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Exame físico do sistema neurológico

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1 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
EXAME NEUROLÓGICO 
 
• EXAME DO SISTEMA MOTOR 
❖ Trofismo: Aspecto/inspeção da musculatura. Observar se há simetria nos membros, se existe 
alguma área de atrofia; 
❖ Tônus: Pegar o braço e movimentar para sentir o tônus (estado de tensão constante). Faz a 
movimentação passiva dos membros para analisar o tônus. Deixar o paciente solto e tentar avaliar a 
movimentação na amplitude das articulações, mexer bem o braço, pulso, ombro, cotovelo. Em 
seguida, vai imediatamente para o outro lado fazer a mesma coisa para ter um parâmetro de 
comparação. Fazer o mesmo nas pernas, nos dois lados. Sacudir os membros para observar se é o 
mesmo grau de resistência. 
❖ Força – contra resistência (oferecendo resistência ao movimento e ele vai fazendo força contra): 
Pedir para o paciente fazer abdução do braço contra a minha mão, flexão dos braços e tento abrir. 
Punhos para baixo, pedir para dobrar para cima. 
Abrir os dedos, tentar fechar. 
Dar dois dedos e pedir para ele apertar os dois dedos com força. 
Membros inferiores: pedir para empurrar a mão com o joelho – empurrar a perna para frente, puxar 
a perna para trás. 
Dobrar o pé para cima, empurrar o pé para baixo. 
Tentar fazer a abdução das pernas e adução. 
❖ Força – manobras deficitárias: 
Prova de Mingazzini: manter as pernas fletidas em 45º durante 30 segundos. 
Prova dos braços estendidos: o paciente deve fechar os olhos e manter os braços estendidos com as 
palmas das mãos abertas, por 1 minuto. Observar se existe queda de um dos braços, proximal 
(ombro) ou distal (mão). 
 
 
• EXAME DE COORDENAÇÃO 
Pedir para o paciente fazer o teste do índex-nariz com olhos abertos e depois fechados; 
Pedir para tocar no nariz dele e no dedo do examinador – índex-nariz-índex (mudar dedo de posição); 
Coordenação do membro inferior: pedir para o paciente bater a palma da mão de cima para baixo 
simultaneamente, no ar ou em cima da coxa. 
 
 
• REFLEXOS 
Testes dos reflexos miotáticos profundos: o paciente muito nervoso pode não ter reflexos, então, 
faz-se a manobra facilitadora – fazer com que o paciente puxe uma mão contra a outra e se concentre 
nesse movimento, para desviar a atenção dele. 
❖ Reflexo bicciptal: palpar o tendão do bíceps, colocar o dedo em cima e percutir sobre o dedo. 
❖ Tricciptal: deixar a mão dele no colo, percutir o tendão do tríceps. 
❖ Estiloradial: pronadores, repercutir no tendão para fazer a supinação ou pronação do braço. 
❖ No joelho: reflexo tendão-patelar. 
❖ No pé: bater no tendão de aquiles. 
❖ Prova do Rechaço: avaliação função cerebelar. Pede para o paciente puxar a mão contra ele e 
coloco a minha mão protegendo o rosto dele, solta a mão e o paciente tem o reflexo de levar o braço 
ao rosto, pois não consegue controlar a parada da força. 
 
2 Laís Kist de Almeida – ATM 2024/2 
❖ Reflexos miotáticos profundos clônicos: podem surgir sinais como o clônus (pega o pé do paciente, 
fletir abruptamente e o paciente faz um movimento de extensão e flexão do pé). 
Reflexos superficiais ou exteroceptivos: 
❖ Reflexo cutaneoplantar: passa o martelo de baixo para cima e o paciente faz uma flexão dos dedos 
quando saudável. Se a conexão se perde, o paciente faz a extensão dos dedos (sinal de babinski). 
❖ Reflexos cutâneos-abdominais: passa o martelo e o paciente contrai o abdômen, está ausente em 
algumas pessoas devido à gordura. 
 
