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TCC - LICITAÇÃO DISPENSA E INEXIGIBILIDADE

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9
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS (UNIFIMES)
DOUGLAS SILVA DE ALMEIDA
LICITAÇÃO: dispensa e inexigibilidade
Mineiros- GO
2020
DOUGLAS SILVA DE ALMEIDA
LICITAÇÃO: DISPENSA E INEXIGIBILIDADE
Monografia apresentada ao Departamento do Curso de Direito Centro Universitário de Mineiros (UNIFIMES), como pré-requisito para obtenção do Título de Bacharel em Direito.
Orientador: Prof.° Jairo Antônio Ribeiro
Mineiros- GO
2020
DOUGLAS SILVA DE ALMEIDA
LICITAÇÃO: dispensa e inexigibilidade
Monografia apresentada ao Centro Universitário de Mineiros, como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Direito. Orientada pelo professor Jairo Antônio Ribeiro.
Data: 10 de junho de 2020.
Resultado: _____________
BANCA EXAMINADORA 
Profª. Fernanda Bittar 						 UNIFIMES
Assinatura: ________________________ 
Prof(a). Guilherme Souza Borges					 UNIFIMES 
Assinatura:________________________ 
“A inocência é uma coisa admirável; mas é por outro lado muito triste que ela se possa preservar tão mal e se deixe tão facilmente seduzir” (Emmanuel Kant)
RESUMO
O presente trabalho tem como escopo o estudo das relações administrativas, em específico nas situações em que a obrigatoriedade de licitar é afastada diante de contratações e aquisições que podem ser realizadas de forma direta, ou seja, sem a necessidade de licitar. Tais hipóteses estão na figura da dispensa e inexigibilidade de licitação. Em um primeiro momento, será realizada uma análise histórica sobre o tema abordado. Nesse sentido, serão pontuadas as características do processo licitatório, com ênfase nos conceitos. Buscar-se-á tratar a compentência para legislar sobre as normas gerais aplicáveis às licitações, elucidando quem são os sujeitos envolvidos. A seguir, serão abordados os princípios, legislações, doutrinas e jurisprudências que norteiam essas relações de dispensa e inexigibilidade com os procedimentos licitatórios. Após, serão evidenciadas as modalidades e características de licitações utilizadas pela administração pública. Por fim, será realizada uma análise da exceção ao princípio da obrigatoriedade de licitação, através da abordagem dos conceitos e peculiariadades da dispensa e inexigibilidade de licitação com vistas a apontar as vantagens para administração pública.
Palavras-chave: Administração Pública; Dispensa; Inexigibilidade; Contratação Direta.
ABSTRACT
The present work has as its scope the study of administrative relations, specifically in situations where the obligation to bid is removed in the face of contracts and acquisitions that can be carried out directly, that is, without the need to bid. Such hypotheses are in the form of waiver and unenforceable bidding. At first, a historical analysis of the topic will be carried out. In this sense, the characteristics of the bidding process will be scored, with an emphasis on concepts. It will seek to deal with the jurisdiction to legislate on the general rules applicable to tenders, elucidating who are the subjects involved. Next, the principles, laws, doctrines and jurisprudence that guide these relations of dismissal and unenforceability with bidding procedures will be discussed. Afterwards, the bidding modalities and characteristics used by the public administration will be highlighted. Finally, an analysis of the exception to the principle of mandatory bidding will be carried out, through the approach of the concepts and peculiarities of the dispensation and unenforceability of bidding with a view to pointing out the advantages for public administration.
Keywords: Public administration; Dispensation; Unenforceability; Direct Contracting.
SUMÁRIO
RESUMO....................................................................................................................
ABSTRACT................................................................................................................
1.	INTRODUÇÃO	9
2.	BREVE RELAÇÃO HISTÓRICA	10
3.	CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO LICITATÓRIO	11
3.1.	Conceito e Natureza Jurídica	11
3.2.	Finalidade	12
4.	COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR	13
4.1.	Objeto da Licitação	13
4.2.	Sujeitos	14
5. OS PRINCIPAIS PRINCÍPIOS NORTEADORES DA LICITAÇÃO	16
5.1.	Princípio da Obrigatoriedade de Licitação	17
5.2.	Princípio da Legalidade	18
5.3.	Princípio da Impessoalidade	19
5.4.	Princípio da Moralidade	20
5.5.	Princípio da Igualdade	21
5.6.	Princípio da Publicidade	22
5.7.	Princípio da Eficiência	23
5.8.	Princípio da Vinculação do Instrumento Convocatório	24
5.9.	Princípio do Julgamento Objetivo	25
6.	BREVES COMENTÁRIOS SOBRE OS TIPOS E MODALIDADES DE LICITAÇÃO..	26
6.1.	Menor Preço	27
6.2.	 Melhor Técnica	27
6.3.	Técnica e Preço	27
6.4.	Maior Lance ou Oferta	28
6.5.	Concorrência	28
6.6.	Tomada de Preços	29
6.7.	Convite	30
6.8.	Concurso	31
6.9.	Leilão	32
6.10. Pregão	32
7.	EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DE LICITAÇÃO	34
8.	DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO	38
8.1.	Dispensa	38
8.1.1. Pequeno Valor................................................................................................42
8.2.	Inexigibilidade de Licitação	44
9.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	44
1. INTRODUÇÃO 
É cediço para todos os operadores do direito e aos leigos que uma das maiores garantias de limitação da Administração Pública no tocante ao erário são os procedimentos licitatórios. Por isso, ele é a regra, haja vista a segurança jurídica que gera. Além disso, o método licitatório tem como consecução a garantia de conseguir as contratações mais benéficas para o Poder Público. 
Por esta ótica, todas atuações do Estado na cognição de bens e serviços deveriam proceder sob licitação. Todavia, nem sempre a licitação irá providenciar efetividade aos atos do Estado. Por vezes, o método licitatório tende a causar mais perda ao erário do que ganhos e garantias, além de poder causar prejuízos ao erário pela falta de celeridade ou até mesmo ocasionar situações que ponham em risco a segurança nacional.
Por causa dessas situações, o legislador pode admitir situações em que as contratações e aquisições sejam realizadas de forma direta, ou seja, sem ter a obrigação de licitar. Tais hipóteses estão na figura da dispensa e inexigibilidade de licitação. 
Esse presente trabalho visa a contribuir com os estudos acerca destes dispositivos, através da abordagem dos conceitos, princípios, legislações, doutrinas e jurisprudências que norteiam essas relações de dispensa e inexigibilidade com os procedimentos licitatórios. 
Embora o tema abordado no presente trabalho já tenha sido amplamente debatido no mundo jurídico, com certeza, é merecedor de mais observâncias quanto aos seus aspectos polêmicos e confusos. 
2. BREVE RELAÇÃO HISTÓRICA
Historiadores afirmam que a licitação teve seus primórdios na Europa, durante a Idade Média. De forma curiosa, naquela época instituiu-se o sistema chamado: vela e prego, que, basicamente, se constituia em apregoar uma obra enquanto se queimava uma vela, sendo que quando a vela tivesse sido totalmente extiguida a obra era entregue para aquele que houvesse ofertado a melhor proposta. Assim, se diz ter sido o nascedouro da licitação. 
Já sobre a palavra licitação, ela não deve ser confudida com o termo lícito, de licitude, como alguns, equivocamente, podem pensar. A palavra deriva do latim: licitatione. E significa: arrematar em leilão.
No Brasil, o primeiro registro histórico data de 14 de maio de 1862, pelo Decreto nº 2.926, que regulamentava as contratações de serviços, pelo antigo Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Posteriormente, demais regulamentos foram editados. Todavia, em 28 de janeiro de 1922, através do Decreto nº 4.536, houve significativas mudanças nos métodos licitátorios. O referido decreto criava, à época, o Código de Contabilidade de União. Em seguida, o Decreto – Lei nº 2.300 de 21 de novembro de 1986 criava o Estatuto das Licitaçõese Contratos Administrativos. 
Por fim, com o advento da Constituição Federal de 1988, houve os avanços atuais da licitação. A licitação passou a configurar como um princípio constitucional. O Estado passou a ser compelido e obrigado a utilizar o processo licitatório como forma de contração. A Constituição Federal, pelo Art. 37, inciso XXI (BRASIL, 1988), prescreve a obrigatoriedade do uso da licitação para aquisições e contratações públicas que foram regulamentadas pela Lei Federal nº 8.666 de 21 de junho de 1993, ainda em vigor (BRASIL, 1993). 
É cediço que, atualmente, diversas leis continuam sendo criadas ou modificadas pelos Entes Federativos com o escopo de aperfeiçoar e ampliar o sistema licitatório em seus interesses, com o resguardo da Constituição Federal. Constantemente, o pensamento e estudo sobre a licitação estão evoluindo, todavia, em termos históricos, e de forma sucinta, essas foram suas principais evoluções. 
3. CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO LICITATÓRIO 
3.1. Conceito e Natureza Jurídica
Antes de tudo, é necessário tecer comentários sobre o direito administrativo, uma vez que a licitação atende aos seus preceitos. O Direito Administrativo é ramo do Direito Público, na medida em que seus princípios e normas regulam o exercício de atividades estatais, especialmente a função administrativa. Para Hely Lopes Meirelles:
[...] o conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza-se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado (MEIRELLES, 2006, p. 22).
A licitação é um destes conjuntos harmônicos de princípios, pois é um procedimento obrigatório e que precede a celebração dos contratos efetuados pela Administração Pública. Tendo isso em vista, a Administração Pública não pode escolher, ao seu bel-prazer, um fornecedor qualquer, como fazem as empresas privadas, em pretexto da obrigatoriedade de observância estrita dos preceitos da isonomia, impessoalidade, moralidade e indisponibilidade do interesse público.
Estes preceitos obrigam à realização do devido processo público para seleção de forma imparcial da melhor proposta aos interesses da Administração Pública, devendo garantir iguais condições a todos que queiram concorrer para o festejo de convênio. 
Neste sentido, dispõe o inciso XXI do Art. 37 da Constituição de 1988:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte. 
(...)
XXI - ressaltados os fatos especificados na legislação, as obras, serviços, aquisições e alheamentos serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure equidade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam compulsões de prestação, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as reivindicações de designação prática e econômica indispensáveis à garantia do implemento das comprometimentos (BRASIL, 1988).
Ensina ainda o professor Marçal Justen Filho:
A licitação é um procedimento administrativo disciplinado por lei e por um ato administrativo prévio, que determina critérios objetivos visando a seleção da proposta de contratação mais vantajosa e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, com observância do princípio da isonomia, conduzido por um órgão dotado de competência específica (JUSTEN FILHO, 2014, p. 495).
Assim, quanto à natureza jurídica, trata-se de um procedimento administrativo, que vincula os entes da Administração Pública e aqueles por elas controlados, buscando as melhores propostas oferecidas entre os vários interessados, com cunho em dois objetivos: festejo de convênio, ou a aquisição do melhor trabalho técnico, artítisco ou científico (CARVALHO FILHO, 2018).
3.2. Finalidade
A prática do método licitatório tem como objetivo maior a busca pela melhor sugestão, bem como estimular a competitividade entre os possíveis contratos, a fim de se atingir o negócio mais vantajoso para a Administração. 
Além disso, oferecer iguais condições a todos que queiram contratar com a Administração, promovendo, de concordata com a isonomia, iguais possibilidades de participação no certame licitatório de quaisquer interessados que estiverem preenchendo as condições previamente fixadas no utensílio convocatório. Por fim, busca-se, também, a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. 
Tal entendimento é contemplado pelo Art. 3º da Lei nº 8.666 de 1993:
Art. 3º. A licitação designa avalizar a observância do princípio constitucional da isonomia, a escolha da proposta mais benéfica para a administração e a ascensão do incremento nacional sustentável e será autuada e ponderada em uma rigorosa consonância com os princípios basais da legitimidade, da impessoalidade, da moralidade, da equidade, da divulgação, da retidão administrativa, da conexão ao utensílio convocatório, do ajuizamento, e dos que lhes são correlativos (BRASIL, 1993).
4. COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR
	
A competência para legislar sobre normas gerais aplicáveis a licitações e concordatas é privativa e exclusiva da União, conforme o inciso XXVII do Art. 22 da Constituição Federal (BRASIL, 1988). Desta forma, em se versando de um exemplar de normas de caráter nacional, que obrigue a observação por todos os entes federados, essas só poderão ser editadas e confecionadas pela União. 
Todavia, é bom ressaltar que referido inciso atribiu à União de forma compulsória a edição de normas gerais, assim, entende-se que nada impede que os demais entes federativos possam legislar sobre questões específicas relacionadas a liticações públicas e convênios administrativos que atendam aos seus interesses específicos. 
Portanto, existe o entendimento, pacífico, de que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dentêm competências para legislar sobre questões específicas acerca de licitações públicas e convênios administrativos, independentemente de autorização, desde que as leis que eles produzam não contrariem as normas gerais editadas pela União.
Conforme o Art. 22 da Constituição de 1988:
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
( ... )
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal eMunicípios, correspondido no disposto do art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedadesde economia mista, nos termos do art. 173, §1º, III; (Redação dada pela Emenda Constitucionaln. 19, de 1998). (BRASIL, 1988).
4.1. Objeto da Licitação
Em relação ao objeto da licitação, esse pode ser dividido em: objeto imediato e objeto mediato. Objeto imediato da licitação é a busca da melhor proposta, conquanto que o objeto mediato é aquilo que a Administração pretende contratar. 
O Art. 37, XXI, da Constituição Federal afirma que as obras, os empregos, as aquisições e os alheamentos serão contratados mediante processo de licitação pública (BRASIL, 1988). 
Não obstante, o Art. 2º da Lei nº 8.666 de 1993 exige que deverá haver prévia liticação para contratações da Administração com terceiros quando for relativos a obras, serviços, compras, alienações, concessões, premissões e locações (BRASIL, 1993). 
Deste modo, se torna possível concluir pela obrigatoriedade de licitação quando se aborda a compra de bens móveis ou imóveis; contrato de empregos, com a inclusão de seguro e publicidade; prática de obras; outorga de concessão de serviço público; alienação de bens públicos e daqueles adquiridos judicialmente mediante dação em prestação, doação, permuta e investidura; expedição e permisão de serviços públicos. 
4.2. Sujeitos
Pela leitura do Art. 37, caput e inciso XXI, da Constituição Federal, fica claro que todas as entidades e orgãos públicos pertecentes aos Poderes da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios devem licitar (BRASIL, 1988). 
Deste modo, abrange-se o poder legislativo, o poder judiciário, o ministério público, tribunais de contas, orgãos da Administração Pública direta, autarquias e fundações públicas, associações públicas, consórcios públicos, alicerces governamentais, empresas públicas, coletividades de economia mista, fundos especiais, fundações de apoio, serviços sociais do sistema “S”, conselhos de classe.
É importante fazer uma observação sobre as empresas públicas e sociedades de economia mista, se estas prestam serviço público, o regime de atuação é o público, e assim, estas ficam obrigadas a licitar. Nessas hipóteses, por lei específica, a empresa estatal pode ter um estatuto próprio de licitação. 
Um exemplo disso próvem da Lei nº 9.478/97 (BRASIL, 1997) que instituiu que a Petrobrás teria um procedimento simplificado de licitação, via Decreto, definido pelo Presidente da República. Tal entendimento culminou na Súmula nº 347 do STF. 
Por derradeiro, as organizações sociais e organizações da sociedade civil de instância pública, pelo entendimento do Art. 24, XXIV, da Lei nº 8.666/93, via de regra, estariam dispensadas da concretização do procedimento licitátorio para a comemoração, pela Administração Pública, de convênios de prestação e serviços (BRASIL, 1993). 
Todavia, o Art. 1º do Decreto nº 5.504/2005 estipula a realização obrigatória de licitação para obras, compras, serviços e alienações contratadas por essas entidades com os recursos ou bens repassados voluntariamente pela União (BRASIL, 2005).
Por exclusão, as Entidades que não se sujeitam ao dever de licitar são as empresas privadas, concessionárias de serviço público, permissionários de serviço público e a Ordem dos Advogados do Brasil, por meio do julgamento da ADIn 3.026/2006, onde o Supremo Tribunal Federal rejeitou a natureza autárquica à OAB, estabelecendo o entendimento que a entidade não tem ligação com o Estado, e, assim, não está sujeita aos ditames impostos à Administração Pública. 
5. OS PRINCIPAIS PRINCÍPIOS NORTEADORES DA LICITAÇÃO
Os princípios do direito ficaram mais fortes após o advento da Segunda Guerra Mundial, as constituições de todo o mundo deixaram de apenas definir limitações de atuação do Estado e suas formas de governo, e passaram a prever valores que resguardam a dignidade da pessoa humana, elencando igualdade entre todos, respeitadas as individualidades de cada um. Houve uma verdadeira constitucionalização do direito. 
Porém, diversos doutrinadores continuam promovendo grandes debates sobre os princípios e sua axiologia, de modo que não existe nenhum entendimento único sobre os princípios norteadores dos procedimentos licitatórios. 
Contudo, é sabido que o método licitatório deve observar os princípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública, tanto os explícitos (Art. 37, caput) e demais dispositivos da Constituição Federal, como os implícitos no ordenamento jurídico.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho:
Princípios administrativos são os postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração Pública. Representam cânones pré-normativos, norteando a conduta do Estado quando no exercício de atividades administrativas (CARVALHO FILHO, 2018, p. 72).
