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Bacteriologia do sangue

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Bacteremia 
 Origem primária: não apresentam foco de infecção identificável ou são devidas a presenças de acessos 
vasculares (entrada direta por meio de agulhas, infusões contaminadas, cateter etc.) 
 Origem secundária: decorrentes de um foco primário de infecção conhecido, através de disseminação 
hematogênica ou linfática (foco urinário, pulmonar, ginecológico, abdominal etc.) 
 São assintomáticos 
 São sintomáticos: -transitórias: infecções em áreas contaminadas, exemplo: processo cirúrgico. 
- Persistentes/contínuas: infecções generalizadas ou endotélio infectado, exemplo: infecções 
intravasculares 
-Intermitentes: preocupante em paciente hospitalizados, exemplo: sonda vesical, cateter intra-venoso. 
 Fatores de risco: idade, medicamentos, procedimentos médico invasivos, doenças hematológicas, 
portadores de neoplasias, cirrose, diabetes e traumatismos. 
 Em geral, qualquer infecção pode disseminar para o sangue 
 Mais frequentes: dispositivos intra-vasculares, infecções abdominais, infecções trato respiratório, 
infecções do trato urinário e feridas cirúrgicas e queimaduras. 
Microrganismos mais isolados: hemocultura 
 S. aureus; Enterococcus sp. 
 Staphylococcus (coagulase negativa) 
 Streptococcus pneumoniae 
 Neisseria sp 
 Bacilos gram negativos: enterobactérias e não fermentadores de glicose 
 Leveduras: cândida 
Indicação para a hemocultura 
 Enfermidades febris agudas: meningite, pneumonia bacteriana. Tratamento imediato com antibiótico 
 Endocardite infeciosa 
 Febre de origem desconhecida 
 Neutropenia febril - <500 neutrofilos/mm³ 
 Infecções em transplantados 
 Qualquer suspeita clínica de bacteremia 
Endocardites 
 Endocardites agudas: válvulas cardíacas colonizadas por bactérias 
 Endocardites sub-agudas: válvulas previamente alteradas (febre reumática / má-formação congênita) 
 Endocardites associadas a próteses: colonização das próteses durante ou logo após cirurgia. 
Hemocultura 
 Amostras de sangue obtida de uma punção venosa que é inoculada em um ou mais frascos de 
hemocultura (cultura aerobiose, anaerobiose) 
 Importante para auxiliar no diagnóstico 
 Pacientes com hemocultura positivas apresentam probabilidade de óbito 12 vezes maior 
 Caso não haja recomendação: de 2 a 3 amostras de diferentes sitos 
 Volume do sangue: a proporção volume de sangue/meio de cultura depende do sistema, adulto: de 5 a 
10 ml/frasco, crianças: de 1 a 2 ml/frasco pediátrico, recém-nascido: de 0,5 a 1ml (punção única). A 
proporção sangue/meio de cultura é de 1:10. 
 
Sistemas automatizados 
 Monitoramento e agitação constantes 
 Meios de cultura – nutrientes marcados com carbono radioativo ou por quimiluminescência 
 Detectados assim que utilizados 
 Detecção precoce do crescimento 
Processamento 
 É rotinas de inspeção 
 Primeiro dia: incubar os frascos à35-37 graus, observar por 24 a 48 horas, mínimo de 7 dias de incubação 
e agitação moderada, terá presença de turbidez ou turvação, hemólise e produção de gás. 
Hemocultura positiva 
 Deve ser comunicada imediatamente ao médico 
 Disponha dos resultados dos esfregaços corados pelo gram 
 Bactéria isola: realizar antibiograma e ajustar o regime antibiótico específico 
 Evidência de crescimento: pegar o conteúdo do frasco homogeneizado, descontaminar a parte externa 
da rolha de borracha e aspirar com agulha e seringa cerca de 1 ml. 
 Esfregaço: 1 gota de hemocultura e realizar a coloração de gram, giemsa ou leishman 
 Processamento: 
• Semeadura: utilizar meios de cultura ágar sangue, ágar chocolate e macconkey; incubar as placas na 
mesma atmosfera e esperar 24horas. Informar o clínico caso tenha presença de microrganismos da 
coloração gram. Após 48 horas examinar as placas e se teve o aparecimento de colônias. Depois 
realizar esfregaços com cada tipo de colônia encontrada e iniciar a rotina de identificação do 
microrganismos isolado. 
• Provas bioquímicas: realiza o antibiograma por meio da técnica de difusão e depois realizar a 
confirmação após o isolamento, se é gram positivo ou negativo ou fungo. 
Processamento de cultura sem evidência de crescimento 
 S ubculturas cegas: acontece geralmente com H. influenzae, S.pneumoniae, Neisserias patogênicas, 
Bacteroides sp, Fusobacterium sp. 
• Crescem no sangue sedimentado 
• Não produzem turvação visível nos frascos 
 
Microrganismos contaminantes frequentes de 
hemoculturas 
Bacillus sp, proprionibacterium acnes, clostridium 
perfringens, micrococcus spp, corynebacterium 
Significância clínica 
 1 cultura positiva em 2 obtidas indica contaminação 
 2 amostras positivas indica contaminação 
 1 colhida e positiva precisa colher nova amostra 
 2 amostras colhidas, mesma espécie e antibiograma indica provável infecção 
 Importante destacar: se presente bactérias da microbiota cutânea, instituir tratamento especifico e se 
paciente com cateter, informar possível colonização.

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