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CCJ0006-WL-RA-02-Direito Civil I-Codificação & Pessoa Natural (31-07-2012)

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Turma A – Manhã - 2012.1�� HYPERLINK "http://portal.estacio.br/" \o "Estácio" �� INCLUDEPICTURE "http://portal.estacio.br/img/logo.png" \* MERGEFORMATINET ������Direito Civil I
Profa.: Onélia de Medeiros Pontes�Disciplina:
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	Plano de Aula: DIREITO CIVIL I
DIREITO CIVIL I
Título
DIREITO CIVIL I
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
2
Tema
A PESSOA NATURAL
Objetivos
Discorrer sobre as diversas concepções acerca das diversas pessoas no âmbito das relações jurídicas.
Introduzir o entendimento do conceito, modos de aquisição e perda da personalidade jurídica ou civil.
Apresentar a questão conflituosa a respeito da natureza jurídica do nascituro.
Prover ao aluno os conhecimentos relativos à noção de capacidade civil das pessoas naturais.
Discorrer sobre as diversas limitações à capacidade jurídica plena: incapacidade absoluta, relativa.
Estrutura do Conteúdo
1 A PESSOA NATURAL
1.1 Pessoas reconhecidas pela ordem jurídica: naturais e jurídicas.
1.2 A personalidade jurídica: modos de aquisição e perda.
1.2.1 Docimasia hidrostática de Galeno
1.3 Natureza jurídica do nascituro.
1.3.1 Teorias sobre a natureza jurídica do embrião.
2. CAPACIDADE CIVIL
2.1 Conceito e distinções.
2.2 Capacidade de direito ou gozo, e capacidade de fato ou de exercício da pessoa física.
2.3 A incapacidade e o impedimento.
2.4 Hipóteses legais de incapacidade civil: absoluta e relativa.
2.5 Suprimento e cessação da incapacidade civil.
2.5.1 Tutela e curatela.
2.6 Capacidade negocial e Capacidade especial.
2.7 Assistência e representação.
2.8 Estado civil.
Referências Bibliográficas:
Nome do livro: O Direito Civil à luz do Novo Código - ISBN: EAN-13: 9788530926663
Nome do autor: COSTA, Dilvanir José.
Editora: Rio de Janeiro: Forense
Ano: 2009.
Edição: 3a
Nome do capítulo: Parte Geral - O início e o fim da Pessoa Natural
N. de páginas do capítulo: 7.
PESSOA NATURAL
Iniciaremos demarcando que é o próprio homem, isto é, o ser humano individualmente considerado como sujeito de direitos e obrigações. Vale salientar, que as expressões pessoa física e pessoa natural são sinônimas, apenas com a ressalva que esta (pessoa natural) foi a locução adotada pelo Código Civil brasileiro, enquanto que aquela (pessoa física) foi adotada pelas legislações tributárias. Feita esta ressalva, continuaremos, no sentido de introduzir ao aluno o conceito de que personalidade civil ou Jurídica é a capacidade que as pessoas têm de serem titulares de direitos e obrigações. Personalidade não é um atributo natural, isto é, não está necessariamente vinculado ao ser humano. Se assim fosse, a pessoa jurídica não teria personalidade. Por isso se diz que a personalidade é um atributo jurídico. O início da personalidade civil ocorre a partir do momento em que a pessoa nasce com vida, encerrando-se quando de sua morte. Portanto, enquanto a pessoa viver terá personalidade. É o que o art. 2º do novo Código Civil diz: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Do próprio texto da lei temos então que são dois os requisitos para a caracterização da personalidade da pessoa natural: o nascimento e a vida. Após, abordaremos a questão da natureza jurídica do nascituro e as diversas posições doutrinárias, sobre as quais, seguem algumas sugestões:
O já mencionado art. 2º, em sua parte final, salienta que a lei põe a salvo desde a concepção os direitos do NASCITURO - aquele já concebido, cujo  nascimento já se espera como fato futuro.