Para suma maioria dos operadores do direito, transgredir um princípio é de suma gravidade, não devendo se comparaar com a mera trangressão de norma qualquer. Tem-se em vista que ao violar um princípio, pode-se dizer que se abre uma ferida em todo o ordenamento jurídico. Assim,  os princípios devem ser entendidos como regras fundamentais que irão presidir todo o método licitatório. 
Pelo exposto, a Constituição Federal estabeleceu alguns princípios que devem ser estritamente observados pelos administradores e legisladores infraconstitucionais. A atividade administrativa é, portanto, norteada por regras e princípios.
Para o professor e jurista, Celso Antonio Bandeira de Melo (2006), a supremacia do interesse público e a indisponibilidade da veemência pública são as pedras de toque do direito administrativo, e os princípios são os guardiões desses objetivos. 
Contudo, a lista de princípios não está totalmente definida, mas todos guardam com os demais uma relação lógica de coerência (sistema unidade). Por essa razão, compõe-se como conjunto harmônico de princípios e regras. 
É importante ressaltar que não existe um princípio que se sobreponha aos demais ou que seja absoluto. Assim, deve-se utilizar o discernimento de ponderação dos interesses na situação concreta. Pode-se dizer que os princípios consagram valores fundamentais do sistema jurídico e orientam a aplicação nas normas, suplementando às demais fontes do direito. 
E, por fim, os princípios devem resguardar sempre o interesse público, o Estado deve procurar atingir de forma imediata os interesses sociais dos administrados, em segundo plano, de forma mediata, os seus interesses como pessoa jurídica. E sempre que houver divergência entre os interesses do Estado com os interesses público, o último deve prevalecer. 
5.1. Princípio da Obrigatoriedade de Licitação
Como supracitado, a licitação pode ser compreendida como o procedimento administrativo que deve ser realizado pelos entes da administração, tendo por desígnio a escolha da melhor proposta, ou seja, aquela que seja mais benéfica para o interesse público.
Este procedimento deve ser feito por meio de instrumento convocatório, garantida a todos os interessados a livre concorrência em categorias de igualdade. É o que determina o Art. 37, XXI, da Constituição Federal, ao estabelecer que a obrigação de licitar cabe à Admnistração Pública nos atos de realizar obras, empregos e alienações, atendendo os princípios da impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (BRASIL, 1988). Esse ordenamento constitucional é tão essencial para o correto funcionamento da máquina pública, que foi elevado a princípio constiticuional. 
A Lei nº 8.666 de 1993, que rege as licitações em geral, dispõe em seu Art. 3º, os interesses do constituinte acima mencionados:
		
5.2. Princípio da Legalidade
O Princípio da legalidade é a base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os conflitos sejam apreciados pela ótica da lei. Por ser de suma importância, a Constituição Federal faz menção a ele em diferentes artigos:
Art. 5º, II - ninguém será obrigado a fazer ou admitir de fazer alguma coisa senão em equidade de lei (...)
Art. 37, caput - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte; 
Art. 150- Sem detrimento de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça (BRASIL, 1988).
Deste modo, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em equidade da lei. Este princípio, além de nortear todo o ordenamento jurídico, por óbvio, norteia as relações da Administração Pública. 
Por força da vinculação deste princípio à Administração Pública, a licitação é um procedimento rigoroso e estrito, disciplinado pela Lei nº 8.666/93, que dispõe em seu Art. 4º:
Art. 4º - Todos quantos se informem da licitação solicitada pelos órgãos ou entidades a que se menciona o Art. 1º tem direito público subjetivo à constante observância do pertinente método instituído nesta Lei, podendo qualquer cidadão comboiar o seu incremento, desde que não intervenha de maneira a enlear ou atalhar a prática das tarefas (BRASIL, 1993). 
É importante ressaltar que o princípio da legalidade deve fazer observação ao fenômeno da constitucionalização do direito, ao modo que os atos administrativos não apenas devem ter sua ótica ao comando do dispostivo de lei, mas, também, ao conjunto de valores principiológicos e axiológicos que foram consagrados na ConstituiçãoFederal pelo constituinte. 
Neste sentido, Gilmar Ferreira Mendes argumenta que:
A situação normativa-hierárquica privilegiada da lei como fonte única do direito e da justiça, fruto do pensamento racional-iluminista, não pode resistir ao advento das leis constitucionais contemporâneas como normas superiores repletas de princípios e valores condicionantes de toda a produção e interpretação/ aplicação da lei. Rebaixada de sua proeminência normativa inicial, a lei passou a ter com a Constituição uma relação de subordinação (formal e material), submetida à possibilidade constante de ter sua validade contestada, e de ser, portanto, anulada, perante um Tribunal ou órgão judicial especificamente encarregado da fiscalização de sua adequação aos princípios constitucionais que lhe são superiores (MENDES, 2018, p. 72).
Fica evidente como este princípio é essencial para a segurança jurídica do ordenamento pátrio. Assim, a Administração Pública não poderá se furtar de sua observância, tampouco, criar procedimentos sem a observância legal. 
As excecções a este princípio apenas seriam possíveis em situações excepcionais, como ocorre na medida provisória, no estado de defesa e estado de sítio (MELO, 2006).
5.3. Princípio da Impessoalidade
O administrador jamais deverá realizar a busca de seus interesses próprios ou pessoais. O administrador deve agir de forma abstrata e genérica, buscando apenas ao desígnio de atingir o interesse público. O ato não é do agente, mas sim da pessoa jurídica, de acordo com a teoria da imputação.
Assim, o admnistrador jamais deverá agir com discriminação, benefícios ou detrimentos, favoritismos e nem perseguições. Não deverá conservar simpatia ou animosidade pessoais, políticas ou ideológicas. Nada deverá interferir ou influenciar na sua ação como agente da Administração. 
É o que ocorre na licitação. O princípio da impessoalidade é um dos principais fundamentos do método licitatório, pois o mesmo age como um entrave aos subjetivismo de escolhas que sejam pautadas nas preferências pessoais do admnistrador. 
Assim o princípio da impessoalidade constitui uma garantia aos licitantes, de serem tratados de forma isonômica. Odete Medauar ensina que: 
Com o princípio da impessoalidade, a Constituição visa obstaculizar atuações geradas por antipatias, simpatias objetivos de vingança, represálias, nepotismo, favorecimentos diversos, muito comuns em licitações, concursos públicos, exercício do poder de polícia. Busca, desse modo, que predomine o sentido de função, isto é, a ideia de que os poderes atribuídos finalizam-se ao interesse de toda a coletividade, portanto a resultados desconectados de razões pessoais (MEDAUAR, 2014, p. 144).
Pelo exposto, percebe-se que o poder público não detém ampla liberdade de escolha dos seus fornecedores, a exemplo do que ocorre com as empresas privadas, em razão do princípio da pessoalidade. 
5.4. Princípio da Moralidade
O princípio da moralidade diz respeito à honestidade e obediência aos princípios éticos da boa fé, lealdade, boa administração e autocorreção de atitudes. Se difere da moralidade comum, sobre o certo e o errado dentro do convívio social, por ser mais rígida e ordenar a correção de atitudes no âmbito administrativo. 
O princípio da moralidade impõe ao administrador público o dever de não dispensar nenhum preceito ético, devendo sempre estarem presentes em sua conduta. Ao modo que não deve apenas distinguir os critérios de conveniência, oportunidade e justiça, mas ter o discernimento para distinguir o honesto do desonesto. (CARVALHO FILHO, 2018).
Também referido expressamente no Art. 37, da Constituição Federal (BRASIL, 1988), é correto dizer que este princípio foi muito bem aceito pelos operadores do direito, ainda mais em um país com sucessíveis casos de pessímos administradores, muitas vezes, que só atendem aos próprioss interesses, relegando para último plano os valores morais . Assim, o constituinte por meio deste princípio busca coibir a imoralidade tão recorrente e comum por parte de alguns administradores. 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho: 
O que pretendeu o Constituinte foi exatamente coibir essa imoralidade no âmbito da Administração. Pensamos, todavia, que somente quando os administradores estiverem realmente imbuídos de espírito público é que o princípio será efetivamente observado. Aliás, o princípio da moralidade está indissociavelmente ligado à noção do bom administrador, que não somente deve ser conhecedor da lei como dos princípios éticos regentes da função administrativa (CARVALHO FILHO, 2018, p. 79).
Deve-se ponderar que a moralidade deve ser observada tanto pelos administradores, como pelos licitantes. Assim, a moralidade no método licitatório veda condutas fraudulentas entre administradores e licitantes, como o conluio, nepotismo, favorecimento, etc. 
