatal não pode contribuir com o montante maior que aquele a cargo do beneficiário, também não pode, contribuir sozinho. • Imunidade tributária cultural → Art. 150, VI, d, CF → Proibição dos entes federados em instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. → Baratear acesso à cultura → Clausula pétrea → Única puramente objetiva (pois só tem imunidade os objetos e não a pessoa que comercializa) → STF afastou qualquer possibilidade de aferimento do valor cultural das publicações com o objetivo de conferi-lhes ou não imunidade. → STF→ as apostilas também são protegidas pela imunidade. → STF entende que por não poderem se considerados destinados a cultura e educação, os encartes com exclusiva finalidade comercial, mesmo que inserido dentro de jornais, não estão protegidos por imunidade. Porem a presença de propaganda no corpo da própria publicação, sendo dela inseparável, não lhe retira imunidade. Súmula 657 A imunidade prevista no art. 150, VI, "d", da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. → Atualmente o STF entende que a imunidade dos livros de papel também se aplica ao livro eletrônico. – Audiolivro também- • Imunidade tributária da música nacional → Acrescentado pela EC 75/2013 no art. 150, VI, e, CF → Proíbe a instituição de impostos sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. → Combate à pirataria 1 – Fonogramas e videofonogramas musicais ▪ A lei de direitos autorais conceitua fonograma como “toda fixação de sons de uma execução ou interpretação ou de outros sons, ou de uma representação de sons que não seja uma fixação incluída em uma obra audiovisual;” – arquivo contendo a música- ▪ Mesmo não tendo definição legal, podemos definir videofonogramas o arquivo contendo música e vídeo. ▪ Não é necessário para a caracterização a sua apresentação em suporte material (CD, DVD, Blu-ray, cassete, vinil) ou sua disponibilidade e circulação mediante transferência eletrônica de dados, como os do Appstore. II- Produzidos no Brasil ▪ Caráter absoluto, não há exceção III- Contendo obras ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros ▪ Imunidade descaracterizada do caráter puramente objetivo ▪ Como há requisitos subjetivos e objetivos, é classificada como mista ▪ Requisito subjetivo: basta o compositor ou interprete ser brasileiro IV- Bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham ▪ Para evitar a discussão que teve com os livros digitais ▪ Sendo protegido pela imunidade as musicas de meios digitais também. V- Salvo na replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. ▪ A imunidade retiraria a exclusividade do beneficio da zona franca de Manaus. ▪ Apenas para mídia óptica, ou seja, vinil tem imunidade ainda assim. • Tributos abrangidos → A imunidade musical só se aplica a imposto, não impedindo cobrança de contribuições como PIS, COFINS → Não foi impedida a incidência do imposto de renda → STF entende pela incidência de ISS sobre contratação de estúdio, músico, mixagem, etc. → Somente estão abrangidos pela imunidade os impostos que incidem diretamente sobre os fonogramas e videofonogramas. → IPI e ICMS que incidiriam na etapa de “prensagem” e o ICMS que incide na distribuição e venda. → IE também estará impedida.
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