Não se trata de uma exceção à regra de que a personalidade só começa com o nascimento com vida. O objetivo do Código é, apenas, resguardar preventivamente os eventuais direitos que possam ser adquiridos, caso o nascituro nasça com vida. Entretanto, se não ocorrer o nascimento com vida, torna-se inoperante a ressalva contida no Código Civil. Portanto, o NASCITURO não é pessoa natural, tem apenas uma proteção jurídica.
Há duas teorias que buscam estabelecer qual o momento em que se inicia a personalidade jurídica: a concepcionista e a natalista. Pela primeira, a personalidade jurídica se iniciaria no momento da concepção, ou seja, quando o espermatozóide se funde ao óvulo (há quem defenda que a aquisição da personalidade ocorra algum tempo depois, contudo).
Pela teoria natalista, a personalidade começa com o nascimento com vida. A maior parte dos civilistas entende ser essa a teoria adotada pelo Código Civil, que preconiza no art. 2º, primeira parte: "a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida". Ou seja, partir deste momento, começa a existência da pessoa natural e esta pode ser titular de direitos e obrigações.
A parte final deste artigo diz que: "mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro". Por essa disposição, alguns autores (como Maria Helena Diniz) diz que o Código Civil adotou a teoria concepcionista. Porém, a doutrina majoritária entende que esta disposição não se refere ao início da personalidade jurídica. Esta só ocorre com o nascimento com vida. Neste caso, a Lei busca proteger um ser que pode vir a se tornar pessoa (se nascer com vida). Tem muita importância no campo do direito sucessório, por exemplo, se o pai da criança falecer enquanto sua esposa está grávida. Se a criança nascer com vida, esta terá direito à sucessão. Caso contrário (se não nascer com vida), opera-se a sucessão normalmente.
Uma implicação importante: se o bebê morrer pouco após o nascimento? Neste caso, a criança fará jus a sucessão e, logo em seguida, também será autora de herança. Situação diferente da que ocorreria se a morte fosse intra-uterina.
Sobre a capacidade jurídica, é uma medida limitadora ou delineadora da possibilidade de adquirir direitos e de contrair obrigações. Capacidade significa a aptidão que a pessoa tem de adquirir e exercer direitos.
A capacidade é a regra, ou seja, pelo código civil toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil; a incapacidade é a exceção, ou seja, são incapazes aqueles discriminados pela legislação (menores de 16 anos, deficientes mentais, etc).
A capacidade divide-se em dois tipos: a) capacidade de direito: em que a pessoa adquire direitos, podendo ou não exercê-los, e b) capacidade de exercício ou de fato: em que a pessoa exerce seu próprio direito. Com isso, podemos concluir que todas as pessoas possuem capacidade de direito, mas nem todas possuem a capacidade de exercício do direito.
Depois de fixados os conceitos sobre capacidade absoluta e relativa, vamos apresentar as seguintes distinções:
Obs.: A incapacidade relativa gera a anulabilidade do ato jurídico.
O falido não é incapaz, apenas lhe são impostas restrições à atividade mercantil.
A condenação criminal não implica capacidade civil. Como pena acessória, pode sofrer o condenado a perda de função pública ou do direito à investidura em função pública; a perda do pátrio poder, da tutela ou da curatela.
 
Assistência
Os assistentes dos incapazes serão:
a) os pais ou tutor – assistem os maiores de 16 e menores de 18 anos.
b) o curador – assiste os pródigos e os que possuem o discernimento reduzido, se maiores de 18 anos.
 
Incapacidade e Impedimento
A incapacidade não se confunde com o impedimento.Neste ocorre a vedação à realização de certos negócios jurídicos, como por exemplo, fazer contratos, adquirir bens etc. Exemplo: a lei proíbe que o leiloeiro e seus prepostos adquiram, ainda que em hasta pública, os bens de cuja venda estejam encarregados.
