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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA Departamento de Estruturas e Construção Civil ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Santa Maria, março de 2016 4 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 1 INTRODUÇÃO O objetivo da análise matricial de estruturas é automatizar os procedimentos dos Métodos da Flexibilidade e da Rigidez para a análise de estruturas reticuladas. Estruturas reticuladas são aquelas compostas por elementos de barra, como por exemplo: vigas, treliças planas, treliças espaciais, pórticos planos, pórticos espaciais e grelhas. O termo “análise” significa: determinar os valores dos deslocamentos (translações e rotações), das reações de apoio, dos esforços internos nas barras (EN, EC, MF e MT) e das tensões (normais e de cisalhamento). A análise matricial auxilia na fase de projeto correspondente à análise estrutural, fornecendo os dados para a fase seguinte de projeto: o dimensionamento das estruturas, as quais podem ser de aço, concreto, madeira ou materiais não convencionais (fibra de vidro, fibras vegetais, plásticos, entre outros). Segundo a ABNT NBR 6118:2003 (revisada em 2007) “Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimentos” (antiga NB-1), a análise estrutural é definida como: ... 14 Análise estrutural ... 14.2 Princípios gerais da análise estrutural 14.2.1 Objetivo da análise estrutural O objetivo da análise estrutural é determinar os efeitos das ações em uma estrutura, com a finalidade de efetuar verificações de estados limites últimos e de serviço. A análise estrutural permite estabelecer as distribuições de esforços internos, tensões, deformações e deslocamentos, em uma parte ou em toda a estrutura. 14.2.2 Premissas necessárias à análise estrutural A análise deve ser feita com um modelo estrutural realista, que permita representar de maneira clara todos os caminhos percorridos pelas ações até os apoios da estrutura e que permita também representar a resposta não linear dos materiais. Em casos mais complexos, a interação solo-estrutura deve ser contemplada pelo modelo. No caso de aplicação da protensão, deve-se garantir deslocabilidade adequada à sua realização efetiva, minimizando a transmissão não desejada para elementos adjacentes. Análises locais complementares devem ser efetuadas nos casos em que a hipótese da seção plana não se aplica, como por exemplo, em regiões de apoios, regiões de 5 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS introdução de cargas concentradas, uniões de peças estruturais, zonas de ancoragem, regiões de mudança de seção. Análises locais complementares também devem ser efetuadas quando a não linearidade introduzida pela fissuração for importante, como por exemplo, na avaliação das flechas. 14.3 Hipóteses básicas 14.3.1 Condições de equilíbrio As condições de equilíbrio devem ser necessariamente respeitadas. As equações de equilíbrio podem ser estabelecidas com base na geometria indeformada da estrutura (teoria de 1ª ordem), exceto nos casos em que os deslocamentos alterem de maneira significativa os esforços internos (teoria de 2ª ordem). 14.3.2 Condições de compatibilidade Quando as condições de compatibilidade não forem verificadas no estado limite considerado, devem ser adotadas medidas que garantam ductilidade adequada da estrutura no estado limite último, resguardado um desempenho adequado nos estados limites de serviço. 14.4 Elementos estruturais As estruturas podem ser idealizadas como a composição de elementos estruturais básicos, classificados de acordo com a sua forma geométrica e a sua função estrutural, conforme itens 14.4.1 e 14.4.2. 14.4.1 Elementos lineares São aqueles em que o comprimento longitudinal supera em pelo menos três vezes a maior dimensão da seção transversal, sendo também denominados barras. De acordo com a sua função estrutural, recebem as designações de 14.4.1.1 a 14.4.1.4. 14.4.1.1 Vigas Elementos lineares em que a flexão é preponderante. 14.4.1.2 Pilares Elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes. 14.4.1.3 Tirantes Elementos lineares de eixo reto em que as forças normais de tração são preponderantes. 14.4.1.4 Arcos Elementos lineares curvos, em que as forças normais de compressão são preponderantes, agindo ou não simultaneamente com esforços solicitantes de flexão, cujas ações estão contidas em seu plano. ... 6 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 1.1 Análise matricial entre os métodos para análise estrutural O esquema abaixo apresenta a posição em que a Análise Matricial de estruturas reticuladas está em relação aos diversos métodos utilizados para a análise estrutural. Fig. 1 – Esquema da posição da Análise Matricial de estruturas reticuladas em relação aos métodos de Análise Estrutural. 1.2 Método dos deslocamentos x método das forças Este texto faz referência aos métodos dos deslocamentos e das forças, os quais derivam do Princípio dos Trabalhos Virtuais (PTV) e têm como sinônimos os seguintes termos: Método da Rigidez = Método dos Deslocamentos: deslocamentos (lineares ou angulares) são as incógnitas; Método da Flexibilidade = Método das Forças: forças ou momentos são as incógnitas. Análise Estrutural Métodos Analíticos Métodos Numéricos Solução de Equações Diferenciais Método das Diferenças Finitas Métodos de Integração Método dos Deslocamentos Método das Forças Métodos Baseados em Discretização Análise Matricial de Estruturas Reticuladas Elementos Finitos Elementos de Contorno Métodos Experimentais _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 7 2 ESTRUTURAS RETICULADAS Estruturas reticuladas são estruturas compostas por barras, as quais são representadas pelo seu eixo longitudinal (axial) e estão interconectadas através de nós. A teoria aplicada para estruturas reticuladas é válida para estruturas formadas por elementos que possam ser assemelhados a barras, ou seja, uma de suas dimensões é bem maior que as outras duas dimensões. No entanto, isto não impede que estruturas que não atendam a este critério, como por exemplo, as lajes, possam ser vistas como estruturas reticuladas, uma vez que o comportamento estrutural (forma de se deformar, transmitir e distribuir esforços) de uma laje pode ser aproximado através de uma série de barras perpendiculares, formando uma grelha. Esta análise é denominada “analogia de grelha”. As estruturas reais podem ser classificadas em diversos tipos de estruturas reticuladas. Tal classificação está baseada principalmente na geometria da estrutura, na forma como as cargas externas são aplicadas, na forma como as barras se interconectame nos tipos de vinculação, determinando assim como os esforços são transmitidos entre estas barras até os vínculos. Os modelos de viga, treliça, pórtico e grelha são concebidos para representar com relativa precisão o comportamento das estruturas reais. 2.1 Ações em estruturas Ação em uma estrutura é o agente externo que provoca reações de apoio, esforços internos, deformações e deslocamentos na estrutura. A ação pode ser uma força pontual (P), uma carga uniformemente distribuída (q), um momento aplicado (M), as forças devidas ao vento, um recalque diferencial da fundação (), uma variação térmica (T), entre outras. A forma de simbolizar algumas das ações aplicadas em estruturas é mostrada na Figura 2. Fig. 2 – Ações aplicadas em estruturas. T P q M _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 8 OBS.: A palavra “carga” é utilizada para designar as ações relacionadas com a gravidade. Portanto, não é correta a expressão “carga de vento”. 2.2 Deformações A deformação é o resultado da aplicação de uma ação na estrutura. Pode ser uma deformação específica longitudinal () ou uma deformação de cisalhamento, também chamada de distorção específica (), como apresentado na Figura 3. As deformações variam em cada ponto da estrutura. Fig. 3 – Deformação longitudinal () e de cisalhamento (). 2.3 Deslocamentos O deslocamento é o resultado visível e de fácil medição das deformações sofridas pela estrutura. Pode ser um deslocamento linear (translação) ou um deslocamento angular (rotação de uma seção). Os deslocamentos são geralmente referenciados a um sistema de coordenadas global, como o sistema de eixos cartesianos (X-Y) mostrado na Figura 4. = G = L/L L L P = E P _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 9 Fig. 4 – Exemplos de deslocamentos e rotações. 2.4 Vinculações externas Os vínculos são elementos que representam as formas pelas quais as estruturas reticuladas são fixadas ou apoiadas, de forma a impedir determinados deslocamentos (translações e/ou rotações). São através das vinculações externas que os esforços oriundos da aplicação das ações são transmitidos para o solo. Existem diferentes tipos de vinculação que impedem determinados deslocamentos. Por exemplo, as vinculações de 1º gênero, impedem deslocamentos lineares (translações) em uma direção, vinculações de 2º gênero impedem deslocamentos lineares (translações) em duas direções perpendiculares, engastes impedem todos os deslocamentos (translações e rotações), além de uma gama de tipos de apoios para estruturas reticuladas espaciais. Podem existir também vinculações que impeçam apenas em parte o deslocamento como, por exemplo, fundações elásticas, as quais permitem algum recalque. Tais fundações são representadas por molas com rigidez equivalente ao solo. Nas Figuras 5 e 6 são ilustrados os diversos tipos de vinculação para estruturas planas e espaciais. Y P1 P2 X d P1 P2 f _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 10 Fig. 5 – Tipos de vinculação (Introdução à Mecânica Estrutural, J. R. Masuero et al.). _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 11 Fig. 6 – Tipos de vinculação (Introdução à Mecânica Estrutural, J. R. Masuero et al.). _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 12 2.5 Sistemas de coordenadas (local e global) O sistema de coordenadas (ou de referência) global é o sistema de coordenadas utilizado como referencial para a determinação da geometria da estrutura, geralmente arbitrado segundo critérios que tornem fácil a definição das coordenadas dos nós da estrutura. O sistema de coordenadas local é bastante útil para a definição das propriedades geométricas das barras (dimensões, áreas, momentos de inércia) e dos esforços internos, também chamados de esforços solicitantes. Estes últimos são necessários para a etapa seguinte à análise estrutural que é o “dimensionamento” da barra. O sistema de coordenadas local é definido de forma que o eixo “x” local tenha a direção do eixo longitudinal da barra e que os outros dois eixos, “y” e “z”, estejam na direção dos eixos principais de inércia da seção transversal da barra. Fig. 7 – Sistema de coordenadas global da estrutura e local da barra. 2.6 Esforços internos (esforços solicitantes) Os esforços internos, também chamados de esforços solicitantes, são as forças e/ou momentos resultantes em uma dada seção de uma barra carregada, a fim de manter o seu equilíbrio. São referenciados ao sistema de coordenadas local da barra. Sistema de coordenadas global da estrutura Eixos principais de inércia da seção transversal da barra x y z X Z Y Sistema de coordenadas local da barra Eixo longitudinal da barra _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 13 Para uma barra genérica, existe a possibilidade da ocorrência dos seguintes esforços (referenciados aos seus eixos locais): N (esforço normal na direção do eixo local “x”), Mx ou T (momento de torção em torno do eixo local “x”), My (momento fletor em torno do eixo local “y”), Mz (momento fletor em torno do eixo local “z”), Vy (esforço cortante na direção do eixo local “y”) e Vz (esforço cortante na direção do eixo local “z”). Fig. 8 – Esforços internos no sistema de coordenadas local da barra. 2.7 Ações pontuais na estrutura As ações pontuais, as quais atuam em pontos localizados na estrutura, podem ser forças ou momentos em cada um dos eixos coordenados (Px, Py, Pz, Mx, My e Mz). A direção e o sentido de uma força são dados pela direção e sentido do vetor que identifica esta força, enquanto que os momentos são identificados por vetores de seta dupla (regra da mão direita), como ilustrado na Figura 9. Estas ações são normalmente referenciadas aos eixos globais da estrutura. N T = Mx Vz Vy My Mz Sistema de coordenadas local da barra x y z Sistema de coordenadas global da estrutura X Z Y _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. JoãoKaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 14 Fig. 9 – Ações pontuais na estrutura no sistema de coordenadas global. 2.8 Deslocamentos dos nós da estrutura Os deslocamentos possíveis nos nós de uma estrutura espacial podem ser: deslocamentos lineares (translações) na direção dos eixos globais e deslocamentos angulares (rotações) em torno de eixos paralelos aos eixos globais. Os deslocamentos são sempre referenciados aos eixos globais da estrutura. Fig. 10 – Deslocamentos possíveis de um nó de uma estrutura espacial no sistema de coordenadas global. X Py Pz Y Z My Mx Mz Px X uy uz Y Z y x z ux 15 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 3 TIPOS DE ESTRUTURAS RETICULADAS Dependendo da geometria da estrutura, da disposição das barras e de sua interconexão, do tipo e disposição do carregamento e da vinculação, as estruturas reticuladas podem ser divididas em: vigas, treliças planas, treliças espaciais, pórticos planos, pórticos espaciais e grelhas. 3.1 Vigas Vigas são barras colineares, definidas em um plano vertical, o qual contém um dos eixos principais de inércia da seção transversal das barras. As forças, os momentos e as cargas distribuídas são aplicados neste plano. Os momentos têm seus vetores perpendiculares a este plano (regra da mão direita). Em vigas, por definição, não existem forças horizontais. Fig. 11 – Viga contínua. Esforços possíveis nas barras de uma viga: Vy e Mz. Ações possíveis em uma viga: qy, Py e Mz. Deslocamentos possíveis nos nós de uma viga: uy e z. 3.2 Treliças planas Treliças planas são estruturas compostas por barras contidas num plano vertical e conectadas por nós rotulados (rótulas). Para que sejam consideradas como treliças, as cargas X Z Y Mz Py qy Py 16 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS devem ser aplicadas exclusivamente nos nós da estrutura, deste modo não surgem momentos fletores. Fig. 12 – Treliça plana. Esforços possíveis nas barras de uma treliça plana: N. Ações possíveis em uma treliça plana: Px e Py. Deslocamentos possíveis nos nós de uma treliça plana: ux e uy. 3.3 Treliças espaciais Nas treliças espaciais as barras têm direção qualquer no espaço. Da mesma forma que nas treliças planas, não devem existir cargas aplicadas no vão das barras, apenas nos nós, os quais são rotulados. Fig. 13 – Treliça espacial. X Z Y Py Py Py Py Py Py Py Px X Z Y Py Py Pz Px 17 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Esforços possíveis nas barras de uma treliça espacial: N. Ações possíveis em uma treliça espacial: Px, Py e Pz. Deslocamentos possíveis nos nós de uma treliça espacial: ux, uy e uz. 3.4 Pórticos planos Os pórticos planos são formados por um conjunto de barras contidas num plano vertical e conectadas por nós rígidos e/ou por rótulas. Todas as forças que atuam no pórtico plano estão contidas no seu plano e os momentos têm seus vetores perpendiculares a este plano. Para este tipo de estrutura reticulada as cargas (concentradas e/ou distribuídas) podem ser aplicadas no vão das barras. Fig. 14 – Pórtico plano. Esforços possíveis nas barras de um pórtico plano: N, Vy e Mz. Ações possíveis em um pórtico plano: qx, qy, Px, Py e Mz. Deslocamentos possíveis nos nós de um pórtico plano: ux, uy e z. X Z Y Px Mz Py qy 18 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 3.5 Pórticos espaciais Os pórticos espaciais possuem a mesma definição que os pórticos planos, só que as barras podem ter uma orientação qualquer no espaço. Fig. 15 – Pórtico espacial. Esforços possíveis nas barras de um pórtico espacial: N, Vy, Vz, Mx, My e Mz. Ações possíveis em um pórtico espacial: qx, qy, qz, Px, Py, Pz, Mx, My e Mz. Deslocamentos possíveis nos nós de um pórtico espacial: ux, uy, uz, x, y e z. 3.6 Grelhas Grelhas são estruturas compostas por barras que estão contidas em um plano horizontal. Diferente dos pórticos planos, as cargas aplicadas nas grelhas devem estar fora deste plano e os vetores dos momentos devem estar no plano da estrutura. As cargas podem ser aplicadas no vão das barras. X Z Y qy Py qy qy qx Py Py Px Pz 19 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 16 – Grelha. Esforços possíveis nas barras de uma grelha: Vy, Mx e Mz. Ações possíveis em uma grelha: qy, Py, Mx e Mz. Deslocamentos possíveis nos nós de uma grelha: uy, x e z. X Z Y qy Py Py Mx Mz 20 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 4 AÇÕES E DESLOCAMENTOS Fig. 17 – Convenção para os índices dos deslocamentos. - D1 é um deslocamento linear (translação) correspondente à (no mesmo ponto e na mesma direção da) ação A1, causado por A1 e A2. - D2 é um deslocamento angular (giro) correspondente à (no mesmo ponto e na mesma direção da) ação A2, causado por A1 e A2. - D3 é um deslocamento linear (translação) no ponto B (na direção vertical do ponto B não há ação correspondente) causado por A1 e A2. OBS.: O deslocamento angular de um ponto (rotação ou giro de uma seção): é o ângulo entre a tangente à linha elástica (LE) no ponto (seção) e a horizontal. A Correspondência é ÚNICA; a causa pode ser múltipla. 4.1 Princípio da Superposição dos Efeitos - D11 é um deslocamento correspondente à ação A1, causado por A1 (mantendo as demais ações deste estado nulas); - D21 é um deslocamento correspondente à ação A2, causada por A1 (mantendo as demais ações deste estado nulas). Correspondência Causa Tangente à LE no ponto D Linha elástica (LE) A1 A2 D3 D1 D2 A B C D 21 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Generalizando: - Dij é um deslocamentocorrespondente à ação Ai, quando a estrutura é submetida a uma ação Aj. Aplicando o princípio da superposição dos efeitos (PSE), tem-se: Fig. 18 – Princípio da superposição dos efeitos em uma viga isostática. D1 = D11 + D12 + D13 D2 = D21 + D22 + D23 D3 = D31 + D32 + D33 4.2 Princípio dos Trabalhos Virtuais Se um ponto material m está em equilíbrio, isto é, a resultante das forças é nula, o trabalho virtual W realizado pelo conjunto de forças reais iP que atuam sobre o ponto m D3 A2 = A3 D2 D1 A1 D32 D31 D11 D21 A1 + A2 D12 D22 + D13 A3 D23 D33 22 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS quando ele sofre um deslocamento virtual vale zero 0RW (Princípio de D’Alembert), onde R representa a resultante vetorial do conjunto de forças reais, que neste caso vale 0R . Fig. 19 – Trabalho virtual de um sistema de forças em equilíbrio. Como os corpos rígidos e elásticos são um somatório de infinitos pontos materiais, a extensão do princípio de D’Alembert, conhecida como Teorema dos Trabalhos Virtuais, fica: Para corpos rígidos: Para um corpo rígido em equilíbrio, a soma algébrica dos trabalhos virtuais de todas as forças reais externas que sobre ele atuam é nula, para qualquer deslocamento virtual aplicado que seja compatível com seus vínculos ( 0Wext ); Para corpos elásticos: Para um corpo elástico em equilíbrio, o trabalho virtual total das forças reais externas que atuam sobre o corpo é igual ao trabalho virtual das forças reais internas (esforços solicitantes) presentes no corpo, para qualquer conjunto de deslocamentos virtuais aplicados e que seja compatível com seus vínculos. 0WW .EQUILIBintext EQUIV. int EQUILIB. int WW EQUIV. intext WW (4.1) (4.2) (4.3) ou: 1P 1P nP 3P 2P m nP 3P 2P m 23 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS ds A G Q Q ds A E N N ds J G T T ds I E M M M P ki k i t k i k ikikkik (4.4) Fig. 20 – Deformação causada pelo esforço axial. A N A P σ ε E σ A E N L ΔL ε ε E A N (4.5) 4.2.1 Teorema de Betti “Seja uma estrutura qualquer, no regime elástico e linear, sujeita a dois sistemas de ações. O trabalho externo realizado pelo 1º sistema de ações (Pi), em relação aos deslocamentos produzidos pelo 2º sistema de ações (ik), é igual ao trabalho externo realizado pelo 2º sistema de ações (Pk), em relação aos deslocamentos produzidos pelo 1º sistema de ações (ki).” kikiki δ P δ P (4.6) P Wext Força x Deslocamento (4.7) Igual para todas as seções da barra com comprimento L Deformação produzida pelo momento fletor Deformação produzida pelo momento de torção Deformação produzida pelo esforço axial Deformação produzida pelo esforço cortante = L/L L L P = E P 24 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 21 – Estrutura sujeita aos sistemas de ações. No exemplo da Figura 21 tem-se: P1 x 12 = P2 x 21 (4.8) 4.2.2 Teorema de Maxwell O teorema de Maxwell é um caso particular do teorema de Betti em que Pi e Pk são forças ou momentos unitários, assim: kiik ou 2112 (4.9) “Para estruturas no regime elástico e linear, o deslocamento em um ponto 1 causado por uma ação unitária em outro ponto (ponto 2) é igual ao deslocamento neste outro ponto 2 causado por uma ação unitária no primeiro ponto (ponto 1).” Fig. 22 – Exemplo de aplicação do Teorema de Maxwell para uma viga biapoiada. P2=1 12 P1=1 21 1 2 1 2 11111 P1 2 21 1 2 P2 12 25 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 4.3 Rigidez e flexibilidade Seja uma estrutura, representada por uma mola vinculada em uma extremidade e livre na outra e submetida a: uma ação unitária na extremidade livre; um deslocamento unitário na extremidade livre. Fig. 23 – Molas submetidas a uma força unitária e a um deslocamento unitário. A flexibilidade (F) é definida como o deslocamento (D) correspondente a uma ação unitária (A = 1). Assim, tem-se: D = F . A (4.10) A rigidez (S ou K) é definida como a ação (A) que produz um deslocamento unitário (D = 1) correspondente. Assim: A = S . D (4.11) Das equações anteriores verifica-se que: A = S . D = S . F . A S = F–1 (4.12) 1 F S 1 26 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 4.4 Diferenças entre os métodos da flexibilidade e da rigidez Os dois métodos derivam do princípio dos trabalhos virtuais (PTV), entretanto, na sua formulação, apresentam algumas diferenças, identificadas na tabela abaixo. Quadro 4.1 – Diferenças entre os métodos da flexibilidade e da rigidez. Método da Flexibilidade (ou Método das Forças) Método da Rigidez (ou Método dos Deslocamentos) A forma principal da estrutura hiperestática é uma estrutura estaticamente determinada (isostática), obtida a partir da eliminação de esforços redundantes (geralmente vínculos). A forma principal (geralmente chamado de sistema hipergeométrico) é uma estrutura cinematicamente determinada, obtida através da colocação de vínculos fictícios na estrutura original. As incógnitas são forças e/ou momentos (internos ou externos), associados aos vínculos e/ou esforços suprimidos. As incógnitas são os deslocamentos (lineares e/ou angulares) associados aos vínculos fictícios criados para chegar ao sistema principal. O número de incógnitas é igual ao grau de indeterminação estática (grau de hiperestaticidade) da estrutura. O número de incógnitas é igual ao grau de indeterminação cinemática (grau de hipergeometria) da estrutura, isto é, o número de deslocabilidades (deslocamentos livres) da estrutura. Existem várias opções de escolha para a forma principal. Existe apenas uma opção de escolha da forma principal, a qual sempre recai em um conjunto de barras biengastadas. Exemplos: 1º Exemplo: Pórtico plano Fig. 24 – (a) Pórtico plano hiperestático com o carregamento e as reações de apoio (b) Forma principal no método da rigidez, desconsiderando as deformações axiais. C B A D (b) A D B C (a) 27 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Desconsiderando as deformações axiais: Quadro 4.2 – Número de deslocamentos livres no método da rigidez para o pórtico da Figura 24, desconsiderando as deformações axiais. Método da Rigidez 3 Deslocabilidades (deslocamentos livres): 2 rotações (giros) e 1 translação (deslocamento horizontal da barra BC) Considerando as deformações axiais: Quadro 4.3 – Número de deslocamentos livres no método da rigidez para o pórtico da Figura 24, considerando as deformações axiais. Método da Rigidez 6 Deslocabilidades (deslocamentos livres): 2 rotações (giros) e 2 translações verticais (nós B e C) 2 translações horizontais (nós B e C) O grau de indeterminação estática (grau de hiperestaticidade), utilizado no método da flexibilidade, para o pórtico plano da Figura 24 é 3, obtido a partir do número de reações de apoio (6) menos o número de equações da estática no plano (3). 2º Exemplo: Viga contínua Fig. 25 – (a) Viga contínua com o carregamento e as reações de apoio (b) Forma principal no método da rigidez. (b) (a) 28 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Quadro 4.4 – Diferenças entre os métodos da flexibilidade e da rigidez para uma viga contínua. Método da Flexibilidade Método da Rigidez 4 incógnitas – 2 equações da estática 4 Deslocabilidades (deslocamentos livres): 3 rotações (giros) e 1 translação vertical 2 vezes hiperestática 4 vezes hipergeométrica OBS.: Por definição, as vigas não possuem deformações axiais. Assim, esforços axiais não são considerados. A tabela abaixo especifica os casos em que é mais rápido resolver uma estrutura pelo método da flexibilidade ou da rigidez, manualmente ou matricialmente por computador. Quadro 4.5 – Recomendação para uso do método da flexibilidade ou da rigidez. Grau de indeterminação Método de solução apropriado (recomendado) Estática Cinemática Manualmente Matricialmente por computador Baixo ( 5 ) Baixo ( 5 ) Qualquer Rigidez Baixo ( 5 ) Alto ( 6 ) Flexibilidade Rigidez Alto ( 6 ) Baixo ( 5 ) Rigidez Rigidez Alto ( 6 ) Alto ( 6 ) Nenhum Rigidez 29 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 5 APLICAÇÃO DO PTV 5.1 Método da carga unitária para calcular deslocamentos em estruturas isostáticas OBS.: O princípio dos trabalhos virtuais (PTV) é válido para estruturas isostáticas e hiperestáticas. Determinar os deslocamentos (D1, D2 e D3) nos pontos de aplicação das ações A1, A2, e A3 para a estrutura mostrada na Figura 26. Fig. 26 - Viga isostática. Para calcular os deslocamentos D1, D2 e D3, o problema pode ser equacionado matricialmente aplicando o princípio da superposição dos efeitos (PSE) e utilizando ações unitárias em cada uma das direções destes deslocamentos, da seguinte forma: D3 A1 A2 D1 A3 D2 = x A1 + F31 A1 = 1 F11 F21 B D3 A1 A2 D1 A3 D2 2EI EI A C D L L/2 30 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 27 – Aplicação do PSE na viga isostática. Aplicando o PSE, os deslocamentos D1, D2 e D3 são obtidos por: 3332321313 3232221212 3132121111 AFAFAFD AFAFAFD AFAFAFD (5.1) Escrevendo na forma matricial: 3 2 1 333231 232221 131211 3 2 1 A A A . FFF FFF FFF D D D (5.2) Ou simplesmente: D = F . A; onde: F é a matriz de flexibilidade → Não tem nenhuma relação com a matriz de flexibilidade (F) do método da flexibilidade; A é o vetor de ações; D é o vetor com os deslocamentos incógnitos. Assim, o problema se resume em avaliar os Fij para a estrutura com ações unitárias, usando o método da carga unitária, o qual está baseado no PTV. F32 F22 F12 A2 = 1 x A2 + F33 F23 F13 A3 = 1 x A3 31 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Será adotada a seguinte nomenclatura: ESTADO A – ESTADO DE SOLICITAÇÃO – É o estado em que a estrutura se encontra sob a ação de forças. Neste estado interessam basicamente as FORÇAS. ESTADO B – ESTADO DE DEFORMAÇÃO – É o estado constituído pelo conjunto de deformações. Neste estado interessam basicamente as DEFORMAÇÕES. Os estados são independentes. Cálculo de F11, F21 e F31 usando o método da carga unitária: Fig. 28 - Carga unitária na direção de A1 – Estado B . Cálculo de F11 Estado B (ESTADO DE DEFORMAÇÃO) Estado A (Carga Unitária) (ESTADO DE SOLICITAÇÃO) Fig. 29 - Estados de deformação e de solicitação. A1=1 11F 2EI EI L L/2 4 L 1 (+) 2EI EI 1 L L/2 4 L 1 (+) B 2EI EI F31 A1=1 F21 F11 A C L L/2 D 32 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS F11 é um coeficiente de flexibilidade que representa um deslocamento correspondente a ação A1 quando a ação unitária (na mesma direção e posição de A1) é imposta à estrutura. Pelo princípio dos trabalhos virtuais (PTV) para corpos elásticos, o trabalho indireto das forças externas ou trabalho externo indireto ( externoABW ) é igual ao trabalho indireto das forças internas ou trabalho interno indireto ( internoABW ): interno AB externo AB W W (5.3) O trabalho externo indireto ( externoABW ) é o trabalho realizado pelas forças do estado de solicitação A (carga unitária) em virtude dos deslocamentos correspondentes no estado de deformação B (). Neste caso, o trabalho externo indireto é dado pelo produto da ação unitária do estado A pelo deslocamento correspondente do estado B , o qual, por definição, é o próprio coeficiente de flexibilidade F11. 11 externo AB F δ . 1 W (5.4) O trabalho interno indireto é o trabalho realizado pelos esforços internos do estado A em relação às deformações do estado B . Desprezando os esforços de corte, obtém-se: dsMM2dsMMdsMMW2EI dsMM2dsMMdsMM 2EI 1 W ds EI MM ds 2EI MM ds 2EI MM ds EI MM W CD BA BC BA AB BA interno AB CD BA BC BA AB BA interno AB CD BA BC BA AB BA Barras Todas BAinterno AB (5.5) Para o cálculo das integrais do produto das funções do momento fletor pode-se utilizar a TabelaA.1 do Anexo A, a qual fornece o resultado destas integrais. Para usar esta tabela, deve ser calculado inicialmente o comprimento equivalente (L’) a fim de levar em consideração as diferenças de rigidez entre os vãos das vigas. Para isto, toma-se como referência qualquer uma das inércias da viga (geralmente a maior: neste caso: 2.II ref ). 33 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Assim: Quadro 5.1 – Integrais de produto de momento fletor para calcular F11. Barra barra ref I LI L Estado B Estado A L 0 BA barra ref dsMM I I A-B L/2 2I 2I 2 L 96 L 2 L 4 L 4 L 3 1 3 B-C L/2 2I 2I 2 L 96 L 2 L 4 L 4 L 3 1 3 onde: L’ é o comprimento equivalente; L é o comprimento real da barra; Ibarra é o momento de inércia da barra; Iref é o momento de inércia de referência (ou básico), neste caso igual a 2.I. Então: I E 96 L I E 48 L F 48 L 96 L 96 L F I E 3 ref 3 11 333 11ref (5.6) Exemplo do cálculo de F11 resolvendo a integral do produto das funções de momento fletor para avaliar o internoABW : Estado B Estado A Fig. 30 - Estados A e B : cálculo de F11. L/4 L/4 L/4 L/4 + + + + 11F 1 2EI EI L L/2 (+) 4 L 1 A1=1 (+) 2EI L L/2 4 L 1 EI 34 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Estado B Estado A Fig. 31 - Ações unitárias impostas à estrutura. int AB ext AB estrut ref BAint AB 11 ext AB WW dx IE MM W F1W EI 96 L F 2EI 48 L F1 2EI48 L W 48 L 8 L 3 1 4 1 2W2EI 3 x 4 1 2dxx 4 1 dxx 4 1 W2EI 2EI dx x 2 1 x 2 1 2EI dx x 2 1 x 2 1 W 3 11 3 11 3 int AB 33 int AB L/2 0 3 2 L/2 0 2 L/2 0 int AB L/2 0 L/2 0 int AB (5.7) Cálculo de F21 Estado B Estado A Fig. 32 - Estados A e B : cálculo de F21. 