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PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL

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1 
 
PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 
 O direito contratual rege-se por diversos princípios alguns tradicionais, outros mais modernos, sendo os mais 
importantes: 
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE – SERVE COMO FUNDAMENTO PARA OS CONTRATOS ATÍPICOS – 
Art 425/CC 
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste 
Código. 
Enunciado 582 – 7º Jornada de Direito Civil: Com suporte na liberdade contratual e, portanto, em 
concretização da autonomia privada, as partes podem pactuar garantias contratuais atípicas. 
Este princípio se alicerça exatamente na ampla liberdade contratual, no poder dos contratantes de 
disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades. Tem as partes a faculdade de celebrar ou 
não contratos, sem qualquer interferência dos Estados. Pode-se então conceituar três aspectos: 
 Faculdade de contratar e de não contratar; 
 Liberdade de escolha do outro contratante; 
 O poder de estabelecer o conteúdo do contrato. 
CONTRATO ATÍPICO: É aquele que resulta de um acordo de vontades não regulado no ordenamento 
jurídico, mas gerado pelas necessidades e interesses das partes. É valido, desde que estas sejam 
capazes e o objeto lícito, determinado ou determinável e suscetível de apreciação econômica. O 
contrato atípico requer muitas cláusulas, detalhando todos os direitos e obrigações que o compõem. 
Os contratos atípicos podem ser: 
PROPRIAMENTE DITOS: São aqueles criados sem qualquer relação com a legislação civil 
CONTRATO ATIPICO MISTO – Mistura do contrato atípico com o típico 
CONTRATO DE ADESÃO: É o contrato redigido somente pelo fornecedor, sem que o consumidor 
possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. Para estes contratos, a lei determina que 
as cláusulas que limitam o direito do consumidor sejam redigidas com destaque. 
 
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA ORDEM PÚBLICA 
É o limite do Princípio da Autonomia, compreendeu-se que se a ordem jurídica prometia a igualdade 
política, não estava assegurando a igualdade econômica. 
A Ordem Pública é também uma cláusula geral, inserida no ordenamento jurídico através do art 17 da 
LINDB: 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não 
terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
Este artigo retira a eficácia de qualquer declaração de vontade ofensiva da ordem pública. 
A doutrina considera de Ordem Pública as Normas que instituem a organização da família, as que 
estabelecem a ordem de vocação hereditária e a sucessão testamentária, as que pautam a 
organização política e administrativa do Estado, bem como as bases mínimas da organização 
econômica da Nação. 
Os Direitos também devem ser exercidos pelos BONS COSTUMES, conceito que decorre da 
observância das normas de convivência, segundo um padrão de conduta social estabelecido pelos 
sentimentos morais da época. 
Em resumo: a noção de ordem pública e o respeito aos bons costumes constituem freios e limites à 
liberdade contratual. 
 
PRINCÍPIO DO CONSENSUALISMO 
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei 
expressamente a exigir. 
2 
 
Rege esse princípio que para o aperfeiçoamento do contrato basta o acordo de vontades. 
Carlos Alberto Bittar conceitua que uma vez que o contrato se origina da vontade humana das partes, 
pode-se então concluir que as pessoas gozam da faculdade de vincular-se pelo simples CONSENSO, 
fundadas ademais, no princípio ético do respeito à palavra dada e na confiança recíproca que as leva 
a contratar. 
Com isso a Lei deve-se a princípio ABSTER-SE de estabelecer solenidades, formas ou fórmulas que 
conduzam ou qualifiquem o acordo, bastando para si a definição do contrato. Salvo alguns casos que 
exija, por sua seriedade de efeitos, o casamento, por exemplo. 
Logo, os contratos em regra, são consensuais e o formalismo é a exceção. 
 
PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS 
Trata-se este Princípio da ideia de que os efeitos do contrato só se produzem em relação às partes, 
àqueles que manifestaram a sua vontade vinculando-se ao seu conteúdo, não afetando terceiros nem 
seu patrimônio. 
Ou seja, as cláusulas gerais do contrato por conterem normas de ordem pública, não se destinam a 
proteger unicamente os direitos individuais das partes, mas tutelar o interesse da coletividade, que 
deve prevalecer quando em conflito com os interesses individuais. 
Jornada de Direito Civil: Art. 421: A função social do contrato constitui-se em cláusula geral que 
impõe a revisão do princípio da relatividade dos efeitos do contrato. Implica a tutela externa do crédito 
e seu reforço por meio do reconhecimento de que o contrato é dotado de função social. Gustavo 
Tepedino: Procurador Regional da República da 2ª Região. Teresa Negreiros: Pro 
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE ou PRINCÍPIO DA FORÇA VINCULANTE 
Representa a força vinculante das convenções, ou seja a irreversibilidade da palavra 
dada/empenhada. 
Traz os seguintes fundamentos: 
• Necessidade de segurança nos negócios: Presume-se que seria inexistente esta segurança se 
os contratantes pudessem não cumprir sua palavra; 
• Intangibilidade ou Imutabilidade do contrato: Decorre da convicção de que o ACORDO DE 
CONTADES faz lei entre as partes – Pacta Sunt Servanda – Os pactos devem ser cumpridos. 
• Qualquer modificação ou revogação terá de ser também, bilateral, não sendo, o inadimplemento 
confere a parte lesada o direito de fazer judicialmente a outra parte ser obrigada a cumprir o 
inicialmente acordado, ou a remeter indenização pelas perdas e danos, sob pena de execução 
patrimonial. 
• Art 389/CC: Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e 
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
• EXECEÇÃO: Escusa por caso fortuito ou força maior. Art 393/CC 
 
PRINCÍPIO DA REVISÃO OU ONEROSIDADE EXCESSIVA 
Art. 478/CC. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se 
tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da 
sentença que a decretar retroagirão à data da citação. 
Art. 479/CC. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as 
condições do contrato. 
Art. 480/CC. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear 
que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade 
excessiva. 
3 
 
Trata-se este princípio da permissão dos contraentes recorrerem ao Judiciário, para obterem 
ALTERAÇÃO DA CONVENÇÃO e CONDIÇÕES MAIS HUMANAS em determinadas situações. 
Destarte, consiste em presumir nos contratos COMUTATIVOS, de trato sucessivo e de execução 
diferida (adiada postergada) a existência implícita – não expressa, de uma cláusula que se alterada a 
situação de fato, estabelecida incialmente, por fatos extraordinários que tornem excessivamente 
oneroso para o devedor o adimplemento, uma guerra a exemplo, poderá o devedor requerer ao Juiz a 
isenção parcial ou total da obrigação. Rebus Sic Stantibus . 
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ e PROBIDADE: é cláusula geral que se aplica a todo o Direito. 
Art 5º CPP: Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo 
com a boa-fé. 
Art. 422/CC. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
A boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as tratativas, como 
também durante a formação e o cumprimento do contrato. Guarda relação com o princípio de direito 
que ninguém pode beneficiar-se da própria torpeza/ indecência. 
A Probidade é um dos aspectos da boa-fé e pode ser entendida como a honestidade deproceder ou 
a maneira criteriosa de cumprir todos os deveres que são atribuídos ou cometidos á pessoa. 
NOS CONTRATOS A BOA-FÉ DEVE SER MANTIDA: 
Na fase PRÉ-CONTRATUAL; 
Fase Preliminar Discussão Inicial – fase de negociações dela depende todo o contrato 
Na Fase EXECUÇÃO DO CONTRATO conclusão do contrato 
Fase PÓS CONTRATUAL: Término do Contrato 
O Princípio da boa-fé se biparte em boa-fé subjetiva e boa-fé objetiva. 
BOA FÉ SUBJETIVA – Concepção psicológica da boa-fé. Noção de entendimento equivocado. 
Trata esta divisão do conhecimento ou ignorância individual relativa a certos fatos, ou seja, conforme 
preceitua Judith Martins Costa, denota do estado de consciência ou convencimento individual da parte 
ao agir em conformidade ao direito, sendo aplicável, em regra, aos direitos reais. Logo para sua 
aplicação deve o interprete considerar a INTENÇÃO DO SUJEITO da relação jurídica, o seu ESTADO 
PSICOLÓGICO – a boa-fé se baseia numa crença ou ignorância, ou INTIMA CONVICÇÃO. 
• BOA FÉ OBJETIVA – Regra de Conduta 
O código Civil brasileiro trabalha a boa-fé objetiva, sendo esta fundada na honestidade, retidão, 
lealdade e na consideração para com os interesses do outro contraente, principalmente no sentido de 
não sonegar/ocultar informações relevantes a respeito do objeto e conteúdo do negócio. 
Trata desta forma, a boa-fé objetiva de um modelo jurídico, na medida em que se reveste de variadas 
formas, que a priori não é possível catalogar ou elencar, todavia esta imprecisão é necessária a um 
sistema aberto, tendo assim, o interprete, a liberdade de estabelecer o seu sentido e alcance em cada 
caso. 
Ainda a boa-fé objetiva é tratada no Código Civil em três dispositivos, sendo: 
Critério de interpretação do negócio jurídico 
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de 
sua celebração. 
Limite de comportamento - abuso de direito 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente 
os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
CRIAÇÃO DE DEVERES ACESSÓRIOS: 
4 
 
