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HISTÓRIA E EXAME FÍSICO DO RECÉM NASCIDO HISTÓRIA Os primeiros dados importantes do RN são coletados pouco tempo antes do nascimento. Pode ser coletado perguntando à mãe ou ao acompanhante, e também através do cartão da gestante, quando preenchido adequadamente. Deve conter dados sobre antecedentes dos pais, de outras gestações, partos e evolução das crianças. Dados sobre a gestação atual e a evolução do parto e da criança até o momento. IDENTIFICAÇÃO Informações sobre o pai, nome, idade, escolaridade, local de trabalho e presença de doenças ou hábitos inadequados. A identificação da mãr deve conter também dados relacionados à estabilidade do casal, endereço completo da mãe e telefone de contato. Tipo sanguíneo, doenças, cirurgias e transfusões anteriores dos pais não podem passar despercebidas. Deve-se questionar quanto a consanguinidade. ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS Número de gestações anteriores, evolução (incluindo abortos e natimortos), tipo de parto, internações anteriores e os diagnósticos. Informações sobre tempo de amamentação dos filhos anteriores ajuda a prevenir as dificuldades para o próximo filho. Devem constar informações relacionadas ao pré-natal, quantas consultas e o local. Data da última menstruação e idade gestacional aferida por exame ultrassonográfico (e semanas que foi realizado). O exame USG oferece importantes informações quanto a evolução do desenvolvimento fetal e eventuais malformações. Acompanhar os resultados de exames sorológicos, anotando o tipo de realização, o título e a data, com enfase para doenças como sífilis, toxoplasmose, rubéola, hepatites B e C e HIV. Em partos de RNs prematuros é importante saber se a mãe recebeu corticosteroide antenatal e a justificativa da prematuridade. DADOS DO PARTO Importante anotar a duração do trabalho de parto e da expulsão, a apresentação, o tipo de parto, e sua indicação, tempo de ruptura da bolsa e características do líquido amniótico. Importante também anotar medicamentos analgésicos utilizados, detalhando-se as drogas, as doses e o tempo de aplicação antes do nascimento. As características da placenta também devem ser anotadas (peso, calcificações, condições do cordão, número de vasos sanguíneos e tempo de clampeamento). CONDIÇÕES DO NASCIMENTO Horário do nascimento, sexo, gemelaridade, peso, comprimento, tempo da primeira respiração ou choro e tempo de clampeamento do cordão. Apgar ao 1 e 5 minuto, bem como eventuais manobras utilizadas durante a recepção (teve que aspirar vias áreas? Recebeu oxigênio inalatório? VPP? Intubação traqueal? Medicamentos?). Registar se o bebê foi colocado em contato pele a pele com a mãe, por quanto tempo e se foi amamentado na sala de parto, registrando quando ocorreu a primeira mamada (p.e.: aos 20min de vida). Na sala de parto, deve ser feito um exame físico sumário, podendo ser feito com o bebê sobre o corpo da mãe. Esse exame é para determinar as condições respiratórias, circulatórias e malformações grosseiras. Essa avaliação global, inclusive Bruno Henryque Marconato HISTÓRIA E EXAME FÍSICO DO RECÉM NASCIDO da idade gestacional, permitirá ao profissional decidir qual o destino do RN, se alojamento conjunto, intermediário ou cuidados intensivos. EXAME FÍSICO Caso o exame físico sumário seja normal, o exame físico minucioso deverá ser feito após algumas horas de vida, preferencialmente antes de 12h de vida. Realizado, sempre que possível, com a presença dos pais. Estar atento ao controle térmico, cuidando para que o ambiente, as mãos e os instrumentos estejam em temperatura adequada. Estar atento também para as oportunidades de realizar o exame (criança dormindo é excelente para aferir FR, FC e palpação do abdome, p. e.). EXAME FÍSICO GERAL Pela simples observação, já é possível conseguir informações como presença de malformações e faces tipicas