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Mecanismos de adaptação musculoesquelético ao Exercício Físico Prof. Fabrício Magalhães Título e Layout de Conteúdo com Gráfico Estrutura Corporal Muscular: ➢ Representa 45% da massa corporal adulto jovem; ➢ Responsável por 60 a 95% da captação de glicose sanguínea em resposta à insulina. Papel determinante sobre a saúde metabólica de todo o organismo CONTRAÇÃO LENTA CONTRAÇÃO RÁPIDA (TIPO II) Tipo I IIa IIx IIb Atividade ATPase Vmáx Tensão Específica Densidade Capilar Número de Núcleos Número de Mitocôndrias Sensibilidade à insulina Endurance Metabolismo Predominante Oxidativo Oxidativo/Glicolítico Glicolítico Aumento da Atividade Contrátil/Exercício Impacto do Exercício Físico ❖ Epidemiologicamente ✓ Indivíduos fisicamente ativos reduzem fator de risco para doenças coronarianas ✓ Aprimorar a capacidade de controle da glicose sanguínea até mesmo em indivíduos sensíveis à insulina pela menor elevação da glicemia após a injeção de glicose; ✓ Eficaz na oxidação de ácidos graxos, proporcionando melhora no perfil lipídico sanguíneo; ✓ Transformação de fibras glicolíticas em fibras oxidativas (fibras tipo I e IIa) são mais vascularizadas e sensíveis à insulina, mitocôndrias, GLUT4 e proteínas envolvidas no transporte e oxidação de ácidos graxos; ✓ Modificação no perfil da expressão de proteínas contráteis (miosina de cadeia pesada = proteínas que utilizam de ATP para a contração); Mecanismos de adaptação metabólicos, vasculares e contráteis ❖ Biogênese Mitocondrial A qualidade e a quantidade de mitocôndrias no músculo esquelético são determinantes tanto para o desempenho como para a saúde. A biogênese mitocondrial, caracterizada pelo aumento do volume e pela melhora da função mitocondrial, tem fundamental importância nas adaptações sistêmicas e musculares causadas pela prática regular de exercícios físicos (endurance). A disfunção mitocondrial no músculo, condição em que existe redução no número de mitocôndrias e/ou em que elas operam de forma ineficiente gera-se altos níveis de espécies reativas de oxigênio (radicais livres) MITOCÔNDRIA ❖ DNA mitocondrial qualifica: ✓ 13 proteínas da cadeia de transporte de elétrons; ✓ 22 RNA transportadores e, ✓ 2 RNA ribossômicos. ❖ Genes codificados no DNA ✓ PGC-1-alfa (proteína coativador 1-alfa do receptor proliferador ativado de peroxissomo gama) ➢ Age como cofator de transcrição que interagem diretamente com o DNA tanto nuclear como mitocondrial responsáveis pela formação, manutenção e função mitocondrial. ❖ Fatores de Transcrição ✓ PPAR (Receptores Proliferadores Ativados de Peroxissomo) ✓ ERR alfa (Receptor Associado ao Estrogênio) ✓ TR (Receptor de Tireoide) ✓ NFR1 e NRF2 (Fatores Respiratórios Nucleares 1 e 2) ✓ MEF 2 (Fatores de Estimulação de Miócitos) Todos estes fatores de transcrição estão envolvidos na regulação de genes mitocondriais e ativação. MITOCÔNDRIA Aprimoramento no transporte de glicose ❖ Aumento da capacidade de transporte de glicose e ácido graxo para as fibras musculares, com o treinamento físico. ➢ TRANSPORTE DE GLICOSE Em resposta à insulina, a glicose é transportada para a fibra muscular por transportadores específicos: GLUT-4 GLUT-1 HKII (hexoquinase II) HKI (hexoquinase I) Transportador Fosforilação da glicose GLUT-12 Resposta à insulina [ ] basal de glicose Resposta à insulina Aprimoramento no transporte de glicose Aprimoramento no transporte de glicose O exercício físico é capaz de elevar rapidamente a expressão de GLUT- 4 nos músculos. A regulação da expressão de GLUT-4 depende da ação do fator de transcrição MEF2, uma vez que o mesmo interage fisicamente com outros fatores na região promotora do gene GLUT-4 e estimula a transcrição. GLUT-4 MEF-2 PGC-1 HK II Aprimoramento no transporte