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Para aquelas que já utilizam a ferramenta da responsabilidade social e 
querem demonstrar a sua imagem de empresa cidadã, podem fazê-lo a 
partir do uso do instrumento Balanço Social e seus indicadores, que 
existem em alguns modelos disponíveis no mercado que, embora não 
sejam obrigatórias, muitas dessas organizações utilizam-na para 
apresentar aos seus stakeholders a sua forma de atuação de forma 
transparente e ética, bem como as dimensões da sustentabilidade 
econômica, social e ambiental. 
A seguir, caro(a) aluno(a), você compreenderá quais são os modelos de 
desagregação das dimensões que se constituem e se traduzem em 
responsabilidade social empresarial. A partir dos modelos Triple Botton 
Line e sua derivação, os 3 P’s, que representam, 
respectivamente, People, profit and planet (Pessoas, lucro e planeta), 
apesar do ceticismo, correspondem ao modelo utilizado por grandes 
corporações no contexto nacional e internacional. 
Por fim, prezado(a) estudante, você entenderá como o uso dos códigos 
de governança corporativa e o uso da ética se traduzem como 
Sustentabilidade Corporativa. 
Desenvolvimento Sustentável, 
Responsabilidade Social e 
Sustentabilidade 
A noção de desenvolvimento está muitas vezes atrelada ao crescimento 
econômico. Entretanto, esse conceito tem mudado bastante nas últimas 
décadas, demonstrando um consenso entre a busca pela preservação 
ambiental e melhores padrões de vida para a sociedade global. A partir 
do estabelecimento de relações entre o crescimento econômico, a 
exploração dos recursos naturais, a herança para as futuras gerações, a 
qualidade de vida e a distribuição de renda e pobreza, a exclusão social 
e a desigualdade social, busca-se um conceito aproximado para o 
desenvolvimento sustentável. 
 
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
 
Figura 1.1 - Desenvolvimento sustentável 
Fonte: Sergey Nivens / 123RF. 
 
Dessa forma, estabelecendo a relação com o crescimento econômico 
entre países, observou-se, na década de 50, com a crise econômica dos 
países do terceiro mundo, que o progresso não era uma virtude natural 
para todos. Na década seguinte, a via de desenvolvimento do terceiro 
mundo foi impulsionada pela industrialização dos países ocidentais. De 
certo modo, as teorias desenvolvimentistas, quer sejam neoliberais ou 
marxistas, inspiravam-se nas sociedades ocidentais industrializadas para 
proporem modelos de desenvolvimento. As crises ambientais, 
econômicas e sociais colocaram em xeque as noções de 
desenvolvimento e progresso, principalmente pelo seu caráter 
eminentemente quantitativo analisado apenas sob o ponto de vista 
econômico (ALMEIDA, 1997). 
Na década de 1970, já eram formalizadas intenções disseminando a 
ideia da sustentabilidade, muito antes do conceito de desenvolvimento 
sustentável e sustentabilidade se tornarem conhecidos. O 
“Ecodesenvolvimento”, desenvolvido por Ignacy Sachs, refletia uma 
preocupação com o desenvolvimento e o papel do homem nesse 
processo em que o homem é colocado como protagonista ou vítima. O 
termo, em si, busca retratar o desenvolvimento socioeconômico de forma 
equitativa, incluindo a dimensão do meio ambiente com reconhecida 
importância (SACHS, 1994 apud CHACON, 2007). 
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
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https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
Ao corroborar com Sachs (1994 apud VEIGA, 2002), alia a cultura a uma 
outra dimensão importante e promotora do desenvolvimento. Para ele, 
não se podia limitar o desenvolvimento unicamente a aspectos sociais e 
sua base econômica, pois se ignoraria questões complexas entre o porvir 
das sociedades humanas e a evolução da biosfera: 
[...] na realidade, estamos na presença de uma coevolução 
entre dois sistemas que se regem por escalas de tempo e 
escalas espaciais distintas. A sustentabilidade no tempo das 
civilizações humanas vai depender da sua capacidade de se 
submeter aos preceitos de prudência ecológica e de fazer um 
bom uso da natureza. É por isso que falamos em 
desenvolvimento sustentável. A rigor, a adjetivação deveria 
ser desdobrada em socialmente includente, ambientalmente 
sustentável e economicamente sustentado no tempo (VEIGA, 
2002, p. 9-10). 
Em 1987, é publicado o “Relatório de Brundtland” intitulado Nosso futuro 
comum (Our common future). Esse relatório apontava para a 
desigualdade existente entre os países e a pobreza como uma das 
principais causas dos problemas ambientais, contribuindo, assim, para 
disseminar o conceito de “Desenvolvimento Sustentável”. Nesse 
contexto, há a introdução da ideia de que o desenvolvimento econômico 
da atualidade deveria ser realizado sem comprometer as necessidades 
das futuras gerações (CMMAD, 1991). 
De acordo com as premissas fundamentais, há o reconhecimento da 
“insustentabilidade” e inadequação econômica, social e ambiental, 
demonstrada pela finitude dos recursos naturais e das injustiças sociais 
provocadas pelo modelo de desenvolvimento vigente na maioria dos 
países. Entretanto, muito desses temas continuam sendo negligenciados 
ou insuficientemente considerados. Dessa forma, o desenvolvimento 
sustentável considera que o crescimento econômico deve ocorrer em 
harmonia com o meio ambiente, ao ter em vista que a maioria dos 
autores demonstram preocupações com o social e econômico (SOUZA 
FILHO, 2008). 
Para compreender o fenômeno da responsabilidade social, é preciso 
compreender as contingências que contribuíram para o seu advento. 
Uma delas, como expõe Dupas (1999), foi o contexto de exclusão social 
e suas consequências, pois o conceito é, em sua essência, 
multidimensional, e inclui a ideia de falta de acesso aos bens e serviços, 
à segurança, à justiça e à cidadania. O autor frisa o conceito de exclusão 
social e a pobreza, sua consequência, como os principais responsáveis 
pela não satisfação das necessidades básicas. A seguir, as suas 
palavras nos soam bem recentes. Um pouco mais de uma década, o 
quadro nos parece bem pior quanto ao desemprego estrutural, 
principalmente nos países europeus. 
A exclusão social apareceu na Europa na esteira do 
crescimento dos sem teto e da pobreza urbana, da falta de 
perspectiva urbana, da falta de perspectiva decorrente do 
desemprego de longo prazo, da falta de acesso a emprego e 
rendas por parte das minorias étnicas e imigrantes, da 
natureza crescentemente precária dos empregos disponíveis 
e da dificuldade que os jovens passaram a ter para ingressar 
no mercado de trabalho (DUPAS, 1999, p. 19). 
Como é possível perceber até o momento, a discussão sobre 
desenvolvimento sustentável está polarizada em duas grandes 
concepções: o ambiental e o social. De acordo com Almeida (1997), 
incorpora-se, desse modo, a “natureza” à cadeia de produção (a 
natureza como um bem de capital) e, de outro lado, uma ideia que tenta 
quebrar a hegemonia do discurso econômico, indo para além de uma 
visão instrumental e restrita que a economia impõe a ideia. 
Para Veiga (2002), o maior desafio é iniciar a construção de uma 
prosperidade multiplicadora de novos empreendimentos que, 
simultaneamente, passe a conservar a estabilidade e coloque fim às 
práticas de exploração predatória dos imensos recursos naturais. Isso 
exigiria um amplo rearranjo institucional. Esse processo é difícil e lento 
devido à inércia imposta por fortes interesses cristalizados. Conforme 
elucida Souza Filho (2008), os países desenvolvidos deveriam priorizar 
políticas,como a reciclagem, o uso eficiente de energia, a conservação, 
a recuperação das áreas degradadas, bem como perseguir maior 
equidade, justiça, respeito às leis, redistribuição e criação de riqueza. 
A partir da constatação de que o desenvolvimento sustentável serviria 
para discutir a permanência ou durabilidade da estrutura de 
funcionamento do processo produtivo, atendendo às necessidades da 
geração presente, sem impedir que as gerações futuras também o 
façam, vê-se o conceito de desenvolvimento sustentável sendo 
disseminado em todo o mundo. Nesse sentido, o ato de envolver as 
organizações como parte desse processo, haja vista as atividades que 
lhe são inerentes ao processo produtivo, confronta a inter-relação entre o 
movimento do desenvolvimento sustentável e o da responsabilidade 
social, confluindo em sustentabilidade. 
Todos aqueles que possam vir a fazer parte desse processo, promotores 
e coadjuvantes no Desenvolvimento Sustentável, são convidados à 
discussão. Importantes eventos de caráter mundial, como a Conferência 
do Desenvolvimento Sustentável que ocorreu no Brasil em 2012 – 
RIO+20 –, trouxeram importantes discussões sobre os aspectos culturais 
e étnico-raciais. As práticas das culturas afrodescendentes e africanas e 
a justiça ambiental foram apresentadas no Seminário Quilombos, 
Terreiros e Juventudes, com importantes personalidades brasileiras e 
mundiais. 
Todos os países, pessoas e organizações são chamados, também, a se 
incluírem na gestão, estratégias e ações que colaborem com os 
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), os quais são, ao todo, 
17, com 169 metas. Vejamos a seguir. 
 Objetivo 1. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, 
em todos os lugares. 
 Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança 
alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura 
sustentável. 
 Objetivo 3. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-
estar para todos, em todas as idades. 
 Objetivo 4. Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de 
qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao 
longo da vida para todos. 
 Objetivo 5. Alcançar a igualdade de gênero e empoderar 
todas as mulheres e meninas. 
 Objetivo 6. Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável 
da água e saneamento para todos. 
 Objetivo 7. Assegurar o acesso confiável, sustentável, 
moderno e a preço acessível à energia para todos. 
 Objetivo 8. Promover o crescimento econômico sustentado, 
inclusivo e sustentável, emprego pleno, produtivo e trabalho 
decente para todos. 
 Objetivo 9. Construir infraestruturas resilientes, promover a 
industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação. 
 Objetivo 10. Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre 
eles. 
 Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos 
inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. 
 Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo 
sustentáveis. 
 Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a 
mudança do clima e seus impactos (*) Reconhecendo que a 
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do 
Clima [UNFCCC] é o fórum internacional intergovernamental 
primário para negociar a resposta global à mudança do clima. 
 Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos 
mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento 
sustentável. 
 Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável 
dos ecossistemas terrestres, gerir, de forma sustentável, as 
florestas, combater a desertificação, deter e reverter a 
degradação da terra e deter a perda de biodiversidade. 
 Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para 
o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à 
justiça para todos e construir instituições eficazes, 
responsáveis e inclusivas em todos os níveis. 
 Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e 
revitalizar a parceria global para o desenvolvimento 
sustentável (CONHEÇA…, 2015, on-line). 
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), essa agenda 
Universal, elaborada em 2015, visa a transformar o mundo até 2030, ou 
seja, nos próximos 15 anos, busca-se concretizar os direitos humanos, 
alcançar a igualdade de gênero e empoderamento das mulheres e 
meninas, erradicar a pobreza no mundo equilibrada nas três dimensões 
do Desenvolvimento Sustentável que conhecemos (CONHEÇA…, 2015). 
Assim, para cada objetivo, os governos, empresas e demais 
organizações terão de traçar metas e estratégias que envolvam a todos, 
por meio de relatórios e da prestação de contas. 
A cultura e a diversidade têm relação direta com o processo produtivo: 
por um lado, devido ao crescimento dos movimentos em defesa do meio 
ambiente em relação ao uso dos recursos naturais e, por outro, como 
força produtiva, ou seja, mão de obra nas empresas. A discussão do 
desenvolvimento sustentável é para todos os atores da sociedade. 
Independentemente das relações étnico-raciais, todos devem estar 
envolvidos. 
 
