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1 
 
 @jumorbeck 
 
Fisiologia do Sistema Motor 
NEURÔNIOS 
↠ O controle da atividade dos músculos esqueléticos pelo 
córtex cerebral e outros centros superiores é executado 
através do sistema nervoso por uma série de neurônios 
(SNELL, 7ª ed.) 
↠ A via descendente do córtex cerebral é 
frequentemente constituída de três neurônios: (SNELL, 
7ª ed.) 
• O primeiro neurônio, neurônio de primeira 
ordem, tem seu corpo celular no córtex 
cerebral. Seu axônio desce para formar sinapse 
no neurônio de segunda ordem; 
• O neurônio de segunda ordem, um neurônio 
internuncial, situado na coluna cinzenta anterior 
da medula espinal. O axônio do neurônio de 
segunda ordem é curto e faz sinapse com o 
neurônio de terceira ordem; 
• O neurônio de terceira ordem, o neurônio motor 
inferior, na coluna cinzenta anterior. O axônio do 
neurônio de terceira ordem inerva os músculos 
esqueléticos através da raiz anterior de um 
nervo espinal. 
↠ A partir do tronco encefálico, os axônios dos neurônios 
motores inferiores (NMI) se estendem através dos nervos 
cranianos para inervar os músculos esqueléticos da face 
e da cabeça. A partir da medula espinal, os axônios dos 
NMI se estendem através dos nervos espinais para inervar 
os músculos esqueléticos dos membros e do tronco 
(TORTORA, 14ª ed.). 
CLASSIFICAÇÃO DOS NEURÔNIOS SEGUNDO TORTORA 
↠ Os neurônios localizados em quatro circuitos neurais distintos, 
porém altamente interativos, são chamados coletivamente de 
vias motoras somáticas e participam do controle do movimento 
por fornecerem informações para os neurônios motores 
inferiores: (TORTORA, 14ª ed.). 
NEURÔNIOS DO CIRCUITO LOCAL 
↠ A informação chega aos neurônios motores inferiores 
provenientes de interneurônios próximos chamados de 
neurônios do circuito local. Esses neurônios estão localizados 
próximo aos corpos celulares dos neurônios motores inferiores 
no tronco encefálico e na medula espinal (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os neurônios de circuito local recebem informações dos 
receptores sensitivos somáticos, como os nociceptores e os 
fusos musculares, bem como de centros superiores no 
encéfalo. Eles ajudam a coordenar a atividade rítmica em 
grupos musculares específicos, como no revezamento entre 
flexão e extensão dos membros inferiores durante a caminhada 
(TORTORA, 14ª ed.). 
NEURÔNIOS MOTORES SUPERIORES 
↠ Tanto os neurônios do circuito local quanto os neurônios 
motores inferiores recebem informações dos neurônios 
motores superiores (NMS). A maior parte dos neurônios 
motores superiores faz sinapses com os neurônios do circuito 
local, que, por sua vez, fazem sinapses com os neurônios 
motores inferiores. (Alguns neurônios motores superiores 
fazem sinapses diretamente com os neurônios motores 
inferiores.) (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Os NMS do córtex cerebral são essenciais para a execução 
dos movimentos voluntários do corpo. Outros NMS são 
originados nos centros motores do tronco encefálico: o núcleo 
rubro, o núcleo vestibular, o colículo superior e a formação 
reticular (TORTORA, 14ª ed.). 
 
↠ Os NMS provenientes do tronco encefálico regulam o tônus 
muscular, controlam os músculos posturais e ajudam a manter 
o equilíbrio e a orientação da cabeça e do corpo. Tanto os 
núcleos da base quanto o cerebelo exercem influência sobre 
os neurônios motores superiores (TORTORA, 14ª ed.). 
A musculatura somática é inervada pelos neurônios motores 
somáticos do corno ventral da medula espinhal. Estas células também 
são chamadas de neurônios motores inferiores para as distinguir das 
de ordem superior, os neurônios motores superiores do cérebro que 
fornecem as vias para a medula espinhal. É preciso lembrar que apenas 
os neurônios motores inferiores comandam diretamente a contração 
APG 06 – PENSO, LOGO CAMINHO? 
2 
 
 @jumorbeck 
 
muscular. Sherrington chamou esses neurônios de via final comum 
para o controle do comportamento (BEAR et. al., 4ª ed.). 
 
Obs.: Em alguns casos, o axônio do neurônio de primeira ordem 
termina diretamente sobre o neurônio de terceira ordem (como nos 
arcos reflexos) (SNELL, 7ª ed.) 
NEURÔNIOS MOTORES INFERIORES 
↠ Existem duas categorias de neurônios motores inferiores da medula 
espinhal: (BEAR et. al., 4ª ed.). 
• Neurônios motores alfa: são diretamente responsáveis pela 
geração de força pelo músculo. Um neurônio motor alfa e 
todas as fibras musculares que ele inerva coletivamente 
compõem o componente elementar do controle motor, o 
que Sherrington chamou de unidade motora. 
A primeira forma de controle da contração muscular pelo SNC é 
variando a taxa de disparo dos neurônios motores. O neurônio motor 
alfa comunica-se com a fibra muscular, liberando o neurotransmissor 
acetilcolina (ACh) na junção neuromuscular, a sinapse especializada 
entre o nervo e o músculo esquelético. A segunda maneira pela qual 
o SNC gradua a contração muscular é recrutando unidades motoras 
sinérgicas adicionais. A tensão extra provida pelo recrutamento de uma 
unidade motora ativa depende de quantas fibras musculares há nessa 
unidade. 
Os neurônios motores inferiores são controlados por sinapses no 
corno ventral. Existem apenas três fontes principais de entradas para 
um neurônio motor alfa: 
 
