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Curso RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E AFRODESCENDÊNCIA

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Entre transgressão e arte – Christina Queiroz 
Representação gráfica entre a letra e o símbolo, o “pixo” é um elemento visual que permeia a paisagem paulistana. Pode ser visto em marquises, muros, casas e edifícios, comerciais e residenciais. Em projeto de pesquisa recém-concluído, o antropólogo Alexandre Barbosa Pereira analisou “pixações” feitas em diversas regiões da cidade desde os anos 1980. Nesse percurso, constatou como jovens de periferia envolvidos com a atividade, caracterizada como gênero de arte urbana cuja essência está em ir além das regras do espaço público, conseguiram obter reconhecimento em circuitos artísticos nacionais e estrangeiros, apesar da relação de tensão permanente com o Estado e suas esferas institucionais. O pesquisador explica que os integrantes do movimento diferenciam o conceito de pixação (com “x”) de pichação (com “ch”). Enquanto a palavra grafada com “ch” se refere a frases e inscrições legíveis, o vocábulo com “x” diz respeito à grafia que é entendida apenas pelos integrantes do movimento. Além disso, envolve articulação em grupos, muitos deles da periferia, que buscam lugares de grande visibilidade e acesso difícil para deixar marcas individuais ou coletivas e, com isso, questionar a maneira como a paisagem urbana se estrutura. Qualquer tipo de pichação (ou pixação) é considerada crime ambiental, conforme dispõe a Lei federal n. 9.605/98. Além de multa, está prevista pena de três meses a um ano de prisão aos autores de pichação e grafites não autorizados. As penalidades são maiores quando envolvem edificações tombadas pelo patrimônio histórico. Estudioso do tema há mais de 15 anos, Pereira, que integra a Rede de Pesquisa Luso-Brasileira em Artes e Intervenções Urbanas, explica que a pichação, com rabiscos e frases feitas ao acaso, sempre existiu em São Paulo, porém identifica que a prática se intensificou a partir dos anos 1970, com versos poéticos escritos em muros e manifestações contra a ditadura. O início da pixação, no entanto, é mais recente. Surgiu nos anos 1980, por influência de movimentos como punk, heavy metal, hip hop e de skatistas. Ao reconhecer a transgressão como parte intrínseca da história do urbanismo, Carlos Zibel, professor aposentado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), lembra que escavações em Pompeia revelaram, nas paredes da cidade italiana soterrada pela erupção de um vulcão no ano 79 d.C., pichações em grafita e piche feitas contra senadores. “As linguagens do grafite e do pixo passaram a integrar o repertório da arte contemporânea, mas isso não elimina as tensões que a pixação indevida gera no espaço urbano. Justamente pelo caráter transgressor, os pixadores desempenham papel importante na investigação dos limites artísticos”, conclui
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/07/04/entre-transgressao-e-arte.
Acesso em: 05 ago. 2018 (com adaptações).
Texto 2
Disponível em: https://bhaz.com.br/2016/03/22/a-pichacao-e-um-ato-que-ao-mesmo-tempo-levanta-duvidas-e-certezas-na-sociedade/. Acesso em: 05 ago. 2018. 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I- No texto 2, a frase “pixei o muro na parte de fora tia, da rua que é nossa!” é uma pixação (com “x”), uma vez que seu conteúdo é desvinculado de crítica social e política.
II- Por meio da pixação, os jovens da periferia inserem-se no espaço urbano, do qual se sentem excluídos.
III- Por ser constituída de inscrições cuja grafia é compreendida apenas pelos integrantes do próprio movimento, a pixação não é capaz de levar a sociedade a refletir sobre a ocupação dos espaços públicos e privados.
IV- A pichação (com “ch”) serviu de instrumento de manifestação política em diferentes momentos da história da humanidade.
 
É correto o que se afirma apenas em:
	a.	
I e II.
	b.	
II e IV.
	c.	
I, II e III.
	d.	
I, III e IV.
	e.	
II, III e IV. 
0,5 pontos 
PERGUNTA 2
Os gráficos a seguir apresentam a evolução das porcentagens de diferentes impostos, em relação ao total de impostos, na Argentina e no Brasil. Nos eixos verticais, temos a porcentagem em relação ao total de impostos e, nos eixos horizontais, o ano.
 
Disponível em: http://www.oecd.org/tax/tax-policy/global-revenue-statistics-database.htm. Acesso em: 29 jun. 2018.
 