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
 
Figura 1.2 - Movimentos em defesa do meio ambiente 
Fonte: 3000ad / 123RF. 
 
Face ao crescimento dos movimentos em defesa do meio ambiente e do 
consumidor, que estão cada vez mais exigentes em relação à atuação 
das organizações, tem-se observado uma preocupação cada vez maior 
com as obrigações sociais da empresa. A inter-relação da empresa com 
o seu ambiente nunca foi tão intensa como nos dias atuais, 
principalmente porque as suas decisões influenciam a prosperidade 
comunitária e as atividades nacionais e internacionais. Há três 
considerações básicas para aumentar o interesse dos gestores 
organizacionais, empresários e acionistas no seu papel social: 
[...] 
1. são forçados a se preocupar, pois a sociedade está mais 
bem informada e mais exigente em relação aos seus direitos 
e da preservação de leis que assegurem seu bem-estar e 
sua sobrevivência; 
2. são persuadidos a se tornarem mais atentos, pelo fato de 
contribuírem para a formação e desenvolvimento de atitudes 
e valores da sociedade; 
3. o próprio desenvolvimento de teorias administrativas 
modernas, tais como a ecologia de empresas, não pode ficar 
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
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https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
esquecido, pois, se não as acompanharem, a sua empresa 
tende a desaparecer (KWASNICKA, 2006, p. 324). 
Um dos problemas em relação à responsabilidade social é o de definir, 
com certo grau de precisão, a real responsabilidade social com que cada 
uma das empresas deve arcar, dada a multiplicidade de conceitos acerca 
do tema. De maneira bastante sucinta, o Instituto Ethos (2016, on-line) 
assim define: 
A forma de gestão que se define pela relação ética e 
transparente da empresa com todos os públicos com os 
quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas 
empresariais que impulsionem o desenvolvimento 
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais 
e culturais para as gerações futuras, respeitando a 
diversidade e promovendo a redução de desigualdades 
sociais. 
Da mesma forma, o conceito de sustentabilidade parece não estar 
exatamente construído, já que muitos pesquisadores o relacionam ao 
Desenvolvimento Sustentável proposto na Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, em 
1992 (RIO, 92), que está relacionado ao desenvolvimento sustentável 
como: “aquele que atende às necessidades do presentesem 
comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas 
próprias necessidades” (CMMAD, 1991, p. 46). Diante do exposto, o 
conceito de 
[...] sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável se 
popularizou mundialmente a partir de 1987, quando foi 
utilizado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento das Nações Unidas, em seu relatório 
“Nosso Futuro comum”, também conhecido como relatório de 
Brundtland. O relatório dessa comissão vem difundindo, 
desde então, o conceito de desenvolvimento sustentado, que 
passou a figurar sistematicamente na semântica de 
linguagem internacional, servindo como eixo central de 
pesquisas realizadas por organismos multilaterais e, até 
mesmo, por grandes empresas (CLARO; CLARO; AMÂNCIO, 
2008, p. 291). 
Conforme expõe Ricardo Young, do Instituto Ethos (2016, on-line), e 
Barbieri e Cajazeira (2009, p. 116), “a Responsabilidade Social 
Empresarial (RSE), definitivamente, tornou-se uma importante 
ferramenta para a sustentabilidade das organizações”. 
Dilemas Acerca da 
Responsabilidade Empresarial 
As organizações não têm ainda uma postura definida e única sobre a 
responsabilidade social. Essas visões contrastantes se resumem a dois 
enfoques principais (SILVA, 2005, p. 71): 
a) visão clássica: a única responsabilidade é conduzir os 
negócios com máximo lucro – o chamado modelo do 
acionista (visão de Milton Friedman), que envolve lucros 
reduzidos da atividade, custos maiores do negócio, diluição 
do propósito do negócio e poder demasiado para os 
negócios; e 
 
