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CORINEBACTÉRIAS Bacilos gram positivos, não esporulados, aeróbios Pleomórficos, geralmente com extremidades em forma de clavas ou alteres Podem apresentar granulações metacromáticas (polimetafosfatos) e dispor-se em forma de paliçada ou de letra chinesa – são vistas pela coloração de Albert Laybourn A maioria as espécies (difteróides; corinifóides): Presentes na microbiota normal da faringe, nasofaringe, uretra distal e pele. Nestas superfícies estão normalmente em vida saprofítica. São patógenos de caráter oportunista. Causam: septicemia, endocardite, infecção dos tratos urinário e respiratório, e da pele. Fatores de Virulência: Produção de urease (relacionada a complicações no trato urinário) Produção de Fosfolipase (fator dermonoecrótico) Resistência a anitimicrobianos Corynebacterium diphtheriae → É o único agente da DIFTERIA Controle vacinal: permitiu que a freqüência da doença fosse diminuída e seja baixa atualmente Infecção toxigênica: associada à toxina diftérica. Infecção aguda do trato respiratório superior (especialmente faringe, mas também pode ser laríngea ou nasal) com formação de uma pseudomembrana. Acomete principalmente crianças com menos de 10 anos e adultos, ambos parcialmente ou não imunizados. A bactéria não invade o organismo, permanece superficial (nas mucosas), apesar de seus efeitos mais graves serem sobre os órgãos internos. A toxina é a principal responsável por estes efeitos (= efeitos sistêmicos da toxina diftérica), e assim, pelos sinais e sintomas da doença. A bactéria é um patógeno bem adaptado ao ser humano e coloniza as células do trato respiratório superior. A transmissão é direta, de pessoa a pessoa (inalação de aerossóis ou contato direto). Os portadores assintomáticos funcionam como reservatórios para esta bactéria. A bactéria não sobrevive no ambiente. A bactéria multiplica-se e permanece na porta de entrada: Inflamação, infartamento ganglionar (“pescoço de touro”), febre e prostração Formação de pseudomembrana acinzentada no sítio da infecção podendo levar à asfixia por obstrução. (Cianose, Dificuldade respiratória) A pseudomembrana se forma na parte posterior da orofaringe, ao nível das amídalas. Ela é diferenciável das amidalites comuns por ser mais rígida e não ser facilmente destacável. Caso haja resistência ao toque não se deve tentar destacar a membrana pois há risco de disseminar ainda mais a toxina diftérica e agravar o quadro. Esta resistência é um indicativo de que se trata de difteria. Produção local do toxina diftérica que é absorvida através das mucosas – toxemia. Efeitos destrutivos mais intensos se dão sobre: Células cardíacas Células do SNC Podem apresentar ainda: Conjuntivite Pseudomembrana Linfadenite Miocardite Fontes de Infecção Portadores assintomáticos: 1-3% na população em geral Contactantes de convalescentes: 8-14% (se tornam portadores) Convalescentes: 1-2% (continuam transmitindo mesmo após o tratamento) População de Risco - Crianças menores de 10 anos (principalmente de 1 a 4 anos: contato com um universo maior de pessoas – possíveis portadores). - Adultos não imunizados Patogenia Colonização da orofaringe Formação de pseudomembrana: exudato neutrofílico, céls epiteliais necrosadas, eritrócitos, céls bacterianas Produção intensa de endotoxina - absorvida pela mucosa, atua sobre o coração, SN periférico e SN central. DIFTERIA CUTÂNEA: comum em países tropicais. Indivíduos já possuem lesões na pele. Formação de úlceras e pseudomembrana nas lesões. Toxina Diftérica: ptn bifuncional (AB) A = action B = binding - O componente B se liga ao receptor nas células-alvo, que promove então a endocitose do complexo receptor-toxina. - Dentro do endossoma, o Fragmento B, que já não tem mais funcionalidade, se dissocia do Fragmento A que é então ativado e passa para o citoplasma onde vai atuar interferindo na síntese protéica das células do hospedeiro e levando a morte celular. Este receptor esta presente em: - céls do miocárdio - céls do SN Toxigenicidade Exotoxina: principal fator de