Outro importante aspecto é que ainda que determinada conduta não seja expressamente vedada por lei, caso seja contrária à moralidade administrativa, estando afrontando os valores que se espera do administrador, este poderá responder por referida conduta. 
A moralidade ainda serve para o controle dos gastos públicos, devendo ser bem geridos, pois mesmo que não haja vício no repasse de verbas, o princípio da moralidade, porém, veda o emprego exagerado de verbas em determinado setor que não precise tanto, não estando atendendo aos anseios do interesse público.
5.5. Princípio da Igualdade 
Em discusão sobre o processo licitatório, o princípio da equidade, também, dito como da isonomia, impõe que o comitê de licitação conceda tratamento igualitário a todos os concorrentes. 
O Art. 3º, § 1º, da Lei nº 8.666/93, proíbe precedências ou elevações fundadas na naturalidade, sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra conjuntura fastidiosa ou irrelevante para um particular objeto do contrato (BRASIL, 1993). 
Segundo a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993:
Art. 3o  [...]
§ 1o  É ocluso aos agentes públicos:
I - acolher, augurar, conter ou consentir, nos atos de convocação, contratos ou condições que danifiquem, diminuam ou fracassem no seu caráter competidor, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e instituam prioridades ou distinções em motivo da ingenuidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra conjuntura fastidiosa ou irrelevante para o peculiar objeto do convênio, ressaltado do disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991  (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010).
II - constituir tratamento distinguido de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, com inclusão no que se alude a moeda, modalidade e local de prestações, mesmo quando abarcados financiamentos de agências internacionais, ressaltado no disposto no parágrafo seguinte e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. (BRASIL, 1993).
A Constituição Federal em seu Art. 37, inciso XXI, proíbe o tratamento desigual aos concorrentes em processos licitatórios (BRASIL, 1988). Nota-se que o constituinte deve ter clara preocupação em relação à Administração Pública e fazer as contratações de forma mais vantajosa possível, sendo impossível a consecução deste objetivo sem o tratamento de forma isonômica entre os concorrentes, uma vez que a desiguldade gera uma competição desleal . 
O princípio da igualdade só pode ser transgredido no caso de haver algum elemento discriminador pautado em lei, com clara finalidade e acolhido pelo ordenamento jurídico. 
	
5.6. Princípio da Publicidade
É correto afirmar que o administrador exerce função pública em nome do povo, razão pela qual tem como obrigação dar ciência ao titular do direito (o povo) sobre a publicidade sobre os seus atos. Dessa forma, os atos da Administração Pública merecerem a mais ampla divulgação entre os administrados, constituindo fundamento do princípio da publicidade propiciar-lhes a possibilidade de controlar a legitimidade da conduta dos agentes administrativos. (CARVALHOFILHO, 2018).
Não obstante, a publicidade é condição de eficácia, uma vez que o início da produção de efeitos dos atos administrativos se iniciam com a publicidade, como ocorre com os prazos e os procedimentos licitatórios.
As licitações devem ser muito bem divulgadas, para que atraia o maior número de licitantes possível e, desta forma, propiciar a maior efetividade na seleção da proposta mais vantajosas ao interesse público, tendo por consequência a economia das reservas do erário público. 
Assim afirma a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993:
Art. 3o  
(...)
3o  A licitação não será confidencial, sendo públicos e inteligíveis ao público e as ações de seu método, salvo quanto ao contento das propostas, até a concernente abertura.
Art. 61.  Todo convênio deve referir os nomes das partes e os de seus representantes, o desígnio, o ato que possibilitou a sua lavratura, o número do método da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a rendição dos contratadores às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único.  A publicação sintetizada do utensílio de convênio ou de suas adições na imprensa oficial, que é uma condição imprescindível para sua potência, sendo providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para acontecer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressaltado no disposto no art. 26 desta Lei (BRASIL, 1993).
Desta forma, qualquer cidadão pode acompanhar um método licitatório e, caso atendenda aos seus requisitos, pode inclusive dela participar. 
A Constituição Federal, Art. 5º, X, XXXIII, LX, traz algumas exceções ao princípio da publicidade, o limitando para resguardar a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, além da segurança do Estado e da sociedade e dos processos que correm em sigilo (BRASIL, 1988). 
Outro exemplo de limitação é a vedação do IBGE em fornecer a quem quer que seja as informações individualizadas que coleta, no desempenho de suas atribuições, para que futuramente sirvam de prova em quaisquer procedimentos administrativos (BRASIL, 2017). 
A Medida Provisória nº 896, de 6 de setembro de 2019, alterou a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, a Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, e a Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, no tocante à forma de publicação dos atos da administração pública, extiguindo a necessidade de publicar em jornais de grande circulação, bastantando sua publicação em sítio eletrônico e diário oficial (BRASIL, 2019). 
Por derradeiro, a modalidade convite não fere ao princípio da publicidade, uma vez que, ao se encaminhar a carta aos convidados, considera-se realizado o ato da publicidade. 
5.7. Princípio da Eficiência
O princípio da eficiência foi introduzido no caput do Art. 37, da Constituição Federal pela Emenda Constitucional nº 19/98 (Reforma Administrativa), sendo uma das principais inovações trazidas por ela (BRASIL, 1988). A eficiência ganhou roupagem de direito expresso, mas ela já era exigida como princípio implícito e já existia de forma expressa no Art. 6º, da Lei nº 8987/95, que trata de serviço público
O Art. 6º da Lei nº 8987/95 traz o conceito de serviço adequado, exigindo a eficiência:
Art. 6º - Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas (BRASIL, 1995). 
Referente à administração e aos seus agentes, este princípio tem a ver com a forma de tratamento e execução dos serviços, foram criados mecanismos como: nomeação para cargo efetivo, três anos de exercício e avaliação especial de empenho.
Todavia, no tocante aos procedimentos licitatórios, é necessário ter eficiência em duas esferas: quantos aos meios (utilizar o mínimo de recursos) e aos resultados (produzir os melhores resultados). 
Assim, no procedimento licitatório a seleção da proposta mais vantajosa deve observar os parâmetros de eficiência, com a gerência dos recursos públicos da melhor forma possível. 
Não obstante, as causas que resultaram na necessidade do procedimento licitatório deverão ser verificadas e confirmado que foram sanadas. Trata-se da análise e verificação da eficiência da licitação realizada. 
	
5.8. Princípio da Vinculação do Instrumento Convocatório
O princípio da vinculação do instrumento convocatório vincula tanto a Administração Pública como os participantes do certame a cumprirem expressamente as regras legais contidas no edital. é É nesse sentido que tem-se a famosa expressão: "o edital é a lei da licitação". 
Segundo a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993: "Art. 41.  A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada" (BRASIL, 1993). Assim, todos os participantes da licitação, ou seja, administrador e licitantes deverão cumprir estritamente o que foi anteriormente disciplinado e estabelecido no instrumento convocatório.
Segundo Hely Lopes Meirelles:
Nem se abarcaria que a Administração afixasse no anúncio o contorno e o estilo de conhecimento dos licitantes e no transcorrer do método ou na consumação da avaliação se arredasse do estabelecido, ou acolhesse documentação e propostas em desconcerto com o requerido. O edital é a lei interna da licitação, e, como, tal, conecta aos seus termos tanto os licitantes como a Administração que o despachou (MEIRELLES, 2006, p. 275). 
5.9. Princípio do Julgamento Objetivo
Não pode haver critérios subjetivos para determinação do licitante vencedor. O edital, de forma clara, deve apontar o critério de julgamento a ser adotado para determinação do licitante vencedor. Desta forma, a análise de documentos, conjuntamente com a avaliação das propostas, devem se pautar por discernimentos, objetivos e predefinidos no utensílio convocatório. 
Conforme supracitado, determinado o critério da escolha, a comissão de licitação deverá se ver vinculada ao teor do edital, não podendo considerar outros fatores que não estejam nele expressamente previsto. 
Pode-se verificar na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993:
Art. 45.  O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle (BRASIL, 1993).
	
Todavia, a objetividade não é absoluta, na medida em que especialmente a averiguação da qualificação técnica sempre envolve um juízo subjetivo.
Neste sentido, Celso Antônio Bandeira de Mello: 
Cumpre reconhecer, entretanto, que objetividade integral só se pode garantir antecipadamente nos certames deliberados excepcionalmente pelo preço. Quando entram em causa de atributo, prática, lucro e muitas das vezes indispensáveis para a aferição das propostas, nem sempre será possível atingi-se o ideal da objetividade extremada, pois, quando os bens ou serviços são intensamente dissimulados nestes atributos, a prioridade de um ou de outro penderá de análises irredutíveis a um plano excludente de julgamentos particulares (MELLO, 2006, p. 470).
