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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE MARICÁ/RJ
Processo nº ...
RÔMULO, já qualificado nos autos em epígrafe, por intermédio de seu procurador infra-assinado (procuração em anexo), com endereço profissional à Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., Estado ...., vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a decisão de fls. ..., interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581, IV, do Código de Processo Penal.
Nesse sentido, requer-se o recebimento do presente recurso, assim como que seja procedido o juízo de retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. 
Outrossim, caso mantida a decisão, requer-se o encaminhamento do presente recurso, com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça, para o devido processamento e julgamento.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Recorrente: Rômulo
Recorrido: Ministério Público
Processo nº: ...
RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Egrégio Tribunal de Justiça
Colenda Câmara
1. BREVE SÍNTESE FÁTICA:
Inicialmente, é válido ressaltar as circunstâncias fáticas que ensejaram a apresentação do presente Recurso:
O Ministério Público, na data de ..., ofereceu denúncia em face do recorrente, perante o Tribunal do Júri, em razão de, supostamente, este ter incorrido no crime previsto no art. 121, §2º, VI c/c art. 14, II, ambos do Código Penal.
Ocorre que, conforme se infere a partir das provas colacionadas aos autos, o recorrente teria esfaqueado a mão de sua esposa em razão de desentendimentos gerados a partir de mensagem recebida por esta em seu celular, ou seja, em nada se leva a crer que houve risco de vida a recorrente, ante o fato de que a ferida se deu em local que não implicaria graves riscos a vida da mesa.
Em que pese o argumentado, a denúncia foi recebida no dia 24 de janeiro de 2020, sendo o denunciado citado pessoalmente.
Na primeira fase do procedimento do Tribunal do Juri, ocorre audiência no qual todos que se encontravam no local foram inquiridos, com exceção do recorrente que para o ato não foi intimado, situação que não poderia ter ocorrido. Por este motivo, realizou-se novo ato com o fim de ouvir o recorrente, que preferiu se manter silente.
Após todos os atos, apesar de ser nítido que o recorrente nunca pôs em risco a vida de sua esposa, foi o mesmo pronunciado nos termos da denúncia. 
2. DAS RAZÕES:
2.1. DA PRESCRIÇÃO:
O art. 109, inciso I do Código Penal determina que a prescrição, para os crimes em que a pena máxima for superior a 12 (doze anos), se opera decorrido 20 (vinte) anos. Todavia, o art. 115 do mesmo dispositivo legal garante que, se o indiciado for pessoa menor de 21 (vinte e um) anos, a prescrição será reduzida.
Neste aspecto, o recorrente, à época do crime, contava com menos de 21 anos, de modo que perfeitamente aplicável a disposição concernente a redução de metade do tempo necessário a prescrição do crime.
Portanto, reduzindo-se o prazo prescricional do crime imputado ao autor, tem-se que a prescrição ocorreu, uma vez que entre a situação fática e o recebimento da denúncia, transcorreu lapso temporal superior aos dez anos necessários.
Deste modo, requer-se que seja declarada a extinção da punibilidade do recorrente ante a operação da prescrição, fundamentando-se tal pleito naquilo que determina o art. 107, IV do Código Penal.
2.2. DA NULIDADE DA DECISÃO DE PRONÚNCIA:
A partir do que se infere dos autos, o recorrente não esteve presente durante a audiência realizada na primeira fase do procedimento do Tribunal do Juri, uma vez que não teria sido intimado para o ato, de modo que a defesa, em tal situação, manifestou-se pelo inconformismo, porém, não logrou êxito em anular o ato.
Diante disto, mais do que evidente a violação do princípio do contraditório e da ampla defesa, princípios estes que são protegidos constitucionalmente por meio do art. 5º, inciso LV, eis que o recorrente não foi capaz de sequer participar de ato essencial a instrução de seu processo.
Neste passo, pode-se afirmar que deve ser reconhecida a nulidade do ato, pois não poderia a audiência ter ocorrido sem a intimação e, por consequência, presença, do recorrente, uma vez que a ele não foi garantida a possibilidade de apresentar testemunhas ou provas acerca de sua inocência.
Assim, requer-se a declaração de nulidade da decisão de pronúncias, ante a violação flagrante aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
2.3. DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA:
Ressalta-se, mais uma vez, que o recorrente, logo após de ter dado o fatídico golpe de faca na mão de sua esposa, desistiu de continuar com a ação e deixou o local para se acalmar, pois se sensibilizou com o sofrimento da vítima, de modo que evidente que o recorrente desistiu de seguir com qualquer conduta que pudesse colocar em risco a vida de sua esposa.
A partir do que narrado, pode-se afirmar que ocorreu a chamada desistência voluntária e, por consequência, arrependimento eficaz, institutos previstos no art. 15 do CP, eis que o recorrente desistiu de prosseguir com a execução de forma voluntária.
Neste passo, pode-se dizer, a luz deste princípio, que o recorrente deve apenas responder pelos atos definitivamente praticados, de modo que a ele não pode ser imbuído o crime de tentativa de homicídio, porquanto a facada não ter se localizado em parte do corpo que colocasse em risco a vida da vítima, apenas a ele deve ser imputado o crime de lesão corporal de natureza grave, conforme pode ser extraído a partir do próprio exame de corpo de delito colacionado aos autos.
Ante o exposto, caso não seja reconhecida a operação de prescrição no caso em tela, requer-se a desclassificação do crime de homicídio para o crime de lesão corporal grave, com fulcro no art. 129, §1º do CP, de modo que devem ser os atos remetidos ao Juízo competente, nos moldes do art. 419 do CPP.
2.4. DO AFASTAMENTO DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO:
É de suma importância frisar que a qualificadora do feminicídio deve ser afastada no caso em apreço, uma vez que, quando do oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público, não houve tal pedido.
A partir do que se infere dos autos, verifica-se que a qualificadora de feminicídio somente teria sido acrescida no ano de 2015. O crime que foi praticado pelo recorrente ocorreu em 2010, ou seja, cinco anos antes do instituto entrar em vigor, de modo que, mais do que evidente, a impossibilidade de a lei retroagir para prejudicar o réu, fundamentando-se tal argumento a partir do que previsto no art. 5º, XL da CF.
Deste modo, requer-se, de forma subsidiária, caso não acolhida as argumentações anteriores, o afastamento da qualificadora do feminicídio, eis que o crime teria ocorrido anteriormente a instituição, pela Lei nº 13.104/2015.
3. DOS PEDIDOS:
Ante o exposto, requer-se o conhecimento e provimento do presente recurso, com a consequente reforma da decisão proferida pelo juízo de primeiro grau, para o fim de que: 
a) Seja declarada extinta a punibilidade do recorrente, ante a operação da prescrição da pretensão punitiva Estatal, com base no artigo 107, IV, do Código Penal;
b) De forma subsidiária, seja declarada a nulidade da decisão de pronúncia, eis que ocorreu violação ao contraditório e ampla defesa, nos moldes do artigo 5º, LV da Constituição federal/88;
c) Caso não acolhido os pleitos anteriores, seja o crime de tentativa de homicídio desclassificado para Lesão Corporal Grave, prevista no artigo 129, II do Código Penal, com a consequente remessa dos autos ao Juízo Competente, nos moldes do artigo 419, do Código de Processo Penal;
d) Por fim, caso não reconhecido nenhum dos pleitos anteriores, que seja afastada a qualificadora de feminicídio, por força do artigo 5º, XL da Constituição Federal/88.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB

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