Buscar

História do Brasil - Brasil República

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
História do Brasil 
Brasil República 
REPÚBLICA VELHA (1889-1930)
REPÚBLICA DA ESPADA (1889-1894) 
 MARECHAL DEODORO DA FONSECA 
• Período de transição, 
através da 
Proclamação da 
República a 15 de 
Novembro de 1889, 
por Marechal Deodoro 
da Fonseca. Apesar 
das ligações com o 
imperador D. Pedro II, 
Deodoro foi incentivado pelos militares de 
orientação positivista a tomar a frente da 
situação. 
• O nome República da Espada se dá por ser 
um período militar, considerado também a 
primeira ditadura do Brasil. 
• Deodoro Da Fonseca governou 
provisoriamente até Fevereiro de 1891, pois 
depois, aprovada a primeira Constituição 
republicana, foi eleito pelo Congresso, e 
assim, ficou até Dezembro de 1891. 
GOVERNO PROVISÓRIO 
• De novembro de 1889 a fevereiro de 1891, 
Marechal Deodoro da Fonseca governou o 
Brasil provisoriamente. Esse período foi 
marcado pelas escolhas dos símbolos da 
República, como a bandeira e o brasão. 
 
 
ECONOMIA 
• Política do Encilhamento: Através do 
Ministro da Fazenda Ruy Barbosa, o Brasil 
passou a emitir papel moeda sem lastro 
ouro, como forma de conceder crédito para 
investimentos em um novo processo de 
industrialização. Porém, gerou inflação, 
agravando a crise econômica brasileira. 
CONSTITUIÇÃO DE 1891 
• Devido a grande pressão de liberais e das 
oligarquias agrárias, que desejavam 
indenizações pelo fim da escravidão, foi 
promulgada a Constituição de 1891, que 
garantia o voto aberto e universal para 
homens de 21 anos ou mais, que fossem 
alfabetizados (não podem votar: mulheres, 
mendigos, soldados); a separação entre a 
Igreja e o Estado; a instituição do 
casamento civil e a adoção do regime 
presidencialista e da República Federativa, 
que dava alguma autonomia aos estados, 
como a possibilidade de realizar transações 
financeiras internacionais, formar as suas 
próprias forças militares e ter sistemas 
próprios de justiça. 
• República dos Estados Unidos do Brasil. 
 
@liviamssales 
2 
 
MANDATO CONSTITUCIONAL E CRISE 
• Após a promulgação da Constituição, 
Deodoro foi eleito como presidente pelo 
voto indireto (Congresso), e o vice foi o 
Marechal Floriano Peixoto. Porém o 
presidente buscou fortalecer o poder 
executivo com a tentativa de fechamento 
do Congresso, perdendo apoio das 
oligarquias, dos liberais e dos grupos militares 
ligados a Floriano Peixoto, resultando em 
sua renúncia em dezembro de 1891. 
• Ocorreu também a Primeira Revolta da 
Armada, em Novembro de 1891, quando a 
marinha, comandada pelo Almirante 
Custódio de Mello cercaram a Baía de 
Guanabara, no Rio de Janeiro, ameaçando 
bombardear a cidade, que era a capital do 
país, caso o presidente não renunciasse. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARECHAL FLORIANO PEIXOTO 
GOVERNO 
• O Governo do 
Marechal Floriano 
Peixoto durou de 1891 
a 1894, e foi marcado 
pela reafirmação do 
regime republicano, 
pela crise econômica 
causada pela política 
econômica do 
encilhamento, do 
governo anterior, e pelo punho forte com 
que o presidente tratou as revoltas de 
oposição, recebendo o apelido de Marechal 
de Ferro. 
• O governo do Marechal Floriano Peixoto 
começou de forma ilegal, pois com a 
renúncia do Marechal Deodoro da Fonseca, 
a Constituição de 1891 previa abertura de 
eleições, mas não foi isso que aconteceu, 
pois Floriano assumiu prometendo manter a 
ordem do país. Assim, inicialmente obteve 
apoio dos cafeicultores paulistas (Partido 
Republicano Paulista), que viam nele a 
possibilidade de conduzir a um futuro 
processo de eleições através do voto 
aberto (cabresto) e evitar com que os 
defensores do ex presidente Deodoro da 
Fonseca consigam retornar ao poder. Os 
governadores de estados que apoiavam o 
ex presidente foram demitidos de seus 
cargos. 
REVOLTAS 
• Em março de 1892, um grupo de treze 
militares publicaram um manifesto 
contestando a legalidade do governo de 
Floriano Peixoto, era o "Manifesto dos 
Treze Generais", que exigia a abertura 
imediata de eleições no Brasil. 
• O presidente reformou e prendeu os 
militares envolvidos. 
3 
 
• Segunda Revolta da Armada (1893-1894): A 
revolta da armada se deu principalmente 
pela ilegalidade e centralização de poder 
conduzida por Floriano Peixoto. Oficiais da 
Marinha, que já haviam se revoltado em 1891 
contra o Marechal Deodoro da Fonseca, 
através da Primeira Revolta da Armada, 
exigiam melhores condições de trabalho, 
salários e a abertura de eleições. 
• Inicialmente se localizaram em Niterói, antiga 
capital do estado Rio de Janeiro, onde 
trocaram tiros com fortes do exército que 
apoiavam o presidente, depois, se 
locomoveram para a cidade de Desterro, no 
estado de Santa Catarina (Atual 
Florianópolis), onde tentaram se articular 
com outra revolta que ocorria no Rio 
Grande do Sul, a Revolução Federalista. 
Porém, com a força do exército brasileiro, o 
apoio do Partido Republicano Paulista e até 
de uma frota naval de mercenários dos 
EUA, Floriano reprimiu violentamente a 
revolta. 
• Revolução Federalista (1893-1895): No Rio 
Grande do Sul, o presidente (governador) 
do Rio Grande do Sul, Júlio de Castilhos, de 
orientação positivista, e seu partido, o 
Partido Republicano Rio-Grandense, 
apoiavam o governo centralizador de 
Floriano Peixoto, enquanto o Partido 
Federalista do Rio Grande do Sul, liderado 
por Gaspar da Silveira Martins se opunha ao 
presidente, apoiando um sistema 
parlamentarista, e exigindo com o que o 
federalismo seja colocado em prática, como 
previa a Constituição de 1891. 
• A revolução iniciou no Rio Grande do Sul, 
mas atingiu os estados de Santa Catarina e 
Paraná, onde obtiveram apoio da Segunda 
Revolta da Armada. Porém, as tropas do 
governo federal reprimiram violentamente 
os maragatos, e a paz só foi estabelecida 
em 1895, durante o governo do presidente 
Prudente de Morais. 
• Os apoiadores de Julio de Castilhos 
receberam o apelido de Pica-paus e 
ximangos, enquanto os apoiadores de 
Gaspar da Silveira Martins eram chamados 
de maragatos. 
CRISE DO GOVERNO 
• Ainda no plano político, o presidente 
Floriano Peixoto, em 1892 instituiu o estado 
de sítio, mantendo o Congresso Nacional 
fechado, visto que muitos membros da 
oposição eram atuantes do parlamento, 
como liberais, contrários a centralização do 
poder e federalistas, que buscavam maior 
autonomia dos estados. 
• Floriano Peixoto também perseguiu os 
defensores do Marechal Deodoro da 
Fonseca, demitindo todos os governadores 
dos estados que o apoiavam. 
• Em 1894, desgastado pelas crises do 
governo, Floriano Peixoto encerrou o seu 
mandato, sendo sucedido pelo primeiro 
presidente civil brasileiro, Prudente de 
Morais, e em 1895, faleceu, vítima de cirrose 
hepática. 
 
 
 
 
 
4 
 
REPÚBLICA OLIGUÁRQUICA (1894-1930)
PRUDENTE DE MORAIS 
PROCESSO ELEITORAL 
• A Guerra de Canudos 
foi um conflito Paulista 
de Itu e formado em 
Direito, Prudente de 
Morais foi o primeiro 
presidente civil 
brasileiro, sendo eleito 
em 1894 pelo PRP 
(Partido Republicano 
Paulista), através do 
voto direto, atingindo a marca de 290.883 
votos, enquanto o segundo colocado, 
Afonso Pena, havia conseguido 38.901 votos, 
e assim exerceu o seu mandato até 1898. 
INÍCIO EM CRISE 
• O governo de Prudente de Morais se iniciou 
em meio a uma crise política forte, pois 
ainda estava ocorrendo a Revolução 
Federalista, no Rio Grande do Sul, que 
chegou ao fim em após um acordo de paz. 
Haviam também os florianistas, que 
defendiam o retorno do Marechal Floriano 
Peixoto ao poder, mas que se 
enfraqueceram após a morte do Marechal 
de Ferro em 1895, e os monarquistas, que 
não haviam aceitado a proclamação da 
república. 
RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
• No plano internacional, foi no governo de 
Prudente de Morais que a Questão de 
Palmas encontrou solução. Tratava-se de 
uma região a oeste dos estados de Paraná 
e Santa Catarina, que havia sido dividida por 
Quintino Bocaiuva,ex ministro das relações 
internacionais do governo do Marechal 
Deodoro da Fonseca (1889-1891), mas que 
não havia agradado a República da 
Argentina. Com a mediação do presidente 
dos EUA Grover Cleveland, favorável ao 
Brasil, a região passou a fazer parte do 
território brasileiro de forma definida. 
• Ainda nas relações internacionais, Prudente 
de Morais retornou as relações diplomáticas 
com Portugal, que haviam sido rompidas 
durante o governo de Floriano Peixoto (1891-
1894), quando o Estado Português ofereceu 
abrigo e proteção a 525 participantes da 
Segunda Revolta da Armada. 
 
ECONOMIA 
• No plano econômico, o governo de 
Prudente de Morais também enfrentou 
dificuldades advindas da Política de 
Encilhamento da República da Espada. O seu 
governo foi marcado por forte inflação e 
desemprego. Assim, tentou resolver as 
mazelas econômicas através do Funding 
Loan, a negociação da dívida externa, 
principalmente com banqueiros ingleses e 
dos EUA, para evitar a moratória (Atraso no 
pagamento da dívida). Essa atitude passou a 
ser praticada no governo seguinte, de 
Campos Sales. 
GUERRA DE CANUDOS 
• Em 1896, foi declarada no sertão da Bahia, a 
Guerra de Canudos, sob a liderança do 
beato Antônio Conselheiro, criticando as 
péssimas condições de vida da região e o 
poder dos coronéis. Assim, foi formado o 
Arraial de Canudos. O governo declarou 
guerra a Canudos, alegando ser um 
movimento monarquista. 
5 
 
FIM DE SEU MANDATO 
• Prudente de Morais, por questões de saúde, 
em 1896, teve que se afastar do cargo de 
presidente. Em seu lugar, o vice-presidente 
Manuel Vitorino, assumiu de forma interina, 
mas conspirou contra o presidente para que 
não retornasse. Sabendo dessa situação, 
mesmo em precárias condições, Prudente 
de Morais reassume o seu cargo, e em 
meio a uma celebração na praça Mauá, no 
Rio de Janeiro, de dois batalhões que 
combateram em Canudos, sofreu um 
atentado do soldado Marcelino Bispo de 
Melo, mas que foi evitado pelo Ministro da 
Guerra Carlos Machado de Bittencourt, que 
faleceu durante a ação. O vice-presidente 
Manuel Vitorino foi indiciado pelo inquérito 
como mandante, mas sem a obtenção de 
provas, não foi condenado. Em 1898 o seu 
mandato chegou ao fim com a eleição de 
Campos Saltes. Prudente de Morais faleceu 
no ano de 1902, vítima de uma tuberculose. 
GUERRA DOS CANUDOS 
CONCEITO 
• A Guerra de Canudos foi um conflito 
armado ocorrido durante o governo do 
presidente Prudente de 
Morais (1894-1898), no 
sertão da Bahia, 
colocando em 
contradição os interesses 
populares com a luta por 
sobrevivência e os 
interesses das oligarquias 
da região com os 
interesses políticos republicanos. 
ARRAIAL DE CANUDOS 
• O Arraial de Canudos surgiu no século XVIII, 
mas com a chegada de Antonio Conselheiro 
em 1893, tomou proporções maiores, se 
tornando uma região autossuficiente, 
chegando a ter 25.000 habitantes. A 
presença de Canudos como alternativa a 
população pobre da região se tornou um 
problema para as oligarquias, que utilizavam 
da mão de obra através do apadrinhamento 
da população pobre, para a sua exploração. 
 