Com base nos gráficos, avalie as afirmativas.
I- Depois de 2010, tanto a Argentina quanto o Brasil apresentaram tendência de queda nos percentuais de impostos sobre bens e serviços em relação ao total de impostos.
II- De 1990 a 2000, a taxa de crescimento dos percentuais dos impostos sobre lucros e rendimentos em relação ao total de impostos foi maior na Argentina do que no Brasil.
III- Os dados apresentados permitem concluir que, com exceção dos impostos relativos aos lucros e aos rendimentos, a carga tributária na Argentina é maior do que a do Brasil.
 
É correto o que se afirma em:
	a.	
I e II, apenas.
	b.	
II e III, apenas.
	c.	
I e III, apenas.
	d.	
II, apenas.
	e.	
I, II e III. 
0,5 pontos 
PERGUNTA 3
Leia a reportagem a seguir, publicada na edição nº 428 da revista Saúde é Vital
 
O elo entre zika vírus e microcefalia
Um dos dramas mais recentes na saúde brasileira foi o aparecimento do zika, vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue. No Nordeste do país, o ataque do vírus se fez sentir de uma maneira ainda mais trágica: ao infectar gestantes, o vírus induzia a malformação do sistema nervoso do feto, provocando a chamada microcefalia. Figura central no estabelecimento dessa associação foi a epidemiologista Celina Turchi, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Ela capitaneou o estudo de caso, inédito no planeta, que confirmou as suspeitas de que o zika, e não outros fatores, era responsável por alterações fisiológicas e estruturais no sistema nervoso dos bebês em desenvolvimento. Estava batido o martelo: o vírus era o causador dos casos de microcefalia.
 
 
Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/amamentacao-hpv-e-zika-protagonizam-premiacao-nacional/. Acesso em: 08 maio 2018. 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
 
I- A pesquisa da Fiocruz foi realizada com 32 crianças com microcefalia e 64 crianças sem microcefalia, ou seja, 50% das crianças estudadas eram portadoras da doença.
II- De acordo com os estudos liderados por Celina Turchi, o vírus zika, disseminado principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti, é o causador dos casos de microcefalia, e essa doença é da mesma família da dengue e da febre amarela.
III- Pela reportagem, estima-se que mais de 20% dos casos de infecção por zika no mundo ocorreram no Brasil.
 
É correto o que se afirma apenas em:
	a.	
I e III.
	b.	
II.
	c.	
III.
	d.	
II e III.
	e.	
I, II e III. 
0,5 pontos 
PERGUNTA 4
Hidrogéis são materiais poliméricos em forma de pó, grão ou fragmentos semelhantes a pedaços de plástico maleável. Surgiram nos anos 1950, nos Estados Unidos da América e, desde então, têm sido usados na agricultura. Os hidrogéis ou polímeros hidrorretentores podem ser criados a partir de polímeros naturais ou sintetizados em laboratório. Os estudos com polímeros naturais mostram que eles são viáveis ecologicamente, mas ainda não comercialmente. No infográfico abaixo, explica-se como os polímeros naturais superabsorventes, quando misturados ao solo, podem viabilizar culturas agrícolas em regiões áridas.
Por dentro dos hidrogéis
 
Saiba como funcionam os polímeros superabsorventes que ajudam a reter no solo, por mais tempo, a água da chuva ou da irrigação.
 
Disponível em: http://www.revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 18 jul. 2017 (com adaptações). 
A partir das informações apresentadas, assinale a opção correta.
	a.	
O uso do hidrogel, em caso de estiagem, propicia a mortalidade dos pés de café.
	b.	
O hidrogel criado a partir de polímeros naturais deve ter seu uso restrito a solos áridos.
	c.	
Os hidrogéis são usados em culturas agrícolas e florestais eem diferentes tipos de solos.
	d.	
O uso de hidrogéis naturais é economicamente viável em lavouras tradicionais de larga escala.
	e.	
O uso dos hidrogéis permite que as plantas sobrevivam sem a água da irrigação ou das chuvas.
0,5 pontos 
PERGUNTA 5
(Enade 2017 – com adaptações) Leia o texto a seguir.
O sistema de tarifação de energia elétrica funciona com base em três bandeiras. Na bandeira verde, as condições de geração de energia são favoráveis, e a tarifa não sofre acréscimo. Na bandeira amarela, a tarifa sofre acréscimo de R$ 0,020 para cada kWh consumido, e na bandeira vermelha, condição de maior custo de geração de energia, a tarifa sofre acréscimo de R$ 0,035 para cada kWh consumido. Assim, para saber o quanto se gasta com o consumo de energia de cada aparelho, basta multiplicar o consumo em kWh do aparelho pela tarifa em questão.
Disponível em: http://www.aneel.gov.br. Acesso em: 17 jul.2017 (com adaptações).
 
