Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXAME FÍSICO DO SISTEMA NEUROLÓGICO Equilíbrio estático Para analisar o equilíbrio estático do paciente utiliza a prova de romberg, em que o paciente fica em posição vertical, com os pés juntos olhando para frente por alguns segundos e depois pede para ele fechar os olhos por alguns segundos. Se há tendência a queda, pálpebras cerradas, oscilações no corpo o resultado é positivo. Equilíbrio dinâmico ou marcha Todo distúrbio de marcha, uni ou bilateral, é chamado de disbasia. Os mais comuns são: - Marcha ceifante ou hemiplégica: Membro superior fletido, mão fechada, em leve pronação, o membro inferior do mesmo lado é espástico, não flexiona o joelho, a perna arrasta pelo chão, em semicírculo, quando troca o passo. Comum em AVC; - Marcha anserina ou do pato: Lordose lombar, inclinando o corpo para direita e para esquerda, isso quer dizer a diminuição de força dos músculos pélvicos e coxas; - Marcha parkinsoniana: Paciente anda como um bloco, com o corpo enrijecido, os braços não acompanham o andar, e a cabeça fica inclinada para frente. Com passos curtos e rápidos. - Marcha cerebelar ou ebriosa: Caminha em ziguezague como um bêbado, sendo causado por lesão no cerebelo; - Marcha tabética: Olhar fixo no chão, membros inferiores levantados abruptamente, o calcanhar toca o solo de modo pesado, ao ser recolocado no chão, piora com olhos fechados, ou se torna impossível. Aparece na neurosífilis, na mielopatia por deficiência de B12, B6 ou B9, HIV, após bariátrica (deficiência de cobre); - Marcha escarvante: Há paralisia do movimento de flexão dorsal do pé. Ao tentar caminhar toca com a ponta do pé o solo e tropeça, levanta acentuadamente o membro inferior com joelho flexionado, para evitar; - Marcha em tesoura ou espástica: Membros inferiores enrijecidos e espásticos, permanecem semifletidos, os pés arrastam e as pernas se cruzam ao caminhar. Ocorre na paralisia cerebral espástica. Sinais meníngeos As meninges podem ser acometidas por processos irritativos, como na meningite que é uma infecção ou uma hemorragia meníngea ou subaracnóidea, que se exteriorizam por uma síndrome clínica comum. Na hemorragia meníngea, acontece de forma súbito e inesperado. Nas meningites, sendo purulenta os sintomas aparecem rapidamente, e sendo não purulenta aparecem gradativamente. Tríade: hipertensão intracraniana, síndrome radicular (fotofobia, rigidez da nuca, posivitidade nas provas de brudzinski, lasegue e kering,) e síndrome infecciosa. - Prova de brudzinski: Uma mão apoiada no tórax, a outra na região occipital, realiza-se uma flexão forçada da cabeça. É positiva se o paciente flete joelhos, com expressão de dor - Prova de Laségue - Prova de Kerning Realizar extensão da perna, com a coxa fletida em ângulo reto sobre a bacia e a perna sobre a coxa. O paciente sente dor no trajeto do ciático e tenta impedir o movimento. Síndromes de afasias Linguagem Nervos cranianos Nervo Craniano I : Olfatório Pesquisar olfato individualmente em cada narina, de olhos fechados, utilizando substâncias com cheiros específicos e não irritantes como café, canela. Nervo Craniano II : Óptico Analisar acuidade visual; Campo visual; Reflexo fotomotor direto e consensual; Reflexo de acomodação ; Fundo de olho Nervo Craniano III : Oculomotor O examinador pede para o indivíduo levantar a pálpebra, abaixar, levantar e aduzir os olhos. Nervo Craniano IV : Troclear O examinador pede para o indivíduo levantar os olhos, motilidade ocular Nervo Craniano VI : Abducente O examinador pede para o indivíduo abduzir os olhos, mantendo a cabeça em uma direção e olhar de um lado para o outro Nervo Craniano V : Trigêmeo Sensibilidade superficial da face Motricidade na mastigação: morde espátula Reflexos superficiais : Pesquisar sensibilidade da córnea com algodão que toca suave na córnea (reflexo córneo-palpebral) pisca se toca na córnea e não pisca na esclerótica, com o olhar desviado para o lado. Reflexo profundo: mandibular, O examinador pede para realizar movimentos de elevação, protusão, retrusão, e desvio lateral da mandíbula para testar a função motora. Nervo Craniano VII : Facial O examinador avalia a capacidade de distinguir substâncias palatáveis identificáveis com a porção anterior da língua para testar a sensibilidade do nervo facial (sensibilidade dos 2/3 anteriores da língua); O examinador avalia as mimicas da face pedindo para o paciente elevar, aduzir ou abaixar os supercílios, fechar os olhos com força, dilatar ou contrair o nariz, fechar a boca e fechar e projetar os lábios, sorrir forçado, franzir a testa, encher a bochecha de ar. Nervo Craniano VIII : Vestibulococlear O examinador pergunta queixas auditivas, atrita os dedos perto do ouvido e pergunta se ouve, se ouve diapasão e a vibração, compara audição com examinador, pede para ficar em pé com os olhos fechados e não se apoiar de modo a avaliar o seu equilíbrio. Nervo Craniano IX : Glossofaríngeo O examinador avalia a habilidade de distinguir objetos identificáveis e/ou substâncias com a porção posterior da língua, para testar sensibilidade. E pede – se para deglutir para avaliar a integridade motora. Nervo craniano X : Vago