6. BREVES COMENTÁRIOS SOBRE OS TIPOS E MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Antes de adentrarmos ao tema principal deste presente trabalho, é necessário tecer breves comentários acerca dos tipos de licitação e as modalidades, para maior compreensão sobre o tema referente à dispensa e inexigibilidade das licitações.
Dá-se o nome "tipos de licitação" para os diferentes critérios que serão utilizados no julgamento das propostas. Entretanto, o termo não pode ser confundido com a expressão modalidades de licitação, isto pois aquele (tipo de licitação) se vincula ao critériode julgamento da licitação, conquanto que este (modalidade de licitação) se relaciona com a estrutura procedimental da licitação. 
Os tipos de licitação estão elencados no Art. 45, da Lei nº 8.666/93:
Art. 45. (...)
§ 1o  Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço.
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso (BRASIL, 1993). 
Já as modalidades de licitação são os diferentes ritos que estão previstos no ordenamento para o processamento da licitação. 
Todavia, não se encontram em um único artigo de Lei, estando a maioria constante na Lei nº 8.666/93, sendo: concorrência, tomada de preço, convite, concurso e leilão (BRASIL, 1993). 
Todavia, a Lei n. 9472/97 prevê a utilização da consulta exclusivamente para o âmbito da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel (BRASIL, 1997). Ao passo que a Lei. nº 10.520/2002 disciplina uma outra modalidade licitatória do direito brasileiro: o pregão (BRASIL, 2002). 
Pelo exposto, é possível afirmar que, atualmente, existem 7 modalidades licitatórias: concorrência; tomada de preço; convite; concurso; leilão; consulta; pregão. E quatro tipos de licitação: menor preço; melhor técnica; técnica e preço; maior lance ou oferta. 
6.1. Menor Preço
O menor preço acontece quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determina que o vencedor será o licitante que tiver apresentado proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e tiver ofertado o menor preço. 
Assim afirma a Lei nº 8.666/93:
Art. 45 (...)
§ 3o No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior (BRASIL, 1993).
6.2. Melhor Técnica
A melhor técnica é utilizada exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual. 
Os procedimentos adotados para determinação da melhor proposta, conforme o Art. 46, § 1º, da Lei nº 8.666/93, consistem em abrir os envelopes contendo as propostas técnicas, exclusivamente dos licitantes, previamente qualificados, após avaliação e classificação dessas propostas de acordo com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado (BRASIL, 1993). 
Após classificadas as propostas técnicas, passa-se para a abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima que foi estabelecida no instrumento convocatório, dando início à negociação com a proponente melhor classificada e tendo como referência os limites representados pela proposta de menor preço. 
6.3. Técnica e Preço
A técnica e preço é utilizada, também, de forma exclusiva para os serviços de natureza predominante intelectual, estando no Art. 46, § 2º, da Lei nº 8.666/93 (BRASIL, 1993).
Os envelopes são abertos com as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes, previamente qualificados. Então, é feita a avaliação e a classificação dessas propostas com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado.
 A classificação dos proponentes se dará de acordo a valorização das propostas técnicas e de preço, observando o que foi preestabelecido no instrumento convocatório.
6.4. Maior Lance ou Oferta
Utilizado exclusivamente na modalidade leilão, para contratação de bens e serviços de informática, a Lei nº 8.666/93 determina a utilização obrigatória do tipo de licitação técnica e preço, permitindo o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
Segundo a Lei nº 8.666/1993:
Art. 45 (...)
§ 4o  Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo  2o e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo (BRASIL, 1993). 
Não obstante, na modalidade licitatória nomeada concurso, o critério para julgamento das propostas é o melhor trabalho técnico, científico ou artístico (Art. 22, § 4º, da Lei n. 8.666/93). Quanto ao pregão, a definição da proposta vencedora é baseada no critério do menor lance ou oferta (art. 4º, X, da Lei n. 10.520/2002).
Por fim, a Lei nº 8.666também proíbe a utilização de qualquer outro critério para julgamento das propostas, vide Art. 45, § 5º (BRASIL, 1993).
6.5. Concorrência
É a modalidade utilizada para contratações de elevado valor e com alta complexidade. A concorrência é conduzida por comissão e utiliza-se de procedimento mais elaborado. É a única das modalidades de licitação que inclui, no procedimento, uma fase inicial de habilitação. 
A Lei nº 8.666/1993 traz um conceito de Concorrência no § 1º, do Art. 22:
Art. 22 (...)
Esta é a mais solene e ampla das modalidades de licitação, utilizada na contratação de fornecimentos, serviços e obras de grande vulto. Nesta modalidade admite-se a participação de qualquer licitante, observada a habilitação preliminar, que é a segunda fase do procedimento administrativo licitatório onde será comprovada a habilitação jurídica, a capacidade técnica, a idoneidade financeira e a regularidade fiscal da licitante (BRASIL, 1993). 
A concorrência será obrigatória em razão do valor da contratação e nos casos de obras de engenharia superiores a R$ 3.300.00,00 (três milhões e trezentos mil reais) ou outros serviços de compras a partir de R$ 1.430.000,00 (um milhão, quatrocentos e trinta mil reais). Assim, estando conforme o Decreto nº 9.412/2018, que estabeleceu os novos limites para as modalidades convite, tomada de preços e concorrência. 
Não obstante, além destes casos, a lei exige a concorrência em algumas outras situações, para as quais não será considerado o valor, mas a natureza do contrato. Será nos casos que a administração pretende adquirir ou alienar imóveis, sendo admitido o leilão, se os imóveis tiverem sido adquiridos por processos judiciais ou em dação em pagamento. 
No caso da administração querer celebrar contrato de concessão de direito real de uso e nas licitações internacionais, será admitida tomada de preços se o órgão tiver cadastro internacional de fornecedores, ou convite se não houver fornecedor do bem ou serviço do país.
6.6. Tomada de Preços
Também, será considera a função do valor, sendo que na tomada de preços são participantes os fornecedores, prestadores de serviços ou executores de obras inscritos no cadastro da Administração. Porém, a Lei nº 8.666/93 autoriza a participação de interessados não cadastrados, desde que demonstrem atendimento às condições do cadastramento. 
Assim, pode se dizer que é destinada às contratações de valor médio, com as faixas estabelecidas em lei. Admite-se a participação de interessados previamente cadastrados ou que não estejam, mas que apresentem documentação exigida até o terceiro dia do dia anterior à data do recebimento das propostas. 
O Art. 22, § 2º, da Lei nº 8666/93, conceitua a tomada de preços nos seguintes termos:
Art. 22. (...)
§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (BRASIL, 1993).
Os limites da tomada de preço também foram alterados pelo Decreto nº 9.412/2018, ficando da seguinte forma: "Obras e serviços de engenharia: até R$ 3.300.000,00 (Três Milhões e Trezentos Mil Reais); Compras e outros serviços: até R$1.430.000,00 (um milhão, quatrocentose trinta mil Reais)" (BRASIL, 2018). 
Por fim, salienta-se que mesmo no caso do valor do contrato estar dentro dos limites da tomada de preços, a Administração poderá optar por realizar a Concorrência. Parte-se, dessa forma, de uma ideia dominante dentro dos procedimentos licitatórios de que "quem pode o mais, pode o menos". 
6.7. Convite
O conceito legal de convite pode ser extraído no Art. 22, § 3º, da Lei nº 8.666/93: 
Art. 22. (...)
§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas (BRASIL, 1993).
Nesta modalidade de licitação, é necessário no mínimo três interessados do ramo pertinente a seu objeto, podendo estarem cadastrados ou não, escolhidos e convidados pela Administração. 
 É importante ressaltar que qualquer um é livre para participar, mesmo sem convite. Basta estar cadastrado na correspondente especialidade e manifestar interesse 24h antes da apresentação das propostas. 
A modalidade convite é a mais simples entre as previstas na Lei nº 8.666/93, tanto que a comissão de licitação pode ser substituída por servidor, conforme estabelece o § 1º do Art. 51 (BRASIL, 1993). Outra característica que demonstra sua simplicidade mais elevada é a não necessidade da publicação de Edital. 
Caso haja mais de três possíveis interessados, na emissão de novo convite ao mesmo objeto, deverá, no mínimo, ser convidado mais um interessado, perdurando, assim, enquanto houverem cadastrados não convidados nas últimas licitações, conforme dispõe o § 6º do Art. 22 (BRASIL, 1993).
Já o § 7º, do Art. 22, preconiza que não havendo êxito em adquirir o mínimo de três licitantes, essa circunstância deverá ser justificada no processo, ou haverá o risco da repetição do convite (BRASIL, 1993). 
Com relação ao valor da contratação, o mesmo foi ampliado pelo Decreto nº 9.412/2018, conforme supramencionado. Ficando os valores estipulados em: "Obras e serviços de engenharia: até R$330.000,00 (trezentos e trinta mil reais); Compras e outros serviços: até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais)" (BRASIL, 2018).