 
Capacidade negocial e Capacidade especial
Além das capacidades de direito e de fato há ainda as capacidades negocial e especial.
A capacidade negocial é aquela exigida como plus, além da genérica, para a realização de atos jurídicos específicos. Exemplo: exige-se que o outorgante da procuração particular a advogado seja alfabetizado.
A capacidade especial é a exigida para a realização de determinados atos, normalmente fora da esfera do Direito Privado. Exemplo: para votar exige-se que a pessoa tenha 16 anos completos.
Aplicação Prática Teórica
SITES INDICADOS:
Assista ao documentário “Uma História Severina”, de Debora Diniz e Eliane Brum, no Google Vídeo.
Assista ao documentário “Quem são elas?”, de Debora Diniz, no Google Vídeo.
Saiba tudo sobre anencefalia. Faça o download do dossiê Anencefalia: o pensamento brasileiro em sua pluralidade no site da Anis.
CASO CONCRETO:
Capacidade civil da pessoa física.
As irmãs ROSA, VIOLETA e MARGARIDA, respectivamente, com 18, 16 e 14 anos de idade, moram na encantadora cidade de Aracaju, capital do estado de Sergipe e estudam bem pertinho de casa, no COLEGIO ESTADUAL PROF HAMILTON ALVES ROCHA, que fica na Av. Marginal Alves Rocha, no Centro. Vendo aproximar-se o mês de maio e pretendendo recursos para o presente de sua mãe, dona DÁLIA, aceitam a sugestão da irmã mais velha e todas vendem para a OFICINA DO ALCICLEI sua bicicletas. Como podem ser classificados os negócios jurídicos por cada uma das irmãs, tendo por base a capacidade jurídica de cada uma delas? Justifique.
Caso Concreto 2
Capacidade civil da pessoa natural
José e Maria, durante sua relação, afetiva tiveram um filho, Davi, hoje com seis anos de idade. Com o recente fim do relacionamento, Maria procura um advogado para que este ajuíze ação de alimentos em face de José com o escopo de obter pensão alimentícia somente para seu filho David, já que ela possui meios próprios de subsistência. O advogado, então, inicia sua petição da seguinte forma:
“Davi da Silva, relativamente incapaz, assistido por sua mãe Maria da Silva, domiciliado na Rua da Paz, s/n°, vem, por seu advogado ao final subscrito, propor a presente ação de alimentos em face de José da Silva, domiciliado na Rua da Paz, s/n° pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe (...)”.
Após a distribuição (ato de dar entrada) da referida petição inicial, para começar o processo judicial, determina o juiz da vara de família que seja emendada (corrigida) essa petição inicial.
Responda às questões seguintes, JUSTIFICANDO suas respostas.
a) Davi da Silva é incapaz? Em caso positivo, qual a espécie de incapacidade o atinge?
b) O juiz determinou que a petição inicial do advogado fosse emendada, ou seja, corrigida. Que erro cometeu o advogado? Faça a correção necessária.
c) O instituto da incapacidade tem por finalidade punir o incapaz por sua falta de discernimento e pelos prejuízos que pode causar à sociedade em razão dela? Em caso negativo, qual seria então o escopo do instituto?
questão objetiva
Esta questão contém duas afirmações. Assinale o item CORRETO.
I - Ao nascer com vida, adquire-se capacidade de fato.
PORQUE
II - A capacidade de direito somente se adquire com a ocorrência das hipóteses do art. 5º CC, ou seja, quando se pode exercer plenamente o direito.
(A) se as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
(B) se as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
(C) se a primeira é falsa e a segunda é verdadeira.
(D) se a primeira é verdadeira e a segunda é falsa
(E) se as duas são falsas.
==XXX==
Resumo de Aula (Waldeck Lemos)
	
	2ª AULA – Codificação
	
	Codificação
Codificar é organizar sistematicamente os Princípios Jurídicos de modo a estabelecer um todo unitário a determinadas disciplinas do Direito.
