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UNIDADE 1 RESPONSABILIDADE, DESENVOLVIMENTO SUST

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UNIDADE 1:
Desenvolvimento Sustentável, Responsabilidade Social e
Sustentabilidade
A noção de desenvolvimento está muitas vezes atrelada ao crescimento
econômico. Entretanto, esse conceito tem mudado bastante nas últimas
décadas, demonstrando um consenso entre a busca pela preservação
ambiental e melhores padrões de vida para a sociedade global. A partir do
estabelecimento de relações entre o crescimento econômico, a exploração
dos recursos naturais, a herança para as futuras gerações, a qualidade de
vida e a distribuição de renda e pobreza, a exclusão social e a desigualdade
social, busca-se um conceito aproximado para o desenvolvimento sustentável.
FIGURA 1 - Desenvolvimento sustentável3RF.
Dessa forma, estabelecendo a relação com o crescimento econômico entre
países, observou-se, na década de 50, com a crise econômica dos países do
terceiro mundo, que o progresso não era uma virtude natural para todos. Na
década seguinte, a via de desenvolvimento do terceiro mundo foi
impulsionada pela industrialização dos países ocidentais. De certo modo, as
teorias desenvolvimentistas, quer sejam neoliberais ou marxistas, inspiravam-
se nas sociedades ocidentais industrializadas para proporem modelos de
desenvolvimento. As crises ambientais, econômicas e sociais colocaram em
xeque as noções de desenvolvimento e progresso, principalmente pelo seu
caráter eminentemente quantitativo analisado apenas sob o ponto de vista
econômico (ALMEIDA, 1997).
Na década de 1970, já eram formalizadas intenções disseminando a ideia da
sustentabilidade, muito antes do conceito de desenvolvimento sustentável e
sustentabilidade se tornarem conhecidos. O “Ecodesenvolvimento”,
desenvolvido por Ignacy Sachs, refletia uma preocupação com o
desenvolvimento e o papel do homem nesse processo em que o homem é
colocado como protagonista ou vítima. O termo, em si, busca retratar o
desenvolvimento socioeconômico de forma equitativa, incluindo a dimensão
do meio ambiente com reconhecida importância (SACHS,
1994 apud CHACON, 2007).
Ao corroborar com Sachs (1994 apud VEIGA, 2002), alia a cultura a uma
outra dimensão importante e promotora do desenvolvimento. Para ele, não se
podia limitar o desenvolvimento unicamente a aspectos sociais e sua base
econômica, pois se ignoraria questões complexas entre o porvir das
sociedades humanas e a evolução da biosfera:
[...] na realidade, estamos na presença de uma coevolução entre dois
sistemas que se regem por escalas de tempo e escalas espaciais
distintas. A sustentabilidade no tempo das civilizações humanas vai
depender da sua capacidade de se submeter aos preceitos de
prudência ecológica e de fazer um bom uso da natureza. É por isso que
falamos em desenvolvimento sustentável. A rigor, a adjetivação deveria
ser desdobrada em socialmente includente,
ambientalmente sustentável e economicamente sustentado no tempo
(VEIGA, 2002, p. 9-10).
Em 1987, é publicado o “Relatório de Brundtland” intitulado Nosso futuro
comum (Our common future). Esse relatório apontava para a desigualdade
existente entre os países e a pobreza como uma das principais causas dos
problemas ambientais, contribuindo, assim, para disseminar o conceito de
“Desenvolvimento Sustentável”. Nesse contexto, há a introdução da ideia de
que o desenvolvimento econômico da atualidade deveria ser realizado sem
comprometer as necessidades das futuras gerações (CMMAD, 1991).
De acordo com as premissas fundamentais, há o reconhecimento da
“insustentabilidade” e inadequação econômica, social e ambiental,
demonstrada pela finitude dos recursos naturais e das injustiças sociais
provocadas pelo modelo de desenvolvimento vigente na maioria dos países.
Entretanto, muito desses temas continuam sendo negligenciados ou
insuficientemente considerados. Dessa forma, o desenvolvimento sustentável
considera que o crescimento econômico deve ocorrer em harmonia com o
meio ambiente, ao ter em vista que a maioria dos autores demonstram
preocupações com o social e econômico (SOUZA FILHO, 2008).
Para compreender o fenômeno da responsabilidade social, é preciso
compreender as contingências que contribuíram para o seu advento. Uma
delas, como expõe Dupas (1999), foi o contexto de exclusão social e suas
consequências, pois o conceito é, em sua essência, multidimensional, e inclui
a ideia de falta de acesso aos bens e serviços, à segurança, à justiça e à
cidadania. O autor frisa o conceito de exclusão social e a pobreza, sua
consequência, como os principais responsáveis pela não satisfação das
necessidades básicas. A seguir, as suas palavras nos soam bem recentes.
Um pouco mais de uma década, o quadro nos parece bem pior quanto ao
desemprego estrutural, principalmente nos países europeus.
A exclusão social apareceu na Europa na esteira do crescimento dos
sem teto e da pobreza urbana, da falta de perspectiva urbana, da falta
de perspectiva decorrente do desemprego de longo prazo, da falta de
acesso a emprego e rendas por parte das minorias étnicas e imigrantes,
da natureza crescentemente precária dos empregos disponíveis e da
dificuldade que os jovens passaram a ter para ingressar no mercado de
trabalho (DUPAS, 1999, p. 19).
Como é possível perceber até o momento, a discussão sobre
desenvolvimento sustentável está polarizada em duas grandes concepções:
o ambiental e o social. De acordo com Almeida (1997), incorpora-se, desse
modo, a “natureza” à cadeia de produção (a natureza como um bem de
capital) e, de outro lado, uma ideia que tenta quebrar a hegemonia do
discurso econômico, indo para além de uma visão instrumental e restrita que
a economia impõe a ideia.
Para Veiga (2002), o maior desafio é iniciar a construção de uma
prosperidade multiplicadora de novos empreendimentos que,
simultaneamente, passe a conservar a estabilidade e coloque fim às práticas
de exploração predatória dos imensos recursos naturais. Isso exigiria um
amplo rearranjo institucional. Esse processo é difícil e lento devido à inércia
imposta por fortes interesses cristalizados. Conforme elucida Souza Filho
(2008), os países desenvolvidos deveriam priorizar políticas, como a
reciclagem, o uso eficiente de energia, a conservação, a recuperação das
áreas degradadas, bem como perseguir maior equidade, justiça, respeito às
leis, redistribuição e criação de riqueza.
