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SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES (SCO) Um Guia Prático para Responder Situações Críticas, Desastres e Crises Defesa Civil do Estado de Santa Catarina Diretoria de Gestão de Educação Defesa Civil do Estado de Santa Catarina Diretoria de Gestão de Educação 1ª Edição 2020 SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES (SCO) Um Guia Prático para Responder Situações Críticas, Desastres e Crises IN ST IT UC IO N A L GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA Carlos Moisés da Silva DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA Chefe da Defesa Civil Aldo Neto DIRETOR DE GESTÃO DE EDUCAÇÃO Alexandre Corrêa Dutra Marcos de Oliveira 1ª Edição Florianópolis Defesa Civil do Estado de Santa Catarina 2020 SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES (SCO) Um Guia Prático para Responder Situações Críticas, Desastres e Crises O RG A N IZ A Ç Ã O Defesa Civil do Estado de Santa Catarina. Oliveira, Marcos de. Sistema de Comando em Operações (SCO): um guia prático para responder situações críticas, desastres e crises. 1ª ed. Florianópolis, 2020. DESIGN INSTRUCIONAL: Maria Hermínia Benincá Schenkel PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Walter Stodieck ILUSTRAÇÃO: Makian Boaventura Soares SU M Á RI O LIÇÃO 01 ............................................................................................................. 13 LIÇÃO 02 ........................................................................................................... 35 LIÇÃO 03 ...........................................................................................................65 LIÇÃO 04 ...........................................................................................................97 LIÇÃO 05 .......................................................................................................... 115 LIÇÃO 06 ..........................................................................................................133 REFERÊNCIAS ................................................................................................157 Este livro contém alguns recursos para facilitar o processo de aprendizagem e aprofundar seu conhecimento. São eles: Questão: quando temos uma pergunta impor- tante sobre o assunto que está sendo tratado. Zoom: toda imagem que apresentar este ícone poderá ser expandida ao clicar nela. Dica: uma informação para complementar o que está sendo visto. Destaque: são informações importantes dentro do texto. Balão: serve para explicar uma palavra ou um conceito. Resumo da Lição: é a síntese da Lição. C O M O U SA R ES TE LI V RO COMO USAR O NOSSO LIVRO LI Ç Ã O 0 4 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao finalizar esta lição, você será capaz de: - Citar as 6 principais instalações predefinidas recomendadas pelo SCO e suas respectivas simbologias; - Citar as 2 principais áreas predefinidas recomendadas pelo SCO e suas respectivas simbologias; - Enumerar e explicar o funcionamento das 3 diferentes zonas de trabalho empregadas pelo SCO para facilitar a divisão da área crítica de uma emergência em campo. INSTALAÇÕES E ÁREAS PREDEFINIDAS DO SCO Ilustração: Makian Boaventura Soares DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 99 INSTALAÇÕES PREDEFINIDAS BÁSICAS DO SCO O uso de instalações predefinidas e padronizadas em suas terminologias é uma das características gerenciais do SCO e representa um instrumento importante para a organização efetiva do espaço físico do cenário de uma situação crítica, crise ou desastre. Instalações são espaços físicos (que podem ser fixos ou móveis), preparados e mobiliados de forma a atender determinadas atividades específicas. O emprego de instalações predefinidas melhora a qualidade das operações e poupa tempo, diminuindo as dificuldades iniciais de organização de uma operação de resposta, em que normalmente imperam o caos e a desordem (CEPED/UFSC, 2010, p.49). As seis principais instalações predefinidas recomendadas pelo SCO são: posto de comando ou PC (local onde são desenvolvidas as atividades de comando da operação), base de apoio (local onde são desenvolvidas as atividades logísticas de limpeza, abastecimento, manutenção, reequipamento), acampamento (local onde são apoiados os recursos humanos da operação – com alojamento, alimen- tação, banho, telefonia, apoio médico e psicológico), centro de informações ao público (local onde são desenvolvidas as atividades de atendimento à mídia em geral), helibases (local onde são desenvolvi- das as atividades