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Resumo Atualizações da Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019 - 2020)

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RESUMO – ATUALIZAÇÕES DA DIRETRIZ DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (2019 - 2020) | GUILHERE GOMES (@GUI.GS) 
DIABETES MELLITUS
➢ ASPECTOS GERAIS: 
 
• Segundo o Ministério da Saúde, a Diabetes Mellitus 
(DM) é um distúrbio metabólico caracterizado por 
hiperglicemia persistente decorrente da produção 
insuficiente ou da má absorção da insulina. 
• No ano de 2017, a Sociedade Brasileira de 
Diabetes divulgou novas diretrizes para o manejo da 
Diabetes no Brasil e, em 2019, a American Diabetes 
Association (ADA) divulgou padrões de assistência 
atualizados periodicamente, que devem ser seguidos 
por meio do comitê de prática profissional e 
apresentam interessantes alterações que serão 
abordadas a seguir. 
• Devido as suas diversas complicações, a DM é 
considerada um problema de saúde mundial, 
estimando-se que 8,8% da população vive com diabetes 
atualmente. Desta forma, a ADA destaca inicialmente a 
necessidade da melhora da promoção de saúde junto a 
pacientes com diabetes, recomendando que a tomada 
de decisões deve ocorrer a partir da medicina baseada 
em evidências, acompanhamento multiprofissional e, 
especialmente, alinhar o manejo com o modelo de 
cuidado crônico, recomendação essa que aparece com 
estratificação de nível A. 
• É fundamental considerar aspectos sociais, econômicos, 
políticos e demográficos que possam dificultar o 
manejo, em especial relacionado a dieta do paciente. 
 
➢ RELAÇÃO ENTRE CLASSIFICAÇÃO, FATORES DE RISCO E 
DIAGNÓSTICO: 
 
• De forma geral, a enfermidade pode ser classificada da 
seguinte forma: 
 
1. Diabetes Mellitus do tipo 1: É considerada uma doença 
autoimune e se dá a partir da destruição das células ß 
pancreáticas, o que ocasiona deficiência absoluta na 
produção da insulina. 
2. Diabetes Mellitus do tipo 2: Ocorre a partir da perda 
progressiva das células ß pancreáticas em conjunto com 
a resistência à insulina devido a complexos mecanismos 
de caráter genético e ambientais. 
3. Diabetes gestacional: É diagnosticada no segundo ou 
terceiro trimestre de gestação, distúrbio este que não 
era evidente anterior a gestação. 
4. Diabetes decorrentes de outras causas: São exemplos 
as síndromes diabéticas monogênicas, doenças do 
pâncreas exócrino ou diabetes induzidas por meio de 
drogas ou medicamentos. 
 
• O diagnóstico leva em consideração os fatores de risco 
associados ao DM. A tabela a seguir indica estes fatores 
e, apesar de ter sido divulgada em 2017, não sofreu 
alterações em 2019. 
 
 
• Em alguns casos, estas recomendações podem ser 
alteradas, pois é necessária a testagem de indivíduos de 
qualquer idade desde que estejam em sobrepeso ou 
obesidade. Do mesmo modo, os exames devem ser 
repetidos no intervalo mínimo de 3 anos em indivíduos 
considerados normais. A promoção do tratamento 
adequado de alterações cardiovasculares e a 
identificação dos seus fatores de risco são 
indispensáveis, de forma a prevenir precocemente 
eventos potencialmente danosos. 
• Para o diagnóstico, devemos considerar a presença dos 
sinais e sintomas da diabetes e, caso estes não estejam 
presentes, é necessário que haja dois resultados 
anormais a partir da testagem da mesma amostram ou 
de amostras diferentes. 
• Os valores a seguir são os descritos como referência na 
literatura para hemoglobina glicada, glicemia de jejum, 
TOTG e a glicemia plasmática aleatória 
respectivamente. 
• O asterisco presente na coluna relacionada ao pré 
diabetes ressalta que este grupo se encontra em risco 
iminente de tornar-se diabético e, por isso, necessita de 
observação cautelosa dos fatores de risco destacados. A 
ADA recomenda, em nível E, a monitoração anual pelo 
menos destes pacientes. 
• São fortemente recomendadas mudanças no estilo de 
vida, tais como perda de peso por meio da redução 
calórica e prática de atividades físicas, em especial aos 
pacientes com risco de desenvolvimento de DM tipo 2 
com sobrepeso ou obesidade. Dentre elas, indicam-se 
atividades aeróbicas, de fortalecimento muscular e 
flexibilidade por pelo menos 150 minutos semanais. 
• Estudos de intervenção demonstraram a eficiência da 
dieta do Mediterrâneo, dietas de baixas calorias ou 
baixa quantidade de gordura e alimentos como nozes, 
iogurtes naturais, cafés e chá estão associados com a 
redução do risco de diabetes. Em contraposição, carnes 
vermelhas e bebidas açucaradas estão associadas ao 
aumento do risco. De modo geral, recomenda-se a 
ingestão de água em relação a bebidas açucaradas e não 
açucaradas. 
• O consumo de bebida alcoólica em doses moderadas 
não apresenta risco ao paciente, entretanto pode-se 
observar hipoglicemia e aumento de peso, o que deve 
ser evitado. A cessação do tabagismo é fortemente 
recomendada. 
• A abordagem psicossocial otimiza o cuidado e prevê 
como ferramenta indispensável a educação em saúde 
sobre a história natural da doença, a necessidade 
crônica de terapia farmacológica e não farmacológica, 
especialmente em pacientes obesos. 
• O acompanhamento dos pacientes também pode se dar 
por meio da telemedicina, entretanto esta 
recomendação ainda apresenta estratificação nível B. 
 