• Neurônios motores gama: inervam as fibras intrafusais.. 
O fuso muscular contém fibras musculares esqueléticas modificadas 
dentro de sua cápsula fibrosa. Essas fibras musculares são chamadas 
de fibras intrafusais para as distinguir das fibras extrafusais, mais 
numerosas, que estão fora do fuso e formam a massa muscular. Uma 
diferença importante entre os dois tipos de fibras musculares é que 
apenas as fibras extrafusais são inervadas pelos neurônios motores alfa 
(BEAR et. al., 4ª ed.). 
 
VIAS MOTORAS SOMÁTICAS 
ORGANIZAÇÃO DAS VIAS DOS NEURÔNIOS 
↠ Os axônios dos neurônios motores superiores se 
estendem do encéfalo para os neurônios motores 
inferiores através de dois tipos de vias motoras somáticas 
– as diretas e as indiretas (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ As vias motoras diretas fornecem informações para 
os neurônios motores inferiores através de axônios que 
se estendem diretamente a partir do córtex cerebral 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ As vias motoras indiretas fornecem informações para 
os neurônios motores inferiores a partir dos núcleos da 
base, do cerebelo e do córtex cerebral (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ As vias diretas e indiretas gerenciam a geração de 
impulsos nervosos nos neurônios motores inferiores, os 
neurônios que estimulam a contração dos músculos 
esqueléticos (TORTORA, 14ª ed.). 
 
3 
 
 @jumorbeck 
 
MAPEAMENTO DAS ÁREAS MOTORAS 
O controle dos movimentos do corpo ocorre através de circuitos 
neurais em várias regiões do encéfalo. A área motora primária, 
localizada no giro pré-central do lobo frontal do córtex cerebral, é uma 
região de controle importante para a execução dos movimentos 
voluntários (TORTORA, 14ª ed.). 
A área pré-motora adjacente também fornece axônios para as vias 
motoras descendentes. Assim como ocorre com a representação 
sensitiva somática na área somatossensorial, diferentes músculos são 
representados desigualmente na área motora primária. Mais áreas 
corticais são destinadas para os músculos que estão envolvidos em 
movimentos complexos, delicados ou que requerem maior precisão 
(TORTORA, 14ª ed.). 
VIAS MOTORAS DIRETAS 
↠ Os impulsos nervosos para os movimentos voluntários 
se propagam do córtex cerebral para os neurônios 
motores inferiores por vias motoras diretas (TORTORA, 
14ª ed.). 
↠ As vias motoras diretas, que também são conhecidas 
como vias piramidais, consistem em axônios que descem 
a partir das células piramidais. As células piramidais são os 
neurônios motores superiores com corpos celulares em 
formato de pirâmide localizados na área motora primária 
e na área pré-motora do córtex cerebral (áreas 4 e 6, 
respectivamente) (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ As vias motoras diretas consistem nas vias 
corticospinaise na via corticonuclear (TORTORA, 14ª ed.). 
TRATO CORTICOSPINAIS 
↠ As vias corticospinais conduzem impulsos para o 
controle de músculos nos membros e no tronco. Os 
axônios dos neurônios motores superiores no córtex 
cerebral formam os tratos corticospinais (TORTORA, 14ª 
ed.). 
↠ As fibras do trato corticospinal surgem como axônios 
das células piramidais situadas na quinta camada do córtex 
cerebral (SNELL, 7ª ed.) 
↠ Um terço das fibras origina-se do córtex motor 
primário (área 4), um terço do córtex motor secundário 
(área 6) e um terço do lobo parietal (áreas 3, 1 e 2); assim, 
dois terços das fibras nascem do giro pré-central, e um 
terço do giro pós-central (SNELL, 7ª ed.) 
↠ Os axônios oriundos do córtex passam através da 
cápsula interna, fazendo uma ponte entre o telencéfalo e 
o tálamo, cruzam a base do pedúnculo cerebral, uma 
grande coleção de axônios no mesencéfalo, e, então, 
passam através da ponte e se reúnem para formar um 
trato na base do bulbo. O trato forma uma protuberância, 
chamada de pirâmide bulbar, que passa sobre a superfície 
ventral bulbar. Quando seccionado, a secção transversal 
tem aspecto aproximadamente triangular, razão pela qual 
é chamado de trato piramidal (BEAR et. al., 4ª ed.). 
 