de suporte às operações aéreas - estacionamento, abastecimento e manutenção de aeronaves) e helipontos (local destinado ao embarque e desembarque de pessoal e equipamentos em aeronaves - sem estrutura de suporte). As instalações básicas são ativadas pelo comando único ou comando unificado para oferecer apoio e suporte a uma série de propósitos, em função das necessidades, tamanho e complexidade da situação SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES 100 crítica. Com exceção do posto de comando (que deve ser instalado sempre que o SCO foi ativado), somente devem ser ativadas aquelas instalações que realmente se fizerem necessárias, evitando des- perdício de tempo e recursos. Além disso, algumas situações especiais podem exigir a instalação de outras estruturas não incluídas na listagem padrão do SCO. Em atividades de proteção e defesa civil, por exemplo, é comum encontrarmos outras instalações, tais como: pontos ou postos de distribuição de água e alimentos, postos de distribuição de material de limpeza e higiene, instalações para abriga- mento emergencial de populações vulneráveis (abrigos provisórios), etc. (ICS Review Document, 2018, p.7) Imagem 06 - Mapa de uma área de operações devidamente sinalizado com as instala- ções predefinidas pelo SCO e área quente delimitada. H 1 H1 A I PC E B Área Quente Cada uma dessas instala- ções tem uma simbologia própria que é usada para facilitar a identificação e a localização das instala- ções em mapas próprios da operação, normalmente encontrados nos postos de comando. DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 101 Vamos agora explanar mais detalhadamente cada uma das instalações básicas predefinidas em uso no SCO: POSTO DE COMANDO (PC): O posto de comando é o local em campo onde são desenvolvidas as atividades de comando da opera- ção. No PC são realizadas as reuniões de planejamento, são afixados relatórios de situação e de status dos recursos, e normalmente é onde se concentram as atividades de comunicação. Sua instalação é efetivada logo após a ativação do SCO (o PC é a única instalação obrigatória para o emprego do SCO e deverá haver apenas um posto de comando por incidente). O posto de comando pode ser instalado numa barraca, numa edificação já existente, ou mesmo num veículo. Algumas organizações dispõem de veículos especiais tipo ônibus adaptados para atuar como postos de comando móveis, o que nor- malmente facilita a resposta e poupa tempo na operação. A simbologia utilizada para indicar o posto de comando nos mapas é represen- tada por um retângulo de cor laranja com as letras PC em cor preta no centro. PC Seguem algumas dicas importantes que devem ser consideradas na instalação de um posto de coman- do: - Quanto à segurança, o PC deve ser posicionado em campo num local seguro, preferencialmente silen- cioso e protegido das intempéries; - Quanto ao posicionamento, é desejável que o PC permita uma boa visualização da situação crítica, onde as operações de resposta serão realizadas, sem, no entanto, comprometer sua segurança; SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES 102 - Quanto à identificação, é desejável que o PC seja instalado em local visível e de fácil acesso aos inte- grantes da operação; - Quanto à capacidade de ampliação, é importante que o PC possa expandir-se para permitir, se ne- cessário, abrigar mais pessoal e novas funções (não se recomenda sua realocação. Pois isso dificulta ainda mais as funções do comando); - Finalmente, em operaçõesmais prolongadas que exigem vários dias de trabalho continuado, é reco- mendável que o PC tenha acomodações ampliadas para a realização de reuniões, exposição de mapas e relatórios de situação, área de descanso e relaxamento e ambiente próprio para preparação e oferta de água, café e alimentos leves (CEPED/UFSC, 2010, p.50). Observação: Não confunda o Posto de Comando (PC) com um Centro de Operação de Emergência (COE). Eles têm semelhanças, mas são coisas bem diferentes. O COE é uma estrutura física adequadamente preparada que reúne profissionais de várias organizações para responder em conjunto demandas de situações críticas ou crises graves. O objetivo, autoridade e composição das equipes de um COE podem variar consideravelmente, mas, geralmente, as equipes consolidam e trocam informações, apoiam processos decisórios, coordenam recursos de forma integrada e se comunicam com equipes de emergência e autoridades locais e regionais. Diferentemente de um Posto de Comando (PC) que se localiza em campo, próximo do local do inci- dente, atuando num nível operacional com foco na