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ASPECTOS RADIOGRÁFICOS DAS PERIAPICOPATIAS Normalmente, no periápice, visualizamos o osso alveolar com o trabeculado ósseo (varia de paciente para paciente e de região para região no mesmo indivíduo; na maxila o trabeculado é menor como uma teia e na mandíbula ele é maior e mais geométrico), a lâmina dura (e sua integridade: linha radiopaca) e o espaço pericementário (ou espaço para o ligamento periodontal: linha radiolúcida). O cemento não é visualizado nessa região. Lembrar do forame mentual que aparece em periapicais de pré-molares pode ser confundida com uma lesão periapical, mas a integridade da lâmina dura é completa. A papila dentária em dentes com a rizogênese incompleta pode também ser confundida com uma lesão periapical. O forame incisivo também pode ser projetado e se confundir com uma lesão na região dos incisivos (integridade da lâmina dura ou técnicas de dissociação). Em usuários de aparelhos ortodônticos, há o espessamento do espaço pericementário devido a uma pequena inflamação assintomática. A lâmina dura na região posterior pode se apresentar mais espessa. Isso são informações importantes que mostram a normalidade e as variações comuns dessa normalidade que podem ser confundidas com alguma lesão. As periapicopatias podem ser causadas por uma infecção pulpar (necrose e se propaga para o periápice), inflamação a partir de traumas (oclusal, quedas) ou de substâncias químicas (instrumentação e irrigação em endodontia) que repercutem no periápice e tentam se infiltrar nessa região. - PERICEMENTITE AGUDA: não possui nenhuma alteração radiográfica, mas há sintomatologia de 2 a 3 dias: sensação de dente crescido, dor espontânea que aumenta com o toque e na percussão vertical. Quando bacteriana ou química o dente não tem vitalidade pulpar (só sensível a percussão vertical) e quando traumática o dente tem vitalidade pulpar (sensível a percussão vertical e horizontal). Se a fase aguda é muito rápida ou subaguda, a dor pode não ser percebida. - PERICEMENTITE CRÔNICA: possui imagem radiolúcida de rarefação periapical com aumento do espaço cementário, lâmina dura interrompida, e com trabeculado mais denso (reação de osteíte condensante/esclerosante: forma de proteger os espaços medulares da infecção bacteriana não infiltrar). Sem sintomatologia dolorosa ou discreta ao toque. - ABSCESSO DENTOALVEOLAR: agudo (sem imagem: dor intensa, espontânea, aumenta mesmo com leve percussão, mobilidade dentária) ou crônico (radiografia mostra imagem de rarefação óssea difusa periapical sem limites definidos sem corticalização, mas sem sintomas ou se existentes discretos) de acordo com características clinicas e todos evoluem de um quadro de pericementite apical e a maioria a partir de necrose pulpar. Especificar qual é a raiz de dentes multirradiculares que está acometida. A drenagem do abscesso se dá pela formação de uma fístula ou parúlide e podemos rastrear a origem da drenagem através da inserção de um cone de guta- percha no orifício da parúlide e a exposição radiográfica da região mostra a origem da fistulização. - GRANUOMA PERIAPICAL: processo inflamatório crônico com imagem de rarefação óssea circunscrita com limites definidos e em alguns casos há a corticalização (linha radiopaca nos limites da lesão que circunda a lesão que aparece de acordo com a resposta óssea crônica do organismo). Assintomático descoberto em radiografia de rotina, dente com necrose pulpar, sendo um processo inflamatório crônico parcialmente organizado. - CISTO PERIODONTAL APICAL: sem sintomatologia, só sintomático quando infectado secundariamente. São lesões maiores e que normalmente é mais corticalizada que o granuloma, mas não tem como definir qual que é. Rarefação óssea periapical circunscrita corticalizada ou não (ou parcialmente corticalizada). - OSTEOMIELITES/OSTEÍTES: inflamação ou infecção dos espaços medulares que podem se propagar para locais distantes dos locais de origem. Resulta da infecção bacteriana que resulta na destruição lítica expansiva do