de glicose Os transportadores de ácidos graxos se encontram elevados em pessoas obesas e com diabetes melito do tipo 2 e, extrapola a capacidade de oxidação de tais ácidos pelas mitocôndrias. Aprimoramento no transporte de ácido graxo Acúmulo de ácidos graxos de cadeia longa, bem como de alguns produtos do metabolismo lipídico no músculo esquelético, como ceramidas e diglicerídeos, que reduzem a sensibilidade à insulina. Em resposta ao treinamento físico, também há melhora no transporte de ácidos graxos para as fibras, mas isso ocorre em paralelo à elevação na capacidade de oxidação de lipídios, tanto em níveis basais quando durante o exercício. Aprimoramento no transporte de ácido graxo FAT/CD36 PPAR-alfa Fator de transcrição (regulador no fígado) Proteína translocase de ácidos graxos ANGIOGÊNSE O aumento no número de capilares no músculo, desempenha papel importante na melhora do transporte de oxigênio e nutrientes e também a possibilita contato mais rápido entre diversos hormônios, como a insulina, e seus receptores de fibras musculares. O processo de criação ou alongamento de capilares é extremamente importante e pode estar influenciado por vários aspectos: ✓ Fatores de Crescimento; ✓ Hipóxia; ✓ Estresses Mecânicos; ✓ Fluxo sanguíneo (shear stress) Fibras Musculares em Contração ❖ Exercício de Endurance Aumento nos níveis de mRNA do fator de crescimento vascular endotelial A (Vegfa, também referido como VEGF) em fibras musculares. ANGIOGÊNSE Ocorrência em predominância em fibras glicolíticas, por necessitar do aumento de capilarização para se tornarem mais oxidativas e, com isso, melhorarem sua eficiência de utilização de nutrientes e oxigênio em resposta ao treinamento físico. ✓ Fatores Angiogênicos São proteínas que se ligam a receptores na membrana das células e promovem sinais que aumentam a produção de outras proteínas de crescimento, induzidas em resposta ao exercício físico. ➢ FGF-2 (Fibrolastos 2) ➢ TGF-beta-1 (Fator de crescimento transformador-beta-1 ➢ VEGF (Fator de crescimento vascular endotelial A) ANGIOGÊNSE Modificação no perfil de expressão de proteínas contráteis ❖ Tipos de Fibras musculares As proteínas contráteis são classificadas através das diferentes isoformas de miosina (I, IIa, IIx e IIb). ✓ Tanto o aumento da atividade contrátil como sua diminuição influenciam a proporção de expressão dessas isoformas de miosina. O aumento crônico da atividade contrátil causa aumento na porcentagem de fibras musculares expressando fibras do tipo IIa, com características de contração rápida e desenvolvidos metabolismos glicolítico e oxidativo, em detrimento de fibras expressando fibras IIx e IIb, respectivamente, com contração também rápida mas de metabolismo primordialmente glicolítico. Modificação no perfil de expressão de proteínas contráteis ❖ Mecanismo responsável pela transformação no perfil de expressão das proteínas contráteis É ativada com alterações rítmicas na concentração de Ca2+ no sarcoplasma. Calmodulina Proteína fosfatase dependente de Cálcio CnA Calcineurina NFAT Desfosforila e ativa Fator de transcrição nuclear de células T Modificação no perfil de expressão de proteínas contráteis As adaptações na expressão de proteínas contráteis parecem ser dependentes da sinalização iniciada pelas alterações nos níveis sarcoplasmáticos de Ca2+ durante as contrações, a qual culmina com a ativação do meio de sinalização da CnA/NFAT e é independente da ação do PGC-1- alfa. Interação dos mecanismos de adaptação ❖ Fibra muscular em exercício físico ✓ Alteração nas concentrações de cálcio no sarcoplasma; ✓ Aceleração no uso de ATP e de oxidação de substratos; ✓ Redução no pH muscular; ✓ Elevação na produção de radicais livres; ✓ Exposição à ação de hormônios e citocinas presentes na circulação.