A partir da constatação de que o desenvolvimento sustentável serviria para
discutir a permanência ou durabilidade da estrutura de funcionamento do
processo produtivo, atendendo às necessidades da geração presente, sem
impedir que as gerações futuras também o façam, vê-se o conceito de
desenvolvimento sustentável sendo disseminado em todo o mundo. Nesse
sentido, o ato de envolver as organizações como parte desse processo, haja
vista as atividades que lhe são inerentes ao processo produtivo, confronta a
inter-relação entre o movimento do desenvolvimento sustentável e o da
responsabilidade social, confluindo em sustentabilidade.
Todos aqueles que possam vir a fazer parte desse processo, promotores e
coadjuvantes no Desenvolvimento Sustentável, são convidados à discussão.
Importantes eventos de caráter mundial, como a Conferência do
Desenvolvimento Sustentável que ocorreu no Brasil em 2012 – RIO+20 –,
trouxeram importantes discussões sobre os aspectos culturais e étnico-
raciais. As práticas das culturas afrodescendentes e africanas e a justiça
ambiental foram apresentadas no Seminário Quilombos, Terreiros e
Juventudes, com importantes personalidades brasileiras e mundiais.
Todos os países, pessoas e organizações são chamados, também, a se
incluírem na gestão, estratégias e ações que colaborem com os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável (ODS), os quais são, ao todo, 17, com 169
metas. Vejamos a seguir.
 Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em
todos os lugares.
 Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e
melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
 Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar
para todos, em todas as idades.
 Objetivo 4. Assegurara educação inclusiva, equitativa e de
qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo
da vida para todos.
 Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as
mulheres e meninas.
 Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da
água e saneamento para todos.
 Objetivo 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a
preço acessível à energia para todos.
 Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado,
inclusivo e sustentável, emprego pleno, produtivo e trabalho
decente para todos.
 Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a
industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação.
 Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles.
 Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos
inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
 Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo
sustentáveis.
 Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do
clima e seus impactos (*) Reconhecendo que a Convenção
Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC] é
o fórum internacional intergovernamental primário para negociar a
resposta global à mudança do clima.
 Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos
mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento
sustentável.
 Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos
ecossistemas terrestres, gerir, de forma sustentável, as florestas,
combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra
e deter a perda de biodiversidade.
 Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o
desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para
todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas
em todos os níveis.
 Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a
parceria global para o desenvolvimento sustentável (CONHEÇA…,
2015, on-line).
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), essa agenda
Universal, elaborada em 2015, visa a transformar o mundo até 2030, ou seja,
nos próximos 15 anos, busca-se concretizar os direitos humanos, alcançar a
igualdade de gênero e empoderamento das mulheres e meninas, erradicar a
pobreza no mundo equilibrada nas três dimensões do Desenvolvimento
Sustentável que conhecemos (CONHEÇA…, 2015). Assim, para cada
objetivo, os governos, empresas e demais organizações terão de traçar
metas e estratégias que envolvam a todos, por meio de relatórios e da
prestação de contas.
A cultura e a diversidade têm relação direta com o processo produtivo: por
um lado, devido ao crescimento dos movimentos em defesa do meio
ambiente em relação ao uso dos recursos naturais e, por outro, como força
produtiva, ou seja, mão de obra nas empresas. A discussão do
desenvolvimento sustentável é para todos os atores da sociedade.
Independentemente das relações étnico-raciais, todos devem estar
envolvidos.
FIGURA 2 - Movimentos em defesa do meio ambiente
Fonte: 3000ad / 123RF.
Face ao crescimento dos movimentos em defesa do meio ambiente e do
consumidor, que estão cada vez mais exigentes em relação à atuação das
organizações, tem-se observado uma preocupação cada vez maior com as
obrigações sociais da empresa. A inter-relação da empresa com o seu
ambiente nunca foi tão intensa como nos dias atuais, principalmente porque
as suas decisões influenciam a prosperidade comunitária e as atividades
nacionais e internacionais. Há três considerações básicas para aumentar o
interesse dos gestores organizacionais, empresários e acionistas no seu
papel social:
1. são forçados a se preocupar, pois a sociedade está mais bem
informada e mais exigente em relação aos seus direitos e da
preservação de leis que assegurem seu bem-estar e sua
sobrevivência;
2. são persuadidos a se tornarem mais atentos, pelo fato de
contribuírem para a formação e desenvolvimento de atitudes e
valores da sociedade;
3. o próprio desenvolvimento de teorias administrativas modernas,
tais como a ecologia de empresas, não pode ficar esquecido, pois,
se não as acompanharem, a sua empresa tende a desaparecer
(KWASNICKA, 2006, p. 324).
Um dos problemas em relação à responsabilidade social é o de definir, com
certo grau de precisão, a real responsabilidade social com que cada uma das
empresas deve arcar, dada a multiplicidade de conceitos acerca do tema. De
maneira bastante sucinta, o Instituto Ethos (2016, on-line) assim define:
A forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da
empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo
estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o
desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos
ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a
diversidade e promovendo a redução de desigualdades sociais.
Da mesma forma, o conceito de sustentabilidade parece não estar
exatamente construído, já que muitos pesquisadores o relacionam ao
Desenvolvimento Sustentável proposto na Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 1992 (RIO,
92), que está relacionado ao desenvolvimento sustentável como: “aquele que
atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
gerações futuras de atenderem as suas próprias necessidades” (CMMAD,
1991, p. 46). Diante do exposto, o conceito de
[...] sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável se popularizou
mundialmente a partir de 1987, quando foi utilizado pela Comissão
Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas,
em seu relatório “Nosso Futuro comum”, também conhecido como
relatório de Brundtland. O relatório dessa comissão vem difundindo,
desde então, o conceito de desenvolvimento sustentado, que passou a
figurar sistematicamente na semântica de linguagem internacional,
servindo como eixo central de pesquisas realizadas por organismos
multilaterais e, até mesmo, por grandes empresas (CLARO; CLARO;
AMÂNCIO, 2008, p. 291).
Conforme expõe Ricardo Young, do Instituto Ethos (2016, on-line), e Barbieri
e Cajazeira (2009, p. 116), “a Responsabilidade Social Empresarial (RSE),
definitivamente, tornou-se uma importante ferramenta para a sustentabilidade
das organizações”.