↠ No bulbo, os feixes são agrupados ao longo da borda 
anterior para formar uma tumefação conhecida como 
pirâmide (daí o nome alternativo trato piramidal). Na 
junção do bulbo com a medula espinal, a maioria (90% 
dos axônios cortioespinais) das fibras cruza a linha média 
na decussação das pirâmides e entra no funículo lateral 
da medula espinal, formando o trato corticospinal lateral. 
As demais fibras não cruzam na decussação e descem 
no funículo anterior da medula espinal como o trato 
corticospinal anterior. Essas fibras cruzam a linha média 
subsequentemente e terminam na coluna cinzenta 
anterior dos segmentos da medula espinal nas regiões 
cervical e torácica superior (SNELL, 7ª ed.) 
Desse modo, o córtex cerebral direito controla a maior parte dos 
músculos no lado esquerdo do corpo e o córtex cerebral esquerdo 
controla a maior parte dos músculos no lado direito do corpo 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Existem dois tipos de vias corticospinais: o trato 
corticospinal lateral e o trato corticospinal anterior 
(TORTORA, 14ª ed.). 
TRATO CORTICONUCLEAR 
↠ A via corticonuclear conduz impulsos para o controle 
dos músculos esqueléticos na cabeça (TORTORA, 14ª ed.). 
4 
 
 @jumorbeck 
 
↠ Os axônios dos neurônios motores superiores do 
córtex cerebral formam o trato corticonuclear, que desce 
com os tratos corticospinais através da cápsula interna do 
encéfalo e do pedúnculo cerebral do mesencéfalo 
(TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Alguns dos axônios do trato corticonuclear fazem 
decussação; outros, não. Os axônios terminam nos 
núcleos motores dos nove pares de nervos cranianos no 
tronco encefálico: o oculomotor (NC III), o troclear (NC IV), 
o trigêmeo (NC V), o abducente (NC VI), o facial (NC VII), 
o glossofaríngeo (NC IX), o vago (NC X), o acessório (NC 
XI) e o hipoglosso (NC XII) (TORTORA, 14ª ed.). 
VIAS MOTORAS INDIRETAS 
↠ As vias motoras indiretas ou vias extrapiramidais 
incluem todos os tratos motores somáticos diferentes dos 
tratos corticospinal e corticonuclear (TORTORA, 14ª ed.). 
↠ Axônios dos neurônios motores superiores que 
originam as vias motoras indiretas descem provenientes 
de vários núcleos do tronco encefálico em cinco tratos 
principais da medula espinal e terminam nos neurônios do 
circuito local ou nos neurônios motores inferiores 
(TORTORA, 14ª ed.). 
TRATOS RETICULOSPINAIS 
↠ Em toda a extensão do mesencéfalo, ponte e bulbo 
existem grupos de células e fibras nervosas dispersas que 
são coletivamente chamadas de formação reticular. Da 
ponte, esses neurônios enviam axônios, cuja maior parte 
não cruza a linha média, para a medula espinal, formando 
o trato reticulospinal pontinho. Do bulbo, neurônios 
similares enviam axônios, que cruzam ou não cruzam a 
linha média, para a medula espinal, formando o trato 
reticulospinal bulbar (SNELL, 7ª ed.) 
↠ As fibras reticulospinais da ponte descem através do 
funículo anterior, enquanto as do bulbo descem no 
funículo lateral. Os dois conjuntos de fibras entram nas 
colunas cinzentas anteriores da medula espinal e podem 
facilitar ou inibir a atividade dos motoneurônios alfa e gama 
(SNELL, 7ª ed.) 
↠ Desse modo, os tratos reticulospinais influenciam os 
movimentos voluntários e a atividade reflexa (SNELL, 7ª 
ed.) 
TRATO TETOSPINAL 
↠ As fibras desse trato originam-se de células nervosas 
no colículo superior do mesencéfalo. A maioria das fibras 
cruza a linha média logo após sua origem e desce através 
do tronco encefálico próximo ao fascículo longitudinal 
medial. O trato tetospinal desce através do funículo 
anterior da medula espinal, próximo à fissura mediana 
anterior (SNELL, 7ª ed.) 
↠ A maioria das fibras termina na coluna cinzenta anterior 
nos segmentos cervicais superiores da medula espinal em 
sinapses com neurônios internunciais. Acredita-se que 
essas fibras participem de movimentos posturais reflexos 
em resposta a estímulos visuais (SNELL, 7ª ed.) 
TRATO RUBROSPINAL 
↠ O núcleo rubro situa-se no tegmento do mesencéfalo 
ao nível do colículo superior. Os axônios dos neurônios 
nesse núcleo cruzam a linha média ao nível do núcleo e 
descem no trato rubrospinal através da ponte e bulbo 
para entrar no funículo lateral da medula espinal (SNELL, 
7ª ed.). 
↠ As fibras terminam em sinapses com neurônios 
internunciais na coluna cinzenta anterior medular. Os 
neurônios do núcleo rubro recebem impulsos aferentes 
através de conexões com o córtex cerebral e cerebelo. 
Acredita-se que seja uma via indireta importante pela qual 
o córtex cerebral e o cerebelo influenciam a atividade dos 
motoneurônios alfa e gama da medula espinal (SNELL, 7ª 
ed.). 
↠ O trato facilita a atividade dos músculos flexores e inibe 
a atividade dos músculos extensores ou antigravitacionais 
(SNELL, 7ª ed.). 
TRATO VESTIBULOSPINAL 
↠ Os núcleos vestibulares localizam-se na ponte e no 
bulbo embaixo do assoalho do quarto ventrículo. Os 
núcleos vestibulares recebem fibras aferentes da orelha 
interna através do nervo vestibular e do cerebelo 
(SNELL, 7ª ed.). 
↠ Os neurônios do núcleo vestibular lateral dão origem 
a axônios que formam o trato vestibulospinal. O trato 
desce, sem cruzar a linha média, através do bulbo e por 
toda a extensão da medula espinal no funículo anterior. 
As fibras terminam em sinapses com neurônios 
internunciais da coluna cinzenta anterior da medula espinal 
(SNELL, 7ª ed.). 
CONTROLE INTEGRADO DO MOVIMENTO CORPORAL 
↠ Os músculos esqueléticos não podem se comunicar 
diretamente um com o outro, então enviam mensagens 
5 
 