4 L 1 1 x 2/L 02 1 2EI EI L L/2 x 2/L 02 1 F11 x 2/L 02 1 x 2/L 02 1 2EI EI L L/2 A1=1 4 L 1 F21= 2EI EI A1=1 2 1 2 1 1 2EI EI L L/2 2 1 2 3 4 L 1 2 L 1 (+) L L/2 )( 35 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Quadro 5.2 – Integrais de produto de momento fletor para calcular F21. Barra barra ref I LI L Estado B Estado A L 0 BA barra ref dsMM I I A-C L 2I 2I L 32 L )L 2 L ( 4 L 4 1 3 Então: I E 64 L F 32 L F I E 3 21 3 21ref (5.8) Exemplo do cálculo de F21 resolvendo a integral do produto das funções de momento fletor para avaliar o internoABW : Estado B Estado A Fig. 33 - Estados A e B : cálculo de F21. L/4 L/2 + - x 2/L 02 1 L L/2 1 2EI EI x L 2/L2 1 EI 2EI A1=1 x 2/L 02 1 L 2/L2 )xL( L L/2 F21= 4 L 1 2 L 1 36 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS L L/2 2 L/2 0 2interno AB L L/2 L/2 0 interno AB dx 4 )xLx( /4)dx(xWEI2 dx EI2 x/2 2 x)(L dx EI2 x/2)(x/2)( W 32 L 12 x 8 Lx 12 x WEI2 3 L L/2 3 L L/2 2 L/2 0 3 interno AB I E 2 32 L F 1 W W 3 21 externo AB interno AB (5.9) I E 64 L F 3 21 (5.10) Cálculo de F31 Estado B Estado A Fig. 34 - Estados A e B : cálculo de F31. Quadro 5.3 – Integrais de produto de momento fletor para calcular F31. Barra barra ref I LI L Estado B Estado A L 0 BA barra ref dsMM I I A-C L 2I 2I L 16 L 1)L( 4 L 4 1 2 L/4 -1 + - F31 2EI EI 1 L L/2 L 1 L 1 L L/2 2EI EI A1=1 (+) 2 1 2 1 4 L 1 1 )( 37 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS I E 64 L F F 3 2112 Então: I E 32 L F 16 L F I E 2 31 2 31ref (5.11) Cálculo de F12, F22 e F32 usando o método da carga unitária: Fig. 35 - Ação unitária na direção de A2 - Estado B . Cálculo de F12 Estado B Estado A Fig. 36 - Estados A e B : cálculo de F12. (5.12) L L/2 2EI F32 A2=1 F22 F12 EI A2=1 EI )( 2EI 2 1 2 3 2 L 1 2EI EI 1 )( 2 1 2 1 4 L 1 L L/2 L L/2 F12 38 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Cálculo de F22 Estado B Estado A Fig. 37 - Estados A e B : cálculo de F22. Quadro 5.4 – Integrais de produto de momento fletor para calcular F22. Barra barra ref I LI L Estado B Estado A L 0 BA barra ref dsMM I I A-C L 2I 2I L 12 L L 2 L 2 L 3 1 3 C-D L I 2I 2 L 12 L L 2 L 2 L 3 1 3 Então: EI 12 L F 12 L 2 F I E 3 22 3 22ref (5.13) L/2 - L/2 - L/2 - L/2 - F22 L L/2 2EI EI A2=1 )( 2 1 2 3 1 )( 2EI EI 2 1 2 3 2 L 1 2 L 1 L L/2 39 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Cálculo de F32 Estado B Estado A Fig. 38 - Estados A e B : cálculo de F32. Quadro 5.5 - Integrais de produto de momento fletor para calcular F32. Barra barra ref I LI L Estado B Estado A L 0 BA barra ref dsMM I I A-C L 2I 2I L 6 L 1)L)( 2 L ( 3 1 2 C-D L I 2I 2 L 4 L 1)L)( 2 L ( 2 1 2 Então: I E 24 L 5 F 24 L 10 4 L 6 L F I E 2 32 222 32ref (5.14) -L/2 -1 -L/2 -1 - - -- F32 A2=1 2EI EI )( 1 )( 2EI EI 2 L 1 1 L L/2 L L/2 40 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Cálculo de F13, F23 e F33 usando o método da carga unitária: Fig. 39 - Ação unitária na direção de A3 - Estado B . Cálculo de F13 = F31 Cálculo de F23 = F32 Cálculo de F33 Estado B Estado A Fig. 40 - Estados A e B : cálculo de F33. Quadro 5.6 – Integrais de produto de momento fletor para calcular F33. Barra barra ref I LI L Estado B Estado A L 0 BA barra ref dsMM I I A-C L 2I 2I L 3 L 1)L1)(( 3 1 C-D L I 2I 2 L L1)L1)(1( -1 -1 -1 -1 - - - - F33 A3=1 )( 2EI EI 1 EI )( L L/2 1 1 2EI L L/2 L L/2 EI 2EI F33 A3=1 F23 F13 41 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Então: I E 3 L 2 F 3 L 4 L 3 L F I E 3333ref (5.15) Finalmente, a matriz de flexibilidade (F) fica: 2L/3EI/24EI5L/32EIL /24EI5L/12EIL/64EIL /32EIL/64EIL/96EIL 22 233 233 F (5.16) Assim, para qualquer valor das ações A1, A2 e A3 os deslocamentos podem ser calculados da seguinte forma: D = F . A (5.17) 3 2 1 22 233 233 3 2 1 A A A . 2L/3EI/24EI5L/32EIL /24EI5L/12EIL/64EIL /32EIL/64EIL/96EIL D D D (5.18) Substituindo os valores das ações A1, A2, e A3 na equação 5.18 chega-se nos deslocamentos nos pontos de aplicação das ações (D1, D2 e D3). 42 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 6 APLICAÇÃO DO MÉTODO DA FLEXIBILIDADE O método da flexibilidade é o método das forças e será revisado através dos exemplos a seguir. 1º Exemplo: Resolver a viga contínua hiperestática mostrada na Figura 41 através do método da flexibilidade, determinando as reações de apoio e traçando o diagrama de momento fletor. Fig. 41 - Viga contínua com carga distribuída. Avaliação do grau de hiperestaticidade: g = 4 incógnitas – 2 equações da estática = 2 x hiperestática (6.1) Escolha da forma principal (FP) ou sistema principal (SP): Como a estrutura é duas vezes hiperestática e a forma principal deve ser uma estrutura isostática, uma das alternativas para a FP pode ser encontrada suprimindo os dois vínculos intermediários, resultando na viga isostática ilustrada na Figura 42. Fig. 42 - Viga na FP com a carga distribuída e os hiperestáticos X1 e X2: Estado B . As forças X1 e X2 colocadas no lugar dos vínculos suprimidos são as reações nestes apoios, chamados de hiperestáticos, e são as incógnitas do problema. X1 X2 q = 10 kN/m 2 m 2 m 2 m E.I E.I E.I q = 10 kN/m 2 m 2 m 2 m E.I E.I E.I 43 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS No método das forças as incógnitas são forças e/ou momentos. A viga original é idêntica a viga na FP com o agente de deformação, neste caso a carga uniformemente distribuída q = 10 kN/m, e os hiperestáticos X1 e X2 (Estado B ). Outra FP pode ser encontrada rotulando a viga sobre os apoios intermediários e introduzindo os momentos suprimidos nestes pontos, como ilustrado na Figura 43. Fig. 43 – Segunda alternativa para a FP da viga contínua com carga distribuída. Adotando a primeira FP sugerida e aplicando o PSE na viga: Fig. 44 – Aplicação do PSE na viga contínua com carga distribuída. 10 kN/m 2 m 2 m 2 m E.I E.I E.I M1 M2 x X1 + 0,6667 kN 0,3333 kN 21 11 X1 = 1 Estado A1 x X2 0,3333 kN 0,6667 kN 22 12 X2 = 1 Estado A2 10 kN/m 30 kN 30 kN 20 10 Estado B0 + 10 kN/m X1 X2 2 m 2 m 2 m E.I E.I E.I = Viga original ou Estado B 44 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Estado B0 Carregamento externo aplicado à FP com X1 = 0 e X2 = 0 O Estado B0 é o estado de deformação, ou seja, a estrutura na FP (isostática) submetida ao agente de deformação, neste caso a carga distribuída q = 10 kN/m. Fig. 45 - Viga na FP com carga distribuída: Estado B0 . Estado A1 Hiperestático X1 = 1 aplicado à FP e X2 = 0 O Estado A1 é o primeiro estado de solicitação, ou seja, a estrutura na FP (isostática) submetida ao hiperestático X1, igualado à unidade. Fig. 46 - Viga na FP com o hiperestático X1 = 1: Estado A1 . 30 kN 30 kN 40 40 45 (+) 10 kN/m DMF do Estado B0 30 kN 30 kN 20 10 q = 10 kN/m Estado B0 0,6667 kN 0,3333 kN 21 11 X1 = 1 Estado A1 -1,3333 0,6667 kN 0,3333 kN -0,6667 -1 (-) DMF do Estado A1 45 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Estado A2 Hiperestático X2 = 1 aplicado à FP e X1 = 0. O Estado A2 é o segundo estado de solicitação, ou seja, a estrutura na FP (isostática) submetida ao hiperestático X2, igualado à unidade. Fig. 47 - Viga na FP com o hiperestático X2 = 1: Estado A2 . Condições de compatibilidade dos deslocamentos (deslocamentos compatíveis com os vínculos): Na estrutura original (idêntica a estrutura na FP com o agente de deformação e os hiperestáticos – Estado B ), os deslocamentos verticais nos apoios intermediários são nulos, portanto: no Estado B = no Estado B0 + ( no Estado A1 ) . X1 + ( no Estado A2 ) . X2 = 0 Assim, as equações de compatibilidade de deslocamentos ficam: 10 + 11 . X1 + 12 . X2 = 0 20 + 21 . X1 + 22 . X2 = 0 (6.2) Ou, na forma matricial: 0 0 X X . 2 1 2221 1211 20 10 (6.3) 0,3333 kN 0,6667 kN 22 12 X2 = 1 Estado A2 -0,6667 -1,3333 0,3333 kN 0,6667 kN -1 (-) DMF do Estado A2 46 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Cálculo dos ij, usando o método da carga unitária, o qual está baseado no PTV: Cálculo de 10 146,6667 6 45 1,3333 6 2 6 4 1 3 1 I E 10 10 = - 146,6667 / E I Cálculo de 20 146,6667 6 45 1,3333 6 4 6 2 1 3 1 I E 20 20 = - 146,6667 / E I Cálculo de 11 = F11 3,5556 4 1,3333 1,3333 3 1 2 1,3333 1,3333 3 1 I E 11 11 = F11 =3,5556 / E I Cálculo de 12 = 21 = F12 = F21 3,1111 I E 2 1,3333 0,6667 3 1 2 1,3333 0,6667 2 0,6667 6 1 2 1,3333 0,6667 0,6667 2 1 2 0,6667 1,3333 3 1 I E 12 12 12 = 21 = F12 = F21 = 3,1111 / E I 47 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Cálculo de 22 = F22 3,5556 2 1,3333 1,3333 3 1 4 1,3333 1,3333 3 1 I E 22 22 = F22 = 3,5556 / E I Substituindo os ij nas equações de compatibilidade dos deslocamentos, obtém-se: - 146,6667 / E I + 3,5556 / E I . X1 + 3,1111 / E I . X2 = 0 - 146,6667 / E I + 3,1111 / E I . X1 + 3,5556 / E I . X2 = 0 (6.4) Na forma matricial: 0 0 X X EI/5556,3EI/1111,3 EI/1111,3EI/5556,3 EI/6667,146 EI/6667,146 2 1 (6.5) Resolvendo o sistema de equações chega-se a: X1 = 22,0 kN X2 = 22,0 kN A matriz de flexibilidade (F) fica: EI/5556,3EI/1111,3 EI/1111,3EI/5556,3 F (6.6) 48 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Diagrama de Momento Fletor: O diagrama de momento fletor da viga original (ou da viga na FP com o agente de deformação e os hiperestáticos – Estado B ) é determinado pela aplicação do PSE, da seguinte forma: DMF do Estado B0 + (DMF do Estado A1 ) . X1 + (DMF do Estado A2 ) . X2 = DMF do Estado B Fig. 48 - Diagramas de momento fletor dos estados B0 , A1 , A2 e da viga original. 30 kN 30 kN 40 40 45 (+) DMF do Estado B0 + 0,3333 kN -1,3333 0,6667 kN -0,6667 -1 (-) x 22,0 + DMF do Estado A1 0,3333 kN 0,6667 kN -1,3333 -0,6667 -1 x 22,0 = (-) DMF do Estado A2 -4,0 kN.m -4,0 kN.m 3,20 kN.m 1,0 kN.m 3,20 kN.m DMF da viga original ou do Estado B 49 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Reações de apoio: As reações de apoio na viga original (idêntica a viga na FP com o agente de deformação e os hiperestáticos – Estado B ) também são determinadas pela aplicação do PSE, da seguinte forma: Reação no Estado B = Reação no Estado B0 + (Reação no Estado A1 ) . X1 + (Reação no Estado A2 ) . X2 Resultando: Fig. 49 - Reações de apoio obtidas pela aplicação do PSE. 2º Exemplo: Resolver a viga contínua hiperestática mostrada na Figura 50 através do método da flexibilidade, determinando as reações de apoio e traçando o diagrama de momento fletor. Fig. 50 - Viga contínua hiperestática com uma carga concentrada. Avaliação do grau de hiperestaticidade: g = 4 incógnitas – 2 equações da estática = 2 x hiperestática (6.7) 22,0 kN 8,0 kN 22,0 kN 8,0 kN P = 10 kN EI EI EI 2 m 2 m 2 m 50 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Escolha da forma principal (FP) ou sistema principal (SP): Como a estrutura é idêntica a viga do exemplo anterior, foi adotada a mesma FP. A viga na FP com o agente de deformação, neste caso a carga concentrada P = 10 kN, e os hiperestáticos X1 e X2 (Estado B ) é mostrada na Figura 51. Fig. 51 – Viga na FP com uma carga concentrada e os hiperestáticos X1 e X2: Estado B . As forças X1 e X2 são os chamados hiperestáticos, e são as incógnitas do problema. Aplicando o PSE na viga original (Estado B ), como no 1º exemplo, chegam-se aos Estados Bo , A1 e A2 , mostrados a seguir. Estado B0 Solicitação externa aplicada à FP com X1 = 0 e X2 = 0 O Estado B0 é o estado de deformação, ou seja, a estrutura na FP (isostática) submetida ao agente de deformação, neste caso a carga concentrada P = 10 kN. Fig. 52 - Solicitação externa aplicada à viga na FP: Estado B0 . 5 kN 5 kN 20 10 10 kN 5 kN 5 kN 10 kN (+) 10 10 15 Estado B0 DMF do Estado B0 X2 X1 EI EI EI P = 10 kN 2 m 2 m 2 m Estado B 51 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Estado A1 Hiperestático X1 = 1 aplicado à FP e X2 = 0 O Estado A1 é o primeiro estado de solicitação, ou seja, a estrutura na FP (isostática) submetida ao hiperestático X1, igualado à unidade. Fig. 53 - Hiperestático X1 aplicado à viga na FP: Estado A1 . Estado A2 Hiperestático X2 = 1 aplicado à FP e X1 = 0. O Estado A2 é o segundo estado de solicitação, ou seja, a estrutura na FP (isostática) submetida ao hiperestático X2, igualado à unidade. Fig. 54 - Hiperestático X2 aplicado à viga na FP: Estado A2 . -0,6667 -1,3333 0,3333 kN 0,6667 kN -1 (-) 0,3333 kN 0,6667 kN 22 12 X2 = 1 Estado A2 DMF do Estado A2 -1,3333 0,6667 kN 0,3333 kN -0,6667 -1 0,6667 kN 0,3333 kN 21 11 X1 = 1 (-) DMF do Estado A1 Estado A1 52 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Condições de compatibilidade dos deslocamentos (deslocamentos compatíveis com os vínculos): Na estrutura original (idêntica a estrutura na FP com o agente de deformação e os hiperestáticos – Estado B ), os deslocamentos verticais nos apoios intermediários são nulos, portanto: no Estado B = no Estado B0 + ( no Estado A1 ) . X1 + ( no Estado A2 ) . X2 = 0 Assim, as equações de compatibilidade de deslocamentos ficam: 10 + 11 . X1 + 12 . X2 = 0 20 + 21 . X1 + 22 . X2 = 0 (6.8) Ou, na forma matricial: 0 0 X X . 2 1 2221 1211 20 10 (6.9) Cálculo dos ij, usandoo método da carga unitária, o qual está baseado no PTV: Cálculo de 10 38,3333 I E 2 10 0,6667 3 1 1 10 2 15 0,6667 10 15 2 1 6 1 1 15 2 10 1 15 10 2 1,3333 6 1 2 10 1,3333 3 1 I E 10 10 I E38,3333 10 Cálculo de 20 53 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 2 10 1,3333 3 1 1 10 2 15 1,3333 10 15 2 1 6 1 1 15 2 10 1 15 10 2 0,6667 6 1 2 10 0,6667 3 1 I E 20 38,3333 I E 20 I E38,3333 20 Cálculo de 11 = F11 3,5556 4 1,3333 1,3333 3 1 2 1,3333 1,3333 3 1 I E 11 11 = F11 = 3,5556 / E I Cálculo de 12 = 21 = F12 = F21 3,1111 I E 2 1,3333 0,6667 3 1 2 1,3333 2 0,6667 0,6667 1,3333 0,6667 2 1,3333 6 1 2 0,6667 1,3333 3 1 I E 12 12 12 = 21 = F12 = F21 = 3,1111 / E I Cálculo de 22 = F22 3,5556 2 1,3333 1,3333 3 1 4 1,3333 1,3333 3 1 I E 22 22 = F22 = 3,5556 / E I Substituindo os ij nas equações de compatibilidade dos deslocamentos, obtém-se: - 38,3333 / E I + 3,5556 / E I . X1 + 3,1111 / E I . X2 = 0 - 38,3333 / E I + 3,1111 / E I . X1 + 3,5556 / E I . X2 = 0 (6.10) 54 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Na forma matricial: 0 0 X X I E / 5556,3 1111,3 1111,3 5556,3 I E / 3333,38 3333,38 2 1 (6.11) Resolvendo o sistema de equações chega-se a: X1 = 5,75 kN X2 = 5,75 kN A matriz de flexibilidade (F) fica: EI/5556,3EI/1111,3 EI/1111,3EI/5556,3 F (6.12) 55 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Diagrama de Momento Fletor: O diagrama de momento fletor da viga original (ou da viga na FP com o agente de deformação e os hiperestáticos – Estado B ) é determinado pela aplicação do PSE, da seguinte forma: DMF do Estado B0 + (DMF do Estado A1 ) . X1 + (DMF do Estado A2 ) . X2 = DMF do Estado B Fig. 55 - Diagramas de momento fletor dos estados B0 , A1 , A2 e da viga original. DMF do Estado B0 + 0,3333 kN -1,3333 0,6667 kN -0,6667 -1 (-) DMF do Estado A1 x 5,75 + 0,3333 kN 0,6667 kN -1,3333 -0,6667 -1 x 5,75 = (-) DMF do Estado A2 5 kN 5 kN 10 kN (+) 10 10 15 (+) DMF da viga original ou do Estado B -1,5 kN.m -1,5 kN.m 3,5 kN.m (-) (-) 56 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Reações de apoio: As reações de apoio na viga original (idêntica a viga na FP com o agente de deformação e os hiperestáticos – Estado B ) também são determinadas pela aplicação do PSE, da seguinte forma: Reação no Estado B = Reação no Estado B0 + (Reação no Estado A1 ) . X1 + (Reação no Estado A2 ) . X2 Resultando: Fig. 56 - Reações de apoio obtidas pela aplicação do PSE. 5,75 kN 0,75 kN 5,75 kN 0,75 kN 57 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 7 APLICAÇÃO DO MÉTODO DA RIGIDEZ O método da rigidez é o método dos deslocamentos e será revisado através dos exemplos a seguir. 1º Exemplo: Resolver a viga contínua mostrada na Figura 57 através do método da rigidez, determinando os deslocamentos livres, as reações de apoio e traçando o diagrama de momento fletor. Fig. 57 - Viga contínua com uma carga concentrada. Avaliação do grau de hipergeometria ou grau de indeterminação cinemática (GIC): são os deslocamentos livres (ou deslocabilidades) da estrutura. Neste caso, GIC = 4. Fig. 58 – Grau de indeterminação cinemática da estrutura (GIC = 4). Determinação da forma principal (FP) ou sistema hipergeométrico (SH): no método da rigidez só existe uma opção para a FP, mostrada na Figura 59. Fig. 59 - Forma principal da viga. Convenção p/ giros e translações + + EI EI EI 2 m 2 m 2 m P = 10 kN EI EI EI 2 m 2 m 2 m D1 EI EI EI 2 m 2 m 2 m D2 D3 D4 58 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Aplicando o PSE para os deslocamentos, obtém-se: Viga original = Caso (0) + Caso (1) . D1 + Caso (2) . D2 + Caso (3) . D3 + Caso (4) . D4 Viga original = P = 10 kN EI EI EI 2 m 2 m 2 m x D3 + Caso (3) S33 = 4EI/2+4EI/2 D3 = 1 S43 = 2EI/2 6EI/4 -6EI/4 S13 = 0,0 S23 = 2EI/2 6EI/4 -6EI/4 Caso (2) x D2 + S22 = 4EI/2+4EI/2 D2 = 1 S32 = 2EI/2 6EI/4 -6EI/4 S42 = 0,0 S12 = 2EI/2 6EI/4 -6EI/4 Caso (0) + P = 10 kN 10 = 0,0 5,0 20 = 10x2/8 5,0 30 = - 10x2/8 40 = 0,0 Caso (1) x D1 + S11 = 4EI/2 D1 = 1 S21 = 2EI/2 S31 = 0,0 6EI/4 -6EI/4 S41 = 0,0 59 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 60 – Aplicação do PSE para os deslocamentos na viga contínua com uma carga concentrada. Os casos (0), (1), (2), (3) e (4) são definidos a seguir: Caso (0) Viga na FP com o carregamento externo aplicado: Fig. 61 – Viga na forma principal com o carregamento externo aplicado. Os valores das reações e dos momentos de engaste perfeito são determinados utilizando o Método das Forças e são fornecidos na Tabela A.2 do Anexo A, para diferentes carregamentos. Alguns destes valores estão apresentados na Figura 62: Fig. 62 - Reações e momentos de engaste perfeito. Caso (4) x D4 S34 = 2EI/2 D4 = 1 S44 = 4EI/2 S14 = 0,0 6EI/4 -6EI/4 S24 = 0,0 P = 10kN 10 = 0,0 5,0 20 = 10x2/8 5,0 30 = - 10x2/8 40 = 0,0 PL/8 P/2 P/2 P PL/8 q qL/2 qL2/12 qL/2 qL2/12 60 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Caso (1) Viga na FP com D1 = 1 aplicado: Fig. 63 – Viga na forma principal com D1 unitário aplicado. Os coeficientes de rigidez são determinados a partir do PTV e dos teoremas de BETTI e MAXWELL e podem ser encontrados no livro “Análise de Estruturas Reticuladas (Gere e Weaver, pg. 425)”, ou na Tabela A.3 do Anexo A. Alguns destes valores são apresentados na Figura 64: Fig. 64 - Coeficientes de rigidez produzidos pelos deslocamentos unitários. Caso (2) Viga na FP com D2 = 1 aplicado: Fig. 65 – Viga na forma principal com D2 unitário aplicado. S11 = 4EI/2 D1 = 1 S21 = 2EI/2 S31 = 0,0 6EI/4 -6EI/4 S41 = 0,0 6EI/L² 6EI/L² 1 2EI/L 4EI/L 12EI/L³ 12EI/L³ 6EI/L² 6EI/L² 1 S22 = 4EI/2+4EI/2 D2 = 1 S32 = 2EI/2 6EI/4 -6EI/4 S42 = 0,0 S12 = 2EI/2 6EI/4 -6EI/4 61 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Caso (3) Viga na FP com D3 = 1 aplicado: Fig. 66 – Viga na forma principal com D3 unitário aplicado. Caso (4) Viga na FP com D4 = 1 aplicado: Fig. 67 – Viga na forma principal com D4 unitário aplicado. As equações de equilíbrio de forças, obtidas pela aplicação do PSE, são: 0DSDSDSDSβ 0DSDSDSDSβ 0DSDSDSDSβ 0DSDSDSDSβ 44434324214140 43433323213130 42432322212120 41431321211110 (7.1) Escrevendo na forma matricial: 0 0 0 0 D D D D . SSSS SSSS SSSS SSSS β β β β 4 3 2 1 44434241 34333231 24232221 14131211 40 30 20 10 (7.2) S33 = 4EI/2+4EI/2 D3 = 1 S43 = 2EI/2 6EI/4 -6EI/4 S13 = 0,0 S23 = 2EI/2 6EI/4 -6EI/4 S34 = 2EI/2 D4 = 1 S44 = 4EI/2 S14 = 0,0 6EI/4 -6EI/4 S24 = 0,0 62 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Substituindo os valores dos coeficientes e S, obtém-se: 0 0 0 0 D D D D . 2EIEI00 EI4EIEI0 0EI4EIEI 00EI2EI 0 2,5 2,5 0 4 3 2 1 (7.3) Resolvendo o sistema de equações chega-se a: D1 = 0,5 / E I radianos D2 = - 1,0 / E I radianos D3 = 1,0 / E I radianos D4 = - 0,5 / E I radianos Reações de apoio: As reações de apoio na viga original são determinadas pela aplicação do PSE nos casos (0), (1), (2), (3) e (4), da seguinte forma: Reações viga original = Reações caso (0) + Reações caso (1) . D1 + Reações caso (2) . D2 + Reações caso (3) . D3 + Reações caso (4) . D4 Resultando: Fig. 68 - Reações de apoio na viga original. 5,75 kN 0,75 kN 5,75 kN 0,75 kN 63 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Diagrama de momento fletor: O diagrama de momento fletor na viga original é determinado pela aplicação do PSE nos casos (0), (1), (2), (3) e (4), da seguinte forma: DMF viga original = DMF caso (0) + DMF caso (1) . D1 + DMF caso (2) . D2 + DMF caso (3) . D3 + DMF caso (4) . D4 Resultando: Fig. 69 - Diagrama de momento fletor na viga original. 2º Exemplo: Resolver a viga contínua mostrada na Figura 70 através do método da rigidez, determinando os deslocamentos livres, as reações de apoio e traçando o diagrama de momento fletor. Fig. 70 - Viga contínua com uma carga distribuída. (+) (-) (-) -1,5 kN.m -1,5 kN.m 3,5 kN.m q = 10 kN/m 2 m 2 m 2 m E.I E.I E.I 64 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 7.1 Relações entre a matriz de flexibilidade e a matriz de rigidez Seja a viga em balanço (isostática) ilustrada na Figura 71: Fig. 71 – Viga em balanço. Aplicando o princípio da superposição dos efeitos (PSE) para as ações obtém-se: Fig. 72 - Princípio da superposição dos efeitos para as ações. A1 A2 EI L L EI A1 D2 A2 = D1 D12 D22 A2 L EI + D11 D21 EI A1 65 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Aplicando o princípio da superposição dos efeitos com ações unitárias obtêm-se: Fig. 73 - Princípio da superposição dos efeitos para as ações unitárias. Assim: D1 = D11 + D12 = F11 . A1 + F12 . A2 D2 = D21 + D22 = F21 . A1 + F22 . A2 (7.4) Matricialmente: 2 1 2221 1211 2 1 A A . FF FF D D (7.5) Ou simplesmente: D = F . A (7.6) onde: F é a matriz de flexibilidade. EI A1 D2 A2 = D1 L L A1=1 x A1 + F11 F21 EI x A2 F12 F22 A2=1 L EI 66 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS OBS.: Neste caso, a matriz F é utilizada para calcular os deslocamentos D1 e D2 na estrutura. Portanto, esta matriz F NÃO é a mesma matriz de flexibilidade utilizada no método da flexibilidade, onde as incógnitas são forças e/ou momentos e não deslocamentos. Cálculo dos coeficientes de flexibilidade (Fij): Cálculo de F11 Estado B Estado A Fig. 74 – Estados A e B para cálculo de F11. I E3 L F L L L 3 1 F I E 3 1111 (7.7) Cálculo de F21 Estado B Estado A Fig. 75 - Estados A e B para cálculo de F21. I E2 L F L 1 L 2 1 F I E 2 2121 (7.8) A1=1 -1.L - L 1 -1.L L - A1=1 -1.L L - L -1 1 - 67 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Cálculo de F12 = F21 Cálculo de F22 Estado B Estado A Fig. 76 - Estados A e B para cálculo de F22. I E L F L 1 1 F I E 2222 (7.9) Resultando: 2 1 2 23 2 1 A A . L/EI/2EIL /2EIL/3EIL D D (7.10) Portanto, a matriz de flexibilidade (F) fica: L/EI/2EIL /2EIL/3EIL FF FF 2 23 2221 1211 F (7.11) A2=1 L -1 1 L -1 - - 68 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Seja a mesma viga em balanço ilustrada na Figura 71. Aplicando o PSE, agora para os deslocamentos, obtém-se: Fig. 77 - Princípio da superposição dos efeitos para os deslocamentos. Aplicando o PSE para deslocamentos unitários, obtém-se: Fig. 78 - Princípio da superposição dos efeitos para deslocamentos unitários. Assim: A1 = S11 . D1 + S12 . D2 A2 = S21 . D1 + S22 . D2 (7.12) S12 = - 6EI/L2 S22 = 4EI/L x D2 1 EI L A1 D2 A2 = D1 EI L 1 EI L x D1 + S11 = 12EI/L3 S21= - 6EI/L2 D2 EI L D1 EI + L A1 D2 A2 = D1 EI L 69 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Na forma matricial: 2 1 2221 1211 2 1 D D . SS SS A A (7.13) Ou simplesmente: A = S . D (7.14) onde: S é a matriz de rigidez da estrutura, utilizada no método da rigidez. Substituindo os coeficientes de rigidez a matriz S resulta: 4EI/L6EI/L 6EI/L12EI/L SS SS 2 23 2221 1211 S (7.15) Efetuando a multiplicação matricial F . S encontra-se a matriz identidade (I): ISF 10 01 4EI/L6EI/L 6EI/L12EI/L . L/EI/2EIL /2EIL/3EIL . 2 23 2 23 (7.16) Comprovando que F–1 = S, ou vice-versa S–1 = F. OBS.: Por conveniência, a convenção adotada para o sinal dos deslocamentos e dos coeficientes de rigidez neste exemplo é contrária à convenção adotada nos demais exemplos do método da rigidez desta apostila. 70 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 8. MÉTODO DA RIGIDEZ EM VIGAS Todos os passos para a análise de uma viga utilizando o método da rigidez serão apresentados através de um exemplo, para a viga mostrada na figura abaixo. Fig. 79 – Viga do exemplo. O grau de indeterminação cinemática (GIC) é igual ao número de deslocamentos livres da estrutura e não tem nenhuma relação com o grau de estaticidade. A viga do exemplo apresenta duas rotações livres (nós B e C) e uma translação vertical livre (nó C), portanto, o GIC é igual a três (3), desprezando as deformações axiais (modelo de viga). Os 3 deslocamentos livres (ou deslocabilidades) da viga estão ilustrados na figura a seguir. OBS.: Di representa o i-ésimo deslocamento livre (translação ou rotação). Fig. 80 – Numeração dos deslocamentos livres. Convenção de sinais para os deslocamentos: Giro anti-horário: (+) Translação p/ cima: (+) L L M P q C EI EI A B D1 D3 D2 C EI EI A B L L + + 71 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para definir a estrutura restringida ou forma principal (FP) é necessário impedir todos os deslocamentos livres (deslocabilidades), introduzindo um grampo para impedir o giro nos nós que apresentam rotações livres e um apoio adicional (apoio de 1º gênero) para impedir o deslocamento vertical nos nós que apresentam translações verticais livres. Fig. 81 – Estrutura restringida ou forma principal (FP). OBS.: Na estrutura restringida devem atuar todas as cargas externas, exceto aquelas correspondentes aos deslocamentos incógnitos (neste caso, P e M), as quais serão consideradas mais tarde. 8.1 Aplicação do Princípio da Superposição dos Efeitos para o cálculo dos deslocamentos incógnitos Pelo princípio da superposição dos efeitos, os esforços (ou os deslocamentos) na estrutura original são iguais aos esforços (ou os deslocamentos) na estrutura restringida com Estruturalmente equivalente Apoio de 10 gênero para impedir a translação vertical q Grampos para impedir o giro Estrutura Restringida C EI EI A B L L q C EI EI A B L L 72 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS carga, mais os esforços (ou os deslocamentos) que surgem quando se impõem os deslocamentos (giro ou translação) unitários à estrutura restringida, um em cada deslocabilidade, multiplicados pelos respectivos deslocamentos incógnitos. Fig. 82 - Aplicação do PSE na viga do exemplo. Na estrutura original, os valores do vetor de ações AD (A - action; D - displacement), AD1, AD2 e AD3 são ações (forças ou momentos) que estão aplicadas na estrutura original, correspondentes aos deslocamentos incógnitos D1, D2 e D3. Neste caso, tem-se: A B C M P q = L L + A B C q A B C x D2 + 1 x D1 + 1 A B C 1 A B C x D3 73 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 83 - Valores do vetor AD na viga do exemplo. AD1 = 0 AD2 = - P AD3 = - M Na estrutura restringida, sujeita às cargas externas (exceto as cargas correspondentes aos deslocamentos incógnitos, neste caso P e M), as ações correspondentes aos deslocamentos incógnitos D1, D2 e D3 são definidas como ADL1, ADL2 e ADL3 (A - action; D - displacement; L - load). Neste caso, os valores do vetor ADL são: Fig. 84 – Valores do vetor ADL na viga do exemplo. ADL1 = qL 2/12 - qL2/12 = 0 ADL2 = qL/2 ADL3 = - qL 2/12 Quando os deslocamentos unitários são aplicados na estrutura restringida, um de cada vez, os esforços que surgem correspondentes aos deslocamentos incógnitos são por definição os coeficientes de rigidez Sij (S - stiffness). Assim, Sij representa uma ação correspondente ao q AD1 = 0 AD2 = - P AD3 = - M C EI EI A B L L EI EI AB C qL/2 ADL2 = qL/2 qL/2 qL/2 qL/2 L L ADL3 = - qL2/12 ADL1 = 0 qL2/12 qL2/12 qL2/12 qL2/12 q 74 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS deslocamento Di, quando na estrutura restringida é aplicado um deslocamento Dj unitário, mantendo os demais deslocamentos nulos. Para o deslocamento D1 = 1 aplicado na estrutura restringida, tem-se: Fig. 85 - Deslocamento aplicado na estrutura restringida (D1 = 1). S11 = 4EI/L + 4EI/L = 8EI/L S21 = - 6EI/L 2 S31 = 2EI/L Para o deslocamento D2 = 1 aplicado na estrutura restringida, tem-se: Fig. 86 - Deslocamento aplicado na estrutura restringida (D2 = 1). S12 = - 6EI/L 2 S22 = 12EI/L 3 S32 = - 6EI/L 2 Para o deslocamento D3 = 1 aplicado na estrutura restringida, tem-se: 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 S12 = - 6EI/L2 S22 = 12EI/L3 S32 = - 6EI/L2 1 12EI/L3 A B C 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 S21 = - 6EI/L2 S31 = 2EI/L S11 = 8EI/L 2EI/L 4EI/L 4EI/L 2EI/L 1 A B C 75 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 87 - Deslocamento aplicado na estrutura restringida (D3=1). S13 = 2EI/L S23 = - 6EI/L 2 S33 = 4EI/L Finalmente, pela aplicação do princípio da superposição dos efeitos tem-se: q AD1 = 0 AD2= - P AD3 = - M C EI EI A B L L = EI EI A B C qL/2 ADL2 = qL/2 qL/2 qL/2 qL/2 L L ADL3 = - qL2/12 ADL1 = 0 qL2/12 qL2/12 qL2/12 qL2/12 q + x D1 + 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 S21 = - 6EI/L2 S31 = 2EI/L S11 = 8EI/L 2EI/L 4EI/L 4EI/L 2EI/L 1 A B C 6EI/L2 6EI/L2 4EI/L 2EI/L S23 = - 6EI/L2 S33 = 4EI/L S13 = 2EI/L 1 A B C 76 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 88 - Aplicação do PSE na viga do exemplo para calcular os deslocamentos incógnitos. Equações do restabelecimento do equilíbrio de forças: sistema de equações para calcular os deslocamentos incógnitos: 33323213133 32322212122 31321211111 D . S D . S D . S ADL AD D . S D . S D . S ADL AD D . S D . S D . S ADL AD Matricialmente tem-se: 3 2 1 333231 232221 131211 3 2 1 3 2 1 D D D SSS SSS SSS ADL ADL ADL AD AD AD ou simplesmente: )1dx()dxd()1dx()1dx( DSADLAD ou x D2 + 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 S12 = - 6EI/L2 S22 = 12EI/L3 S32 = - 6EI/L2 1 12EI/L3 A B C x D3 6EI/L2 6EI/L2 4EI/L 2EI/L S23 = - 6EI/L2 S33 = 4EI/L S13 = 2EI/L 1 A B C 77 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS )1dx()dxd()1dx()1dx( DSADLAD onde: d é o número de deslocamentos livres ou incógnitos (GIC). OBS.: Pode-se demonstrar pelo teorema de Maxwell que: Sij = Sji. 8.2 Determinação dos deslocamentos incógnitos Para a determinação dos deslocamentos, através da equação anterior, deve-se fazer: DSADLAD ou então: ADLADSD 1 onde: AD é o vetor que contém as ações correspondentes aos deslocamentos incógnitos na estrutura original; ADL é o vetor que contém as ações correspondentes aos deslocamentos incógnitos na estrutura restringida sujeita às cargas externas (exceto as cargas externas correspondentes aos deslocamentos incógnitos); S é a matriz de rigidez que contém os coeficientes de rigidez. A matriz de rigidez é simétrica e positivo-definida; S-1 é a inversa da matriz de rigidez; D é o vetor que contém os deslocamentos incógnitos. O sistema de equações anterior pode ser resolvido por qualquer método de solução de sistemas de equações, seja invertendo a matriz de rigidez (como na equação anterior), ou por eliminação de Gauss, fatoração Cholesky, iterativamente por Gauss-Seidel, entre outros. 