Dilemas acerca da Responsabilidade Empresarial
As organizações não têm ainda uma postura definida e única sobre a
responsabilidade social. Essas visões contrastantes se resumem a dois
enfoques principais (SILVA, 2005, p. 71):
a) visão clássica: a única responsabilidade é conduzir os negócios
com máximo lucro – o chamado modelo do acionista (visão de Milton
Friedman), que envolve lucros reduzidos da atividade, custos maiores
do negócio, diluição do propósito do negócio e poder demasiado para
os negócios; e
b) visão socioeconômica: assegura que qualquer organização deve
se interessar pelo bem-estar social e não somente pelos lucros
(sustentada por Paul Samuelson) e envolve: lucros de longo prazo e
melhor imagem pública para os negócios, evitar regulamentações
governamentais, já que as organizações têm recursos e obrigação ética
e os negócios devem prover melhores condições para cada um e para
todos.
Um dos grandes dilemas acerca da responsabilidade social se encontra já na
definição do tema. Há diversos conceitos para Responsabilidade Social. Em
estudo recente, Vieira (2007) apresenta alguns dados levantados em
pesquisa bibliográfica, conforme é verificável no quadro a seguir.
CONCEITOS SOBRE RESPONSABILIDADE
SOCIAL Autores/ano
Para uns, é tomada como uma responsabilidade
legal ou obrigação social; para outros, é o
comportamento socialmente responsável em que se
observa a ética; para outros, ainda, não passa de
contribuições de caridade que a empresa deve fazer.
Há, também, os que admitam que a responsabilidade
social seja, exclusivamente, a responsabilidade de
pagar bem aos empregados e dar-lhes bom
tratamento. Logicamente, a responsabilidade social
das empresas é tudo isso, muito embora não se
corresponda apenas a esses itens isoladamente.
Zenisek (1984).
“[...]está ligada a questões e princípios éticos
adotados pela empresa no que diz respeito aos
problemas de ordem social que enfrenta. Surge a
ideia de empresa como elo entre sociedade,
indivíduos e governo, enquanto instrumento capaz
de melhorar a qualidade de vida via desenvolvimento
econômico.”
Richard Eells e Clarence Walton (1984).
“[...] no envolvimento social da empresa, seja com os
empregados, com as pessoas que estão ligadas
tecnicamente à empresa ou à sociedade, a grande
questão é mesmo quanto custa a adoção de
comportamentos socialmente responsáveis e não o
simples fato de adotar tais comportamentos [...]”.
Archie Carrol (1984).
“[...] a obrigação do empresário de adotar práticas,
tomar decisões e acompanhar linhas de ação
desejáveis, segundo os objetivos e valores da
sociedade”.
Howard Bowen (1984).
Quadro 1 - Conceitos sobre Responsabilidade Social
Fonte: Adaptado de Vieira (2007).
A verdade é que as declarações de que a empresa deve dedicar parte de
seus recursos econômicos a ações que beneficiem a sociedade nem sempre
têm sido bem recebidas, de acordo com Montana e Charnov (2006). Para os
autores, há uma divergência quanto ao nível apropriado de ação social da
empresa, bem como se ela tem motivos legítimos para destinar esses
recursos às ações sociais.
Dois importantes autores, Dr. Milton Friedman e o Dr. Keith Davis,
enfrentaram esse dilema, argumentando contra e a favor da responsabilidade
social da empresa. Esses argumentos são apresentados no quadro a seguir.
MILTON FRIEDMAN (1932-) KEITH DAVIS (1918-)
“[...] uma obrigação pessoal de cada um de quando
age em seu próprio interesse, garantir que os direitos
e legítimos interesses dos outros não sejam
prejudicados [...]. O indivíduo, certamente, tem direito
de agir e falar em seu próprio interesse, mas precisa
sempre ter o devido cuidado para que essa liberdade
não impeça os outros de fazerem a mesma coisa”.
Harold Koontz e Cyril O’Donnell (1982).
“[...] responsabilidade social é um comportamento
antimaximização de lucros, assumido para beneficiar
outros de fazerem a mesma coisa”.
Milton Friedman e Theodore Levitt (1958).
“Quando uma nova empresa abre suas portas para a
comunidade, ela também abre a porta para um
conjunto de obrigações que ultrapassam a tarefa de
comprar ou vender, produzir ou distribuir. Junto com
a obrigação de ser uma possibilidade de bom crédito
- pagando suas contas, pagando seus impostos -, ela
assume a obrigação de ser uma boa ‘cidadã’ e uma
boa vizinha [...]. Se um negócio adotar práticas que
estejam contra o interesse público, o público irá
procurar o regulamento para corrigir a prática”.
Lundborg (1950).
Argumentos teóricos contra
1. Essa é a função maior do governo que,
ao vincular a empresa ao governo, criará
uma força poderosa demais na sociedade
e, em última instância, comprometerá o
papel do governo na regulamentação da
empresa.
2. A empresa precisa medir desempenho
e os programas de ação social, muitas
vezes, não conseguem medir índices de
sucesso. Geralmente, há um conflito
inerente entre o modo como a empresa
funciona e o modo como operam os
programas sociais.
3. A função da empresa é maximizar
lucros. Assim, exigir que recursos sejam
destinados a programas de ação social
viola essa meta empresarial, uma vez que
ela reduz os lucros.
4. Não há razão para supor que os
líderes empresariais tenham a capacidade
de determinar o que é de interesse social.
Cientistas sociais e administradores do
governo, muitas vezes, não conseguem
chegar a um acordo sobre metas de
interesse social. Por que supor que os
líderes empresariais possam fazer um
trabalho melhor de definir o interesse
social?
Argumentos teóricos a favor
1. Teoricamente, é de melhor interesse da empresa melhorar as comunidades nas quais estão
inseridas e nas quais fazem negócios. A melhoria dos ambientes comunitários, em última instância,
reverterá em benefício para a empresa.
2. Programas de responsabilidade social ajudam a evitar que pequenos problemas possam se tornar
grandes problemas. Em última análise, isso será benéfico à sociedade e à empresa.
3. Ser socialmente responsável é a coisa ética ou correta a se fazer.
4. Demonstrar sensibilidade a questões sociais ajudará a evitar a intervenção governamental na
empresa.
5. O sistema de valores mais generalizado, a tradição judaico-cristã, incentiva fortemente os atos de
caridade e a preocupação social.
Argumentos práticos contra
1. Os gerentes têm uma responsabilidade
fiduciária (de confiança) para com os
interessados no sentido de maximizar o
valor do patrimônio líquido; utilizar os
recursos financeiros da empresa para
realizar objetivos sociais pode ser uma
violação dessa responsabilidade, portanto é
ilegal.
2. O custo dos programas sociais seria
um ônus para a empresa e teria de ser
repassado aos consumidores na forma de
aumento de preços.