 @jumorbeck 
 
para o SNC, permitindo que os centros integradores se 
encarreguem do controle do movimento (SILVERTHORN, 
7ª ed.). 
↠ A maioria dos movimentos corporais envolve 
respostas integradas e coordenadas que necessitam de 
sinalização proveniente de diversas regiões do encéfalo 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
CLASSIFICAÇÃO DO MOVIMENTO 
↠ O movimento pode ser classificado, em termos gerais, 
em três categorias: reflexo, voluntário e rítmico 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
REFLEXO 
↠ Os movimentos reflexos são os menos complexos e 
são integrados principalmente na medula espinal. No 
entanto, assim como outros reflexos espinais, os 
movimentos reflexos podem ser modulados por 
informações provenientes de centros encefálicos 
superiores. Além disso, a aferência sensorial que inicia 
movimentos reflexos, como a aferência dos fusos 
musculares e dos órgãos tendinosos de Golgi, é enviada 
para o encéfalo e participa na coordenação dos 
movimentos voluntários e dos reflexos posturais 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Os reflexos posturais nos ajudam a manter a posição 
do corpo enquanto estamos de pé ou nos movendo. 
Esses reflexossão integrados no tronco encefálico. Eles 
requerem aferência sensorial contínua dos sistemas 
sensoriais visual e vestibular (orelha interna) e dos próprios 
músculos. Os receptores musculares, tendinosos e 
articulares fornecem informações sobre a propriocepção, 
as posições das várias partes do corpo e a relação entre 
elas (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
VOLUNTÁRIO 
↠ Os movimentos voluntários são o tipo mais complexo 
de movimento. Eles exigem integração no córtex 
cerebral e podem ser iniciados pela vontade, sem 
estímulo externo (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Um movimento voluntário aprendido melhora com a 
prática e, algumas vezes, torna-se automático, como os 
reflexos (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
“Memória muscular” é o nome que dançarinos e atletas dão à 
capacidade do encéfalo inconsciente de reproduzir posições e 
movimentos voluntários aprendidos (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
RÍTIMICOS 
↠ Os movimentos rítmicos, como caminhar ou correr, 
são uma combinação de movimentos reflexos e 
movimentos voluntários. Esses movimentos são iniciados 
e terminados por sinalização oriunda do córtex cerebral, 
porém, uma vez ativados, redes de interneurônios do 
SNC, os geradores centrais de padrão (CPGs, do inglês, 
central pattern generation), mantêm a atividade repetitiva 
espontânea (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
O SNC INTEGRA O MOVIMENTO 
↠ Três níveis do sistema nervoso controlam o 
movimento: a medula espinal, que integra reflexos 
espinais e possui os geradores centrais de padrão; o 
tronco encefálico e o cerebelo, que controlam os reflexos 
posturais e os movimentos das mãos e dos olhos; e o 
córtex cerebral e os núcleos da base, responsáveis pelos 
movimentos voluntários (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ O tálamo retransmite e modifica os sinais que chegam 
da medula espinal, dos núcleos da base e do cerebelo 
com destino ao córtex cerebral (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Os movimentos voluntários necessitam da 
coordenação entre o córtex cerebral, o cerebelo e os 
núcleos da base. O controle do movimento voluntário 
pode ser dividido em três etapas: tomada de decisão e 
planejamento, iniciação do movimento e execução do 
movimento (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ O córtex cerebral tem um papel-chave nas duas 
primeiras etapas. Os comportamentos, como 
movimentos, necessitam do conhecimento da posição do 
corpo no espaço (onde estou?), da decisão sobre qual 
movimento será executado (o que farei?), de um plano 
para executar o movimento (como faço isso?) e da 
capacidade de manter o plano na memória por tempo 
suficiente para executá-lo (e agora, o que eu estava 
fazendo exatamente?). Assim como nos movimentos 
reflexos, a retroalimentação sensorial é utilizada para 
refinar o processo continuamente (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
6 
 