b) visão socioeconômica: assegura que qualquer 
organização deve se interessar pelo bem-estar social e não 
somente pelos lucros (sustentada por Paul Samuelson) e 
envolve: lucros de longo prazo e melhor imagem pública para 
os negócios, evitar regulamentações governamentais, já que 
as organizações têm recursos e obrigação ética e os 
negócios devem prover melhores condições para cada um e 
para todos. 
Um dos grandes dilemas acerca da responsabilidade social se encontra 
já na definição do tema. Há diversos conceitos para Responsabilidade 
Social. Em estudo recente, Vieira (2007) apresenta alguns dados 
levantados em pesquisa bibliográfica, conforme é verificável no quadro a 
seguir. 
CONCEITOS SOBRE RESPONSABILIDADE SOCIAL Autores/ano 
Para uns, é tomada como uma responsabilidade legal ou 
obrigação social; para outros, é o comportamento socialmente 
responsável em que se observa a ética; para outros, ainda, não 
passa de contribuições de caridade que a empresa deve fazer. Há, 
também, os que admitam que a responsabilidade social seja, 
exclusivamente, a responsabilidade de pagar bem aos 
 Zenisek 
(1984). 
empregados e dar-lhes bom tratamento. Logicamente, a 
responsabilidade social das empresas é tudo isso, muito embora 
não se corresponda apenas a esses itens isoladamente. 
“[...] está ligada a questões e princípios éticos adotados pela 
empresa no que diz respeito aos problemas de ordem social que 
enfrenta. Surge a ideia de empresa como elo entre sociedade, 
indivíduos e governo, enquanto instrumento capaz de melhorar a 
qualidade de vida via desenvolvimento econômico.” 
Richard Eells e 
Clarence Walton 
(1984). 
“[...] no envolvimento social da empresa, seja com os 
empregados, com as pessoas que estão ligadas tecnicamente à 
empresa ou à sociedade, a grande questão é mesmo quanto custa 
a adoção de comportamentos socialmente responsáveis e não o 
simples fato de adotar tais comportamentos [...]”. 
Archie Carrol 
(1984). 
“[...] a obrigação do empresário de adotar práticas, tomar 
decisões e acompanhar linhas de ação desejáveis, segundo os 
objetivos e valores da sociedade”. 
Howard Bowen 
(1984). 
“[...] uma obrigação pessoal de cada um de quando age em seu 
próprio interesse, garantir que os direitos e legítimos interesses 
dos outros não sejam prejudicados [...]. O indivíduo, certamente, 
tem direito de agir e falar em seu próprio interesse, mas precisa 
sempre ter o devido cuidado para que essa liberdade não impeça 
os outros de fazerem a mesma coisa”. 
Harold Koontz e 
Cyril O’Donnell 
(1982). 
“[...] responsabilidade social é um comportamento 
antimaximização de lucros, assumido para beneficiar outros de 
fazerem a mesma coisa”. 
Milton Friedman e 
Theodore Levitt 
(1958). 
“Quando uma nova empresa abre suas portas para a comunidade, 
ela também abre a porta para um conjunto de obrigações que 
ultrapassam a tarefa de comprar ou vender, produzir ou 
distribuir. Junto com a obrigação de ser uma possibilidade de 
bom crédito - pagando suas contas, pagando seus impostos -, ela 
assume a obrigação de ser uma boa ‘cidadã’ e uma boa vizinha 
[...]. Se um negócio adotar práticas que estejam contra o 
interesse público, o público irá procurar o regulamento para 
corrigir a prática”. 
Lundborg (1950). 
Quadro 1.1 - Conceitos sobre Responsabilidade Social 
Fonte: Adaptado de Vieira (2007). 
A verdade é que as declarações de que a empresa deve dedicar parte de 
seus recursos econômicos a ações que beneficiem a sociedade nem 
sempre têm sido bem recebidas, de acordo com Montana e Charnov 
(2006). Para os autores, há uma divergência quanto ao nível apropriado 
de ação social da empresa, bem como se ela tem motivos legítimos para 
destinar esses recursos às ações sociais. 
Dois importantes autores, Dr. Milton Friedman e o Dr. Keith Davis, 
enfrentaram esse dilema, argumentando contra e a favor da 
responsabilidade social da empresa. Esses argumentos são 
apresentados no quadro a seguir. 
MILTON FRIEDMAN (1932-) KEITH DAVIS (1918-) 
Argumentos teóricos contra 
1. Essa é a função maior do governo 
que, ao vincular a empresa ao governo, 
criará uma força poderosa demais na 
sociedade e, em última instância, 
comprometerá o papel do governo na 
regulamentação da empresa. 
2. A empresa precisa medir 
desempenho e os programas de ação 
social, muitas vezes, não conseguem 
medir índices de sucesso. Geralmente, há 
um conflito inerente entre o modo como a 
empresa funciona e o modo como operam 
os programas sociais. 
3. A função da empresa é maximizar 
lucros. Assim, exigir que recursos sejam 
destinados a programas de ação social 
viola essa meta empresarial, uma vez que 
ela reduz os lucros. 
4. Não há razão para supor que os 
líderes empresariais tenham a capacidade 
de determinar o que é de interesse social. 
Cientistas sociais e administradores do 
governo, muitas vezes, não conseguem 
chegar a um acordo sobre metas de 
interesse social. Por que supor que os 
líderes empresariais possam fazer um 
trabalho melhor de definir o interesse 
social? 
Argumentos teóricos a favor 
1. Teoricamente, é de melhor interesse 
da empresa melhorar as comunidades nas 
quais estão inseridas e nas quais fazem 
negócios. A melhoria dos ambientes 
comunitários, em última instância, 
reverterá em benefício para a empresa. 
2. Programas de responsabilidade 
social ajudam a evitar que pequenos 
problemas possam se tornar grandes 
problemas. Em última análise, isso será 
benéfico à sociedade e à empresa. 
3. Ser socialmente responsável é a 
coisa ética ou correta a se fazer. 
4. Demonstrar sensibilidade a questões 
sociais ajudará a evitar a intervenção 
governamental na empresa. 
5. O sistema de valores mais 
generalizado, a tradição judaico-cristã, 
incentiva fortemente os atos de caridade e 
a preocupação social. 
Argumentos práticos contra 
1. Os gerentes têm uma 
responsabilidade fiduciária (de confiança) 
para com os interessados no sentido de 
maximizar o valor do patrimônio líquido; 
Argumentos práticos a favor 
1. Ações que demonstram sensibilidade 
social, se efetivadas dentro de um modelo 
econômico sustentável, podem, de fato, 
ser lucrativas para a empresa. Novas 
utilizar os recursos financeiros da 
empresa para realizar objetivos sociais 
pode ser uma violação dessa 
responsabilidade, portantoé ilegal. 
2. O custo dos programas sociais seria 
um ônus para a empresa e teria de ser 
repassado aos consumidores na forma de 
aumento de preços. 
3. O público pode querer que o 
governo tenha programas sociais, mas há 
pouco apoio para a empresa assumir tais 
programas. 
4. Não há razão para supor que os 
líderes empresariais disponham das 
habilidades especializadas necessárias 
para alcançar as metas de interesse social. 
máquinas de controle de poluição, por 
exemplo, podem ser mais eficientes e 
econômicas. 
2. Ser socialmente responsável melhora 
a imagem de relações públicas da 
empresa em termos de cidadania. 
3. Se nós mesmos não o fizermos, nem 
a opinião pública, nem o governo 
exigirão que o façamos. 
4. Ela pode ser boa para os acionistas, 
já que tais medidas obterão a aprovação 
pública, levarão a empresa a ser vista 
pelos analistas financeiros como menos 
exposta à crítica social e produzirão um 
aumento no preço das ações. 
Quadro 1.2 - Dilemas contra e a favor da responsabilidade social da empresa 
Fonte: Adaptado de Montana e Charnov (2006). 
Nesse dilema, como podemos observar a partir de Montana e Charnov 
(2006), Friedman afirma, categoricamente, que a tarefa principal da 
empresa é maximizar o lucro do acionista (proprietário) pelo prudente 
uso dos recursos organizacionais, atuando dentro da legalidade. Isso, de 
certa forma, pode ter influências pela relação de poder sobre as suas 
atividades empresariais. Muitos têm acusado Friedman sobre a sua 
posição não considerar aqueles que se encontram em dificuldade 