ANTÔNIO CONSELHEIRO 
• Antônio Conselheiro foi o comerciante, 
professor e advogado, nascido em 
Quixeramobim, no Ceará, até se tornar líder 
do movimento em Canudos. Trata-se de 
um líder messiânico, ou seja, que utilizava a 
palavra de Deus em suas práticas. Também 
tecia suas críticas a República, afirmando ser 
um projeto do anti-cristo. Esse 
posicionamento fui utilizado pelo governo 
brasileiro e pelo exército, de orientação 
positivista, para definir Canudos como uma 
ameaça, alegando ser um movimento 
monarquista, e justificando os ataques. 
 
O FIM DE CANUDOS 
• Apenas na quarta expedição, ocorrida na 
segunda metade de 1897, desgastado pelas 
outras expedições, que somoram quase 12 
mil soldados, Canudos caiu sob a força 
militar advinda da capital, Rio de Janeiro. 
Antonio Conselheiro faleceu no dia 22 de 
Setembro, mas o arraial resistiu até o dia 5 
de Outubro, totalizando cerca de 25 mil 
mortos. 
• O conflito foi relatado por jornalistas, 
médicos e poetas, incluindo Euclides da 
Cunha, que passou três semanas em 
6 
 
Canudos, cobrindo pelo jornal O Estado de 
São paulo, e que posteriormente, em 1902, 
publicou a obra Os Sertões, denunciando os 
abusos da autoridade durante o período. 
 
CAMPO SALES 
GOVERNO 
• Manuel Ferraz de 
Campos Salles nasceu 
em Campinas-SP, foi 
presidente do estado de 
São Paulo e enfim, 
presidente do Brasil 
entre os anos de 1898 a 
1902, sendo eleito com 
420 286, contra 38 929 votos do segundo 
colocado, Lauro José. O seu governo foi 
marcado pelo combate a crise econômica, 
iniciada nos governos anteriores e pelo início 
do poder das oligarquias cafeeiras no poder. 
ECONOMIA 
• Na questão econômica, Campos Salles, havia 
herdado uma crise econômica forte, com 
altos índices de inflação. Assim, começou a 
colocar em prática o Funding Loan, que foi 
o acordo do presidente anterior Prudente 
de Morais, com os banqueiros ingleses para 
o pagamento das dívidas do Brasil. 
• Através desse acordo, Campos Salles, o 
Brasil receberia um novo empréstimo de 10 
milhões de libras esterlinas, além da 
suspensão da dívida existente por treze 
anos, que só começaria a ser paga no ano 
de 1911. Para isso, as alfândegas do Rio de 
Janeiro e de Santos ficariam hipotecadas 
aos banqueiros ingleses como garantia. 
• Através do Ministro da Fazenda Joaquim 
Murtinho, o governo procurou combater a 
inflação, com a retirada e a queima de 
moedas, além de conter gastos, parando 
obras e demitindo funcionários. A economia 
brasileira se equilibrou. Porém, a população 
mais carente ficou prejudicada com a falta 
de estrutura e de empregos. 
POLÍTICA 
• No plano político, Campos Salles buscou 
eliminar a concorrência direta dos militares 
que almejavam o retorno ao poder, através 
da inauguração da Política dos 
Governadores, um acordo entre os estados, 
liderados pelo Partido Republicano Paulista e 
pelo Partido Republicano Mineiro, que definia 
apoio nas candidaturas das oligarquias entre 
os coronéis, presidentes dos estados e 
enfim o presidente da república. Essa forma 
de se fazer política, colocou por anos 
mineiros e paulistas no poder, sendo 
caracterizada também como a Política do 
Café com Leite. 
POLÍTICA DOS GOVERNADORES 
 
FIM DO GOVERNO 
• O seu governo chegou ao fim em 1902 
com a eleição do paulista Rodrigues Alves. 
Campos Salles faleceu em 1913, vítima de 
uma embolia cerebral. 
7 
 
RODRIGO ALVES 
GOVERNO 
• Paulista de 
Guaratinguetá, 
Rodrigues Alves foi 
presidente do Brasil 
de 1902 a 1906, 
vencendo as eleições 
com 592.039 votos, 
contra 42.542 votos 
do segundo colocado, 
Quintino Bocaiuva. 
TRATADO DE PETRÓPOLIS 
• Em 1903 foi formalizada a aquisição do Acre, 
com a importante participação do diplomata 
Barão do Rio Branco. Para isso, o Brasil teve 
de pagar 2 milhões de libras esterlinas a 
Bolívia, além de se comprometer a construir 
a estrada de ferro Madeira-Mamoré, para as 
trocas comerciais bolivianas pelo Rio 
Amazonas 
ECONOMIA 
• Economicamente, o governo de Rodrigues 
Alves manteve um momento de 
tranquilidade, devido ao ciclo da borracha, 
com a extração do látex da seringueira na 
região norte do país. O ciclo da borracha 
trouxe grande desenvolvimento econômico 
para a região, resultando em um processo 
de urbanização e europeização das 
principais capitais, como Manaus, Belém e 
Rio Branco. A borracha era fundamental 
para a fabricação de pneus, com a 
Revolução Industrial ocorrendo nos EUA e 
Europa, com o surgimento da indústria 
automobilística e consequentemente o 
fordismo 
 
REVOLTA DA VACINA 
• No ano de 1904, através do Ministro da 
Saúde, Osvaldo Cruz, o governo promoveu 
uma política sanitarista para combater a 
varíola, estabelecendo a campanha de 
vacinação obrigatória no Rio de Janeiro. Essa 
política causou a chamadaRevolta da Vacina, 
quando a população carente da capital se 
recusou a vacinar, temendo ser uma forma 
de extermínio. Os militares da Escola Militar 
da Praia Vermelha também aderiram ao 
movimento de resistência, e a escola foi 
fechada temporariamente pelo governo. 
Com a revolta, a população carente teve de 
deixar as suas casas, e o governo urbanizou 
a área. 
CONVÊNIO DE TAUBATÉ 
• Convênio de Taubaté: Em 1906 foi firmado 
um acordo entre o governador de São 
Paulo (Jorge Tibiriçá), o governador de 
Minas Gerais (Francisco Antônio de Sales), o 
governador do Rio de Janeiro (Nilo Peçanha) 
e os cafeicultores, que estabelecia ajuda 
entre as partes e intervenção do governo 
federal em caso de crise no comércio do 
café. O governo se comprometia a comprar 
o excedente por um preço mínimo, além 
de estimular o consumo no Brasil e no 
exterior através de propaganda. O convênio 
de Taubaté é uma medida adotada, que 
colocou em prática a Política dos 
Governadores. 
FIM DO MANDATO 
• Após o seu mandato terminado em 1906, 
Rodrigues Alves foi eleito presidente do 
estado de São Paulo, e em 1918 foi eleito 
novamente presidente do Brasil, mas 
contraiu gripe espanhola e não tomou 
posse, falecendo em 1919. 
 
8 
 
CICLO DA BORRACHA 
TRATADO DE PETRÓPOLIS 
• O Ciclo da Borracha no Brasil foi um Boom 
que durou do final do século XIX até 1912, 
em sua primeira fase, e depois, de forma 
ainda mais breve, durante a Segunda 
Guerra Mundial, mais precisamente de 1942 
a 1945. 
• A extração do látex dos seringais para a 
produção de artefatos já era utilizada pelas 
etnias indígenas da região norte, porém, 
com o advento da Segunda Revolução 
Industrial no século XIX na Europa e nos 
EUA, e posteriormente o Fordismo no 
século XX, a sua extração passou a ter 
objetivos industriais, visando a exportação 
para as grandes potências. 
• Em 1903 o Brasil adquiriu o Acre da Bolívia 
através de acordos feitos pelo então 
presidente Rodrigues Alves e o Ministro do 
Exterior Barão do Rio Branco. Estava 
assinado assim o Tratado de Petrópolis, 
quando o país aceitou em pagar 2 milhões 
de libras esterlinas para a Bolívia, além de se 
responsabilizar em construir a Estrada de 
Ferro Madeira-Mamoré, que ligaria as 
regiões da extração do látex e de outros 
produtos dos dois países, para os portos do 
Atlântico. 
 
BELLE ÉPOQUE 
• As cidades da região norte do Brasil 
passaram a receber grande investimento 
estrangeiro, principalmente Belém, capital do 
Pará, Manaus, capital do Amazonas e Porto 
Velho, capital de Rondônia. Teatros luxuosos 
foram criados, pavimentos, sistemas de 
esgoto, sistemas modernos de iluminação 
pública, além de sistemas de bondes 
elétricos. A região norte passava a ser das 
mais importantes do Brasil, tendo as capitais 
mais modernas e maiores representantes 
da Belle Époque. 
 