 @jumorbeck 
 
 
EXEMPLO DO CONTROLE DOS MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS 
↠ Posicionado na base, o arremessador está atento ao 
ambiente ao seu redor: os outros jogadores no campo, 
o rebatedor e a areia embaixo dos seus pés. Com o 
auxílio dos estímulos visuais e somatossensoriais 
chegando às áreas sensoriais do córtex, ele está ciente 
de sua posição corporal à medida que se estabiliza para 
o arremesso (1) (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ A decisão sobre qual tipo de arremesso e a 
antecipação das consequências ocupa muitas vias no seu 
córtex pré-frontal e nas áreas associativas (2). Essas vias 
formam alças, passando pelos núcleos da base e pelo 
tálamo para modulação antes de retornarem ao córtex 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ Uma vez que o arremessador toma a decisão de 
lançar uma bola rápida, o córtex motor encarrega-se de 
organizar a execução desse movimento complexo. Para 
iniciar o movimento, a informação descendente é 
transportada das áreas associativas motoras e do córtex 
motor para o tronco encefálico, a medula espinal e o 
cerebelo (3-4) (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
↠ O cerebelo ajuda a fazer ajustes posturais, integrando 
a retroalimentação vinda de receptores sensoriais 
periféricos. Os núcleos da base, que auxiliam as áreas do 
córtex motor no planejamento do arremesso, também 
fornecem informações ao tronco encefálico sobre 
postura, equilíbrio e deslocamento (5) (SILVERTHORN, 7ª 
ed.). 
↠ A decisão do jogador em arremessar uma bola rápida 
agora é traduzida em potenciais de ação, conduzidos por 
vias descendentes pelo trato corticospinal, um grupo de 
neurônios de projeção que controlam o movimento 
voluntário partindo do córtex motor para a medula 
espinal, onde fazem sinapse diretamente com os 
neurônios motores somáticos. A maioria dessas vias 
descendentes cruza para o lado oposto do corpo em 
uma região do bulbo, chamada de pirâmides. Como 
consequência, essa via é, às vezes, chamada de trato 
piramidal (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
 
↠ Quando o arremessador dá início ao lançamento, 
reflexos posturais antecipatórios ajustam a posição do 
corpo, deslocando levemente o peso em antecipação às 
mudanças prestes a ocorrer Através das vias divergentes 
apropriadas, potenciais de ação dirigem-se aos neurônios 
motores somáticos que controlam os músculos que 
realizam o arremesso: alguns são ativados, outros são 
inibidos (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
7 
 
 @jumorbeck 
 
↠ Os circuitos neurais permitem um controle preciso 
sobre grupos musculares antagonistas enquanto o 
arremessador flexiona e retrai o seu braço direito. O seu 
peso se desloca sobre o pé direito, ao passo que o seu 
braço direito se move para trás. Cada um desses 
movimentos ativa receptores sensoriais que fornecem 
informação que retorna à medula espinal, ao tronco 
encefálico e ao cerebelo, desencadeando os reflexos 
posturais. Esses reflexos ajustam a posição do corpo, de 
modo que o arremessador não perca o equilíbrio e caia 
para trás. Por fim, ele joga a bola, recuperando o seu 
equilíbrio em seguida – outro exemplo de reflexo postural 
mediado por retroalimentação sensorial (SILVERTHORN, 
7ª ed.). 
ARTIGOS E TESES 
EFEITO ODULATÓRIO AGUDO DA ELETROESTIMULAÇÃO 
SOMATOSSENSORIAL APLICADA EM DIFERENTES FREQUÊNCIAS 
NA EXCITABILIDADE CORTICOESPINHAL 
No AVE o padrão motor costuma ser o mais 
comprometido, havendo perda de função, atrofia e 
fraqueza muscular. No entanto, quando um AVE atinge as 
vias neuronais descendentes, causando lesão do neurônio 
motor superior, este passa a ser definido como 
“Síndrome do Neurônio Motor Superior” (SNMS). A 
SNMS deriva em controle anormal de diferentes grupos 
musculares contralaterais à lesão, que podem envolver, 
inclusive, aqueles responsáveis pelos ajustes posturais 
(GARCIA, 2011) 
Um dos desdobramentos desta doença pode ser a 
espasticidade, uma condição que ocorre secundariamente 
à lesão do neurônio motor superior e que pode resultar 
em sérias complicações quanto à prática das atividades 
da vida diária (AVDs), principalmente quando da acentuada 
redução no controle voluntário do movimento e das 
alterações no tônus muscular (GARCIA, 2011) 
Na SNMS surgem, além da espasticidade, alterações nos 
reflexos cutâneos, recrutamento muscular 
descoordenado e reduzido, configurando uma paresia 
(GARCIA, 2011) 
ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS DA ESCLEROSE LATERAL 
AMIOTRÓFICA: RELATO DE CASO 
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença 
neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso motor, 
causando comprometimento físico, progressivo e 
acumulativo, déficits cognitivos e comportamentais, como 
depressão, ansiedade e insônia que podem ocorrer em 
qualquer fase da evolução da doença, mas agravam-se 
muito quando se instala a insuficiência respiratória (ZANINI 
et. al., 2015) 
A ELA foi descrita inicialmente por Jean Martin Charcot 
em 1874, sendo uma doença do neurônio motor, cuja 
forma mais prevalente é conhecida como clássica e se 
caracteriza por apresentar sinais referentes à lesão de 
neurônio motor inferior (amiotrofia), neurônio motor 
superior (espasticidade) e bulbo (disartria/disfagia) (ZANINI 
et. al., 2015) 
Ocorre uma degeneração dos neurôniosmotores do 
mesencéfalo e da medula com atrofia das grandes vias 
piramidais no córtex motor primário e no trato piramidal 
e um acúmulo de glutamato no corpo do neurônio que 
leva a sua degeneração (ZANINI et. al., 2015) 
Núcleos da base 
↠ Consideram-se como núcleos da base os aglomerados 
de neurônios existentes na porção basal do cérebro. 
Sendo assim. do ponto de vista anatômico, os núcleos da 
base são: o núcleo caudado, o putâmen e o globo pálido, 
em conjunto chamados de núcleo lentiforme, o claustrom, 
o corpo amigdaloide, o núcleo accumbens e o núcleo 
basal de Meynert (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ O núcleo caudado, o putâmen e o globo pálido 
integram o chamado corpo estriado dorsal e os núcleos 
basal de Meynert e accumbens integram o corpo estriado 
ventral (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Os núcleos da base exercem um papel importante no 
controle da postura e dos movimentos voluntários. À 
diferença de muitas outras partes do sistema nervoso 
implicadas no controle motor, os núcleos da base não 
possuem conexões aferentes ou eferentes diretas com 
a medula espinal (SNELL, 7ª ed.). 
Embora os núcleos da base, em especial o corpo estriado dorsal, 
continuem a ser estruturas predominantemente motoras, eles 
também estão envolvidos com várias funções não motoras, 
relacionadas a processos cognitivos, emocionais e motivacionais 
(MAHADO, 3ª ed.). 
NÚCLEO CAUDADO 
↠ É uma massa alongada e bastante volumosa, de 
substância cinzenta, relacionada em toda a sua extensão 
com os ventrículos laterais. Sua extremidade anterior, 
muito dilatada. constitui a cabeça do núcleo caudado, que 
se eleva do assoalho do corno anterior do ventrículo. 
8 
 