resposta da situação crítica, o Centro de Operação de Emergência trabalha no nível estratégico, com foco numa visão mais ampliada do incidente, sem abordagem operacional. Assim, sua localização normalmente é distante do local do incidente e seu DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 103 ponto focal concentra-se na direção, controle e coordenação das operações de emergência e apoio de necessidades locais. As funções básicas de um Centro de Operações de Emergência normalmente incluem: - Coletar, analisar e compartilhar informações; - Apoiar as necessidades de municípios ou regiões (grupos de municípios) quando os mesmos tem suas capacidades locais de resposta suplantadas pela emergência; - Coordenar atividades de planejamento, estimando perdas e danos e determinando recursos e neces- sidades futuras; - Fornecer coordenação e diretrizes de atuação conjunta. Os Centros de Operação de Emergência podem utilizar a estrutura organizacional padrão do SCO (já bem conhecida) ou alterar o modelo para uma estrutura apenas semelhante, adaptando certas funções e títulos para criar uma organização parecida, mas adaptada para suprir necessidades distintas. Principais diferenças entre um PC e um COE O Posto de Comando... O Centro de Operações de Emergência... trabalha no nível operacional com foco unicamente na resposta da situação crítica trabalha no nível estratégico com foco numa visão mais ampliada do incidente, sem abordagem opera- cional localiza-se próximo do local do incidente não se localiza próximo ao local do incidente é responsável pelo comando, controle e coordenação das atividades operacionais é responsável pela direção, controle e coordenação das operações de emergência, providencia recursos adicionais e diretrizes de ação SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES 104 BASE DE APOIO As bases de apoio são os locais onde são desenvolvidas as atividades logísticas, que incluem o abas- tecimento e a manutenção de veículos, reparo e substituição de equipamentos e materiais, estoque de suprimentos, etc. As bases são instaladas somente em eventos mais complexos e de longa duração que exigem maior aporte logístico. A simbologia utilizada para indicar uma base de apoio é representada por um círculo de cor amarela com a letra B em cor preta no centro. B Seguem algumas dicas importantes que devem ser consideradas na instalação de uma base: - Quanto à segurança, a base deve ser posicionada em um local seguro, na zona fria da operação; - Quanto ao posicionamento, é desejável que a base seja posicionada numa distância equilibrada (nem perto demais, nem longe demais) de forma que sua operacionalização não interfira nos trabalhos da área quente, nem comprometa a mobilidade dos recursos necessários à operação; - Quanto à identificação, é igualmente desejável que a base seja instalada em local de fácil acesso e localização por parte daqueles que necessitem dispor ou requisitar recursos para a operação; - Quanto à capacidade de ampliação, é importante que as bases possam expandir-se e ocupar espaços maiores, quando necessário; - Finalmente, os responsáveis pelas bases devem prever vigilância continuada para proteção e seguran- ça patrimonial dos equipamentos e materiais armazenados (CEPED/UFSC, 2010, p.51). DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 105 ACAMPAMENTO Os acampamentos, também chamados de campos, são locais de apoio para os envolvidos na opera- ção, ou seja, o local onde as pessoas conseguem alojamento, alimentação, serviços sanitários, atendi- mento médico, assistência psicológica, comunicação com suas famílias e organizações de origem, etc. Os acampamentos são instalados somente em eventos mais prolongados ou naquelas situações em que a natureza da emergência exige o deslocamento de recursos operacionais a partir de áreas mais distantes. A simbologia utilizada para indicar um acampamento é representada por um círculo de cor amarela com a letra A em cor preta no centro. A Seguem algumas dicas importantes que devem ser consideradas na instalação de um posto de um acampamento: - Quanto à segurança, o acampamento deve ser posicionado em um local seguro, na zona fria da ope- ração; - Quanto ao posicionamento, é desejável que o acampamento seja posicionado numa distância equi- librada (nem perto demais, nem longe demais) de forma que sua operacionalização não interfira nos trabalhos da área quente, nem exija deslocamentos muito distantes no início e no fim de cada período operacional; - Quanto à identificação, é igualmente desejável que o acampamento seja instalado em local de fácil acesso e