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL 
• A estratificação social do ciclo da borracha 
se baseava nos interesses de uma elite 
exportadora, quando em seu auge, na 
primeira década do século XX, a borracha 
representava cerca de 40% das 
exportações brasileiras. A intermediação da 
compra e venda do látex vinha das Casas 
Aviadoras, que compravam a matéria prima 
dos seringais geralmente pagando com 
poucas libras e produtos de necessidades 
básicas. Os trabalhadores braçais que 
extraiam a matéria-prima eram pessoas 
pobres, geralmente advindas do sertão do 
nordeste, que viam no novo ciclo 
econômico uma condição de sobrevivência. 
CRISE DO CICLO 
• Em 1918, o ciclo começou a ruir devido a 
forte concorrência das seringueiras que 
eram cultivadas do sudeste asiático. Com 
sementes originárias da própria Amazônia 
levada por ingleses, conseguiam melhores 
preços e mão de obra mais barata do que 
existia no Brasil. Assim, a finalização da 
Estrada de Ferro Madeira Mamoré naquele 
mesmo ano, acabou sendo um investimento 
sem grandes retornos para o transporte do 
látex, porém, foi utilizada para carregar 
outras culturas. 
9 
 
TENTATIVA DE REERGUER 
• No ano de 1927, Henry Ford acordou com o 
governo brasileiro para a extração do látex 
da Amazônia, resultando na fundação do 
distrito de Fordlândia. o investimento de 
Ford supostamente criaria novos empregos 
na região em troca de isenção de impostos. 
Porém, com a morte do empresário o 
projeto foi abandonado pelo seu neto Henry 
Ford-II. 
SEGUNDA FASE DE EXTRAÇÃO 
• De 1942 a 1945 se inicia uma nova e rápida 
fase, conhecida como o Segundo Ciclo da 
Borracha ou a Batalha da Borracha. Com o 
advento da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) e 
a chamada Política da Boa Vizinhança, que 
mantinha boas relações econômicas entre 
os EUA e os países da América Latina, o 
Brasil volta a exportar novamente o seu 
produto, principalmente após a invasão 
japonesa no sudeste asiático, onde as 
potências aliadas mantinham os seringais que 
abasteciam a indústria de guerra. 
DECLÍNIO DEFINITIVO 
• O governo de Getúlio Vargas passou a 
promover um novo ciclo migratório do 
nordeste para o norte, com promessas de 
bons pagamentos, registros em carteiras de 
trabalho e regime de previdência igual a dos 
combatentes brasileiros que estavam na 
guerra, sendo tratados como "Soldados da 
Borracha", tendo todas as glórias a que 
teriam direito. Porém, ao chegarem na 
região, ficavam dependentes dos aviadores 
que só lhes davam moradia precária e 
alimentação básica, se tornando escravos 
modernos. 
• O ciclo da borracha finalmente teve o seu 
fim devido a novas tecnologias como o 
petróleo, que possibilitava fabricar a borracha 
de forma mais prática. 
REVOLTA DA VACINA 
CONTEXTO 
• A Revolta da Vacina foi um movimento 
ocorrido entre os dias 10 e 16 de Novembro 
de 1904, no Rio de Janeiro, se manifestando 
contra a vacinação obrigatória propagada no 
governo do presidente Rodrigues Alves, do 
prefeito Pereira Passos e do médico 
sanitarista Oswaldo Cruz. 
• A cidade do Rio de Janeiro tinha sérios 
problemas de planejamento, sendo a capital 
desde a colônia, passando pelo império, mas 
que com o advento da república e a 
abolição da escravidão, a população pobre 
formada por muitos ex-escravizados, vivia 
em péssimas condições, na região central, 
além do surto de varíola, febre amarela, 
peste bubônica e tuberculose. 
O SANITARISMO 
• O sanitarismo proposto pelo governo não 
visava só o controle das doenças por meio 
das vacinas, mas também a reurbanização 
da cidade, o que gerou um conflito de 
classes. • O prefeito Pereira Passos havia 
tomado uma série de medidas arbitrárias 
para realizar a reurbanização, como a 
proibição de cães e vacas nas ruas, o 
recolhimento de mendigos, a proibição de 
hortas e vendedores ambulantes, além do 
projeto de revitalização do porto do Rio de 
Janeiro. 
AS MANIFESTAÇÕES 
• A população se incomodava com a 
arbitrariedade do governo, com o 
isolamento dos doentes, desinfecção das 
casas e principalmente com a 
obrigatoriedade da vacina, que não era 
acompanhada de um diálogo justificando a 
medida. 
• Vários abaixo-assinados foram enviados ao 
congresso contra a obrigatoriedade da 
10 
 
vacina, somando um total de 15 mil 
assinaturas, incluindo 78 militares, alunos da 
Escola Militar da Praia Vermelha. 
• O movimento tomou as ruas através de 
discursos, passeatas, formação de barricadas 
e até um grupo de 30 militares florianistas 
tentou se aproveitar do momento para 
realizar um golpe de Estado contra 
Rodrigues Alves. 
 
FIM DO MOVIMENTO 
• No dia 16 foi decretado estado de sítio e as 
forças do governo passaram a focar mais 
no controle do foco da revolta, resultando 
na detenção de 945 pessoas, dentre elas, 
461 possuiam antecedentes criminais, sendo 
presas na Ilha das Cobras ou levadas para o 
Acre, para trabalharem nos seringais. 
 
AFONSO PENA 
ELEIÇÕES 
• Mineiro de Santa 
Bárbara, Afonso Pena 
foi eleito presidente do 
Brasil com 288.285 
votos, contra 4.865 do 
segundo colocado, 
Lauro Sodré, 
governando de 1906a 
1909. 
ECONOMIA 
• Na Economia, Afonso Pena buscou valorizar 
a produção do café, colocando em prática o 
Convênio de Taubaté, de 1906, comprando 
o excedente dos grandes cafeicultores, o 
que alavancou a venda e fez crescer o 
mercado. 
• A produção de café cresceu, e por isso, o 
presidente propôs uma política de incentivo 
a imigrantes para atender as demandas de 
mão de obra. Foi no ano de 1908 que teve 
o início da imigração japonesa para o Brasil. 
O governo exigia dos recém chegados 
exame médico e um curso prévio de 
português. 
POLÍTICA 
• Afonso Pena buscou ir além das políticas 
das oligarquias, buscando ligar o sudeste 
com outras regiões, como foi o caso da 
construção da Estrada de Ferro Noroeste 
do Brasil, que ligava Bauru-SP a Corumbá-
MS. Também houve a extensão da rede 
telegráfica para a região norte. Para isso, foi 
fundamental o trabalho das expedições do 
Marechal Cândido Rondon. Afonso Pena 
• O presidente se preocupou em nomear 
ministros jovens, que segundo ele, 
respeitariam mais a sua autoridade. Essa 
política foi criticada pelas oligarquias, que 
apelidaram a sua base ministral de “jardim de 
infância”. 
• Através do seu ministro da guerra, o 
Marechal Hermes da Fonseca, tornou-se 
obrigatório o serviço militar da marinha e do 
exército. 
 
11 
 
FIM DO SEU MANDATO 
• No final do seu mandato, houve uma crise 
de sucessão presidencial. As oligarquias e os 
militares ligados ao Marechal Hermes da 
Fonseca, não aceitaram as suas indicações, 
por entenderem que a sua política se 
distanciou de seus interesses. Afonso pena 
acabou falecendo em 1909, antes de 
terminar o seu mandato, e o vice-
presidente Nilo Peçanha, assumiu o governo. 
MIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL 
CONTEXTO 
• A imigração japonesa é um dos fatos mais 
importantes da história do país, contribuindo 
com o desenvolvimento do Brasil no século 
XX. 
• O Brasil abriga a maior população de origem 
japonesa fora do Japão, com cerca de 1,5 
milhão de pessoas. 
ANTECEDENTES 
• No ano de 1868 é realizada no Japão a 
Restauração Meiji, que colocou fim ao 
Xogunato Tokugawa, que era uma ditadura 
feudal, que havia durado mais de 200 anos. 
• O período Meiji iniciou no Japão um 
período de crescimento industrial e de 
expansão territorial. Era o chamado Império 
japonês, que durou de 1868 a 1945. Porém, 
a população mais carente, ainda passava 
necessidades com a forte concentração de 
renda nas mãos de pessoas ricas, que 
mantinham o controle das terras férteis. 
• No final do período imperial brasileiro (1822-
1889), o Brasil necessitava cada vez mais de 
mão da mão de obra de imigrantes 
assalariados, e assim, no ano de 1885, foi 
assinado o "Tratado de Amizade entre Brasil 
e o Japão", que estabelecia trocas 
comerciais entre os dois países, além da 
imigração de japoneses ao Brasil. 
A NECESSIDADE 
• Durante a República da Espada (1889-1894), 
imigrantes africanos e asiáticos foram 
proibidos de entrarem no Brasil, pois o país 
passava por um processo político 
conturbado, além da influência imperialista, 
com o Darwinismo Social e a ideia de 
"branqueamento de raças". Porém, passado 
esse tempo e com o crescimento da 
lavoura cafeeira e outros gêneros agrícolas, 
além do surto industrial na cidade de São 
Paulo, o governo do presidente do estado 
Jorge Tibiriçá, firmou um acordo de 
imigração com Ryu Mizuno, presidente da 
Kokoku Shokumin Kaisha (Companhia 
Imperial de Emigração). 
 
DURANTE A ERA VARGAS 
• Com a Era Vargas (1930-1945) e a busca 
pela construção da identidade nacional 
brasileira, foi promulgada a Constituição de 
1934, que estabeleceu fortes restrições a 
migração de forma geral. A nova lei limitava 
uma cota de 2% para imigrantes de cada 
nacionalidade, utilizando como parâmetro o 
número de imigrantes dos últimos 50 anos. 
Como durante esse período, o Brasil havia 
recebido 142.457 japoneses, o permitido por 
ano agora seria de 2.849 imigrantes 
advindos do Japão. 
• Ainda na Era Vargas, mas agora no período 
da ditadura do Estado Novo (1937-1945), as 
restrições para os imigrantes se acentuaram. 
Assim, foi estabelecido o decreto nº 383 de 
1938, que definia que estrangeiros não 
12 
 
poderiam participar de atividades políticas, 
manter fundações, entre outras coisas que 
restringiam a sua liberdade. A perseguição 
se tornou mais forte para italianos, alemães 
e japoneses, quando os seus países de 
origem passaram a compor uma aliança 
durante a Segunda Guerra Mundial (1939-
1945), e a declaração de guerra do Brasil ao 
eixo em agosto de 1942. 
• O tratado de Amizade entre Brasil e Japão, 
assinado em 1885 foi suspenso durante esse 
período. 
DURANTE A REPÚBLICA POPULISTA 
• Após a guerra, e com a consequente queda 
do Estado Novo e a promulgação da 
Constituição de 1946, o crescimento da 
chegada de imigrantes japoneses retornou, 
visto que a situação no Japão após a guerra 
era de extrema miséria. 
• Nesse período, foi criada por imigrantes 
japoneses de caráter nacionalista extremista 
a Shindo Renmei, que espalhavam a falsa 
notícia no Brasil, que o Japão não havia se 
rendido na guerra, e assim, realizavam 
ataques considerados terroristas pelo 
governo, a nipo-brasileiros que não 
acreditassem. Por volta de 23 pessoas 
foram assassinadas e outras 147 foram 
feridas nesse período. 
ATÉ OS DIAS ATUAIS 
• Na segunda metade do século XX, ocorreu 
um êxodo rural da população nipo-brasileira. 
Assim, muitos imigrantes e seus 
descendentes passaram a desenvolver 
atividades horti-fruti granjeiras-granjeiras em 
vendas e feiras nas cidades. 
• Na década de 1990, através de novos 
acordos de imigração entre os dois países, 
o Japão passou a reconhecer descendentes 
de nipo-brasileiros de segunda e terceira 
geração, para residirem no Japão pelo 
período de três anos. Assim, o fluxo de 
imigrantes se converteu, com brasileiros 
buscando a inserção no mercado de 
trabalho industrial japonês. 
NILO PEÇANHA 
CONTEXTO 
• Nilo Peçanha nasceu 
em Campos do 
Goytacazes no ano de 
1867, foi presidente do 
Rio de Janeiro, 
senador, antes de se 
tornar vice-presidente 
do Brasil no ano de 
1906 a 1909. Com a 
morte de seu 
antecessor, Afonso Pena, se tornou 
presidente de junho de 1909 a dezembro de 
1910. Em seu discurso afirmou: "farei um 
governo de paz e amor". 
• Existem estudos que apontam que Nilo 
Peçanha tinha ascendência africana, e que as 
suas fotografias eram alteradas para 
esconder esse fato. 
POLÍTICA 
• Como presidente, aumentou de 12,4%% 
para 18,5%% os capitais investidos nas 
indústrias, incentivou a criação de escolas 
técnicas, reorganizou o ministério da 
agricultura, emancipando-o do antigo 
ministério da agricultura, pecuária e 
abastecimento. Nilo também criou o SPI 
(Serviço de Proteção ao Índio), um órgão 
que tinha por objetivo prestar assistência a 
população indígena, tendo como primeiro 
diretor o Marechal Cândido Rondon, 
• O SPI foi substituído em 1967 pela FUNAI 
(Fundação Nacional do Índio). 
FIM DO MANDATO 
• Com o fim de seu mandato, as eleições 
presidenciais se acirraram, pois havia um 
13 
 