de algumas síndromes. Sinais de angústia respiratória, gemidos inspiratórios ou expiratórios, batimento de aletas nasais, retrações de fúrcula ou torácica, cianose e alteração da FR. A postura do RN é normalmente simétrica, fletida, semelhante à fetal. O aspecto geral, a atividade, intensidade de choro, a movimentação e o estado de hidratação devem constar no exame. O RN apresenta normalmente choro forte de timbre variável; o choro monótono, agudo, intermitente pode ser encontrado em lesões neurológicas graves. Pele • Textura e umidade: ◦ pré-termo: pele fina e gelatinosa ◦ a termo: pele lisa, brilhante, úmida e fina ◦ pós-termo ou com insuficiência placentária: pele seca, enrugada, apergaminhada e com descamação aguda ◦ Hipotireoidismo congênito: pele seca e áspera • Cor: ◦ pele rosada (mais evidente em crianças de pele clara; crianças filhas de pais negros podem apresentar pele clara no nascimento. ◦ Palidez acentuada pode ser importante para diagnóstico de anemia, vasoconstrição periférica ou choque ◦ Fenômeno de Arlequim: presença de uma linha delimitando o hemi corpo. Geralmente benigna, não muito rara, de causa desconhecida, sugerindo algum grau de instabilidade vasomotora ◦ Cianose central ou de extremidades ◦ Cor esverdeada, pela vigência de liquido amniótico meconiado ◦ Presença de milium sebáceo: pequenos pontos brancos, localizados na base do nariz, Bruno Henryque Marconato HISTÓRIA E EXAME FÍSICO DO RECÉM NASCIDO queixo e fronte, devido à distensão e obstrução das glândulas sebáceas, decorrentes da ação do estrógeno materno; desaparecem em poucas semanas ◦ Presença de lanugo: pelos finos que costumam recobrir a região do ombro e escápula, encontrados de forma mais abundante em Rns prematuros; desaparecem em alguns dias. ◦ Presença de vérnix caseoso: material gorduroso e esbranquiçados, função de proteção da pele e isolamento térmico, principalmente em prematuros de 34 a 36 semanas. Pode ser retirado após o estabelecimento do controle térmico, algumas horas após. ◦ Manchas mongólicas: manchas azul-acinzentadas localizadas no dorso e regiões glútea e lombossacra principalmente, podendo ser disseminada; traduz imaturidade da pele na migração dos melanócitos, relacionada a fatores raciais. Comuns nas raças negra e oriental e regridem nos primeiros 4 anos de idade. Deve-se estar atento para não mencionar o termo “mancha mongólica’ por conta do estigma carregado. ◦ Eritema tóxico: lesões eritematosas multiformes. Regride em poucas horas. ◦ Impetigo: infecção piogênica, comumente por Staphylococcus aureus. Inicia com lesões eritematosas puntiformes, que evoluem para vesículas em 1 a 2 dias, e a seguir se pustulizam ou tornam-se bolhas. Se propagam por inoculação. O tratamento pode ser tópico ou sistêmico. ◦ Máculas vasculares: desparecem à pressão. Desaparecem em alguns meses, não possuem importância clinica. ◦ Hemangiomas: formas vasculares mais extensas e elevadas, coloração vinhosa, podem ter significado patológico. ◦ Icterícia: cor amarelada decorrente da impregnação por bilirrubina. Deve ter a causa investigada se detectada nas primeiras 24h de vida ou muito intensa. ◦ Equimoses: localização depende da apresentação e traumas sofridos durante o parto; geralmente sem relevância clínica. ◦ Petéquias: se restritas ao rosto, não são motivo de preocupação, mas se generalizadas devem ser investigadas. • Subcutâneo ◦ aferida por meio da prega cutânea, costuma ter cerca de 1cm nos RN. ◦ Turgor avalia o estado nutricional, se for pastoso (lento retorno do tecido) está mais associado à deficiência ao final da gestação, geralmente por insuficiência placentária ◦ edema pode ser observadoem membros inferiores e na região genital de RN prematuro, que regride em alguns dias. Edema acentuado no dorso das mãos e pés deve considerar a síndrome de Turner. • Gânglios ◦ palpar as cadeias cervicais, occipitais, submandibulares, axilares e