A Doutrina diverge sobre as vantagens da Codificação: Alguns grandes juristas como Savigny e Gabba acham que constitui um retrocesso, alegando que o Direito não é estático, e a Codificação impediria sua evolução.
Já os que são favoráveis à Codificação, argumentam que não há esse problema, pois a Lei Codificada pode ser alterada com o passar do tempo. Logo a Codificação é bastante utilizada para Legislações em geral.
OBS: ver obra do jurista Teixeira de Freitas.
Codificação no Brasil
No Brasil Colônia, fomos regidos pelas Ordenações Filipinas e, mesmo após a Independência, essas ordenações ainda vigoraram por algum tempo.
Com a Constituição de 1824, foi determinada a criação do Código Criminal em 1830, e o Código Comercial em 1850.
Quando o Código Civil, foi ele fruto de muitas tentativas e só aconteceu em 1916, vejamos as etapas:
I – Em 1855, Teixeira de Freitas (criador do Código Comercial) foi incumbido da missão de elaborar o Projeto do Código Civil, tendo o jurista antes de efetivar o projeto, feito uma obra, denominada de “Esboços”, para depois (com as devidas alterações) transformá-la em projeto. Devido às críticas e pressões sofridas, desgostou-se e desligou-se da incumbência.
II – Posteriormente, Nabuco de Araújo, Felício dos Santos, Coelho Rodrigues, dentre outros fizeram tentativas de elaboração do projeto, mas não tiveram êxito.
III – Após a Proclamação da República, no governo de Campos Sales, o ministro Epitácio Pessoa convidou Clóvis Bevilaqua, professor da Faculdade de Direito da Recife, para realizar tal trabalho. Após a elaboração do projeto que duros alguns meses, este foi submetido à apreciação das Casas Legislativas por mais de 15 (quinze) anos, sendo alvo de muitas críticas, inclusive de Rui Barbosa, sendo finalmente aprovado em 1917. Surgiu então o 1° Código Civil Brasileiro, o Código Civil de 1916.
Apesar do Código Civil de 1916 ser uma obra extraordinária, foi ficando defasado com o passar do tempo, tendo sido bastante modificado e emendado por Leis Escassas.
Diante disso, surgiram as tentativas de elaboração de propostas para um Novo Código Civil. Vejamos algumas: Nos anos de 1940, a comissão em que participava Orosimbro Nonato, apresentou projeto, mas não logrou sucesso em seu intento. No início de 1960, os professores Orlando Gomes e Caio Márcio também fizeram tentativas, que não prosperaram. Em 1969 Miguel Reale liderou comissão, a qual participava o professor Torquato de Castro, a qual fez anti-projeto, que foi apresentado ao Congresso em 1972. Após algumas alterações, transformou-se em projeto, e só em 2002 foi aprovado, e em janeiro de 2003 entrou em vigor. Surgira assim o 2° Código Civil Brasileiro, o Código Civil de 2002, que é a Lei 10.406/2002.
Princípios Norteadores do Código Civil
Princípio da Eticidade => De acordo com ele, o Código Civil deve se pautar por uma Ética, no sentido de amenizar o Rigorismo Técnico de algumas Instituições de ordem civil, privilegiando o Ser Humano (Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, é o Princípio Constitucional que respalda também as demais disciplinas, inclusive o Direito Civil). Exemplo: o atual Código Civil adequado à Constituição Federal, prevê a total igualdade entre os filhos, no Código Civil também no que concerne aos Contratos, faz-se alusão à boa-fé entre os contratantes, etc...
Princípio da Socialidade => Diferentemente da Constituição Civil de 1916, o atual Código Civil prioriza o Social sobre o interesse Individual. A própria Constituição estabelece a Função Social da Propriedade, em decorrência disso, a Função Social do Contrato.