conflito de sucessão entre os estados de 
Minas Gerais e São Paulo. 
• Nilo Peçanha passou a apoiar, junto aos 
mineiros a candidatura do Marechal Hermes 
da Fonseca, em oposição a São Paulo que 
apoiava a candidatura de Rui Barbosa, que 
tinha como principal bandeira o civilismo, que 
buscava eliminar a influência militar na 
política brasileira. 
• O seu mandato terminou em 1910 com a 
eleição de Hermes da Fonseca. Nilo 
Peçanha, após a presidência ainda de elegeu 
novamente presidente do Rio de Janeiro e 
Senador, falecendo no ano de 1924. 
HERMES DA FONSECA 
ELEIÇÕES 
• Marechal Hermes da 
Fonseca foi o 8º 
presidente do Brasil, 
governando de 1910 a 
1914, sendo eleito com o 
apoio do seu 
antecessor Nilo 
Peçanha, adquirindo 
403.867 votos, contra 
222,822 de seu concorrente Rui Barbosa. 
• Pela primeiravez a campanha eleitoral 
esteve mais disputada, e isso se deve ao 
fato do rompimento político entre São 
Paulo e Minas Gerais, ou civilistas e 
hermistas. 
• Hermes da Fonseca foi o presidente que 
estabeleceu por decreto a utilização da faixa 
presidencial, sendo o primeiro presidente a 
passá-la para o seu sucessor, Veceslau Brás. 
REVOLTAS 
• Durante o seu governo, Hermes da 
Fonseca teve de lhe dar com duas 
importantes revoltas. Em 1910, eclodiu a 
Revolta da Chibata, no Rio de Janeiro, 
liderada por João Cândido, o Almirante 
Negro. Essa revolta tinha por objetivo 
reivindicar melhores condições de vida e 
trabalho, sendo contrária aos castigos 
corporais aplicados aos marinheiros, que era 
em maioria ex escravos. O governo 
negociou concedendo anistia aos 
participantes, mas não cumpriu com a 
palavra, expulsando marinheiros e 
prendendo os líderes. 
 
 
• No ano de 1912, iniciou a Guerra do 
Contestado, nos estados de Santa Catarina 
e Paraná, envolvendo posseiros e pequenos 
proprietários, contrários a instalação da 
Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, 
idealizada pela Brazil Railway Company. Um 
fator importante da guerra foi a resistência 
da população local, que se dava através do 
messianismo, através dos monges João 
Maria e José Maria. A revolta só teve fim 
nos anos posteriores ao governo de 
Hermes da Fonseca, terminando no ano de 
1916. 
 
POLÍTICA 
• Hermes da Fonseca procurou se 
aprofundar na política de seu antecessor 
Nilo Peçanha, lançando a "Política das 
Salvações", que consistia em derrubar as 
14 
 
oligarquias regionais, nomeando 
interventores civis ou militares ligados ao 
governo, se apoiando na justificativa de 
combater a corrupção e fraudes no sistema 
eleitoral aberto. Assim, ocorreu em 1912 o 
Bombardeio a cidade de Salvador, por 
encouraçados da marinha, a mando do 
governo. Tal atitude resultou na posse de 
Joaquim José Seabra, aliado do governo 
federal. 
• A Política de Salvação fracassou em nomear 
um interventor em São Paulo, mas obteve 
êxito em outros estados, como 
Pernambuco, Alagoas e Ceará. 
ECONOMIA 
• No plano econômico, foi aprovado o 
segundo Funding Loan, que se tratava de 
renegociar a dívida externa. O Brasil faria um 
novo empréstimo de 15 milhões de libras 
esterlinas, com juros de 5% e a suspensão 
de amortizações das dívidas anteriores, até 
o ano de 1927. 
• Em seu governo também ocorreu a 
finalização da estrada de ferro Madeira-
Mamoré, como uma condição boliviana para 
a aquisição do Acre, feita em governos 
anteriores, mas que foi considerada tardia, 
pois nesse período, o ciclo da borracha no 
Brasil estava se esgotando devido a grande 
concorrência da borracha sintética. 
REVOLTA DA CHIBATA 
CONTEXTO 
• A Revolta da Chibata foi um movimento 
ocorrido entre os dias 22 a 26 de 
novembro, no Rio de Janeiro, por 
marinheiros, sendo resultado de 
reivindicações por melhores condições de 
vida, trabalho e contra os castigos corporais. 
• A maior parte dos oficiais de baixa patente 
era formada por trabalhadores negros, 
exescravizados ou descendentes de 
escravizados, em uma sociedade onde a 
abolição ainda era recente, e as 
desigualdades raciais caminhavam com as 
desigualdades sociais. 
A REVOLTA 
• Antes de iniciar a revolta, os integrantes 
haviam formado comitês para se 
prepararem para o motim, o que demonstra 
consciência da situação, eliminando a 
possibilidade de total espontaneidade do 
movimento, além de terem enviado 
previamente uma carta ao presidente 
Hermes da Fonseca exigindo o fim das 
chibatadas. 
• O estopim se deu após o marinheiro 
Marcelino Rodrigues Menezes ferir com 
uma lâmina de barbear outro marinheiro. 
Como punição, tomou 250 chibatadas. 
• Ao longo da madrugada, sob a liderança de 
João Cândido, o Almirante Negro, os 
rebeldes que iniciaram tomando o navio 
Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Deodoro 
entre outros, apontando os canhões para a 
Bahia de Guanabara. 
CARTA DOS MARINHEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DA REVOLTA 
• Através do deputado federal José Carlos de 
Carvalho, o congresso iniciou as 
negociações para o fim do motim, 
15 
 
sugerindo anistia aos marinheiros envolvidos 
e o fim dos castigos corporais. 
• Havia ainda uma disputa política entre 
militares ligados ao presidente Hermes da 
Fonseca, que queriam um confronto militar 
e o Congresso, que buscava uma solução 
pacífica e diplomática. 
• Ruy Barbosa, apoiava a causa dos 
marinheiros e fazia pressão para que o 
Congresso aprovasse uma lei que anistiasse 
os marinheiros. Assim, a anistia foi aprovada 
as pressas no dia 26 de Novembro. 
CONSEQUÊNCIAS 
• Cerca de 1200 marinheiros foram 
dispensados, 1000 deles receberam 
passagens para retornarem as suas terras 
de origem. 
• 600 marinheiros foram presos na Ilha de 
Cobras, e João Cândido, depois de relatos 
de alucinações, foi condenado a viver em 
um hospital psiquiátrico. 
GUERRA DO CONTESTADO 
CONTEXTO 
• Revolta ocorrida na região do Contestado, 
entre os estados do paraná e Santa 
Catarina, local rico em extração de madeira 
e erva mate que, no entanto, estava 
ocupada por famílias de posseiros, que 
utilizavam da terra para a sobrevivência. 
• O Estado brasileiro, em parceria com 
empresas estrangeiras, tinha interesse em 
potencializar a extração dos recursos 
naturais da região, além de construir a 
estrada de ferro 
norte-americana 
Brazil Raiway 
Company, ligando 
o estado do Rio 
Grande do Sul a 
São Paulo. 
 
MESSIANISMO 
• Ao longo das décadas, na região, surgiram 
líderes messiânicos, de origem pouco 
conhecida, como João Marian Agostini, João 
Maria de Jesus e enfim, durante o início da 
revolta, José Maria de Santo Agostinho. 
• Devido ao caráter messiânico, ocorreu a 
influência do Sebastianismo, movimento 
religioso português iniciado em 1578, com a 
morte de D. Sebastião I, rei de Portugal. 
• José Maria pregava amor e respeito ao 
próximo, aos animais e a natureza. A polícia 
da Vila de palmas, no Paraná, havia divulgado 
um laudo de que se tratava de um desertor 
do exército condenado por estupro. 
 
O MOVIMENTO 
• O movimento reuniu cerca de 40.000 
pessoas que ocupavam as vilas da região, 
denominadas de Vilas Santas, se propondo a 
serem autossuficientes para resistirem as 
ações governamentais para a retirada das 
famílias da região. 
• As Vilas Santas levantavam a bandeira da 
“Monarquia Celeste” em oposição ao 
modelo republicano instaurado em 1889. 
• Durante o movimento, foi formado o 
Exército Encantado de 
São Sebastião, com 
cerca de 10.000 soldados. 
A REPRESSÃO 
• Após 4 anos de conflito, através do general 
Carlos Frederico de Mesquita, veterano na 
Guerra de Canudos e depois com o 
16 
 
marechal Setembrino de Carvalho, o 
exército brasileiro passou a cercar a região, 
evitando a passagem dos integrantes do 
movimento, tornando os recursos cada vez 
mais escassos, promovendo revoltas 
internas. 
• Já no governo do presidente Veceslau 
Brás, o movimento chegou ao fim, com 
cerca de 20.000 mortos e as residências 
destruídas. 
 