 
 
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/diabetes
https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-sbd-2017-2018.pdf
https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-sbd-2017-2018.pdf
https://clinical.diabetesjournals.org/content/diaclin/37/1/11.full.pdf
https://clinical.diabetesjournals.org/content/diaclin/37/1/11.full.pdf
RESUMO – ATUALIZAÇÕES DA DIRETRIZ DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (2019 - 2020) | GUILHERE GOMES (@GUI.GS) 
➢ ALVOS GLICÊMICOS E TERAPIA FARMACOLÓGICA: 
 
• Os alvos glicêmicos são importantes metas 
estabelecidas de forma a controlar a diabetes ao longo 
do tempo. É importante salientar que a 
automonitoração estimula a responsabilidade por parte 
do paciente. A hemoglobina glicada deve ser inferior a 
7%. Entretanto, com o curso natural da doença, estes 
alvos tendem a mudar. 
• A hipoglicemia também deve ser cuidadosamente 
monitorada nestes pacientes. 
• A farmacoterapia é diferente entre as classificações de 
DM, em que para pacientes de DM do tipo 1 são 
recomendados medicamentos de rápida ação análogos 
à insulina, de forma a reduzir os riscos de hipoglicemia. 
No caso da DM do tipo 2, a terapia inicial é 
preferencialmente a Metformina, sendo possível a 
adição de novas terapias ao longo do tempo, bem como 
a suplementação da vitamina B12. A associação com 
insulina de forma precoce deve ser considerada se 
houverem sinais de catabolismo, sendo preferível a 
utilização de GLP-1. 
 
➢ RISCO CARDIOVASCULAR E COMPLICAÇÕES 
MICROVASCULARES: 
 
• O risco cardiovascular deve ser avaliado anualmente e 
deve ser estimado a partir do cálculo de risco da 
American College of Cardiology/American Heart 
Association ASCVD. A pressão arterial e o controle 
lipídico devem ser endereçados em toda consulta de 
rotina e controlada de acordo com o risco 
cardiovascular do paciente. 
• Para os pacientes que apresentarem maior risco 
cardiovascular, o tratamento antiplaquetário com 
aspirina pode ser eficiente após ponderação dos riscos. 
• Complicações microvasculares, como a Doença Renal 
Crônica (DRC), retinopatia, dor neuropática e pé 
diabético, são comuns nestes pacientes. A ADA traz 
recomendações quanto ao referenciamento ao 
especialista adequado, seja o nefrologista, 
oftalmologista ou neurologista. Em especial, ao 
paciente com DRC pode ser necessária a 
descontinuação da Metformina. 
• A avaliação dos pés deve ser realizada ao menos 
anualmente considerando-se os riscos individuais dos 
pacientes e deve conter minimamente o exame da pele, 
avaliação da presença de deformidades, exame 
neurológico e vascular, além da marcha e da história 
clínica atual e pregressa. 
• O acompanhamento multiprofissional periódico e o 
controle glicêmico são essenciais na prevenção destas 
complicações. 
 
 
 
 
 
➢ RECOMENDAÇÕES ASSOCIADAS A IDADE E CONDIÇÕES 
ESPECIAIS:• Vale ressaltar a riqueza de informações desta nova 
diretriz, que deve impactar o tratamento na atenção 
básica e nos outros níveis de complexidade. As 
recomendações associadas a idade são diferentes 
devido aos fenômenos fisiológicos singulares que 
ocorrem de maneiras diferentes 
na senescência, gestação, na infância e adolescência e 
igualmente para pacientes em condições hospitalares. 
• O custo da terapia ao consumidor também é abordado 
pela ADA, a fim de esclarecer o paciente sobre os 
processos relacionados ao produto final do tratamento. 
 
http://tools.acc.org/ASCVD-Risk-Estimator-Plus/#!/calculate/estimate/
http://tools.acc.org/ASCVD-Risk-Estimator-Plus/#!/calculate/estimate/
http://tools.acc.org/ASCVD-Risk-Estimator-Plus/#!/calculate/estimate/
https://care.diabetesjournals.org/content/42/Supplement_1/S139
https://care.diabetesjournals.org/content/42/Supplement_1/S165
https://care.diabetesjournals.org/content/42/Supplement_1/S148
https://care.diabetesjournals.org/content/42/Supplement_1/S173
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