78 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 8.3 Aplicação do PSE para a determinação das reações de apoio Da mesma forma que o PSE foi aplicado para relacionar as ações na estrutura original com as ações nas estruturas restringidas, a fim de obter os deslocamentos livres (incógnitos), pode-se relacionar também as reações na estrutura original com as reações nas estruturas restringidas para obter as reações de apoio finais na estrutura original. Na estrutura original, o vetor AR (A - action; R - reaction) é formado por AR1, AR2 e AR3, os quais representam as reações na estrutura original, correspondentes aos deslocamentos restringidos (vínculos) existentes. Fig. 89 - Valores do vetor AR na viga do exemplo. Na estrutura restringida com carga, o vetor ARL é formado por ARL1, ARL2 e ARL3, os quais representam as reações na estrutura restringida com carga, correspondentes às reações na estrutura original. Fig. 90 - Valores do vetor ARL na viga do exemplo. ARL2 = qL2/12 ARL3 = qL ARL1 = qL/2 EI EI A B C qL/2 qL/2 qL/2 qL/2 L L qL2/12 qL2/12 qL2/12 qL2/12 q q P M C EI EI B L L AR2 AR1 AR3 A 79 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Neste caso tem-se: ARL1 = qL/2 ARL2 = qL 2/12 ARL3 = qL/2 + qL/2 = qL OBS.: Caso existissem ações (forças e/ou momentos) aplicadas diretamente sobre os vínculos (apoios ou engastes), estas deveriam ser consideradas com sinal trocado na avaliação dos ARLi, uma vez que estas ações seriam diretamente absorvidas pelos vínculos. Quando os deslocamentos unitários são aplicados na estrutura restringida, um de cada vez, os esforços que surgem correspondentes às reações incógnitas na estrutura original são chamados de ARDij. Assim, ARDij representa um esforço que surge na estrutura restringida, correspondente à reação de apoio ARi na estrutura original, quando, na estrutura restringida é aplicado um deslocamento Dj unitário, mantendo os demais deslocamentos nulos. Logo, para o deslocamento aplicado D1 = 1 tem-se: Fig. 91 - Valores do vetor ARD na estrutura restringida com D1 = 1. ARD11 = 6EI/L 2 ARD21 = 2EI/L ARD31 = 6EI/L 2 - 6EI/L2 = 0 Para o deslocamento aplicado D2 = 1, tem-se: 1 A B C ARD21 = 2EI/L ARD11 = 6EI/L2 ARD31 = 0 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L26EI/L2 2EI/L 4EI/L 4EI/L 2EI/L 80 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 92 - Valores do vetor ARD na estrutura restringida com D2 = 1. ARD12 = 0 ARD22 = 0 ARD32 = - 12EI/L 3 Para o deslocamento aplicado D3 = 1: Fig. 93 - Valores do vetor ARD na estrutura restringida com D3 = 1. ARD13 = 0 ARD23 = 0 ARD33 = 6EI/L 2 Aplicando o PSE para calcular as reações de apoio, tem-se: 1 A B C ARD12 = 0 ARD22 = 0 ARD32 = - 12EI/L3 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 12EI/L3 4EI/L 2EI/L 1 A B C ARD23 = 0 ARD33 = 6EI/L2 ARD13 = 0 6EI/L2 6EI/L2 81 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 94 - Aplicação do PSE na viga do exemplo para calcular as reações de apoio. ARL2 = qL2/12 ARL3 = qL ARL1 = qL/2 EI EI A B C qL/2 qL/2 qL/2 qL/2 L L qL2/12 qL2/12 qL2/12 qL2/12 q + x D2 + 1 A B C ARD12 = 0 ARD22 = 0 ARD32 = - 12EI/L3 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 12EI/L3 1 A B C ARD21 = 2EI/L ARD11 = 6EI/L2 ARD31 = 0 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 2EI/L 4EI/L 4EI/L 2EI/L x D1 + x D3 4EI/L 2EI/L 1 A B C ARD23 = 0 ARD33 = 6EI/L2 ARD13 = 0 6EI/L2 6EI/L2 = q P M C EI EI B L L AR2 AR1 AR3 A 82 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Finalmente, as reações de apoio podem ser obtidas por: 33323213133 32322212122 31321211111 D . ARD D . ARD D . ARD ARL AR D . ARD D . ARD D . ARD ARL AR D . ARD D . ARD D . ARD ARL AR Matricialmente tem-se: 3 2 1 333231 232221 131211 3 2 1 3 2 1 D D D ARDARDARD ARDARDARD ARDARDARD ARL ARL ARL AR AR AR ou simplesmente: )1dx()rxd()1rx()1rx( DARDARLAR onde: r é o número de reações de apoio e d é o número de deslocamentos livres ou incógnitos (GIC). 8.4 Aplicação do PSE para a determinação das ações de extremidade de barra Ações de extremidade são as ações (ou reações) situadas nas seções das extremidades das barras, de forma que, construindo um diagrama de corpo livre da barra, estas ações, junto com as cargas externas aplicadas no vão da barra, mantém a barra em equilíbrio. As ações de extremidade são calculadas separadamente para cada uma das barras da estrutura. Em uma barra de viga, as ações de extremidade de barra são quatro, duas em cada extremidade (um esforço cortante e um momento fletor), independente do tipo de apoio ou carga que esteja atuando. O vetor que armazena as quatro ações de extremidade de uma barra genérica “m” de uma viga é denominado vetor AMm (A - action; M - member), cujas componentes são AM1 m, AM2 m, AM3 m, AM4 m, na seguinte ordem: esforço cortante à esquerda, momento fletor à esquerda, esforço cortante à direita, momento fletor à direita. 83 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A convenção de sinais indicada para o método da rigidez serve para definir o sentido destas ações. Entretanto, para o traçado dos diagramas de esforço cortante e momento fletor a convenção usual de esforços deverá ser utilizada: Assim, as ações de extremidade de barra na estrutura original para a barra AB, são: AM1 AB, AM2 AB, AM3 AB, AM4 AB, as quais podem ser determinadas aplicando-se o PSE. Fig. 95 – Ações de extremidade de barra para a barra AB na viga do exemplo (vetor AMAB). Na estrutura restringida sujeita às cargas externas, o vetor AMLm (A-action; M-member; L-load) representa as ações de extremidade de uma barra genérica “m”, correspondentes às ações de extremidade desta mesma barra na estrutura original (AMm). Para a barra AB o vetor AMLAB é formado por AML1 AB, AML2 AB, AML3 AB, e AML4 AB. Fig. 96 - Valores do vetor AML para a barra AB na viga do exemplo. Momento fletor positivo + M Traciona as fibras inferiores Cortante à esquerda é positivo para cima +Q Cortante à direita é positivo para baixo +Q B AML2AB = qL2/12 AML3AB = qL/2 AML1 AB = qL/2 EI EI A C qL/2 qL/2 L L qL2/12 qL2/12 q AML4AB = - qL2/12 q P M C EI EI B L L AM2AB AM1AB AM3 AB AM4AB A 84 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Neste caso tem-se: AML1 AB = qL/2 AML2 AB = qL2/12 AML3 AB = qL/2 AML4 AB = - qL2/12 Quando são aplicados os deslocamentos unitários na estrutura restringida, um de cada vez, as ações de extremidade que surgem na barra genérica “m”, correspondentes às ações de extremidade na mesma barra na estrutura original, são chamados de AMDij m (A-action; M-member; D-displacements). Assim, AMDij m representa a ação de extremidade de barra que surge na barra “m” da estrutura restringida, correspondente à ação de extremidade de barra AMi m na estrutura original, quando é aplicado um deslocamento Dj unitário na estrutura restringida, mantendo os demais deslocamentos nulos. Logo, para o deslocamento aplicado D1 = 1 tem-se: Fig. 97 - Estrutura restringida com D1 = 1. AMD11 AB = 6EI/L2 AMD21 AB = 2EI/L AMD31 AB = - 6EI/L2 AMD41 AB = 4EI/L Para o deslocamento aplicado D2 = 1 tem-se: 1 A B C AMD21AB = 2EI/L AMD11AB = 6EI/L2 AMD31 AB = - 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 2EI/L 4EI/L 4EI/L 2EI/L AMD41AB = 4EI/L 85 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 98 - Estrutura restringida com D2 = 1. AMD12 AB = 0 AMD22 AB = 0 AMD32 AB = 0 AMD42 AB = 0 Para o deslocamento aplicado D3 = 1 tem-se: Fig. 99 - Estrutura restringida com D3 = 1. AMD13 AB = 0 AMD23 AB = 0 AMD33 AB = 0 AMD43 AB = 0 Aplicando o PSE para calcular as ações de extremidade da barra AB, tem-se: 1 A B C 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 12EI/L3 AMD22AB = 0 AMD12AB = 0 AMD32AB = 0 AMD42AB = 0 1 A B C 6EI/L2 6EI/L2 4EI/L 2EI/L AMD23AB = 0 AMD33AB = 0 AMD13AB = 0 AMD43AB = 0 86 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIALDE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 100 - Aplicação do PSE na viga do exemplo para calcular as ações de extremidade da barra AB. = q P M C EI EI B L L AM2AB AM1AB AM3 AB AM4AB A B AML2AB = qL2/12 AML3AB = qL/2 AML1 AB = qL/2 EI EI A C qL/2 qL/2 L L qL2/12 qL2/12 q AML4AB = qL2/12 + x D1 + 1 A B C AMD21AB = 2EI/L AMD11AB = 6EI/L2 AMD31 AB = - 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 2EI/L 4EI/L 4EI/L 2EI/L AMD41AB = 4EI/L x D2 + 1 A B C 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 12EI/L3 AMD22AB = 0 AMD12AB = 0 AMD32AB = 0 AMD42AB = 0 1 A B C 6EI/L2 6EI/L2 4EI/L 2EI/L AMD23AB = 0 AMD33AB = 0 AMD13AB = 0 AMD43AB = 0 x D3 + 87 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Finalmente, as ações de extremidade da barra AB podem ser obtidas por: 3 AB 432 AB 421 AB 41 AB 4 AB 4 3 AB 332 AB 321 AB 31 AB 3 AB 3 3 AB 232 AB 221 AB 21 AB 2 AB 2 3 AB 132 AB 121 AB 11 AB 1 AB 1 D . AMD D . AMD D . AMD AML AM D . AMD D . AMD D . AMD AML AM D . AMD D . AMD D . AMD AML AM D . AMD D . AMD D . AMD AML AM Matricialmente tem-se: 3 2 1 AB 43 AB 42 AB 41 AB 33 AB 32 AB 31 AB 23 AB 22 AB 21 AB 13 AB 12 AB 11 AB 4 AB 3 AB 2 AB 1 AB 4 AB 3 AB 2 AB 1 D D D AMDAMDAMD AMDAMDAMD AMDAMDAMD AMDAMDAMD AML AML AML AML AM AM AM AM ou simplesmente: )1dx( AB )xd4( AB )1x4( AB )1x4( DAMDAMLAM Para cada uma das barras da estrutura deve-se formar uma equação semelhante à anterior, onde: d é o número de deslocamentos livres ou incógnitos; AM é o vetor de ações de extremidade da barra em questão, na estrutura original; AML é o vetor de ações de extremidade desta mesma barra na estrutura restringida sujeita às cargas externas (em AML não entram as ações aplicadas diretamente sobre os apoios, pois se supõe que estas ações são diretamente absorvidas pelos mesmos); AMD é a matriz que contêm as ações de extremidade de barra na estrutura restringida, correspondente às ações de extremidade de barra na estrutura original, quando são aplicados deslocamentos unitários na estrutura restringida, um de cada vez; D é o vetor de deslocamentos livres. Para o traçado dos diagramas de esforço cortante e momento fletor, o vetor AM de cada barra é utilizado, lembrando de levar em consideração a convenção de sinais para o traçado dos diagramas. 88 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 8.5 Resumo As equações para a solução de vigas contínuas empregando o método da rigidez são: 1ª) Equação que relaciona ações com deslocamentos: )1dx()dxd()1dx()1dx( DSADLAD 2ª) Equação para calcular as reações de apoio: )1xd()dxr()1xr()1xr( DARDARLAR 3ª) Equação para calcular as ações de extremidade de barra (para traçado dos diagramas): )1xd( m )xd4( m )1x4( m )1x4( DAMDAMLAM onde: d é o número de deslocamentos livres ou incógnitos (GIC) e r é o número de reações de apoio. 8.6 Exemplo Determinar as matrizes e os vetores: AD, ADL, S, ARL, ARD, AMLm e AMDm, calcular os deslocamentos livres, as reações de apoio, as ações de extremidade de barra e traçar os diagramas de esforço cortante e momento fletor para a viga contínua da Figura 101, empregando o método da rigidez (método dos deslocamentos). Adotar L = 4 m. Fig. 101 – Viga contínua com 2 vãos. q = 10 kN/m P = 25 kN M = 12 kN.m A B C EI EI L L/2 L/2 89 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Avaliação do grau de indeterminação cinemática (GIC): Uma rotação em cada um dos nós A, B e C, resultando em três deslocamentos livres, ou seja, GIC = 3, identificados na Figura 102. Fig. 102 – Deslocamentos livres na viga contínua com 2 vãos. Determinação da estrutura restringida ou forma principal (FP): Para determinar a estrutura restringida ou forma principal, todos os deslocamentos livres devem ser impedidos, com a colocação de apoios adicionais para impedir as translações livres e de grampos para impedir as rotações livres, indicadas na Figura 103. Fig. 103 – Estrutura restringida ou forma principal (FP) da viga contínua com 2 vãos. P M q L L/2 L/2 D1 D2 D3 C B A EI EI L L D1 D2 D3 C B A EI EI Estruturalmente equivalente L L C B A EI EI 90 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Aplicando o princípio da superposição dos efeitos (PSE), obtém-se: Fig. 104 – Aplicação do PSE na viga contínua com 2 vãos. L L/2 L/2 AR3 AR2 AR1 AD2 = 0 P AD1 = M AD3 = 0 = C B EI EI M q A ADL2 P qL/2 P/2 P/2 qL/2 PL/8 PL/8 qL 2/12 qL2/12 ADL1 ADL3 + q 4EI/L 2EI/L 6EI/L2 6EI/L2 S11 S21 S31 = 0 x D1 + 2EI/L 2EI/L 4EI/L 4EI/L 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 S12 S22 S32 x D2 + 6EI/L2 2EI/L 6EI/L2 S13 = 0 S23 S33 x D3 4EI/L 91 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A partir do PSE chega-se na seguinte equação de equilíbrio de forças: 321 321 2 321 2 D 4EI/L D 2EI/L D 0 PL/8 0 D 2EI/L D 8EI/L D 2EI/L /12qLPL/8 0 D 0 D 2EI/L D 4EI/L /12qL M Escrevendo na forma matricial, obtém-se: 3 2 1 2 2 D D D . 4EI/L2EI/L0 2EI/L8EI/L2EI/L 02EI/L4EI/L PL/8 /12qLPL/8 /12qL 0 0 M ou simplesmente: )1dx()dxd()1dx()1dx( DSADLAD Resolvendo o sistema de equações chega-se ao vetor D: I E L) P 9 L q 2 M 8 ( 192 L I E L) P 3 L q 2 M 8 ( 96 L I E ) L P 3 L q 6 M 56 ( 192 L D D D 2 2 2 3 2 1 D Para L = 4 m os deslocamentos livres resultam: rad I E 14,0833 D rad I E 3,1667 D rad I E 0,25 D 3 2 1 92 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A partir do PSE, as equações para calcular as reações de apoio podem ser escritas por: 3 2 2 2 13 3 2 21 2 2 32 2 1 2 1 D 6EI/L D 6EI/L D 0 P/2 AR D 6EI/L D 0 D 6EI/L P/2 qL/2 AR D 0 D 6EI/L D 6EI/L qL/2 AR Na forma matricial, tem-se: 3 2 1 22 22 22 3 2 1 D D D . 6EI/L6EI/L0 6EI/L06EI/L 0EI/L66EI/L P/2 P/2qL/2 qL/2 AR AR AR ou simplesmente: )1xd()dxr()1xr()1xr( DARDARLAR Com os resultados obtidos para os deslocamentos livres, as reações de apoio (vetor AR) resultam: L 32 ) L P 3 L q 2 M 8 ( 2 P L 16 ) L P 3 L q 2 M 24 ( 2 P 2 L q L 32 ) L P 3 L q 2 M 40 ( 2 L q AR AR AR 2 2 2 3 2 1 AR Para L = 4 m, tem-se: kN 8,40625 AR kN 37,6875 AR kN 18,90625 AR 3 2 1 93 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS As equações para calcular as ações de extremidade de barra (para traçado dos diagramas) também são obtidas a partir do PSE. Para a barra AB tem-se: 321 2AB 4 32 2 1 2AB 3 321 2AB 2 32 2 1 2AB 1 D 0 D 4EI/L D 2EI/L /12qL AM D 0 D 6EI/L D 6EI/L qL/2 AM D 0 D 2EI/L D 4EI/L /12qL AM D 0 D 6EI/L D 6EI/L qL/2 AM Escrevendo na forma matricial, obtém-se: 3 2 1 22 22 2 2 AB 4 AB 3 AB 2 AB 1 D D D . 04EI/L2EI/L 06EI/L6EI/L 02EI/L4EI/L 06EI/L6EI/L /12qL qL/2 /12qL qL/2 AM AM AM AM ou simplesmente: )1xd( AB )xd4( AB )1x4( AB )1x4( DAMDAMLAM Utilizando os resultados obtidos para o vetor D as ações de extremidade da barra AB (vetor AMAB) resultam: 32 L P 3 4 M 16 L q L 32 ) L P 3 L q 2 M 40 ( 2 L q M L 32 ) L P 3 L q 2 M 40 ( 2 L q AM AM AM AM 2 2 2 AB 4 AB 3 AB 2 AB 1 AB AM Substituindo: L = 4 m, P = 25 kN, M = 12 kN.m e q = 10 kN/m, chega-se a: 94 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS kN.m 16,375 AM kN 21,09375 AM kN.m 12,0 AM kN 18,90625 AM AB 4 AB 3 AB 2 AB 1 Para a barra BC tem-se: 321 BC 4 3 2 2 2 1 BC 3 321 BC 2 3 2 2 2 1 BC 1 D 4EI/L D 2EI/L D 0 L/8P AM D 6EI/L D 6EI/L D 0 P/2 AM D 2EI/L D 4EI/L D 0 PL/8 AM D 6EI/L D 6EI/L D 0 P/2 AM Escrevendo na forma matricial, obtém-se: 3 2 1 22 22 BC 4 BC 3 BC 2 BC 1 D D D . 4EI/L2EI/L0 6EI/L6EI/L0 2EI/L4EI/L0 6EI/L6EI/L0 PL/8 P/2 PL/8 P/2 AM AM AM AM ou simplesmente: )1xd( BC )xd4( BC )1x4( BC )1x4( DAMDAMLAM Utilizando os resultados obtidos para o vetor D as ações de extremidade da barra BC (vetor AMBC) resultam: 0 L 32 ) L P 3 L q 2 M 8 ( 2 P 32 L P 3 16 qL 4 M L 32 ) L P 3 L q 2 M 8 ( 2 P AM AM AM AM 2 2 2 BC 4 BC 3 BC 2 BC 1 BC AM 95 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Substituindo: L = 4 m, P = 25 kN, M = 12 kN.m e q = 10 kN/m, chega-se a: kN.m 0,0 AM kN 8,40625 AM kN.m 375,16 AM kN 16,59375 AM BC 4 BC 3 BC 2 BC 1 Finalmente, os diagramas de esforço cortante (EC) e de momento fletor (MF) ficam: Fig. 105 – Diagramas de EC e MF da viga contínua com 2 vãos. q = 10 kN/m P = 25 kN M = 12 kN.m A B C EI EI 4 m 2 m 2 m Diagrama de EC Diagrama de MF AM1AB AM3AB AM1BC AM3BC AM4BC = 0 AM2AB = M AM4AB AM2BC 96 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Verificações: kN 18,90625 AR AM 1 AB 1 OK! kN 37,6875 AR AM AM 2 BC 1 AB 3 OK! kN 8,40625 AR AM 3 BC 3 OK! kN.m 12,0 M AMAB2 OK! kN.m 16,375 AM AM BC2 AB 4 OK! kN.m 0,0 AMBC4 OK! 8.7 Exemplo Determinar as matrizes e os vetores: AD, ADL, S, ARL, ARD, AMLm e AMDm, calcular os deslocamentos livres, as reações de apoio, as ações de extremidade de barra e traçar os diagramas de esforço cortante e momento fletor para a viga contínua da Figura 106, empregando o método da rigidez (método dos deslocamentos). Fig. 106 – Viga contínua do exemplo. 2 kN.m 20 kN 15 kN 5 kN/m EI 4EI A B C 2 m 3 m 10 kN/m 2 m 3 kN.m 97 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 9. DIAGRAMAS DE ESFORÇO CORTANTE E MOMENTO FLETOR EM VIGAS Para o traçado dos diagramas de esforço cortante (EC) e momento fletor (MF) em vigas contínuas são utilizadas as quatro ações de extremidade de barra (AM), calculadas para todas as barras da viga, e as ações aplicadas ao longo do vão de cada barra (cargas distribuídas, cargas concentradas - forças ou momentos, variação de temperatura, etc.). Para uma barra genérica “m” com ações aplicadas ao longo do seu vão, o diagrama de corpo livre fica: Fig. 107 – Diagrama de corpo livre para uma barra de viga. No diagrama de corpo livre, com as quatro ações de extremidade calculadas, a barra da viga está em equilíbrio, isto é, as equações de equilíbrio devem ser satisfeitas. Os valores dos esforços nas extremidades da barra “m” são as próprias ações de extremidade de barra (AM1 m, AM2 m, AM3 m e AM4 m).Resultados positivos para as ações de extremidade indicam que estes esforços possuem o mesmo sentido arbitrado na convenção de sinais do método da rigidez, isto é, forças para cima e momentos anti-horários são positivos. No entanto, para os diagramas de EC e MF a convenção de sinais usualmente adotada está indicada na figura abaixo. Fig. 108 – Convenção de sinais para os diagramas de EC e MF em vigas. + + EC MF q AM1m AM2m AM3m AM4m P M K L m J 98 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Dividindo a barra de comprimento “L” em “n” partes iguais, uma seção genérica “s” estará a uma distância “s*L/n” do nó inicial J. Assim, para calcular os esforços solicitantes nesta seção tomam-se as ações de extremidade de barra do nó J e todas as ações que estão entre o nó J e a seção “s”. A seguir são apresentadas as expressões para calcular o EC e o MF em cada seção “s” de cada barra “m” de uma viga, para diferentes tipos de ações: Carga uniformemente distribuída: Fig. 109 – Barra de viga com carga uniformemente distribuída. EC (s,m) = AM1 m – q.s.L/n sinal do EC no DEC: entrando pela esquerda ( - ) para baixo. MF (s,m) = – AM2 m – q.(s.L/n)2/2 + AM1 m.s.L/n sinal do MF no DMF: ( - ) traciona as fibras de cima. Carga concentrada localizada a uma distância “x” do nó inicial J: Fig. 110 – Barra de viga com carga concentrada. Seção “s” L q AM2m AM4m AM3m AM1m J K s.L/n m K J x AM2m AM4m AM3m AM1m P s.L/n Seção “s” L m 99 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Se s.L/n < x: EC (s,m) = AM1 m sinal do EC no DEC: entrando pela esquerda ( - ) para baixo. MF (s,m) = – AM2 m + AM1 m . s.L/n sinal do MF no DMF: ( - ) traciona as fibras de cima. Se s.L/n > x: EC (s,m) = AM1 m – P sinal do EC no DEC: entrando pela esquerda ( - ) para baixo. MF (s,m) = – AM2 m + AM1 m . s.L/n – P . (s.L/n - x) sinal do MF no DMF: ( - ) traciona as fibras de cima. Momento aplicado a uma distância “x” do nó inicial J: Fig. 111 – Barra de viga com momento aplicado. Se s.L/n < x: EC (s,m) = AM1 m MF (s,m) = – AM2 m + AM1 m . s.L/n Se s.L/n > x: EC (s,m) = AM1 m MF (s,m) = – AM2 m + AM1 m . s.L/n – M J K x AM2m AM4m AM3m AM1m M s.L/n Seção “s” L m 100 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Carga linearmente distribuída do nó J ao nó K (quando q1 < q2): Fig. 112 – Barra de viga com carga linearmente distribuída (q1 < q2). EC (s,m) = AM1 m – q1 . (s.L/n) – z . (s.L/n)/2 MF (s,m) = – AM2 m + AM1 m . (s.L/n) – q1 . (s.L/n) 2/2 – z . (s.L/n)/2 . (s.L/n)/3 no qual: (q2 - q1)/L = z/(s.L/n) z = (q2 - q1) . (s.L/n)/L = (q2 - q1) . s/n Carga linearmente distribuída do nó J ao nó K (quando q1 > q2): Fig. 113 – Barra de viga com carga linearmente distribuída (q1 > q2). J K s.L/n q2 AM2m AM4m AM3m AM1m q1 z Seção “s” L m J K s.L/n q2 AM2m AM4m AM3m AM1m q1 z’ Seção “s” L m 101 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS EC (s,m) = AM1 m – (q1 - z’) . (s.L/n) – z’ . (s.L/n)/2 MF (s,m) = – AM2 m + AM1 m . (s.L/n) – (q1 – z’) . (s.L/n) 2/2 – z’ . (s.L/n)/2 . 2 . (s.L/n)/3 no qual: (q2 - q1)/L = z’/(s.L/n) z’ = (q1 - q2) . (s.L/n)/L = (q1 - q2) . s/n OBS.: O carregamento uniformemente distribuído é um caso especial destes dois últimos tipos de carregamentos, quando q1 = q2. Segundo o princípio da superposição dos efeitos (PSE), quando duas ou mais ações são superpostas os esforços solicitantes correspondentes a cada uma delas devem ser somados, lembrando que o PSE só é válido quando a estrutura apresenta comportamento linear. 102 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 10 APOIO SIMETRIA EM VIGAS Quando existir simetria no carregamento, na rigidez à flexão (E.I) das barras e na geometria de uma viga contínua, os resultados em termos de deslocamentos, reações de apoio e esforços solicitantes também serão simétricos. Assim, para reduzir o tamanho do problema (número de nós e barras, matriz de rigidez, vetores de carga e de reações de apoio), pode-se colocar um vínculo que represente a simetria no centro da viga e resolver apenas uma das duas metades. Os resultados na outra metade serão idênticos. Na figura abaixo é ilustrada uma viga simétrica e a sua metade esquerda com o apoio simetria. Fig. 114 – Viga simétrica com o apoio simetria. Observando a linha elástica pode-se perceber que no centro da viga contínua simétrica a seção transversal não gira, apenas se desloca na vertical, ou seja, o deslocamento angular (giro) é igual a zero neste ponto. O apoio simetria é um vínculo que impede o giro da seção e permite o deslocamento vertical. Quando a simetria ocorrer sobre um apoio, o tipo de vínculo que deve ser utilizado para representar a simetria é o engaste. 2EI 2EI EI P1 P1 P2 P2 L/2 L/2 L 2EI EI P1 P2 L/2 L/2 q M M M 103 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 115 – Viga simétrica com o engaste representando a simetria. 10.1 Exemplo Determinar as matrizes S, ARD e AMD e os vetores AD, ADL, AR, ARL, AM, e AML para a metade esquerda da viga contínua simétrica da figura abaixo, utilizando o apoio que representa a simetria. Fig. 116 – Viga contínua simétrica do exemplo 10.1. EI EI EI P1 P1 P2 P2 L/2 L/2 L/2 q EI L/2 L/2 L/2 L/2 L/2 A B C D E EI EI P1 P2 L/2 L/2 L/2 L/2 q A B C 2EI 2EI EI P1 P1 P2 P2 L/2 L/2 L/2 2EI EI P1 P2 L/2 L/2 q M M M EI L/2 q 104 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Avaliação do grau de indeterminação cinemática: O grau de indeterminação cinemática (GIC) é igual ao número de deslocamentos livres da estrutura. A metade esquerda da viga contínua do exemplo apresenta duas rotações livres (nós A e B) e uma translação vertical livre (nó C), portanto, o GIC é igual a três (3), desprezando as deformações axiais (modelo de viga). Estrutura restringida ou forma principal: Para definir a estrutura restringida ou forma principal (FP) é necessário impedir todos os deslocamentos livres (deslocabilidades), introduzindo um grampo para impedir o giro nos nós que apresentam rotações livres e um apoio adicional (apoio de 1º gênero) para impedir o deslocamento vertical nos nós que apresentam translações verticais livres. Fig. 117 – Estrutura restringida ou forma principal (FP) para a metade esquerda da viga do exemplo 10.1. EI EI P1 P2 L/2 L/2 L/2 L/2 q A B C Estruturalmente equivalente EI EI P1 P2 L/2 L/2 L/2 L/2 q A B C D1 D2 D3 105 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Aplicação do PSE na metade esquerda da viga contínua simétrica do exemplo 10.1: Fig. 118 - Aplicação do PSE na viga do exemplo 10.1. EI EI P1 P2 q A B C = L/2 L/2 L/2 L/2 + P1/2+qL/2 P1L/8+qL2/12 P2/2+qL/2 P2L/8+qL2/12 EI EI P1 P2 q C A B 6EI/L2 2EI/L 6EI/L2 4EI/L C A x D2 + 1 B 4EI/L 6EI/L2 6EI/L2 2EI/L C A x D3 1 B 6EI/L2 12EI/L3 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 4EI/L 6EI/L2 2EI/L C B x D1 + 1 A 106 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Equações do restabelecimento do equilíbrio de forças: sistema de equações para calcular os deslocamentos livres ou incógnitos (D1, D2 e D3), obtido da aplicação do PSE: 33323213133 32322212122 31321211111 D . S D . S D . S ADL AD D . S D . S D . S ADL AD D . S D . S D . S ADL AD Matricialmente tem-se: 3 2 1 333231 232221 131211 3 2 1 3 2 1 D D D SSS SSS SSS ADL ADL ADL AD AD AD ou simplesmente: )1x3()3x3()1x3()1x3( DSADLAD onde: 0 0 0 AD qL/2 /2P L/8 P L/8 P /12qL L/8 P 2 21 2 1 ADL 32 2 12EI/L6EI/L0 6EI/L8EI/L2EI/L 02EI/L4EI/L S Resolvendo o sistema de equações acima determinam-se os valores dos deslocamentos livres D1, D2 e D3. As reações de apoio são determinadas pela aplicação do PSE, chegando-se na equação que relaciona reações de apoio com deslocamentos: 33323213133 32322212122 31321211111 D . ARD D . ARD D . ARD ARL AR D . ARD D . ARD D . ARD ARL AR D . ARD D . ARD D . ARD ARL AR 107 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Matricialmente tem-se: 3 2 1 333231 232221 131211 3 2 1 3 2 1 D D D ARDARDARD ARDARDARD ARDARDARD ARL ARL ARL AR AR AR ou simplesmente: )1x3()3x3()1x3()1x3( DARDARLAR onde: 3 2 1 AR AR AR AR são as reações de apoio na estrutura original. /12)qL L/8 P ( qL )/2 P P ( qL/2 /2P 2 2 21 1 ARL 2 32 22 L/EI6L/EI20 L/EI120L/EI6 0L/EI6L/EI6 ARD 3 2 1 D D D D são os deslocamentos livres calculados no passo anterior. Fig. 119 – Reações de apoio na viga do exemplo 10.1. As ações de extremidade de barra são também determinadas pela aplicação do PSE, chegando-se na equação que relaciona ações de extremidade de barra com deslocamentos: EI EI P1 P2 q A B C L/2 L/2 L/2 L/2 AR1 AR2 AR3 108 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para a barra AB: 3 AB 432 AB 421 AB 41 AB 4 AB 4 3 AB 332 AB 321 AB 31 AB 3 AB 3 3 AB 232 AB 221 AB 21 AB 2 AB 2 3 AB 132 AB 121 AB 11 AB 1 AB 1 D . AMD D . AMD D . AMD AML AM D . AMD D . AMD D . AMD AML AM D . AMD D . AMD D . AMD AML AM D . AMD D . AMD D . AMD AML AM Matricialmente tem-se: 3 2 1 AB 43 AB 42 AB 41 AB 33 AB 32 AB 31 AB 23 AB 22 AB 21 AB 13 AB 12 AB 11 AB 4 AB 3 AB 2 AB 1 AB 4 AB 3 AB 2 AB 1 D D D AMDAMDAMD AMDAMDAMD AMDAMDAMD AMDAMDAMD AML AML AML AML AM AM AM AM ou simplesmente: )1x3( AB )3x4( AB )1x4( AB )1x4( DAMDAMLAM onde: AB 4 AB 3 AB 2 AB 1 AB AM AM AM AM AM são as quatro ações de extremidade da barra AB. ) /12qL L/8 P ( qL/2 /2P /12qL L/8 P qL/2 /2P 2 1 1 2 1 1 AB AML 04EI/L2EI/L 06EI/L6EI/L 02EI/L4EI/L 06EI/L6EI/L 22 22 AB AMD 3 2 1 D D D D são os deslocamentos livres já calculados. 109 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 120 – Ações de extremidade da barra AB na viga do exemplo 10.1. Para a barra BC: )1x3( BC )3x4( BC )1x4( BC )1x4( DAMDAMLAM onde: BC 4 BC 3 BC 2 BC 1 BC AM AM AM AM AM são as quatro ações de extremidade da barra BC. ) /12qLL/8 P ( qL/2 /2P /12qL L/8 P qL/2 /2P 2 2 2 2 2 2 BC AML 2 32 2 32 BC L/EI6L/EI20 L/EI12L/EI60 L/EI6L/EI40 L/EI12L/EI60 AMD 3 2 1 D D D D são os deslocamentos livres já calculados. EI EI P1 P2 q C L/2 L/2 L/2 L/2 AM3AB AM1AB AM4AB B AM2AB A 110 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 121 – Ações de extremidade da barra BC na viga do exemplo 10.1. 10.2 Exercício Colocar um apoio no ponto “C” da viga contínua simétrica do exemplo anterior e calcular os deslocamentos livres, as reações de apoio e as ações de extremidade de barra para a metade direita da viga, considerando: L = 4 m; P1 = 10 kN; P2 = 15 kN e q = 5 kN/m. EI EI P1 P2 q A C L/2 L/2 L/2 L/2 AM3BC AM1BC AM4BC B AM2BC 111 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 11. AUTOMAÇÃO DO MÉTODO DA RIGIDEZ Para resolver qualquer tipo de estrutura reticulada, com um grande número de nós e barras, é necessário um procedimento de automação do método da rigidez. Para tanto, alguns dados devem ser coletados e gerados para que possam ser calculados, de forma automatizada, os deslocamentos livres (ou incógnitos), as reações de apoio e os esforços nas barras. Até aqui, na solução de estruturas pelo método da rigidez, apenas os graus de liberdade livres (deslocabilidades ou deslocamentos livres) eram numerados. Agora, no procedimento de automação do método da rigidez, todos os graus de liberdade da estrutura (livres e restringidos) devem ser numerados, pois todos serão utilizados. Assim, o método da rigidez para análise matricial de estruturas pode ser dividido nas 5 etapas a seguir: 1ª) Reunião dos dados da estrutura: Nesta etapa é definida a topologia da estrutura, para tal devem ser coletados os seguintes dados: - Número de nós e número de barras da estrutura; - Número de graus de liberdade (GDL) por nó, que depende do tipo de estrutura reticulada; - Coordenadas dos nós; - Conectividades das barras, ou seja, o número dos dois nós a que cada barra está conectada; - Propriedades mecânicas dos materiais que compõem a estrutura; - Propriedades geométricas das seções transversais que compõem as barras (área, momentos de inércia, etc.); - Vinculações externas (apoios e engastes). A seguir os nós e as barras devem ser numerados. No caso de vigas contínuas, deve-se atribuir uma numeração crescente, da esquerda para direita, para a identificação dos nós e das barras. A numeração dos graus de liberdade (GDL) da estrutura também deve ser crescente, da esquerda para a direita. Inicialmente devem ser numerados os GDL livres (deslocamentos 112 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS livres), priorizando em um mesmo nó a translação (deslocamento linear) sobre a rotação (deslocamento angular ou giro), no caso de vigas contínuas. Terminada a numeração dos deslocamentos livres, deve-se retornar ao início e numerar os GDL restringidos (deslocamentos restringidos), correspondentes as vinculações externas, também da esquerda para direita e priorizando a translação sobre a rotação. Esta forma de numerar os GDL é chamada de numeração prioritária. Por exemplo, a numeração prioritária para a viga da figura abaixo fica: Fig. 122 – Numeração prioritária para a viga do exemplo. 