3. O público pode querer que o governo
tenha programas sociais, mas há pouco
apoio para a empresa assumir tais
programas.
4. Não há razão para supor que os
líderes empresariais disponham das
habilidades especializadas necessárias
para alcançar as metas de interesse social.
Argumentos práticos a favor
1. Ações que demonstram sensibilidade social, se efetivadas dentro de um modelo econômico
sustentável, podem, de fato, ser lucrativas para a empresa. Novas máquinas de controle de poluição, por
exemplo, podem ser mais eficientes e econômicas.
2. Ser socialmente responsável melhora a imagem de relações públicas da empresa em termos de
cidadania.
3. Se nós mesmos não o fizermos, nem a opinião pública, nem o governo exigirão que o façamos.
4. Ela pode ser boa para os acionistas, já que tais medidas obterão a aprovação pública, levarão a
empresa a ser vista pelos analistas financeiros como menos exposta à crítica social e produzirão um
aumento no preço das ações.
Quadro 2 - Dilemas contra e a favor da responsabilidade social da empresa
Fonte: Adaptado de Montana e Charnov (2006).
Nesse dilema, como podemos observar a partir de Montana e Charnov
(2006), Friedman afirma, categoricamente, que a tarefa principal da empresa
é maximizar o lucro do acionista (proprietário) pelo prudente uso dos recursos
organizacionais, atuando dentro da legalidade. Isso, de certa forma, pode ter
influências pela relação de poder sobre as suas atividades empresariais.
Muitos têm acusado Friedman sobre a sua posição não considerar aqueles
que se encontram em dificuldade econômica e não ter interesse pela justiça
social. Além disso, para Friedman e seus seguidores, bastaria que a empresa
alcançasse o máximo lucro dentro das regras da sociedade e isso, por si só,
já a beneficiaria, principalmente pela geração de novos empregos e
pagamento de altos salários que melhoram a vida de seus trabalhadores,
contribuindo para o bem-estar deles. Assim, a empresa estaria atuando com
eficiência e eficácia sem desviar recursos para as obrigações sociais.
Por outro lado, Keith Davis defende a responsabilidade social e afirma que
ela caminha de mãos dadas com o poder social. Atribui à empresa uma força
poderosa que tem como obrigação assumir a responsabilidade social
correspondente, uma vez que a sociedade a faz prestar contas de tal poder.
Dessa forma, a empresa deve estar aberta à análise dos problemas sociais,
mesmo sendo ela dispendiosa, já que tais custos podem ser legitimados ao
serem repassados, também, aos consumidores na força de preços mais altos.
A empresa tem a perícia necessária e obrigação de ajudar a solucionar os
problemas, mesmo que não esteja diretamente envolvida, pois essa
obrigação é em favor do bem social geral, do qual todos se beneficiarão.
Ambos sustentam, entretanto, que a empresa deve obedecer à lei e realizar
os atos de sensibilidade social que forem exigidos. De acordo com Montana e
Charnov (2006), a sensibilidade social de uma organização é mensurada a
partir da sua sensibilidade às obrigações sociais e pode ser mensurada
mediante a avaliação da eficiência e eficácia com que ela se esforça para
empreender ações que satisfaçam asobrigações sociais.
Como reflexo a esses dilemas de que a organização tem responsabilidade
social porque é conferido o poder econômico e social, as instituições têm
assumido diferentes graus de sensibilidade social (algumas empresas são
mais ou menos envolvidas), conforme se verifica nas abordagens da
obrigação social, da responsabilidade social e da sensibilidade social
(MONTANA; CHARNOV, 2006).
Abordagem da obrigação social: esse grau de envolvimento é menor, de
forma que a empresa busca cumprir apenas com as obrigações legais. Tem
como objetivos principais a maximização dos lucros e o patrimônio dos
acionistas, sendo adeptos de cumprir com as obrigações sociais mínimas
impostas pela legislação. As ideias são muito próximas aos argumentos de
Friedman, de maneira que os gerentes selecionam as ações que melhor
contribuem para o resultado econômico da empresa. Inclusive, as instituições
podem até participar de campanhas de associações comerciais no intuito de
atender à lei ou alterar a legislação e limitar a sua responsabilidade social.
Da mesma forma, as empresas podem até contribuir para a assistência social,
citando-as como boa reputação, com responsabilidades dos indivíduos e não
suas. A obrigação legal ou o benefício próprio é o único determinante da
responsabilidade social – caso contrário, pertence a outros. Os seus gerentes
limitam a reação da empresa a obrigações sociais, mesmo frente às críticas,
porém procuram agir dentro da legalidade em todas as esferas.
Em resumo, as instituições cumprem apenas com as obrigações legais e
dedicam somente os recursos organizacionais necessários para cumprir o
que são também consideradas obrigações sociais, porém sem empreender
esforços voluntários.
Abordagem da responsabilidade social: esse grau de envolvimento, em
relação à sensibilidade social, é intermediário e supõe que a empresa não
possui somente objetivos econômicos, mas também de responsabilidades
sociais. Cumpre com as suas obrigações legais e sociais, mesmo que afete
apenas diretamente a empresa, com base na obediência à lei e no critério do
benefício social.
Contudo, busca-se, ativamente, a aprovação da comunidade, além de
participar de projetos sociais e se dispõe a gastar alguns recursos
organizacionais para a promoção do bem-estar social, embora não se
escolheria nenhuma ação que trouxesse prejuízo econômico para a empresa.
Assim, as instituições desejam ser vistas como boas cidadãs empresariais e
buscam reconhecimento público. Os gerentes cooperam com entidades
sociais municipais na definição das dimensões de problemas sempre
buscando a solução.
Os funcionários também são incentivados a participar, sendo que o
reconhecimento, muitas vezes, será dado à empresa, compensando o
funcionário com fundos da organização. Pratica-se a adaptação reativa, de
maneira a contribuir para providenciar a ação correta de problemas sociais.
Em resumo, as empresas têm responsabilidades econômicas e sociais. As
suas responsabilidades econômicas são maximizadas em forma de lucro e
aumento do patrimônio dos acionistas. As responsabilidades sociais
consistem em lidar com problemas correntes, mas até o ponto que não afete,
negativamente, a empresa. As instituições também agem por meio do
incentivo aos seus funcionários e atuam a partir de adaptação reativa, um
processo de reação aos problemas.
Abordagem da sensibilidade social: essas empresas atuam no grau
máximo de envolvimento e, já que atuam sob essa perspectiva, não têm
somente metas econômicas e sociais, mas também devem antecipar
problemas sociais futuros e agir no presente em resposta a esses transtornos.