econômica e não ter interesse pela justiça social. Além disso, para 
Friedman e seus seguidores, bastaria que a empresa alcançasse o 
máximo lucro dentro das regras da sociedade e isso, por si só, já a 
beneficiaria, principalmente pela geração de novos empregos e 
pagamento de altos salários que melhoram a vida de seus trabalhadores, 
contribuindo para o bem-estar deles. Assim, a empresa estaria atuando 
com eficiência e eficácia sem desviar recursos para as obrigações 
sociais. 
Por outro lado, Keith Davis defende a responsabilidade social e afirma 
que ela caminha de mãos dadas com o poder social. Atribui à empresa 
uma força poderosa que tem como obrigação assumir a responsabilidade 
social correspondente, uma vez que a sociedade a faz prestar contas de 
tal poder. Dessa forma, a empresa deve estar aberta à análise dos 
problemas sociais, mesmo sendo ela dispendiosa, já que tais custos 
podem ser legitimados ao serem repassados, também, aos 
consumidores na força de preços mais altos. A empresa tem a perícia 
necessária e obrigação de ajudar a solucionar os problemas, mesmo que 
não esteja diretamente envolvida, pois essa obrigação é em favor do 
bem social geral, do qual todos se beneficiarão. 
Ambos sustentam, entretanto, que a empresa deve obedecer à lei e 
realizar os atos de sensibilidade social que forem exigidos. De acordo 
com Montana e Charnov (2006), a sensibilidade social de uma 
organização é mensurada a partir da sua sensibilidade às obrigações 
sociais e pode ser mensurada mediante a avaliação da eficiência e 
eficácia com que ela se esforça para empreender ações que satisfaçam 
as obrigações sociais. 
Como reflexo a esses dilemas de que a organização tem 
responsabilidade social porque é conferido o poder econômico e social, 
as instituições têm assumido diferentes graus de sensibilidade social 
(algumas empresas são mais ou menos envolvidas), conforme se verifica 
nas abordagens da obrigação social, da responsabilidade social e da 
sensibilidade social (MONTANA; CHARNOV, 2006). 
Abordagem da obrigação social: esse grau de envolvimento é menor, 
de forma que a empresa busca cumprir apenas com as obrigações 
legais. Tem como objetivos principais a maximização dos lucros e o 
patrimônio dos acionistas, sendo adeptos de cumprir com as obrigações 
sociais mínimas impostas pela legislação. As ideias são muito próximas 
aos argumentos de Friedman, de maneira que os gerentes selecionam 
as ações que melhor contribuem para o resultado econômico da 
empresa. Inclusive, as instituições podem até participar de campanhas 
de associações comerciais no intuito de atender à lei ou alterar a 
legislação e limitar a sua responsabilidade social. 
Da mesma forma, as empresas podem até contribuir para a assistência 
social, citando-as como boa reputação, com responsabilidades dos 
indivíduos e não suas. A obrigação legal ou o benefício próprio é o único 
determinante da responsabilidade social – caso contrário, pertence a 
outros. Os seus gerentes limitam a reação da empresa a obrigações 
sociais, mesmo frente às críticas, porém procuram agir dentro da 
legalidade em todas as esferas. 
Em resumo, as instituições cumprem apenas com as obrigações legais e 
dedicam somente os recursos organizacionais necessários para cumprir 
o que são também consideradas obrigações sociais, porém sem 
empreender esforços voluntários. 
Abordagem da responsabilidade social: esse grau de envolvimento, 
em relação à sensibilidade social, é intermediário e supõe que a empresa 
não possui somente objetivos econômicos, mas também de 
responsabilidades sociais. Cumpre com as suas obrigações legais e 
sociais, mesmo que afete apenas diretamente a empresa, com base na 
obediência à lei e no critério do benefício social. 
Contudo, busca-se, ativamente, a aprovação da comunidade, além de 
participar de projetos sociais e se dispõe a gastar alguns recursos 
organizacionais para a promoção do bem-estar social, embora não se 
escolheria nenhuma ação que trouxesse prejuízo econômico para a 
empresa. Assim, as instituições desejam ser vistas como boas cidadãs 
empresariais e buscam reconhecimento público. Os gerentes cooperam 
com entidades sociais municipais na definição das dimensões de 
problemas sempre buscando a solução. 
Os funcionários também são incentivados a participar, sendo que o 
reconhecimento, muitas vezes, será dado à empresa, compensando o 
funcionário com fundos da organização. Pratica-se a adaptação reativa, 
de maneira a contribuir para providenciar a ação correta de problemas 
sociais. 
Em resumo, as empresas têm responsabilidades econômicas e sociais. 
As suas responsabilidades econômicas são maximizadas em forma de 
lucro e aumento do patrimônio dos acionistas. As responsabilidades 
sociais consistem em lidar com problemas correntes, mas até o ponto 
que não afete, negativamente, a empresa. As instituições também agem 
por meio do incentivo aos seus funcionários e atuam a partir de 
adaptação reativa, um processo de reação aos problemas. 
Abordagem da sensibilidade social: essas empresas atuam no grau 
máximo de envolvimento e, já que atuam sob essa perspectiva, não têm 
somente metas econômicas e sociais, mas também devem antecipar 
problemas sociais futuros e agir no presente em resposta a esses 
transtornos. Cumprem com as obrigações legais e sociais relativas às 
tendências e problemas que estão surgindo, mesmo que afetem apenas 
indiretamente a empresa. Primeiramente, antecipam-se e lidam com os 
problemas. Em seguida, lidam com os problemas sociais futuros, fazendo 
uso dos recursos no presente e levando esse bem-estar para o futuro, o 
que afeta, negativamente, a maximização dos lucros do presente. 
Acredita-se que a boa cidadania implica assumir um papel proativo, 
verdadeiro na sociedade, fazendo uso do poder conferido para a 
melhoria da sociedade. Assim, ao final, também produzirá um efeito 
benéfico para a empresa. Essas instituições adotam uma postura de 
adaptação proativa, antecipando problemas futuros antes que se tornem 
graves demais, de forma a apoiar a legislação para que atenda às 
necessidades sociais previstas. Geralmente, estão à frente do padrão de 
desempenhos das demais empresas, conferindo-lhes uma excelente 
reputação na sociedade, ao agir, inclusive, para a intervenção e a 
regulamentação governamentais. 
Em resumo, as empresas não têm somente responsabilidades 
econômicase sociais. Elas se antecipam a problemas sociais, 
destinando recursos organizacionais ao tratamento dessas questões por 
meio de adaptação preventiva. É uma abordagem muito aberta e admite 
a responsabilidade dos gerentes com os proprietários da empresa 
(acionistas) e a sociedade como um todo. 
Para Silva (2008), as organizações apresentam diferentes graus de 
comprometimento, que vão da estratégia obstrucionista, de um lado, 
seguido da defensiva e da acomodativa, e a estratégia proativa, do outro. 
Estratégia obstrucionista: refere-se àquela organização que evita 
responsabilidades sociais e reflete, principalmente, prioridades 
econômicas, combatendo as demandas sociais. 
Estratégia defensiva: é aquela que protege a organização fazendo o 
mínimo legalmente requerido para satisfazer às expectativas sociais. 
Estratégia acomodativa: refere-se à organização que aceita as 
responsabilidades sociais e tenta satisfazer aos critérios legais 
econômicos e éticos, fazendo o mínimo eticamente requerido. 
Estratégia proativa: refere-se à organização que preenche todos os 
critérios de desempenho social, incluindo o discricionário, ao ter liderança 
na iniciativa local. O seu comportamento é preventivo dos impactos 
sociais adversos de atividades econômicas da empresa e, algumas 
vezes, antecipa a identificação da resposta dos aspectos sociais 
emergentes. 
As estratégias do continuum do grau de comprometimento da 
organização para com as responsabilidades sociais são apresentadas na 
figura a seguir. 
 