2ª) Geração da matriz de rigidez global: A matriz de rigidez é uma propriedade da estrutura e independe do carregamento, portanto pode ser determinada imediatamente após a definição da topologia da estrutura. A matriz de rigidez global SJ é determinada considerando todos os graus de liberdade da estrutura (livres e restringidos), isto é, são aplicados deslocamentos unitários, um de cada vez, em todos os GDL e não apenas nos livres. Para cada deslocamento unitário aplicado é montada uma coluna da matriz SJ, da mesma forma que na montagem da matriz de rigidez S. Assim, aplicando-se deslocamentos unitários, um de cada vez, em todos os GDL (livres e restringidos) da estrutura, na numeração prioritária, determina-se a matriz de rigidez global SJ, como mostrado a seguir para a viga do exemplo: L L M P q EI EI D2 D1 D3 D4 D5 L L D6 1 2 3 1 2 113 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS D1 = 1 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 6EI/L2 SJ21 = - 6EI/L2 SJ31 = 2EI/L SJ11 = 8EI/L 2EI/L 4EI/L 4EI/L 2EI/L 1 SJ41 = 6EI/L2 SJ61 = 0 SJ51 = 2EI/L 1 2 3 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 SJ12 = - 6EI/L2 SJ22 = 12EI/L3 SJ32 = - 6EI/L2 1 12EI/L3 D2 = 1 SJ62 = - 12EI/L3 SJ42 = 0 SJ52 = 0 1 2 3 6EI/L2 6EI/L2 4EI/L 2EI/L SJ23 = - 6EI/L2 SJ33 = 4EI/L SJ13 = 2EI/L 1 SJ63 = 6EI/L2 SJ43 = 0 SJ53 = 0 D3 = 1 1 2 3 1 2 3 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 SJ54 = 6EI/L2 SJ64 = - 12EI/L3 SJ14 = 6EI/L2 1 12EI/L3 D4 = 1 SJ44 = 12EI/L3 SJ24 = 0 SJ34 = 0 114 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 123 – Aplicação dos deslocamentos unitários em todos os GDL da viga do exemplo. E a matriz de rigidez global SJ da estrutura, na numeração prioritária, fica: 1D1D1D1D1D1D 32323 22 3232 22 3232 22 654321 24/L6/L12/L6/L12/L0 6/L4/L6/L002/L 12/L6/L12/L006/L 6/L004/L6/L2/L 12/L006/L12/L6/L 02/L6/L2/L6/L8/L EI SJ A matriz SJ é simétrica e positivo-definida (determinante positivo, termos da diagonal principal positivos, etc.). Cada linha ou coluna desta matriz representa um GDL da estrutura. Assim, sua dimensão é igual ao número total de GDL, ou seja, o número de deslocamentos livres mais o número de deslocamentos restringidos. Quando a matriz de rigidez global SJ é montada seguindo a numeração prioritária, essa matriz pode ser particionada, já que os coeficientes de rigidez correspondentes aos Coeficientes de rigidez correspondentes aos deslocamentos restringidos, causados por deslocamentos unitários que estão restringidos na estrutura original. Coeficientes de rigidez correspondentes aos deslocamentos livres, causados por deslocamentos unitários que estão livres na estrutura original. 6EI/L2 6EI/L2 4EI/L 2EI/L SJ65 = - 6EI/L2 SJ55 = 4EI/L SJ15 = 2EI/L 1 SJ45 = 6EI/L2 SJ25 = 0SJ35 = 0 D5 = 1 1 2 3 1 2 3 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 SJ16 0 SJ26 = - 12EI/L3 SJ36 = 6EI/L2 1 12EI/L3 D6 = 1 SJ66 = 24EI/L3 12EI/L3 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 SJ56 = - 6EI/L2 SJ46 = - 12EI/L3 115 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS deslocamentos livres estão separados daqueles correspondentes aos deslocamentos restringidos. As seguintes submatrizes resultam quando a matriz SJ é particionada: SRRSRD SDRS SJ onde: S é a matriz de rigidez relativa aos deslocamentos livres (deslocamentos incógnitos), usada para calcular esses deslocamentos. SRD é a matriz que contém as ações na estrutura restringida correspondentes aos deslocamentos restringidos na estrutura original (vínculos), quando é aplicado um deslocamento unitário que está livre na estrutura original. Esta matriz é idêntica à matriz ARD, utilizada para o cálculo das reações de apoio. 1) x (33) x (31) x (31) x (3 DARDARLAR 1) x (33) x (31) x (31) x (3 DSRDARLAR SDR é a transposta da matriz SRD, pois a matriz SJ é simétrica. SRR é a matriz que contém as ações na estrutura restringida correspondentes aos deslocamentos restringidos na estrutura original (vínculos), quando é aplicado um deslocamento unitário que está restringido na estrutura original. Esta matriz será utilizada na análise de estruturas que apresentam deslocamentos de apoio. As matrizes S e SRR são quadradas e simétricas, enquanto que SRD = SDRT não são simétricas, nem necessariamente quadradas. Pode-se observar que a matriz SJ é formada pela soma dos coeficientes de rigidez de todas as barras que concorrem no mesmo nó, para cada GDL do nó. Essa é outra maneira de obter a matriz SJ, ou seja, a partir das matrizes de rigidez de cada barra. No procedimento de automação do método da rigidez a matriz SJ será determinada desta forma. A matriz de rigidez de barra, denominada SM, é determinada impondo-se deslocamentos unitários, um de cada vez, à barra biengastada. Para uma barra de viga, a matriz SM é obtida da seguinte forma: 116 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 124 – Deslocamentos unitários impostos aos 4 GDL de uma barra de viga biengastada. Assim, SM fica: 4/L6/L2/L6/L 6/L12/L6/L12/L 2/L6/L4/L6/L 6/L12/L6/L12/L EI 22 2323 22 2323 14D 13D 12D 11D SM A determinação da matriz de rigidez global SJ a partir das matrizes de rigidez de cada barra SM para uma viga contínua será mostrada no item 11.1 e no exemplo 11.5. D4 D1 D2 L EI D3 Para D2 = 1 Para D4 = 1 SM22 = 4EI/L SM42 = 2EI/L SM12 = 6EI/L2 SM32 = - 6EI/L2 1 6EI/L2 4EI/L 2EI/L 6EI/L2 6EI/L2 2EI/L 4EI/L 6EI/L2 1 SM24 = 2EI/L SM44 = 4EI/L SM14 = 6EI/L2 SM34 = - 6EI/L2 Para D1 = 1 Para D3 = 1 SM21 = 6EI/L2 SM41 = 6EI/L2 SM11 = 12EI/L3 SM31 = - 12EI/L3 SM23 = - 6EI/L2 SM43 = - 6EI/L2 SM13 = - 12EI/L3 SM33 = 12EI/L3 1 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 12EI/L3 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 12EI/L3 1 117 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 3ª) Dados sobre as cargas aplicadas: Todas as informações a respeito das ações diretamente aplicadas sobre os nós (forças ou momentos correspondentes aos GDL livres ou restringidos) e as ações aplicadas nas barras (cargas distribuídas e eventualmente forças ou momentos) devem ser coletadas. 4ª) Geração dos vetores associados às cargas: Na análise matricial os valores incógnitos (deslocamentos livres, reações de apoio e ações de extremidade de barra) estão localizados em pontos específicos da estrutura (os nós). Assim, as ações aplicadas ao longo das barras devem ser transformadas em ações nodais equivalentes, aplicadas nos respectivos GDL dos nós. A equação que relaciona as ações com os deslocamentos incógnitos é: (Nx1)(NxN)(Nx1)(Nx1) DSADLAD ou: (Nx1)(NxN)(Nx1)(Nx1) DSADLAD onde: N é o número de deslocamentos livres; O vetor (Nx1)ADL pode ser entendido como o vetor das ações nodais equivalentes, com sinal trocado, pois contêm as reações e os momentos de engastamento perfeito da estrutura restringida, correspondentes aos deslocamentos livres, quando da aplicação das cargas nas barras. As ações diretamente aplicadas nos nós da estrutura, correspondentes aos deslocamentos livres, entram no vetor AD. 118 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 125 – Ações nodais equivalentes em uma barra de viga. O vetor A é definido como o vetor que contém todas as ações diretamente aplicadas nos GDL da estrutura, na numeração prioritária. Para a viga do exemplo, o vetor A fica: AR AR AR M P 0 6 5 4 A O vetor AE é definido como o vetor que contém as forças nodais equivalentes aplicadas em todos os GDL da estrutura, na numeração prioritária. É formado pela soma das reações e dos momentos de engastamento perfeito das barras concorrentes a um mesmo nó, para cada GDL do nó, com sinal trocado. Para a viga do exemplo o vetor AE fica: Reações e momentos de engastamento perfeito na estrutura restringida Ações nodais equivalentes qL/2+P/2 qL2/12+PL/8 P L q qL2/12+PL/8 qL/2+P/2 qL/2+P/2 qL2/12+PL/8 L qL2/12+PL/8 qL/2+P/2 Ações diretamente aplicadas na estrutura original correspondentes aos deslocamentos livres → vetor AD Ações (ou reações) diretamente aplicadas na estrutura original correspondentes aos deslocamentos restringidos → vetor AR 119 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS qL /12qL qL/2 /12qL qL/2 0 2 2 AE Finalmente, o vetor de ações nodais atuando na estrutura, denominado AC, é dado por: AC = A + AE Neste exemplo AC fica: qL AR /12qL AR qL/2 AR /12qL M qL/2 P 0 6 2 5 4 2 AC Particionando o vetor AC, ou seja, separando as ações correspondentes aos deslocamentos livres daquelas correspondentes aos deslocamentos restringidos, resulta: ARLAR AC ARLAR ADLAD AC 5ª) Cálculo dos resultados: Depois de determinado o vetor de ações AC e a matriz de rigidez global SJ, o sistema de equações para calcularos deslocamentos incógnitos ( DSAC ) pode ser resolvido por qualquer método de solução de sistemas de equações, como por exemplo, o método Cholesky. Uma vez resolvido o sistema de equações e calculados os deslocamentos livres, as reações de apoio podem ser obtidas por: 1) x (NN) x (NR1) x (NR1) x (NR DSRDARLAR onde: N é o número de deslocamentos livres; Ações nodais equivalentes correspondentes aos deslocamentos livres → vetor - ADL Ações nodais equivalentes correspondentes aos deslocamentos restringidos → vetor - ARL Ações correspondentes aos deslocamentos livres → AD - ADL Ações (ou reações) correspondentes aos deslocamentos restringidos → AR - ARL 120 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS NR é o número de reações de apoio (ou deslocamentos restringidos). As ações de extremidade de barra, para uma barra genérica “m”, podem ser determinadas através de: m )1 x 4( m )4 x 4( m )1 x 4( m )1 x 4( DSMAMLAM onde: AMm é o vetor que contém as 4 ações de extremidade da barra “m” na viga original; AMLm é o vetor que contém as 4 ações de extremidade da barra “m” na viga restringida sujeita às cargas externas; SMm é a matriz de rigidez de barra da barra “m”; Dm é o vetor que contém os 4 deslocamentos das extremidades da barra “m” (livres e/ou restringidos). Cabe salientar que na determinação das ações de extremidade de uma barra genérica “m” (AMm) pelo procedimento de automação do método da rigidez, a multiplicação )1 xN( m )N x 4( DAMD é substituída por m )1 x 4( m )4 x 4( DSM . Ambas resultam exatamente nos mesmos valores. 11.1. Considerações sobre a numeração dos nós Nos exemplos resolvidos anteriormente, aplicando o método da rigidez, apenas os GDL livres (deslocamentos livres) eram numerados. Agora, no processo de automação, todos os GDL (livres e restringidos) devem ser numerados. O uso da numeração prioritária, onde se priorizam os deslocamentos livres para só depois numerar os deslocamentos restringidos, é necessário para que a matriz de rigidez global SJ seja montada de maneira tal que possa ser particionada, nas seguintes submatrizes: S, SRD, SDR e SRR. Deste modo, fica mais fácil obter a matriz S, necessária para o cálculo dos deslocamentos incógnitos (livres), a matriz SRD, necessária para a determinação das reações de apoio e a matriz SRR, utilizada para analisar uma estrutura que apresente recalque de apoio. Se a numeração prioritária não fosse utilizada, a matriz de rigidez global SJ ficaria com os coeficientes de rigidez correspondentes aos deslocamentos livres misturados com os coeficientes correspondentes aos deslocamentos restringidos, e não seria possível particionar esta matriz. 121 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Entretanto, para que o procedimento de automação do método da rigidez se torne eficaz deve existir a possibilidade de que os GDL sejam numerados de forma qualquer, sem a necessidade de priorizar GDL livres. Esta numeração é denominada numeração arbitrária. Assim, deve ser introduzida uma rotina para passar da numeração arbitrária dos GDL, adotada pelo usuário, para a numeração prioritária e vice-versa. Esta rotina é chamada de indexação dos GDL. Para fazer esta troca de numeração, ou indexação dos GDL, são criados dois vetores: RL e CRL, os quais contêm informações a respeito dos GDL da estrutura (livres e restringidos). Cada nó em uma viga possui dois GDL: uma translação e uma rotação. Na numeração arbitrária os GDL são numerados da esquerda para a direita com prioridade para a translação sobre a rotação em um mesmo nó, como ilustrado na figura abaixo. Fig. 126 – Numeração arbitrária da viga do exemplo. O vetor RL é formado por uma sequência de números “0” e “1”, um número para cada GDL da estrutura, adotando para um GDL restringido o número 1, e para um GDL livre o número 0. Para a viga do exemplo, o vetor RL fica: T 3Nó2Nó1Nó 0 0, ,0 1, ,1 1, RL A dimensão do vetor RL é 2 vezes o número de nós (NJ) da viga. A viga do exemplo possui 3 GDL restringidos ou deslocamentos restringidos (NR=3), originando 3 reações de apoio, e 3 GDL livres ou deslocamentos livres (N=3). O número total de GDL da estrutura é 6 (N + NR = 2 . NJ = 6). L L D5 D4 D6 D1 D2 EI D3 1 2 3 1 2 EI Numeração arbitrária 122 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A numeração prioritária para os GDL da viga do exemplo é mostrada na figura abaixo: Fig. 127 – Numeração prioritária da viga do exemplo. O vetor CRL contém os valores acumulados de RL, ou seja, o valor de um elemento qualquer de CRL é igual ao valor do mesmo elemento no vetor RL somado ao valor do elemento anterior no vetor CRL. Para a viga do exemplo, CRL fica: T 3Nó2Nó1Nó 3 3, ,3 3, ,2 1, CRL Deve-se observar que o valor do último elemento do vetor CRL corresponde ao número de GDL restringidos ou deslocamentos restringidos da estrutura. No caso da viga do exemplo, NR = 3, as duas restrições no engaste (translação vertical e giro) e a restrição no apoio de 1o gênero (translação vertical). Para cada GDL da estrutura (livre ou restringido) corresponde uma coluna (ou linha) na matriz de rigidez global SJ. Conhecendo a numeração prioritária dos GDL de uma determinada barra, ficam definidas as posições dos respectivos coeficientes de rigidez da matriz de rigidez de barra SM na matriz SJ. Sabe-se que SJ é formada pela soma dos coeficientes de rigidez das barras que concorrem a um mesmo nó, para cada GDL do nó. Assim, para montar a matriz SJ basta colocar os coeficientes de rigidez das matrizes SM de todas as barras da estrutura nas respectivas linhas e colunas de SJ, na numeração prioritária, e somar os coeficientes que se superpõem. Na barra 1 da viga do exemplo os GDL na numeração arbitrária são numerados da seguinte forma: L L D2 D1 D3 D4 D5 EI D6 1 2 3 1 2 EI Numeração prioritária 123 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 128 – Numeração arbitrária da barra 1 da viga do exemplo. A rotina para passar da numeração arbitrária dos GDL para a numeração prioritária funciona da seguinte forma: a) Para um deslocamento restringido na numeração arbitrária, seu novo índice na numeração prioritária deverá ser igual ao número de GDL livres da estrutura (N) somado ao valor no vetor CRL na posição correspondente a este deslocamento; b) Para um GDL livre na numeração arbitrária, seu novo índice na numeração prioritária deverá ser o valor do seu índice na numeração arbitrária subtraído do valor correspondente no vetor CRL. Por exemplo, para a barra 1 acima, tem-se: D1 é um deslocamento restringido→ seu novo índice será N + CRL(1) = 3 + 1 = 4, ou seja, na numeração prioritária D1 será renomeado como D4. D2 é um deslocamento restringido → seu novo índice será N + CRL(2) = 3 + 2 = 5, ou seja, na numeração prioritária D2 será renomeado como D5. D3 é um deslocamento restringido → seu novo índice será N + CRL(3) = 3 + 3 = 6, ou seja, na numeração prioritária D3 será renomeado como D6. D4 é um deslocamento livre → seu novo índice será 4 - CRL(4) = 4 -3 = 1, ou seja, na numeração prioritária D4 será renomeado como D1. Assim, chega-se à numeração prioritária para a barra 1: L D4 D1 D2 D3 1 2 1 EI Numeração arbitrária da barra 1 124 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 129 – Numeração prioritária da barra 1 da viga do exemplo. Na barra 2 da viga do exemplo os GDL na numeração arbitrária são numerados da seguinte forma: Fig. 130 – Numeração arbitrária da barra 2 da viga do exemplo. D3 é um deslocamento restringido → seu novo índice será N + CRL(3) = 3 + 3 = 6, ou seja, na numeração prioritária D3 será renomeado como D6. D4 é um deslocamento livre → seu novo índice será 4 - CRL(4) = 4 -3 = 1, ou seja, na numeração prioritária D4 será renomeado como D1. D5 é um deslocamento livre → seu novo índice será 5 - CRL(5) = 5 -3 = 2, ou seja, na numeração prioritária D5 será renomeado como D2. D6 é um deslocamento livre → seu novo índice será 6 - CRL(6) = 6 -3 = 3, ou seja, na numeração prioritária D6 será renomeado como D3. Assim, chega-se à numeração prioritária da barra 2: L D1 D4 D5 D6 1 2 1 EI Numeração prioritária da barra 1 L D6 D3 D4 D5 2 3 2 EI Numeração arbitrária da barra 2 125 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 131 – Numeração prioritária da barra 2 da viga do exemplo. Denominando os 4 GDL existentes em uma barra de viga como: J1, J2, K1, K2, no qual J1 é o deslocamento de translação no nó J, J2 o deslocamento de rotação neste mesmo nó, K1 o deslocamento de translação no nó K e K2 o deslocamento de rotação neste mesmo nó, a indexação deverá ser feita da seguinte forma: Para o nó J: Se RL(J1) = 0 (livre) J1 = J1 - CRL(J1) Se RL(J1) = 1 (restringido) J1 = N + CRL(J1) Se RL(J2) = 0 (livre) J2 = J2 - CRL(J2) Se RL(J2) = 1 (restringido) J2 = N + CRL(J2) Para o nó K: Se RL(K1) = 0 (livre) K1 = K1 - CRL(K1) Se RL(K1) = 1 (restringido) K1 = N + CRL(K1) Se RL(K2) = 0 (livre) K2 = K2 - CRL(K2) Se RL(K2) = 1 (restringido) K2 = N + CRL(K2) Assim, para a barra 1 da estrutura anterior: J1 = 4, J2 = 5, K1 = 6 e K2 = 1, e para a barra 2: J1 = 6, J2 = 1, K1 = 2 e K2 = 3. Para montar a matriz SJ basta colocar os coeficientes de rigidez da matriz SM de todas as barras nas respectivas posições na matriz de rigidez global SJ, na numeração prioritária. Lembrando que a matriz de rigidez de barra SM para uma barra de viga é: L D3 D6 D1 D2 2 3 2 EI Numeração prioritária da barra 2 126 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS K2 K1 J2 J1 22 2323 22 2323 4/L6/L2/L6/L 6/L12/L6/L12/L 2/L6/L4/L6/L 6/L12/L6/L12/L I E SM Cada barra de uma viga possui sua matriz SM, exatamente igual à matriz acima, variando o módulo de elasticidade do material (E), o momento de inércia (I) e o comprimento (L) da barra. Adotando a seguinte nomenclatura: S1 = 4EI/L, S2 = 6EI/L2 e S3 = 12EI/L3, a matriz SM pode ser escrita como: K2 K1 J2 J1 S1S2S1/2S2 S2S3S2S3 S1/2S2S1S2 S2S3S2S3 SM A numeração arbitrária dos nós pode ser qualquer e os respectivos índices dos deslocamentos (livres e restringidos) são determinados de forma unívoca, na numeração arbitrária, por: J1 = 2J - 1 J2 = 2J K1 = 2K - 1 K2 = 2K onde: J e K são os números dos nós inicial e final, respectivamente, da barra em questão. Por exemplo, para a barra 1 da viga do exemplo, com nó inicial 1 e final 2, os índices dos deslocamentos, na numeração arbitrária, são: J1 = 2 . 1 – 1 = 1 (D1) J2 = 2 . 1 = 2 (D2) K1 = 2 . 2 – 1 = 3 (D3) K2 = 2 . 2 = 4 (D4) Para a barra 2, com nó inicial 2 e final 3, os deslocamentos na numeração arbitrária são: 127 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS J1 = 2 . 2 – 1 = 3 (D3) J2 = 2 . 2 = 4 (D4) K1 = 2 . 3 – 1 = 5 (D5) K2 = 2 . 3 = 6 (D6) Assim, o usuário não precisa se preocupar com a numeração dos GDL da estrutura, apenas com a numeração dos nós, já que a numeração arbitrária dos GDL é definida de forma única a partir da numeração dos nós. Na numeração arbitrária dos GDL, originada da numeração arbitrária dos nós, deve-se aplicar a indexação apresentada anteriormente, passando os GDL para a numeração prioritária e assim desenvolvendo os cálculos. Cabe salientar que depois de determinados os deslocamentos livres e as reações de apoio, é necessário retornar à numeração arbitrária, a fim de que tais resultados possam ser compreendidos pelo usuário. A matriz de rigidez global SJ é montada a partir das matrizes de rigidez de barra SM, simplesmente colocando os coeficientes de rigidez das matrizes SM de todas as barras da viga nas respectivas linhas e colunas de SJ, na numeração prioritária, somando os coeficientes que se superpõem. A rotina para montar a matriz SJ funciona da seguinte forma: Para o GDL J1 (na numeração prioritária) da barra “m”: SJ(J1,J1) = SJ(J1,J1) + SMm (1,1) = SJ(J1,J1) + S3m SJ(J2,J1) = SJ(J2,J1) + SMm (2,1) = SJ(J2,J1) + S2m SJ(K1,J1) = SJ(K1,J1) + SMm (3,1) = SJ(K1,J1) – S3m SJ(K2,J1) = SJ(K2,J1) + SMm (4,1) = SJ(K2,J1) + S2m Para o GDL J2 (na numeração prioritária) da barra “m”: SJ(J1,J2) = SJ(J1,J2) + SMm (1,2) = SJ(J1,J2) + S2m SJ(J2,J2) = SJ(J2,J2) + SMm (2,2) = SJ(J2,J2) + S1m SJ(K1,J2) = SJ(K1,J2) + SMm (3,2) = SJ(K1,J2) – S2m SJ(K2,J2) = SJ(K2,J2) + SMm (4,2) = SJ(K2,J2) + S1m/2 128 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para o grau de liberdade K1 (na numeração prioritária) da barra “m”: SJ(J1,K1) = SJ(J1,K1) + SMm (1,3) = SJ(J1,K1) - S3m SJ(J2,K1) = SJ(J2,K1) + SMm (2,3) = SJ(J2,K1) - S2m SJ(K1,K1) = SJ(K1,K1) + SMm (3,3) = SJ(K1,K1) + S3m SJ(K2,K1) = SJ(K2,K1) + SMm (4,3) = SJ(K2,K1) - S2m Para o grau de liberdade K2 (na numeração prioritária) da barra “m”: SJ(J1,K2) = SJ(J1,K2) + SMm (1,4) = SJ(J1,K2) + S2m SJ(J2,K2) = SJ(J2,K2) + SMm (2,4) = SJ(J2,K2) + S1m/2SJ(K1,K2) = SJ(K1,K2) + SMm (3,4) = SJ(K1,K2) – S2m SJ(K2,K2) = SJ(K2,K2) + SMm (4,4) = SJ(K2,K2) + S1m Estes passos são executados NE vezes, onde NE é o número de barras da viga. No final a matriz SJ está montada na numeração prioritária, podendo ser particionada nas 4 submatrizes: S, SRD, SDR e SRR. 11.2. Dados sobre as cargas O vetor A deve conter todas as ações aplicadas nos nós da viga (cargas concentradas e momentos), inicialmente na numeração arbitrária. A dimensão deste vetor é 2 . NJ (NJ é o número de nós da viga). Os valores no vetor A correspondentes aos GDL que não tenham carga aplicada devem ser zero. Para a viga do exemplo tem-se: T M P 0 0 0 0 A O vetor AE contém as ações nodais equivalentes, inicialmente na numeração arbitrária, e é obtido a partir dos vetores m )1(4xAML de cada barra “m” da viga, com sinal trocado. Possui a mesma dimensão do vetor A. Para a viga do exemplo, AE fica: T 22 /12qL qL/2 0 qL /12qL qL/2 AE O vetor AC = A + AE é montado na numeração prioritária, adotando o mesmo procedimento utilizado na indexação da matriz SJ, uma vez que os cálculos devem ser realizados na numeração prioritária. A rotina para montar o vetor AC na numeração 129 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS prioritária, somando os elementos dos vetores A e AE, que estão na numeração arbitrária, funciona da seguinte forma: Para o GDL J1 do nó J: Se RL(J1) = 0 (livre) K = J1 - CRL(J1) Se RL(J1) = 1 (restringido) K = N + CRL(J1) E então: AC(K) = A(J1) + AE(J1) Para o GDL J2 do nó J: Se RL(J2) = 0 (livre) K = J2 - CRL(J2) Se RL(J2) = 1 (restringido) K = N + CRL(J2) E então: AC(K) = A(J2) + AE(J2) E assim sucessivamente para cada nó da estrutura. Desta forma, o vetor AC é montado na numeração prioritária, podendo ser particionado nos vetores AC e - ARL. 11.3. Solução do sistema de equações O vetor AC , de dimensão N x 1, e a matriz S, de dimensão N x N, onde N é o número de deslocamentos livres da estrutura, deverão ser utilizados para resolver o seguinte sistema de equações, escrito na forma matricial: )1Nx()NxN()1Nx( DSAC onde: D contém os N deslocamentos incógnitos (livres) na numeração prioritária. Depois de resolvido o sistema de equações e calculados os deslocamentos, as reações de apoio podem ser obtidas através de: 1)x(NxN)(NR1)x(NR1)x(NR DSRDARLAR onde: ARL é um vetor obtido da parte inferior do vetor AC, com o sinal trocado, já na numeração prioritária (reindexado); SRD é uma matriz obtida da matriz de rigidez global da estrutura SJ. 130 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Por conveniência os vetores AR e D terão dimensão N + NR x 1. No vetor AR, as últimas NR posições devem ser ocupadas pelas reações de apoio na numeração prioritária e suas N - NR posições iniciais serão ocupadas por zeros. No vetor D, as N primeiras posições serão ocupadas pelos valores dos deslocamentos livres, calculados na solução do sistema de equações, e as NR últimas posições ocupadas por zeros. A seguir, os vetores D e AR são passados para a numeração arbitrária, para que os resultados sejam fornecidos na numeração indicada pelo usuário. Partindo-se do último deslocamento até o primeiro (JE varia de N + NR até 1, e partindo-se de JJ = N + 1 e KK = N + NR + 1), tem-se: Se RL(JE) = 1 (restringido) D(JE) = 0 e KK = KK - 1 AR(JE) = AR(KK) Se RL(JE) = 0 (livre) JJ = JJ – 1 D(JE) = D(JJ) e AR(JE) = 0 Assim, os deslocamentos livres e as reações de apoio ficam na numeração arbitrária. 11.4. Avaliação das ações de extremidade de barra Os vetores AMLm e as matrizes SMm para cada barra “m” da viga já foram determinados. O vetor Dm contêm os 4 valores dos deslocamentos dos 2 nós da barra “m”, na seguinte ordem: translação à esquerda, giro à esquerda, translação à direita e giro à direita. Deslocamentos restringidos têm valor zero. Portanto, o vetor Dm é um subvetor do vetor de deslocamentos livres D. Assim, basta conhecer o número dos nós que compõem a barra “m”, para saber quais os deslocamentos do vetor D devem ser colocados no subvetor Dm. Por exemplo, para uma barra genérica “m” com nó inicial J e final K, os deslocamentos do vetor D que devem ser colocados em Dm, na numeração arbitrária, são: D(2K) 1)D(2K D(2J) 1)D(2J mD Finalmente, as 4 ações de extremidade de barra para uma barra genérica “m” podem ser calculadas por: m )1 x (4 m )4 x (4 m )1 x (4 m )1 x (4 . DSMAMLAM 131 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Com as ações de extremidade e o carregamento em todas as barras de uma viga, os diagramas de esforço cortante e de momento fletor podem ser facilmente determinados, como descrito capítulo 09. O processo de automação do método da rigidez está resumido na figura abaixo: Fig. 132 – Resumo do procedimento de automação do método da rigidez. Numeração arbitrária dos nós Numeração arbitrária dos GDL Numeração Prioritária dos GDL Indexação Montagem das matrizes SMm e SJ Montagem dos vetores A e AE na numeração arbitrária Cálculo das reações de apoio AR na numeração prioritária D na Numeração Prioritária Re-indexação Vetores D e AR na numeração arbitrária Cálculo das ações de extremidade de barra AMm Indexação Montagem do vetor AC na numeração prioritária Solução do sistema de equações DSAC Traçado dos diagramas de EC e de MF 132 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 11.5. Exemplo Montar as matrizes de rigidez S e SRD e os vetores de carga para a viga contínua apresentada na figura abaixo e calcular os deslocamentos, as reações de apoio e as ações de extremidade de barra aplicando o procedimento de automação do método da rigidez, partindo da numeração arbitrária dos nós e das barras indicada na figura. Fig. 133 – Viga contínua com 3 barras e numeração arbitrária dos nós, barras e GDL. A viga possui 3 barras (M = 3), 4 nós (NJ = 4) e 8 GDL (uma translação e um giro em cada nó, 2 * NJ = 8), sendo 4 deslocamentos restringidos (dois no engaste e um em cada apoio, NR = 4) e 4 deslocamentos livres ou deslocabilidades (giro nos nós 2, 3 e 4 e translação no nó 4, N = 4). Existem 3 nós com algum tipo de vínculo (NRJ = 3). A numeração prioritária indicada a seguir pode ser obtida com o auxílio dos vetores RL e CRL. Fig. 134 – Numeração prioritária dos GDL para a viga contínua com 3 barras. 