inguinais; descrever o número, tamanho, consistência, mobilidade e sinais inflamatórios. • Mucosas ◦ cor, umidade e lesões Bruno Henryque Marconato HISTÓRIA E EXAME FÍSICO DO RECÉM NASCIDO • Musculatura ◦ Tônus e o trofismo ◦ RN a termo em decúbito dorsal apresenta membros superiores fletidos e inferiores semifletidos, cabeça lateralizada e mãos cerradas. ◦ Quanto mais próximo do termo maior o tônus flexor ◦ o trofismo é avaliado ao estender o braço e palpar o músculo peitoral. A espessura de 1cm é um trofismo adequado • Esqueleto e articulações ◦ presença de deformidades ósseas, inadequações de mobilidade e dor à palpação ◦ Polidactilia, sindactilia, aracnodactilia, clinodactilia (dedos desviados do eixo), agenesias (de rádio, fêmur, tíbia, úmero, etc) ◦ pregas palmares. Prega palmar única em ambas as mãos é associada à síndrome de down ◦ Simetria e adequação dos movimentos ◦ Paralisias decorrentes do estiramento do plexo braquial. Membro superior paralisado, em rotação interna, devendo ser descartada fraturas de clavícula ou da região proximal do úmero ◦ Fratura de clavícula pode mimetizar paralisia obstétrica. Se houver fratura, ao palpar, pode- se sentir crepitação local e observar dor no RN. A evolução clinica costuma ser benigna e a simples utilização de tipoia e movimento cuidadoso do membro já é suficiente para o tratamento. Não é necessário raio x, o achado não muda conduta clínica. ◦ A articulação coxofemural deve ser palpada para afastar a presença de displasia do desenvolvimento do quadril. As manobras de barlow e Ortolani, além do exame USG podem auxiliar no diagnóstico. ◦ Nos exames dos pés deve-se verificar o posicionamento e detecção de pés tortos. É necessário diferenciar pé torto congênito de pé torto decorrente da posição uterina. ◦ Palpar a linha média da coluna vertebral na busca de espinha bífida, meningocele e outros defeitos, especialmente na região sacrolombar EXAME FÍSICO ESPECIAL • Crânio ◦ Verificar assimetrias (podem ser decorrentes da apresentação fetal) ◦ Palpar suturas cranianas (verificar sobreposições ou cavalgamentos) ◦ Palpar fontanelas (estar atento ao tamanho, medido em cm nas diagonais, a tensão, abaulamentos, depressões ou pulsações) ◦ Fazer pressão suave nos ossos do crânio para detectar áreas depressíveis. Costuma desaparecer nos primeiros meses de vida ◦ Palpar o couro cabeludo (identificar abaulamentos como na bossa serossanguínea e no cefalo-hematoma; raramente é necessário intervenção) Bruno Henryque Marconato HISTÓRIA E EXAME FÍSICO DO RECÉM NASCIDO ◦ Medir o PC. No RN a termo varia de 33 a 37cm. Se prematura deve levar em conta a idade corrigida (idade real da criança menos o número de semanas que faltaram para completar 40 semanas) • Olhos ◦ Observar a distância entre os olhos (entre os cantos internos), posição da fenda palpebral (transversal, normal ou oblíqua) – a fenda oblíqua para cima é associada a Sd. De Down e oblíqua para baixo à de Apert -, presença de sobrancelhas, cílios e epicanto. ◦ Elevar o RN à posição semissentada, em movimento relativamente rápido, para levar à abertura dos olhos e verificação da mobilidade das pálpebras. Ou esperar durante o exame o momento que a abertura acontece de forma espontânea. (a conjuntiva pode estar hiperemiada devido à irritação pela aplicação do nitrato de prata) ◦ Observar a cor da esclera. Normalmente branca ou levemente azulada nos RN pré- termo. Cor azul intensa associada à osteogênese imperfeita. ◦ Verificar estrabismo transitório e nistagmo horizontal ◦ Verificar exoftalmia (olhos saltados), microftalmia (córnea menor que 9 mm), opacificação da córnea, catarata, glaucoma congênito (com córnea > 11mm) e lacrimejamento anormal por obstrução do canal lacrimal. ◦ Com o oftalmoscópio, em um quarto escuro, a cerca de 40 a 50 cm de distância, pesquisar o reflexo vermelho do fundo do olho, indicando transparência adequada da córnea e