 
• EXAME DE MARCHA 
❖ Helicópode, ceifante ou hemiplégica: paciente com lesão de hemisfério cerebral extensa, AVC 
isquêmico. Paciente mantém o membro superior fletido em 90º no cotovelo e em adução, com a 
mão fechada e leve pronação. O membro inferior do mesmo lado é espástico e o joelho não flexiona. 
❖ Anserina ou do pato: doenças musculares e gravidez; perde força proximal, joga o quadril de um 
lado para o outro. O paciente acentua a lordose inclinando o corpo para a esquerda e direita; 
❖ Parkinsoniana: doença de Parkinson; inclina para frente e faz passos curtos. O caminhar é como 
um bloco, enrijecido, passos pequenos e rápidos. A cabeça permanece inclinada para frente (eixo de 
gravidade deslocado); 
❖ Cerebelar ou do ébrio: paciente descoordenado, bêbado. Embriaguez e lesão cerebelar; zig-zag; 
incoordenação de movimentos; 
❖ Tabética: paciente com comprometimento da sensibilidade dos pés, bate no chão para sentir que 
está caminhando. Ao andar, paciente mantém o olhar fixo no chão e membros inferiores são 
levantados abruptamente; perda da sensibilidade proprioceptiva; “marchando”; 
❖ Vestibular: desequilibra sempre para o mesmo lado; lesão vestibular, paciente apresenta 
lateropulsão quando anda, quando tenta se manter em linha reta, é como se fosse empurrado para 
o lado; 
❖ Escavante: paralisia do movimento de flexão dorsal – levanta o membro inferior para não tropeçar; 
dificuldade de dobrar os pés para cima, então arrasta os pés; 
❖ Claudicante: insuficiência arterial periférica e aparelho locomotor; paciente manca para um dos 
lados; 
❖ Em tesoura ou espástica: membros inferiores enrijecidos e espásticos, os pés se arrastam com as 
pernas se cruzando na frente, lembrando uma tesoura; comum na paralisia cerebral; caminha 
cruzando as pernas, pacientes que tem paralisia cerebral; 
❖ Marcha de pequenos passos: arrasta os pés ao caminhar, paralisia pseudobulbar, pode ocorrer, 
normalmente, em idosos; 
 
 
• EXAME DE EQUILÍBRIO 
❖ Prova de Roomberg: coloca o paciente em pé, braços juntos do corpo e pernas juntas sem encostar 
em uma superfície de equilíbrio e pede para ele fechar os olhos (elimina a visão); 
 
 
• EXAMES ADICIONAIS 
❖ Prova de Brudzinski: busca irritação meníngea. Com o paciente deitado, faz a flexão da cabeça do 
paciente e ele traz as pernas ao tronco. Com os braços e pernas esticadas, o profissional de saúde 
 
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deve colocar uma mão no peito e com a outra tentar fletir a cabeça da pessoa em direção ao peito. 
Se ao realizar este movimento, ocorrer a flexão involuntária das pernas e, em alguns casos, dor, pode 
significar que a pessoa tem meningite, o que se deve à compressão nervosa causada pela doença. 
❖ Prova de Kernig: traz a perna do paciente fletida e quando tenta estender o paciente sente dor. 
Com a pessoa em decúbito dorsal (deitada de barriga para cima), o profissional de saúde segura a 
coxa do paciente, fletindo-a sobre o quadril e depois esticando-a para cima, enquanto a outra se 
mantém esticada e depois faz o mesmo com a outra perna. Se no movimento em que a perna é 
esticada para cima, ocorrer a flexão involuntária da cabeça ou a pessoa sentir dor ou limitações para 
executar este movimento, pode significar que tem meningite. 
❖ Prova de Laségue: paciente com lesão nas raízes, quando estica a perna, levando estendida, ao 
passar de 45º, tem uma dor na lombar que corre até o calcanhar. Com a pessoa em decúbito dorsal 
e os braços e pernas esticadas, o profissional de saúde realiza a flexão da coxa sobre a bacia. O sinal 
é positivo se a pessoa sentir uma dor na face posterior do membro que está a ser examinado (atrás 
da perna).

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