VELESCAU BRÁS 
ELEIÇÕES 
• Mineiro de Brasópolis, 
Veceslau Brás foi 
presidente do Brasil de 
1914 a 1918, sendo eleito 
com532.107 votos, contra 
47.782 votos de Rui 
Barbosa. 
• Veceslau também representou a 
reconciliação entre Minas Gerais e São 
Paulo, estabelecida pelo Pacto de Ouro Fino, 
de 1913. 
REVOLTAS 
• Foi durante o governo de Veceslau Brás 
que teve fim a Guerra do Contestado, que 
havia se iniciado em 1912, com as habitações 
destruídas e totalizando mais de 10.000 
mortos. No ano de 1916 foi estabelecido o 
acordo de limites entre os estados do 
Paraná e Santa Catarina. 
• Em 1915, ocorreu no Rio de Janeiro a Revolta 
dos Sargentos; organizada por sargentos do 
exército, da polícia e dos bombeiros do Rio 
de Janeiro, tinham por objetivo estabelecer 
uma República Parlamentarista no Brasil. 
Porém, o governo reagiu rapidamente a 
tentativade golpe, prendendo e excluindo 
das respectivas forças militares, cerca de 
256 sargentos. 
CÓDIGO CIVIL 
• Em 1916 foi escrito o primeiro Código Civil 
do país, sendo um conjunto de normas que 
definem os direitos e deveres das pessoas, 
seus bens, e de suas relações no âmbito 
privado. Esse código também foi o primeiro 
documento oficial a grafar o nome Brasil 
com a letra S. 
O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL 
• Em 1914 eclodiu a "Grande Guerra", nome 
dado na época para definir a Primeira 
Guerra Mundial, durando até o ano de 1918. 
No ano de 1917, os navios brasileiros "Paraná“ 
e “Macau” foram torpedeados 
supostamente por submarinos alemães, 
forçando o Brasil a romper relações 
diplomáticas com a Alemanha. No mesmo 
ano, o navio Tijuca, também foi torpedeado 
perto da costa da França, e assim, o 
governo brasileiro confiscou cerca de 42 
navios pertencentes a países que formavam 
a Tríplice Aliança, como a Alemanha, 
Áustria-Hungria e Império Turco-Otomano. 
 
• A participação do Brasil foi pequena devido 
a falta de recursos. O Brasil enviou oficiais do 
exército e da marinha para integrarem a 
Força Aérea Real Britânica, para batalharem 
na frente ocidental, um grupo de médicos, e 
uma frota naval para patrulhar a costa 
africana, evitando assim a ação de 
submarinos inimigos. (Batalha das Toninhas 
no Estreito de Gibraltar). 
• A guerra trouxe prejuízos econômicos para 
o Brasil, principalmente se tratando de seu 
17 
 
principal produto de exportação, o café, que 
reduziu drasticamente em relação ao 
mercado americano. Assim, Veceslau Brás 
tentou incentivar a indústria, exportando 
outros gêneros para os países da Tríplice 
Entente (EUA, Inglaterra e França), se 
preocupando pouco em abastecer o 
mercado interno, gerando o aumento do 
custo de vida e a alta dos preços no país. 
GREVE GERAL EM SÃO PAULO 
• No mesmo período, em São Paulo ocorreu 
a Greve Geral de 1917, que posteriormente 
atingiu o Rio de Janeiro e o Rio Grande do 
Sul, oriunda de trabalhadores imigrantes 
italianos e espanhóis das recém criadas 
indústrias em crise econômica. A greve teve 
por característica a influência anarquista e 
marxista, sendo conduzida através do 
anarcossindicalismo. Ou seja, organizações 
autônomas que procuravam utilizar de sua 
estrutura para lutar pelos seus direitos e 
organizar a luta revolucionária. 
• Entre as reivindicações da greve estavam o 
aumento de salários, a abolição do trabalho 
para menores de 14 anos de idade, abolição 
do trabalho noturno para as mulheres, 
adoção da "semana inglesa", que estabelecia 
jornada de 8 horas diárias, de segunda a 
sexta, e 4 horas aos sábados, entre outros. 
 
GRIPE ESPANHOLA E O FIM DO MANDATO 
• Ainda durante o período da Primeira Guerra 
Mundial, ocorreu a Gripe Espanhola, uma 
pandemia que se espalhou por dois anos 
(1918 e 1919), causando cerca de 50 milhões 
de mortos no mundo todo. O Brasil também 
não escapou da doença, sendo inicialmente 
contraída por fuzileiros navais que 
patrulhavam a costa africana, resultando por 
volta de 35 mil mortes no país. 
• O governo de Veceslau Brás terminou no 
ano de 1918, sendo sucedido por outro 
mineiro, Delfim Moreira. 
• Veceslau faleceu em Itajubá no ano de 1966, 
aos 98 anos de idade. 
DELFIM MOREIRA 
ELEIÇÕES 
• Nascido em Cristina-MG, 
Delfim Moreira foi o 10º 
presidente do Brasil. 
Porém, chegou ao poder 
de forma não 
convencional, pois foi eleito 
vice-presidente, enquanto 
Rodrigues Alves tinha sido eleito presidente, 
mas faleceu devido à gripe espanhola. 
• Assim, Delfim assumiu de forma interina, 
governando de novembro de 1918 a julho de 
1919, pois a constituição do período previa 
novas eleições em caso de vacância 
presidencial. 
GOVERNO 
• Devido a problemas de saúde, Delfim 
Moreira teve dificuldades para exercer o 
seu cargo, delegando a maior parte de suas 
tarefas ao ministro da viação e obras 
públicas Afrânio de Melo Franco. 
• Durante o seu governo, em 1919 o Brasil 
participou da Conferência de Paz em Paris, 
sendo representado pelo senador Epitácio 
Pessoa. A Conferência de Paz de Paris tinha 
por objetivo estabelecer uma política de paz 
após a 1ª Guerra Mundial, resultando no 
Tratado de Versalhes. O Brasil reivindicou e 
obteve êxito em indenizações por navios 
que transportavam café, que foram 
apreendidos pelos alemães durante a guerra 
 
18 
 
REPRESSÃO 
• O governo de Delfim Moreira também foi 
marcado por forte repressão a movimentos 
opositores, como a Chacina dos Nove, 
também conhecida como Chacina do Duro, 
por ocorrer em São João do Duro, antigo 
estado de Goiás, atual Tocantins. Por uma 
questão de irregularidades da herança de 
um coronel local, a polícia executou prisões 
arbitrárias, além de humilhações, amarrando 
nove suspeitos em troncos. O coronel Abílio 
Wolney reagiu enviando jagunços para 
combater as autoridades. Após a conclusão 
do inquérito, as irregularidades não foram 
solucionadas, porém, o evento demonstrou 
a insatisfação dos coronéis ao poder central 
do Brasil 
ECONOMIA 
• Devido a grande crise econômica causada 
pela guerra, o governo de Delfim Moreira 
teve de promover medidas impopulares, 
aumentando as tarifas alfandegárias e 
cortando gastos públicos. Tais atitudes 
geraram um aumento no custo de vida do 
país, potencializando greves que já estavam 
ocorrendo, e gerando outras, como no Rio 
de Janeiro e Niterói, com trabalhadores da 
indústria têxtil. O presidente reprimiu as 
greves, prendendo e expulsando do Brasil 
vários participantes, além de colocar na 
ilegalidade a UTR (União dos Trabalhadores 
do Rio de Janeiro). 
FIM DO MANDATO 
• O seu mandato terminou em julho de 1919 
com a eleição de Epitácio Pessoa, e no ano 
de 1920, Delfim Moreira faleceu em Santa 
Rita do Sapucaí-MG. 
 
 
 
EPITÁCIO PESSOA 
ELEIÇÕES 
• Nascido em 
Umbunzeiro, na Paraíba, 
Epitácio Pessoa foi o 11º 
presidente do Brasil, 
governando de 1919 a 
1922. sendo candidato 
enquanto ocupava o 
cargo de senador e estava representando o 
país na Conferência de Paz de Paris, 
vencendo as eleições com 286.373 votos, 
contra 116.414 votos do segundo colocado, 
Rui Barbosa. 
• A eleição de Epitácio Pessoa foi apoiada por 
Minas Gerais e por parte dos cafeicultores 
paulistas, mas ela representa uma derrota 
da política do café com leite, visto que o 
presidente não era de nenhum dos dois 
estados, e sim da Paraíba. 
SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 
• No plano cultural, entre os dias 11 e 18 de 
fevereiro de 1922, ocorreu a Semana de 
Arte Moderna, no teatro Municipal em São 
Paulo, quando os artistas modernistas 
passaram a propor uma nova estética na 
arte brasileira, buscando se afastar do 
neoclassicismo europeu. A semana contou 
com os olhares duvidosos das oligarquias, 
que consideravam um insulto a essas novas 
concepções culturais. 
• Na Europa, A Belle Époque francesa, que 
influenciava grande parte dos países, foi 
destruída com a modernização da primeira 
guerra mundial (1914-1918). O futurismo de 
Filippo Marinetti era uma grande influência 
para os modernistas, que procuravam 
abandonar a estética pela praticidade. 
• A Semana de Arte Moderna não foi um 
evento popular, pois foi construído por 
intelectuais, que em muitos casos eram 
descendentes das oligarquias do Café com 
19 
 
Leite, tendo respaldo do governador 
Washington Luís. Porém, ainda assim 
conseguiam fazer críticas a estrutura 
aristocrática do país, com referências a obra 
literária Paulicéia desvairada, de Mário de 
Andrade, lançada naquele mesmo ano. 
 
• O Legado da semana de 1922 é importante 
para compreendermos o projeto de nação 
proposto até mesmo no cenário político 
dos anos posteriores. Destacamos O 
Manifesto antropofágico de Oswald de 
Andrade, escrito em 1928, que propunha o 
rompimento com a estética Europeia ao 
aprofundamento de uma arte tipicamente 
brasileira. 
• Também podemos destacar de Mário de 
Andrade, Macunaíma,escrito em 1928, o 
herói desprovido de qualquer moral, 
destacando a formação do Brasil por 
negros, brancos e índios, a busca pela arte 
tipicamente nacional também teve influência 
na formação do iphan (Instituto do 
patrimônio histórico e artístico nacional) em 
1937. Mário de Andrade esteve presente 
em sua fundação. 
 
ECONOMIA 
• No plano econômico, o Brasil estava em 
crise, devido a carestia de alimentos 
causados pela 1ª Guerra Mundial e pelos 
empréstimos (funding loan) realizados pelos 
governos anteriores. Por isso, Epitácio 
buscou manter uma política de austeridade 
fiscal (controle de gastos), mas foi 
pressionado pelas oligarquias cafeicultores, e 
por isso arcou com um novo empréstimo 
de 9 milhões de libras, com a Inglaterra, e 
posteriormente também contou com mais 
financiamento dos EUA para a ampliação da 
Estrada de Ferro Central do Brasil, ligando 
os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e 
Minas Gerais. 
• A economia cafeeira conseguiu se reerguer 
em seu governo, pois com a proibição da 
venda de bebidas alcoólicas nos EUA em 
1920 (Lei Seca), o café voltou a 
servalorizado e exportado. 
POLÍTICA 
• No plano político, o governo de Epitácio 
Pessoa foi perturbado por movimentos de 
diversas naturezas, como por exemplo a 
manutenção das greves operárias que 
estavam ocorrendo no país desde governos 
anteriores. 
• Epitácio pessoa promulgou a Lei Adolfo 
Gordo, que reprimia movimentos operários, 
deportando anarquistas que estivessem 
participando de greves. Porém, no ano de 
1922, influenciados pela Revolução Russa de 
1917 e pelo marxismo-leninismo, foi formado 
o PCB (Partido Comunista Brasileiro), 
trazendo uma nova forma de organização 
para os trabalhadores no Brasil. 
• Como forma de reduzir a oposição militar 
ao seu governo, Epitácio nomeou dois civis, 
Pandiá Calógeras e Raul Soares para pastas 
ministeriais militares, sendo a Marinha e o 
Ministério da Guerra. Tal atitude causou 
20 
 