cristalino (teste do olhinho) • Ouvidos ◦ Verificar forma, consistência e implantação dos pavilhões auriculares, e a presença de condutos auditivos externos, fístulas e apêndices ◦ Observar se o RN responde piscando os olhos à emissão de ruídos próximos ao ouvido. • Nariz ◦ Verificar a permeabilidade nasal ao ar inspirado e expirado, batimentos das aletas nasais ◦ Observar deformidades ou malformações • Boca ◦ O exame pode ser feito durante o choro, não há necessidade de abaixador da língua ◦ observar se há desvio da comissura labial durante o choro, pode indicar paralisia facial ◦ Observar as mucosas, podem-se encontrar aftas de Bednar (lesão traumática da mucosa por aspira;cão ou limpeza agressiva logo após o parto) ◦ Presença de saliva espessa é indicação de desidratação ◦ Avaliar a forma do palato e sua integridade. Se há fenda palatina isolada ou associada ao lábio leporino. Pode-se encontrar as pérolas de Epstein, junto à rafe mediana, sem repercussão clínica. ◦ Avaliando o palato mole pode identificar úvula bífida e tumores ◦ Na gengiva, verificar a presença de cistos de retenção gengival e dentes supranumerários. Devem ser avaliados quanto a implantação e retirados por conta do risco de aspiração. Bruno Henryque Marconato HISTÓRIA E EXAME FÍSICO DO RECÉM NASCIDO ◦ Avaliar o tamanho e mobilidade da língua ◦ Avaliar o tamanho da mandíbula • Pescoço ◦ Palpar a parte mediana para detectar crescimento anormal da tireoide e presença de fístulas, cistos e restos de arcos branquiais ◦ Verificar, na lateral, presença de estase jugular e palpar o músculo esternocleidomastoideo para verificar a presença de contraturas. ◦ Verificar a presença de pele redundante na nuca (pescoço alado) associado à Sd de Down e Turner. • Tórax ◦ Avaliar a forma, normalmente cilíndrica ◦ PT é cerca de 2 cm menor que o PC ◦ Observar assimetrias ◦ Observar mamilos e glândulas mamárias, à palpação medem cerca de 1cm. Pode ocorrer hipertrofia bilateral devido ao estímulo estrogênico materno, podendo inclusive observar a secreção de leite. • Aparelho respiratório ◦ Importante fazer com o RN calmo, sem choro ◦ A respiração normal ;e do tipo costoabdominal ◦ A FR média é de 40 a 60 irpm ◦ a palpação, percussão e ausculta devem ser feitas na área de extensão do parênquima pulmonar ◦ Estertores finos ou crepitantes são comuns logo após o nascimento, assim como roncos decorrentes da obstrução nasal ◦ assimetrias na inspeção, palpação, percussão ou ausculta são importantes indicadores de anormalidades, devem ser investigadas • Aparelho cardiocirculatório ◦ Ictus cordis em geral não visível ◦ Detecção do frêmito é sempre sugestiva de cardiopatia, principalmente associado a sopro. ◦ FC varia de 120 a 140 bpm. RN em repouso com FC acima de 160 bpm deve ser avaliado ◦ ausculta deve ser realizada com a criança calma e repetidas vezes. Sopros ou arritmias podem ser transitórios ◦ Palpar os pulsos periféricos, pulsos cheios em RN prematuro sugere persistência do canal arterial; pulsos femorais ausentes apontam para coarctação da aorta ◦ a PA é de difícil determinação, aferida de forma mais fácil por aparelhos. • Abdome ◦ Inspeção: semigloboso com PA cerca de 2 a 3 cm menor que o cefálico. Diastase dos retos abdominais é frequente e sem significado clinico (normalmente regride depois da deambulação). Inspecionaro coto umbilical, quantidade de vasos, e realizar a higiene com álcool a 70%. Observar defeitos na parede como onfalocele e gastrósquise. ◦ Percussão: hepatometria; som timpânico no resto do abdome; tamanho do baço quando aumentado ◦ Palpação: mais fácil se realizada quando o RN está dormindo; mãos limpas e aquecidas, suave e superficial no início, da fossa ilíaca ao rebordo costal, após isso pode fazer a palpação profunda. É possível a palpação da borda do fígado a cerca de 2 Bruno Henryque Marconato HISTÓRIA E EXAME FÍSICO DO RECÉM NASCIDO cm do rebordo costal