Na tabela a seguir, são apresentadas a potência e o tempo de uso diário de alguns aparelhos eletroeletrônicos usuais em residências.
 
Disponível em: https://www.educandoseubolso.blog.br. Acesso em: 17 jul.2017 (com adaptações).
 
Considerando as informações do texto, os dados apresentados na tabela, uma tarifa de R$ 0,50 por kWh em bandeira verde e um mês de 30 dias, avalie as afirmativas.
 
I- Em bandeira amarela, o valor mensal do gasto com energia elétrica para um chuveiro de 3.500 W seria de R$ 1,05 e de R$ 1,65 para um chuveiro de 5.500 W.
II- Deixar um carregador de celular e um modem de internet em stand-by conectados na rede de energia durante 24 horas por dia representa um gasto mensal de R$ 5,40 na tarifa de energia elétrica em bandeira verde, e de R$ 5,78, em bandeira amarela.
III- Em bandeira verde, o consumidor gastaria mensalmente R$ 3,90 a mais na conta de energia elétrica em relação a cada lâmpada incandescente usada no lugar de uma lâmpada LED.
 
É correto o que se afirma em:
	a.	
II, apenas.
	b.	
III, apenas.
	c.	
I e II, apenas.
	d.	
I e III, apenas.
	e.	
I, II e III. 
0,5 pontos 
PERGUNTA 6
(Enade 2017 – com adaptações). Os britânicos decidiram sair da União Europeia (UE). A decisão do referendo abalou os mercados financeiros em meio às incertezas sobre os possíveis impactos dessa saída. Os gráficos a seguir apresentam, respectivamente, as contribuições dos países integrantes do bloco para a UE, em 2014, que somam €144,9 bilhões, e a comparação entre a contribuição do Reino Unido para a UE e a contrapartida dos gastos da UE com o Reino Unido.
 
 
Disponível em: http://www.g1.globo.com. Acesso em: 06 set. 2017 (com adaptações).
 
Considerando o texto e as informações apresentadas nos gráficos acima, assinale a opção correta.
	a.	
A contribuição dos quatro maiores países do bloco somou 41,13%.
	b.	
O grupo “outros países” contribuiu para esse bloco econômico com 42,1%.
	c.	
A diferença entre a contribuição do Reino Unido com a UE e o gasto da UE com o Reino Unido representa 38,9% da contribuição do Reino Unido com a UE.
	d.	
A soma das participações dos três países com maior contribuição para o bloco econômico supera 50%.
	e.	
O percentual de participação do Reino Unido com o bloco econômico em 2014 foi de 17,8%, o que o colocou entre os quatro maiores participantes.
0,5 pontos 
PERGUNTA 7
Segundo relatório do Instituto Superior Sanitário de Roma, até 28 de abril de 2020, havia 25.215 óbitos na Itália em decorrência do coronavírus (covid-19). De acordo com os dados presentes nesse documento, foram construídos os gráficos I e II a seguir.
Gráfico I- Distribuição percentual dos óbitos na Itália, por faixa etária, em decorrência do coronavírus (covid-19) até 28 de abril de 2020.
 
Gráfico II- Percentuais de letalidade na Itália, por faixa etária, em decorrência do coronavírus (covid-19) até 28 de abril de 2020.
 