6.8. Concurso
 Em relação ao concurso, é um processo de licitação em que quaisquer interessados poderão participar, visando à escolha de trabalho técnico, artístico ou cientifico mediante prêmio ou remuneração aos vencedores. 
O concurso é frequentemente utilizado na seleção de projetos, onde se busca a melhor técnica, e não o menor preço. Para os leigos, concurso público e licitatório podem ser sinônimos, mas ambos não podem ser confundidos, pois visam a objetivos diferentes. 
O concurso regulamentado na lei de licitações é procedimento licitatório para aquisição de trabalhos, conquanto que o concurso público é para o provimento de cargos públicos regido pela Lei nº 8.112/90 (BRASIL, 1990). O concurso público visa ao provimento de cargos públicos ou de empregos na estrutura da Administração Direta e Indireta e o sujeito selecionado se torna agente público, estabelecendo vínculo de trabalho com o ente público. 
Por sua vez, a licitação objetiva, por intermédio de procedimento regularmente instituído por lei, a escolha de trabalho técnico, artístico ou científico, mediante o pagamento de prêmio ao vencedor, todavia, não haverá qualquer preenchimento de cargos ou contratação de empregado.
Para José dos Santos Carvalho Filho: 	
Quando faz um concurso, a Administração não pretende contratar com ninguém, ao menos em princípio. Quer apenas selecionar um projeto de cunho intelectual e a seu autor conceder um prêmio ou determinada remuneração. Com o cumprimento desse ônus pela Administração, a licitação fica encerrada. O prêmio ou a remuneração, no entanto, só poderão ser pagos se o autor do projeto ceder à Administração os direitos patrimoniais a ele relativos e a ela permitir a utilização, de acordo com sua conveniência, na forma do que estabelecer o regulamento ou o ajuste para a elaboração deste. Se o projeto se referir à obra imaterial de cunho tecnológico, não passível de privilégio, a cessão (CARVALHO FILHO, 2018, p. 346).
6.9. Leilão	
 Na modalidade de leilão, a Administração pode ter três objetivos: vender bens móveis inservíveis; vender produtos legalmente apreendidos ou penhorados; e alienar bens imóveis adquiridos em procedimento judicial ou através de dação em pagamento como o permite o Art. 19 do Estatuto. (CARVALHO FILHO, 2018). 
As técnicas e fundamentos do leilão realizado pela Administração Pública são em consonância com os leilões privados. Todavia, ele é realizado por leiloeiro oficial ou por servidor designado para tal fim, atendendo ao que ordena o Art. 53, da Lei nº 8.666/93 (BRASIL, 1993).
Os lances serão crescentes e sucessivos, e ao término do leilão o pagamento deverá ser à vista, sendo admitido o pagamento de um percentual mínimo de 5%, devendo o bem ser entregue de imediato ao arrematante, e posteriormente, paga as parcelas conforme constar no edital, sob pena de perder o sinal.
6.10. Pregão
Trata-se de nova modalidade de licitação, criada através da Medida Provisória nº 2.026, de 04 de maio de 2000, posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 3.555 de 08 de agosto de 2000 (BRASIL, 2000).
Segundo José dos Santos Carvalho Filho: 
Há dois requisitos importantes no leilão. Primeiramente, deve ser dada ao certame a mais ampla divulgação, com o que rigoroso aqui é o princípio da publicidade (art. 53, § 4o). Depois, é necessário que, antes do processo, sejam os bens devidamente avaliados, e isso por óbvia razão: o princípio da preservação patrimonial dos bens públicos; é o que emana do art. 53, § 1o, do Estatuto (CARVALHO FILHO, 2018, p. 347).
A palavra pregão pode causar certo estranhamento, mas tem correspondência ao ato de apregoar, significando proclamação pública. Regulado pela Lei nº 10.520/02 (BRASIL, 2002), o pregão trouxe a inversão das fases de habilitação e julgamento das propostas, conjuntamente com a possibilidade de ofertar lances verbais e sucessivos. 
7. EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DE LICITAÇÃO
O art. 37, XXI, da Constituição Federal motiva como reivindicação que toda a Administração Pública, tanto direta, indireta e fundacional para assentar empregos, obras, compras ou afastamentos, deve obrigatoriamente dimanar à licitação pública, haja vista a necessidade de garantir a coincidência de categorias a todos os interessados mas contudo, no mesmo parágrafo averigua-se a probabilidade de restrições.
Não é preciso ser nenhum notório constitucionalista para entender que os princípios do direito não são absolutos dentro do nosso ordenamento jurídico. Embora, sejam soberanos e funcionem como fonte de interpretação, limitando a vontade do legislador e do Estado, ainda assim, nenhum princípio é soberano. 
Na tentativa de solucionar uma lide, nenhum princípio poderá ser aplicado de forma isolada, pois é obrigatório que haja uma avaliação como um todo. Assim, promover a concretização de princípios jurídicos é uma atividade de ponderação e de avaliação dos diversos aspectos e interesses envolvidos. (JUSTEN FILHO, 2014).
Desse modo, em um caso concreto, quando houver dois ou mais princípios em possível e aparente conflito, é exigido que haja uma ponderação entre eles. Como os princípios se traduzem em valores, não podem ser interpretados de modo absoluto, uma vez que não é razoável priorizar apenas um valor.
Sabendo-se disso, a Administração Pública nos procedimentos licitatórios deverá sempre se utilizar da proporcionalidade e da razoabilidade como instrumentos na solução de eventual impasse entre os princípios. Em relação a licitação:
é um procedimento integrado para atos e fatos da Administração e atos e fatos do licitante, todos contribuindo para formara vontade contratual. Por parte da Administração, o edital ou convite, o recebimento das propostas, a habilitação, a classificação, a adjudicação, além de outros atos intermediários ou posteriores, como o julgamento de recursos interpostos pelos interessados, a revogação, a anulação, os projetos, as publicações, os anúncios, atas, etc. Por parte do particular, a retirada do edital, a proposta, a desistência, a prestação de garantia, a apresentação de recursos, as impugnações” (DI PIETRO (2001), p. 291).
A aplicação desta ponderação deverá ser feita sem que ocorra uma mitigação integral por parte de algum princípio, admitindo-se, na verdade, o possível abrandamento ou preponderância de algum princípio em detrimento do outro. 
Assim, como observado nos capítulos anteriores, existem diversos princípios que norteiam os procedimentos licitatórios, sendo o princípio do dever de licitar e a busca pela melhor proposta contemplados na Carta Magna como garantidores do Estado Democrático de Direito, no ramo da Administração. 
O princípio do dever de licitar limita o Estado e garante direitos aos administrados, além de promover o controle dos atos da Administração. O procedimento licitatório, ainda, fomenta os diversos setores da economia brasileira e garante o progresso. 
Mas não quer dizer que estes princípios elencados sempre irão atender a todos os anseios do Estado ou do interesse social.
Conforme Marçal Justen Filho:
em matéria de licitações, o princípio da proporcionalidade se traduz antes de tudo, na necessidade de equilíbrio dos fins buscados pelo Estado. A realização do princípio da isonomia deve dar-se simultânea e conjuntamente com a seleção da proposta mais vantajosa. Não é possível privilegiar um desses dois fins como absolutos em si mesmo. A pretexto de dar tratamento equivalente a todos os integrantes da comunidade, não é possível sacrificar a seleção da proposta mais vantajosa. A recíproca também é verdadeira (JUSTEN FILHO, 2014, p. 62).
Assim, o princípio da licitação e sua obrigatoriedade deverá ser entendido como regra, mas sabendo-se que o mesmo não é absoluto. O próprio Art. 37 da Constituição Federal estabelece que a licitação é obrigatória, mas que deverão ser ressalvados os casos especificados na legislação, ou seja, a própria Carta Magna prevê a possibilidade de exceção a estes princípios (BRASIL, 1988). 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello (2006), a ausência de certos pressupostos torna o certame completamente inócuo, sem sentido ou simplesmente que não consegue atender às finalidades em vista das quais foi concebido. Deste modo, o mesmo estabeleceu três pressupostos: a) pressuposto lógico; b) pressuposto jurídico; c) pressuposto fático. 
No pressuposto lógico, é necessário a existência de uma pluralidade de objetos e uma pluralidade de ofertantes. Já no pressuposto jurídico, a licitação deve visar ao interesse público. Por último, o pressuposto fático busca a existência de pessoas interessadas pela disputa. 