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
 
Figura 1.3 - Estratégias da responsabilidade social 
Fonte: Adaptada de Silva (2008). 
 
Como vimos por meio da figura, algumas empresas negam as suas 
responsabilidades mantendo uma estratégia obstrucionista, ou seja, 
atuam contra as demandas sociais e se preocupam apenas com as 
atividades econômicas. Demonstra-se, assim, um baixo grau de 
responsabilidade social, enquanto, no outro extremo, temos 
organizações que atuam estrategicamente, de forma proativa, pois 
corroboram com um alto grau de comprometimento com a 
responsabilidade social. 
Balanço Social e os Indicadores 
de Sustentabilidade 
Os primeiros discursos no Brasil, em prol da mentalidade empresarial, 
mais voltada para o social, foram notados na década de 60, com a 
publicação da “Carta de princípios do Dirigente Cristão de empresas”, 
que, segundo Moratelli (2005 apud ALLEDI FILHO et al., 2012), tinha o 
objetivo de discutir o balanço social das organizações. 
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
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Durante as próximas décadas, devido à ascensão da ditadura militar no 
Brasil, a sociedade civil estava desarticulada, mas, na década de 80, 
destaca-se o trabalho do Instituto IBASE, que visava a valorizar as 
empresas envolvidas com a sociedade, incentivando-as a publicarem o 
Balanço Social. Em 1984, a Nitrofértil publicou o seu primeiro balanço. 
Dois anos depois, foi criada a FIDES – Fundação Instituto de 
Desenvolvimento Empresarial e Social –, que tinha como meta 
humanizar as empresas e integrá-las à sociedade, segundo princípios 
éticos, elaborando, também, a primeira tentativa de estabelecer rotina 
para balanços sociais entre empresas (ALLEDI FILHO et al., 2012). 
O balanço social pode ser definido como uma medição comportamental 
da empresa, buscando a satisfação dos objetivos sociais que almeja 
alcançar. Trata-se de um instrumento estabelecido a partir de indicadores 
representativos da situação atual da organização, em termos de 
sociedade, ambiente e das condições de trabalho da própria 
organização. A sua utilização implica um estágio de reflexão e aceitação 
por parte do empresariado. Embora já exista a consciência empresarial 
da necessidade de sua utilização, ainda estamos em um estágio de 
maturação (KWASNICKA, 2006). 
Há várias correntes sobre as formas de compor um balanço social. 
Apesar de países, como a França e a Alemanha, já se utilizarem desse 
instrumento de forma legal, no Brasil, ainda é preciso divulgar os 
conhecimentos adquiridos a esse respeito, procurando formar uma 
consciência empresarial. Para Kwasnicka (2006, p. 328), “[...] o balanço 
social representa um instrumento de gestão, que mede ou informa a 
situação das empresas, sua evolução, as distorções eventuais sobre 
objetivos”. Dentre as formas de compor um balanço social, citam-se: 
1. a concepção de que o documento deveria ser financeiro e 
demonstrar as despesas voluntárias incorridas em melhorias 
de condições de seu quadro de pessoas e sua posição social; 
2. a concepção de que é um instrumento que serve para 
mensurar o impacto dos esforços organizacionais sobre o 
pessoal em termos de avaliar o grau de satisfação; 
3. a concepção do desempenho social das organizações, em 
que o balanço seria um demonstrativo, tendo, no passivo, os 
fatores de tensão social e, no ativo, os fatores de satisfação 
social. Ambos os fatores seriam avaliados por meio de 
indicadores diretamente mensuráveis. 
Os relatórios de sustentabilidade ou de responsabilidade socioambiental 
eram representados, até recentemente, por três gerações de relatórios. 
Salienta-se que a quarta geração estava em construção para 
lançamento, em 2013, pelo GRI (MARQUES, 2012). 
1º GERAÇÃO 
Estrutura fragmentada com integração de indicadores de forma limitada, não 
representando uma base em sistemas de gestão e tecnologia para medição 
adequada. Apresentam apenas informações selecionadas para atender à 
necessidade de determinado grupo. 
 
Agora, que tal conhecer alguns modelos de balanços mais utilizados e os 
seus indicadores econômicos, sociais e ambientais? 
A seguir, os modelos de balanço do IBASE, do GRI, do CEBDS, do 
Instituto Ethos e os indicadores relacionados ao mercado financeiro ISE, 
o DJSI, entre outros, serão salientados. 
Balanço Social IBASE 
Criado em 1997 pelo sociólogo Herbert de Souza, o Instituto Brasileiro de 
Análises Sociais e Econômicas (IBASE) tem como objetivo demonstrar a 
importância e a necessidade da realização do balanço social. Junto com 
o relatório e buscando estimular a participação de um número maior de 
empresas, o IBASE lançou um selo denominado “Balanço Social 
IBASE/Betinho”, a fim de que a empresa demonstrasse a sua atitude 
cidadã. 
 
SAIBA MAIS 
Modelo IBASE 
De acordo com o modelo IBASE apresentado pelo portal IBASE (2018), o 
balanço social é composto, basicamente, por 7 indicadores: 1. Base de cálculo; 
2. Indicadores sociais internos; 3. Indicadores sociais externos; 4. Indicadores 
ambientais; 5. Indicadores do corpo funcional; 6. Informações relevantes 
quanto ao exercício da cidadania empresarial; e 7. Outras informações. 
Saiba mais a respeito acessando o link: https://ibase.br/pt/balanco-social/ 
Fonte: Elaborado pela autora. 
Modelo GRI 
O Global Reporting Initiative (GRI, 2019) é uma Organização Não 
Governamental (ONG) internacionalmente conhecida. O seu modelo de 
elaboração de relatórios de sustentabilidade é aplicável a todos os tipos 
de organizações. Foi fundada em 1997 pelo CERES e pelo Programa 
das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). No relatório de 
sustentabilidade, é divulgado o desempenho econômico, social e de 
governança da organização, incluindo as questões de gênero. As 
diretrizes do GRI e o seu conjunto de protocolos de indicadoresse 
relacionam às dimensões: econômico, meio ambiente, direitos humanos, 
práticas trabalhistas e trabalho decente, responsabilidades pelo produto 
e sociedade. 
https://ibase.br/pt/balanco-social/
 