Com base nos gráficos, assinale a alternativa correta.
	a.	
Os gráficos I e II são contraditórios, pois no gráfico I vemos que a letalidade por coronavírus (covid-19) na Itália, até 28 de abril de 2020, na faixa etária entre 80 e 89 anos, é de 40%, mas no gráfico II essa taxa é de menos de 30%.
	b.	
O gráfico II é inconsistente, pois a soma dos percentuais nele mostrados não resulta em 100%.
	c.	
O gráfico II é consistente e mostra a evolução temporal dos casos de óbito em decorrência do coronavírus (covid-19) na Itália até 28 de abril de 2020.
	d.	
O gráfico II é consistente e mostra que o número de óbitos em decorrência do coronavírus (covid-19) na Itália, até 28 de abril de 2020, na faixa acima dos 90 anos é praticamente 2,5 vezes o número de óbitos na faixa de 60 a 69 anos.
	e.	
O gráfico I mostra os percentuais de óbitos por coronavírus (covid-19) na Itália, até 28 de abril, segundo faixas etárias, e o gráfico II mostra os percentuais de letalidade em cada faixa etária.
0,5 pontos 
PERGUNTA 8
Leia o texto 1, do livro Os nascimentos, de Eduardo Galeano, que narra pensamentos e mitos dos povos pré-colombianos, e o texto 2, da filósofa Marliena Chauí.
Texto 1 – O FOGO
As noites eram de gelo e os deuses tinham levado o fogo embora. O frio cortava a carne e as palavras dos homens. Eles suplicavam, tiritando, com a voz quebrada; e os deuses se faziam de surdos. Uma vez lhes devolveram o fogo. Os homens dançaram de alegria e alçaram cânticos de gratidão. Mas, de repente, os deuses enviaram chuva e granizo e apagaram as fogueiras. Os deuses falaram e exigiram: para merecer o fogo, os homens deveriam abrir peitos com um punhal de pedra e entregar corações. Os índios quichés ofereceram o sangue de seus prisioneiros e se salvaram do frio. Os cakchiqueles não aceitaram o preço. Os cakchiqueles, primos dos quichés e também herdeiros dos maias, deslizaram com pés de pluma através da fumaça, roubaram o fogo e o esconderam nas covas de suas montanhas.
 
GALEANO, E. Os nascimentos. Porto Alegre: LP&M, 2010.
 
Texto 2
O antropólogo Claude Lévi-Strauss estudou o “pensamento selvagem” para mostrar que os chamados selvagens não são atrasados nem primitivos, mas operam com o pensamento mítico. O mito e o rito, escreve Lévi-Strauss, não são lendas nem fabulações, mas uma organização da realidade a partir da experiência sensível enquanto tal. Para explicar a composição de um mito, Lévi-Strauss refere-se a uma atividade que existe em nossa sociedade e que, em francês, se chama bricolage. O que faz um bricoleur, ou seja, quem pratica bricolage? Produz um objeto novo a partir de pedaços e fragmentos de outros objetos. Vai reunindo, sem um plano muito rígido, tudo o que encontra e que serve para o objeto que está compondo. O pensamento mítico faz exatamente a mesma coisa, isto é, vai reunindo as experiências, as narrativas, os relatos, até compor um mito geral. Com esses materiais heterogêneos, produz a explicação sobre a origem e a forma das coisas, suas funções e suas finalidades, os poderes divinos sobre a Natureza e sobre os humanos. O mito possui, assim, três características principais, citadas a seguir. 1. Função explicativa: o presente é explicado por alguma ação passada cujos efeitos permaneceram no tempo. Por exemplo, uma constelação existe porque, no passado, crianças fugitivas e famintas morreram na floresta e foram levadas ao céu por uma deusa que as transformou em estrelas; as chuvas existem porque, nos tempos passados, uma deusa apaixonou-se por um humano e, não podendo unir-se a ele diretamente, uniu-se pela tristeza, fazendo suas lágrimas caírem sobre o mundo etc. 2. Função organizativa: o mito organiza as relações sociais (de parentesco, de alianças, de trocas, de sexo, de idade, de poder etc.) de modo a legitimar e garantir a permanência de um sistema complexo de proibições e permissões. Por exemplo, um mito como o de Édipo existe (com narrativas diferentes) em quase todas as sociedades selvagens e tem a função de garantir a proibição do incesto, sem a qual o sistema sociopolítico, baseado nas leis de parentesco e de alianças, não pode ser mantido. 3. Função compensatória:o mito narra uma situação passada, que é a negação do presente e que serve tanto para compensar os humanos de alguma perda como para garantir-lhes que um erro passado foi corrigido no presente, de modo a oferecer uma visão estabilizada e regularizada da Natureza e da vida comunitária. Por exemplo, entre os mitos gregos, encontra-se o da origem do fogo, que Prometeu roubou do Olimpo para entregar aos mortais e permitir-lhes o desenvolvimento das técnicas. Numa das versões desse mito, narra-se que Prometeu disse aos homens que se protegessem da cólera de Zeus realizando o sacrifício de um boi, mas que se mostrassem mais astutos do que esse deus, comendo as carnes e enviando-lhe as tripas e gorduras. Zeus descobriu a artimanha e os homens seriam punidos com a perda do fogo se Prometeu não lhes ensinasse uma nova artimanha: colocar perfumes e incenso nas partes dedicadas ao deus
CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994 (com adaptações).
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I- O mito dos povos pré-colombianos em relação ao surgimento do fogo não coincide com o mito grego de Prometeu, o que comprova a invalidade do mito na sua função explicativa dos fenômenos naturais.
II- De acordo com o antropólogo Lévi-Strauss, os mitos não são fabulações, eles correspondem a uma explicação racional e verdadeira do universo e, por isso, não se pode considerar que os povos indígenas são atrasados.
III- O mito narrado no texto 1 cumpre a função explicativa do domínio do fogo pelos humanos e, também, revela diferentes comportamentos dos povos em relação ao mesmo dilema.
IV- Tanto no texto 1 quanto no texto 2, o mito sobre o domínio do fogo baseia-se em uma artimanha humana para enganar os deuses.
 