 @jumorbeck 
 
↠ Segue-se o corpo do núcleo caudado, situado no 
assoalho da parte central do ventrículo lateral, a cauda do 
núcleo caudado, que é longa, delgada e fortemente 
arqueada, estendendo-se até a extremidade anterior do 
corno inferior do ventrículo lateral (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ A cabeça do núcleo caudado funde-se com a parte 
anterior do putâmen. Os dois núcleos são, em conjunto, 
chamados de estriado, e têm funções relacionadas 
sobretudo com a motricidade (MACHADO, 3ª ed.). 
NÚCLEO LENTIFORME 
↠ Tem a forma e o tamanho aproximado de uma 
castanha-do-pará. Não aparece na superficíe ventricular, 
situando-se profundamente no interior do hemisfério. 
Mediaimente relaciona-se com a cápsula interna que o 
separa do núcleo caudado e do tálamo; lateralmente, 
relaciona-se com o córtex da ínsula, do qual é separado 
por substância branca e pelo claustrum (MACHADO, 3ª 
ed.). 
↠ O núcleo lentiforme é dividido em putâmen e globo 
pálido por uma fina lâmina de substância branca O 
putâmen situa-se lateralmente e é maior que o globo 
pálido, o qual se dispõe mediaimente. Nas secções não 
coradas de cérebro, o globo pálido tem coloração mais 
clara que o putâmen (daí o nome), em virtude da 
presença de fibras mielínicas que o atravessam 
(MACHADO, 3ª ed.). 
CORPO ESTRIADO 
Situa-se lateralmente ao tálamo e é quase totalmente dividido por uma 
faixa de fibras nervosas, a cápsula interna, nos núcleos caudado e 
lentiforme. O termo estriado é usado aqui em virtude do aspecto 
estriado produzido pelos cordões de substância cinzenta que 
atravessam a cápsula interna e conectam o núcleo caudado ao putame 
do núcleo lentiforme (SNELL, 7ª ed.). 
O corpo estriado, também chamado corpo estriado dorsal, é 
constituído pelo núcleo caudado, putâmen e globo pálido. A esse 
esquema tradicional do corpo estriado, veio juntar-se, mais 
recentemente, o conceito de corpo estriado ventral que apresenta 
características histológicas e hodológicas bastante semelhantes a seus 
correspondentes dorsais. Entretanto, uma diferença é que as 
estruturas do corpo estriado ventral pertencem ao sistema límbico, e 
participam da regulação do comportamento emocional. O estriado 
ventral tem como principal componente o núcleo accumbens 
(MACHADO, 3ª ed.). 
CLAUSTRUM 
↠ É uma delgada calota de substância cinzenta situada 
entre o córtex da ínsula e o núcleo lentiforme. Separa-se 
daquele por uma fina lâmina branca, a cápsula extrema. 
Entre o claustrum e o núcleo lentiforme existe outra 
lâmina branca, a cápsula externa (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ O claustrum tem conexões recíprocas com 
praticamente todas as áreas corticais, mas sua função é 
ainda enigmática existindo várias hipóteses sobre seu 
funcionamento (MACHADO, 3ª ed.). 
NÚCLEO ACCUMBENS 
↠ Massa de substância cinzenta situada na zona de união 
entre o putâmen e a cabeça do núcleo caudado, 
integrando conjunto que alguns autores chamam de 
corpo estriado ventral. E uma importante área de prazer 
do cérebro (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Recebe aferências dopaminérgicas principalmente da 
área tegmentar ventral do mesencéfalo, e projeta 
eferências para a parte orbitofrontal da área pré-frontal. 
O núcleo accumbens é o mais importante componente 
do sistema mesolímbico, que é o sistema de recompensa 
ou do prazer do cérebro (MACHADO, 3ª ed.). 
 