localização por parte das equipes que para eles se desloquem ao fim de cada período opera- cional; SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES 106 - Quanto à capacidade de ampliação, é importante que os acampamentos possam expandir-se e ocupar espaços maiores, quando necessário, ou, mesmo, que possam ser posicionados em locais diferentes (é normal em operações maiores a existência de mais de um acampamento); - Finalmente, os responsáveis pelos acampamentos devem prever vigilância continuada para proteção e segurança patrimonial dos equipamentos e materiais da operação, bem como para os bens pessoais das equipes hospedadas (CEPED/UFSC, 2010, p.52). CENTRO DE INFORMAÇÕES AO PÚBLICO Os centros de informação ao público são os locais onde são desenvolvidas as atividades de atendimen- to à mídia tradicional e redes sociais. Esse centro somente é instalado quando a situação crítica gera uma expectativa de presença significativa de profissionais da imprensa e mídia social, ou ainda, nos casos em que existe uma necessidade de produção e disseminação de informações e notícias sobre a operação ou o evento em si. A simbologia utilizada para indicar um centro de informação pública é repre- sentada por um triângulo de cor amarela com a letra I em cor preta no centro. I Seguem algumas dicas importantes que devem ser consideradas na instalação de um centro de infor- mações ao público: - Quanto à segurança, o centro de informações ao público deve ser posicionado em um local seguro, na zona fria (segura) da operação; - Quanto ao posicionamento, é desejável que o centro seja posicionado numa distância equilibrada (nem perto demais, nem longe demais do PC) de forma que o comando e sua equipe de colaborados DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 107 tenham garantida sua privacidade, mas também os jornalistas e repórteres possam ter acesso facilita- do às informações; - Quanto à identificação, é igualmente desejável que o centro seja instalado em local de fácil acesso e localização por parte das equipes de mídia e redes sociais; - Quanto à sua estrutura física, embora em eventos maiores seja desejável o uso de uma edificação adaptada com facilidades (com computadores, Internet, sala de reuniões para entrevistas coletivas, etc.), umcentro de informações ao público pode ser simplesmente um local designado numa edifica- ção ou terreno (desde que devidamente preparado e com um mínimo de facilidades); - Quanto à capacidade de ampliação é importante que os centros de informação ao público possam expandir-se e ocupar espaços maiores, se necessário; - Finalmente, os responsáveis pelos centros de informação ao público devem prever vigilância conti- nuada para proteção e segurança patrimonial dos equipamentos e materiais existentes (CEPED/UFSC, 2010, p.52-53). HELIBASES E HELIPONTOS Helibases são locais onde são desenvolvidas as atividades de suporte às operações aéreas, tais como estacionamento, abastecimento e manutenção de aeronaves. Já os helipontos são locais destinados somente ao pouso, embarque e desembarque de pessoal e equipamentos em aeronaves, sem uma estrutura de suporte específica. As helibases somente são instaladas em eventos mais prolongados ou quando a distância entre o incidente e o aeródromo/heliporto mais próximo for prejudicial para a SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES 108 autonomia e agilidade das operações. Já os helipontos são instalados de acordo com as necessidades operacionais da emergência. A simbologia utilizada para indicar uma helibase é representada por um círculo de cor amarela com a letra H em cor preta no centro. A simbologia utilizada para indicar um heliponto é também representada por um círculo de cor amarela com a letra H acrescida de um numeral indicativo, ambos em cor preta no centro do círculo. H H1 Vale destacar que as helibases e os helipontos adotam normas específicas de segurança em função dos riscos decorrentes das operações aéreas. Os responsáveis pelas helibases devem, no entanto, prever vigilância continuada para proteção e segurança patrimonial das aeronaves, equipamentos e materiais distribuídos, bem como para os bens pessoais das equipes de pilotos e demais envolvidos (CEPED/UFSC, 2010, p.54). ÁREAS PREDEFINIDAS DO SCO O uso de áreas predefinidas e padronizadas em suas terminologias é também uma das características gerenciais do SCO que melhoram a qualidade das operações e poupam tempo, diminuindo as dificulda- des iniciais de organização dos recursos numa operação de resposta. Áreas predefinidas são espaços físicos delimitados no terreno para