Celso Antônio Bandeira de Mello: 
É pressuposto lógico da licitação a existência de uma pluralidade de objetos e de uma pluralidade de ofertantes. Sem isto não há como conceber uma licitação. Dita impossibilidade é reconhecível já no próprio plano de um simples raciocínio abstrato. Tal pressuposto diz, então, como o tema do chamado “objeto singular” e com o tema identificado como caso de “ofertante único ou exclusivo”, a serem ao diante tratados. É pressuposto jurídico o de que, em face do caso concreto, a licitação possa se constituir em meio apto, ao menos em tese, para a Administração acudir ao interesse que deve prover. (..). É pressuposto fático da licitação a existência de interessados em disputa-la. Nos casos em que tal interesse não concorra, não há como realiza-la. Seria inviável, por exemplo, abrir-se um certame licitatório para obter o parecer de um jurista famoso, os serviços de um consagrado advogado para uma sustentação oral, ou uma cirurgia a ser efetuada por renomado especialista. Nenhum deles prestar-se-ia a isto (MELLO, 2006, p. 550).
Podemos perceber que sempre haverá situações em que os pressupostos básicos para realização do princípio da licitação não serão preenchidos. Nestas circunstâncias, a realização do certame não cumpriria com os demais princípios que guiam as relações da Administração Pública, pois minariam a sua busca pela eficiência. 
Estas exceções ocasionam na contratação direta. E esta, por sua vez, deve ser realizada com estrita observância aos princípios da isonomia, legalidade, eficiência, impessoalidade, moralidade e publicidade. Não obstante, por óbvio, aos demais comandos legais que regem toda a Administração Pública.
A Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, preconiza que: "Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...) IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório. (...)" (BRASIL, 1999).
Por derradeiro, a contratação direta, se for realiza de de forma irregular ou equivocada, poderá culminar na incidência de improbidade administrativa. 
Marçal Justen Filho: 
A contratação direta não significa que são inaplicáveis os princípios básicos que orientam a atuação administrativa. Nem se caracteriza uma livre atuação administrativa. O administrador está obrigado a seguir um procedimento administrativo determinado, destinado a assegurar (ainda nesses casos) a prevalência dos princípios jurídicos fundamentais. Permanece o dever de realizar a melhor contratação possível, dando tratamento igualitário para todos os possíveis contratantes (JUSTEN FILHO, 2014, p. 497).
A violação do comando legal sobre as licitações direta também poderá ensejar em responsabilização criminal. Conforme a Lei nº 8.666:
Art. 89.  Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade: 
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Parágrafo único.  Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público (BRASIL, 1193). 
Por todo este exposto, podemos perceber que as exceções ao princípio da obrigação de licitar encontram fundamento constitucional. A legislação infraconstitucional, diante disso, estabeleceu hipóteses de contratação direta, de forma que o princípio da licitação não seja transgredido. 
Foram criadas duas modalidades de contratação direta: Dispensa de licitação (dispensada e dispensável) e inexigibilidade de licitação.
Logo, a similaridade basal entre os conceitos acima transcritos, emoldura-se no desígnio precípua da licitação, que é a aquisição de concordato mais proveitoso às necessidades e cabimentos públicos, acomodando igual ensejo a todos os interessados, através de um processo interligado por ações e casos da Administração e do licitante, para instauração da ambição contratual.
8. DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
8.1. Dispensa
A licitação dispensada ou dispensável diz respeito às hipóteses em que há uma probabilidade de competição entre os interessados. Entretanto, a lei decide expressamente os casos em que a Administração pode consentir de licitar, desde que seja censurável a sua prática, de modo que a lei faculta a dispensa, que fica implantada na alçada arbitrária da Administração Pública.
Como visto, a regra geral é a necessidade de licitar, sendo uma exigência constitucional. Todavia, a própria Constituição Federal faz ressalva a essa regra e aos seus princípios. Com ressalva daqueles doutrinadores que não fazem altivez entre licitação dispensada e licitação dispensável vislumbra-se que os casos de licitação dispensada estão justapostos no art. 17, da Lei nº. 8.666/1993.
A dispensa de licitação ocorre em situações que embora possa existir a condição de competitividade, poderá ser realizada a contratação direta, devido algumas circunstâncias externas ou mesmo pelo próprio objetodo contrato. Essa dispensa de licitação, ao contrário da licitação dispensada e sendo visto, da inexigibilidade, suporta ponderação de valor, desdizendo-se um ato discricionário da Administração em que é facultada, em face do caso sólido, a uma pertença de concretizar ou não a licitação, mediante cautela dos discernimentos de ensejo e cabimento. É nesse período que surge o papel do administrador, intérprete por excelência da lei nas hipóteses de dispensa de licitação, visto ser ele culpado pelas contratações públicas.
Por questões de conveniência administrativa e para atender melhor aos anseios do interesse público é que a lei faculta a não realização da licitação. A maior característica da dispensa é que suas hipóteses vislumbra a possibilidade de competição, ao menos em tese. O procedimento licitatório é viável, mas o legislador optou por não tornar o procedimento obrigatório. 
José dos Santos Carvalho Filho (2018, p. 319): "A dispensa de licitação caracteriza-se pela circunstância de que, em tese, poderia o procedimento ser realizado, mas que, pela particularidade do caso, decidiu o legislador não torná-lo obrigatório". Essa dispensa de licitação, ou licitação dispensável como queira chamar, depara em amparo no art. 24 da Lei nº. 8.666/1993. As mais atualizadas adulterações legislativas correlativas ao tema são aquelas alegadas pela Lei nº. 12.188, de 11 de janeiro de 2010 e pela Medida Provisória nº. 495, de 19 de julho de 2010, que apuseram, concomitantemente, os incisos XXX e XXXI às hipóteses de dispensa de licitação. Nota-se, aqui que este rol é taxativo. Quando houver essa dispensa de licitação, nas hipóteses legalmente prevista, mesmo que possa haver possíveis interessados a licitação não irá ocorrer (BRASIL, 1993). Essas hipóteses ensaiam o atilamento de que a Administração não está obrigada a emanar à licitação, sendo contratos cujo o objeto incide, em regra, na insanidade de bens públicos, móveis ou imóveis, abrigando a importância ao público e a obrigação de estimativa prévia. 
Outra possibilidade de categorizar as hipóteses pressagiadas nos incisos do art. 24, da Lei nº. 8.666/1993 é mecionada por Lúcia Valle Figueiredo, reafirmada por Maria Sylvia Zanella Di Pietro134, consubstanciando-se nos casos de dispensa em razão do pequeno valor, de situações excêntricas, do objeto a ser assentado e das pessoas a serem acertadas.
Também concebem hipóteses exaustivamente alistadas pelo legislador ordinário (numerus clausus), que nesse caso se as situações que caracterizarem a licitação dispensada forem em tese, consumidas pelo legislador, não poderá a administração expandir a aplicabilidade do rol explicitado no art.17.
Portanto referente ao art. 17, a dispensa é ato vinculado, trata-se de licitação dispensada. O administrador não possui liberdade para optar se realiza ou não uma licitação (BRASIL, 1993). Assim, não é possível que o mesmo forme um conjunto de valores sobre à conveniência ou não de se licitar. 
A lista do art. 17 é exaustiva, mas podemos dar como exemplos de hipóteses de dispensa a dação em pagamento, a doação permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera de governo, investidura, dentre outras (BRASIL, 1993). 
O art. 24 da Lei 8.666/93, refere-se à dispensa facultativa, devendo ser analisado caso a caso pelo administrador, observando qual a melhor medida a ser tomada, pois mesmo que não esteja copelido a realizar a licitação, se o mesmo desejar realizar, poderá fazê-lo (BRASIL, 1993). 
A licitação dispensável abarca mais hipóteses em que fica a critério do administrador a realização do procedimento licitatório, ocorrendo em obras de pequeno valor; situações emergenciais; casos de guerra ou perturbação à ordem; licitação deserta, licitação fracassada, dentre outras. 
Outra hipótese de dispensa é aquela deparada no inciso VII, do art. 24 em que propostas impróprias, como no caso dos preços que se mostrarem manifestamente superiores a àqueles exercitados no mercado. Essa ocorrência de distinção de propostas acomoda-se com a idéia de licitação falhada, sendo possível a dispensa do certame, desde que fracassada o tentamento constante do §3º, do art. 48, da Lei nº. 8.666/1993.
Oportuno explicar que licitação fracassada consiste naquela em que compareçam interessados, mas nenhum atende às necessidades da Administração, devendo ser reaberto um prazo de oito dias úteis para apresentação de nova documentação ou melhoria das propostas, conforme o art. 48, § 3º, da Lei n. 8.666/93 (BRASIL, 1993).
Já a licitação deserta é aquela em que publica-se o edital, mas não há nenhum interessado. Assim, é autorizado contratação direta por dispensa de licitação, caso não seja viável a repetição do certame. 
Todavia, mesmo que não se repita o edital a Admnistração fica vinculada a manter todas as condições que haviam sido preestabelecidas, conforme o art. 24, V, da Lei n. 8.666/93 (BRASIL, 1993).