FIQUE POR DENTRO 
Modelos de GRI-4 
Conheça o modelo GRI-4 por meio do Relatório da Empresa EMBRAER 
disponível em: https://www.embraer.com/relatorio_anual2016/pt/sumario-de-
conteudo-gri.htm. Acesso em: 25 jan. 2019. 
Conheça, também, o modelo GRI-4 do Banco do Brasil disponível 
em: http://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2015/pt/13.htm. 
Fonte: Elaborado pela autora. 
Atualmente, o GRI Standard, lançado pelo Global Sustainability 
Standards Board (GSSB), representa um novo conjunto de normas 
globais que substituirão a atual versão, a G4, em 2018. O GRI Standard 
é o primeiro padrão global pautado em 05 módulos, 03 normas de caráter 
geral e 33 outros tópicos, trazendo um formato mais claro dado aos 
requisitos. 
Essa mudança está ocorrendo, porque muitas empresas declaravam 
reportar com G4, porém não seguiam a metodologia de forma adequada. 
Nesse sentido, esse modelo estabelece maior rigor ao conteúdo, contudo 
com mais flexibilidade para relatar as dimensões da sustentabilidade 
(GRI, 2019). 
Indicadores do Balanço CEBDS 
Fundado em 1997, o Conselho Empresarial Brasileiro para o 
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), representante no Brasil 
do World Business Council Sustainable Development (WBCSD), lidera os 
esforços do setor empresarial para a implementação do Desenvolvimento 
Sustentável no Brasil. Foi a primeira instituição a falar em 
https://www.embraer.com/relatorio_anual2016/pt/sumario-de-conteudo-gri.htm
https://www.embraer.com/relatorio_anual2016/pt/sumario-de-conteudo-gri.htm
http://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2015/pt/13.htm
Sustentabilidade no Brasil dentro do conceito do Triple Bottom Line (TBL) 
– tema a ser tratado na seção a seguir – e responsável pelo primeiro 
relatório de Balanço Social no Brasil, que ajudou a implantar no país, em 
parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o World Resources 
Institute (WRI), a partir de 2008, a principal ferramenta de medição dos 
gases do efeito estufa (GHF Protocol). Atualmente, o conselho promove 
diversas sugestões práticas e publicações que visam a otimizar a 
performance das empresas sob a perspectiva do desenvolvimento 
sustentável. 
Indicadores do Balanço do Ethos 
O Instituto Ethos é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse 
Público (OSCIP) e tem como missão “mobilizar, sensibilizar e ajudar as 
empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, 
tornando-se parceiras na construção de uma sociedade justa e 
sustentável” (INSTITUTO ETHOS, 2016, on-line). O pensar e o agir 
imbuídos de responsabilidade social significariam práticas empresariais 
socialmente responsáveis no sentido de as empresas e a sociedade 
alcançarem um desenvolvimento social, econômico e ambiental 
sustentáveis. O modelo de indicadores utilizado pelas empresas como 
um instrumento em 2013 se denomina Indicadores Ethos para Negócios 
Sustentáveis e Responsáveis. 
De acordo com o Instituto Ethos (2016), eram 54 indicadores com 
exercício de integração com as normas da responsabilidade social ISO 
26.000 e com a GRI. A norma internacional ISO 26000 – Diretrizes sobre 
responsabilidade social – é uma ferramenta que tem caráter 
transformador e, ao contrário de outras normas, não é certificável, 
tampouco tem caráter de gestão, mas, sim, de orientação sobre a 
integração da responsabilidade social da organização. 
Dentre as funcionalidades do Relatório do Instituto Ethos (2016), 
destaca-se a de ser totalmente on-line. Esse sistema iniciou o seu pleno 
funcionamento em outubro de 2013 e o grande diferencial foi o 
compartilhamento entre as partes interessadas, bem como o 
monitoramento dos compromissos e pactos estabelecidos. 
A nova geração dos indicadores Ethos (INSTITUTO ETHOS, 2016) tem 
diversos indicadores e permite a flexibilidade da ferramenta, na qual a 
empresa ou organização pode selecionar quais indicadores quer utilizar 
de acordo com o seu interesse. São separados em quatro tipos 
abordados na sequência. 
1. Indicadores Ethos com o questionário principal com 47 
indicadores. 
2. Indicadores Ethos-Sebrae - Diagnóstico para pequenos 
negócios com 12 indicadores. 
3. Guia Temático - Integridade, Prevenção e Combate à 
Corrupção com 14 indicadores. 
4. Guia Temático - Promoção da Equidade e Gênero - 12 
indicadores. 
 
SAIBA MAIS 
Ferramentas 
Baixe as ferramentas listadas do seu interesse disponíveis 
em: https://www3.ethos.org.br/conteudo/indicadores-ethos-
publicacoes/#.W8M5WmhKiUm. Fonte: Elaborado pela autora. 
Indicadores do Modelo ISE 
A Bolsa de Mercadorias e Futuro e a Bolsa de Valores de São Paulo 
(B3..., 2017) assumiram uma atitude de protagonismo no 
desenvolvimento de ações para o aprimoramento das boas práticas de 
governança corporativa das empresas no suporte à criação de novos 
mercados e no incremento à agenda social em face de exigências de um 
mercado cada vez mais rigoroso. A exemplo do Dow Jones (DJSI), o ISE 
é a tendência mundial dos investidores em procurarem empresas 
https://www3.ethos.org.br/conteudo/indicadores-ethos-publicacoes/#.W8M5WmhKiUm
https://www3.ethos.org.br/conteudo/indicadores-ethos-publicacoes/#.W8M5WmhKiUm
socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicarem os 
seus recursos, empresas denominadas organizações de “investimentos 
socialmente responsáveis”, consolidando-se a cada dia. 
O ISE foi lançado em 2005 e marca o entendimento da Bolsa de 
Mercadorias e Futuro e a Bolsa de Valores de São Paulo 
(BM&FBOVESPA) de que a sustentabilidade pode criar vantagem 
competitiva para a empresa e valor para os seus acionistas enquanto 
promove um mercado saudável e perene. O seu desenho metodológico 
foi desenvolvido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da 
Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas 
(FGV-EAESP). Tornou-se uma das maiores referências em práticas de 
gestão sustentável no Brasil e no mundo. A avaliação realizada 
pelo International Finance Corporation (IFC), em 2010, mostrou, por 
exemplo, que 64% das empresas participantes apresentam o ISE como o 
principal fator para o aprimoramento de suas práticas de sustentabilidade 
(B3..., 2017). 
O seu objetivo é refletir o retorno de uma carteira composta por ações de 
empresas com um reconhecido comprometimento com a 
responsabilidade social e empresarial, bem como atuar como promotora 
de boas práticas no meio empresarial brasileiro, representado pelas 200 
ações mais líquidas, escolhidas por um conselho a partir do balanço 
social e revisado anualmente. No ano de 2017, foram convidadas 179 
companhias, emissoras das 200 ações mais líquidas; destas, 41 se 
inscreveram no processo, sendo 37 inteligíveis, 3 na categoria simulado 
e 1 na Treineira. 
Indicadores do DJSI – Dow Jones Sustainability 
Index 
De acordo com Marques (2012), esse Indicador foi lançado em 1999 
como o primeiro benchmark mundial em avaliação de desempenho 
financeiro relacionado à sustentabilidade. Em 2001, foi lançado o DJSI 
STOXX, voltado para portfólios europeus. Assim, a DJSI World seleciona 
as 10% mais bem capitalizadas a partir de 2500 empresas líderes globais 
em sustentabilidade. Por sua vez, a DJSI STOXX seleciona companhias 
líderes em sustentabilidade europeias, tendo como ponto de partida Dow 
Jones STOXX 600, dos quais são extraídas 20% sob os critérios de 
sustentabilidade. Nesse sentido, os “seus principais usuários são 
investidores e gestores de fundos que pagam para ter acesso às 
informações da companhia” (MARQUES, 2012, p. 217). 
A avaliação engloba cerca de 50 critérios, como mudança climática, 
água, alimentos, accountability, saúde, governança corporativa, gestão 
do conhecimento, desempenho ambiental e políticas de direitos 
humanos, verificados pela análise da SAMGroup. Dentre as empresas 
contempladas no DJSI World 2010/2011, o relatório abarcou mais de 
300, sendo sete delas brasileiras: Fibria Celulose S/A, Banco Bradesco 
S/A, Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), Itaú Unibanco 
Holding S/A, Itaúsa – Investimentos Itaú S/A –, Petrobrás S/A e 
Redecard S/A (MARQUES, 2012). 
Há, ainda, outros indicadores compostos por organizações com os 
critérios da sustentabilidade. A maioria utiliza a filosofia TBL, como 
o FTSE4good (Londres), companhia independente de propriedade do 
Financial Times e da Bolsa de Londres, JSE SRI Index (Johannesburg 
Stock Exchange Socially Responsible Investment Index – África do 
Sul), S&P ESG Índia Index (Índia), em parceria com Standard&Poors e 
IFC. Por fim, tem-se a Domini 400 Social Index (EUA), lançada em 
1990, pela KLF Research & Analytics, Inc., em Boston (MARQUES, 
2012). 
Triple Bottom Line e 3 Ps (Profit, 
People and Planet) 
A sustentabilidade, como entendemos, é a consequência de um modelo 
de desenvolvimento que estaria pautado em um tripé, ou seja, três 
pilares que representam, respectivamente, as dimensões econômica, 
social e ambiental. O grande paradigma está em conciliar sinergicamente 
as três sustentabilidades: econômica, social e ambiental. Nesse sentido, 
o modelo Triple Bottom Line (tríplice linha de resultados líquidos) e os 
Três Ps (profit, people and planet) se tornaram populares. Na figura a 
seguir, apresenta-se a inter-relação entre as dimensões. 
 