Cumprem com as obrigações legais e sociais relativas às tendências e
problemas que estão surgindo, mesmo que afetem apenas indiretamente a
empresa. Primeiramente, antecipam-se e lidam com os problemas. Em
seguida, lidam com os problemas sociais futuros, fazendo uso dos recursos
no presente e levando esse bem-estar para o futuro, o que afeta,
negativamente, a maximização dos lucros do presente.
Acredita-se que a boa cidadania implica assumir um papel proativo,
verdadeiro na sociedade, fazendo uso do poder conferido para a melhoria da
sociedade. Assim, ao final, também produzirá um efeito benéfico para a
empresa. Essas instituições adotam uma postura de adaptação proativa,
antecipando problemas futuros antes que se tornem graves demais, de forma
a apoiar a legislação para que atenda às necessidades sociais previstas.
Geralmente, estão à frente do padrão de desempenhos das demais
empresas, conferindo-lhes uma excelente reputação na sociedade, ao agir,
inclusive, para a intervenção e a regulamentação governamentais.
Em resumo, as empresas não têm somente responsabilidades econômicas e
sociais. Elas se antecipam a problemas sociais, destinando recursos
organizacionais ao tratamento dessas questões por meio de adaptação
preventiva. É uma abordagem muito aberta e admite a responsabilidade dos
gerentes com os proprietários da empresa (acionistas) e a sociedade como
um todo.
Para Silva (2008), as organizações apresentam diferentes graus de
comprometimento, que vão da estratégia obstrucionista, de um lado, seguido
da defensiva e da acomodativa, e a estratégia proativa, do outro.
Estratégia obstrucionista: refere-se àquela organização que evita
responsabilidades sociais e reflete, principalmente, prioridades econômicas,
combatendo as demandas sociais.
Estratégia defensiva: é aquela que protege a organização fazendo o mínimo
legalmente requerido para satisfazer às expectativas sociais.
Estratégia acomodativa: refere-se à organização que aceita as
responsabilidades sociais e tenta satisfazer aos critérios legais econômicos e
éticos, fazendo o mínimo eticamente requerido.
Estratégia proativa: refere-se à organização que preenche todos os critérios
de desempenho social, incluindo o discricionário, ao ter liderança na iniciativa
local. O seu comportamento é preventivo dos impactos sociais adversos de
atividades econômicas da empresa e, algumas vezes, antecipa a
identificação da resposta dos aspectos sociais emergentes.
As estratégias do continuum do grau de comprometimento da organização
para com as responsabilidades sociais são apresentadas na figura a seguir.
FIGURA 3 - Estratégias da responsabilidade social
Fonte: Adaptada de Silva (2008).
Como vimos por meio da figura, algumas empresas negam as suas
responsabilidades mantendo uma estratégia obstrucionista, ou seja, atuam
contra as demandas sociais e se preocupam apenas com as atividades
econômicas. Demonstra-se, assim, um baixo grau de responsabilidade social,
enquanto, no outro extremo, temos organizações que atuam
estrategicamente, de forma proativa, pois corroboram com um alto grau de
comprometimento com a responsabilidade social.
Balanço Social e os Indicadores de Sustentabilidade
Os primeiros discursos no Brasil, em prol da mentalidade empresarial, mais
voltada para o social, foram notados na década de 60, com a publicação da
“Carta de princípios do Dirigente Cristão de empresas”, que, segundo
Moratelli (2005 apud ALLEDI FILHO et al., 2012), tinha o objetivo de discutir o
balanço social das organizações.
Durante as próximas décadas, devido à ascensão da ditadura militar no Brasil,
a sociedade civil estava desarticulada, mas, na década de 80, destaca-se o
trabalho do Instituto IBASE, que visava a valorizar as empresas envolvidas
com a sociedade, incentivando-as a publicarem o Balanço Social. Em 1984, a
Nitrofértil publicou o seu primeiro balanço. Dois anos depois, foi criada a
FIDES – Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social –, que
tinha como meta humanizar as empresas e integrá-las à sociedade, segundo
princípios éticos, elaborando, também, a primeira tentativa de estabelecer
rotina para balanços sociais entre empresas (ALLEDI FILHO et al., 2012).
O balanço social pode ser definido como uma medição comportamental da
empresa, buscando a satisfação dos objetivos sociais que almeja alcançar.
Trata-se de um instrumento estabelecido a partir de indicadores
representativosda situação atual da organização, em termos de sociedade,
ambiente e das condições de trabalho da própria organização. A sua
utilização implica um estágio de reflexão e aceitação por parte do
empresariado. Embora já exista a consciência empresarial da necessidade
de sua utilização, ainda estamos em um estágio de maturação (KWASNICKA,
2006).
Há várias correntes sobre as formas de compor um balanço social. Apesar de
países, como a França e a Alemanha, já se utilizarem desse instrumento de
forma legal, no Brasil, ainda é preciso divulgar os conhecimentos adquiridos a
esse respeito, procurando formar uma consciência empresarial. Para
Kwasnicka (2006, p. 328), “[...] o balanço social representa um instrumento
de gestão, que mede ou informa a situação das empresas, sua evolução, as
distorções eventuais sobre objetivos”. Dentre as formas de compor um
balanço social, citam-se:
1. a concepção de que o documento deveria ser financeiro e
demonstrar as despesas voluntárias incorridas em melhorias de
condições de seu quadro de pessoas e sua posição social;
2. a concepção de que é um instrumento que serve para mensurar o
impacto dos esforços organizacionais sobre o pessoal em termos
de avaliar o grau de satisfação;
3. a concepção do desempenho social das organizações, em que o
balanço seria um demonstrativo, tendo, no passivo, os fatores de
tensão social e, no ativo, os fatores de satisfação social. Ambos
os fatores seriam avaliados por meio de indicadores diretamente
mensuráveis.
Os relatórios de sustentabilidade ou de responsabilidade socioambiental
eram representados, até recentemente, por três gerações de relatórios.
Salienta-se que a quarta geração estava em construção para lançamento, em
2013, pelo GRI (MARQUES, 2012).
Atenção
 1ª Geração: estrutura fragmentada com a integração de indicadores
de forma limitada, não representando uma base em sistemas de gestão
e tecnologia para medição adequada. São apresentadas apenas
informações selecionadas para atender à necessidade de determinado
grupo.