osso, com supuração e sequestro ósseo (osso necrosado começa a se separar do osso e pode sair na cavidade bucal). Começa como aguda (sem imagem e com sintomatologia) e se torna crônico com aspecto radiográfico misto irregular (radiolúcida e radiopaca), vendo pedaços livres do osso necrótico (sequestro ósseo), aspecto de roído de traça. A osteomielite esclerosante focal ou condensante está associada a um periápice de um dente com cárie extensa e a imagem é uma área radiopaca no periápice homogênea ou irregular que mantem o espaço cementário e a lamina dura, entre a lesão e a raiz do dente (diagnostico diferencial para cementoblastoma), sem expansão e não possui linha radiolúcida periférica (diagnostico diferencial para displasia cemento-óssea focal). A osteomielite esclerosante difusa há a observação de áreas mistas com grande componente radiopaco em toda região do osso, principalmente na mandíbula (vascularização) com linha radiográfica periférica, possui períodos de sintomatologia, sem expansão óssea, com áreas radiopacas escleróticas espalhadas por toda a mandíbula (diagnóstico diferencial para displasia cemento-óssea florida). Importante é descrever a lesão, não diagnosticar. Na osteomielite proliferativa o processo inflamatório se propaga no periósteo que estimula a produção de osso que se mostram como linhas radiopacas que aparecem em sequência e entre elas há feixes radiolúcidos (mais visíveis em lesões iniciais), causando uma expansão óssea. Mais comum em pacientes jovens e mais visualizada em radiografias oclusais. Em forma de casca de cebola. ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS DAS PERIODONTOPATIAS Possui a gengiva, ligamento periodontal (não visível, só há o espaço), cemento e osso alveolar (crista óssea alveolar, espaço medular). Nos dentes anteriores a crista óssea é mais fina e seu ápice possui uma cortical radiopaca continua com a lâmina dura que muitas vezes não é visível, diferente dos dente posteriores, em que essa visualização vai ser mais fácil devido a crista ser mais espessa. A presença dessa cortical é importante para saber se o periodonto está saudável radiograficamente. Normalmente há uma inclinação de acordo com a inclinação do osso e a cortical do ápice faz um ângulo agudo com o osso alveolar. É considerado normal o tamanho de 2mm do ápice da crista alveolar até a junção amelocementária. A melhor radiografia é a interproximal, com melhor visualização da crista óssea, devido ao maior paralelismo e menor inclinação, mostrando uma imagem mais fiel. A avaliação da doença periodontal é através do exame periapical completo complementado com as interproximais, com observação da crista óssea, envolvimento de furca, osso presente, restauração em excesso (impactação alimentar), falta de contato interproximal e cálculo. As limitações são que ela é bidimensional, a perda óssea é subestimada, não mostra relação com tecido mole (perda óssea não significa doença ativa e a gengivite não apresenta sinais radiográficos) então devemos associar com a avaliação clínica. - GENGIVITE: não tem aspectos radiográficos, somente clínicos, pois não acomete os tecidos duros de suporte - PERIODONTITE: perda das estrutura de suporte, podendo até envolver a furca e vai evoluindo, a crista óssea vai diminuindo (aumento do tamanho entre a crista óssea e a junção amelocementária). A perda das cristas ósseas podem ser horizontais ou angular, podendo evoluir para lesões de furca (rarefação óssea difusa em região de furca) ou lesões endoperiodontais (rarefação óssea difusa na região de furca sociada a rarefação óssea periapical circunscrita ou difusa). Se a perda óssea é paralela a uma linha imaginária entre as junções amelocementária, a perda é horizontal; se essa linha é angulada em relação a crista, a perda é angulada e vamos dizer qual a face da raiz (mesial ou distal) em que direção da perda está inclinada (onde está mais baixa).Lembrando de verificar a distancia de 2mm e não confundir com a inclinação normal do dente no osso. FURCA HORIZONTAL ANGULADA PARA A MESIAL DO 36