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
 
Figura 1.4 - Modelo TBL 
Fonte: Adaptada de Afnor (2003 apud ALLEDI FILHO et al., 2012). 
 
Originado do livro de Elkington, Cannibals with forks (1997), a metáfora 
do garfo se refere às três dimensões da sustentabilidade como uma 
forma de concebê-las no âmbito das empresas. O modelo busca 
responder à seguinte questão: o capitalismo, assim como um canibal, 
tornar-se-ia civilizado se comesse com garfo e faca? Conforme 
descrevem Barbieri e Cajazeira (2009), no âmbito empresarial e na 
dimensão econômica, é reconhecida a obtenção de lucros a partir do 
aumento no valor de mercado e da geração de riquezas para os seus 
acionistas. 
Há deficiências ligadas ao lucro convencional de como as externalidades 
não são conhecidas, por exemplo, o custo ambiental ou social com que a 
sociedade irá arcar ou, talvez, a própria empresa, como é o caso das 
organizações que adotam práticas de gestão para evitar a poluição, 
tornando-se a mitigação da externalidade negativa de um custo para 
empresa. Destaca-se que o inverso pode ocorrer, uma vez que há, ainda, 
faces ocultas da natureza que até o próprio homem desconhece pela 
ciência. 
Modelo 3 Ps – PROFIT, PEOPLE, PLANET 
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
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https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
https://moodle.faculdadefama.edu.br/pluginfile.php/55197/mod_resource/content/3/unidade-1.html?embed=1
Os três Ps – Profit, people and Planet (Lucro, pessoas e planeta) – foi 
originado do Modelo TBL e serve, também, para explicitar o modelo de 
uma organização sustentável. O seu direcionamento considera as 
dimensões (econômica, social e ambiental) no âmbito de empresas. A 
única diferença é que eles não servem para todos os tipos de 
organizações, já que, em algumas organizações, como cooperativas, 
organizações não governamentais e governos, o critério que associa a 
dimensão econômica não é o lucro, aqui representado 
pelo profit (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2009). 
Para Foladori (2001 apud ALLEDI FILHO et al., 2012, p. 34), “a questão 
ambiental tem a particularidade de ser tão ampla e de seus elementos 
estarem tão interconectados que sua delimitação não é tarefa fácil”. De 
acordo com Barbieri e Cajazeiras (2009), outras formas de apuração – 
não somente o conceito do lucro contábil ou convencional – devem estar 
em pauta quando tratamos as dimensões ambiental e social. 
Responsabilidade Social: 
Governança Corporativa e Ética 
A responsabilidade social corporativa também é discutida na literatura 
como cidadania corporativa, filantropia corporativa, responsabilidade 
corporativa, governança, ambientalismo e desenvolvimento sustentável. 
Todos esses conceitos são utilizados para caracterizar tanto as 
responsabilidades da organização para com as suas diferentes partes 
interessadas como também com os impactos sociais, ambientais e 
econômicos causados por sua operação (MURRAY; HAZLETT et al., 
2007 apud ALLEDI FILHO, 2012). 
O conceito inclui tanto o desempenho econômico das organizações ao 
longo prazo quanto o relacionamento com os seus stakeholders e ética – 
assunto que abordaremos nesta seção. No quadro a seguir, são 
evidenciadas algumas definições associadas à responsabilidade social 
corporativa. 
CONCEITO AUTOR 
Um conceito por meio do qual as organizações, de forma 
voluntária, integram as suas preocupações sociais e 
ambientais (operação e gestão) com as dos seus negócios, 
como também com todas as diferentes partes que 
interagem com a organização. 
Comunidade Econômica 
Europeia – Green Paper. 
A responsabilidade social não é separada no negócio da 
empresa. A empresa que não for socialmente responsável 
não terá espaço no mercado. 
Oded Grajew – Instituto 
Ethos. 
Responsabilidade Corporativa Global é o termo mais 
amplo em relação à Responsabilidade Social Corporativa 
ou Cidadania Corporativa. Refere-se às obrigações da 
empresa em um mundo globalizado e cada vez mais 
interligado e interdependente, tanto em relação à 
sociedade quanto ao meio ambiente cultural. 
EFMD – European 
Foundation for 
Management 
Development. 
O dever das corporações de promover o desenvolvimento 
social passou a ser acompanhado na década de 1970 com 
o termo “responsabilidade social corporativa”. As 
perguntas passaram a ser consideradas um dever delas. 
Patrícia A. Ashley. 
O desejo contínuo das organizações de se comportar de 
forma ética e contribuir para o desenvolvimento 
econômico melhorou a qualidade de vida da força de 
trabalho e das suas famílias, como também das 
comunidades e da sociedade como um todo. 
World Business Council 
for Sustainable 
Development (WBCSD). 
Quadro 1.3 - Definições associadas à responsabilidade social corporativa 
Fonte: Alledi Filho et al. (2012, p. 12). 
A ética é uma necessidade em todos os níveis da organização e os seus 
negócios, sendo um dos maiores desafios conduzir as atividades, de 
maneira ética, como se fosse impossível atrelar negócios lucrativos a ela. 
Nos anos recentes, vem crescendo a atenção à ética dos negócios 
devido, em grande parte, à cobertura dada pela mídia às diversas ações 
não éticas, de forma a refletir costumes e a moral estabelecida, bem 
como as relações humanas fundamentais que podem variar conforme a 
cultura organizacional. 
As demandas éticas que os administradores e outros empregados 
enfrentam têm crescido significativamente a partir da década de 90 
devido à atenção dos acionistas para os efeitos das decisões internas 
tomadas pelos seus administradores. Assim, a ética é um conjunto de 
valores e regras que definem a conduta dos indivíduos como certa ou 
errada, envolvendo princípios morais gerais de comportamento 
aceitáveis ou não pelas pessoas. Ao longo dos anos, quatro visões de 
comportamento ético têm sido identificadas: 
Visão utilitarista: considera o comportamento ético aquele 
que entrega os melhores produtos para um grande número 
de pessoas. 
 
Visão individualista: considera comportamento ético aquele 
que eleva osautointeresses, respeitando a condição do 
indivíduo ao longo prazo. 
 