 2ª Geração: a integração entre os indicadores começa a ser
evidenciada de maneira que são priorizados os produtos e os serviços
que se enquadram como modelo sustentável. São relatados os
compromissos no campo ambiental, desenvolvimento social e
econômico, bem como a contribuição da empresa para engajar a cadeia
produtiva.
 3ª Geração: trata-se de uma geração com relatórios mais consistentes,
considerando indicadores, transparência dos resultados, comunicação,
entre outros aspectos. O conceito de desenvolvimento sustentável está
integrado e se apresenta, como base, uma gestão e tecnologia
adequadas e alicerçadas em diálogo com as partes.
 4ª Geração: em maio de 2013, lançado pelo GRI (Global Reporting
Initiative) e com padrões internacionalmente aceitos, sendo o seu
diferencial a regulação dos tópicos relacionados com a sustentabilidade
para as empresas, ao considerarem o seu desempenho, que deverá ser
por meio de consenso das partes interessadas, reflete-se em um
relatório com uma contribuição de forma mais abrangente.
Agora, que tal conhecer alguns modelos de balanços mais utilizados e os
seus indicadores econômicos, sociais e ambientais?
A seguir, os modelos de balanço do IBASE, do GRI, do CEBDS, do Instituto
Ethos e os indicadores relacionados ao mercado financeiro ISE, o DJSI, entre
outros, serão salientados.
Balanço Social IBASE
Criado em 1997 pelo sociólogo Herbert de Souza, o Instituto Brasileiro de
Análises Sociais e Econômicas (IBASE) tem como objetivo demonstrar a
importância e a necessidade da realização do balanço social. Junto com o
relatório e buscando estimular a participação de um número maior de
empresas, o IBASE lançou um selo denominado “Balanço Social
IBASE/Betinho”, a fim de que a empresa demonstrasse a sua atitude cidadã.
Saiba mais!
Modelo IBASE
De acordo com o modelo IBASE apresentado pelo portal IBASE (2018), o
balanço social é composto, basicamente, por 7 indicadores: 1. Base de
cálculo; 2. Indicadores sociais internos; 3. Indicadores sociais externos; 4.
Indicadores ambientais; 5. Indicadores do corpo funcional; 6. Informações
relevantes quanto ao exercício da cidadania empresarial; e 7. Outras
informações.
Conheça o modelo IBASE disponível no
seguinte link: https://ibase.br/pt/balanco-social/
Modelo GRI
O Global Reporting Initiative (GRI, 2019) é uma Organização Não
Governamental (ONG) internacionalmente conhecida. O seu modelo de
elaboração de relatórios de sustentabilidade é aplicável a todos os tipos de
organizações. Foi fundada em 1997 pelo CERES e pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). No relatório de
sustentabilidade, é divulgado o desempenho econômico, social e de
governança da organização, incluindo as questões de gênero. As diretrizes
do GRI e o seu conjunto de protocolos de indicadores se relacionam às
dimensões: econômico, meio ambiente, direitos humanos, práticas
trabalhistas e trabalho decente, responsabilidades pelo produto e sociedade.
Saiba mais!
Modelo GRI-4
Conheça o modelo GRI-4 por meio do Relatório da Empresa EMBRAER
disponível em: https://www.embraer.com/relatorio_anual2016/pt/sumario-de-
conteudo-gri.htm
Conheça, também, o modelo GRI-4 do Banco do Brasil disponível em:
http://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2015/pt/13.htm
https://ibase.br/pt/balanco-social/
https://www.embraer.com/relatorio_anual2016/pt/sumario-de-conteudo-gri.htm.
https://www.embraer.com/relatorio_anual2016/pt/sumario-de-conteudo-gri.htm.
http://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2015/pt/13.htm
Atualmente, o GRI Standard, lançado pelo Global Sustainability Standards
Board (GSSB), representa um novo conjunto de normas globais que
substituirão a atual versão, a G4, em 2018. O GRI Standard é o primeiro
padrão global pautado em 05 módulos, 03 normas de caráter geral e 33
outros tópicos, trazendo um formato mais claro dado aos requisitos.
Essa mudança está ocorrendo, porque muitas empresas declaravam reportar
com G4, porém não seguiam a metodologia de forma adequada. Nesse
sentido, esse modelo estabelece maior rigor ao conteúdo, contudo com mais
flexibilidade para relatar as dimensões da sustentabilidade (GRI, 2019).
Indicadores do Balanço CEBDS
Fundado em 1997, o Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), representante no Brasil do World
Business Council Sustainable Development (WBCSD), lidera os esforços do
setor empresarial para a implementação do Desenvolvimento Sustentável no
Brasil. Foi a primeira instituição a falar em Sustentabilidade no Brasil dentro
do conceito do Triple Bottom Line (TBL) – tema a ser tratado na seção a
seguir – e responsável pelo primeiro relatório de Balanço Social no Brasil,
que ajudou a implantar no país, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas
(FGV) e o World Resources Institute (WRI), a partir de 2008, a principal
ferramenta de medição dos gases do efeito estufa (GHF Protocol).
Atualmente, o conselho promove diversas sugestões práticas e publicações
que visam a otimizar a performance das empresas sob a perspectiva do
desenvolvimento sustentável.
Indicadores do Balanço do Ethos
O Instituto Ethos é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
(OSCIP) e tem como missão “mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a
gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-se parceiras
na construção de uma sociedade justa e sustentável” (INSTITUTO ETHOS,
2016, on-line). O pensar e o agir imbuídos de responsabilidade social
significariam práticas empresariais socialmente responsáveis no sentido de
as empresas e a sociedade alcançarem um desenvolvimento social,
econômico e ambiental sustentáveis. O modelo de indicadores utilizado pelas
empresas como um instrumento em 2013 se denomina Indicadores Ethos
para Negócios Sustentáveis e Responsáveis.
De acordo com o Instituto Ethos (2016), eram 54 indicadores com exercício
de integração com as normas da responsabilidade social ISO 26.000 e com a
GRI. A norma internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre responsabilidade
social – é umaferramenta que tem caráter transformador e, ao contrário de
outras normas, não é certificável, tampouco tem caráter de gestão, mas, sim,
de orientação sobre a integração da responsabilidade social da organização.
Dentre as funcionalidades do Relatório do Instituto Ethos (2016), destaca-se
a de ser totalmente on-line. Esse sistema iniciou o seu pleno funcionamento
em outubro de 2013 e o grande diferencial foi o compartilhamento entre as
partes interessadas, bem como o monitoramento dos compromissos e pactos
estabelecidos.