Art. 422/CC. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua 
execução, os princípios de probidade e boa-fé. 
Dever de proteção– Confere proteção as cláusulas abusivas; 
Dever de esclarecimento – Os contratantes que assinarem sem que tenham conhecimento do teor 
do contrato, não assinam nada – Contrato inexistente; 
Dever de lealdade - A parte não pode agir de forma desleal/Desonesta 
 
CONCEITOS CORRELATOS A BOA-FÉ OBJETIVA: 
Venire contra factum proprium: Protege uma parte contra aquela que pretende exercer uma 
posição jurídica em contradição com o comportamento assumido anteriormente. 
Suppressio: Um direito não exercido durante determinado lapso de tempo não poderá mais sê-lo, 
por contrariar a boa-fé. 
Surrectio: Acarreta o nascimento de um direito em razão da continuada prática de certos atos. 
Tu quoque: Proíbe que uma pessoa faça contra outra o que não faria contra si mesmo, 
constituindo em aplicação do mesmo princípio inspirador da exceptio non adimpleti contractus. 
 
DOS CONTRATOS ATÍPICOS: 
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste 
Código. 
Observações: As partem podem, a partir do princípio da autonomia de vontade celebrar contratos 
atípicos, desde que observadas as normas gerais estipuladas no código civil. 
Enunciado – 582 Convenção de Direito Civil 
Com suporte na liberdade contratual e, portanto, em concretização da autonomia privada, as 
partes podem pactuar garantias contratuais atípicas. 
OS CONTRATOS ATIPICOS PODEM SER: 
PROPRIAMENTE DITOS: São aqueles criados sem qualquer relação com a legislação civil 
CONTRATO ATIPICO MISTO – Mistura do contrato atípico com o típico 
CONTRATO DE ADESÃO: É o contrato redigido somente pelo fornecedor, sem que o 
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. Para estes contratos, a lei 
determina que as cláusulas que limitam o direito do consumidor sejam redigidas com destaque. 
No Brasil, em mais que esperada hora, o termo contrato de adesão foi trazido ao ordenamento jurídico 
pelo inovador Código de Defesa do Consumidor sendo, posteriormente, reafirmado pelo Código Civil 
de 2002. 
 
 
	Enunciado – 582 Convenção de Direito Civil

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