Sobre as hipóteses do art. 24 da Lei 8.666/93, Lúcia Valle Figueiredo:
As hipóteses elencadas pelo artigo 24 da Lei de Licitações, são melhor compreendidas adotando-se o critério classificatório:
a) pequeno valor;	
b) situações excepcionais;
c) peculiaridades da pessoa contratada;
d) peculiaridades do objeto que se busca obter (FIGUEIREDO, 1992, p. 37).
		
Além disso, O §2º, do art. 24 estabelece exceções, com efeito, alguns entes da Administração Pública têm dispensa de licitação para contratações no percentual de até 20% do valor do convite. Sendo as empresas públicas, sociedades de economia mista, agências executivas e consórcios públicos (BRASIL, 1993). 
A pesquisa de mercado, é procedimento necessário para que possa ocorrer o procedimento da dispensa de licitação. Também é necessário que haja uma pesquisa de mercado, na qual serão anexadas ao processo de dispensa, no mínimo três propostas de empresas ou fornecedores/ prestadores de serviços diversos. 
O administrador, nesses procedimentos, deverá sempre caracterizar a situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, o motivo da escolha do fornecedor ou executante, a justificativa do preço e o documento de aprovação dos projetos de pequisa.
Deste modo, enquanto a licitação dispensada surge nas hipóteses previstas pelo legislador, a licitação dispensável fica a cargo do administrador. A inexigibilidade se justifica quando as necessidades do ente público, não tornam possível a viabilidade de competição. 
Por óbvio, todo o exposto, sobre dispensa de licitação deverá ocorrer com estrita observância dos dispositivos legais competentes, gerando responsabilidade para aqueles que incorrerem no erro ou na fraude. 
Como bem demonstra o Supremo Tribunal de Justiça: (Precedentes da Segunda Turma. (STJ. REsp 817.921/SP): "A indevida dispensa de licitação, por impedir que a administração pública contrate a melhor proposta, causa dano in reipsa, descabendo exigir do autor da ação civil pública prova a respeito do tema".
8.1.1. Pequeno Valor
Presta atribuição à Administração Pública concernente às escusas de licitação em razão do valor, acatado o custo econômico da licitação, pois a administração pode vir a comprovar ocorrências em que o custo operacional entrelaçado numa dada licitação e seja elevado ao valor do contrato almejado, em razão da qual se explicaria a contratação direta e a concludente dispensa do certame licitatório.
A licitação dispensada, ou dispensável em razão do valor é divisada nos incisos I e II, do art. 24, da Lei de Licitações e Contratos Administrativos, mas a redação original desses dispositivos foi alterada pela Lei nº. 9.648, de 27 de maio de 1998, restando acrescido ao limite iniciado previsto de 5% para 10%, no que dedilha às escusas em razão do pequeno valor da contratação.
Art. 24. É dispensável a licitação: I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma naturezae no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez.
Segundo MEIRELLES (2008), o administrador público não pode ao seu talante valerse da dispensa em razão do valor, fracionando despesas de mesma natureza, no intuito de afastar o certame licitatório. Além disso, nos termos do art. 89, da Lei de Licitações e Contratos Administrativos, assenta-se como crime “dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade”, visto que são deveres do administrador público os de agir, de eficiência, de probidade e de prestar contas.
Já MOTTA (2005), voltando aos olhos públicos federais e tendo em conta a aplicabilidade dos decretos federais a essas entidades, vem a se destacar o Decreto nº. 5.450/2005 que regulamenta o pregão, em sua forma eletrônica que é disposto em seu art.4º, §2º que “na hipótese de aquisições por dispensa de licitação, fundamentadas no inciso II do art. 24 da Lei nº. 8.666, de 21 de junho de 1993, as unidades gestoras integrantes do SISG necessitarão seguir, preferencialmente, o sistema de cotação eletrônica, conforme disposto na legislação vigente”. Esse sistema de cotação eletrônica de preços, é um aplicativo disponibilizado no Portal de Compras do Governo Federal que visa agilizar as compras de pequeno valor realizadas pela Administração federal.
No parágrafo único do art. 24 adverte que os percentuais recomendados nos incisos I e II do caput deste artigo serão de 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços acertados por consórcios públicos, sociedades de economia mista, empresas pública, assim como por autarquias ou fundações rotuladas, na forma da lei, como Agências Executivas.
Não se pode deslembrar a ambição daqueles que miram lograr a licitação, contornando regra a adoção de contratos diretos com inclui a dispensa e inexigibilidade em avaria da prática do devido procedimento licitatório.
8.2. Inexigibilidade de Licitação
A inexigibilidade de licitação diz respeito às hipóteses em que a competição é irrealizável, tendo uma incoerência de competição entre os interessados, quer seja pela caráter singular, quer seja pela essência de uma pessoa que consinta as obrigações da Administração.
Exalta-se a inexigibilidade de licitação, marcada pela figura da inviabilidade de concorrência. As hipóteses aqui tragas estão nos incisos do art. 25 que são simplesmente exemplificativas (numerus apertus), pois não existiria probabilidade de o legislador exaurir todas as circunstâncias fáticas que contornam a licitação impossível.
O art. 25, da Lei n. 8.666/93, traz as hipóteses de inexigibilidade, ao contrário da dispensa, o rol é exemplificativo (BRASIL, 1993). 
Nele, encontra-se os casos em que a realização do procedimento licitatório é logicamente impossível por inviabilidade de competição, seja porque o fornecedor é exclusivo, seja porque o objeto é singular.
Assim, pode se dizer que a invibialidade desta competição é por ausência de pluralidades alternativas, ausência de mercado concorrencial, impossbilidade de julgamento objetivo e por ausência objetiva da prestação. 
A decisão de não realizar o certame é vinculada, para Administração não resta alternativa, se não a contratação direta. Logicamente, podemos dizer que ela é anterior à dispensa de licitação, pois, primeiro se verifica se existe uma inexigibilidade de licitação para só posteriormente checar o fenômeno da dispensa. 
Não é possível prever todas as hipóteses de inviabilidade de competição, o art. 25 da Lei 8.666/93, como supraticado, estabelece rol exemplificativo:
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993:
 Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública (BRASIL, 1993). 
Deste modo, o caput do artigo possui função normativa, podendo os casos de inexibilidade serem fundamentados nele. Todavia, os incisos dentêm importante papel, uma vez que, possuem condição restritiva, ou seja, se uma condição se basear neles, deverá observar de forma restrita o seu conteúdo. 
O inciso I, refere-se aos casos de fornecedor exclusivo, aplicado-se àqueles casos em que não há possibilidade de realização de licitação por invibialidade de competição, pela carência de alternativas para serem escolhidas. 
Nesse caso, não existe viabilidade de competição, pois só existe aquele produto no mercado. Fazer uma licitação seria perca de tempo e dinheiro ao erário. 
Portanto, a contratação direta, nesse caso, é a mais assertiva. Todavia, só poderá ser feita após as averiguações necessárias. A análise não poderá ser subjetiva, sendo feita de forma objetiva. 
Não poderá, por exemplo, haver preferência por marca, por parte do administrador, e se houver, deverá ser fundamentado de forma técnica científica. 
Neste sentido Marçal Justen Filho: 
[...] a marca não pode ser a causa motivadora da escolha, mas se admite a indicação da marca como mero elemento acessório, consequência de uma decisão que se fundou em características específicas do objeto escolhido (JUSTEN FILHO, 2014, p. 112).
Não obstante, o Tribunal de Contas da União, já se posicionou também, sobre as hipóteses de fornecedor exclusivo, através da Súmula 255/10, estabelecendo que:
Nas contratações em que o objeto só possa ser fornecido por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, é dever do agente público responsável pela contratação a adoção das providências necessárias para confirmar a veracidade da documentação comprobatória da condição de exclusividade. 
Neste passo, o inciso II, trata sobre a contratação de serviços técnicos, que deverão ser prestados por profissionais ou empresas de notória especialização. Aqui, deverá haver o enquadramento dessas pretações de serviços como serviços de natureza singular. Neste inciso, refere-se à natureza intrínseca desses serviços. 
A própria Lei 8.666/93 define o conceito de notória especialização através do art. 25, § 1 (BRASIL, 1993).	
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993:
						
Art. 25 
(...)
§ 1o  Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato (BRASIL, 1993).
De sorte, que ao conceituar desta maneira, o legislador reduziu as margens interpretativas para o conceito. Assim, não deve haver dúvidas quanto aos requisitos e critérios para o enquadramento no referido inciso. 
Por derradeiro, a necessidade pública que justificou a contratação de profissional notoriamente especializado deve ser comprovada. Isso, para que não haja serviços de cunho comum (ordinário) que

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