1 2 3 Numeração prioritária D5 D6 D7 D1 D8 D2 D3 D4 2 1 34 2 1 3 4 1 2 3 Numeração arbitrária D1 D2 D3 D4 D5 D6 D7 D8 2 1 3 4 P4 P1 L L P3 q1 EI EI 2L P2 EI 1 2 3 q2 133 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Os vetores RL e CRL, na numeração arbitrária, ficam: T 4Nó3Nó2Nó1Nó 0 0, ,0 1, ,0 1, ,1 1, RL T 4Nó3Nó2Nó1Nó 4 4, ,4 4, ,3 3, ,2 1, CRL O último elemento do vetor CRL é igual ao número de deslocamentos restringidos, neste caso NR = 4. Seguindo o procedimento de automação do método da rigidez, as matrizes de rigidez da estrutura (S e SRD) são geradas da seguinte forma: Para a barra 1 (i = 1) S11 = 4EI/L S21 = 6EI/L2 S31 = 12EI/L3 Na numeração arbitrária: J1 = 1 J2 = 2 K1 = 3 K2 = 4. Na numeração prioritária: RL(1) = 1 J1 = N + CRL(J1) = 4 + 1 = 5 RL(2) = 1 J2 = N + CRL(J2) = 4 + 2 = 6 RL(3) = 1 K1 = N + CRL(K1) = 4 + 3 = 7 RL(4) = 0 K2 = K2 – CRL(K2) = 4 – 3 = 1 SJ(5,1) = SJ(5,1) + S21 = 6EI/L2 SJ(6,1) = SJ(6,1) + S11/2 = 2EI/L SJ(7,1) = SJ(7,1) – S21 = - 6EI/L2 SJ(1,1) = SJ(1,1) + S11 = 4EI/L Para a barra 2 (i = 2) S12 = 4EI/L S22 = 6EI/L2 S32 = 12EI/L3 Na numeração arbitrária: J1 = 3 J2 = 4 K1 = 5 K2 = 6. Na numeração prioritária: 134 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS RL(3) = 1 J1 = N + CRL(J1) = 4 + 3 = 7 RL(4) = 0 J2 = J2 - CRL(J2) = 4 – 3 = 1 RL(5) = 1 K1 = N + CRL(K1) = 4 + 4 = 8 RL(6) = 0 K2 = K2 – CRL(K2) = 6 – 4 = 2 SJ(7,1) = SJ(7,1) + S22 = - 6EI/L2 + 6EI/L2 = 0 SJ(1,1) = SJ(1,1) + S12 = 4EI/L + 4EI/L = 8EI/L SJ(8,1) = SJ(8,1) – S22 = 0 - 6EI/L2 = - 6EI/L2 SJ(2,1) = SJ(2,1) + S12/2 = 0 + 2EI/L = 2EI/L SJ(7,2) = SJ(7,2) + S22 = 0 + 6EI/L2 = 6EI/L2 SJ(1,2) = SJ(1,2) + S12/2 = 0 + 2EI/L = 2EI/L SJ(8,2) = SJ(8,2) – S22 = 0 - 6EI/L2 = - 6EI/L2 SJ(2,2) = SJ(2,2) + S12 = 0 + 4EI/L = 4EI/L Para a barra 3 (i = 3) S13 = 4EI/2L S23 = 6EI/(2L)2 S33 = 12EI/(2L)3 Na numeração arbitrária: J1 = 5 J2 = 6 K1 = 7 K2 = 8. Na numeração prioritária: RL(5) = 1 J1 = N + CRL(J1) = 4 + 4 = 8 RL(6) = 0 J2 = J2 - CRL(J2) = 6 – 4 = 2 RL(7) = 0 K1 = K1 - CRL(K1) = 7 – 4 = 3 RL(8) = 0 K2 = K2 - CRL(K2) = 8 – 4 = 4 SJ(8,2) = SJ(8,2) + S23 = - 6EI/L2 + 6EI/(2L)2 = 30EI/4L2 SJ(2,2) = SJ(2,2) + S13 = 4EI/L + 4EI/2L = 6EI/L SJ(3,2) = SJ(3,2) – S23 = 0 - 6EI/(2L)2 = - 6EI/(2L)2 SJ(4,2) = SJ(4,2) + S13/2 = 0 + EI/L = EI/L SJ(8,3) = SJ(8,3) - S33 = 0 - 12EI/(2L)3 = - 12EI/(2L)3 SJ(2,3) = SJ(2,3) - S23 = 0 - 6EI/(2L)2 = - 6EI/(2L)2 SJ(3,3) = SJ(3,3) + S33 = 0 + 12EI/(2L)3 = 12EI/(2L)3 135 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS SJ(4,3) = SJ(4,3) – S23 = 0 - 6EI/(2L)2 = - 6EI/(2L)2 SJ(8,4) = SJ(8,4) + S23 = 0 + 6EI/(2L)2 = 6EI/(2L)2 SJ(2,4) = SJ(2,4) + S13/2 = 0 + EI/L = EI/L SJ(3,4) = SJ(3,4) – S23 = 0 - 6EI/(2L)2 = - 6EI/(2L)2 SJ(4,4) = SJ(4,4) + S13 = 0 + 4EI/2L = 4EI/2L Finalmente, a matriz de rigidez global fica: 33322 2 1 1 333 333 33322 21 )8 x 8( 2S3S2S2S2S 002S0 0002/1S 0002S 1S2S2/1S0 2S3S2S0 2/1S2S1S1S2/1S 002/1S1S2 SJ A seguir devem ser montados os vetores de carga. O vetor A é montado na numeração arbitrária, percorrendo-se cada nó da estrutura e verificando a presença de cargas pontuais (forças e momentos) aplicadas em cada GDL correspondente (translação e rotação). Assim: T 4321 0 P 0 P 0 P 0 P A Os vetores AML de cada barra são dados por (lembrando que só podem ser consideradas cargas distribuídas nos vãos): Para a barra 1: AML1 T 211211 12/Lq 2L/q 12/Lq 2L/q Para a barra 2: AML2 T 222222 12/Lq 2L/q 12/Lq 2L/q Para a barra 3: AML3 T 222222 3/Lq Lq 3/Lq Lq S (4 x 4) SRD (4 x 4) 136 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para montar o vetor de cargas nodais equivalentes AE, deve-se somar as contribuições dos vetores AML de cada barra para cada GDL e trocar o sinal do resultado. Assim, o vetor AE fica: 3/Lq Lq 4/Lq 2/Lq3 )12/Lq12/Lq( )2/Lq2/Lq( 12/Lq 2L/q 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 21 2 1 1 )1 x 8(AE A seguir o vetor AC é formado pela soma dos vetores A e AE e o resultado é colocado na numeração prioritária. Para o deslocamento vertical do nó 1 (D1 na numeração arbitrária): RL(1) = 1 (vínculo) K = N + CRL(1) = 4 + 1 = 5 Então: AC(5) = A(1) + AE(1) = q1L 2/12 - q2L 2/12 Para o giro do nó 1 (D2 na numeração arbitrária): RL(2) = 1 (vínculo) K = N + CRL(2) = 4 + 2 = 6 Então: AC(6) = A(2) + AE(2) = - q2L 2/4 Para o deslocamento vertical do nó 2 (D3 na numeração arbitrária): RL(3) = 1 (vínculo) K = N + CRL(3) = 4 + 3 = 7 Então: AC(7) = A(3) + AE(3) = - P4 - q2L Para o giro do nó 2 (D4 na numeração arbitrária): RL(4) = 0 (livre) K = 4 - CRL(4) = 4 – 3 = 1 Então: AC(1) = A(4) + AE(4) = q2L 2/3 Para o deslocamento vertical do nó 3 (D5 na numeração arbitrária): RL(5) = 1 (vínculo) K = N + CRL(5) = 4 + 4 = 8 Então: AC(8) = A(5) + AE(5) = - P1 - q1L/2 137 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para o giro do nó 3 (D6 na numeração arbitrária): RL(6) = 0 (livre) K = 6 - CRL(4) = 6 – 4 = 2 Então: AC(2) = A(6) + AE(6) = - q1L 2/12 Para o deslocamento vertical do nó 4 (D7 na numeração arbitrária): RL(7) = 0 (livre) K = 7 - CRL(3) = 7 – 4 = 3 Então: AC(3) = A(7) + AE(7) = - P2 - q1L/2 - q2L/2 Para o giro do nó 4 (D8 na numeração arbitrária): RL(8) = 0 (livre) K = 8 - CRL(4) = 8 – 4 = 4 Então: AC(4) = A(8) + AE(8) = - P3 - 2q2L/2 Finalmente, o vetor AC, na numeração prioritária, fica: 2/Lq3P 2/Lq2/LqP 12/Lq 2/LqP 3/Lq LqP 4/Lq 12/Lq12/Lq 23 212 2 1 11 2 2 24 2 2 2 2 2 1 )1 x 8(AC OBS.: Os vetores A e AE são gerados na numeração arbitrária e no momento em que são somados são reindexados. Portanto, o vetor AC já é gerado na numeração prioritária. Cálculo dos resultados: As matrizes utilizadas para resolver o sistema matricial são: )1 x N(AC e N) x N(S : 1) x (NN) x (N)1 x N( . DSAC Para a viga contínua com 3 barras: AC (4 x 1) - ARL (4 x 1) 138 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 4 3 2 1 3 1 3 2 3 1 3 2 3 3 3 2 3 1 3 2 3 1 2 1 2 1 2 1 1 1 2 2 24 2 2 2 2 2 1 D D D D . SS/2S0 SSS0 /2SSSS/2S 00/2S2S /3Lq LqP /4Lq /12Lq/12Lq O sistema de equações acima é resolvido pelo método Cholesky, o qual será descrito no próximo item. Resolvendo o sistema de equações são determinados os deslocamentos livres (ou incógnitos), na numeração prioritária. Depois disso devem ser calculadas as reações de apoio, da seguinte forma: 1)x(NN)x(NR1)x(NR1)x(NR DSRDARLAR Para a viga contínua com 3 barras: 4 3 2 1 3 2 3 3 3 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 2 23 212 2 1 11 8 7 6 5 D D D D . SSSSS 00S0 0002/S 000S 2/Lq3P 2/Lq2/LqP 12/Lq 2/LqP AR AR AR AR onde: ARL vem da parte inferior do vetor AC com o sinal trocado e a matriz SRD vem da parte inferior esquerda da matriz de rigidez global, ambos na numeração prioritária. OBS.: Por conveniência, os vetores AR e D na numeração prioritária, são expandidos para a dimensão NR+N x 1, onde as primeiras N posições do vetor AR e as últimas NR posições do vetor D tomam valores nulos. Os vetores AR e D, na numeração prioritária, ficam: 139 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 8 7 6 5 AR AR AR AR 0 0 0 0 AR 0 0 0 0 D D D D 4 3 2 1 D Os vetores D e AR na numeração prioritária, devem ser reindexados para voltar à numeração arbitrária original, da seguinte forma: Partindo-se do último deslocamento até o primeiro, JE = N + NR até 1 (8 até 1), e fazendo JJ = N + 1 = 4 + 1 = 5 e KK = N + NR + 1 = 9: Para o giro do nó 4 RL(8) = 0 (livre) JJ = 5 – 1 = 4 D(8) = D4 AR(8) = 0 Para o deslocamento vertical do nó 4 RL(7) = 0 (livre) JJ = 4 – 1 = 3 D(7) = D3 AR(7) = 0 Para o giro do nó 3 RL(6) = 0 (livre) JJ = 3 – 1 = 2 D(6) = D2 AR(6) = 0 Para o deslocamento vertical do nó 3 RL(5) = 1 (vínculo) D(5) = 0 KK = 9 – 1 = 8 AR(5) = AR(8) Para o giro do nó 2 RL(4) = 0 (livre) JJ = 2 – 1 = 1 D(4) = D1 AR(4) = 0 140 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para o deslocamento vertical do nó 2 RL(3) = 1 (vínculo) D(3) = 0 KK = 8 – 1 = 7 AR(3) = AR(7) Para o giro do nó 1 RL(2) = 1 (vínculo) D(2) = 0 KK = 7 – 1 = 6 AR(3) = AR(6) Para o deslocamento vertical do nó 1 RL(1) = 1 (vínculo) D(1) = 0 KK = 6 – 1 = 5 AR(1) = AR(5) Assim, os vetores AR e D, na numeração arbitrária, ficam: 0 0 0 AR 0 AR AR AR 8 7 6 5 AR D D D 0 D 0 0 0 4 3 2 1 D A seguir devem ser determinadas as ações de extremidade para todas as barras da viga contínua. Para uma barra genérica “m” as 4 ações de extremidade são calculadas da seguinte forma: m )1 x (4 m )4 x (4 m )1 x (4 m )1 x (4 . DSMAMLAM Os vetores AMLm e as matrizes de rigidez de barra SMm estão referenciados a numeração arbitrária. Assim, os 4 deslocamentos Dm das extremidades da barra genérica “m” devem estar referenciados a esta mesma numeração. 141 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para a barra 1 nó inicial 1 e nó final 2: J1 = 1 J2 = 2 K1 = 3 K2 = 4 D(4) D(3) D(2) D(1) . SS/2SS SSSS /2SSSS SSSS /12Lq L/2q /12Lq L/2q 1 1 1 2 1 1 1 2 1 2 1 3 1 2 1 3 1 1 1 2 1 1 1 2 1 2 1 3 1 2 1 3 2 1 1 2 1 1 1 AM Para a barra 2 nó inicial 2 e nó final 3: J1 = 3 J2 = 4 K1 = 5 K2 = 6 D(6) D(5) D(4) D(3) . SS/2SS SSSS /2SSSS SSSS /12Lq L/2q /12Lq L/2q 2 1 2 2 2 1 2 2 2 2 2 3 2 2 2 3 2 1 2 2 2 1 2 2 2 2 2 3 2 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 AM Para a barra 3 nó inicial 3 e nó final 4: J1 = 5 J2 = 6 K1 = 7 K2 = 8 D(8) D(7) D(6) D(5) . SS/2S3S SSSS /2SSSS SSSS /3Lq Lq /3Lq Lq 3 1 3 2 3 12 3 2 3 3 3 2 3 3 3 1 3 2 3 1 3 2 3 2 3 3 3 2 3 3 2 2 2 2 2 2 3 AM Finalmente, os diagramas de esforço cortante (EC) e de momento fletor (MF) podem ser traçados. 142 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 12. MÉTODO CHOLESKY PARA SOLUÇÃO DE SISTEMAS SIMÉTRICOS DE EQUAÇÕES Para uma estrutura com “N” deslocamentos livres (ou incógnitos), o sistema de equações que deve ser resolvido para calcular esses deslocamentos pode ser escrito como: 1) x N(N) x N(1) x N( . DSAC onde: S é a matriz de rigidez da estrutura; AC é o vetor de cargas nodais; D é o vetor de deslocamentos livres (ou incógnitos). Como a matriz S é positivo-definida (inversível), pode ser fatorada no produto de duas matrizes triangulares, uma matriz triangular inferior L e uma matriz triangular superior U: ULS . e o sistema de equações fica: DULAC . . Fazendo U . D = B, onde B é um vetor auxiliar, o sistema de equações resulta: BLAC . Como L é uma matriz triangular inferior, fazendo substituições avante, isto é, partindo da primeira incógnita até a última, os valores do vetor B podem ser determinados com facilidade. Como a matriz U é triangular superior, fazendo retro substituições na equação matricial U . D = B, isto é, partindo da última incógnita até a primeira, pode-se determinar de uma forma bastante simples os valores do vetor D (deslocamentos incógnitos). O método Cholesky é empregado no caso de sistemas de equações simétricos, como é o caso do sistema DSAC . , já que a matriz S é simétrica. Esse método fatora a 143 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof.Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS matriz S em duas matrizes triangulares (superior e inferior), onde uma é igual à transposta da outra, ou seja: CCS . T onde: CT é uma matriz triangular inferior e C é sua transposta, triangular superior. Assim: NN N222 N11211 NN2N1N 2221 11 NN2N1N N22221 N11211 C00 CC0 CCC . CCC 0CC 00C SSS SSS SSS Deste modo, o produto da linha “i” da matriz CT pela coluna “j” da matriz C fornece o valor de Sij na matriz S: i 1k kj T ikij C C S ou i 1k kjkiij C C S para j i, utilizando apenas a matriz C. O objetivo é determinar os elementos da matriz C, e consequentemente da matriz CT. Os elementos da primeira linha de C (i = 1) são calculados da seguinte forma: Para j = 1: 2 1111 C S S C 1111 Para j > 1: j111j1 C C S 11j1j1 C/S C Os elementos da diagonal de uma linha “i” qualquer da matriz C (i > 1 e j = i) são calculados por: 1i 1k 2 ki 2 ii i 1k 2 kiii C C C S C S C 1i 1k 2 kiiiii Os demais elementos da linha “i” (para j > i) são calculados por: 1i 1k kjkiijiiij C C C C S 1i 1k kjkiij ii ij C C S C 1 C 144 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Uma vez determinados os elementos da matriz C, o sistema de equações fica: DCCAC . . T Fazendo C . D = B, onde B é um vetor auxiliar, o sistema de equações resulta: BCAC . T B B B . CCC 0CC 00C AC AC AC N 2 1 NN2N1N 2221 11 N 2 1 Por substituição avante, obtém-se B. Finalmente, fazendo: BDC . N 2 1 N 2 1 NN N222 N11211 B B B D D D . C00 CC0 CCC Por retro substituição, obtém-se D. 145 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 12.1. Resumo 1º) Avaliar os elementos da matriz C (triangular superior): O primeiro elemento é calculado por: S C 1111 ; Os demais elementos da primeira linha (j > 1) são calculados por: 11j1j1 C/S C ; Para as linhas seguintes (i > 1), avaliar primeiro C S C 1i 1k 2 kiiiii e depois 1i 1k kjkiij ii ij C C S C 1 C para j > i; 2º) Resolver o primeiro sistema equivalente ( BCAC . T ) Por substituições avante encontrar os valores do vetor B. O primeiro valor de B é dado por 1111 C/AC B e os valores seguintes (i > 1) por: ii 1i 1k kkiii C/ B C AC B ; 3º) Resolver o segundo sistema equivalente ( BDC . ) Por retro substituições, calcular os valores do vetor D. O último valor de D é dado por: NNNN C/B D e os valores anteriores (i < N) por: ii N 1ik kikii C/ D C B D . 146 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 12.2. Exemplo Resolver o sistema de equações 1) x (NN)x(N1)x (N . DSAC , que representa um sistema estrutural com três deslocamentos livres (N = 3), matriz de rigidez S, vetor de cargas nodais AC e vetor de deslocamentos incógnitos D, utilizando o método Cholesky: 621 243 139 S 3 2 1 AC D D D 3 2 1 D 1º) Avaliar os elementos da matriz C (triangular superior): Primeiro elemento: 3 9 S C 1111 Demais elementos da primeira linha (j > 1): 11j1j1 C/S C 0,1 3/3 C12 3333,0 3/1 C13 Elemento da diagonal (C22) 3 1 4 C S C 2 1i 1k 2 kiii22 Demais elementos da segunda linha (j > i): 3472,1 ) 0,3333 . 1,0 2 ( 3 1 C C S C 1 C 12 1k 3k2k23 ii 23 Elemento da diagonal (C33): 0184,2 ) 817,1 11,0 ( 6 ) C C ( 6 C 2 23 2 1333 147 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 2º) Resolver o primeiro sistema equivalente ( BCAC . T ) B B B . 0184,23472,13333,0 07321,10,1 000,3 3 2 1 3 2 1 Por substituições avante: 3333,0 3/1 B1 9623,0 73,1/) B 2 ( B 12 0735,2 018,2/) 9623,0 . 3480,1 3333,0 . 3333,0 3 ( B3 3º) Resolver o segundo sistema equivalente ( BDC . ) 0735,2 9623,0 3333,0 D D D . 0184,200 3472,17321,10 3333,00,10,3 3 2 1 Por retro substituições: 0273,1 018,2/072,2 D3 3545,1 7321,1/) 0273,1 . 3480.1 9623,0 ( D2 4545,0 0,3/)3545,1 . 0,1 0273,1 . 3333,0 3333,0 ( D1 12.3. Exemplo Resolver o mesmo sistema de equações 1) x (NN)x(N1)x (N . DSAC , alterando apenas o vetor de cargas nodais: 5 4 3 AC , quais são os novos deslocamentos ? Resposta: 71821, D3 ; 3364,2 D2 ; 6364,0 D1 . 148 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 13. DESLOCAMENTO DE APOIO EM VIGAS A matriz de rigidez global SJ, na numeração prioritária, pode ser particionada em quatro submatrizes, como discutido no capítulo 11: NR)x(NRN)x(NR NR)x(NN)x(N NR)NxNR(N SRRSRD SDRS SJ onde: N é o número de deslocamentos livres, NR é o número de deslocamentos restringidos, e N + NR representa o número de graus de liberdade da estrutura; SJ é a matriz de rigidez global da estrutura; S contém os coeficientes de rigidez correspondentes aos deslocamentos livres na estrutura original quando são aplicados deslocamentos unitários na estrutura restringida, um por vez, na direção destes deslocamentos livres. Utilizada para calcular os deslocamentos livres; SRD contém os coeficientes de rigidez correspondentes aos deslocamentos restringidos na estrutura original, quando são aplicados deslocamentos unitários na estruturarestringida, um por vez, na direção dos deslocamentos livres na estrutura original. É utilizada para calcular as reações de apoio; SDR contém os coeficientes de rigidez correspondentes aos deslocamentos livres na estrutura original, quando são aplicados deslocamentos unitários na estrutura restringida, um por vez, na direção dos deslocamentos restringidos na estrutura original. É idêntica a transposta da matriz SRD; SRR contém os coeficientes de rigidez correspondentes aos deslocamentos restringidos na estrutura original, quando são aplicados deslocamentos unitários na estrutura restringida, um por vez, na direção destes deslocamentos restringidos na estrutura original. Aplicando o P.S.E. na estrutura original e considerando a matriz de rigidez global da estrutura (SJ), chega-se a: T 1) xNR(NNR)NxNR(N1) xNR(N . DSJAC 149 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Particionando os vetores AC e D e a matriz SJ, tem-se: )1xNR( r )1xN( )NRxNR()NxNR( )NRxN()NxN( )1xNR()1 xNR( )1 x N( . D D SRRSRD SDRS ARLAR AC onde: )1xNR( r D é um vetor que originalmente contém os valores dos deslocamentos restringidos, ou seja, zeros. Quando ocorrer deslocamento em algum vínculo, normalmente um recalque vertical em um vínculo (apoio ou engaste) ou um giro num engaste, o vetor )1xNR( r D deverá conter os valores destes deslocamentos para cada um dos GDL restringidos da estrutura. Todos os exemplos apresentados até agora não possuíam nenhum deslocamento nos vínculos. Portanto, o vetor Dr era considerado nulo: )1xNR( )1xN( )NRxNR()NxNR( )NRxN()NxN( )1xNR()1xNR( 1) x N()1xN( . 0 D SRRSRD SDRS ARLAR ADLAD ou seja: )1xNR()NRxNR()1xN()NxNR()1xNR()1xNR( )1xNR()NRxN()1xN()NxN()1xN( . . . . 0SRRDSRDARLAR 0SDRDSADLAD resultando em: )1xN()NxNR()1xNR()1xNR( )1xN()NxN()1xN( . . DSRDARLAR DSADLAD as quais são as conhecidas equações para cálculo dos deslocamentos livres e das reações de apoio em estruturas com vínculos indeslocáveis (sem recalque de apoio). Quando ocorrer algum tipo de deslocamento em um vínculo o vetor )1xNR( r D não será nulo (Dr 0), e todos os coeficientes da matriz de rigidez global SJ devem ser considerados para calcular os deslocamentos livres e as reações de apoio. 150 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Admitindo para os deslocamentos de apoio as mesmas convenções adotadas para os deslocamentos livres, as equações anteriores podem ser reescritas da seguinte forma: Para calcular os deslocamentos livres: r 1) x NR()NRxN()1xN()NxN(1) x N()1xN( . . DSDRDSADLAD ou: )1xN(N) x N( r 1) x NR()NRxN(1) x N()1xN( . . DSDSDRADLAD Para calcular as reações de apoio: r )1xNR()NRxNR()1xN()NxNR()1 xNR()1 xNR( . . DSRRDSRDARLAR ou: r )1xNR()NRxNR()1xN()NxNR()1 xNR()1 xNR( . . DSRRDSRDARLAR Quando existir deslocamento de apoio em vigas, deve-se observar o seguinte: Para calcular os deslocamentos livres )1xN(D , basta subtrair do vetor de cargas nodais 1) x (N1) x (N)1xN( ADLADAC o resultado de r 1) x NR()NRxN( . DSDR , igualar a )1xN(N) x N( . DS e resolver o sistema de equações resultante; Para calcular as reações de apoio )1 xNR(AR , basta somar ao vetor )1 xNR(ARL o resultado de )1xN()NxNR( . DSRD e de r )1xNR()NRxNR( . DSRR . O procedimento para calcular as ações de extremidade de barra é o mesmo aplicado ao caso sem deslocamento de apoio. 151 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 13.1. Exemplo Calcular os deslocamentos, as reações de apoio e os esforços solicitantes na viga da figura abaixo, submetida às seguintes ações: carga uniformemente distribuída em todo o vão, carga concentrada e momento aplicados na extremidade livre do balanço e um recalque de apoio vertical de 2 mm. Os respectivos valores das ações estão indicados na figura. Fig. 135 – Ações e numeração arbitrária da viga do exemplo com recalque de apoio. A matriz de rigidez de barra SM para a barra 1 é dada por: 25,115,1 5,15,15,15,1 15,125,1 5,15,15,15,1 I.E L/4L/6L/2L/6 L/6L/12L/6L/12 L/2L/6L/4L/6 L/6L/12L/6L/12 I.E 1D 1D 1D 1D 22 2323 22 2323 1 4321 SM Para a barra 2, SM fica: 25,115,1 5,15,15,15,1 15,125,1 5,15,15,15,1 I.E L/4L/6L/2L/6 L/6L/12L/6L/12 L/2L/6L/4L/6 L/6L/12L/6L/12 I.E 1D 1D 1D 1D 22 2323 22 2323 2 6543 SM A matriz de rigidez global SJ pode ser montada a partir das matrizes de rigidez de barra SM, somando os coeficientes de rigidez correspondentes aos GDL dos nós onde concorrem duas barras. Assim, a matriz SJ, na numeração arbitrária, fica: D5 D4 D6 D1 D2 EI D3 1 2 3 1 2 EI Numeração arbitrária L = 2 m L = 2 m M = 5 kN.m P = 10 kN q = 20 kN/m EI EI = 0,002 m E.I = 4,27 x 107 N.m2 152 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 44 2 43 2 42 2 41 2 34 2 33 2 32 2 31 2 24 2 23 2 22 2 21 2 14 2 13 2 12 2 11 2 DDDDDD 44 1 43 1 42 1 41 1 34 1 33 1 32 1 31 1 24 1 23 1 22 1 21 1 DDD 14 1 D 13 1 D 12 1 D 11 1 SSSS00 SSSS00 SSSS00 SSSS00 000000 000000 I.E 000000 000000 00SSSS 00SSSS 00SSSS 00SSSS I.E 2Barra 1Barra 654321654321 SJ 44 2 43 2 42 2 41 2 34 2 33 2 32 2 31 2 24 2 23 2 22 2 44 1 21 2 43 1 42 1 41 1 14 2 13 2 12 2 34 1 11 2 33 1 32 1 31 1 24 1 23 1 22 1 21 1 DDD 14 1 D 13 1 D 12 1 D 11 1 SSSS00 SSSS00 SS)S(S)S(SSS SS)S(S)S(SSS 00SSSS 00SSSS I.E 654321 SJ Entretanto, para que a matriz de rigidez global SJ possa ser particionada, os seus coeficientes de rigidez devem ser colocados na ordem da numeração prioritária. Em uma estrutura com um grande número de deslocamentos livres (incógnitas), deve-se empregar o algoritmo automatizado que usa os vetores RL e CRL para a indexação da numeração dos GDL, mencionado no capítulo 8. No entanto, para fins deste exemplo, a matriz SJ será reordenada manualmente, passando para a numeração prioritária. A numeração arbitrária e a prioritária para a viga do exemplo estão indicadas abaixo: Fig. 136 – Numeração arbitrária e prioritária da viga do exemplo com recalque deapoio. D2 D1 D3 D4 D5 EI D6 1 2 3 1 2 EI Numeração prioritária D5 D4 D6 D1 D2 D3 1 2 3 1 2 Numeração arbitrária 153 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Reordenando os GDL, a matriz SJ resulta: )S(SSSSS)S(S SSS00S SSS00S S00SSS S00SSS )S(SSSSS)S(S EI 11 2 33 1 32 1 31 1 14 2 13 2 12 2 34 1 23 1 22 1 21 1 24 1 13 1 12 1 11 1 14 1 41 2 44 2 43 2 42 2 31 2 34 2 33 2 32 2 D 21 2 43 1 D 42 1 D 41 1 D 24 2 D 23 2 D 22 2 44 1 321654 SJ Substituindo os valores dos coeficientes de rigidez, obtém-se: SRRSRD SDRS SJ 31,51,51,51,50 1,521,5001 1,51,51,5001,5 1,50021,51 1,5001,51,51,5 011,511,54 I.E 321654 DDDDDD O vetor de cargas nodais na numeração prioritária fica: qLAR 12/qLAR 2/qLAR 12/qLM 2/qLP 0 qL 12/qL 2/qL 12/qL 2/qL 12/qL12/qL AR AR AR M P 0 6 2 5 4 2 2 2 22 6 5 4 AEAAC Substituindo os valores das ações, obtém-se: ARLAR ADLAD ARLAR AC AC 00004 AR 6667,6666 AR 00020 AR 6667,1666 30000 0 6 5 4 O vetor de deslocamentos (livres e restringidos) na numeração prioritária fica: 154 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 002,0 0 0 D D D 3 2 1 D Assim, o sistema de equações AC = SJ . D fica: 002,0 0 0 D D D . 31,51,51,51,50 1,521,5001 1,51,51,5001,5 1,50021,51 1,5001,51,51,5 015,115,14 I.E 00004 AR 6667,6666 AR 20000 AR 6667,1666 30000 0 3 2 1 6 5 4 Resolvendo o seguinte sistema de equações para calcular os deslocamentos livres: AD – ADL = S . D + SDR . Dr ou AD – ADL - SDR . Dr = S . D 3 2 1 77 D D D 25,11 5,15,15,1 15,14 10 27,4 002,0 0 0 5,100 5,100 015,1 10 74,2 6667,1666 30000 0 Obtém-se: rad m rad 003510148,0 008161593,0 002183060,0 D D D 3 2 1 Resolvendo as equações para calcular as reações de apoio: AR = ARL + SRR . Dr + SRD . D Numeração prioritária 155 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 003510148,0 008161593,0 002183060,0 5,15,10 001 005,1 10 74,2 002,0 0 0 35,15,1 5,125,1 5,15,15,1 10 27,4 40000 AR 6667,6666 AR 20000 AR 7 7 6 5 4 Chega-se a: N m.N N 0,81725 0,41550 0,8275 AR AR AR 6 5 4 Os vetores com os resultados dos deslocamentos e das reações de apoio estão na numeração prioritária. Para apresentar os resultados estes vetores devem ser ordenados na numeração arbitrária, resultando: 003510148,0 008161593,0 002183060,0 002,0 0 0 D 0 0 0 0,81725 0,41550 0,8275 AR As ações de extremidade de barra, utilizadas no traçado dos diagramas de esforço cortante e momento fletor, são calculadas da seguinte forma: Para a barra 1: 002183060,0 002,0 0 0 25,115,1 5,15,15,15,1 15,125,1 5,15,15,15,1 10 27,4 6667,6666 20000 6667,6666 20000 AM AM AM AM 7 1 4 1 3 1 2 1 1 Numeração arbitrária 156 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS m.N N m.N N 0,65000 31725,0 0,41550 0,8275 AM AM AM AM 1 4 1 3 1 2 1 1 Para a barra 2: 003510148,0 008161593,0 002183060,0 002,0 25,115,1 5,15,15,15,1 15,125,1 5,15,15,15,1 10 27,4 6667,6666 20000 6667,6666 20000 AM AM AM AM 7 2 4 2 3 2 2 2 1 m.N N m.N N 0,5000 0,10000 0,65000 0,50000 AM AM AM AM 2 4 2 3 2 2 2 1 Finalmente, os diagramas de esforço cortante (EC) e de momento fletor (MF) ficam: Fig. 137 – Diagramas de EC e MF da viga do exemplo 13.1. 4 1 1 AR AM Diagrama de EC 1 3AM kN 10 P AM 2 3 2 1AM 5 1 2 AR AM 1 4AM Diagrama de MF 2 2AM kN.m 5 M AM 2 4 2 m 2 m M = 5 kN.m P = 10 kN q = 20 kN/m EI EI = 0,002 m 157 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Verificações: N 8275,0 AR AM 4 1 1 OK! N.m 41550,0 AR AM 5 1 2 OK! N 81725,0 AR AM AM 6 2 1 1 3 OK! N.m 65000,0 AM AM 2 2 1 4 OK! N 000,010 P AM 2 3 OK! N.m 000,05 M AM 2 4 OK! 13.2. Exercício Calcular os deslocamentos, as reações de apoio e os esforços solicitantes na viga do exemplo anterior, submetida às mesmas ações e sem nenhum deslocamento de apoio. Comparar os resultados: deslocamentos, reações de apoio e diagramas de esforço cortante e de momento fletor, concluindo sobre o efeito do recalque de 2 mm no apoio da viga. 158 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS“A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 14. ESTRUTURAS COM BARRAS INCLINADAS Nas vigas contínuas todas as barras estão contidas no mesmo plano e no mesmo eixo horizontal, ou seja, as barras são colineares. Em outros tipos de estruturas reticuladas, como nas treliças e nos pórticos, as barras podem ter qualquer orientação (direção), no plano ou no espaço. Como lidar com as barras que têm uma orientação qualquer? 14.1. Rotação no plano Imaginando um vetor V qualquer, referenciado a um sistema de coordenadas plano, denominado sistema de coordenadas “global” X – Y, e a um sistema de coordenadas plano alternativo, chamado de “local” xL – yL, situado na mesma origem do sistema global, mostrado na figura abaixo. Fig. 138 – Vetor V referenciado aos sistemas de coordenadas X – Y e xL – yL. Decompondo o vetor V nas coordenadas locais e globais e admitindo que seja o ângulo entre o eixo xL do sistema local e o eixo X do sistema global, e o ângulo entre o vetor V e o eixo X do sistema global, tem-se: VX = |V| . cos = V . cos VY = |V| . sen = V . sen Vx L X Y xL yL Vx Vy Vy L V 159 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Vx L = |V| . cos ( – ) = V . cos ( – ) Vy L = |V| . sen ( – ) = V . sen ( – ) onde: |V| ou V é o módulo do vetor V . Da trigonometria sabe-se que: cos ( – ) = cos . cos + sen . sen sen ( – ) = sen . cos – cos . sen Assim: Vx L = V . (cos . cos + sen . sen ) = VX . cos + VY . sen Vy L = V . (sen . cos – cos . sen ) = – VX . sen + VY . cos Escrevendo na forma matricial, obtém-se: Y X L y L x V V . cossen sencos V V ou simplesmente: VL = r . V onde: r é a matriz de rotação nodal (apenas do nó); VL = r . V é a expressão que relaciona as componentes do vetor V no sistema de coordenadas global com suas componentes no sistema local. Expressando o vetor V em função de suas componentes locais, chega-se a: L y L x Y X V V . cossen sencos V V ou simplesmente: V = r–1 . VL 160 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS onde: V = r–1 . VL é a expressão que relaciona as componentes locais do vetor V com as componentes globais deste vetor. Analisando as duas equações, pode-se concluir que r–1 = rT, ou seja, a matriz r é ortogonal (sua inversa é igual à sua transposta). Barras de estruturas reticuladas são definidas por nós iniciais (J) e finais (K) em um sistema de coordenadas global (X – Y), no caso de estruturas planas, com coordenadas xJ, yJ e xK, yK. Os nós J e K estão situados sobre o eixo longitudinal da barra, o qual coincide com o eixo local xL. Assim, as quantidades cos e sen , chamadas de cossenos diretores da barra, podem ser avaliadas em função das coordenadas dos nós J e K: cos = (xK – xJ) / L sen = (yK – yJ) / L = cos ( – 90º) onde: L é o comprimento da barra, dado por: )yy()xx( L 2JK 2 JK . Fig. 139 – Coordenadas dos nós J e K no sistema de coordenadas global (X – Y). Para uma barra “i” de treliça plana com nó inicial J e final K, com uma orientação qualquer no plano X – Y, como indicado na figura a seguir, os deslocamentos possíveis são as translações nas direções X e Y, isto é, DJx e DJy para o nó J e DKx e DKy para o nó K, no sistema de coordenadas global (X – Y). X Y K J xJ xK yK yJ Cossenos diretores da barra 161 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 140 – Deslocamentos em uma barra “i” de treliça plana. Os deslocamentos são entidades vetoriais. Assim, para obter as componentes dos vetores deslocamento dos nós J e K em relação aos eixos locais, basta utilizar a matriz de rotação nodal r: DJL = r . DJ DKL = r . DK Generalizando: DK DJ r0 0r DK DJ . L L ou simplesmente: Di L = Ri . Di onde: Di L são os deslocamentos dos nós inicial (J) e final (K) da barra “i” no sistema de coordenadas local: DK DK DJ DJ L y L x L y L x L L DK DJ D L i Ri é a matriz de rotação da barra “i”: r0 0r R i θ i J K X Y DKx DKy DJx DJy DJxL i J K X Y DKxL DKyL DJyL xL yL θ 162 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS r é a matriz de rotação nodal, dada por: cossen sencos r ; 00 00 0 ; Di são os deslocamentos dos nós inicial (J) e final (K) da barra “i” no sistema de coordenadas global: DK DK DJ DJ y x y x i DK DJ D Assim, para uma barra “i” de treliça plana, a matriz de rotação Ri fica: cossen00 sencos00 00cossen 00sencos iR A equação Di L = Ri . Di relaciona os deslocamentos nodais de uma barra “i”, referenciados ao sistema de coordenadas global, com os deslocamentos nodais desta barra referenciados ao sistema de coordenadas local. As ações de extremidade para uma barra “i” de treliça plana com nó inicial J e final K, com uma orientação qualquer no plano X – Y, são as forças nas direções X e Y, isto é, AMJx e AMJy para o nó J e AMKx e AMKy para o nó K, como indicado na figura abaixo. Fig. 141 – Ações de extremidade em uma barra “i” de treliça plana. θ i J K X Y AMKx AMKy AMJx AMJy AMJxL i J K X Y AMKxL AMKyL AMJyL xL yL θ 163 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS As ações de extremidade de barra também são entidades vetoriais. Assim, para obter as suas componentes em relação aos eixos locais basta utilizar a matriz de rotação nodal r, do mesmo modo utilizado para os deslocamentos, chegando-se às seguintes equações: AMJL = r . AMJ AMKL = r . AMK Generalizando: AMK AMJ r0 0r AMK AMJ . L L ou simplesmente: AMi L = Ri . AMi onde: AMi L são as ações de extremidade de barra nos nós inicial (J) e final (K) da barra “i” no sistema de coordenadaslocal: AMK AMK AMJ AMJ L y L x L y L x L L AMK AMJ AM L i Ri é a matriz de rotação da barra “i”: r0 0r R i r é a matriz de rotação nodal, dada por: cossen sencos r ; 00 00 0 ; AMi são as ações de extremidade de barra nos nós inicial (J) e final (K) da barra “i” no sistema de coordenadas global: AMK AMK AMJ AMJ y x y x i AMK AMJ AM 164 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 14.2 Transformação de coordenadas: Nas barras de vigas contínuas a matriz de rotação é uma matriz identidade, ou seja, as ações e os deslocamentos no sistema de coordenadas local da barra são iguais às ações e os deslocamentos no sistema de coordenadas global da estrutura. Para utilizar as mesmas equações do método da rigidez apresentadas para vigas contínuas em qualquer tipo de estrutura reticulada, devem ser aplicadas as devidas rotações mencionadas no item anterior. Para as ações de extremidade de uma barra “i” tem-se: AMi L = AMLi L + SMi L . Di L Porém: AMi L = Ri . AMi Di L = Ri . Di AMLi L = Ri . AMLi Como: AMi = Ri T . AMi L Então: AMi = Ri T . (AMLi L + SMi L . Di L) AMi = Ri T . (AMLi L + SMi L . Ri . Di) AMi = Ri T . AMLi L + Ri T . SMi L . Ri . Di Como: AMi = AMLi + SMi . Di , então: AMLi = Ri T . AMLi L; SMi = Ri T . SMi L . Ri. SMi é chamada de matriz de rigidez da barra “i” no sistema de coordenadas global. Assim, qualquer valor definido no sistema de coordenadas local pode ser rotacionado para o sistema de coordenadas global. 