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Visão geral das infecções fúngicas - micoses: infecções causadas por fungos microscópicos (tanto levedura quanto fungo filamentoso) - Divisões de interesse médico: Glameromycota, Ascomycota, Basidiomycota Principais micoses humanas: *Classificação: - de acordo com o tecido infectado, assim como pelas características específicas dos grupos de microrganismos - infecções fúngicas: micoses superficiais, micoses cutâneas, micoses subcutâneas, micoses sistêmicas endêmicas (restritas a determinadas regiões), micoses sistêmicas oportunistas *micoses sistêmicas endêmicas – causadas por patógenos verdadeiros (não precisa ter característica de vulnerabilidade para adquirir a doença) *micoses sistêmicas oportunistas – causadas por patógenos oportunistas Micoses superficiais estritas: - alterações nas camadas mais superficiais do extrato córneo, estão limitadas a superfície da pele e do pelo - não causam resposta inflamatória - associada a questão estética - crônica, mais ou menos pruriginosa - lesões se manifestam como mancha pigmentar na pele, nódulos ou pelos - forma invasiva do fungo é um hifa, característica de cada micose *não danosa mas tratada por questões estéticas Micoses superficiais: *ptiríase versicolor: - causada por levedura Malassezia spp. - fungo dimórfico - encontrado em toda superfície da pele em humanos e animais homeotermos - comensal (presente na nossa microbiota) ou patogênico - para crescer precisa de fonte de lipídeo (zonas mais sebáceas do corpo) *quando quer invadir o tecido forma hifas e pseudohifas - características: presença de placas com descamação fina (ptiriase), que podem ser hipocrômicas e hipercrômicas (versicolor), podendo comprometer tronco, ombro, parte superior dos braços, pescoço e face - fungo degrada o ácido azelaico presente na pele, interferindo na produção de melanina e causando manchas - chamada de micose de praia – ao tomar sol as manchas brancas se destacam mais - etiologia: M. globosa, M. sympodiallis, M. furfur Marina Reuter Pierote - ocorre quando a Malassezia que coloniza a pele muda da forma leveduriforme para filamentosa invadindo o estrato córneo - uso de substancias muito oleosas na pele, exposição ao sol, umidade -> contribuem para o desenvolvimento do microrganismo Micoses cutâneas: *Dermatofitose: - grupo de fungos filamentosos, hialinos, septados, algumas vezes atroconidiados - invadir tecidos queratinizados - causa lesões em pelo, extrato córneo e unha - 3 gêneros: Trichophyton, Microsporum (fase assexuada) -> Artroderma (fase sexuada) - Epidermophyton - provocam resposta dos hospedeiro e podem se tornar sintomáticos - pruridos, descamação, pelos tonsurados – área de rarefação de pelos, lesões arredondadas na pele, unhas espessas e opacas *mais frequentes Microsporum canis, Microsporum gypcium, T. rubrum, T. mentagrophytes Ecologia dos dermatófitos: - geofilicos – predileção por solo - zoofilicos – predileção por animais - antropofilicos – adaptados ao ser humano Geofílico: - adaptação a solos ricos em queratina (pelos, penas, escamas) - homem ou de animais - quadros mais inflamatórios e exuberantes - tendencia à cura espontânea Zoofílicos: - 30% das dermatofitoses humanas - abandonaram o solo - adaptação a condições de parasitismo em animais em contato com solo - cães., gatos, cavalos, porcos, bois - infecções agudas e restritas as áreas onde o hospedeiro é encontrado Antropofílicos: - 70% das dermatofitoses - adaptação ao homem - infecções crônicas, evolução lenta, pouca ou nenhuma hipersensibilidade - frequentes na comunidade - surtos localizados em presença de condições favoráveis de transmissão Fatores predisponentes: higienização precária, sapatos apertados, contato com animais e solo, corticoterapia, diabetes Micoses subcutâneas: - crônicas, de natureza supurativa e granulotomosa Marina Reuter Pierote - fungos sapróbios, de baixa virulência - indivíduos que sofrem algum trauma e entram em contato com algo colonizado por esse microrganismo - feohiformicose - cromoblastomicose - esporotricose - micetoma - lacaziose - entomoftoromicose Aspectos epidemiológicos das micoses de implantação: - regiões tropicais e subtropicais (exceto feohifomicoses) - doenças ocupacionais – pessoas que tem contato com madeira, solo - não são de notificação compulsória - maior prevalência em adultos do sexo masculino - transmissão a partir de fontes ambientais - usualmente observados em casos isolados (exceção: esporotricose) *fungos negros principais causadores de cromoblastomicose Micoses endêmicas x oportunistas: Endêmicas: - patógenos dimórficos (forma filamentosa e leveduriforme – mais infectante) - inalação - distribuição restrita - imunocompetentes - fonte de infecção: exógena -ambiental - maior sobrevida Ex: histoplamose, paracoccídiomicose., coccidioidomicose Oportunísticas: - patógenos de menor virulência - distribuição mundial - hospedeiro: imunocomprometidos - fonte de infecção: endógena ou ambiental - mortalidade alta Ex: candidíase, aspergilose, fusariose, mucomicose Paraccocidioidomicose: - micose endêmica - inalado e causa doença infecciosa de evolução aguda, subaguda, crônica - lesão na boca - agente biológico: Paraccocidioides brasiliensis e P. lutzili - forma leveduriforme - microrganismo presente no ambiente – inalado o microrganismo – alvéolos pulmonares – microrganismo isolado e pode ser reativo ou pode desenvolver doença aguda Marina Reuter Pierote - unifocal no pulmão ou multifocal – sistêmica Candida spp: - constituído por cerca de 200 espécies (58 oportunistas) - leveduras com ausência de pigmento melanizado e carotenoide - forma celular variável - produzem brotamentos ou blastoconídios - produzem hifas verdadeiras e pseudohifas – exceto Candida globrata - tubo germinativo e cladomidoconídios terminais de parede espessa Onde podemos isolar cândida? - habitat: humanos e animais homeotérmicos - cosmopolitas - componentes da flora habitual do corpo - comensais do tubo digestivo, uretra e vagina - trato respiratório (laringe e faringe) - água, ar, raramente no solo - dificilmente se isola Candida albicans, na pele sã - pacientes hospitalizados, HIV, diabéticos, usuários de próteses dentarias, uso de antineoplásicos e antibióticos - espécies do gênero Candida vivem em equilíbrio dinâmico (comensais) com o hospedeiro, no entanto se essa harmonia é rompida, podem provocar doenças que vão desde uma manifestação inflamatória local até micoses sistêmicas que podem levar o indivíduo a morte - porta de entrada para Candida: principal fonte de infecção é a mucosa superficial ou cutânea até a disseminação hematogênica é o próprio paciente; fonte de infecção exógena (profissionais da área de saúde para pacientes e de paciente para paciente) - manifestações da doença variam de acordo com o sítio anatômico acometido, classifica em três grandes grupos: mucocutânea, cutânea e sistêmica - síndromes clinicas: mucocutânea - sapinho em crianças, candidíase vulvo vaginal Candidemia (fungemia ou sepsemia candidósica): - porta de entrada: translocação no tubo gastrointestinal e dispositivo medico invasivo - fatores facilitadores de translocação de microrganismos no TGI: hipotensão, terapia com antibióticos, obstrução intestinal, drogas citotóxicas, alimentação parenteral *cateter venoso central muito relacionado a cândida (20 a 70% dos profissionais de saúde são colonizados transitoriamente por Candida spp em suas mãos) - sintomatologia: febre, calafrio, erupção cutânea, perifoliculites (pode ser confundida com sepsemia bacteriana) Marina Reuter Pierote Consideraçõessobre micologia médica: - baixa frequência - diagnóstico tardio - ultima suspeita - falta pessoal especializado - graduação e pós graduação: difícil acesso a micologia Marina Reuter Pierote
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