agitação entre os militares, resultando na 
eclosão do Movimento Tenentista. 
CRISE POLÍTICA 
• O Em 1921, ocorreu a chamada Crise das 
Cartas Falsas, quando o jornal Correio da 
Manhã havia publicado cartas de Artur 
Bernardes, que era presidente de Minas 
Gerais e concorrente a presidência do Brasil, 
a Raul Soares, com insultos as Forças 
Armadas e ao Marechal Hermes da 
Fonseca, que tinha perspectivas de retornar 
a presidência. 
• Após o trabalho da perícia, foi provada a 
falsidade do conteúdo, que tinha por 
objetivo enfraquecer politicamente Artur 
Bernardes. Assim, o Clube Militar no Rio de 
Janeiro foi fechado e o Marechal Hermes da 
Fonseca foi preso. 
• Em Julho de 1922 ocorreu a Revolta dos 18 
do Forte de Copacabana, quando dezessete 
militares e um civil organizaram o primeiro 
levante tenentista do Brasil, tendo por 
objetivo derrubar o presidente Epitácio 
Pessoa e impedir a posse de Artur 
Bernardes, que havia sido eleito presidente. 
• O número reduzido de oficiais se deu 
devido a desistência de outros membros, 
temendo uma retaliação do governo. Assim, 
dezesseis membros foram metralhados 
enquanto se encaminhavam para o Palácio 
do Catete, no Rio de Janeiro 
FIM DO MANDATO 
• Epitácio Pessoa terminou o seu mandato 
em 1922, sendo sucedido por Artur 
Bernardes, mas ainda ocupou o cargo de 
Ministro da Corte Permanente de Justiça 
Internacional, da Liga das Nações, e em 1942 
faleceu, sendo vítima de Mal de Parkinson. 
 
 
TENENTISMO 
CONCEITO 
• O Tenentismo foi um movimento político e 
militar ocorrido nos anos 1920, durante a 
República Velha, que tinha como principal 
objetivo combater as mazelas e as 
desigualdades provocadas pelo coronelismo. 
ORIGEM 
O movimento tem a sua origem em 
insurreições populares, desde o ano de 1922, 
com a Revolta dos 18 do 
Forte de Copacabana, a 
Revolução Gaúcha de 1923 
e a Revolução Paulista de 
1924. Todos esses 
movimentos faziam críticas 
diretas as oligarquias que 
estavam no poder. 
A COLUNA PRESTES 
• A Coluna se inicia com a revolta dos 
tenentes no Rio Grande do Sul, na região 
das missões, em cidades como São Luís 
Gonzaga, São Borja, entre outros 
municípios, liderados por Luís Carlos Prestes 
e Juarez, partiram pelo Brasil, caminhando a 
pé 25.000 km, cerca de 1500 pessoas em 
busca de apoio as suas causas. 
• O objetivo da Coluna Prestes era colocar 
em xeque a República Oligárquica, acabar 
com o coronelismo e por fim as 
desigualdades sociais, mas também 
reivindicavam o voto secreto, a defesa do 
ensino público e a obrigatoriedade do ensino 
primário. 
 
21 
 
O ENFRAQUENCIMENTO DO MOVIMENTO 
• Em 1927, o movimento se viu desgastado, 
visto que o governo de Washington Luís se 
fazia presente e forte para combatê-los. 
Assim, em seu último estágio, passando pela 
região centro-oeste do país, se exilaram na 
Bolívia. 
• Apesar de não terem conseguido as 
mudanças que almejavam naquele período, 
a Coluna Prestes contribuiu para que parte 
da população carente do país passasse a 
enxergar perspectivas maiores em uma 
possível mudança de governo. Assim, Luís 
Carlos Prestes ficou conhecido como o 
"Cavaleiro da Esperança". 
CANGAÇO 
CONTEXTO 
• O Cangaço foi um fenômeno social ocorrido 
da segunda metade do século XIX, até 1940, 
sendo localizado principalmente no sertão 
do nordeste. 
• O nordeste havia perdido a sua força 
econômica durante a colônia, devido ao 
declínio da sociedade açucareira em 1654 e 
a descoberta de metais preciosos na região 
sul. Durante o império, no século XIX, e a 
República Velha (1889-1930) as atenções do 
Estado estavam mais voltadas para o cultivo 
do café no Vale do Paraíba e 
posteriormente no Oeste Paulista e Minas 
Gerais. 
• O poder no interior do país era exercido 
pelos coronéis, latifundiários que inicialmente 
haviam adquirido a patente na Guarda 
Nacional, formada em 1834. 
OS CANGACEIROS 
• Os cangaceiros formavam um estilo de vida 
bem peculiar, sendo grandes conhecedores 
da caatinga, e agindo de formas diversas. 
Podemos defini-los em três grupos distintos: 
• Os jagunços, que prestavam serviços para 
os latifundiários (coronéis), cobrando 
impostos da população local e realizando até 
ameaças em nome do contratante, os 
cangaceiros mercenários, que prestavam 
serviços a políticos locais e por fim, porém, 
mais conhecidos, os cangaceiros 
independentes, que agiam com autonomia 
pelo sertão. 
• Podemos compreender o cangaço como 
um fenômeno diretamente ligado a miséria 
do sertão do nordeste e inserido como 
oposição a concentração de renda nas 
mãos dos latifundiários. Porém, não se trata 
de um movimento organizado de forma 
homogênea, tendo vários bandos 
conectados a uma cultura, mas agindo de 
formas separadas. 
BANDITISMO SOCIAL 
• Os cangaceiros independentes não eram 
apadrinhados por coronéis ou políticos, e 
por isso eram o maior alvo de perseguição 
da volante (polícia encarregada de prender 
cangaceiros). Assim, atuavam conforme o 
planejamento do bando, sem residência fixa, 
passando as noites e se alimentando nas 
residências dos coiteiros (pessoas simpáticas 
a causa, que prestavam solidariedade), 
promovendo saques e violência 
principalmente a latifundiários e a 
defensores da ordem. Essa prática do 
cangaço ficou conhecida como "Banditismo 
Social". 
• Geralmente, os cangaceiros utilizavam 
roupas de couro, com enfeites, jóias e 
perfumes roubados de grandes fazendas. 
Também eram muito religiosos, tendo 
como hábito a doação de bens para igrejas 
locais, e as suas armas de fogo muitas 
vezes eram adquiridas de saques, como o 
revolver Colt, a Winchester e até mesmo, 
após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), 
22 
 
armas de fabricação alemã, como o fuzil 
Mauser. 
LAMPIÃO 
• O primeiro bando de cangaceiros agiu por 
volta de 1870, através da liderança de 
Gesuíno Brilhante, porém, o nome mais 
famoso é de Virgulino ferreira da Silva, o 
Lampião, e sua companheira, Maria Bonita, 
atuandodurante as décadas de 1920 e 1930 
no sertão. 
• Lampião se tornou símbolo do banditismo 
social até ser perseguido até a sua morte 
em 1938 pela volante, durante o governo de 
Getúlio Vargas, que passou a exercer maior 
controle das forças para derrubar o 
cangaço e a influência dos coronéis na 
política, centralizando o poder em suas 
mãos. 
 
• Devoto, Lampião se encontrou com Padre 
Cícero em Juazeiro do Norte, no Ceará, no 
ano de 1926, quando foi aconselhado a 
abandonar o cangaço. Naquele momento, a 
Coluna Prestes, que estava promovendo um 
levante contra a República Velha, estava 
passando pela região, e foi prometido ao 
bando que ajudassem a combater o 
movimento se alistando nos Batalhões 
Patrióticos, em troca da anistia de seus 
crimes. Porém, com desconfiança sobre 
essa promessa, Virgulino não chegou a 
entrar em conflito com a Coluna Prestes. 
 
 
 
ARTHUR BERNARDES 
ELEIÇÕES 
• Nascido e Viçosa-MG, 
Artur Bernardes foi o 12º 
presidente do Brasil, 
sendo eleito em um 
processo eleitoral 
disputado e dividido, 
recebendo 466.877 
votos, com apoio de 
Minas Gerais, São Paulo e outros estados, 
contra 317.714 votos do segundo colocado 
Nilo Peçanha, que tinha apoio do Rio Grande 
do Sul, Bahia, Pernambuco e outros estados. 
GOVERNO 
• O seu governo iniciou com forte oposição 
de outros estados, que criticavam a política 
do café com leite, além dos militares, que 
fizeram grande pressão, devido ao evento 
"Crise das Cartas Falsas", ocorrida no 
governo anterior, quando Artur Bernardes 
supostamente havia escrito cartas 
debochando do Marechal Hermes da 
Fonseca. Por mais que as cartas tenham 
sido comprovadamente falsas, os tenentistas 
continuaram a sua oposição ao governo. 
REVOLUÇÃO GAÚCHA DE 1923 
• O Rio Grande do Sul era governado por 
Borges de Medeiros do Partido Republicano 
Riograndense desde 1903, que se opunha ao 
presidente Artur Bernardes, e em 1922, 
havia decidido se candidatar pela 5ª vez, 
gerando oposição dos federalistas. 
• Assim, se instalou uma violenta guerra civil 
no estado; de um lado os Borgistas ou 
Ximangos, representados pelo lenço branco, 
e de outro, os federalistas ou maragatos. 
Em um processo eleitoral conturbado, 
Borges vence e toma posse, mas foi 
acusado de fraudar as eleições, assim, os 
conflitos continuam. 
23 
 
• O presidente do Brasil, Artur Bernardes 
teve de intervir no conflito exigindo a 
assinatura do Pacto de Paz de Pedras Altas, 
definindo que Borges de Medeiros poderia 
concluir o seu mandato em 1928, mas que 
não poderia se reeleger devido a 
reformulação da constituição que passava a 
proibir a reeleição. Assim, pelo Partido 
Republicano Riograndense, Getúlio Vargas foi 
eleito como presidente do estado. 
 
REVOLUÇÃO PAULISTA DE 1924 
• A revolução Paulista, também conhecida 
como Revolução do Isidoro, por ter sido 
iniciada pelo general Isidoro Dias Lopes, com 
grande apoio dos tenentistas e de operários 
da cidade, pretendia depor o presidente 
Artur Bernardes, acabar com a política do 
café com leite e estabelecer o voto secreto 
no Brasil. 
• A revolta foi deflagrada em 5 de julho de 
1924, com o bombardeio ao palácio de 
Campos Elísios, sede do governo da época, 
quando o então presidente do estado Carlos 
de Campos, teve de fugir. Porém, em 
outras cidades do interior, também 
ocorreram conflitos, com a tomada de 
prefeituras. 
• A reação do governo federal, com as 
forças legalistas foi imediata, através do 
"bombardeio terrificante", através de aviões, 
atingindo bairros operários e de classe 
média como o Brás e a Mooca e Perdizes. 
• Sem grande armamento bélico, os 
opositores ao governo saíram derrotados, e 
muitos tenentes fugiram para o sul, onde se 
juntaram a Luís Carlos Prestes, iniciando a 
Coluna Prestes, e outros foram presos e 
posteriormente anistiados por Getúlio 
Vargas em 1930. 
 
RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
• Durante o governo de Artur Bernardes, em 
1926 o Brasil se retirou da Ligas das Nações 
por disputas pela entidade. Considerado um 
dos fundadores e o sétimo financiador da 
Liga, o país lançou uma delegação com a 
Espanha para garantir uma vaga no 
Conselho da Organização, mas acabou se 
isolando devido a divergências políticas, 
como os Acordos de Locarno, que 
estabelecia entre outras coisas, a 
reorganização das fronteiras da Alemanha, e 
até uma cadeira na Liga das Nações. 
FIM DO MANDATO 
• Após o seu governo, Artur Bernardes foi 
eleito senador até 1930 e depois deputado 
federal até 1937, quando perdeu o seu 
mandato com o golpe do Estado Novo. Em 
1945, filiado a UDN (União Democrática 
Nacional) foi eleito novamente deputado 
federal até a sua morte em 1955. 
WASHINGTON LUÍS 
ELEIÇÕES 
• Washington Luis foi o 
13º e último presidente 
da República Velha. 
Nascido em Macaé, no 
Rio de Janeiro, teve a 
sua carreira política 
atrelada a São Paulo, 
quando viveu e 
24 
 
trabalhou junto aos cafeicultores em 
Batatais-SP. 
• A sua vida como presidente se iniciou com 
688.528 votos, contra 1116 votos do segundo 
colocado, o general Joaquim Francisco de 
Assis Brasil, que representava o estado do 
Rio Grande do Sul. 
POLÍTICA 
• No plano político, o governo de Washington 
Luis herdou uma crise estabelecida nos 
governos anteriores, e apesar não ter 
renovado o estado de sítio decretado pelo 
ex presidente Artur Bernardes, e de haver 
prometido anistia aos condenados por 
manifestações populares como as greves 
operárias e a Coluna Prestes, não a 
concedeu, e assim, estabeleceu a Lei 
Celerada em 1927, que definia censura a 
imprensa, proibição de reuniões populares e 
a ilegalidade do PCB (Partido Comunista 
Brasileiro). 
• Ainda no plano político, em 1927 Washington 
Luís estabeleceu o Conselho da Defesa 
Nacional, um órgão chefiado pelo presidente 
da república e seus ministros, que tem por 
objetivo cuidar da defesa e segurança 
nacional, política externa e declarações de 
guerra. 
• Durante o seu governo, foi construída a 
estrada Rio-Petrópolis e a estrada Rio-São-
Paulo, que posteriormente foi substituída em 
1951 pela Via Dutra. 
• Devido ao grande fluxo de automóveis 
ligando as cidades e ao boom da indústria 
automobilística, foi criada a polícia rodoviária 
federal e o decreto nº 5.141, que estabelecia 
o Fundo Especial para Construção e 
Conservação de Estradas de Rodagem 
Federais, que recolhia impostos para a 
manutenção das vias públicas. 
• Em 1926 mais um decreto foi assinado pelo 
presidente, o decreto nº 5083, que 
estabelecia a lei de proteção aos menores, 
adotando medidas necessárias a guarda, 
tutela, educação, vigilância, entre outros. 
ECONOMIA 
• No plano econômico, em 1926, Washington 
Luís, através de seu ministro da fazenda, 
Getúlio Vargas, que exerceu o cargo de 
1926 a 1927, realizou o decreto nº 5.108, que 
visava restabelecer o padrão lastro-ouro 
para a criação de uma nova moeda, o 
cruzeiro. Porém, o país não tinha ouro para 
dar valor inicial a moeda, e por isso foram 
feitos dois empréstimos; um com a família 
de banqueiros ingleses Rothschild, no valor 
de 9 milhões de libras esterlinas e outro 
com os EUA no valor de 40 milhões de 
dólares. 
• Com a crise econômica mundial de 1929, o 
café, que representava 70% das 
exportações brasileiras, entrou em crise, 
assim, os cafeicultores exigiram uma postura 
do governo com a concessão de 
empréstimos, mas não foram atendidos. 
Assim, o Convênio de Taubaté, de 1906 
havia sido desfeito. 
SUCESSÃO PRESIDENCIAL 
• Nas eleições presidenciais de 1929, 
Washington Luís rompeu com a Política do 
Café com Leite, ao indicar o paulista Júlio 
Prestes para concorrer ao pleito, quando os 
mineiros almejavam a indicação de Antônio 
Carlos. Assim, Minas Gerais optou por 
compor a Aliança Liberal com o Rio Grande 
do Sul, que havia lançado o candidato 
Getúlio Vargas e a Paraíba, que havia 
lançado o vice João Pessoa. A Aliança 
Liberal também contou com apoio de 
setores militarescomo os tenentes. 
REVOLUÇÃO DE 1930 
• O resultado das eleições foi divulgado com a 
vitória de Júlio Prestes, o que não foi aceito 
25 
 
pela Aliança Liberal, principalmente após o 
assassinato de João Pessoa. A alegação foi 
que o assassinato teve motivações políticas 
a mando de Washington Luís, 
principalmente por João Pessoa ser 
considerado na época um oposicionista as 
oligarquias locais. João Pessoa, a época 
governador da Paraíba, havia rompido com 
os coronéis no estado, promovendo 
reformas modernizadoras, o que gerou a 
revolta da Princesa, na cidade de Princesa 
Isabel, um movimento armado do coronel 
José Pereira contra a Polícia Militar 
• Assim, em 24 de outubro de 1930, um dia 
antes da posse de Júlio Prestes, Washington 
Luís foi deposto pelos ministros militares, 
assumindo o governo uma junta militar, até 
o dia 3 de novembro do mesmo ano, 
quando Getúlio Vargas iniciou o Governo 
Provisório (1930-1934). Esse evento ficou 
conhecido como a Revolução de 1930. 
 
APOIO A PRESIDÊNCIA 
• Após a presidência, Washington Luís se 
exilou nos EUA e na Europa, retornando ao 
Brasil em 1947 onde executou trabalhos de 
preservação material, falecendo em 1957. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
ERA VARGAS (1930-1945) 
GOVERNO PROVISÓRIO 
CONCEITO 
• O governo Provisório de Getúlio Vargas se 
inicia com o golpe de Estado, a chamada 
Revolução de 1930, antes da posse de Júlio 
Prestes. Como características, essa fase 
inicial de Vargas tem compromisso o 
enfraquecimento das oligarquias, reformas 
ministeriais e a tentativa de crescimento 
econômico e industrial. 
• Com a ascensão do Governo Provisório, foi 
formado o chamado “gabinete negro”, 
liderado por Getúlio Vargas e formado por 
apoiadores civis e tenentes, ao qual tinha 
por objetivo dar continuidade a Revolução 
de 1930, e estava a frente da própria pasta 
ministerial. 
 
POLÍTICA 
• Já na fase provisória, Getúlio Vargas tomou 
medidas centralizadoras, visando combater o 
poder das oligarquias, por isso, dissolveu o 
Congresso nacional, as Assembleias 
Legislativas Estaduais e nomeou 
interventores militares para os governos dos 
estados. Tais medidas desagradaram os 
grandes proprietários de terras que 
detinham privilégios através da Constituição 
de 1891. 
• Tais medidas tinham também por objetivo 
retardar a elaboração de uma nova 
Constituição, e consequentemente um 
processo eleitoral. Assim, Vargas se 
manteria mais tempo no poder. 
• Durante seu governo, Getúlio Vargas 
também criou o Ministério da Saúde e 
Educação Pública e o Ministério da Indústria, 
Trabalho e Comércio. 
• Devido a grande pressão de setores da 
sociedade para a elaboração de uma nova 
Constituição e o consequente processo 
eleitoral, foi criado um novo Código Eleitoral 
em Fevereiro de 1932, que previa a criação 
da Justiça Eleitoral, o voto secreto, a 
obrigatoriedade do voto para maiores de 21 
anos de idade e o direito ao voto das 
mulheres, que é uma conquista das 
mulheres ao longo dos anos. 
ECONOMIA 
• Em Dezembro de 1930, Vargas assinou o 
decreto n° 19.482 que restringia a entrada 
de imigrantes no país para combater o 
desemprego. O decreto também 
acompanhou a “lei dos 2/3” que obrigava 
com que as empresas tivesses 2/3 de 
trabalhadores brasileiros em seu quadro de 
funcionários. 
• Em 1931 foi regulamentada a formação de 
sindicatos patronais e operários pelo 
Ministério da indústria, Trabalho e Comércio. 
• Devido a Crise iniciada em 1929, em Julho 
de 1931 foi iniciada a queima de cerca de 80 
milhões de sacas de café, principalmente na 
região do porto de Santos, tendo como 
objetivo eliminar estoques para promover a 
alta dos preços no mercado internacional. 
Porém, tal medida agravou o problema, pois 
a produção não parou de crescer e a 
dívidas dos cafeicultores só aumentaram. 
 
 
27 
 
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 
• De 9 de Julho de 1932 a 2 de outubro 
daquele mesmo ano, eclodiu em São Paulo 
a Revolução Constitucionalista de 1932. Os 
paulistas acusavam Getúlio Vargas de ser 
um ditador por aplicar o golpe de Estado 
em 1932, por nomear interventores paulistas 
para os governos estaduais e por retardar a 
elaboração de uma nova Constituição. 
• O movimento teve o seu estopim após a 
morte de quatro estudantes por partidários 
de Vargas, sendo eles, Miragaia, Martins, 
Dráusio e Camargo. Assim, o movimento foi 
intitulado de MMDC. 
• O movimento tomou as ruas da capital do 
estado e do interior, chegando a divisa com 
Minas Gerais, estado que apoiara Vargas 
desde 1929. Enfim, no dia 2 de Outubro, os 
Constitucionalistas foram derrotados 
militarmente, mas houve a conciliação com 
o governo, com a nomeação do médico 
Ademar Pereira Barros, ex-combatente 
paulista para o cargo de interventor. 
 