É correto o que se afirma somente em:
	a.	
II, III e IV.
	b.	
I e II.
	c.	
II e IV.
	d.	
II e III.
	e.	
III e IV. 
0,5 pontos 
PERGUNTA 9
Leia o texto, publicado pela Folha de S. Paulo em 14 de setembro de 2018, e o gráfico a seguir.
IDH do Brasil estagna, e país fica na 79ª posição no ranking da ONU
Aumento na renda fez índice subir 0,001 ponto e chegar a 0,759
 
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil subiu 0,001 ponto em 2017 na comparação com 2016, chegando a 0,759 numa escala que varia de 0 a 1 – quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), um incremento de 0,14% na renda média per capita do brasileiro garantiu que o país continuasse avançando, mesmo timidamente, no desenvolvimento humano em 2017, apesar das desigualdades no acesso da população à saúde, educação e perspectivas econômicas ainda persistirem. O novo índice manteve o Brasil na 79ª posição no ranking que inclui 189 países. Na América Latina, o país ocupa o 5º lugar, perdendo para Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela. O IDH da média regional da América Latina e Caribe é de 0,758.
 
AJUSTES
Quando o órgão inclui na conta um ajuste com relação a desigualdades de renda, saúde e educação, o IDH brasileiro despenca para 0,578. O Brasil tem o 9º pior coeficiente de Gini – que mede exclusivamente a renda – na comparação mundial. Entre os países da América do Sul, o Brasil é o terceiro mais afetado por esse ajuste da desigualdade, ficando atrás do Paraguai e da Bolívia. Na relação com dados colhidos desde 1990, o país registrou um crescimento de 0,81% da taxa anual do IDH, com acréscimo de mais de 10 anos na expectativa de vida, que passou a ser de 75,7 anos, e de 3,2 anos na expectativa de tempo de escolaridade de crianças a partir do ingresso nas escolas em idade regular. A média de estudos de adultos com 25 anos ou mais passou de 3,8 anos para 7,8 anos, e a renda média dos brasileiros neste mesmo período cresceu 28,6%.
 
MUNDO
Noruega (0,953),Suíça (0,944), Austrália (0,939), Irlanda (0,938) e Alemanha (0,936) lideram o ranking com os melhores resultados. Os cinco últimos países no ranking são: Burundi (0,417), Chade (0,404), Sudão do Sul (0,388), República Centro-Africana (0,367) e Níger (0,354). A Irlanda registrou um dos maiores crescimentos ao subir 13 posições de 2012 para 2017. Violência, conflitos armados e crises internas fizeram com que países como Síria, Líbia, Iêmen e Venezuela registrassem as maiores quedas do índice, respectivamente, 27, 26, 20 e 16 posições. Considerando a realidade de 1990, o IDH global aumentou 21,7% e o número de países classificados como de “muito alto desenvolvimento humano” aumentou de 12 para 59 e os de “baixo desenvolvimento humano” caiu de 62 para 38 neste período. A expectativa de vida das pessoas, ao nascer, passou de 65,4 anos em 1990 para 72,2 anos em 2017, e mais de 130 países conseguiram universalizar as matrículas de crianças no ensino primário. Mundialmente, a diferença na distribuição de renda chega a 22,6%, enquanto as desigualdades nos ganhos em educação são de 22% e em saúde, 15,2%.
 
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/09/idh-do-brasil-estagna-e-pais-fica-na-79a-posicao-no-ranking-da-onu.shtml. Acesso em: 14 set. 2018.
 
 
Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/em-79-lugar-brasil-estaciona-no-ranking-de-desenvolvimento-humano-da-onu.ghtml. Acesso em: 19 set. 2018.
 