165 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para obter os deslocamentos nodais ou as ações de extremidade de uma barra “i” em coordenadas locais, basta pré-multiplicar os vetores dos deslocamentos nodais ou das ações de extremidade de barra em coordenadas globais pela matriz de rotação Ri. A operação inversa (passar do sistema local para o global) para os vetores dos deslocamentos nodais ou das ações de extremidade de barra consiste em pré-multiplicar tais vetores em coordenadas locais pela matriz de rotação transposta Ri T. Para obter a matriz de rigidez de uma barra “i” em coordenadas globais, basta pré-multiplicar a matriz de rigidez de barra em coordenadas locais SMi L pela matriz de rotação transposta Ri T e pós-multiplicar pela matriz de rotação Ri. A operação inversa (passar do sistema global para o local) para a matriz de rigidez de barra consiste em pré-multiplicar a matriz de rigidez de barra em coordenadas globais SMi pela matriz de rotação Ri e pós-multiplicar pela matriz de rotação transposta Ri T. 166 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 15. TRELIÇAS PLANAS As possibilidades de deslocamento em um nó de uma treliça plana são duas: a translação na direção “X” e a translação na direção “Y”. A numeração arbitrária das possibilidades de deslocamento ou graus de liberdade (GDL) da estrutura segue a numeração dos nós, que pode ser qualquer, priorizando o deslocamento horizontal sobre o vertical em um mesmo nó, como ilustrado na treliça plana da figura abaixo. Fig. 145 – Numeração arbitrária dos GDL da treliça plana. A treliça da figura possui quatro nós (NJ = 4), cinco barras (M = 5), dois nós com algum tipo de restrição (NRJ = 2), quatro deslocamentos restringidos (NR = 4 D3, D4, D5 e D6) e quatro deslocamentos livres (N = 4 D1, D2, D7 e D8), num total de oito GDL (N + NR = 4 + 4 = 8). Na numeração prioritária, a treliça fica com a seguinte numeração para os GDL: Fig. 146 – Numeração prioritária dos GDL da treliça plana. X Y 2 1 5 4 3 D3 D4 D5 D6 D7 D8 D1 D2 1 3 4 2 2 1 5 4 3 D7 D8 D3 D4 D5 D6 D1 D2 1 3 4 2 X Y 167 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS As equações básicas para a solução das treliças planas são as mesmas utilizadas pelo método da rigidez na resolução de vigas contínuas: DSADLAD . DSRDARLAR . ii L i L i L i L i L i L i . . . DRSMAMLDSMAMLAM SRRSRD SDRS SJ e ____ ARLAR AC ARLAR ADLAD AEAAC Por definição, nas treliças todos os nós são rotulados e não existem cargas aplicadas no vão das barras, apenas forças nodais. Portanto, os vetores ADL e AML são nulos, uma vez que eles surgem da consideração das cargas nos vãos das barras, na estrutura restringida. O vetor AE, que é formado a partir dos vetores AML de cada barra, também será nulo. Já o vetor ARL poderá ser não nulo, caso exista alguma carga aplicada sobre um apoio da treliça, na direção de um deslocamento restringido. 15.1 Matriz de rigidez de barra de treliça plana no sistema de coordenadas local Uma barra genérica de treliça plana pode estar situada em qualquer posição no plano, como a barra “i” de treliça plana indicada abaixo, com nó inicial J e nó final K. Fig. 147 – Barra “i” de treliça plana com os sistemas de coordenadas global e local. K X Y xL yL 1 2 J i xJ xK yJ yK 3 4 168 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS No sistema de coordenadas local, no qual o eixo xL coincide com o eixo longitudinal da barra, a posição da barra no plano não tem importância. A numeração dos GDL de um elemento de treliça plana no sistema local será sempre a mesma, como ilustrado na figura abaixo. Fig. 148 – Numeração dos GDL de um elemento de treliça plana no sistema de coordenadas local. A matriz de rigidez da barra em coordenadas locais (sistema local) é obtida impondo-se à barra restringida de treliça plana (com dois apoios duplos), deslocamentos unitários, um de cada vez, na direção dos quatro deslocamentos restringidos, da seguinte forma: Para DL1 = 1 Fig. 149 – Deslocamento unitário na direção de D1L na barra “i” birrotulada. Admitindo que a barra “i” tenha seção transversal com área “A” e material com módulo de elasticidade “E”, da resistência dos materiais tem-se: . E A/P L/L introduzindo a 2a e a 3a equações na 1a, obtém-se: L/L . E A/P L/L . A . E P i P P L = D1L = 1 xL i D3 L D1 L D2L D4 L yL 169 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para 1L obtêm-se os coeficientes de rigidez SML11, SM L 21, SM L 31 e SM L 41: L/EA SML11 0 SML21 L/EA SML31 0 SML41 Para DL2 = 1 Fig. 150 – Deslocamento unitário na direção de D2L na barra “i” birrotulada. Como a barra é birrotulada não surgem esforços, portanto: 0 SML12 0 SML22 0 SM L32 0 SML42 Para DL3 = 1 Fig. 151 – Deslocamento unitário na direção de D3L na barra “i” birrotulada. Da mesma forma que para DL1 = 1, tem-se: L/EA SML13 0 SM L23 i P P L = D3L = 1 i D2L = 1 170 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS L/EA SML33 0 SM L43 Para DL4 = 1 Fig. 152 – Deslocamento unitário na direção de D4L na barra “i” birrotulada. Como a barra é birrotulada não surgem esforços, portanto: 0 SML14 0 SML24 0 SM L34 0 SML44 Assim, a matriz de rigidez para uma barra de treliça plana no sistema de coordenadas local fica: 0000 0L/EA0L/EA 0000 0L/EA0L/EA L iSM 15.2 Matriz de rigidez de barra de treliça plana no sistema de coordenadas global Para passar a matriz de rigidez da barra “i” do sistema local para o sistema global, deve-se aplicar a seguinte equação: SMi = Ri T . SMi L . Ri i D4L = 1 171 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS OBS.: o subíndice “i” identifica a barra. Como estudado no capítulo anterior, a matriz de rotação para uma barra “i” Ri de treliça plana é: cossen00 sencos00 00cossen 00sencos iR onde: cos = (xK - xJ) / L sen = (yK - yJ) / L )y (y )x x( L 2JK 2 JK Substituindo a matriz de rotação Ri e a matriz de rigidez de barra em coordenadas locais SMi L na equação anterior, a matriz de rigidez de uma barra de treliça plana em coordenadas globais fica: 22 22 22 22 i sensen cossensen cos sen coscossen coscos sensen cossensen cos sen coscossen coscos . L A E SM 15.3 Montagem da matriz de rigidez global da treliça plana Com as matrizes de rigidez de todas as barras no sistema de coordenadas global, a matriz de rigidez global SJ de uma treliça plana pode ser montada, seguindo o mesmo procedimento utilizado nas vigas contínuas, isto é, os coeficientes de rigidez das matrizes de rigidez de barra em coordenadas globais de todas as barras i (SMi ) são colocados nas respectivas posições dentro da matriz SJ, em função da numeração prioritária dos GDL. Para cada GDL de um nó, no qual concorram duas ou mais barras, os correspondentes coeficientes de rigidez devem ser somados. 172 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 15.4 Considerações sobre as ações de extremidade de barra As ações de extremidade para uma barra “i” de treliça plana com nó inicial J e final K, com uma orientação qualquer no plano X – Y, são as forças nas direções X e Y, isto é, AMJx e AMJy para o nó J e AMKx e AMKy para o nó K, como indicado na figura abaixo. Fig. 153 – Ações de extremidade em uma barra “i” de treliça plana em coordenadas globais. As ações de extremidade de barra devem ser expressas em coordenadas locais, como ilustrado na figura abaixo. Fig. 154 – Ações de extremidade em uma barra “i” de treliça plana em coordenadas locais. θ i J K X Y AMKx = AMi 3 AMKy = AMi 4 AMJx = AMi 1 AMJy = AMi 2 J xL yL θ i K X Y AMJxL = AMiL1 AMJyL = AMiL2 AMKxL = AMiL3 AMKyL = AMiL4 173 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A equação utilizada no método da rigidez para calcular as quatro ações de extremidade de uma barra genérica “i” de treliça plana AMi L, em coordenadas locais, é a seguinte: L i L i L i L i . DSMAMLAM onde: AMLi L é igual a zero nas treliças planas; SMi L é a matriz de rigidez de barra em coordenadas locais, apresentada no item 15.1; Di L é o vetor que contém os deslocamentos nos nós inicial (J) e final (K) da barra “i”, em coordenadas locais. Os deslocamentos livres obtidos da solução do sistema de equações DSAC . resultam em coordenadas globais. Portanto, para determinar Di L basta fazer: Di L = Ri . Di onde: Ri é a matriz de rotação da barra “i” da treliça plana; Di é o vetor que contém os deslocamentos nos nós inicial (J) e final (K) da barra “i”, em coordenadas globais. Finalmente, as ações de extremidade de uma barra de treliça plana em coordenadas locais AMi L podem ser obtidas por: ii L i L i . . DRSMAM 15.5 Considerações sobre o traçado do diagrama de EN Depois de calculadas as ações de extremidade de barra em coordenadas locais, deve-se observar a convenção de sinais para traçar o diagrama de esforço normal (EN). Para o nó inicial J, AM1 L positivo (+) significa esforço normal de compressão (-). Para o nó final K, AM3 L deve resultar sempre com valor igual e sinal contrário ao AM1 L. Por exemplo, no caso de AM1 L resultar positivo, AM3 L deve resultar negativo (-) e a barra estará comprimida (-). Caso contrário, a barra estará tracionada (+). Nas barras de treliça não surgem esforços de corte, assim, os valores de AM2 L e AM4 L (esforço cortante) devem resultar sempre iguais a zero. 174 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 15.6 Exemplo Calcular os deslocamentos, as reações de apoio e os esforços nas barras da treliça plana submetida ao carregamento indicado na figura abaixo, empregando o método da rigidez. Fig. 155 – Treliça plana do exemplo 15.6 na numeração arbitrária. Os nós da treliça são numerados de forma qualquer. A numeração arbitrária dos GDL segue a numeração dos nós, priorizando o deslocamento horizontal sobre o vertical em um mesmo nó. A treliça plana do exemplo possui três nós (NJ = 3), três barras (M = 3), dois nós com algum tipo de restrição (NRJ = 2), três deslocamentos livres (N = 3 D2, D3 e D4) e três deslocamentos restringidos (NR = 3 D1, D5 e D6), num total de seisGDL (N + NR = 3 + 3 = 6). A origem do sistema de coordenadas global é adotada no nó 1. As conectividades das barras são consideradas da seguinte forma: Barra 1 do nó 1 ao nó 2; Barra 2 do nó 1 ao nó 3; Barra 3 do nó 2 ao nó 3; Y X Conectividades: Barra Nó J Nó K 1 1 2 2 1 3 3 2 3 2,0 m 20 kN 45 kN Numeração arbitrária 53,13º 36,87º 2 1 3 D5 D6 D3 D4 D1 D2 1 2 3 1,5 m A = 15 cm2 = 0,0015 m2 E = 200 GPa = 200 . 109 N/m2 175 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Inicialmente, devem ser determinadas as matrizes de rigidez de barra nos sistemas de coordenadas local e global: Para a barra “1” = 0º Fig. 156 – Barra “1” da treliça plana do exemplo 15.6 na numeração arbitrária. O comprimento “L” da barra “1” vale: )yy()xx( L 2 JK 2 Jk m 2 )00()02( L 221 A matriz de rigidez da barra “1” no sistema de coordenadas local fica: 0000 0101 0000 0101 . L A E L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 1 11L 1SM 0000 0101 0000 0101 . m2 m 0015,0.m/N 10.200 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 229 L 1SM 0000 00,15015,0 0000 015,0015,0 . 10 0000 0101 0000 0101 . 10.150, L 4 L 3 L 2 L 1 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 9 DDDD 9L 1SM O ângulo da barra com o eixo “X” global θ = 0º, assim: xL 1 D3 D1 D2 D4 Y 1 2 X yL 176 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 1 2 0 2 L x x cos JK 0 2 0 0 L y y sen JK A matriz de rigidez da barra “1” no sistema de coordenadas global fica: 22 22 22 22 1 11 1 sensencossensen cos sencoscossencoscos sensencossensen cos sencoscossencoscos . L A E SM 0000 0101 0000 0101 . m2 m0015,0m/N10.200 229 1SM 0000 00,15015,0 0000 015,0015,0 . 10 0000 0101 0000 0101 . 10.150, 43214321 DDDD 9 DDDD 9 1SM Pode-se observar que para a barra “1” a matriz L1SM é igual a 1SM , pois θ = 0º. Neste caso, a matriz de rotação R é igual a matriz identidade. Para a barra “2” = 90º Fig. 157 – Barra “2” da treliça plana do exemplo 15.6 na numeração arbitrária. yL 2 D5 D6 Y 3 1 X xL D1 D2 177 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS O comprimento “L” da barra “2” vale: )yy()xx( L 2 JK 2 Jk m 1,5 )05,1()00( L 222 A matriz de rigidez da barra “2” no sistema de coordenadas local fica: 0000 0101 0000 0101 . L A E L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 2 22L 2SM 0000 0101 0000 0101 . m5,1 m 0015,0.m/N 10.200 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 229 L 2SM 0000 00,20020,0 0000 020,0020,0 . 10 0000 0101 0000 0101 . 10.0,20 L 4 L 3 L 2 L 1 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 9 DDDD 9L 2SM O ângulo da barra com o eixo “X” global θ = 90º. Assim, os cossenos diretores da barra “2” são: 0 5,1 0 0 L x x cos JK 1 5,1 0 1,5 L y y sen JK A matriz de rigidez da barra “2” no sistema de coordenadas global fica: 22 22 22 22 2 22 2 sensencossensen cos sencoscossencoscos sensencossensen cos sencoscossencoscos . L A E SM 178 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 20,0020,00 0000 20,0020,00 0000 . 10 1010 0000 1010 0000 . 10.0,20 65216521 DDDD 9 DDDD 9 2SM Para a barra “3” = 143,13º Fig. 158 – Barra “3” da treliça plana do exemplo 15.6 na numeração arbitrária. O comprimento “L” da barra “3” vale: )yy()xx( L 2 JK 2 Jk m 2,5 )05,1()20( L 223 A matriz de rigidez da barra “3” no sistema de coordenadas local fica: 0000 0101 0000 0101 . L A E L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 3 33L 3SM 0000 0101 0000 0101 . m5,2 m 0015,0.m/N 10.200 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 229 L 3SM 143,13º 3 D5 D6 D3 D4 2 3 xL Y X yL 179 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 0000 00,12012,0 0000 012,0012,0 . 10 0000 0101 0000 0101 . 10.0,12 L 4 L 3 L 2 L 1 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 9 DDDD 9L 3SM O ângulo da barra com o eixo “X” global θ = 143,13º. Assim, os cossenos diretores da barra “3” são: 0,8 5,2 2 0 L x x cos JK 0,6 5,2 0 1,5 L y y sen JK A matriz de rigidez da barra “3” no sistema de coordenadas global fica: 22 22 22 22 3 33 3 sensencossensen cos sencoscossencoscos sensencossensen cos sencoscossencoscos . L A E SM 36,048,036,048,0 48,00,6448,064,0 36,048,036,048,0 48,064,048,064,0 . 10.0,12 6543 DDDD 9 3SM 0432,00576,00432,00576,0 0576,00,07680576,00768,0 0432,00576,00432,00576,0 0576,00768,00576,00768,0 . 10 6543 DDDD 9 3SM A matriz de rigidez global SJ pode ser obtida, na numeração arbitrária, somando as matrizes de rigidez das barras, expandidas à dimensão da matriz de rigidez global (SJ = SM1 + SM2 + SM3). 180 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 20,000020,00 000000 000000000000 20,000020,00 000000 . 10 000000 000000 000000 00015,0015,0 000000 00015,0015,0 . 10 654321654321 DDDDDD 9 DDDDDD 9 SJ 0432,00576,00432,00576,000 0576,00768,00576,00768,000 0432,00576,00432,00576,000 0576,00768,00576,00768,000 000000 000000 . 10 654321 DDDDDD 9 2432,00576,00432,00576,020,00 0576,00768,00576,00768,000 0432,00576,00432,00576,000 0576,00768,00576,02268,0015,0 20,000020,00 00015,0015,0 . 10 654321 DDDDDD 9 SJ A matriz SJ deve ser colocada na numeração prioritária, para que possa ser particionada em S, SRD, SDR e SRR. A numeração prioritária dos GDL para a treliça do exemplo está indicada na figura abaixo. Fig. 159 – Treliça plana do exemplo 15.6 na numeração prioritária. 2,0 m 20 kN 45 kN Numeração prioritária 53,13º 36,87º 2 1 3 D5 D6 D2 D3 D4 D1 1 2 3 1,5 m 181 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Reordenando as linhas e as colunas de SJ para a numeração prioritária, obtém-se: SRRSRD SDRS SJ 2432,00576,000432,00576,020,0 0576,00768,000576,00768,00 0015,0015,00 0432,00576,000432,00576,00 0576,00768,015,00576,02268,00 20,0000020,0 . 10 651432 DDDDDD 9 Assim, as matrizes S e SRD ficam: 0432,00576,00 0576,02268,00 000,20 . 10 9S 0432,00576,00,20 0,05760768,00 00,150 . 10 9SRD O vetor de cargas nodais na numeração prioritária fica: 45000 0 20000 ____ AC Resolvendo o sistema de equações DSAC ____ chega-se aos deslocamentos livres: 10 . 1,575 10 . 4,0 10 . 1,0 3 4 4 D (em metros) na numeração prioritária As reações são calculadas por AR = ARL + SRD . D, sendo ARL = 0, uma vez que não existem cargas aplicadas diretamente sobre apoios, na direção de um deslocamento restringido. 4 4 4 10 . 6,5 10 . 6,0 10 . 6,0 AR (em N) na numeração prioritária 182 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Estes valores devem ser apresentados na numeração arbitrária. Assim: 0 0 10 . 1,575 10 . 4,0 10 . 1,0 0 3 4 4 D (em metros) na numeração arbitrária 4 4 4 10 . 6,5 10 . 6,0 0 0 0 10 . 6,0 AR (em N) na numeração arbitrária As ações de extremidade de barra são calculadas através de AMi L = SMi L . Di L, uma vez que nas treliças AMLi L = 0. Para avaliar Di L, basta fazer Di L = Ri . Di. Assim, AMi L = SMi L . Ri . Di. 10 . 575,1 10 . 0,4 10 . 0,1 0 . 1000 0100 0010 0001 . 0000 0101 0000 0101 . 10.15,0 3 4 4 DDDD 9L 1 L 4 L 3 L 2 L 1 AM kN kN 0 60 0 60 N N 0 10 . 0,6 0 10 . 6,0 4 4 L 1 AM 0 0 10 . 0,1 0 . 0100 1000 0001 0010 . 0000 0101 0000 0101 . 10.2,0 4 DDDD 9L 2 L 4 L 3 L 2 L 1 AM 183 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS kN kN 0 20 0 20 N N 0 10 . 0,2 0 10 . 2,0 4 4 L 2 AM 0 0 10 . 575,1 10 . 0,4 . 8,06,000 6,08,000 008,06,0 006,08,0 . 0000 0101 0000 0101 . 10.12,0 3 4DDDD 9L 3 L 4 L 3 L 2 L 1 AM kN kN 0 75 0 75 N N 0 10 . 5,7 0 10 . 7,5 4 4 L 3 AM Deve-se observar que para uma barra “i” AMi L 1 significa esforço normal de compressão quando positivo e de tração quando negativo e AMi L 3 significa esforço normal de compressão quando negativo e de tração quando positivo, enquanto que AMi L 2 e AMi L 4 são sempre zero, pois não existe esforço cortante nas barras das treliças, como ilustrado na figura abaixo. Fig. 160 – Esforço normal nas barras da treliça plana do exemplo 15.6. 1 60 kN 1 2 60 kN 2 20 kN 3 1 20 kN 3 75 kN 2 3 75 kN 184 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 15.7 Exemplo Calcular os deslocamentos, as reações de apoio e os esforços nas barras da treliça plana submetida ao carregamento indicado na figura abaixo, empregando o método da rigidez. Fig. 161 – Treliça plana do exemplo 15.7 na numeração arbitrária. Os nós da treliça são numerados de forma qualquer. A numeração arbitrária dos GDL segue a numeração dos nós, priorizando o deslocamento horizontal sobre o vertical em um mesmo nó. A treliça plana deste exemplo possui três nós (NJ = 3), três barras (M = 3), três nós com algum tipo de restrição (NRJ = 3), dois deslocamentos livres (N = 2 D4 e D5) e quatro deslocamentos restringidos (NR = 4 D1, D2, D3 e D6), num total de seis GDL (N + NR = 2 + 4 = 6). A origem do sistema de coordenadas global é adotada no nó 1. As conectividades das barras são consideradas da seguinte forma: Conectividades: Barra Nó J Nó K 1 1 2 2 2 3 3 1 3 A = 1000 mm2 = 0,001 m2 E = 200 GPa = 200 . 109 N/m2 10 kN 45º 45º 2,0 m 5 kN Numeração arbitrária 2 1 3 D1 D2 1 2 3 D5 D6 D3 D4 5 kN 2,0 m 2,0 m Y X 185 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Barra 1 do nó 1 ao nó 2; Barra 2 do nó 2 ao nó 3; Barra 3 do nó 1 ao nó 3; Inicialmente, devem ser determinadas as matrizes de rigidez de barra nos sistemas de coordenadas local e global: Para a barra “1” = 45º Fig. 162 – Barra “1” da treliça plana do exemplo 15.7 na numeraçãoarbitrária. O comprimento “L” da barra “1” vale: )yy()xx( L 2 JK 2 Jk m 828,2 )02()02( L 221 A matriz de rigidez da barra “1” no sistema de coordenadas local fica: 0000 0101 0000 0101 . L A E L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 1 11L 1SM 45º 1 D1 D2 D3 D4 2 1 xL yL Y X 186 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 0000 0101 0000 0101 . m828,2 m 001,0.m/N 10.200 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 229 L 1SM 0000 0101 0000 0101 . 10.7,071 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 7L 1SM O ângulo da barra “1” com o eixo “x” global θ = 45º. Assim, os cossenos diretores da barra “1” são: 0,7071 828,2 0 2 L x x cos JK 0,7071 828,2 0 2 L y y sen JK A matriz de rigidez da barra “1” no sistema de coordenadas global fica: 22 22 22 22 1 11 1 sensencossensen cos sencoscossencoscos sensencossensen cos sencoscossencoscos . L A E SM 5,05,05,05,0 5,00,55,05,0 5,05,05,05,0 5,05,05,05,0 . m828,2 m001,0m/N10.200 229 1SM 5,05,05,05,0 5,00,55,05,0 5,05,05,05,0 5,05,05,05,0 . 10.7,071 4321 DDDD 7 1SM 54,354,354,354,3 54,33,5454,354,3 54,354,354,354,3 54,354,354,354,3 . 10 4321 DDDD 7 1SM 187 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para a barra “2” = - 45º = 315º Fig. 163 – Barra “2” da treliça plana do exemplo 15.7 na numeração arbitrária. O comprimento “L” da barra “2” vale: )yy()xx( L 2 JK 2 Jk m 828,2 )20()24( L 222 A matriz de rigidez da barra “2” no sistema de coordenadas local fica: 0000 0101 0000 0101 . L A E L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 2 22L 2SM 0000 0101 0000 0101 . m828,2 m 001,0.m/N 10.200 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 229 L 2SM - 45º 2 D5 D6 3 xL yL Y X D3 D4 2 188 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 0000 0101 0000 0101 . 10.7,071 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 7L 2SM O ângulo da barra “2” com o eixo “x” global θ = - 45º. Assim, os cossenos diretores da barra “2” são: 0,7071 828,2 2 4 L x x cos JK 0,7071 828,2 2 0 L y y sen JK A matriz de rigidez da barra “2” no sistema de coordenadas global fica: 22 22 22 22 2 22 2 sensencossensen cos sencoscossencoscos sensencossensen cos sencoscossencoscos . L A E SM 5,05,05,05,0 5,00,55,05,0 5,05,05,05,0 5,05,05,05,0 . m828,2 m001,0m/N10.200 229 2SM 5,05,05,05,0 5,00,55,05,0 5,05,05,05,0 5,05,05,05,0 . 10.7,071 6543 DDDD 7 2SM 54,354,354,354,3 54,33,5454,354,3 54,354,354,354,3 54,354,354,354,3 . 10 6543 DDDD 7 2SM 189 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para a barra “3” = 0º Fig. 164 – Barra “3” da treliça plana do exemplo 15.7 na numeração arbitrária. O comprimento “L” da barra “3” vale: )yy()xx( L 2 JK 2 Jk m 4 )00()04( L 223 A matriz de rigidez da barra “3” no sistema de coordenadas local fica: 0000 0101 0000 0101 . L A E L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 3 33L 3SM 0000 0101 0000 0101 . m4 m 001,0.m/N 10.200 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 229 L 3SM 0000 0101 0000 0101 . 10.5,0 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDD 7L 3SM O ângulo da barra “3” com o eixo “x” global é θ = 0º. Assim, os cossenos diretores da barra “3” são: xL 3 D5 D1 D2 D6 Y X yL 1 3 190 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 1 4 0 4 L x x cos JK 0 4 0 0 L y y sen JK A matriz de rigidez da barra “3” no sistema de coordenadas global fica: 22 22 22 22 3 33 3 sensencossensen cos sencoscossencoscos sensencossensen cos sencoscossencoscos . L A E SM 0000 0101 0000 0101 . m4 m001,0m/N10.200 229 3SM 0000 0101 0000 0101 . 10.5,0 6521 DDDD 7 3SM Pode-se observar que para a barra “3” a matriz L 3SM é igual a 3SM , pois θ = 0º. Neste caso, a matriz de rotação R é igual a matriz identidade. A matriz de rigidez global SJ pode ser obtida, na numeração arbitrária, somando as matrizes de rigidez das barras, expandidas à dimensão da matriz de rigidez global (SJ = SM1 + SM2 + SM3). 000000 000000 0054,354,354,354,3 0054,354,354,354,3 0054,354,354,354,3 0054,354,354,354,3 . 10 654321 DDDDDD 7 SJ 191 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 000000 00,50000,5 000000 000000 000000 00,50000,5 .10 54,354,354,354,300 54,354,354,354,300 54,354,354,354,300 54,354,354,354,300 000000 000000 .10 654321654321 DDDDDD 7 DDDDDD 7 54,354,354,354,300 54,354,854,354,3000,5 54,354,308,7054,354,3 54,354,3008,754,354,3 0054,354,354,354,3 000,554,354,354,354,8 . 10 654321 DDDDDD 7 SJ A matriz SJ deve ser colocada na numeração prioritária, para que possa ser particionada em S, SRD, SDR e SRR. A numeração prioritária dos GDL da treliça está indicada na figura abaixo.Fig. 165 – Treliça plana do exemplo 15.7 na numeração prioritária. 10 kN D1 45º 45º 5 kN Numeração prioritária 2 1 3 D3 D4 1 2 3 D2 D6 D5 5 kN Y X 192 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Reordenando as linhas e as colunas de SJ para a numeração prioritária, obtém-se: SRRSRD SDRS SJ 54,354,30054,354,3 54,308,754,354,354,30 054,354,354,3054,3 054,354,354,800,554,3 54,354,3000,554,854,3 54,3054,354,354,308,7 . 10 632154 DDDDDD 7 Assim, as matrizes S e SRD ficam: 8,53553,5355 3,53557,0711 . 10 7S 3,53553,5355 3,53550 03,5355 ,000053,5355 . 10 7SRD O vetor de cargas nodais na numeração prioritária fica: 0 10000 ____ AC Resolvendo o sistema de equações SDAC ____ chega-se aos deslocamentos livres: 10 . 7,3878 10 . 1,7836 5 4 D (em metros) na numeração prioritária Como existem cargas aplicadas nos apoios, na direção de deslocamentos restringidos, o vetor ARL não será nulo, resultando: 0 5000 0 5000 ARL As reações são calculadas por AR = ARL + SRD . D: 193 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 10 . 7,3878 10 . 1,7836 . 3,53553,5355 3,53550 03,5355 ,000053,5355 . 10 0 5000 0 5000 AR AR AR AR 5 4 7 6 5 4 3 AR 3 3 3 3 10 . 694,3 10 . 612,7 10 . 306,6 10 . 388,2 AR (em N) na numeração prioritária Estes valores devem ser apresentados na numeração arbitrária. Assim: 0 10 . 7,3878 10 . 1,7836 0 0 0 5 4 D (em metros) na numeração arbitrária 3 3 3 3 10 . ,6943 0 0 10 . 612,7 10 . 306,6 10 . 388,2 AR (em N) na numeração arbitrária As ações de extremidade de barra são calculadas através de AMi L = SMi L . Di L, uma vez que nas treliças AMLi L = 0. Para avaliar Di L, basta fazer Di L = Ri . Di. Assim, AMi L = SMi L . Ri . Di. 10 . 7836,1 0 0 0 . 707,0707,000 707,0707,000 00707,0707,0 00707,0707,0 . 0000 0101 0000 0101 . 10 . 071,7 4 DDDD 7L 1 L 4 L 3 L 2 L 1 AM kN kN 0 918,8 0 918,8 N N 0 10 . 918,8 0 10 . 918,8 3 3 L 1 AM 194 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 0 10 . 3878,7 10 . 7836,1 0 . 707,0707,000 707,0707,000 00707,0707,0 00707,0707,0 . 0000 0101 0000 0101 . 10 . 7,071 5 4 DDDD 7L 2 L 4 L 3 L 2 L 1 AM kN kN 0 224,5 0 224,5 N N 0 10 . 224,5 0 10 . 224,5 3 3 L 2 AM 0 10 . 3878,7 0 0 . 1000 0100 0010 0001 . 0000 0101 0000 0101 . 10 . 0,5 5 DDDD 7L 3 L 4 L 3 L 2 L 1 AM kN kN 0 694,3 0 3,694 N N 0 10 . 694,3 0 10 . 694,3 3 3 L 3 AM Deve-se observar que para uma barra “i” AMi L 1 significa esforço normal de compressão quando positivo e de tração quando negativo e AMi L 3 significa esforço normal de compressão quando negativo e de tração quando positivo, enquanto que AMi L 2 e AMi L 4 são sempre zero, pois não existe esforço cortante nas barras das treliças, como ilustrado na figura abaixo. Fig. 166 – Esforço normal nas barras da treliça plana do exemplo 15.7. 8,918 kN 5,224 kN 2 1 8,918 kN 2 5,224 kN 3 1 2 3,694 kN 3,694 kN 1 3 3 195 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 16. PÓRTICOS PLANOS Os graus de liberdade (GDL) ou possibilidades de deslocamento em um nó de um pórtico plano são três: duas translações nas direções “X” e “Y” e uma rotação (ou giro) em torno do eixo “Z”. Portanto, uma barra de um pórtico plano tem seis GDL e a matriz de rigidez de barra tem dimensão 6 x 6. A numeração arbitrária dos GDL da estrutura segue a numeração dos nós, que pode ser qualquer, priorizando o deslocamento horizontal, em seguida o vertical e depois o giro, em um mesmo nó, como ilustrado no pórtico plano da figura abaixo. Fig. 167 – Numeração arbitrária dos GDL do pórtico plano. O pórtico da figura possui quatro nós (NJ = 4), três barras (M = 3), dois nós com algum tipo de restrição (NRJ = 2), sete deslocamentos livres (N = 7 D4, D5, D6, D7, D8, D9 e D12) e cinco deslocamentos restringidos (NR = 5 D1, D2, D3, D10 e D11), num total de doze GDL (N + NR = 5 + 7 = 12). D9 D7 D8 3 1 2 3 1 D3 D1 D2 D6 D4 D5 2 4 D12 D10 D11 X Y Z 196 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Na numeração prioritária, na qual são numerados primeiro os deslocamentos livres e depois os restringidos, o pórtico plano fica com a seguinte numeração para os GDL: Fig. 168 – Numeração prioritária dos GDL do pórtico plano. As equações básicas para a solução de pórticos planos são as mesmas utilizadas pelo método da rigidez na resolução de vigas contínuas, com a consideração da matriz de rotação das barras inclinadas: DSADLAD . DSRDARLAR . ii L i L i L i L i L i L i . . . DRSMAMLDSMAMLAM SRRSRD SDRS SJ e ____ ARLAR AC ARLAR ADLAD AEAAC Nos pórticos planos as cargas aplicadas podem ser: cargas distribuídas aplicadas no vão das barras, momentos e cargas concentradasaplicados nos nós e/ou no vão das barras. Todas contidas no plano do pórtico (o vetor momento é perpendicular a este plano). X Y D6 D4 D5 3 1 2 3 1 D10 D8 D9 D3 D1 D2 2 4 D7 D11 D12 Z 197 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS As barras de um pórtico plano podem ter qualquer orientação (direção) no plano. Deste modo, tal como nas treliças planas, será necessária a matriz de rotação R para determinar as matrizes e os vetores envolvidos na solução da estrutura. 