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FUNÇÕES MOTORAS DO CÓRTEX CEREBRAL E TRONCO ENCEFÁLICO ● CÓRTEX CEREBRAL Áreas motoras corticais: - Área motora primária (M1) → giro pré-central do lobo frontal; movimentos voluntários; alto comando motor; - Área motora suplementar (MS)→ face medial do giro frontal superior; planejamento dos movimentos já conhecidos; - Área pré-motora (PM) → face lateral do lobo frontal; planejamento dos movimentos novos; (consegue mandar informações para a M1); - Área motora cingulada (MC) → face medial do córtex acima do corpo caloso; movimentos de conotação emocional (Ex: pisada forte quando o indivíduo está com raiva). + O hemisfério lateral do cerebelo também faz parte do planejamento motor Essas regiões estão interconectadas a outras áreas - 1. Área somestésica primária (S1) = sentir enquanto se realiza o movimento; tocar a tela do celular; 2. Áreas associativos dos lobos parietal e frontal = se guiar/movimentar através do som, visão; 3. Regiões motoras subcorticais (feixe corticoespinhal) = faz a conexão de um neurônio do córtex cerebral com um da medula espinhal; Neurônio sai da área motora do córtex, desce, uma das vias cruza para o lado oposto (na medula), na raiz anterior se comunica com um neurônio efetor. Mapa somatotrópico motor: No caso de um AVE (acidente vascular encefálico), se ele afetar mais o córtex medial haverá um comprometimento dos MMII. Assim dependendo da região afetada haverá comprometimento de uma parte do corpo. Padrão inervação para o controle motor: A área M1 pode ter 2 padrões de inervação para os neurônios, assim: + Não há um padrão melhor que o outro, eles apenas são diferentes e ajudam a avaliar a condição do paciente. Inervação divergente: Um neurônio motor cortical diverge para diversos motoneurônios medulares, que inervam diversos músculos. Se esse neurônio cortical for lesado, haverá comprometimento de vários músculos. Inervação convergente: São vários neurônios corticais saindo inervando um motoneurônio medular (que estimula um determinado músculo). Ainda, os neurônios podem modular a resposta dos demais durante o trajeto. Além disso, nesse tipo de inervação, se houver uma lesão de parte desses neurônios, o movimento ainda pode ser realizado, mas sem precisão e coordenação de antes. Nesses casos, geralmente haverá algum prejuízo ao movimento. ● PLANEJAMENTO MOTOR É importante por conta de questões que envolvem o ajuste fino e coordenado do movimento. Envolve as áreas PM e MS. M1 apresenta maior atividade neural porque está no comando dos movimentos do dedo, e S1 também é ativada como resultado da estimulação somestésica que o próprio movimento provoca. Experimentos para identificar áreas de planejamento: Quanto mais elaborado/complexo o movimento, envolvendo uma sequência ordenada, outras áreas entram em ação. Quando o indivíduo apenas pensa no movimento executado, somente a área MS aparece ativa; assim, essa área contém a ideia do movimento complexo, ou seja, uma espécie de plano ou programa para M1 executar. Além disso, novos movimentos ativam a área PM (principal), junto com o cerebelo, o córtex parietal posterior e o córtex pré-frontal. Para movimentos conhecidos: padrão de ativação cerebral move-se para a área MS, junto com o hipocampo e as áreas occipitais e temporais. + No entanto, não se sabe como acontece esse processo de migração de uma área para outras. *Apraxia ideomotora = lesão em áreas do planejamento motor, em que o indivíduo não consegue fazer um movimento mais fino. Ex: tocar no celular x abotoar a camisa. ● VIAS DESCENDENTES DO CÓRTEX MOTOR Existem 2 vias principais que ligam os neurônios do córtex aos neurônios motores ou interneurônios da medula. São elas: Via corticoespinal ventral (anterior): - Também chamada de medial, mas não é correto; - Formada por 20% dos neurônios; - Formada por neurônios que saem do córtex cerebral ipsilateralmente até interneurônios da medula. Estes interneurônios podem ou não cruzar para o lado oposto (o cruzamento ocorre na região da medula espinal cervical ou torácica alta). - Esses interneurônios da medula irão terminar em outra população de interneurônios ou motoneurônios MEDIAIS também