virulência Amostras virulentas são doentes, infectadas (parasitadas) por um bacteriófago que possui o gene tox. Sem o gene tox a amostra torna-se avirulenta !!!! Diagnóstico Laboratorial Baseado na detecção da toxina. - convencional: isolamento do microorganismo e comprovação da toxigenicidade. - rápido: detecção da toxina por sondas imunológicas ou genéticas. Coleta de Material Swab de naso ou orofaringe, lesões de pele Exame Direto Coloração Albert-Laybourn → valor questionável Cultura Semeadura em meios (Loeffer, PAI, ACT, Tinsdale,...) – são meios seletivos/indicativos Testes Fisiológicos Testes de detecção de toxina (CONFIRMATÓRIO) Testes Confirmatórios In vivo – em cobaias (SC) morte em 2-3 dias Em coelhos (ID) lesão necrótica In vitro – Imunodifusão (teste de Elek) Neutralização de efeitos tóxicos em culturas de células Uso de sondas imunológicas ou genéticas. Prevenção Imunização: antitóxica - Com toxóide diftérico = toxina diftérica tratada com formol → promove resposta imunológica mas perde as propriedades tóxicas. Tratamento - Deve ser realizado o mais rápido possível. - O ideal é que seja realizado após a confirmação, mas quando o diagnóstico é convencional isto não acontece. - Soro Anti-Diftérico (SAD): anti-toxina (produzido em cavalos, carneiros). Neutraliza a ação da toxina. Deve ser usado somente quando se tem certeza de que é difteria, porque senão o tratamento é incorreto e pode trazer conseqüências para o futuro. Por exemplo, caso o paciente tenha que tomar algum outro soro de origem animal no futuro ele pode fazer uma reação imunomediada mais intensa devido a exposição prévia desnecessária. LEGIONELLA Bacilo gram negativo, pleomórficas, aeróbias Nutricionalmente exigentes Parasitas intracelulares obrigatórios (hospedeiros e natureza), amplamente distribuídas em ambientes aquáticos. Histórico: surto de pneumonia nos EUA → Legionella pneumophila Parasitas intracelulares de protozoários aquáticos (ex: ameba). Ativam o sistema de internalização desses protozoários. Usam um mecanismo de multiplicação semelhante ao que utilizam em células de mamíferos. Possuem mecanismos de escape das defesas do hospedeiro (enzimas, etc...), como, por exemplo, quando são fagocitadas por macrófagos. Podem sobreviver em ambientes úmidos e temperaturas relativamente altas (mas não muito altas) por longos períodos. Ex: tubulação de ar-condicionado (tem freqüentemente vários protozoários). Deve-se prestar atenção sobretudo em ambientes hospitalares (UTI, setor de queimados, de transplantados,....) onde os pacientes tem alguém grau de comprometimento e estão mais susceptíveis → deve-se fazer prevenção !!!!! Síndromes Clínicas: Principais hospedeiros susceptíveis: idosos e imunocomprometidos Doença do Legionário: forma grave de pneumonia Comprometimento pulmonar intenso, visível radiologicamente e freqüentemente no ápice pulmonar e bilateral. Febre de Pontiac: forma menos grave da doença, sem pneumonia. Ambas as síndromes podem apresentar também: febre (↑38°C), mialgia, mal-estar, cefaléia, anorexia. Modo de aquisição / Transmissão - inalação de aerossóis contendo água contaminada (principalmente os mais susceptíveis). - não houveram casos por ingestão ou por contato direto (transmissão de pessoa a pessoa). Fontes: chuveiros, torneiras e pias; piscinas, umidificadores de ar, equipamentos de terapia respiratória, torres de resfriamento de ar (hospitais, grandes edifícios, empresas, etc). DESTAQUE: Torres de resfriamento e sistemas de aquecimento → países industrializados Indivíduos de Risco - Comprometimento da imunidade celular – transplantados cardíacos e renais, neoplásicos. - fumantes (alteração da função pulmonar) - Idosos Diagnóstico Laboratórios de Referência Microscopia – imunofluorescência direta Detecção de Antígenos: Espécimes respiratórios e urina Cultura: Meios complexos, BCYE AgarSorologia: imunofluorescência Prevenção Higienização de equipamentos e ambientes aquáticos, evitar a formação de biofilmes e crostas, e a proliferação de bactérias.
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