CONSTITUIÇÃO DE 1932 
• Em Maio de 1933 foram realizadas eleições 
para a formação da Assembleia Nacional 
Constituinte, que foi instalada em Novembro 
daquele mesmo ano e promulgada em 16 
de Julho de 1934. A Constituição recebeu 
críticas de Getúlio, que afirmava ser uma 
carta inflacionária em relação a economia, 
pois previa a nacionalização de bancos e 
minas, o que aumentaria os custos das 
empresas e do Estado. 
• A Constituição estabelecia mandatos 
presidenciais de quatro anos, sem reeleição, 
além da descentralização do poder 
executivo federal, com a garantia de 
autonomia dos estados para as suas próprias 
eleições. 
• No dia 17 de Julho de 1934, Getúlio Vargas 
foi eleito para iniciar seu mandato 
Constitucional através do voto indireto 
(Congresso) com 173 votos contra 59 votos 
de seu opositor Borges de Medeiros. 
GOVERNO CONSTITUCIONAL 
CONCEITO 
• O governo Constitucional 
durou de 20 de Julho de 
1934 até 30 de Setembro 
de 1937, quando Getúlio 
Vargas aplicou um golpe 
de Estado, quando na 
verdade deveria governar 
constitucionalmente até o dia 3 de Maio de 
1938. 
• Esse período foi marcado pelas eleições 
estaduais e pela presença de grupos 
antagônicos e radicais na conjuntura nacional. 
POLÍTICA 
• Em 4 de Abril de 1935 foi criada a lei nª 38, 
denominada de Lei de Segurança Nacional, 
que tinha por objetivo definir crimes contra 
a segurança nacional e estabelecer 
punições. Os crimes definidos estavam 
relacionados sobretudo a contribuição de 
organizações com inimigos externos, bem 
como aqueles que promoviam a luta de 
classes contra a ordem vigente. 
• Ainda em 1935 foi criado po programa de 
rádio “Hora Brasil”, que tinha por objetivo 
28 
 
noticiar de forma positiva os feitos do 
governo. 
• Em agosto de 1935 foi inaugurada em João 
Monevade-MG a Companhia Siderúrgica 
BelgoMineira, que surgiu da aquisição da 
Companhia Siderúrgica Mineira pelo grupo 
belgaluxemburguês ARBED em 1921. Hoje é 
intitulada como AcelorMittal. 
DISPUTA IDEOLÓGICA 
• ANL (Aliança Nacional Libertadora): Foi uma 
frente de esquerda, que continha grupos 
antifascistas, anti-imperialistas, antintegralistas 
e socialistas e comunistas, com a presença 
do PCB (Partido Comunista Brasileiro), 
fundado em 1922 e Luís Carlos Prestes, que 
se encontrava exilado na URSS, sendo 
considerado o presidente de honra da 
organização. 
• A ANL acreditava na luta internacional dos 
trabalhadores, ligados ao interesse da URSS, 
e defendiam a suspenção da dívida externa, 
a nacionalização das empresas privadas e a 
reforma agrária. 
• Intentona Comunista: Em 1935, Luís Carlos 
Prestes chega clandestino ao Brasil com sua 
esposa, a alemã Olga Benário, para iniciar o 
levante comunista. Assim, ocorreram 
levantes em Natal, Recife e no Rio de 
Janeiro, mas a repressão do Estado foi 
forte, calculando por volta de 100 mortos, a 
prisão dos líderes e a deportação de Olga 
Benário para a Alemanha Nazista. 
 
 
 
 
• AIB (Ação Integralista Brasileira): Fundada 
em 1932 pelo escritor e jornalista PlínioSalgado, a AIB tinha inspirações no fascismo 
italiano e no integralismo português, sendo 
conhecidos como “camisas verdes” e 
apelidados pelos opositores de “galinhas 
verdes”. 
• A organização tinha a sua inspiração na 
organização fascista, em busca da ordem e 
do nacionalismo político, com o slogam 
“União de todas as raças e todos os povos”, 
a utilização do sigma como símbolo e a 
palavra de ordem “Anauê”, que do tupi 
siginifica “Irmão”, apesar de alguns 
integrantes terem inspiração antissemita, se 
aproximando dos ideais nazistas. 
• A AIB combatia o Comunismo e o 
Liberalismo, acreditando no Estado forte, 
centralizado e nacional. 
 
PLANO COHEN E O GOLPE DE ESTADO 
• Em 30 de Setembro de 1937, foi 
denunciado um plano secreto comunista de 
golpe de Estado, o chamado plano Cohen, 
que na verdade era falso, elaborado pelo 
capitão do exército e integralista Olímpio 
Mourão Filho. O suposto golpe serviu de 
justificativa para que Getúlio Vargas 
fechasse o Congresso Nacional, cancelasse 
as eleições de 1938 e iniciasse uma ditadura 
civil em prol da segurança nacional. Estava 
assim estabelecido o Estado Novo. 
ESTADO NOVO 
CONCEITO 
• O Estado Novo foi o 
processo ditatorial 
aplicado através do Plano 
Cohen, do capitão 
Integralista Olímpio 
mourão Filho, que foi 
29 
 
utilizado como justificativa para que Getúlio 
Vargas burlasse a Constituição vigente e se 
tornasse ditador. 
• O Estado Novo foi caracterizado pelo 
autoritarismo e a centralização do 
presidente, promovendo ações 
anticomunistas, e uma política nacionalista. 
POLÍTICA 
• Durante o Estado Novo, o Congresso foi 
fechado e os partidos políticos foram 
extintos, demonstrando o caráter 
centralizador da ditadura. No dia 4 de 
Dezembro de 1937 foi realizada uma 
cerimônia cívica no Rio de Janeiro, com a 
queima das bandeiras dos estados, que a 
partir daquele momento eram proibidos de 
manterem seus símbolos e qualquer 
manifestação regional. 
CONSTITUIÇÃO DE 1937 
• No dia 10 de Novembro de 1937, mesma 
data do golpe, foi outorgada a nova Carta 
Constitucional, que tinha como característica 
a concentração de poder, o 
estabelecimento de eleições indiretas com 
mandatos de 6 anos, a pena de morte, a 
nacionalização de recursos naturais e a 
extinção da Justiça Eleitoral e dos partidos 
políticos. 
• A Constituição de 1937 foi apelidada de 
“Polaca”, por ter sido inspirada na 
Constituição também centralizadora da 
Polônia, que era constituída aos moldes 
fascistas. 
DEPARTAMENTO DE 
IMPRENSA E PROPAGANDA 
• Em 1940 foi criado o DIP (Departamento de 
Imprensa e Propaganda), responsável por 
elevar a imagem do presidente como 
grande herói da nação, organizar os 
serviços de turismo interno e externo 
através da propaganda, promover censura a 
meios de comunicação e a manifestações 
artísticas que perturbassem a ordem 
pública, incentivar obras artísticas como 
filmes educativos que valorizem o projeto 
nacional e promover cultos cívicos 
patrióticos. 
 
 
DIREITOS TRABALHISTAS 
• Foi criada em 1939 a Justiça do Trabalho, ao 
qual estabelecia o salário mínimo e a 
proteção aos trabalhadores. 
• Em 1943 foi criada a CLT (Consolidação das 
Leis do Trabalho), que consolidava o salário 
mínimo, mas também estabelecia a jornada 
de 8 horas diárias, a licença maternidade e o 
direito a férias remuneradas. 
• A CLT teve viés ideológico, mesmo sendo 
considerada uma conquista trabalhista, pois 
foi feita por decreto e inspirada na Carta del 
Lavoro, de Benito Mussolini, que garantia 
direitos aos trabalhadores ao mesmo tempo 
que controlava os sindicatos e inibia qualquer 
manifestação opositora ao governo. 
• Os sindicatos aparelhados pelo Estado, 
foram criticados pelos trabalhadores 
opositores, e apelidados de Pelegos, dai o 
conceito de Peleguismo na Era Vargas. 
POLÍTICA EXTERNA 
• O governo Vargas teve boas relações 
internacionais com os países vizinhos da 
América do Sul, intermediando conflitos 
entre a Bolívia e o Paraguai na Guerra do 
30 
 
Chaco (1933-1935). Porém, a mais notável 
ação se dá com as relações com os EUA, 
através da chamada “Política da Boa 
Vizinhança”, proposta pelo presidente norte-
americano Franklin Delano Roosevelt 
durante a Conferência Panamericana no 
Uruguai em 1933. 
• A Política da Boa Vizinhança consistia em 
apoio político dos países da América Latina 
aos EUA, em troca de investimentos para o 
desenvolvimento econômico. 
• Dessa política, surgiram elementos culturais 
importantes, como a homenagem de Walt 
Disney ao Brasil, com a criação de Zé 
Carioca, e o sucesso de Carmem Miranda, 
cantora lusobrasileira, nos EUA. 
 
• No ponto de vista econômico, a Política da 
Boa Vizinhança tinha por objetivo também a 
exploração das riquezas nacionais para 
atender as demandas do mercado dos EUA, 
abalado pela crise de 1929, mas também 
representou no Brasil parte do investimento 
para a CSN (Companhia Siderúrgica 
Nacional), a Companhia Vale do Rio Doce, a 
Fábrica Nacional de Motores e a Hidrelétrica 
do Vale do São Francisco, através de um 
empréstimo de 20 milhões de dólares. 
• No ponto de vista político, representou a 
entrada do Brasil na Segunda Guerra 
Mundial em 1942, ao lado dos Aliados, contra 
o Eixo. 
O BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 
• Inicialmente, até 1939, a Alemanha era uma 
importante parceira comercial brasileira, 
sendo a segunda maior importadora do café 
e do algodão brasileiro, porém, devido aos 
acordos comerciais com os EUA, essa 
relação foi rompida em Fevereiro de 1942, 
quando submarinos alemães torpedearam 
embarcações brasileiras no Oceano 
Atlântico. 
• Em Agosto de 1942 o Brasil declara guerra 
ao Eixo, enviando em Julho de 1944 cerca 
de 25.000 combatentes da FEB (Força 
Expedicionária Brasileira), que havia sido 
criada para esse propósito em 1943 na 
Conferência de Potengi, através do acordo 
entre Getúlio Vargas e Franklin Delano 
Roosevelt. Essa conferência ocorreu a bordo 
do Destroyer Americano no Rio Potengi, no 
Rio Grande do Norte. 
 
• Desse acordo, além da FEB, o Brasil 
também se propôs a retomar a produção 
de borracha da Amazônia, além da 
construção da Base Naval e parnamirim 
Field, abrigando cerca de 10.000 soldados da 
Força Aérea Norte-Americana, em Natal. 
• Ocorreu também pressão popular para a 
entrada do Brasil na guerra, principalmente 
da população do nordeste, que continha os 
portos de onde navios mercantes brasileiros 
partiam para a Europa e eram afundados 
por submarinos alemães. A UNE (União 
Nacional dos Estudantes) também se 
31 
 
manifestou publicamente, pressionando o 
governo a decretar guerra ao Eixo. 
• Devido a declaração de guerra ao Eixo, 
imigrantes alemães, italianos e japoneses 
passaram a ter a vida mais difícil no Brasil, 
novos vistos foram negados, sofriam 
ataques e agressões públicas, além de 
serem proibidos de manter veículos de 
comunicação, como jornais e rádios em 
suas línguas locais. 
• Na questão prática da guerra, os navios 
brasileiros ajudaram a pratulhar a costa 
atlântica, para evitar ataques diretos ao 
continente, além dos soldados da FEB 
enviados a Itália e também o Primeiro Grupo 
de Aviação de Caça, com o slogam “Senta 
a púa”, que foi treinado no Panamá, e 
também se direcionou a Itália para combater 
o nazi-fascismo. 
• Além de contribuir com bombardeios e 
ataques a ferrovias e indústrias, além da 
captura de cerca de 20.000 soldados 
inimigos, a FEB comandou a tomada da 
cidade de Monte Castelo, com soldados 
treinados até mesmo para regiões gélidas e 
montanhosas, com clima desfavorável para 
o contexto dos soldados brasileiros. 
• O saldo do conflito para o Brasil gerou em 
torno de cerca de 500 soldados mortos e 
12.000 feridos, um número baixo, porém, 
proporcional ao contingente enviado. 
FIM DA ERA VARGAS 
• Após da Segunda, as contradições em 
relação ao regime político brasileiro 
potencializaram, pois se tratava

Continue navegando