Reflexo nauseoso e elevar o palato, a principal função do nervo vago é a sensação de toque e dor da faringe, laringe e brônquios. O controle muscular autônomo torácico e abdominal. Testa junto o vago e o glossofaríngeo. Nervo craniano XI : Acessório Elevar os ombros contra a resistência. A função primaria é o controle voluntario dos músculos esternocleidomastoideo e trapézio. Nervo craniano XII : Hipoglosso A função primária do nervo hipoglosso é o controle voluntário dos músculos da língua, mexendo a língua para baixo, laterais, fora e para dentro. Motricidade voluntária Motricidade espontânea Pede para o paciente fazer uma série de movimentos, principalmente dos membros, como abrir e fechar a mão, estender e fletir os membros, abduzir e elevar o braço e s mesmos movimentos com os membros inferiores. Observa –se se eles estão sendo realizados em sua total amplitude e depois avaliar o grau de limitação. Afastadas as condições locais extraneurológicas, são representadas por lesão dos neurônios motores e/ou de suas vias. Força muscular O paciente realiza os mesmos movimentos do exame de motricidade espontânea, mas com oposição aplicada pelo examinador. Rotineiramente, não havendo indícios de doença que justifiquem exame específico de determinados segmentos, este é o realizado de modo global. Nos casos de discreta e duvidosa deficiência motora realizam – se as denominadas provas deficitárias de barré, mingazzini e dos braços estendidos. Coordenação Coordenação adequada traduz o bom funcionamento de pelo menos dois segmentos do SN: o cerebelo e a sensibilidade proprioceptiva. A perda de coordenação é chamada de ataxia, que pode ser de três tipos: cerebelar, sensitiva e mista. O exame de coordenação é feita por algumas provas, mas as principais são: Prova dedo indicador – nariz Sentado ou de pé, com o membro superior estendido lateralmente, tocar a ponta do nariz com o indicador inicialmente de olhos abertos e depois fechados, repetidas vezes, pode ser dedo- nariz- dedo do examinador. A dismetria (hiper, hipometria) é quando não consegue alcançar o alvo com precisão. Prova calcanhar – joelho Em decúbito dorsal, tocar o joelho oposto com o calcanhar examinado. Pode deslizar o calcanhar pela tíbia após tocar o joelho. Evidenciar tremores, decomposição dos movimentos e dismetria nos cerebelopatas, erros na direção e na execução nos vestibulopatas. Prova de movimentos alternados Avalia também a diadococinesia (capacidade de fazer movimentos sucessivos e alternados). Apoiando as mãos realiza movimentos de supinação e pronação do punho, batendoo dorso e as palmas alternadamente. Os déficits são disdiadococinesias por lesão cerebelar. Prova do rechaço – Stewart – holmes Paciente sentado flete antebraço contra resistência oposta do examinador, que a relaxa bruscamente. O paciente não consegue frear o movimento do antebraço, que se choca com ele, em lesão cerebelar. Reflexos Reflexos superficiais Estimulação de regiões cutâneas ou mucosas, provocando contração muscular - Cutâneo – plantar Com o paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores estendidos, o examinador estimula superficialmente a região plantar, próxima a borda lateral e no sentido posteroanterior fazendo um leve semicírculo na parte mais anterior. Chamado de sinal de babinsk - Cutâneo – abdominal Em decúbito dorsal, estimula – se no sentido latero – medial a região abdominal e há desvio de cicatriz umbilical para o lado estimulado. Depende dos nervos torácicos. Reflexos profundos Arreflexia (0) são encontradas comumente em lesões que interrompem o arco reflexo como poliomielite, polineuropatia periférica. Hiper – reflexia (4) são encontradas nas lesões de via piramidal como AVC, tumor, doença desmielinizante ou traumatismo. Em pacientes com lesão do cerebelo é comum a resposta em pêndulo do reflexo patelar, por consequência da hipotonia. Importante analisar a simetria. (ver vídeos) Para facilitar a obtenção do reflexo patelar, utiliza a manobra jendrassik Sensibilidade Para a máxima precisão do exame é preciso: ambiente silencioso, temperatura agradável, roupas sumárias ou paciente despido, dar explicações sobre o exame, manter paciente com olhos fechados, evitar sugerir o local e o material que está utilizando no estímulo. Comparar áreas homólogas e vários locais do corpo. Indagar se está sentindo alguma coisa, o quê e em qual parte do corpo? Sensibilidade tátil – usa chumaço de algodão (hipoestesia, hiperestesia, anestesia) Sensibilidade térmica – Usa tubos de ensaio com água quente e gelada. Diminuída, abolida ou ausente Sensibilidade dolorosa – estilete rombo para não ferir. Não usar agulha. Diminuída, abolida ou ausente Sensibilidade profunda – vibratória (palestesia): pesquisa com diapasão de 128vibações/seg. colocado em saliências ósseas. Sensibilidade cinético-postural – desloca um segmento do corpo (hálux, polegar, pé, mão) em várias direções, fixa numa posição que deverá ser reconhecida pelo paciente. Sensibilidade a pressão (barestesia) – compressão digital em qualquer parte do corpo. Estereognosia – coloca objeto na mão, sem auxílio da visão e o paciente tenta reconhecer o que é (chave, botão, grampo).
Compartilhar