A nova geração dos indicadores Ethos (INSTITUTO ETHOS, 2016) tem
diversos indicadores e permite a flexibilidade da ferramenta, na qual a
empresa ou organização pode selecionar quais indicadores quer utilizar de
acordo com o seu interesse. São separados em quatro tipos abordados na
sequência.
1) Indicadores Ethos com o questionário principal com 47 indicadores.
2) Indicadores Ethos-Sebrae - Diagnóstico para pequenos negócios com 12
indicadores.
3) Guia Temático - Integridade, Prevenção e Combate à Corrupção com 14
indicadores.
4) Guia Temático - Promoção da Equidade e Gênero - 12 indicadores.
Triple Bottom Line e 3 Ps (Profit, People and Planet)
A sustentabilidade, como entendemos, é a consequência de um modelo de
desenvolvimento que estaria pautado em um tripé, ou seja, três pilares que
representam, respectivamente, as dimensões econômica, social e ambiental.
O grande paradigma está em conciliar sinergicamente as três
sustentabilidades: econômica, social e ambiental. Nesse sentido, o
modelo Triple Bottom Line (tríplice linha de resultados líquidos) e os Três Ps
(profit, people and planet) se tornaram populares. Na figura a seguir,
apresenta-se a inter-relação entre as dimensões.
FIGURA 4 - Modelo TBL
Fonte: Adaptada de Afnor (2003 apud ALLEDI FILHO et al., 2012).
Originado do livro de Elkington, Cannibals with forks (1997), a metáfora do
garfo se refere às três dimensões da sustentabilidade como uma forma de
concebê-las no âmbito das empresas. O modelo busca responder à seguinte
questão: o capitalismo, assim como um canibal, tornar-se-ia civilizado se
comesse com garfo e faca? Conforme descrevem Barbieri e Cajazeira (2009),
no âmbito empresarial e na dimensão econômica, é reconhecida a obtenção
de lucros a partir do aumento no valor de mercado e da geração de riquezas
para os seus acionistas.
Há deficiências ligadas ao lucro convencional de como as externalidades não
são conhecidas, por exemplo, o custo ambiental ou social com que a
sociedade irá arcar ou, talvez, a própria empresa, como é o caso das
organizações que adotam práticas de gestão para evitar a poluição,
tornando-se a mitigação da externalidade negativa de um custo para
empresa. Destaca-se que o inverso pode ocorrer, uma vez que há, ainda,
faces ocultas da natureza que até o próprio homem desconhece pela ciência.
Modelo 3 Ps – PROFIT, PEOPLE, PLANET
Os três Ps – Profit, people and Planet (Lucro, pessoas e planeta) – foi
originado do Modelo TBL e serve, também, para explicitar o modelo de uma
organização sustentável. O seu direcionamento considera as dimensões
(econômica, social e ambiental) no âmbito de empresas. A única diferença é
que eles não servem para todos os tipos de organizações, já que, em
algumas organizações, como cooperativas, organizações não
governamentais e governos, o critério que associa a dimensão econômica
não é o lucro, aqui representado pelo profit (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009).
Para Foladori (2001 apud ALLEDI FILHO et al., 2012, p. 34), “a questão
ambiental tem a particularidade de ser tão ampla e de seus elementos
estarem tão interconectados que sua delimitação não é tarefa fácil”. De
acordo com Barbieri e Cajazeiras (2009), outras formas de apuração – não
somente o conceito do lucro contábil ou convencional – devem estar em
pauta quando tratamos as dimensões ambiental e social.
Responsabilidade Social: governança corporativa e ética
CONCEITO AUTOR
Um conceito por meio do qual as
organizações, de forma voluntária, integram
as suas preocupações sociais e ambientais
(operação e gestão) com as dos seus
negócios, como também com todas as
Comunidade Econômica Europeia – Green Paper.
A responsabilidade social corporativa também é discutida na literatura como
cidadania corporativa, filantropia corporativa, responsabilidade corporativa,
governança, ambientalismo e desenvolvimento sustentável. Todos esses
conceitos são utilizados para caracterizar tanto as responsabilidades da
organização para com as suas diferentes partes interessadas como também
com os impactos sociais, ambientais e econômicos causados por sua
operação (MURRAY; HAZLETT et al., 2007 apud ALLEDI FILHO, 2012).
O conceito inclui tanto o desempenho econômico das organizações ao longo
prazo quanto o relacionamento com os seus stakeholders e ética – assunto
diferentes partes que interagem com a
organização.
A responsabilidade social não é separada no
negócio da empresa. A empresa que não for
socialmente responsável não terá espaço no
mercado.
Oded Grajew – Instituto Ethos.
Responsabilidade Corporativa Global é o
termo mais amplo em relação à
Responsabilidade Social Corporativa ou
Cidadania Corporativa. Refere-se às
obrigações da empresa em um mundo
globalizado e cada vez mais interligado e
interdependente, tanto em relação à
sociedade quanto ao meio ambiente cultural.
EFMD – European Foundation for Management Development.
O dever das corporações de promover o
desenvolvimento social passou a ser
acompanhado na década de 1970 com o
termo “responsabilidade social corporativa”.
As perguntas passaram a ser consideradas
um dever delas.
Patrícia A. Ashley.
O desejo contínuo das organizações de se
comportar de forma ética e contribuir para o
desenvolvimento econômico melhorou a
qualidade de vida da força de trabalho e das
suas famílias, como também das
comunidades e da sociedade como um todo.
World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).
que abordaremos nesta seção. No quadro a seguir, são evidenciadas
algumas definições associadas à responsabilidade social corporativa.
Quadro 3 - Definições associadas à responsabilidade social corporativa
Fonte: Alledi Filho et al. (2012, p. 12).
A ética é uma necessidade em todos os níveis da organização e os seus
negócios, sendo um dos maiores desafios conduzir as atividades, de maneira
ética, como se fosse impossível atrelar negócios lucrativos a ela. Nos anos
recentes, vem crescendo a atenção à ética dos negócios devido, em grande
parte, à cobertura dada pela mídia às diversas ações não éticas, de forma a
refletir costumes e a moral estabelecida, bem como as relações humanas
fundamentais que podem variar conforme a cultura organizacional.
As demandas éticas que os administradores e outros empregados enfrentam
têm crescido significativamente a partir da década de 90 devido à atenção
dos acionistas para os efeitos das decisões internas tomadas pelos seus
administradores. Assim, a ética é um conjunto de valores e regras que
definem a conduta dos indivíduos como certa ou errada, envolvendo
princípios morais gerais de comportamento aceitáveis ou não pelas pessoas.