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I- Segundo o gráfico, a maior taxa de crescimento anual do IDH do Brasil ocorreu de 2013 para 2014, quando o país atingiu seu máximo valor desse índice, igual a 0,754.
II- De acordo com o texto, a posição do Brasil é mais negativamente afetada pelo IDH ajustado à desigualdade de renda, saúde e educação do que a posição da Venezuela.
III- Em termos de médias mundiais, conforme dito no texto, desde 1990, houve aumento no IDH global, elevação na expectativa de vida das pessoas ao nascer e acréscimo no número de matrículas de crianças no ensino primário, o que contradiz a ideia de haver diferenças na distribuição de renda e no acesso à saúde e à educação.
 
É correto o que se afirma em:
	a.	
I, II e III.
	b.	
I e II, apenas.
	c.	
II, apenas.
	d.	
II e III, apenas.
	e.	
I, apenas. 
0,5 pontos 
PERGUNTA 10
Leia a reportagem e o gráfico a seguir, publicados na edição Nº 265 da revista Pesquisa Fapesp.
Estratégia de entrada: Em menos de uma década, nova dinâmica dos fluxos migratórios e características da legislação fizeram solicitações de refúgio no Brasil crescer 34 vezes
 
Entre 2010 e 2017, as solicitações de refúgio no Brasil passaram de 966 para 33 mil ao ano. Se, no início desta década, os haitianos eram os responsáveis pela maior parte das solicitações (442, ou 46%), atualmente o fluxo dos venezuelanos representa a maior demanda, somando 17 mil pedidos encaminhados ao governo brasileiro apenas no ano passado. (...) Para ter o reconhecimento do status de refugiado, o imigrante deve comprovar que sofre “fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas ou grave e generalizada violação de direitos humanos” em seu país de origem. O processo de entrada de haitianos, a partir de 2010, permite entender como a modalidade do refúgio, em algumas situações, pode funcionar como estratégia de ingresso no Brasil. Os haitianos chegaram após o terremoto ocorrido naquele ano e que provocou a morte de 316 mil pessoas no país caribenho. Os primeiros imigrantes cruzaram a fronteira pelo Acre ou Amazonas. Em 2010, 442 haitianos solicitaram refúgio. Em 2011, foram 2,5 mil. Enquanto aguardavam julgamento, todos tiveram direito à residência e carteira de trabalho. (...) Entre 2012 e 2014, as solicitações de refúgio de haitianos saltaram de 3,3 mil para 16,7 mil. Reportagem publicada em fevereiro de 2018 pelo jornal O Globo, com base em informações da Polícia Federal, mostrou que, em 45 dias, 18 mil venezuelanos solicitaram refúgio, valor superior ao total registrado em todo o ano de 2017. Estima-se hoje que entre 40 mil e 60 mil venezuelanos vivam em Boa Vista, município com 350 milhabitantes e capital de Roraima, estado que faz fronteira com a Venezuela. Nem todos, no entanto, desejam se estabelecer no Brasil. “Alguns tentam permanecer próximos à fronteira, para levar dinheiro, alimentos e remédios e visitar familiares que ficaram no país de origem, enquanto outros planejam regressar à Venezuela”, avalia João Carlos Jarochinski Silva, professor de relações internacionais da UFRR. (...) “Muitos venezuelanos imigram ao Brasil para fugir da fome, da inflação e da violência, porém outros abandonam o país de origem porque sofrem perseguição política, o que garante o reconhecimento como refugiado. O governo precisa analisar cada caso individualmente antes de deferir o pedido”, explica. O aumento do fluxo de solicitações de refúgio por parte de venezuelanos é recente e a maioria das demandas ainda não foi julgada.
 
 
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br/2018/03/20/estrategia-de-entrada/. Acesso em: 05 ago. 2018 (com adaptações).
 
Considerando o texto e as informações apresentadas no gráfico, avalie as afirmativas.
 
I- O total de solicitações de refúgio no Brasil em 2010 corresponde a aproximadamente 3% do total de solicitações em 2017.
II- Segundo o gráfico, o período de 2014 a 2015 apresentou o maior aumento relativo de pedidos de refúgio pelos venezuelanos. No período, o número de pedidos por cidadãos desse país saltou de 209 para 829.
III- O gráfico indica que, em 2016, havia menos refugiados vivendo no Brasil do que em 2015.
IV- O texto diferencia os termos imigrantes e refugiados, indicando que a condição de refugiado implica a impossibilidade de voltar ao país de origem devido a algum tipo de perseguição.
 
É correto o que se afirma somente em:
	a.	
I e IV.
	b.	
II e III.
	c.	
III e IV.
	d.	
I, II e IV.
	e.	
I e III.

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