receber e acomodar recursos ope- racionais ou concentrar vítimas em acidentes massivos. As duas áreas predefinidas em uso no SCO são: área de espera (local onde os recursos operacionais são recepcionados, cadastrados e permanecem disponíveis até seu emprego) e área de concentração DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 109 de vítimas (local onde as vítimas são reunidas, triadas e recebem atendimento inicial até serem trans- portadas para estabelecimentos hospitalares). Essas áreas são sempre ativadas pelo comando único ou comando unificado em função das necessi- dades operacionais ou complexidades típicas dos acidentes envolvendo múltiplas vítimas. ÁREA DE ESPERA A área de espera, também chamada de estacionamento, é o local escolhido e delimitado no terreno para onde são conduzidos os recursos operacionais (viaturas, aeronaves e embarcações com suas equipes e tripulações). Na área de espera os recursos são recepcionados, cadastrados e permanecem disponíveis até seu emprego operativo ou liberação. E A simbologia utilizada para indicar uma área de espera é representada por um círculo de cor amarela com a letra E em cor preta no centro. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE VÍTIMAS A área de concentração de vítimas é o local onde os lesionados são reunidos, triados e recebem atendi- mento inicial até serem transportadas para estabelecimentos hospitalares. Sempre que há um elevado número de vítimas na cena da emergência é quase impossível cuidar de todos ao mesmo tempo, assim um sistema de triagem com emprego de fitas coloridas é usada para auxiliar na identificação das víti- mas e classificação das mesmas de acordo com sua gravidade. De acordo com Bergeron et al (2007, p.528), a triagem pode ser conceituada como “um processo ou método para classificar pessoas feridas de acordo com o tipo de assistência exigida e priorizar os que necessitam cuidados mais imediatos”. A área de concentração de vítimas deve ser instalada logo após identificada a existência de múltiplas vítimas na cena de emergência. Seguem algumas dicas impor- tantes que devem ser conside- radas na instalação de uma área de espera ou estacionamento: - Quanto à segurança, a área de espera deve ser posicionada em um local seguro, na zona fria (segura) da operação; - Quanto ao posicionamento, desde que não comprometa a segurança, é desejável que a área de espera seja posiciona- da o mais próximo do local da emergência em campo, de for- ma a evitar perda de tempo no emprego dos recursos opera- cionais mobilizados e disponí- veis; - Quanto à visualização, é igual- mente desejável que a área de espera seja instalada em lo- cal de fácil acesso, tanto para aqueles que chegam no local da emergência, como também para seu pronto emprego na operação. É fundamental que essa área seja isolada e tenha SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES 110 Seguem algumas dicas importantes que devem ser consideradas na instalação de uma área de con- centração de vítimas: - Quanto à segurança, a área de concentração de vítimas deve ser posicionada em um local seguro, na zona fria (segura) da operação; - Quanto ao posicionamento, desde que não comprometa a segurança, é desejável que a área de con- centração de vítimas seja posicionada o mais próximo do local da emergência, para facilitar a triagem, o tratamento inicial e o transporte das vítimas para unidades hospitalares adequadas; - Quanto à visualização, é igualmente desejável que a área de concentração de vítimas seja instalada em local de fácil acesso e identificação para os integrantes das unidades que prestarão socorro aos vi- timados, bem como para aqueles que atuarem no transporte das vítimas até as unidades hospitalares; - Quanto à capacidade de ampliação, é importante que a área de concentração de vítimas possa expan- dir-se e ocupar ambientes maiores, quando tal situação se fizer necessária; - Quanto à lógica de atendimento, a organização da área de concentração de vítimas deve permitir um fluxo constante e seguro, para as equipes e veículos de emergência responsáveis pela triagem, estabili- zação, tratamento inicial e remoção dos feridos, preferencialmente com acessos e rotas diferenciadas de acesso e saída na ACV; controle de acesso, o que nor- malmente é feito pelo encarre- gado do estacionamento, que usa um colete de identificação de cor laranja; - Quanto à capacidade de am- pliação, é importante que a área de espera possa expandir-se e ocupar ambientes maiores, se necessário; - Em eventos mais prolongados, é recomendável que a área de espera estruture espaços de apoio para