Ao longo dos anos, quatro visões de comportamento ético têm sido
identificadas:
Visão utilitarista: considera o comportamento ético aquele que entrega
os melhores produtos para um grande número de pessoas.
Visão individualista: considera comportamento ético aquele que eleva
os autointeresses, respeitando a condição do indivíduo ao longo prazo.
Visão de direitos morais: considera comportamento ético aquele que
respeita e protege os direitos fundamentais das pessoas.
Visão de justiça: considera comportamento ético aquele que trata as
pessoas imparcialmente e de maneira justa de acordo com regras e
padrões iguais (SILVA, 2008, p. 67).
A ética não é prescritiva, porém alguns códigos de condutas podem ser
documentados e escritos e servir de orientação geral para o comportamento.
Entretanto, muitas dificuldades são encontradas no dia a dia nos negócios e
as pessoas criam racionalizações para os seus comportamentosnão éticos,
como: convencer-se de que o comportamento não é ilegal, de que é
realmente do melhor interesse de todos, de que ninguém descobrirá e de que
a organização protegerá tal comportamento. Dessa forma, é bastante
conveniente criar um código de ética para melhorar o desempenho da
organização e orientar, de forma pessoal, a sociedade em geral (SILVA,
2008).
Nesse sentido, é preciso fazer uma gestão responsável e ética. A
Governança Corporativa representa um sistema do qual as organizações se
utilizam para demonstrar as suas melhores práticas de gestão corporativa.
De acordo com Meiriño (2012), as boas práticas convertem princípios em
recomendações objetivas, contribuindo para a longevidade da organização.
Muitas empresas buscaram esse modelo formal de gestão principalmente
para se profissionalizar em virtude da alta competitividade do mercado cada
vez mais globalizado.
São apontados como código de melhores práticas de governança corporativa
os códigos do Instituto Brasileiro de Gestão Corporativa (IBGC), o qual fora
lançado em 1999. Em 2009, foi lançada a quarta edição do código motivada
pelas mudanças no cenário corporativo brasileiro. Os princípios básicos se
inspiram em transparência, equidade, prestação de contas (accountability) e
Responsabilidade Corporativa (MEIRIÑO, 2012).
Atualmente, o termo mais utilizado para definir o papel das empresas perante
o desenvolvimento sustentável é “Sustentabilidade Corporativa”, que consiste
na busca por sobrevivência a longo prazo a partir de sua viabilidade
econômica e a coexistência harmônica com o meio ambiente e a sociedade.
Para Sousa (2011), os principais benefícios de abordar a sustentabilidade,
segundo a Sustainability: the embracers seize advantage, The Boston
Consulting Group e MIT Sloan Management Review, são apresentados a
seguir.
a) Melhor imagem institucional ou da marca da empresa: 49%.
b) Redução de custos pela eficiência energética: 28%.
c) Vantagem competitiva ampliada: 26%.
d) Redução de custos pela eficiência em materiais e resíduos: 25%.
e) Acesso a novos mercados: 22%.
f) Aumento de margem e de participação de mercado: 21%.
Você, como gestor(a), em que quadrante está em termos de estratégia de
sustentabilidade? A ferramenta categoriza os objetivos corporativos:
FIGURA 5 - Impulsionadores e resultados esperados de uma estratégia
de sustentabilidade
Fonte: Adaptada de Sousa (2011).
Ao representar exemplos de empresas sustentáveis no mundo, cinco
organizações brasileiras estavam entre as 100 corporações, de acordo com o
relatório “Global 100, ano 2013”, realizado pela revista canadense Knights.
Em primeiríssimo lugar, no Brasil, é representada a Empresa “Natura
Cosméticos S/A” (classificada em 2º lugar no mundo). Por sua vez, em
segundo lugar, é representada a “CEMIG – Cia energética de Minas Gerais”
(classificada em 43º lugar no mundo); em terceiro lugar, a “Vale” (classificada
em 49º lugar no mundo); em quarto lugar, o “Grupo Pão de Açúcar”
(classificado em 74º lugar no mundo); e, em quinto lugar, está o “Banco do
Brasil” (classificado em 100º lugar no mundo). Lidera o ranking mundial a
“Umicore”, empresa de materiais de construção, seguida pela “Natura” e a
Norueguesa “Statoil”.
No novo ranking, de acordo com a Corporate Knights, para o “Global 100,
ano 2018” das empresas mais sustentáveis do mundo, cinco são brasileiras.
Em primeiro lugar, no Brasil, continua líder a Empresa Natura (classificada
em 14º); em segundo lugar, a Empresa CEMIG (classificada em 18º); em
terceiro lugar, no ranking brasileiro, está o Banco do Brasil (classificado em
49º); em quarto lugar, a Empresa Angie Brasil Energia (classificada em 52º);
e, em quinto lugar, o Banco Santander (classificado em 76º). Em cinco anos,
observamos que a Empresa Natura saiu da 2ª colocação no ranking mundial
para a 14ª. Entretanto, o Banco do Brasil melhorou muito a sua classificação,
saindo da 100ª posição para a 49ª (2018 GLOBAL…, 2018).
Atenção
O crescimento econômico e socioambiental
É realmente possível conciliar crescimento econômico e socioambiental no
atual contexto de economia globalizada e ser uma empresa sustentável?
As empresas sustentáveis buscam, cada vez mais, adequar-se às exigências
de uma produção na qual preserve o meio ambiente. Concomitantemente,
devem manter a sua produção no mesmo nível, ou seja, é preciso assegurar
a economia da empresa sempre em ascensão, porém cumprindo com o seu
papel socioambiental.
	UNIDADE 1:
	Desenvolvimento Sustentável, Responsabilidade Soci
	FIGURA 1 - Desenvolvimento sustentável3RF.
	FIGURA 2 - Movimentos em defesa do meio ambiente
	Dilemas acerca da Responsabilidade Empresarial
	FIGURA 3 - Estratégias da responsabilidade social
	Balanço Social e os Indicadores de Sustentabilidad
	Atenção
	Balanço Social IBASE
	Saiba mais!
	Modelo GRI
	Saiba mais!
	Indicadores do Balanço CEBDS
	Indicadores do Balanço do Ethos
	Triple Bottom Line e 3 Ps (Profit, People and Plan
	FIGURA 4 - Modelo TBL
	Modelo 3 Ps – PROFIT, PEOPLE, PLANET
	Responsabilidade Social: governança corporativa e 
	FIGURA 5 - Impulsionadores e resultados esperados 
	Atenção

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