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CONCEITOS BÁSICOS DE BOAS PRÁTICAS APLICADAS A LABORATÓRIOS CLÍNICOS Em qual nível de biossegurança um laboratório que manipula amostra com SARS-CoV-2 deve estar classificado? “Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.” (AMATO,1995). BIOSSEGURANÇA Utilizar corretamente os equipamentos de proteção individual e coletivos; Levar para o laboratório apenas o essencial; Manter-se atento e evitar distrações durante a realização dos experimentos; Não fumar ou consumir alimentos e bebidas durante sua permanência no laboratório; Não utilizar lentes de contato, acessórios de braço e/ou cabelo solto; Antes de qualquer experimento, ler atentamente os rótulos das substâncias que serão manuseadas a fim de tomar conhecimento de suas propriedades físicas e de sua toxicidade Descartar os resíduos corretamente e nunca na pia ou em lixo comum; Manter as bancadas e local de trabalho sempre organizados e limpos; Não pipetar com a boca; Evitar o uso de barba e proteger os cabelos da chama do bico de Bunsen; É preciso retirar todos os acessórios pessoais (brincos, anéis, relógios, pulseiras) Recomendações básicas para Boas Práticas Laboratoriais Adianta usar luvas de boa qualidade no laboratório clínico e atender ao telefone ou abrir a porta usando as mesmas luvas? http://descarte-de.blogspot.com/p/compra-de-reagentes-e-suprimentos.html EPI Um equipamento adequado de proteção individual ( EPI ) deve ser usado todas as vezes que o trabalho com materiais de risco for realizado Exemplos: Jaleco Óculos de proteção Luvas Máscaras Face shield EPIs MACACÕES E TRAJES Equipamentos destinados a proteger os trabalhadores aos riscos de contaminação. - Chuveiros de descontaminação; - Lava-olhos; - Exaustores ; - Extintores de incêndio; - Filtros; - Cabines de segurança biológica. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA Lava-olhos Devem estar localizados dentro do laboratório e os funcionários treinados para o uso. Deve ser verificado semanalmente para o correto funcionamento. Chuveiro de descontaminação Deve estar montada dentro da área do laboratório em local de fácil acesso por todos os setores. O acionamento deve ser fácil para que funcionários mesmo com os olhos fechados possam acioná-la - Protege operador, produto e meio ambiente; Utilizam fluxo de ar com uma abertura frontal para o acesso á área de trabalho e para introdução e remoção de materiais “Uma cortina de ar impede que as contaminações originadas do ar ambiental tenham acesso à área de trabalho” Cabine de Segurança Biológica Classe II Cabine de Segurança Biológica – Classe II Filtros HEPA (High Efficiency Particulate Air) Feitos de microfibras de papel de vidro; Não passam partículas 0,3 m; Removem contaminantes microscópicos do ar; Cabine de Segurança Biológica Classe III Para trabalhar com agentes de risco da classe 4 Risco Biológico & Biossegurança RISCO BIOLÓGICO Todo o organismo que ao invadirem o organismo humano causam algum tipo de patologia (tuberculose, AIDS, hepatites, tétano, micoses, etc...). Agentes Biológicos: vírus, bactérias, fungos, protozoários, parasitas, etc. Vias de infecção RISCO BIOLÓGICO Os agentes de risco biológico podem ser distribuídos em 4 classes por ordem crescente de risco, segundo os seguintes critérios: patogenicidade; virulência; transmissibilidade; medidas profiláticas; tratamento eficaz; endemicidade. CLASSES RISCO 1 RISCO 2 RISCO 3 RISCO 4 NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA NÍVEL 1: NB 1 NÍVEL 2: NB 2 NÍVEL 3: NB 3 NÍVEL 4: NB 4 RISCO BIOLÓGICO RISCO BIOLÓGICO BARREIRAS DE CONTENÇÃO Barreiras Primárias: equipamentos de segurança. Ex: , EPIs, EPCs Barreiras Secundárias: Desenho arquitetônico - separação da área de risco do acesso público; Sistema de ventilação especializado - incluindo sistema de tratamento do ar; Criação de áreas de acesso controlado; Área para armazenamento temporário e descontaminação dos rejeitos (autoclave); Pias para lavagem de mãos; ATIVIDADE JOGO DO NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA Material consulta: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/classificacaoderiscodosagentesbiologicos.pdf GRUPO DE RISCO 1 Riscos: individual e comunitário baixos Agentes que têm probabilidade nula ou baixa de provocar doenças para o homem e que não constituem risco para o meio ambiente. Ex. Lactobacillus (bactérias ácido láticas) RISCOS BIOLÓGICOS: CLASSIFICAÇÃO Saccharomyces cerevisiae 22 Barreiras primárias: Uso de EPIs e adoção de Boas Práticas Laboratoriais. Nível de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios de ensino básico. Barreira secundária: Não é requerida nenhuma característica de desenho estrutural, além de um bom planejamento espacial e funcional. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) 23 FÁCIL DE LIMPAR E DESCONTAMINAR http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/nb1.html NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) GRUPO DE RISCO 2 Riscos: individual moderado e comunitário limitado # Organismos patogênicos, porém geralmente não apresentam um perigo sério para os indivíduos. Pode provocar infecções, porém já se conhecem medidas profiláticas adequadas com risco de propagação limitado ou reduzido. Exemplo: Chlamydia pneumoniae, C. trachomatis, Neisseria gonorrhoea, Staphylococcus aureus, Treponema pallidum, Taenia saginata, T. solium, Toxoplasma gondii Herpesvirus, todos os tipos, incluindo Citomegalovirus, Herpes simplex 1 e 2, Herpes vírus tipo 6 (HHV6), Herpes vírus tipo 7 (HHV7), Herpes vírus tipo 8 (HHV8), Varicela-Zoster RISCOS BIOLÓGICOS: CLASSIFICAÇÃO 25 IST Agente etiológico: Neisseria gonorrhoea Forma de transmissão: Relações sexuais oral, vaginal e anal e da mãe para o feto (momento do parto). Gonorreia 26 Se aplica aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico. Barreiras primárias: BPL, EPIs e uso de Cabine de segurança biológica II quando for manipular altas concentraçãoes do agente infeccioso e liberem Aerossóis Barreiras secundárias: Separação da áreas públicas, Ventilação direcional. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) 27 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) GRUPO DE RISCO 3 Riscos: individual alto e moderado risco para a comunidade inclui os agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por via respiratória e que causam patologias humanas ou animais potencialmente letais e para as quais existem usualmente medidas de tratamento e/ou de prevenção. Ex. Bacillus anthracis, M. tuberculosis, Clostridium botulinum, Retrovirus. RISCOS BIOLÓGICOS: CLASSIFICAÇÃO 29 Mycobacterium tuberculosis NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Barreiras Primárias Práticas especiais para NB2 mais: Utilização de Cabine de Segurança Biológica Classe II ou III para manipular material infeccioso Uso de equipamentos para proteção respiratória (máscaras com pressão de ar negativa) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Barreiras Secundárias NB1 e NB2, Mais: Prédio separado ou em zona isolada Porta dupla de entrada Portas trancadas Passagem de ar única 10 a 12 trocas de ar/hora NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) http://www.saude.ba.gov.br/2017/05/29/lacen-vai-contar-com-um-laboratorio-de-nivel-biosseguranca-3-nb3/ GRUPO DE RISCO 4 Riscos: individual e comunitário elevados Agentes infecciosos patogênicos que geralmente causam doenças graves, sendo facilmente transmitidas e na maioria dos casos não se conhece tratamento eficaz e as medidas profiláticas não estão bem estabelecidas. Ex. Vírus Ébola, Nairovirus agente de febre hemorrágica (Criméia-Congo), Varíola do camelo (camel-pox) RISCOS BIOLÓGICOS: CLASSIFICAÇÃO 34 ÉBOLA A doença foi “descoberta” no Zaire (atual república democrática do Congo), em 1976, e os sintomas impressionavamtanto quanto a velocidade com que os infectados morriam. Estima-se que a letalidade do vírus do Ebola durante surtos epidêmicos atinja os 90%, ou seja, a cada 10 pessoas infectadas, 9 morrem. Barreiras Primárias NB1, NB2, NB3, mais: Utilização de Cabine de Segurança Biológica Classe II ou III para manipular material infeccioso Uso de macacões trajes de pressão positiva NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) MACACÃO E TRAJE PRESSÃO POSITIVA •Macacão em peça única impermeável, com visor acoplado ao macacão, sistema de sustentação de vida, cujo ar é filtrado, por filtro HEPA e, inclui ainda compressores de respiração de ar, alarme e tanque de ar de emergência. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) 38 (NB4) Barreiras Secundárias NB1, NB2 e NB3, mais: Prédio separado Portas permanentementes fechadas; Ante-Sala de entrada fechada, com pisos, paredes e teto vedados de forma a se obter espaço lacrado; Sistemas altamente aperfeiçoados para suprimento, exaustão de ar, formação de vácuo e descontaminação; Regra de trabalho a dois. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) QUESTÃO 1. O ambiente laboratorial apresenta diversos riscos tanto para os trabalhadores quanto para o ambiente. Dessa forma, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabeleceu normas exigindo a divisão dos riscos em níveis de biossegurança, visando minimizar ou diminuir os acidentes ocasionados por esses riscos. Visando os diferentes níveis de biossegurança marque a alternativa correta: O nível de Biossegurança 4, ou laboratório de contenção máxima, destina-se à manipulação de microrganismos da classe de risco 4, onde há o mais alto nível de contenção, além de representar uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios requerem, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção (instalações, desenho equipamentos de proteção), procedimentos especiais de segurança. O nível de Biossegurança 1, é o nível de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios de ensino básico, onde são manipulados os microrganismos pertencentes a classe de risco 3. Não é requerida nenhuma característica de desenho, além de um bom planejamento espacial e funcional e a adoção de boas práticas laboratoriais. O nível de Biossegurança 2, é o nível de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios de ensino básico, onde são manipulados os microrganismos pertencentes a classe de risco 2. Não é requerida nenhuma característica de desenho, além de um bom planejamento espacial e funcional e a adoção de boas práticas laboratoriais. O nível de Biossegurança 3 diz respeito ao laboratório em contenção, onde são manipulados microrganismos da classe de risco 6. Este nível se aplica aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico, sendo necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras físicas primárias (cabine de segurança biológica e equipamentos de proteção individual) e secundárias (desenho e organização do laboratório). O nível de Biossegurança 3 é destinado ao trabalho com microrganismos da classe de risco 8 ou para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de microrganismos da classe de risco 9. Para este nível de contenção, são requeridos, além das barreiras físicas primárias, desenho e construção laboratoriais especiais. QUESTÃO 2. Os métodos de contenção primária e secundária, são utilizados para garantir a segurança durante a manipulação ou exposição a agentes infecciosos. Dessa forma, a equipe que realiza esse manuseio fica mais protegida. Existem 2 tipos básicos de contenção: a primária e a secundária. Assinale a alternativa que associa corretamente o tipo de contenção de laboratório com seus mecanismos: Primária: protetores faciais, calçados de segurança, chuveiro e lava-olhos. Secundária: pisos e tetos impermeáveis, sistema central de ventilação e antecâmara. Primária: pisos e tetos impermeáveis, protetores auditivos, torneira com acionamento sem uso das mãos. Secundária: luvas, jalecos, cabine de segurança biológica e capela de exaustão química. Primária: protetores respiratórios, protetores auditivos, extintores de incêndio e vedação de janelas. Secundária: protetores respiratórios, sistema central de ventilação, lavatórios para as mãos e extintores de incêndios. Primária: sistema central de ventilação, vedação de janelas, torneira com acionamento sem uso das mãos. Secundária: luvas, jalecos, calçados de segurança, capela de exaustão e extintores de incêndios. Primária: pisos e tetos impermeáveis, protetores auditivos, torneira com acionamento sem uso das mãos. Secundária: protetores respiratórios, protetores auditivos, extintores de incêndio e vedação de janelas. Para saber mais: Atividade verificadora de aprendizagem: Indicar que os alunos assistam o vídeo "NOÇÕES DE NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA", disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bPIcAd3z-pU e realizem uma resenha crítica do vídeo, associando com o foi estudado durante a aula. 12 indispensáveis EPIs e EPCs para laboratório de análises clínicas. Disponível em: https://autolac.com.br/blog/epis-e-epcs-para-laboratorio-de-analisesclinicas/#:~:text=Os%20itens%20obrigat%C3%B3rios%20para%20os,ouvido%20para% 20trabalhos%20muito%20demorados. Quem autorizou a dar todo esse conteúdo? Bibliografia Cardoso, Telma Abdalla de Oliveira. Biossegurança e qualidade dos serviços de saúde. 1. Curitiba: Intersaberes, 2016. Godoi, Luciane de. Normas de segurança em laboratório. 1. Curitiba: Contentus, 2020.
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