direito, deve-se descrever a consistência, superfície e borda. Sempre que conseguir palpar o baço é necessária a investigação. Os rins podem ser palpados principalmente em prematuros (com manobras cuidadosas e profundas), podem estar aumentados na doença policistica, hidronefrose ou trombose da veia renal. ◦ Ausculta: ruídos hidroaéreos frequentes. Ruídos aumentados ou ausência de ruídos são sinais preocupantes. • Aparelho geniturinário ◦ A primeira diurese ocorre em até 48h. Eventualmente observam-se manchas avermelhadas devido a presença de uratos na urina e não tem repercussão clínica. ◦ O exame da genitália deve ser detalhada e feito na presença dos pais ou de um auxiliar. Após a inspeção geral, deve-se começar a palpação do canal inguinal para detectar massas ou testículo. ▪ Sexo masculino: pênis do RN de 2 a 3 cm. A glande não costuma ser exposta nem com tentativa de retração, e o orificio prepucial é estreito. A visualização do meato urinário nem sempre é possível. Verificar se o orifício está localizado de forma fisiológica. Na palpação da bolsa escrotal deve-se verificar a presença dos testículos (se ausentes tantto na bolsa como no canal inguinal, suspeitar de genitália ambígua). Estar atento aos sinais de torção resticular, assimetrias testiculares, malformações anorretais com fístula e eliminação de mecônio pela uretra ou pelo períneo. ▪ Sexo feminino: O tamanho dos grandes lábios depende da IG e do depósito de gordura. Afastando-os, avalia- se o sulco entre os grandes e pequenos lábios, frequentemente recobertos de vérnix. Aderências de pequenos lábios são raras e requerem intervenção. Afastando os pequenos lábios, examina-se o hímen. Importante observar os orifícios uretral e vaginal, bem como o tamanho do clitóris. • Ânus ◦ Faz-se apenas a inspeção, podendo-se verificar, por palpação delicada o tônus anal. Costuma distar cerca de 1 cm da borda inferior da vulva ou da implantação do escroto. Não é recomendado de rotina o toque ou introdução se sonda retal para verificar permeabilidade. • Sistema nervoso ◦ Avaliação do SN inicia-se simultaneamente com o exame físico geral, pois a postura, movimentação espontânea, resposta ao manuseio e choro são parâmetros dessa avaliação. ◦ Deve-se evitar o exame nas primeiras 12 horas de vida, para minimizar a influência do estresse do parto, que pode mascarar algumas respostas normais. ◦ É importante aguardar a criança despertar para adequada avaliação. ◦ Avaliar os reflexos: ▪ Sucção: tocando os lábios da criança com algum objeto. Bruno Henryque Marconato HISTÓRIA E EXAME FÍSICO DO RECÉM NASCIDO ▪ Voracidade: tocando a bochecha da criança, próximo a boca, verifica se a criança busca o objeto. Desaparece após os 3 meses. ▪ Preensão: pressiona a palma das mãos e abaixo dos dedos dos pés. ▪ Marcha: segura a criança pelas axilas em posição ortostática. ▪ Fuga à asfixia: coloca a criança em decúbito ventral no leito, com a face para o colchão. Em alguns segundos o RN deverá virar a cabeça, liberando o nariz para a respiração. ▪ Cutâneo-plantar: Estímulo na planta do pé do calcanho até os artelhos. Os dedos ficam em extensão. ▪ Moro: um dos mais importates. Desencadeado por estímulo brusco. O reflexo consiste em uma resposta de extensão-abdução dos membros superiores. Inicia a partir de 28 semanas de gestação e costuma desaparecer por colta dos 6 meses de idade. A assimetria ou a ausência do reflexo pode indicar lesões nervosas, musculares ou ósseas, que devem ser avaliadas. ▪ Reflexos tendinosos: Utiliza o martelo de borracha ou o próprio dedo do examinador. O reflexo patelar costuma ser facilmente detectado. ▪ Outros reflexos: Magnus-de- Kleijn (esgrimista); Olhos de boneca; Reflexo de Babkin. REFERÊNCIA: Atenção à Saúde do Recém-Nascido - Guia para os Profissionais de Saúde; CUIDADOS GERAIS; 2a edição atualizada Bruno Henryque Marconato
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