16.1 Matriz de rigidez de barra de pórtico plano no sistema de referência local Uma barra qualquer de pórtico plano possui seis GDL, podendo estar situada em qualquer posição no plano. A numeração dos GDL para uma barra “i” com nó inicial J e nó final K está indicada na figura abaixo. Fig. 169 – Barra “i” de pórtico plano com os sistemas de referência global e local. No sistema de referência local, no qual o eixo xL coincide com o eixo longitudinal da barra, a posição da barra no plano não tem importância. A numeração dos GDL de um elemento de pórtico plano no sistema de referência local será sempre a mesma, como ilustrado na figura abaixo: Fig. 170 – Numeração dos GDL de um elemento de pórtico plano no sistema de referência local. xL i D1 L D2 L yL D3 L D4 L D5 L D6 L D3 K X Y xL yL D1 D2 i XJ XK YJ YK D4 D5 J D6 198 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A matriz de rigidez da barra em coordenadas locais (sistema de referência local) é obtida impondo-se à barra restringida de pórtico plano (biengastada) deslocamentos unitários, um de cada vez, na direção dos seis deslocamentos restringidos. Admitindo que a barra “i” tenha comprimento “L”, seção transversal com área “A”, momento de inércia “Iz” e material com módulo de elasticidade longitudinal “E”, a matriz L SM é obtida da seguinte forma: Aplicando 1 DL1 : Fig. 171 – Deslocamento unitário na direção de L1D na barra “i” biengastada. A primeira coluna da matriz L SM fica: L/EA SML11 0 SML21 0 SM L31 L/EA SML41 0 SM L51 0 SM L61 Aplicando 1 DL2 : Fig. 172 – Deslocamento unitário na direção de L2D na barra “i” biengastada. i EA/L 1 DL1 EA/L xL yL 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 12EI/L3 i xL yL 1 DL2 199 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A segunda coluna da matriz L SM fica: 0 SML12 3 z L 22 L/I E 12 SM 2 z L 32 L/I E 6 SM 0 SML42 3 z L 52 L/I E 12 SM 2 z L 62 L/I E 6 SM Aplicando 1 D L 3 : Fig. 173 – Deslocamento unitário na direção de L3D na barra “i” biengastada. A terceira coluna da matriz L SM fica: 0 SML13 2 z L 23 L/I E 6 SM L/I E 4 SM z L 33 0 SM L43 2 z L 53 L/I E 6 SM L/I E 2 SM z L 63 i xL yL 6EI/L2 4EI/L 2EI/L 6EI/L2 1 DL3 200 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Aplicando 1 DL4 : Fig. 174 – Deslocamento unitário na direção de L4D na barra “i” biengastada. A quarta coluna da matriz L SM fica: L/EA SML14 0 SML24 0 SM L34 L/EA SML44 0 SM L54 0 SM L64 Aplicando 1 D L 5 : Fig. 175 – Deslocamento unitário na direção de L5D na barra “i” biengastada. i EA/L EA/L xL yL 1 DL4 12EI/L3 6EI/L2 6EI/L2 12EI/L3 i xL yL 1 DL5 201 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A quinta coluna da matriz L SM fica: 0 SM L15 3 z L 25 L/I E 12 SM 2 z L 35 L/I E 6 SM 0 SM L45 3 z L 55 L/I E 12 SM 2 z L 65 L/I E 6 SM Aplicando 1 D L 6 : Fig. 176 – Deslocamento unitário na direção de L6D na barra “i” biengastada. A sexta coluna da matriz L SM fica: 0 SM L16 2 z L 26 L/I E 6 SM L/I E 2 SM z L 36 0 SM L46 2 z L 56 L/I E 6 SM L/I E 4 SM z L 66 i xL yL 6EI/L2 2EI/L 4EI/L 6EI/L2 1 DL6 202 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Assim, a matriz de rigidez de barra para uma barra de pórtico plano no sistema de referência local fica: L/EI4L/EI60L/EI2L/EI60 L/EI6L/EI120L/EI6L/EI120 00L/EA00L/EA L/EI2L/EI60L/EI4L/EI60 L/EI6L/EI120L/EI6L/EI120 00L/EA00L/EA 22 2323 22 2323 L iSM 16.2 Matriz de rigidez de barra de pórtico plano no sistema de referência global Para passar a matriz de rigidez da barra “i” do sistema de referência local para o global, deve-se aplicar a mesma equação utilizada na treliça plana: i L i T ii . . RSMRSM OBS.: o subíndice “i” identifica a barra. A matriz de rotação para uma barra “i” de pórtico plano iR deve ser: 100000 0cossen000 0sencos000 000100 0000cossen 0000sencos iR onde: cos = (xK - xJ) / L; sen = (yK - yJ) / L; )y (y )x x( L 2JK 2 JK é o comprimento da barra “i”. A matriz de rotação iR para uma barra de pórtico plano é obtida conforme descrito no capítulo 14, com as seguintes observações: 203 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Cada nó de pórtico plano tem três GDL (duas translações e um giro) e cada barra tem seis GDL. Portanto, a matriz de rotação iR para uma barra de pórtico plano deverá ter a dimensão 6 x 6; Os elementos da matriz iR dos pórticos planos correspondentes as duas translações são idênticos aos elementos da matriz iR das treliças planas. O termo da diagonal da matriz iR correspondente ao giro é igual à unidade, pois para o giro não é necessária nenhuma rotação, uma vez que qualquer giro em torno do eixo “Z” terá o mesmo valor nos sistemas de referência global e local. Substituindoa matriz de rotação iR e a matriz de rigidez de barra no sistema de referência local L iSM na equação anterior, a matriz de rigidez de uma barra de pórtico plano no sistema de referência global iSM resulta: L I 4 C L I 6 S L I 6 L I 2 C L I 6 S L I 6 C L I 6 C L I 12 S L A C S L I 12 C S L A C L I 6 C L I 12 S L A C S L I 12 C S L A S L I 6 C S L I 12 C S L A S L I 12 C L A S L I 6 C S L I 12 C S L A S L I 12 C L A L I 2 C L I 6 S L I 6 L I 4 C L I 6 S L I 6 C L I 6 C L I 12 S L A C S L I 12 C S L A C L I 6 C L I 12 S L A C S L I 12 C S L A S L I 6 C S L I 12 C S L A S L I 12 C L A S L I 6 C S L I 12 C S L A S L I 12 C L A . E 2222 2 2 3 2 32 2 3 2 3 23 2 3 2 23 2 3 2 2222 2 2 3 2 32 2 3 2 3 23 2 3 2 23 2 3 2 iSM onde: C = cos = (xK - xJ) / L; S = sen = (yK - yJ) / L; )y (y )x x( L 2JK 2 JK é o comprimento da barra “i”; E é o módulo de elasticidade longitudinal do material; A é a área da seção transversal da barra “i”; I = Iz é o momento de inércia da seção transversal barra “i” em relação ao eixo “z L” local. 204 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 16.3 Montagem da matriz de rigidez global do pórtico plano Com as matrizes de rigidez de todas as barras no sistema de referência global, a matriz de rigidez global SJ de um pórtico plano pode ser montada, seguindo o mesmo procedimento utilizado nas vigas contínuas e nas treliças planas, isto é, para cada GDL de um nó onde concorram duas ou mais barras, os correspondentes coeficientes de rigidez são somados e colocados nas respectivas posições dentro da matriz SJ . 16.4 Montagem do vetor de cargas do pórtico plano O vetor de cargas AC é igual a soma do vetor de cargas nodais A (cargas concentradas e/ou momentos aplicados diretamente nos nós do pórtico plano) com o vetor de cargas nodais equivalentes AE (reações e momentos de engaste perfeito na estrutura restringida com sinais trocados). Os vetores A , AE e AC devem ser montados na numeração prioritária e em coordenadas globais. As reações e os momentos de engaste perfeito, em coordenadas locais, para uma barra “i” de pórtico plano, com carga uniformemente distribuída q perpendicular ao eixo longitudinal da barra, estão ilustrados na figura abaixo. Fig. 177 – Reações e momentos de engaste perfeito para uma barra “i” de pórtico plano com carga uniformemente distribuída q perpendicular ao eixo xL. i q L qL/2 qL2/12 qL2/12 qL/2 xL yL 205 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Os valores das reações e dos momentos de engaste perfeito, em coordenadas locais, de cada barra “i” do pórtico plano são colocados nos vetores L iAML . Para uma barra “i” com carga uniformemente distribuída q , perpendicular ao seu eixo x L , o vetor L iAML fica: N.m N N.m N 12 L q 2 L q 0 12 L q 2 L q 0 2 2 L i AML onde: q é a carga uniformemente distribuída perpendicular ao eixo xL da barra “i”; L é o comprimento da barra “i”. O vetor AE é montado a partir dos vetores iAML , em coordenadas globais. Para calcular os vetores iAML de todas as barras em coordenadas globais deve ser usada a seguinte expressão: L i T ii . AMLRAML Finalmente, o vetor AE pode ser montado com os valores dos vetores iAML , em coordenadas globais, com os sinais trocados e seguindo a numeração prioritária dos GDL. 16.5 Considerações sobre as ações de extremidade de barra As ações de extremidade para uma barra “i” de pórtico plano com nó inicial J e final K, com uma orientação qualquer no plano X – Y, são as forças nas direções X e Y e o momento em torno do eixo “Z”, isto é, AMJx, AMJy e AMJz para o nó J e AMKx, AMKy e AMKz para o nó K, como indicado na figura abaixo. 206 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 178 – Ações de extremidade em uma barra “i” de pórtico plano em coordenadas globais. As ações de extremidade de barra devem ser expressas em coordenadas locais, como ilustrado na figura a seguir. Fig. 179 – Ações de extremidade em uma barra “i” de pórtico plano em coordenadas locais. A equação utilizada no método da rigidez para calcular as seis ações de extremidade de uma barra genérica “i” de pórtico plano L iAM ,em coordenadas locais, é a seguinte: L i L i L i L i . DSMAMLAM onde: L iAML é o vetor que contém as reações e os momentos de engaste perfeito da barra “i”, em coordenadas locais, apresentada no item 16.4; L iSM é a matriz de rigidez de barra em coordenadas locais, apresentada no item 16.1; θ i J K X Y AMKx = AMi 4 AMKy = AMi 5 AMJx = AMi 1 AMJy = AMi 2 AMJz = AMi 3 AMKz = AMi 6 xL yL θ i J K X Y AMJxL = AMiL1 AMJyL = AMiL2 AMJzL = AMiL3 AMKxL = AMiL4 AMKyL = AMiL5 AMKzL = AMiL6 207 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS L iD é o vetor que contém os deslocamentos nos nós inicial e final da barra “i”, em coordenadas locais. Os deslocamentos livres obtidos da solução do sistema de equações DSAC . resultam em coordenadas globais. Portanto, para determinar L iD basta fazer: ii L i . DRD onde: iR é a matriz de rotação da barra “i” do pórtico plano; iD é o vetor que contém os deslocamentos nos nós inicial J e final K da barra “i”, em coordenadas globais. Finalmente, as ações de extremidade de barra L iAM ,em coordenadas locais, podem ser obtidas por: ii L i L i L i . . DRSMAMLAM 16.6 Considerações sobre o traçado dos diagramas de EN, EC e MF Depois de calculadas as ações de extremidade de barra em coordenadas locais, deve-se observar a convenção de sinais para traçar os diagramas de esforço normal (EN), esforço cortante (EC) e momento fletor (MF). Para uma barra “i”, no nó inicial J, AMi L 1 positivo (+) significa esforço normal negativo (–) de compressão, AMi L 2 positivo (+) significa esforço cortante positivo (+) e AMi L 3 positivo (+) significa momento fletor negativo (–), enquanto que no nó final K, AMi L 4 positivo (+) significa esforço normal positivo (+) de tração, AMi L 5 positivo (+) significa esforço cortante negativo (–) e AMi L 6 positivo (+) significa momento fletor positivo. 208 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 16.7 Exemplo Calcular os deslocamentos, as reações de apoio e os esforços nas barras do pórtico plano submetido ao carregamento indicado na figura abaixo, empregando o método da rigidez. Fig. 180 – Pórtico plano do exemplo na numeração arbitrária. Todas as barras têm seção transversal com área A = 0,005 m2, momento de inércia Iz = 0,0004 m 4 e material com módulo de elasticidade longitudinal E = 210 GPa. Os nós do pórtico são numerados de forma qualquer. A numeração arbitrária dos GDL segue a numeração dos nós, priorizando o deslocamento horizontal, depois o vertical e em seguida o giro, em um mesmo nó. O pórtico plano do exemplo possui quatro nós (NJ = 4), três barras (M = 3), dois nós com algum tipo de restrição (NRJ = 2), sete deslocamentos livres (N = 7 D4, D5, D6, D7, D8, D9 e D12) e cinco deslocamentos restringidos (NR = 5 D1, D2, D3, D10 e D11), num total de doze GDL (N + NR = 7 + 5 = 12). D9 D7 D8 3 1 2 3 1 D3 D1 D2 D6 D4 D5 2 4 D12 D10 D11 X Y Z 4,0 m 4,0 m 100 kN Numeração arbitrária Conectividades: Barra Nó J Nó K 1 1 2 2 2 3 3 4 3 q = 10 kN/m 209 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A origem do sistema de referência global é adotada no nó “1”. As conectividades das barras são consideradas da seguinte forma: Barra “1” do nó “1” ao nó “2”; Barra “2” do nó “2” ao nó “3”; Barra “3” do nó “4” ao nó “3”. Inicialmente, devem ser determinadas as matrizes de rigidez de barra nos sistemas de referência local e global: Para a barra “1” = 90º Fig. 181 – Barra “1” do pórtico plano do exemplo na numeração arbitrária. O comprimento da barra “1” (L1) vale: )y (y )x x( L 2JK 2 JK m 4 )04()00( L 221 A matriz de rigidez da barra “1” no sistema de referência local fica: Y yL xL 1 D3 D1 D2 D6 D4 D5 1 2 X = 90º 210 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 111 2 111111 2 111 2 111 3 111 2 111 3 111 111111 111 2 111111 2 111 2 111 3 111 2 111 3 111 111111 L 1 L/I E 4L/I E 60L/I E 2L/I E 60 L/I E 6L/I E 120L/I E 6L/I E 120 00L/A E00L/A E L/I E 2L/I E 60L/I E 4L/I E 60 L/I E 6L/I E 120L/I E 6L/I E 120 00L/A E00L/A E SM onde: E1 = E = 210 GPa = 210 x 10 9 N/m2 = 2,1 x 1011 N/m2 A1 = A = 0,005 m 2 I1 = Iz = 0,0004 m 4 L1 = 4,0 m Assim: 400,8150,30200,4150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 200,4150,30400,8150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 10 L 6 L 5 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDDDD 7L 1SM Os cossenos diretores são: 0 4 0 0 L x x cos JK 1 4 0 4 L y y sen JK Portanto, o ângulo da barra “1” com o eixo “X” global é θ = 90º. A matriz de rotação para a barra “1” de pórtico plano (R1) fica: 100000 001000 010000 000100 000001 000010 100000 0cossen000 0sencos000 000100 0000cossen 0000sencos 1R 211 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A matriz de rigidez da barra “1” no sistema de referência global fica: SM1 = R1 T . SM1 L . R1 Resultando, na numeração arbitrária: 400,80150,3200,40150,3 025,260025,260 150,30575,1150,30575,1 200,40150,3400,80150,3 025,260025,260 150,30575,1150,30575,1 . 10 654321 DDDDDD 7 1SM Para a barra “2” = 0º Fig. 182 – Barra “2” do pórtico plano do exemplo na numeração arbitrária. O comprimento da barra “2” (L2) vale: )y (y )x x( L 2JK 2 JK m 4 )44()04( L 222 A matriz de rigidez da barra “2” no sistema de referência local fica: 222 2 222222 2 222 2 222 3 222 2 222 3 222 222222 222 2 222222 2 222 2 222 3 222 2 222 3 222 222222 L 2 L/I E 4L/I E 60L/I E 2L/I E 60 L/I E 6L/I E 120L/I E 6L/I E 120 00L/A E00L/A E L/I E 2L/I E 60L/I E 4L/I E 60 L/I E 6L/I E 120L/I E 6L/I E 120 00L/A E00L/A E SM X ≡ xL D9 D7 D8 3 2 D6 D4 D5 2 Y ≡ yL 212 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS onde: E2 = E = 210 GPa = 210 x 10 9 N/m2 = 2,1 x 1011 N/m2 A2 = A = 0,005 m 2 I2 = Iz = 0,0004 m 4 L2 = 4,0 m Assim: 400,8150,30200,4150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 200,4150,30400,8150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 10 L 6 L 5 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDDDD 7L 2SM Os cossenos diretores são: 1 4 0 4 L x x cos JK 0 4 0 0 L y y sen JK Portanto, o ângulo da barra “2” com o eixo “X” global é θ = 0º. A matriz de rotação para a barra “2” de pórtico plano (R2) fica: 100000 010000 001000 000100 000010 000001 100000 0cossen000 0sencos000 000100 0000cossen 0000sencos 2R A matriz de rigidez da barra “2” no sistema de referência global fica: SM2 = R2 T . SM2 L . R2 Resultando, na numeração arbitrária: 213 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 400,8150,30200,4150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 200,4150,30400,8150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 10 987654 DDDDDD 7 2SM Pode-se observar que para a barra “2” a matriz L2SM é igual a 2SM , pois θ = 0º e consequentemente R2 é igual à matriz identidade. Para a barra “3” = 90º Fig. 183 – Barra “3” do pórtico plano do exemplo na numeração arbitrária. A conectividade escolhida para a barra “3” leva a um ângulo = 90º, idêntico ao da barra “1”. Como estas duas barras têm o mesmo comprimento “L” e a mesma seção transversal, as matrizes de rigidez em coordenadas globais das duas barras serão idênticas, isto é: SM3 = SM1. Y yLxL 3 D12 D10 D11 D9 D7 D8 4 3 X = 90º 214 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 400,80150,3200,40150,3 025,260025,260 150,30575,1150,30575,1 200,40150,3400,80150,3 025,260025,260 150,30575,1150,30575,1 . 10 987121110 DDDDDD 7 31 SMSM A matriz de rigidez global SJ pode ser obtida, na numeração arbitrária, somando as matrizes de rigidez das barras, expandidas à dimensão da matriz de rigidez global (SJ = SM1 + SM2 + SM3), resultando: 400,80150,3200,40150,3000000 0250,2600250,260000000 150,30575,1150,30575,1000000 200,40150,3800,16150,3150,3200,4150,30000 0250,260150,3825,270150,3575,10000 150,30575,1150,30825,2700250,26000 000200,4150,30800,16150,3150,3200,40150,3 000150,3575,10150,3875,2700250,260 00000250,26150,30825,27150,30575,1 000000200,40150,3400,80150,3 0000000250,2600250,260 000000150,30575,1150,30575,1 . 10 121110987654321 DDDDDDDDDDDD 7 SJ A matriz SJ deve ser colocada na numeração prioritária, para que possa ser particionada em S, SRD, SDR e SRR. A numeração prioritária dos GDL para o pórtico do exemplo está indicada na figura abaixo. 215 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 184 – Pórtico plano do exemplo na numeração prioritária. Reordenando as linhas e as colunas de SJ para a numeração prioritária, obtém-se: 250,260000002500,260000 0575,1000150,3150,30575,1000 00400,80150,30000200,40150,3 000250,26000000250,260 00150,30575,10000150,30575,1 0150,3000400,8200,40150,3000 0150,3000200,4800,16150,3150,3200,4150,30 250,2600000150,3875,270150,3575,10 0575,1000150,3150,30825,2700250,26 00200,40150,30200,4150,30800,16150,3150,3 000250,2600150,3575,10150,3825,270 00150,30575,1000250,26150,30825,27 . 10 111032112987654 DDDDDDDDDDDD 7 SJ SRRSRD SDRS SJ X Y D6 D4 D5 3 1 2 3 1 D10 D8 D9 D3 D1 D2 2 4 D7 D11 D12 Z 216 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Assim, as matrizes S e SRD ficam: 400,8200,40150,3000 200,4800,16150,3150,3200,4150,30 0150,3825,270150,3575,10 150,3150,30825,2700250,26 0200,4150,30800,16150,3150,3 0150,3575,10150,3825,270 000250,26150,30825,27 . 10 7S 00250,260000 150,3150,30575,1000 0000200,40150,3 00000250,260 0000150,30575,1 . 10 7SRD O vetor de cargas AC é obtido da mesma forma que nas vigas contínuas e nas treliças planas, na numeração prioritária. O vetor AC é formado pela soma do vetor de ações nodais (forças e/ou momentos) diretamente aplicadas nos nós do pórtico plano A com o vetor de ações nodais equivalentes AE. ARLAR AC ARLAR ADLAD AEAAC Para o pórtico plano do exemplo, o vetor A na numeração prioritária fica: AR AR AR AR AR 0 0 0 0 0 0 100000 12 11 10 9 8 A 217 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS O vetor AE é obtido a partir das reações e momentos de engaste perfeito das barras do pórtico, em coordenadas globais e na numeração prioritária. As reações e os momentos de engaste perfeito no sistema local de coordenadas das barras “1” e “3” são nulos, uma vez que não existe nenhuma carga aplicada nestas barras. Na barra “2” existe uma carga uniformemente distribuída e as reações e os momentos de engaste perfeito estão ilustrados na figura abaixo. Fig. 185 – Reações e momentos de engaste perfeito para a barra “2” do pórtico plano do exemplo. Deste modo, o vetor AMLL (em coordenadas locais) para a barra “2” fica: N.m N N N.m N N 333,13333 20000 0 333,13333 20000 0 L2 AML O vetor de ações nodais equivalentes AE é obtido a partir dos vetores AMLi de todas as barras, em coordenadas globais e com o sinal trocado. Para calcular os vetores AMLi de todas as barras em coordenadas globais deve ser usada a seguinte expressão: AMLi = Ri T . AMLi L Para a barra “2” o vetor AML2 (em coordenadas globais) é igual a AML2 L (em coordenadas locais), pois θ = 0º e a matriz de rotação R2 é igual à matriz identidade. AML1 e AML3 são vetores nulos. 2 q = 10 kN/m 4,0 m qL/2 = 20 kN qL2/12 = 13,333 kN.m qL2/12 = 13,333 kN.m qL/2 = 20 kN 218 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para o pórtico do exemplo, o vetor AE na numeração prioritária fica: 0 0 0 0 0 0 13333,333 20000 0 13333,333 20000 0 AE Assim, o vetor AC pode ser calculado, na numeração prioritária: AR AR AR AR AR 0 13333,333 20000 0 13333,333 20000 100000 0 0 0 0 0 0 13333,333 20000 0 13333,333 20000 0 AR AR AR AR AR 0 0 0 0 0 0 100000 12 11 10 9 8 12 11 10 9 8 AEAAC ARLAR AC AC Finalmente, os vetores AC e AR – ARL ficam: 219 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 0 13333,333 20000 0 13333,333 20000 100000 AC AR AR AR AR AR 12 11 10 9 8 ARLAR Resolvendoo sistema de equações DSAC . ____ chega-se aos deslocamentos livres: rad rad m m rad m m 2,7184 0,3924 0,2825 7,7722 1,5334 0,1301 7,8653 . 10 3- D na numeração prioritária As reações de apoio são calculadas por AR = ARL + SRD . D, resultando: kN kN kN.m kN kN 74,162 24,424 183,354 162,34 576,75 N N N.m N N 74161,52 24423,64 183353,92 52,34161 36,75576 AR na numeração prioritária Os vetores D e AR na numeração arbitrária ficam: 220 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS rad m m rad m m rad m m rad m m 2,7184 0 0 0,3924 0,2825 7,7722 1,5334 0,1301 7,8653 0 0 0 . 10 3- D kN.m kN kN kN.m kN kN kN.m kN kN kN.m kN kN 0 74,162 24,424 0 0 0 0 0 0 183,354 162,34 576,75 AR As ações de extremidade de barra devem ser expressas em coordenadas locais. Para uma barra genérica “i” as ações de extremidade são dadas por: ii L i L i L i . . DRSMAMLAM Para a barra “1” tem-se: 11 L 1 L 1 L 1 . . DRSMAMLAM 1,5334 0,13014 7,8653 0 0 0 . 10 . 100000 001000 010000 000100 000001 000010 . 400,8150,30200,4150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 200,4150,30400,8150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 . 10 0 0 0 0 0 0 3 DDDDDD 7L 1 L 6 L 5 L 4 L 3 L 2 L 1 AM kN.m kN kN kN.m kN kN 952,118 576,75 162,34 354,183 576,75 162,34 N.m N N N.m N N 51,118951 36,75576 52,34161 92,183353 36,75576 52,34161 L1 AM Para a barra “2” tem-se: 22 L 2 L 2 L 2 . . DRSMAMLAM 221 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 0,39235 0,28252 7,7722 1,5334 0,13014 7,8653 . 10 . 100000 010000 001000 000100 000010 000001 . 400,8150,30200,4150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 200,4150,30400,8150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 . 10 333,13333 20000 0 333,13333 20000 0 3 DDDDDD 7L 2 L 6 L 5 L 4 L 3 L 2 L 1 AM kN.m kN kN kN.m kN kN 694,97 74,162 424,24 118,952 162,34 424,24 N.m N N N.m N N 56,97694 74161,52 64,24423 118951,51 52,34161 64,24423 L2 AM Para a barra “3” tem-se: 33 L 3 L 3 L 3 . . DRSMAMLAM 0,39235 0,28252 7,7722 2,7184 0 0 . 10 . 100000 001000 010000 000100 000001 000010 . 400,8150,30200,4150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 200,4150,30400,8150,30 150,3575,10150,3575,10 0025,260025,26 . 10 0 0 0 0 0 0 3 DDDDDD 7L 3 L 6 L 5 L 4 L 3 L 2 L 1 AM kN.m kN kN kN.m kN kN 97,694 24,424 162,74 0,000 24,424 74,162 N.m N N N.m N N 97694,56 24423,64 52,74161 0,000 24423,64 74161,52 L3 AM Deve-se observar que para uma barra “i” AMi L 1 significa esforço normal de compressão quando positivo e de tração quando negativo e AMi L 4 significa esforço normal de compressão quando negativo e de tração quando positivo. Portanto, sempre ocorrerá AMi L 1 = - AMi L 4. As ações de extremidade de barra AMi L 2 e AMi L 5 são esforços cortantes, enquanto que AMi L 3 e AMi L 6 são momentos fletores, como ilustrado na figura abaixo para o pórtico plano do exemplo. 222 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 186 – Ações de extremidade nas barras do pórtico plano do exemplo. Verificações: kN 34,162 AR AM AM 94 L 11 L 1 OK! kN 75,576 AR AM 82 L 1 OK! kN.m 183,354 AR AM 103 L 1 OK! kN 34,162 AM AM 2 L 24 L 1 OK! kN 100 AM AM 1 L 25 L 1 OK! kN.m 118,952 AM AM 3 L 26 L 1 OK! AM1L1 = - 34,162 kN AM1L4 = 34,162 kN 2 1 1 AM1L2 = 75,576 kN AM1L3 = 183,354 kN.m AM1L5 = - 75,576 kN AM1L6 = 118,952 kN.m AM3L4 = - 74,162 kN 3 3 4 AM3L2 = 24,424 kN AM3L3 = 0,000 kN.m AM3L5 = - 24,424 kN AM3L6 = 97,694 kN.m AM3L1 = 74,162 kN 3 2 2 AM2L4 = - 24,424 kN AM2L2 = - 34,162 kN AM2L3 = - 118,952 kN.m AM2L5 = 74,162 kN AM2L6 = - 97,694 kN.m AM2L1 = 24,424 kN Equilíbrio do nó “2” 223 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS kN ,42442 AM AM 5 L 34 L 2 OK! kN ,16274 AM AM 4 L 35 L 2 OK! kN.m 97,694 AM AM 6 L 36 L 2 OK! kN 4,1627 AR AM AM 124 L 31 L 3 OK! kN 24,424 AR AM 112 L 3 OK! kN.m 0 AM 3 L 3 OK! Lembrando que as ações de extremidade de barra são as ações (ou reações) situadas nas seções das extremidades das barras, de forma que, construindo um diagrama de corpo livre da barra, estas ações, junto com as cargas externas aplicadas, mantém a barra em equilíbrio. Finalmente, os diagramas de esforço normal (EN), esforço cortante (EC) e momento fletor (MF) do pórtico plano ficam: Fig. 187 – Diagrama de esforço normal (EN) do pórtico plano do exemplo.AM2L4 = - 24,424 kN AM2L1 = 24,424 kN AM1L1 = - 34,162 kN AM1L4 = 34,162 kN AM3L4 = - 74,162 kN AM3L1 = 74,162 kN Equilíbrio do nó “3” 224 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 188 – Diagrama de esforço cortante (EC) do pórtico plano do exemplo. Fig. 189 – Diagrama de momento fletor (MF) do pórtico plano do exemplo. AM1L2 = 75,576 kN AM1L5 = - 75,576 kN AM2L2 = - 34,162 kN AM2L5 = 74,162 kN AM3L2 = 24,424 kN AM3L5 = - 24,424 kN AM1L3 = 183,354 kN.m AM1L6 = 118,952 kN.m AM2L3 = - 118,952 kN.m AM2L6 = - 97,694 kN.m AM3L3 = 0,000 kN.m AM3L6 = 97,694 kN.m 225 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 16.8 Exemplo Resolver o mesmo pórtico do exemplo anterior substituindo o apoio duplo do nó “4” por um engaste. Resposta: rad m m rad m m 6182,0 2367,0 573,4 8799,0 08432,0 773,4 . 10 3 D na numeração prioritária kN.m kN kN kN.m kN kN 073,118 135,62 52,545 388,113 135,22 455,47 AR na numeração prioritária kN.m kN kN kN.m kN kN 76,432 455,47 22,135 388,113 47,455 135,22 L1 AM kN.m kN kN kN.m kN kN 92,108 135,62 52,545 76,432 22,135 545,25 L2 AM kN.m kN kN kN.m kN kN 92,108 52,545 2,1356 118,073 2,5455 135,26 L3 AM 226 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 17. GRELHAS As grelhas são estruturas reticuladas contidas no plano horizontal (plano X – Z) que recebem cargas perpendiculares a este plano. Os graus de liberdade (GDL), ou possibilidades de deslocamento, em um nó de uma grelha são três: uma translação na direção do eixo “Y” e duas rotações (ou giros) em torno dos eixos “X” e “Z”. Portanto, uma barra de uma grelha tem seis GDL e a matriz de rigidez de barra tem dimensão 6 x 6. A numeração arbitrária dos GDL da estrutura segue a numeração dos nós, que pode ser qualquer, priorizando o giro em torno do eixo “X”, em seguida o deslocamento vertical na direção “Y” e depois o giro em torno de “Z”, em um mesmo nó, como ilustrado na grelha da figura abaixo. Fig. 190 – Numeração arbitrária dos GDL da grelha. A grelha da figura possui seis nós (NJ = 6), sete barras (M = 7), três nós com algum tipo de restrição (NRJ = 3), treze deslocamentos livres (N = 13 D4, D5, D6, D7, D9, D10, D12, D13, D14, D15, D16, D17 e D18) e cinco deslocamentos restringidos (NR = 5 D1, D2, D3, D8 e D11), num total de dezoito GDL (N + NR = 13 + 5 = 18). Na numeração prioritária, na qual são numerados primeiro os deslocamentos livres e depois os restringidos, a grelha fica com a seguinte numeração para os GDL: D18 D16 D17 6 6 7 3 1 D3 D1 D2 D12 D10 D11 4 3 D9 D7 D8 X Y Z 4 5 1 2 D15 D13 D14 5 D6 D4 D5 2 227 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 191 – Numeração prioritária dos GDL da grelha. As equações básicas para a solução de grelhas são as mesmas utilizadas pelo método da rigidez na resolução de pórticos planos: DSADLAD . DSRDARLAR . ii L i L i L i L i L i L i . . . DRSMAMLDSMAMLAM SRRSRD SDRS SJ e ____ ARLAR AC ARLAR ADLAD AEAAC Nas grelhas, as cargas aplicadas podem ser: cargas distribuídas (qy) aplicadas no vão das barras, momentos (Mx e Mz) e cargas concentradas (Py) aplicados nos nós e/ou no vão das barras. As cargas concentradas e distribuídas são perpendiculares ao plano da grelha (plano X – Z) e os momentos têm seus vetores contidos neste plano. As barras de uma grelha podem ter qualquer orientação (direção) no plano horizontal. Deste modo, tal como nas treliças planas e nos pórticos planos, será necessária a matriz de rotação R para determinar as matrizes e os vetores envolvidos na solução da estrutura. D13 D11 D12 6 6 7 3 1 D16 D14 D15 D7 D6 D18 4 3 D5 D4 D17 X Y Z 4 5 1 2 D10 D8 D9 5 D3 D1 D2 2 228 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 17.1 Matriz de rigidez de barra de grelha no sistema de referência local Uma barra qualquer de grelha possui seis GDL, podendo estar situada em qualquer posição no plano. A numeração dos GDL para uma barra “i” com nó inicial J e nó final K está indicada na figura abaixo. Fig. 192 – Barra “i” de grelha com os sistemas de referência global e local. No sistema de referência local, no qual o eixo xL coincide com o eixo longitudinal da barra, a posição da barra no plano não interessa. A numeração dos GDL de um elemento de grelha no sistema de referência local será sempre a mesma, como ilustrado na figura abaixo: Fig. 193 – Numeração dos GDL de um elemento de grelha no sistema de referência local. A matriz de rigidez de barra em coordenadas locais (sistema de referência local) é obtida impondo-se à barra restringida de grelha (biengastada) deslocamentos unitários, um de cada vez, na direção dos seis deslocamentos restringidos. Admitindo que a barra “i” tenha xL i D1 L D2 L yL D3 L D4 L D5 L D6 L D3 K X Y xL zL D1 D2 i xJ xK zK zJ J D4 D5 D6 Z yL 229 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS comprimento “L”, seção transversal com momento de inércia à flexão “Iz” , momento de inércia à torção “Ix”, material com módulo de elasticidade longitudinal “E” e módulo de elasticidade transversal “G”, a matriz SMi L é obtida da seguinte forma: Aplicando 1 DL1 : Fig. 194 – Deslocamento unitário na direção de L1D (giro em torno de x L) na barra “i” biengastada. A primeira coluna da matriz SML fica: L/IG SM x L 11 0 SML21 0 SM L31 L/IG SM x L 41 0 SM L51 0 SM L61 Aplicando 1 DL2 : Fig. 195 – Deslocamento unitário na direção de L2D na barra “i” biengastada. 12 E Iz / L3 6 E Iz / L2 6 E Iz / L2 12 E Iz / L3 i xL yL 1 DL2 i G Ix / L 1 D L 1 xL yL G Ix / L 230 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A segunda coluna da matriz SML fica: 0 SML12 3 z L 22 L / I E 12 SM 2 z L 32 L / I E 6 SM 0 SML42 3 z L 52 L / I E 12 SM 2 z L 62 L / I E 6 SM Aplicando 1 D L 3 : Fig. 196 – Deslocamento unitário na direção de L3D na barra “i” biengastada. A terceira coluna da matriz SML fica: 0 SML13 2 z L 23 L / I E 6 SM L / I E 4 SM z L 33 0 SM L43 2 z L 53 L / I E 6 SM L / I E 2 SM z L 63 i xL yL 6 E Iz / L2 4 E Iz / L 2 E Iz / L 6 E Iz / L2 1 DL3 231 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Aplicando 1 DL4 : Fig. 197 – Deslocamento unitário na direção de L4D (giro em torno de x L) na barra “i” biengastada. A quarta coluna da matriz SML fica: L/IG SM x L 14 0 SML24 0 SM L34 L/IG SM x L 44 0 SM L54 0 SM L64 Aplicando 1 D L 5 : Fig. 198 – Deslocamento unitário na direção de L5D na barra “i” biengastada. i xL yL 1 DL4 G Ix / L G Ix / L 12 E Iz / L3 6 E Iz / L2 6 E Iz / L2 12 E Iz / L3 i xL yL 1 DL5 232 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A quinta coluna da matriz SML fica: 0 SM L15 3 z L 25 L/I E 12 SM 2 z L 35 L/I E 6 SM 0 SM L45 3 z L 55 L/I E 12 SM 2 z L 65 L/I E 6 SM Aplicando 1 D L 6 : Fig. 199 – Deslocamento unitário na direção de L6D na barra “i” biengastada. A sexta coluna da matriz SML fica: 0 SM L16 2 z L 26 L/I E 6 SM L/I E 2 SM z L 36 0 SM L46 2 z L 56 L/I E 6 SM L/I E 4 SM z L 66 i xL yL 6 E Iz / L2 2 E Iz / L 4 E Iz / L 6 E Iz / L2 1 DL6 233 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Assim, a matriz de rigidez da barra “i” de grelha, no sistema de referência local, fica: L / I E 4L/I E 60L / I E 2L/I E 60 L/I E 6L / I E 120L/I E 6L / I E 120 00L/I G00L/I G L/I E 2L/I E 60L / I E 4L/I E 60 L/I E 6L / I E 120L/I E 6L / I E 120 00L/I G00L/I G z 2 zz 2 z 2 z 3 z 2 z 3 z xx z 2 zz 2 z 2 z 3 z 2 z 3 z xx L iSM onde: L é o comprimento da barra “i”; E é o módulo de elasticidade longitudinal do material; G é o módulo de elasticidade transversal do material; Iz é o momento de inércia à flexão da seção transversal da barra “i” em relação ao eixo zL; Ix é o momento de inércia à torção da seção transversal da barra “i”. 