Princípio da Operabilidade => Também conhecido como Princípio da Simplicidade. O Código Civil atual apresenta seus institutos de modo mais simples, como podemos verificar na Parte Geral, quando se estuda os Institutos da Prescrição e Decadência, onde estão colocados de forma mais acessível ao estudioso do Direito. Este Princípio também faculta ao Juiz uma maior amplitude na interpretação, como por exemplo, quando permite interpretaros Contratos de acordo com os usos e costumes do lugar.
	P/P/Aula
	Ler: O estudo da Pessoa Natural.
==XXX==
Resumo de Aula (Professor - Aula Mais - Estácio)
	
	2ª AULA – O Código Civil Brasileiro
	
	Direito Civil I
Professora Edna Raquel Hogemann
Aula 02
O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO
Em 11 de janeiro de 2003, entrou em vigor o novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 10.01.2002), depois de tramitar por décadas no Congresso Nacional (desde 1968).
Esse novo Código representa a consolidação das mudanças sociais e legislativas surgidas nas últimas nove décadas, incorporando outros novos avanços na técnica jurídica.
A Estrutura do Código Civil
A nova Codificação tem 2.046 artigos, organizados da seguinte maneira:
Parte Geral
I - Das Pessoas
II - Dos Bens
III - Dos Fatos Jurídicos
Parte Especial
Livro I - Do Direito das Obrigações
Livro II - Do Direito de Empresa
Livro III - Do Direito das Coisas
Livro IV - Do Direito de Família
Livro V - Do Direito das Sucessões
Parte Final ou Das Disposições Finais e Transitórias
Três princípios fundamentais do novo Código Civil:
A) ETICIDADE
A Eticidade no Novo Código Civil visa imprimir eficácia e efetividade aos princípios constitucionais da valorização da dignidade humana, da cidadania, da personalidade, da confiança, da probidade, da lealdade, da boa-fé, da honestidade nas relações jurídicas de direito privado.
B) A SOCIALIDADE
Está presente no novo Código a Socialidade em detrimento do caráter individualista do antigo Diploma civilista. Daí o predomínio do social sobre o individual.
Um exemplo interessante neste sentido é o da função social da propriedade.
A Constituição Federal deu uma fisionomia funcional social ao direito de propriedade, que no seu art. 5º, inciso XXII, ao lado de garantir o direito de propriedade, logo em seguida no inciso XXIII.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
o § 1.º do art. 1228 estabelece que "O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas."
Também digno de transcrição o § 2.º: "São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem."
C) OPERABILIDADE
Diversas soluções normativas foram tomadas no sentido de possibilitar uma compreensão maior e mais simplificada para sua interpretação e aplicação pelo operador do Direito. Exemplo disso foram as distinções mais claras entre prescrição e decadência e os casos em que são aplicadas; estabeleceu-se a diferença objetiva entre associação e sociedade, servindo a primeira para indicar as entidades de fins não econômicos, e a última para designar as de objetivos econômicos.
A Constitucionalização do Direito Civil
O Código Civil sempre representou o centro normativo de direito privado, por se preocupar em regular com inteireza e completude as relações entre particulares e a Constituição apenas deveria se preocupar em regular a dinâmica organizacional dos poderes do Estado.
Era essa a lógica do Código Civil de 1916.
Assim, pelo liberalismo econômico, a Constituição exerceria um papel meramente interpretativo, somente podendo ser aplicada diretamente em casos excepcionais de lacunas dos códigos, a quem realmente caberia a missão de regular e equilibrar as relações inter-pessoais.
É exatamente nesta linha que surge a codificação de 1916, sendo fortemente influenciada pelo Código Napoleônico de 1804 e pelo BGB da Alemanha de 1896. Com aspirações de um Jusnaturalismo Racionalista, o Código Civil de 1916 defende os valores do Patrimonialismo e de um excessivo Individualismo inerentes às codificações liberais.