CORPO AMIGDALOIDE OU AMÍGDALA 
↠ É uma massa esferoide de substância cinzenta de 
cerca de 2 cm de diâmetro. situada no polo temporal do 
hemisfério cerebral, em relação com a cauda do núcleo 
caudado. Faz uma discreta saliência no teto da parte 
terminal do como inferior do ventrículo lateral e pode ser 
vista em secções frontais do cérebro (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Tem importante função relacionada com as emoções, 
em especial com o medo (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ É o componente mais importante do sistema límbico 
(MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Apesar de seu tamanho relativamente pequeno, a 
amígdala tem 12 núcleos, o que lhe valeu o nome de 
complexo amigdaloide. Os núcleos da amígdala se 
9 
 
 @jumorbeck 
 
dispõem em três grupos, corticomedial, basolateral e 
central (MACHADO, 3ª ed.). 
 
↠ O grupo corticomedial recebe conexões olfatórias e 
parece estar envolvido com os comportamentos sexuais. 
O grupo basolateral recebe a maioria das conexões 
aferentes da amígdala e o central dá origem às conexões 
eferentes (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ A amígdala é a estrutura subcortical com maior 
número de projeções do sistema nervoso, com cerca de 
14 conexões aferentes e 20 eferentes (MACHADO, 3ª 
ed.). 
↠ Possui conexões aferentes com todas as áreas de 
associação secundárias do córtex, trazendo informações 
sensoriais já processadas, além das informações das áreas 
supramodais. Recebe, também, aferências de alguns 
núcleos hipotalâmicos, do núcleo dorsomedial do tálamo, 
dos núcleos septais e do núcleo do trato solitário 
(MACHADO, 3ª ed.). 
↠ As conexões eferentes se distribuem em duas vias. A 
via amigdalofuga dorsal que, através da estria terminal, 
projeta-se para os núcleos septais, núcleo accumbens, 
vários núcleos hipotalâmicos e núcleos da habênula. E a 
via amigdalofuga ventral que projeta-se para as mesmas 
áreas corticais, talâmicas e hipotalâmicas de origem das 
fibras aferentes, além do núcleo basal de Meynert 
(MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Do ponto de vista neuroquímico, a amígdala tem 
grande diversidade de neurotransmissores, tendo sido 
demonstrada nela a presença de acetilcolina, GABA, 
serotonina, noradrenalina, substância P e encefalinas 
(MACHADO, 3ª ed.). 
↠ A grande complexidade estrutural e neuroquímica da 
amígdala está de acordo com a complexidade de suas 
funções. É a principal responsável pelo processamento 
das emoções e desencadeadora do comportamento 
emocional (MACHADO, 3ª ed.). 
FUNÇÕES DA AMÍGDALA 
↠ A estimulação dos núcleos do grupo basolateral da 
amígdala causa reações de medo e fuga. A estimulação 
dos núcleos do grupo corticomedial causa reação 
defensiva e agressiva (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ O comportamento de ataque agressivo pode ser 
desencadeado com estimulação da amígdala, mas 
também do hipotálamo (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ A amígdala contém a maior concentração de 
receptores para hormônios sexuais do SNC. Sua 
estimulação reproduz uma variedade de 
comportamentossexuais e sua lesão provoca 
hipersexualidade (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Entretanto, a principal e mais conhecida função da 
amígdala é o processamento do medo. Pacientes com 
lesões bilaterais da amígdala não sentem medo, mesmo 
em situações de perigo óbvio, como a presença de uma 
cobra venenosa (MACHADO, 3ª ed.). 
NÚCLEO BASAL DE MEYNERT 
↠ O principal componente do prosencéfalo basal é o 
núcleo basal de Meynert, que provê grande parte das 
projeções colinérgicas para o encéfalo sendo um dos 
componentes do sistema ativador ascendente 
(MACHADO, 3ª ed.). 
CONEXÕES E CIRCUITOS 
↠ Ao contrário dos outros componentes do sistema 
motor, o corpo estriado não tem conexões aferentes ou 
eferentes diretas com a medula suas funções são 
exercidas por circuitos nos quais áreas corticais de 
funções diferentes projetam-se para áreas específicas do 
corpo estriado que, por sua vez, liga-se ao tálamo e, 
através deste, às áreas corticais de origem. Fecham-se, 
assim, os circuitos em alça corticoestriado-talamocorticais, 
dos quais já foram identificados cinco tipos, a saber: 
(MACHADO, 3ª ed.). 
• Circuito motor: começa nas áreas motora e 
somestésica do córtex e participa da regulação 
da motricidade voluntária. 
↠ Origina-se nas áreas motoras do córtex e na área 
somestésica e projeta-se para o putâmen de maneira 
somatotópica, ou seja, para cada região do córtex há uma 
região correspondente no putâmen. A partir do putâmen, 
o circuito motor pode seguir por duas vias, direta e 
indireta (MACHADO, 3ª ed.). 
10 
 
 @jumorbeck 
 
↠ Na via direta, a conexão do putâmen se faz 
diretamente com o pálido medial e deste para os núcleos 
ventral anterior (VA) e ventral lateral (VL) do tálamo de 
onde se projetam para as mesmas áreas motoras de 
origem (MACHADO, 3ª ed.). 
 