17.2 Matriz de rigidez de barra de grelha no sistema de referência global Para passar a matriz de rigidez da barra “i” do sistema de referência local para o global, deve-se aplicar a mesma equação utilizada no pórtico plano: SMi = Ri T . SMi L . Ri OBS.: o subíndice “i” identifica a barra. A matriz de rotação para uma barra “i” de grelha Ri deve ser: cos0sen000 010000 sen0cos000 000cos0sen 000010 000sen0cos iR onde: cos = (xK - xJ) / L; 234 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS sen = (zK - zJ) / L; )z (z )x x( L 2JK 2 JK é o comprimento da barra “i”. A matriz de rotação Ri para uma barra de grelha é obtida conforme descrito no capítulo 12, com as seguintes observações: cada nó de grelha tem três GDL (uma translação e dois giros) e cada barra tem seis GDL. Portanto, a matriz de rotação Ri para uma barra de grelha deverá ter a dimensão 6 x 6; a rotação na matriz Ri correspondente aos dois giros (x e z) é idêntica a rotação na matriz Ri nas treliças planas (correspondente as translações ux e uy), enquanto que para a translação uy na barra de grelha não é necessária nenhuma rotação, pois qualquer translação na direção do eixo “y” terá o mesmo valor nos sistemas de referência local e global. Por isso, o termo da diagonal da matriz Ri correspondente a translação em uy é igual à unidade e os demais termos da linha e da coluna são zero. Substituindo a matriz de rotação Ri e a matriz de rigidez de barra no sistema de referência local SMi L na equação anterior, a matriz de rigidez de uma barra de grelha no sistema de referência global SMi resulta: 2C L zI E 4 2S L xI G C 2L zI E 6 C S L zI E 4 C S L xI G 2C L zI E 2 2S L xI G C 2L zI E 6 C S L zI E 2 C S L xI G C 2L zI E 6 3L zI E 12 S 2L zI E 6 C 2L zI E 6 3L zI E 12 S 2L zI E 6 C S L zI E 4 C S L xI G S 2L zI E 6 2S L zI E 4 2C L xI G C S L zI E 2 C S L xI G S 2L zI E 6 2S L zI E 2 2C L xI G 2C L zI E 2 2S L xI G C 2L zI E 6 C S L zI E 2 C S L xI G 2C L zI E 4 2S L xI G C 2L zI E 6 C S L zI E 4 C S L xI G C 2L zI E 6 3L zI E 12 S 2L zI E 6 C 2L zI E 6 3L zI E 12 S 2L zI E 6 C S L zI E 2 C S L xI G S 2L zI E 6 2S L zI E 2 2C L xI G C S L zI E 4 C S L xI G S 2L zI E 6 2S L zI E 4 2C L xI G iSM onde: C = cos = L)x x( JK ; S = sen = L)z z( JK ; )z (z )x x( L 2JK 2 JK é o comprimento da barra “i”; E é o módulo de elasticidade longitudinal do material; G é o módulo de elasticidade transversal do material; 235 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Iz é o momento de inércia à flexão da seção transversal da barra “i” em relação ao eixo zL; Ix é o momento de inércia à torção ou módulo de torção da seção transversal da barra “i” em relação ao eixo xL. 17.3 Considerações sobre o momento de inércia à torção Ix A seguir são apresentadas as equações para calcular o momento de inércia à torçãoou módulo de torção Ix em barras com diferentes seções transversais. O módulo de torção Ix corresponde ao momento de inércia polar Io da seção circular. Seção elíptica: 22 33 x b a b . a . π I a > b Seção retangular: 3x b . a . β I a > b Seção quadrada: 4x a . β I Seção retangular alongada: 3 b . a I 3 x n = a / b 20 onde: n = a / b 1,00 1,50 2,00 3,00 4,00 6,00 8,00 10 0,141 0,196 0,229 0,263 0,281 0,298 0307 0,312 0,333 é uma constante adimensional obtida através da teoria da elasticidade. a b a b a a a b 236 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 17.4 Montagem da matriz de rigidez global da grelha Depois de determinadas as matrizes de rigidez de todas as barras no sistema de referência global SMi , a matriz de rigidez global SJ de uma grelha pode ser montada seguindo o mesmo procedimento utilizado nas vigas contínuas, nas treliças planas e nos pórticos planos, isto é, os coeficientes de rigidez das matrizes SMi de cada barra são colocados nas respectivas posições dentro da matriz SJ. Para cada GDL de um nó onde concorram duas ou mais barras, os correspondentes coeficientes de rigidez são somados dentro da matriz SJ. 17.5 Montagem do vetor de cargas da grelha O vetor de cargas AC é igual a soma do vetor de ações nodais A (cargas concentradas e/ou momentos aplicados diretamente nos nós da grelha) com o vetor de ações nodais equivalentes AE (reações e momentos de engaste perfeito na estrutura restringida com sinais trocados). Os vetores A, AE e AC devem ser montados na numeração prioritária e em coordenadas globais. As reações e os momentos de engaste perfeito, em coordenadas locais, para uma barra “i” de grelha com carga uniformemente distribuída q estão ilustrados na figura abaixo. Fig. 200 – Reações e momentos de engaste perfeito para uma barra “i” de grelha com carga uniformemente distribuída q. i q L qL/2 qL2/12 qL2/12 qL/2 xL yL 237 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Os valores das reações e dos momentos de engaste perfeito, em coordenadas locais, de cada barra “i” da grelha são colocados nos vetores AMLi L. Para uma barra “i” com carga uniformemente distribuída q o vetor AMLi L fica: N.m N N.m N 12 L q 2 L q 0 12 L q 2 L q 0 2 2 L i AML onde: q é a carga uniformemente distribuída na barra “i”; L é o comprimento da barra “i”. O vetor AE é montado a partir dos vetores AMLi , em coordenadas globais. Para calcular os vetores AMLi de todas as barras em coordenadas globais deve ser usada a seguinte expressão: AMLi = Ri T . AMLi L Finalmente, o vetor AE pode ser montado com os valores dos vetores AMLi , em coordenadas globais, com os sinais trocados e seguindo a numeração prioritária dos GDL. 17.6 Considerações sobre as ações de extremidade de barra As ações de extremidade para uma barra “i” de grelha com nó inicial J e final K, com uma orientação qualquer no plano X – Z, são os momentos em torno dos eixos “X” e “Z” e a força na direção “Y”, isto é, AMJx, AMJy e AMJz para o nó J e AMKx, AMKy e AMKz para o nó K, como indicado na figura abaixo. 238 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 201 – Ações de extremidade em uma barra “i” de grelha em coordenadas globais. As ações de extremidade de barra devem ser expressas em coordenadas locais, como ilustrado na figura a seguir. Fig. 202 – Ações de extremidade em uma barra “i” de grelha em coordenadas locais. A equação utilizada no método da rigidez para calcular as seis ações de extremidade de uma barra genérica “i” de grelha AMi L ,em coordenadas locais, é a seguinte: L i L i L i L i . DSMAMLAM onde: AMLi L é o vetor que contém as reações e os momentos de engaste perfeito da barra “i”, em coordenadas locais, apresentada no item 17.5; X Y Z AMJy = AMi 2 AMJz = AMi 3 AMJx = AMi 1 K xL zL i J yL AMKy = AMi 5 AMKz = AMi 6 AMKx = AMi 4 X Y Z AMJyL = AMiL2 AMJzL = AMiL3 L AMJxL = AMiL1 K xL zL i J yL AMKy L = AMiL5 AMKzL = AMiL6 AMKxL = AMiL4 239 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS SMi L é a matriz de rigidez de barra em coordenadas locais, apresentada no item 17.1; Di L é o vetor que contém os deslocamentos nos nós inicial e final da barra “i”, em coordenadas locais. Os deslocamentos livres obtidos da solução do sistema de equações DSAC . resultam em coordenadas globais. Portanto, para determinar Di L basta fazer: Di L = Ri . Di onde: Ri é a matriz de rotação da barra “i” da grelha; Di é o vetor que contém os deslocamentos nos nós inicial e final da barra “i”, em coordenadas globais. Finalmente, as ações de extremidade de barra AMi L ,em coordenadas locais, podem ser obtidas por: ii L i L i L i . . DRSMAMLAM 17.7 Considerações sobre o traçado dos diagramas de MT, EC e MF Depois de calculadas as ações de extremidade de barra em coordenadas locais, deve- se observar a convenção de sinais para traçar os diagramas de momento de torção (MT), esforço cortante (EC) e momento fletor (MF). Para uma barra “i”, no nó inicial J, AMi L 1 positivo (+) significa momento de torção positivo (+), AMi L 2 positivo (+) significa esforço cortante positivo (+) e AMi L 3 positivo (+) significa momento fletor negativo (–), enquanto que no nó final K, AMi L 4 positivo (+) significa momento de torção negativo (–), AMi L 5 positivo (+) significa esforço cortante negativo (–) e AMi L 6 positivo (+) significa momento fletor positivo (+). Deve-se observar que para uma barra “i” AMi L 1 e AMi L 4 são momentos de torção. Caso não exista nenhum momento de torção aplicado no meio da barra “i”, sempre ocorrerá AMi L 1 = – AMi L 4. 240 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 17.8 Exemplo Calcular os deslocamentos, as reações de apoio e os esforços nas barras da grelha submetida ao carregamento indicado na figura abaixo, empregando o método da rigidez. Fig. 203 – Grelha do exemplo com dimensões e carregamento. Todas as barras têm seção transversal de 15 x 40 cm e são de concreto armado, com módulo de elasticidade longitudinal E = 20 GPa. O módulode elasticidade transversal G pode ser calculado por: ) 1 ( 2 E G onde: é o coeficiente de Poisson. No caso do concreto = 0,20. Assim: GPa 8,3333 ) 0,20 1 ( 2 20 G Os nós da grelha são numerados de forma qualquer. A numeração arbitrária dos GDL segue a numeração dos nós, priorizando o giro em torno do eixo “X”, depois o deslocamento vertical na direção “Y” e em seguida o giro em torno do eixo “Z”, em um mesmo nó, como indicado na figura a seguir. X Y Z 4,0 m 5,0 m q = 10 kN/m Mx = 5 kN.m Mz = 7 kN.m 241 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A grelha do exemplo possui três nós (NJ = 3), três barras (M = 3), três nós com algum tipo de restrição (NRJ = 3), quatro deslocamentos livres (N = 4 D4, D6, D7 e D9) e cinco deslocamentos restringidos (NR = 5 D1, D2, D3, D5 e D8), num total de nove GDL (N + NR = 4 + 5 = 9). A origem do sistema de referência global é adotada no nó “1”. As conectividades das barras são consideradas da seguinte forma: Fig. 204 – Grelha do exemplo na numeração arbitrária dos GDL. Inicialmente são calculados os momentos de inércia à flexão Iz e à torção Ix das barras. 4 33 z m 0,0008 12 0,40 0,15 12 h b I 3 x b . a . β I para a > b Sendo: a / b = 2,667 → = 0,252. Assim: 433 x m 0,00034 0,15 . 0,40 . 0,252 b . a . β I A seguir são determinadas as matrizes de rigidez de barra nos sistemas de referência local e global: D3 X Y D1 D2 2 Z 1 3 D7 D8 D9 Numeração arbitrária Conectividades: Barra Nó J Nó K 1 1 2 2 1 3 3 2 3 2 1 3 4,0 m 5,0 m D4 D5 D6 242 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para a barra “1” = 0º Fig. 205 – Barra “1” da grelha do exemplo na numeração arbitrária. O comprimento da barra “1” (L1) vale: )z (z )x x( L 2JK 2 JK m 4 )00()04( L 221 A matriz de rigidez da barra “1” no sistema de referência local fica: 1z11 2 11z11z11 2 11z1 2 11z1 3 1z11 2 11z1 3 1z11 11x111x1 11z1 2 11z11z11 2 11z1 2 11z1 3 1z11 2 11z1 3 1z11 11x111x1 L 1 L / I E 4L/I E 60L / I E 2L/I E 60 L/I E 6L / I E 120L/I E 6L / I E 120 00L/I G00L/I G L/I E 2L/I E 60L / I E 4L/I E 60 L/I E 6L / I E 120L/I E 6L / I E 120 00L/I G00L/I G SM onde: E1 = E = 20 GPa = 20 x 10 9 N/m2 = 2,0 x 1010 N/m2 G1 = G = 8,3333 GPa = 8,333 x 10 9 N/m2 = 0,83333 x 1010 N/m2 Iz1 = Iz = 0,0008 m 2 Ix1 = Ix = 0,00034 m 4 L1 = 4,0 m Assim: 000,1600000,6000000,800000,6000 000,600000,3000000,600000,3000 008333,70008333,70 000,800000,6000000,1600000,6000 000,600000,3000000,600000,3000 008333,70008333,70 10 L 6 L 5 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDDDD 4L 1SM D3 D1 D2 1 2 1 4,0 m D4 D5 X ≡ xL Y ≡ yL D6 243 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Os cossenos diretores são: 1 4 0 4 L x x cos JK 0 4 0 0 L z z sen JK Portanto, o ângulo da barra “1” com o eixo “X” global é θ = 0º. A matriz de rotação para a barra “1” da grelha (R1) fica: 100000 010000 001000 000100 000010 000001 cos0sen000 010000 sen0cos000 000cos0sen 000010 000sen0cos 1R A matriz de rotação R1 é igual à matriz identidade. A matriz de rigidez da barra “1” no sistema de referência global fica: SM1 = R1 T . SM1 L . R1 Resultando, na numeração arbitrária: 000,1600000,6000000,800000,6000 000,600000,3000000,600000,3000 008333,70008333,70 000,800000,6000000,1600000,6000 000,600000,3000000,600000,3000 008333,70008333,70 10 654321 DDDDDD 4 1SM Pode-se observar que para a barra “1” a matriz L1SM é igual a 1SM , pois θ = 0º e consequentemente R1 é igual à matriz identidade. 244 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para a barra “2” = + 90º Fig. 206 – Barra “2” da grelha do exemplo na numeração arbitrária. O comprimento da barra “2” (L2) vale: )z (z )x x( L 2JK 2 JK m 5 )05()00( L 221 A matriz de rigidez da barra “2” no sistema de referência local fica: 2z22 2 22z22z22 2 22z2 2 22z2 3 2z22 2 22z2 3 2z22 22x222x2 22z2 2 22z22z22 2 22z2 2 22z2 3 2z22 2 22z2 3 2z22 22x222x2 L 2 L / I E 4L/I E 60L / I E 2L/I E 60 L/I E 6L / I E 120L/I E 6L / I E 120 00L/I G00L/I G L/I E 2L/I E 60L / I E 4L/I E 60 L/I E 6L / I E 120L/I E 6L / I E 120 00L/I G00L/I G SM onde: E2 = E = 20 GPa = 20 x 10 9 N/m2 = 2,0 x 1010 N/m2 G2 = G = 8,333 GPa = 8,333 x 10 9 N/m2 = 0,8333 x 1010 N/m2 Iz2 = Iz = 0,0008 m 2 Ix2 = Ix = 0,00034 m 4 L2 = 5,0 m D3 D1 D2 2 Z D7 D8 D9 1 3 5,0 m Y ≡ yL X = + 90º xL 245 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Assim: 000,1280000,3840000,640000,3840 000,384600,1530000,384600,1530 006667,56006667,56 000,640000,3840000,1280000,3840 000,384600,1530000,384600,1530 006667,56006667,56 10 L 6 L 5 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDDDD 4L 2SM Os cossenos diretores são: 0 4 0 0 L x x cos JK 1 5 0 5 L z z sen JK Portanto, o ângulo da barra “2” com o eixo “X” global é θ = + 90º. A matriz de rotação para a barra “2” da grelha (R2) fica: 001000 010000 100000 000001 000010 000100 cos0sen000 010000 sen0cos000 000cos0sen 000010 000sen0cos 2R A matriz de rigidez da barra “2” no sistema de referência global fica: SM2 = R2 T . SM2 L . R2 Resultando, na numeração arbitrária: 6667,56006667,5600 0600,153000,3840600,153000,384 0000,384000,12800000,384000,640 6667,56006667,5600 0600,153000,3840600,153000,384 0000,384000,6400000,384000,1280 . 10 987321 DDDDDD 4 2SM 246_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Para a barra “3” = + 128,66º Fig. 207 – Barra “3” da grelha do exemplo na numeração arbitrária. O comprimento da barra “3” (L3) vale: )z (z )x x( L 2JK 2 JK m 6,4031 )05()40( L 223 A matriz de rigidez da barra “3” no sistema de referência local fica: 3z33 2 33z33z33 2 33z3 2 33z3 3 3z33 2 33z3 3 3z33 33x333x3 33z3 2 33z33z33 2 33z3 2 33z3 3 3z33 2 33z3 3 3z33 33x333x3 L 3 L / I E 4L/I E 60L / I E 2L/I E 60 L/I E 6L / I E 120L/I E 6L / I E 120 00L/I G00L/I G L/I E 2L/I E 60L / I E 4L/I E 60 L/I E 6L / I E 120L/I E 6L / I E 120 00L/I G00L/I G SM onde: E3 = E = 20 GPa = 20 x 10 9 N/m2 = 2,0 x 1010 N/m2 G3 = G = 8,333 GPa = 8,333 x 10 9 N/m2 = 0,8333 x 1010 N/m2 Iz3 = 0,0008 m 2 Ix3 = 0,00034 m 4 L3 = 6,4031 m X Y Z 3 D7 D8 D9 2 3 4,0 m 5,0 m D4 D5 D6 xL = + 128,66º 247 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Assim: 512,999146,2340756,499146,2340 146,234135,730146,234135,730 002492,44002492,44 756,499146,2340512,999146,2340 146,234135,730146,234135,730 002492,44002492,44 10 L 6 L 5 L 4 L 3 L 2 L 1 DDDDDD 4L 3SM Os cossenos diretores são: 0,6247 4031,6 4 0 L x x cos JK 0,7809 4031,6 0 5 L z z sen JK Portanto, o ângulo da barra “3” com o eixo “X” global é θ = + 128,66º. A matriz de rotação para a barra “3” da grelha (R3) fica: 6247,007809,0000 010000 7809,006247,0000 0006247,007809,0 000010 0007809,006247,0 cos0sen000 010000 sen0cos000 000cos0sen 000010 000sen0cos 3R A matriz de rigidez da barra “3” no sistema de referência global fica: SM3 = R3 T . SM3 L . R3 Resultando, na numeração arbitrária: 035,417270,146982,465046,168270,146 368,265 270,146135,73838,182270,146135,73838,182 982,465838,182727,626368,265838,182461,287 046,168270,146368,265035,417270,146982,465 270,146135,73838,182270,146135,73 838,182 368,265838,182461,287982,465838,182727,626 . 10 987654 DDDDDD 4 3SM 248 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS A matriz de rigidez global SJ pode ser obtida, na numeração arbitrária, somando as matrizes de rigidez das barras, expandidas à dimensão da matriz de rigidez global (SJ = SM1 + SM2 + SM3): 000000000 000000000 000000000 000000,1600000,6000000,800000,6000 000000,600000,3000000,600000,3000 000008333,70008333,70 000000,800000,6000000,1600000,6000 000000,600000,3000000,600000,3000 0 0 0 008333,70008333,70 . 10 987654321 DDDDDDDDD 4 SJ + 6667,56000006667,5600 0600,153000,3840000600,153000,384 0000,384000,12800000000,384000,640 000000000 00000 0 000 00000 0 000 6667,56000006667,5600 0600,153000,38400 0 0600,153000,384 0 000,384000,640 0 0 0 0 000,384000,1280 . 10 987654321 DDDDDDDDD 4 + 035,417270,146982,465046,168270,146368,265000 270,146135,73838,182270,146135,73838,182000 982,465838,182727,626368,265838,182461,287000 046,168270,146368,265035,417270,146982,465000 270,146135,73838,182270,146135,73838,182000 368,265838,182461,287982,465838,182727,626000 000000000 000000000 0 0 0 0 0 0 0 0 0 . 10 987654321 DDDDDDDDD 4 Resultando: 249 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 702,473270,146982,465046,168270,146368,2656667,5600 270,146735,226838,566270,146135,73838,1820600,153000,384 982,465838,566727,1906368,265838,182461,2870000,384000,640 046,168270,146368,265035,2017270,746982,465000,800000,6000 270,146135,73838,182270,746135,373838,182000,600000,3000 368,265838,182461,287982,465838,182560,697008333,70 6667,5600000,800000,6000667,1656000,6000 0600,153000,384000,600000,3000000,600600,453000,384 0000,384000,640008333,700000,384833,1350 . 10 987654321 DDDDDDDDD 4 SJ A matriz SJ deve ser colocada na numeração prioritária, para que possa ser particionada em S, SRD, SDR e SRR. A numeração prioritária dos GDL da grelha do exemplo está indicada na figura abaixo. Fig. 208 – Grelha do exemplo na numeração prioritária. Reordenando as linhas e as colunas de SJ para a numeração prioritária, obtém-se: 735,226135,730600,153000,384270,146838,566270,146838,182 135,73135,373000,600000,3000270,146838,182270,746 838,182 0000,600667,1656000,6000667,560000,8000 600,153000,300000,600600,453000,3840000,384000,6000 000,38400000,384833,13500000,6400833,70 270,146270,146667,5600702,473982,465046,168368,265 838,566838,1820000,384000,640982,465727,1906368,265461,287 270,146270,746000,800000,6000046,168368,265035,2017982,465 838,182838,18200833,70368,265461,287982,465560,697 . 10 853219764 DDDDDDDDD 4 SJ D2 D7 X Y D5 D6 2 Z 1 3 D3 D9 D4 Numeração prioritária Conectividades: Barra Nó J Nó K 1 1 2 2 1 3 3 2 3 2 4,0 m 5,0 m D1 D8 3 1 250 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS SRRSRD SDRS SJ Assim, as matrizes S e SDR ficam: 702,473982,465046,168368,265 982,465727,1906368,265461,287 046,168368,265035,2017982,465 368,265461,287982,465560,697 . 10 4S 270,146838,566270,146838,182 270,146838,182270,746838,182 667,560000,8000 0000,384000,6000 0000,6400833,70 . 10 4SRD O vetor de cargas (AC) é obtido da mesma forma que nos pórticos planos, na numeraçãoprioritária. O vetor AC é formado pela soma do vetor de ações nodais (forças e/ou momentos) diretamente aplicadas nos nós da grelha (A) com o vetor de ações nodais equivalentes (AE). ARLAR AC ARLAR ADLAD AEAAC Para a grelha do exemplo, o vetor A na numeração prioritária fica: 9 8 7 6 5 AR AR AR AR AR 7,0000 0,0000 0,0000 5,0000 A 251 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS O vetor AE é obtido a partir das reações e momentos de engaste perfeito das barras da grelha (vetores AMLi de cada barra), em coordenadas globais e na numeração prioritária. As reações e os momentos de engaste perfeito no sistema local de coordenadas das barras “1”, “2” e “3” estão ilustrados nas figuras abaixo. Fig. 209 – Reações e momentos de engaste perfeito para a barra “1” da grelha do exemplo. Fig. 210 – Reações e momentos de engaste perfeito para a barra “2” da grelha do exemplo. Fig. 211 – Reações e momentos de engaste perfeito para a barra “3” da grelha do exemplo. Deste modo, os vetores AMLL (em coordenadas locais) para as barras “1”, “2” e “3” ficam: xL 2 q = 10 kN/m 5,0 m qL/2 = 25 kN qL2/12 = 20,833 kN.m qL2/12 = 20,833 kN.m qL/2 = 25 kN xL 3 q = 10 kN/m 6,403 m qL/2 = 32,016 kN qL2/12 = 34,167 kN.m qL2/12 = 34,167 kN.m qL/2 = 32,016 kN xL 1 q = 10 kN/m 4,0 m qL/2 = 20 kN qL2/12 = 13,333 kN.m qL2/12 = 13,333 kN.m qL/2 = 20 kN 252 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS kN.m kN kN.m kN.m kN kN.m 333,13 000,20 0 333,13 000,20 0 L1 AML kN.m kN kN.m kN.m kN kN.m 833,20 000,25 0 833,20 000,25 0 L2 AML kN.m kN kN.m kN.m kN kN.m 167,34 016,32 0 167,34 016,32 0 L3 AML O vetor de ações nodais equivalentes (AE) é obtido a partir dos valores dos vetores AMLi de todas as barras, em coordenadas globais e com o sinal trocado. Para calcular os vetores AMLi de todas as barras em coordenadas globais deve ser usada a seguinte expressão: AMLi = Ri T . AMLi L Para a barra 1, o vetor AML1 em coordenadas globais e na numeração prioritária, fica: AML1 = R1 T . AML1 L AML AML AML AML AML AML . cos0sen000 010000 sen0cos000 000cos0sen 000010 000sen0cos AML AML AML AML AML AML L 1 6 L 1 5 L 1 4 L 1 3 L 1 2 L 1 1 1 6 1 5 1 4 1 3 1 2 1 1 2 8 1 7 6 5 1 6 1 5 1 4 1 3 1 2 1 1 D D D D D D 333,13 000,20 0 333,13 000,20 0 333,13 000,20 0 333,13 000,20 0 . 100000 010000 001000 000100 000010 000001 AML AML AML AML AML AML 253 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Pode-se observar que para a barra “1” o vetor AML1 (em coordenadas globais) é igual a AML1 L (em coordenadas locais), pois θ = 0º e a matriz de rotação R1 é igual à matriz identidade. Para a barra 2, o vetor AML2 em coordenadas globais e na numeração prioritária, fica: AML2 = R2 T . AML2 L AML AML AML AML AML AML . cos0sen000 010000 sen0cos000 000cos0sen 000010 000sen0cos AML AML AML AML AML AML L 2 6 L 2 5 L 2 4 L 2 3 L 2 2 L 2 1 2 6 2 5 2 4 2 3 2 2 2 1 4 9 3 7 6 5 2 6 2 5 2 4 2 3 2 2 2 1 D D D D D D 0 000,25 833,20 0 000,25 833,20 833,20 000,25 0 833,20 000,25 0 . 001000 010000 100000 000001 000010 000100 AML AML AML AML AML AML Para a barra “3”, o vetor AML3 (em coordenadas globais) fica: AML3 = R3 T . AML3 L AML AML AML AML AML AML . cos0sen000 010000 sen0cos000 000cos0sen 000010 000sen0cos AML AML AML AML AML AML L 3 6 L 3 5 L 3 4 L 3 3 L 3 2 L 3 1 3 6 3 5 3 4 3 3 3 2 3 1 254 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 167,34 016,32 0 167,34 016,32 0 . 6247,007809,0000 010000 7809,006247,0000 0006247,007809,0 000010 0007809,006247,0 AML AML AML AML AML AML 3 6 3 5 3 4 3 3 3 2 3 1 4 9 3 2 8 1 3 6 3 5 3 4 3 3 3 2 3 1 D D D D D D 344,21 016,32 680,26 344,21 016,32 680,26 AML AML AML AML AML AML Para a grelha do exemplo, o vetor AE na numeração prioritária fica: 9 8 7 6 5 4 3 2 1 D D D D D D D D D 016,57 016,52 13,333 45,000 20,833 21,344 513,47 677,34 680,26 016,32 25,000 016,32 20,000 0,000 13,333 25,000 20,000 833,20 0,000 344,21 000,0 680,26 833,20 344,21 333,13 680,26 0 AE Lembrando que, para montar o vetor AE basta pegar os respectivos valores nos vetores AMLi das barras da grelha, em coordenadas globais, na numeração prioritária e com os sinais trocados. Assim, o vetor AC, na numeração prioritária, fica: 255 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS“A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 57,016 AR 52,016 AR 13,333 AR 45,000 AR 20,833 AR 34414, 513,47 34,677 31,680 016,57 016,52 13,333 45,000 20,833 21,344 513,47 677,34 680,26 AR AR AR AR AR 7,0000 0,0000 0,0000 5,0000 9 8 7 6 5 9 8 7 6 5AEAAC ARLAR AC AC Finalmente, os vetores AC e AR – ARL ficam: 34414, 513,47 34,677 31,680 AC 57,016 AR ,01652 AR 13,333 AR 45,000 AR 20,833 AR 9 8 7 6 5 ARLAR Resolvendo o sistema de equações DSAC . ____ : D D D D . 701,473982,465046,168368,265 982,465727,1906368,265461,287 046,168368,265035,2017982,465 368,265461,287982,465560,697 . 10 34414, 513,47 34,677 31,680 4 3 2 1 4 obtêm-se os deslocamentos livres: rad rad rad rad 0,46773 0,24900 08741,0 67631,0 . 10 5 D na numeração prioritária 256 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS As reações de apoio são calculadas por AR = ARL + SRD . D: 0,46773 0,24900 08741,0 67631,0 . 10 . 270,146838,566270,146838,182 270,146838,182270,746838,182 667,560000,8000 0000,384000,6000 0000,6400833,70 . 10 57,016 ,01625 13,333 45,000 20,833 AR AR AR AR AR 54 9 8 7 6 5 resultando: kN kN kN.m kN kN.m 49,703 44,522 22,977 59,806 ,56141 AR na numeração prioritária Os vetores D e AR na numeração arbitrária ficam: rad rad rad rad 0,46773 0 0,24900 08741,0 0 67631,0 0 0 0 . 10 5 D kN kN kN.m kN kN.m 0 49,703 0 0 44,522 0 22,977 59,806 561,41 AR As ações de extremidade de barra devem ser expressas em coordenadas locais. Para uma barra genérica “i” as ações de extremidade são dadas por: ii L i L i L i . . DRSMAMLAM Para a barra “1” tem-se: 11 L 1 L 1 L 1 . . DRSMAMLAM 0,08741 0 0,67631 0 0 0 .5.10 100000 010000 001000 000100 000010 000001 . 000,1600000,6000000,800000,6000 000,600000,3000000,600000,3000 008333,70008333,70 000,800000,6000000,1600000,6000 000,600000,3000000,600000,3000 D 0 D 0 D 8333,70 D 0 D 0 D 8333,70 .410 13,333 20,000 0 13,333 20,000 0 L 1 L 6 L 5 L 4 L 3 L 2 L 1 AM 257 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS kN.m kN kN.m kN.m kN kN.m 0,652 14,756 4,791 20,326 25,244 ,7914 L1 AM Para a barra “2” tem-se: 22 L 2 L 2 L 2 . . DRSMAMLAM 0,46773 0 0,24900 0 0 0 .5.10 001000 010000 100000 000001 000010 000100 . 000,1280000,3840000,640000,3840 000,384600,1530000,384600,1530 006667,56006667,56 000,640000,3840000,1280000,3840 000,384600,1530000,384600,1530 D 0 D 0 D 6667,56 D 0 D 0 D 6667,56 .410 833,20 000,25 0 833,20 000,25 0 L 2 L 6 L 5 L 4 L 3 L 2 L 1 AM kN.m kN kN.m kN.m kN kN.m 11,039 15,438 ,6512 36,770 34,562 2,651 L2 AM Para a barra “3” tem-se: 33 L 3 L 3 L 3 . . DRSMAMLAM 0,46773 0 0,24900 0,08741 0 0,67631 ..10 6247,007809,0000 010000 7809,006247,0000 0006247,007809,0 000010 0007809,006247,0 . 512,999146,2340756,499146,2340 146,234135,730146,234135,730 002492,44002492,44 756,499146,2340512,999146,2340 146,234135,730146,234135,730 002492,44002492,44 .10 34,167 32,016 0 34,167 32,016 0 5 DDDDDD 4L 3 L 6 L 5 L 4 L 3 L 2 L 1 AM kN.m kN kN.m kN.m kN kN.m ,64914 34,265 ,6400 0,243 29,766 0,640 L3 AM 258 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Deve-se observar que para uma barra genérica “i” AMi L 1 e AMi L 4 são momentos de torção. Caso não exista nenhum momento de torção aplicado no meio da barra “i”, sempre ocorrerá AMi L 1 = – AMi L 4. As ações de extremidade de barra AMi L 2 e AMi L 5 são esforços cortantes, enquanto que AMi L 3 e AMi L 6 são momentos fletores, como ilustrado na figura abaixo para a grelha do exemplo. Fig. 212 – Esforços nas barras da grelha do exemplo. Verificações: kN.m 561,41 AR ) 36,770 4,791 ( ) AM AM ( 53 L 21 L 1 OK! kN 59,806 AR 34,562 25,244 AM AM 62 L 22 L 1 OK! kN.m 22,977 AR 2,651 20,326 AM AM 71 L 23 L 1 OK! kN 44,522 AR 29,766 14,756 AM AM 82 L 35 L 1 OK! kN 49,703 AR 34,265 15,438 AM AM 95 L 35 L 2 OK! 2 1 3 2 3 1 1 2 3 AM3L6 = - 14,649 kN.m AM3L4 = 0,640 kN.m AM3L5 = 34,265 kN AM3L2 = 29,766 kN AM3L3 = 0,243 kN.m AM3L1 = - 0,640 kN.m AM2L4 = - 2,651 kN.m AM2L6 = 11,039 kN.m AM2L5 = 15,438 kN AM2L2 = 34,562 kN AM2L3 = 36,770 kN.m AM2L1 = 2,651 kN.m AM1L1 = - 4,791 kN.m AM1L3 = 20,326 kN.m AM1L2 = 25,244 kN AM1L4 = 4,791 kN.m AM1L6 = 0,652 kN.m AM1L5 = 14,756 kN 259 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Lembrando que as ações de extremidade de barra são as ações (ou reações) situadas nas seções das extremidades das barras, de forma que, construindo um diagrama de corpo livre da barra, estas ações, junto com as cargas externas aplicadas no vão da barra, mantém a barra em equilíbrio. 260 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS 17.9 Exemplo Resolver a mesma grelha do exemplo anterior, substituindo o engaste nó “1” por um apoio, como ilustrado na figura abaixo. Fig. 213 – Grelha do exemplo 17.9 com dimensões e carregamento. Todas as barras têm seção transversal de 15 x 40 cm e são de concreto armado, com módulo de elasticidade longitudinal E = 20 GPa e módulo de elasticidade transversal G = 8,3333 GPa. Os nós da grelha são numerados da mesma maneira que no exemplo anterior. A numeração arbitrária dos GDL segue a numeração dos nós, priorizando o giro em torno do eixo “X”, depois o deslocamento vertical na direção “Y” e em seguida o giro em torno do eixo “Z”, em um mesmo nó, como indicado na figura a seguir. A grelha do exemplo possui três nós (NJ = 3), três barras (M = 3), três nós com algum tipo de restrição (NRJ = 3), seis deslocamentos livres (N = 6 D1, D3, D4, D6, D7 e D9) e três deslocamentos restringidos (NR = 3 D2, D5 e D8), num total de nove GDL (N + NR = 6 + 3 = 9). A origem do sistema de referência global é adotada no nó “1”. As conectividades das barras são consideradas da seguinte forma: X Y Z 4,0 m 5,0 m q = 10 kN/m Mx = 5 kN.m Mz = 7 kN.m 261 _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ECC 1002 – ANÁLISE MATRICIAL DE ESTRUTURAS “A” Prof. Dr. João Kaminski Junior – UFSM Prof. Dr. Herbert Martins Gomes – UFRGS Fig. 214 – Grelha do exemplo 17.9 na numeração arbitrária dos GDL. Os momentos de inércia à flexão Iz e à torção Ix das barras são: 4 33 z m 0,0008 12 0,40 0,15 12 h b I 433 x m 0,00034 0,15 . 0,40 . 0,252 b . a . β I D3 X Y D1 D2 2 Z 1 3 D7 D8 D9 Numeração arbitrária Conectividades: Barra Nó J Nó K 1 1 2 2 1 3 3 2 3 2 1 3 4,0 m 5,0 m D4 D5 D6 ANEXO A Tabela A.1 - Cálculo das Integrais de momentos: ds M M I/ Ic (comprimento equivalente I/ I . ' c ) ' M M ' M M 2 1 B ' )M M( M 2 1 BA ' M M 3 2 m ' M M 3 2 B ' M M 3 1 B ' M M 2 1 ' M M 2 1 B ' M M 3 1 BB ' )M 2 M( M 6 1 BAB ' M M 3 1 mB ' M M 12 5 BB ' M M 4 1 BB ' M M α) (1 6 1 B ' M M 2 1 A ' M M 6 1 BA ' )M M (2 M 6 1 BAA ' M M 3 1 mA ' M M 4 1 BA ' M M 12 1 BA ' M M β) (1 6 1 A ' M )M (M 2 1 BA ' M )M 2 (M 6 1 BBA ' )]M 2 (M M )M M (2 M[ 6 1 BAB BAA ' M )M (M 3 1 mBA ' M )M 5 M (3 12 1 BB A ' M )M 3 (M 12 1 BB A ' M α)] (1 M β) (1 [M 6 1 B A ' M M 3 2 m ' M M 3 1 Bm ' )M M( M 3 1 BAm ' M M 15 8 mm ' M M 15 7 Bm ' M M 5 1 Bm ' M M β) α (1 3 1 m ' M M 3 2 B ' M M 12 5 BB ' )M 5 M (3 M 12 1 BAB ' M M 15 7 mB ' M M 12 8 BB ' M M 10 3 BB ' M M )β β (5 12 1 B 2 ' M M 3 2 A ' M M 4 1 BA ' )M 3 M (5 M 12 1 BAA ' M M 15 7 mA ' M M 30 11 BA ' M M 15 2 BA ' M M )α α (5 12 1 A 2 ' M M 3 1 B ' M M 4 1 BB ' )M 3 M( M 12 1 BAB ' M M 5 1 mB ' M M 10 3 BB ' M M 5 1 BB ' M M )α α (1 12 1 B 2 ' M M 3 1 A ' M M 14 1 BA ' )M M (3 M 12 1 BAA ' M M 5 1 mA ' M M 15 2 BA ' M M 30 1 BA ' M M )β β (1 12 1 A 2 ' M M 2 1 ' M M α) (1 6 1 B ' ]M α) (1 M β) [(1 M 6 1 B A ' M M β) α (1 3 1 m ' M M )β β (5 12 1 B 2 ' M M )α α (1 12 1 B 2 ' M M 3 1 OBS.: a α b b a a b M a b Parábola 2º grau M Parábola 2º grau MB MA Parábola 2º grau Mm Parábola 2º grau MA MB Parábola 2º grau Parábola 2º grau MA MB Parábola 2º grau MB MA MA MB Parábola 2º grau Mm MB M M M MB Tabela A.2 - Forças de engastamento produzidas por cargas no vão (barra biengastada). ba 2 L / a)b (2 a M BM 2 L / b)a (2 b M AM 3 L / b a M 6BR AR L/2 b a 4 / M BM 4 / M AM 2L / 3MBR AR d / )T T ( α I EM M 21BA T αA ER R BA 20 / 2 L w BM 30 / 2 L w A M 20 / L w7 BR 20 / L w3 A R 2 / PBR 2 / P A R 8L/ P BM 8L/ P A M 12 / L wM M 2 / L wRR 2 BA BA L / a T T L / b T T B A L / a P R L / b P R B A 23 B 2222 A 33 B 3323 A L 12 / a) 3L (4 a wM L 12 / )a 3L a 8L (6 a wM L 2 / a)L (2 a wR L 2 / )aL a 2L (2 a wR 32 B 32 A L / b) 3(a a PR L / b)a (3 b PR 22 B 22 A L / b a P M L / b a PM Diferença de temperatura B A T2 T1 Aumento uniforme de temperatura B A T RA RB B A a P b RA RB B A a w b B A w L B A a b M B A a P b B A L RA RB MB MA B A a T b TA TB w B A L B A L/2 P L/2 Tabela A.3 - Forças de engastamento produzidas por deslocamentos na extremidade de barras biengastadas. L / A ERR BA 2 BA 3 BA /LΔ I E6 MM L / Δ I E 12RR /LIE4M /LIE2M /LIE6R R B A 2 BA /LJGTT BA B A L RA RB B A L RA RB MA MB B A L TA TB B A L RA RB MB MA 2 /LΔ I E6 BMA M 3 L / Δ I E 12BRA R A B L RB RA MB MA