Assim, pelo liberalismo econômico, a Constituição exerceria um papel meramente interpretativo, somente podendo ser aplicada diretamente em casos excepcionais de lacunas dos códigos, a quem realmente caberia a missão de regular e equilibrar as relações inter-pessoais.
Paulo Luiz Netto Lobo afirma:
“O Constitucionalismo e a Codificação (especialmente os códigos civis) são contemporâneos do advento do Estado Liberal e da afirmação do individualismo jurídico. Cada um cumpriu seu papel: um o de limitar profundamente o Estado e o poder político (Constituição), a outra, o de assegurar o mais amplo espaço de autonomia aos indivíduos, nomeadamente no campo econômico (codificação). Os códigos civis tiveram como paradigma o cidadão dotado de patrimônio, vale dizer, o burguês livre do controle ou impedimento público. (...) entenderam o homem comum, deixando a grande maioria fora de seu alcance. (...) a plenitude da pessoa dava-se com o domínio sobre as coisas, com o ser proprietário. Livre é quem pode deter, gozar e dispor de sua propriedade, sem impedimentos, salvo os ditados pela ordem pública e os bons costumes, sem interferência do Estado.” (1999. p.1).
Aos poucos o Código Civil vai perdendo o seu papel de “Constituição” do direito privado. A idéia de código concebido como um sistema fechado foi sendo destruída, surgindo diversas leis especiais e, ao poucos, o Direito Civil foi se fragmentando.
Assim, a Constituição assume um novo papel de regência das relações privadas. A posição hierárquica da Constituição e sua ingerência nas relações econômicas e sociais possibilitam a formação de um novo centro unificador do sistema.
Desta forma, a constitucionalização do Direito privado não significa conferir à constituição a superioridade hierárquica a do ordenamento jurídico, mas, acima disto, dar uma releitura dos velhos institutos e conceitos do âmbito privado, visando à concretização dos valores e preceitos constitucionais.
É importante distinguir, por fim, a Constitucionalização do Direito Civil da publicização do direito privado.
Muitos doutrinadores confundem essas duas situações, mas elas são distintas.
A primeira é a analise do direito privado com base nos fundamentos constitucionalmente estabelecidos. É a aplicação dos mandamentos constitucionais no direito privado.
Já a segunda é o processo de intervenção estatal no direito privado, principalmente mediante a legislação infraconstitucional.
A norma constitucional, apesar da resistência de alguns setores da doutrina, passa a ser diretamente aplicável às relações privadas. Note-se que a Constituição, por ser um sistema de normas, é dotada de coercibilidade e imperatividade, e sendo assim, é perfeitamente suscetível de ser aplicada nas relações de direito privado.
A Constituição de 1988, refletindo as mudanças nas relações familiares deu um novo perfil aos institutos do direito de família. Assim o novo CC teve que adaptar-se aos novos ditames constitucionais aprofundando-os:
União Estável - reconhecida;
Maioridade Civil – aos 18 anos;
Regime de bens – pode ser alterado por acordo entre os cônjuges;
Exames de DNA para comprovação de paternidade – a recusa implica em reconhecimento da filiação;
Filhos nascidos fora do casamento – não há mais distinção entre filhos;
Guarda dos filhos em caso de separação - os filhos podem ficar com o pai ou a mãe;
Sucessão - o cônjuge passa a ser herdeiro necessário.
NÃO ESQUEÇA DE LER PARA A PRÓXIMA AULA E FAÇA OS EXERCÍCIOS NA WEBAULA!
Nome do livro: Curso de Direito Civil Parte Geral Vol.1
Nome do autor: NADER, Paulo.
Editora: Rio de Janeiro: Forense
Edição: 5ª. ed. revisada e atualizada.
Nome do capítulo: Capítulo IX – Pessoa Natural
N. de páginas do capítulo: 17.
==XXX==
MD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0006/Aula-002/WLAJ/DPMD/Direito/Estácio/Período-02/CCJ0006/Aula-002/WLAJ/DP

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