na medula = inervação de músculos proximais; - Controle maior sobre postura e equilíbrio. Via corticoespinal lateral: - Formada por 80% dos neurônios; - Via contralateral = neurônios do córtex inervam neurônios motores do lado oposto; o cruzamento ocorre na decussação das pirâmides (na linha média); - Terminam em interneurônios ou motoneurônios LATERAIS da medula; - Controle de músculos mais distais = membros. Outras vias descendentes: Vias que saem do córtex motor e terminam nos núcleos do tronco encefálico. Algumas vias do córtex motor apresentam ligação com núcleos dos nervos cranianos. Por exemplo: Feixe córtico-nuclear: - Via que envolve o núcleo do nervo facial (na ponte do tronco encefálico), o qual é dividido em duas partes = superior e inferior; - Neurônios que saem da parte superior inervam musculatura da parte superior da face; neurônios que saem da parte inferior inervam musculatura da parte inferior da face; - A face superior do núcleo do nervo facial recebe inervação cortical bilateral, ou seja, do lado contralateral e do lado ipsilateral (linhas em vermelho da imagem); já a face inferior do núcleo do n. facial recebe apenas informação cortical do lado contralateral (linha em azul da imagem). Em uma lesão no córtex cerebral direito a face superior do núcleo do n. facial continua recebendo informação cortical do lado esquerdo; já a face inferior do n. facial deixa de receber informação cortical do lado direito. Assim haverá o comprometimento da inervação da musculatura inferior oposta da face (lado esquerdo) → “Sorriso caído”. ● TRONCO ENCEFÁLICO Funções gerais das vias: - Controle da respiração; - Controle do sistema cardiovascular; - Controle de equilíbrio; - Controle dos movimentos oculares; - Controle dos movimentos dos membros. Região dos núcleos vestibulares (área vestibular): Recebe informações de mecanoceptores do labirinto, via nervo vestibulococlear (NC VIII), as quais ajudam a controlar certos grupos musculares para manutenção de postura e equilíbrio. Via vestibuloespinal - feixes/trato vestibuloespinais: - Medial (excitatório)= via bilateral; termina em interneurônios e motoneurônios mediais da medula, portanto, controla músculos proximais → postura e equilíbrio. - Lateral (excitatório)= via ipsilateral; termina em interneurônios e motoneurônios mediais da medula, portanto, controla músculos proximais → postura e equilíbrio. - Ambas agem sobre algumas populações neuronais distintas na medula; - São denominados feixes vestibuloespinais ; - Controle involuntário→ reflexo do tônus muscular; - Enviam informações para os motoneurônios alfa e gama acerca da posição da cabeça, que foram coletadas pelos órgãos do equilíbrio no labirinto; - Posição da cabeça → reflete indiretamente a posição do corpo (ajuste postural involuntário). Região da formação reticular: Via reticuloespinal: - Pontina = neurônios que saem da ponte; via ipsilateral; termina em interneurônios e motoneurônios mediais da medula (postura e equilíbrio); envia sinais excitatórios aos neurônios da medula; - Bulbar = neurônios que saem do bulbo; via ipsilateral; termina em interneurônios e motoneurônios mediais da medula (postura e equilíbrio); envia sinais inibitórios aos neurônios da medula; - Ambas as vias agem sobre uma mesma população neuronal da medula; - Controle voluntário do tônus muscular; - Reações antecipatórias. ● MESENCÉFALO Região dorsal do mesencéfalo - colículo superior: Vias formadas a partir do tecto do mesencéfalo. Via colículoespinal / Via tectoespinal: - Via contralateral, sendo que o cruzamento ocorre logo na saída do colículo; - Termina em interneurônios e motoneurônios mediais da medula e em alguns motoneurônios do tronco; - Recebe aferências multissensoriais (som, movimento, visão)→ (resposta)→ eferências com orientação sensoriomotora = posição dos olhos e cabeça.Região dos núcleos rubros: Via rubroespinal: - Via contralateral, sendo que os neurônios do núcleo rubro já na saída (tegmento do mesencéfalo) cruzam para o lado oposto; - Termina em interneurônios e motoneurônios laterais da medula, portanto, auxilia no comando motor dos membros. ● EM RESUMO
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