↠ Já na via indireta a conexão é com o pálido lateral que, 
por sua vez, projeta-se para o núcleo subtalâmico e deste 
para o pálido medial. Do pálido medial, seguido do tálamo 
e córtex como na via direta (MACHADO, 3ª ed.). 
 
↠ Ligado ao circuito motor há um circuito subsidiário, no 
qual o putâmen mantém conexões recíprocas com a 
substância negra. Este circuito é importante porque as 
fibras nigroestriatais são dopaminérgicas e exercem ação 
modulatória sobre o circuito motor. Esta ação é excitatória 
na via direta e inibitória na via indireta. O fato do mesmo 
neurotransmissor, dopamina, ter ações diferentes explica-
se pelo fato de que no putâmen existem dois tipos de 
receptores de dopamina, Dl excitador e D2 inibidor 
(MACHADO, 3ª ed.). 
↠ Vejamos como o circuito funciona. Nas duas vias o 
pálido medial mantém uma inibição permanente dos dois 
núcleos talâmicos resultando em inibição das áreas 
motoras do córtex. Na via direta o putâmen inibe o pálido 
medial, cessa a inibição deste sobre o tálamo resultando 
ativação do córtex e facilitação dos movimentos. Na via 
indireta ocorre o oposto. A projeção excitatória do núcleo 
subtalâmico sobre o pálido medial aumenta a inibição 
deste sobre os núcleos talâmicos resultando em inibição 
do córtex e dos movimentos (MACHADO, 3ª ed.). 
↠ A ação excitatória das fibras dopaminérgicas 
nigroestriatais sobre o putâmen também inibe o pálido 
medial, com efeito semelhante ao de via direta, ou seja, 
há ativação dos núcleos talâmicos, resultando ativação do 
córtex motor, com facilitação dos movimentos 
(MACHADO, 3ª ed.). 
• Circuito oculomotor: começa e termina no 
campo ocular motor e está relacionado aos 
movimentos oculares; 
• Circuito pré-frontal dorsolateral: começa na 
parte dorsolateral da área pré-frontal. Projeta-se 
para o núcleo caudado, daí para o globo pálido, 
núcleo dorsomedial do tálamo e volta ao córtex 
pré-frontal. Suas funções são aquelas atribuídas 
a esta porção da área pré-frontal; 
• Circuito pré-frontal orbitofrontal: começa e 
termina na parte orbitofrontal da área pré-frontal 
e tem o mesmo trajeto do circuito pré-frontal 
dorsolateral. Tem as mesmas funções da área 
pré-frontal orbitofrontal, ou seja, manutenção da 
atenção e supressão de comportamentos 
socialmente indesejáveis 
• Circuito límbico: origina-se nas áreas neocorticais 
do sistema límbico, em especial a parte anterior 
do giro do cíngulo, projeta-se para o estriado 
ventral em especial o núcleo accumbens, daí 
para o núcleo anterior do tálamo. Este circuito 
está relacionado com processamento das 
emoções. 
 
EXTRA - PATOLOGIA 
A destruição aleatória de porções dos núcleos da base 
não parece afetar os animais experimentais. Entretanto, a 
pesquisa sobre a doença de Parkinson (Parkinsonismo) 
em seres humanos tem sido mais frutífera. Estudando 
pacientes com doença de Parkinson, os cientistas têm 
aprendido que os núcleos da base possuem um papel 
tanto na função cognitiva e na memória quanto na 
coordenação do movimento (SILVERTHORN, 7ª ed.). 
11 
 
 @jumorbeck 
 
A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico 
progressivo caracterizado por movimentos anormais, 
dificuldades na fala e alterações cognitivas. Esses sinais e 
sintomas estão associados com perda de neurônios dos 
núcleos da base que liberam o neurotransmissor 
dopamina. Um sinal anormal que a maioria dos pacientes 
com Parkinson apresenta é tremores nas mãos, nos 
braços e nas pernas, sobretudo em repouso 
(SILVERTHORN, 7ª ed.). 
 
Referências 
GARCIA, M. A. C. Efeito ondulatório agudo da 
eletroestimulação somatossensorial aplicada em 
diferentes frequências na excitabilidade corticoespinhal. 
Tese de Doutorado, UFRJ, 2011. 
ZANINI et. al. Aspectos neuropsicológicos da esclerose 
lateral amiotrófica: relato de caso. Arquivos Catarinenses 
de Medicina, 2015. 
BEAR et. al. Neurociências. Desvendando o sistema nervos, 
4ª ed., ARTMED, 2017. 
SNELL, R. S. Neuroanatomia clínica, 7ª ed., Guanabara 
Koogan, 2010. 
MACHADO A.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia funcional, 
Atheneu, 3ª ed. 
SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em: 
Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017. 
TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível 
em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.

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