Visão de direitos morais: considera comportamento ético 
aquele que respeita e protege os direitos fundamentais das 
pessoas. 
 
Visão de justiça: considera comportamento ético aquele que 
trata as pessoas imparcialmente e de maneira justa de 
acordo com regras e padrões iguais (SILVA, 2008, p. 67). 
A ética não é prescritiva, porém alguns códigos de condutas podem ser 
documentados e escritos e servir de orientação geral para o 
comportamento. Entretanto, muitas dificuldades são encontradas no dia a 
dia nos negócios e as pessoas criam racionalizações para os seus 
comportamentos não éticos, como: convencer-se de que o 
comportamento não é ilegal, de que é realmente do melhor interesse de 
todos, de que ninguém descobrirá e de que a organização protegerá tal 
comportamento. Dessa forma, é bastante conveniente criar um código de 
ética para melhorar o desempenho da organização e orientar, de forma 
pessoal, a sociedade em geral (SILVA, 2008). 
Nesse sentido, é preciso fazer uma gestão responsável e ética. A 
Governança Corporativa representa um sistema do qual as organizações 
se utilizam para demonstrar as suas melhores práticas de gestão 
corporativa. De acordo com Meiriño (2012), as boas práticas convertem 
princípios em recomendações objetivas, contribuindo para a longevidade 
da organização. Muitas empresas buscaram esse modelo formal de 
gestão principalmente para se profissionalizar em virtude da alta 
competitividade do mercado cada vez mais globalizado. 
São apontados como código de melhores práticas de governança 
corporativa os códigos do Instituto Brasileiro de Gestão Corporativa 
(IBGC), o qual fora lançado em 1999. Em 2009, foi lançada a quarta 
edição do código motivada pelas mudanças no cenário corporativo 
brasileiro. Os princípios básicos se inspiram em transparência, equidade, 
prestação de contas (accountability) e Responsabilidade Corporativa 
(MEIRIÑO, 2012). 
Atualmente, o termo mais utilizado para definir o papel das empresas 
perante o desenvolvimento sustentável é “Sustentabilidade Corporativa”, 
que consiste na busca por sobrevivência a longo prazo a partir de sua 
viabilidade econômica e a coexistência harmônica com o meio ambiente 
e a sociedade. Para Sousa (2011), os principais benefícios de abordar a 
sustentabilidade, segundo a Sustainability: the embracers seize 
advantage, The Boston Consulting Group e MIT Sloan Management 
Review, são apresentados a seguir. 
a) Melhor imagem institucional ou da marca da empresa: 49%. 
b) Redução de custos pela eficiência energética: 28%. 
c) Vantagem competitiva ampliada: 26%. 
d) Redução de custos pela eficiência em materiais e resíduos: 25%. 
e) Acesso a novos mercados: 22%. 
f) Aumento de margem e de participação de mercado: 21%. 
Você, como gestor(a), em que quadrante está em termos de estratégia 
de sustentabilidade? A ferramenta categoriza os objetivos corporativos: 
 
 
Figura 1.5 - Impulsionadores e resultados esperados de uma estratégia de 
sustentabilidade 
Fonte: Adaptada de Sousa (2011). 
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Ao representar exemplos de empresas sustentáveis no mundo, cinco 
organizações brasileiras estavam entre as 100 corporações, de acordo 
com o relatório “Global 100, ano 2013”, realizado pela revista 
canadense Knights. Em primeiríssimo lugar, no Brasil, é representada a 
Empresa “Natura Cosméticos S/A” (classificada em 2º lugar no mundo). 
Por sua vez, em segundo lugar, é representada a “CEMIG – Cia 
energética de Minas Gerais” (classificada em 43º lugar no mundo); em 
terceiro lugar, a “Vale” (classificada em 49º lugar no mundo); em quarto 
lugar, o “Grupo Pão de Açúcar” (classificado em 74º lugar no mundo); e, 
em quinto lugar, está o “Banco do Brasil” (classificado em 100º lugar no 
mundo). Lidera o ranking mundial a “Umicore”, empresa de materiais de 
construção, seguida pela “Natura” e a Norueguesa “Statoil”. 
No novo ranking, de acordo com a Corporate Knights, para o “Global 
100, ano 2018” das empresas mais sustentáveis do mundo, cinco são 
brasileiras. Em primeiro lugar, no Brasil, continua líder a Empresa Natura 
(classificada em 14º); em segundo lugar, a Empresa CEMIG (classificada 
em 18º); em terceiro lugar, no ranking brasileiro, está o Banco do Brasil 
(classificado em 49º); em quarto lugar, a Empresa Angie Brasil Energia 
(classificada em 52º); e, em quinto lugar, o Banco Santander 
(classificado em 76º). Em cinco anos, observamos que a Empresa 
Natura saiu da 2ª colocação no ranking mundial para a 14ª. Entretanto, o 
Banco do Brasil melhorou muito a sua classificação, saindo da 100ª 
posição para a 49ª (2018 GLOBAL…, 2018). 
 
REFLITA 
O crescimento econômico e socioambiental 
É realmente possível conciliar crescimento econômico e socioambiental no atual 
contexto de economia globalizada e ser uma empresa sustentável? 
Fonte: Elaborado pela autora. 
As empresas sustentáveis buscam, cada vez mais, adequar-se às 
exigências de uma produção na qual preserve o meio ambiente. 
Concomitantemente, devem manter a sua produção no mesmo nível, ou 
seja, é preciso assegurar a economia da empresa sempre em ascensão, 
porém cumprindo com o seu papel socioambiental. 
Considerações Finais 
Prezado(a) estudante, principalmente a partir da década de 80 em 
diante, o paradigma do desenvolvimento tem se modificado, surgindo a 
necessidade de se pensar a longo prazo, em um novo contexto no qual o 
“desenvolvimento sustentável” e a “responsabilidade social” são 
suscitados por uma questão de sobrevivência. Trata-se de uma 
responsabilidade atribuída diretamente aos gestores organizacionais por 
serem grandes agentes de transformação nas atividades globais a partir 
de suas atividades. Eles, agora, veem-se forçados a pensar ou são 
persuadidos por uma sociedade cada vez mais atenta e exigente. 
Apesar dos dilemas em relação às ações da responsabilidade social, as 
empresas, em grau maior ou menor, estão participando. Cada qual tem 
um grau de comprometimento ou envolvimento, porém aquelas que têm 
sensibilidade social, em sua maioria, já buscam formas de ir além do que 
lhes é cobrado. Algumas já dispõem, por meio dos balanços sociais, da 
transparência de suas ações que são apresentadas à sociedade. 
Conhecemos, também, o modelo TBL e os 3 Ps. Compreendemos que, 
apesar de serem os mais utilizados por organizações nacionais e 
internacionais, estas ainda se apresentam incapazes. 
Entretanto, as organizações buscam encontrar outros meios de fazer 
uma gestão cada vez melhor. Assim, a governança corporativa, por meio 
de sua sistemática, parece que está surtindo resultados positivos. Por fim 
e não menos importante, discutimos sobre a ética, uma vez que se 
suscita a procura por organizações que atuem correta e eticamente e de 
modo socialmente responsável. Para aquelas que só buscam demonstrar 
uma melhor imagem institucional ou de marca, como é constatado nas 
pesquisas, é melhor repensarem a sua atuação. Àquelas que 
conseguiram demonstrar sustentabilidade, como as apresentadas no 
Global 100, parabéns! 
Porém, o caminho ainda é árduo e há muitos desafios para os gestores e 
demais atores da sociedade, em especial quando o processo de 
globalização e exclusão social, principalmente das minorias presentes na 
sociedadeglobal, está cada vez mais aumentando face ao desemprego.

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