descanso e rodízio de pessoal, de forma que não haja prejuízo no cadastro e con- trole de recursos; - Finalmente, os responsáveis pela área de espera devem pre- ver vigilância continuada para proteção e segurança patrimo- nial das viaturas, embarcações, aeronaves e equipamentos/ma- teriais nela abrigados (CEPED/ UFSC, 2010, p.54-56). ACV A simbologia utilizada para indicar uma área de concentração de vítimas é representada por um círculo de cor amarela com as letras ACV em cor preta no centro. DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 111 - Finalmente, os responsáveis pela área de concentração de vítimas devem prever isolamento, identifi- cação e controle de acesso para restringir a entrada de pessoas que não fazem parte das equipes de socorro no local evitando o acesso de parentes das vítimas, curiosos ou pessoas estranhas à operação (CEPED/UFSC, 2010, p.56-57). ZONAS DE TRABALHO RECOMENDADAS PELO SCO O SCO recomenda o emprego de zonas de trabalho para facilitar a divisão da área crítica de acordo com o tipo de emergência,a natureza das tarefas a serem realizadas e o risco presente no cenário em ques- tão. As zonas de trabalho são normalmente divididas em: área quente (local de maior risco com acesso restrito), área morna (local intermediário não totalmente seguro com acesso e circulação igualmente restritos) e área fria (local seguro que abriga as instalações e recursos que darão suporte à operação, tipo PC, base, acampamento, etc.). As zonas de trabalho podem ser delimitadas no terreno com o uso de cones e fitas de demarcação coloridas e, se possível, também mapeadas. Todas essas zonas de trabalho fazem parte do teatro de operações e sua adequada delimitação auxilia as ações de isolamento, controle de acesso e segurança, bem como, no estabelecimento de corredores que servem para melhor controlar a entrada e saída de pessoal, ações de descontaminação, etc. (OLIVEIRA, 2000, p.58). ÁREA QUENTE A área quente é o local onde se produziram mais intensamente os efeitos do fenômeno causador da emergência ou situação crítica. É nessa área que serão desenvolvidas as ações operativas de maior risco e exposição. A área quente é considerada uma zona de exclusão que deve ser delimitada pela chamada linha quente. O principal objetivo de estabelecer uma área quente no espaço das operações SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES 112 é restringir o acesso de pessoas não autorizadas no local e minimizar os riscos de exposição aos res- pondentes, os quais deverão atuar com base em protocolos de segurança e utilizando equipamentos de proteção pessoal adequados ao risco. ÁREA MORNA A área morna é uma localidade intermediária entre a área quente (de maior risco) e a área fria (espaço seguro). Na área morna, o acesso e a circulação são ainda restritos, mas as condições de risco não são tão altas, propiciando um espaço onde os profissionais envolvidos possam repassar orientações, tro- car equipamentos e materiais, fazer verificações de segurança e passar por procedimentos de descon- taminação, ao sair ou antes de entrar propriamente na área quente. Por isso, toda a entrada ou saída de pessoal na área quente deverá ser realizada nesse ponto e sob supervisão de um oficial de segurança. ÁREA FRIA A área fria é uma zona de trabalho que abriga as instalações e os recursos que darão suporte às ativi- dades da operação como um todo. Ela é considerada uma área segura. Apesar da circulação não ser restrita nesta área devem ser estabelecidos procedimentos de segurança para limitar a circulação e o acesso as instalações de apoio da operação, tais como: posto de comando, área de espera, bases de apoio, acampamento, etc. (CEPED/UFSC, 2010, p.58-59). DEFESA CIVIL DO ESTADO DE SANTA CATARINA 113 VOCÊ SABIA? Em Santa Catarina, existe um Centro de Operações de Emergência (COE) estrategicamente posicionado na Sede da Defesa Civil Estadual, o qual funciona 24 horas por dia junto ao Centro Integrado de Gerenciamento de Riscos e Desastres – CIGERD. Ele é chamado de Centro Integrado de Ope- rações (CIOp) e funciona sob a tutela da Gerência de Operações (GEOPE), da Diretoria de Gestão de Desastres (DGDE), da Defesa Civil catarinense. INTRODUÇÃO (CONCEITO, ORIGEM E BENEFÍCIOS DO SISTEMA DE COMANDO EM OPERAÇÕES - SCO) PRINCÍPIOS ORIENTADORES DO CIGERD/DC E AS 14 CARACTERÍSTICAS GERENCIAS DO SCO ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E ELEMENTOS FUNCIONAIS DO SCO INSTALAÇÕES E ÁREAS PREDEFINIDAS DO SCO FORMULÁRIOS PADRONIZADOS SÉRIE 200 DO SCO O SCO NA PRÁTICA LIçÃO 01
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