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teorico (55)(1)

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Prévia do material em texto

Estudos de Línguas 
Bíblicas Latim e Grego
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Fernando Ripoli
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Moreira
Construção Histórica do Grego Bíblico
• Introdução;
• Os Períodos do Grego;
• Os Dialetos do Grego Bíblico;
• Considerações Finais.
 · Desenvolver a construção histórica da língua grega e dos seus perío-
dos, do desenvolvimento do idioma (grego Bíblico), seus dialetos, a 
importância de conhecer o grego em que foi construído o Novo Tes-
tamento, levando os alunos (as) a conhecerem o ambiente da cons-
trução histórica do grego Bíblico. Esta primeira etapa é primordial 
para o aprendizado dos alunos (as), pois com esta base os discentes 
poderão identificar qual foi o período em que o grego do Novo Tes-
tamento foi escrito.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Construção Histórica do Grego Bíblico
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Construção Histórica do Grego Bíblico
Introdução
Neste primeira unidade, nosso objetivo é análisar onde o Novo Testamento 
grego se encaixa na história da língua grega (isto é conhecido como estudo 
diacrônico e externo) e em segundo lugar, olhar para certas questões relacionadas 
ao Novo Testamento grego (isto é um estudo sincronizado e interno) (SILVA, 2009, 
p. 81). O material “não” é igualmente importante para alguns especialistas do 
período romano que trabalham com as análise dos texto antigos, mas, para nós 
que estudamos a Bíblia, e principalmente, o Novo Testamento, é importante para 
chegarmos próximo da realidade contida nesses textos.
Diacrônico: refere-se a uma forma de leitura a que chamamos na exegese Bíblica de 
diacrônica. Significa simplesmente (diacronia = evolução; do grego dia; e através de; 
cro,noj = tempo), ou seja, as análises de textos literários no mundo antigo se fazem 
pela evolução através do tempo do texto. Exemplo disto é o Novo Testamento grego 
que estudaremos nesta unidade, texto produzido a quase 2.000 mil anos atrás. 
Ex
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Alguns especialistas, por vezes ignorados, serão usados para referência em nossos 
estudos nesta unidade. Dentre eles, um dos maiores especialistas do Novo Testamento 
grego é o Prof. Dr. Barth Ermann, desconsiderado por especialistas nos dias atuais 
do Novo Testamente, será de suma importância citá-lo em nossas unidades de estudos 
do Novo Testamento grego.
Teólogos, Historiadores, Linguistas, Filósofos e críticos e etc.
Ex
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Para saber mais sobre o Prof. Dr. Barth Ermann, acesse o link: https://goo.gl/sgGT4T.
Ex
pl
or
Esta unidade pode ser delineada da seguinte forma:
Adentraremos, em primeiro lugar, nos períodos formativos do Novo Testamento 
grego, apresentando de forma sucinta os dialetos do grego Bíblico, a construção do 
grego da Septuaginta e o grego em que foi construído o Novo Testamento grego.
Enfim, nosso percurso histórico na construção do grego e do Novo Testamento 
levará os alunos (as) a uma análise mais aprofundada deste, apresentando que o 
Novo Testamento é descrito por outras literaturas extra-Bíblicas.
8
9
Os Períodos do Grego 
Observamos que as raízes da língua grega são importantes para compreendermos 
até onde esta chegou e porquê. Desta forma, podemos iniciar nossa viagem histórica 
sobre a língua grega perguntando: qual é a relação do grego com outras línguas?
A língua grega (gr. e`llhnikh, grego; e`lla.j glwtta, língua grega) é um 
idioma indo-europeu surgido na Grécia, por volta de 1500 a.C. O indo-
-europeu era uma língua muito antiga surgida, aproximadamente, por 
volta de 3000 a.C., sendo, igualmente, a origem dos seguintes grupos 
linguísticos: indo-iraniano (persa, avéstico, medo, sânscrito etc.), eslavo 
(búlgaro, esloveno, sérvio, russo, polonês, tcheco etc.), báltico (letão, litu-
ano etc.), itálico (osco, úmbrio, latim etc.), germânico (alemão, holandês, 
sueco, inglês etc.), céltico (gaulês, gaélico, britânico etc.), albanês, armê-
nio, entre outras ramificações linguísticas. O grego passou por várias fases 
de formação e evolução, sendo dividido nos seguintes períodos históricos 
(FRANCISCO, 2014, p. 1).
Portanto, ao traçar certos traços linguísticos de várias línguas (especialmente ter-
mos léxicos estáveis - por exemplo, partes do corpo), os linguistas são capazes de 
determinar como as línguas se relacionam geneticamente (por exemplo, o Latim, 
o Grego e o Sânscrito). Muitas vezes, é argumentado que, embora o sânscrito não 
seja a mãe do grego e do latim, é a irmã mais velha. Todos estes retornam a uma 
língua indo-européia agora perdida (WALLACE, 1996, p. 15).
Desta forma, o idioma materno de todas as línguas aparentemente tinha pelo 
menos dez origens, cada uma das quais era, por sua vez, pais de famílias bastante 
grandes. Uma dessas dez origens seria o proto-indo-europeu, do qual obtemos lín-
guas gregas, latinas, românicas, línguas germânicas etc.
Obstantemente, a língua grega em sua etapa diacrônica possui pelo menos cinco 
grandes etapas comprovadas pela historiografia.
Historiografi a, como o próprio termo indica, é a ciência que estuda, analisa e registra 
os fatos históricos ao longo do tempo. Historiografi a também pode ser defi nida como 
a ciência que conta como os seres humanos fi zeram história com o passar do tempo. A 
historiografi a estuda épocas e estados variados fazendo compreender os métodos, as 
formas e os objetos de estudo. 
Fonte: https://goo.gl/9rkiQA.
Ex
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UNIDADE Construção Histórica do Grego Bíblico
O Período Pré-Homérico ou 
Período Formativo (De 1500 A 900 A.C. )
Utilizaremos as sigas antes 
de Cristo (a.C.) e depois de 
Cristo (d.C.) nas unidades 
em estudo.
Já no terceiro milênio a.C., as tribos dos povos indo-
-europeus vagavam pela Grécia e as barreiras natu-
rais eventualmente criavam vários dialetos. Ou seja, 
quando se estabeleceram, eles foram cortados uns 
dos outros e, consequentemente, surgiu um dialeto 
diferente para cada grupo local. Infelizmente, porque faltam restos literários, sabe-
mos muito pouco desse período sobre a língua grega. Francisco (2014, p.1) afirma 
que “[...] o período formativo é a época de Homero, que compôs a Ilíada e a Odis-
séia. Neste período surgiram vários dialetos gregos como o micênico, o ático, o 
dórico,o eólico e o jônico”.
Figura 1 – Dialeto Jônico: Tabuinha encontrada em Micenas na “caso do 
vendedor de azeite”, de 1250 a.C., Em seu verso há a fi gura de um homem
Fonte: Wikimedia/Commons
Nos séculos IX e VIII a.C. os poemas homéricos foram escritos em dialeto jônico em uma 
nova escrita baseada no alfabeto fenício e com cinco sinais específi cos para as vogais, que 
seria denominada alfabeto grego. Portanto, a criação de uma norma literária modelada 
em dois dos maiores poemas da história, Ilíada e Odisseia, esteve acompanhada por um 
dos sistemas de escrita mais efi cazes que já existiram.
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O Período dos Dialetos, ou a Era Clássica (900-330 A.C.)
Observamos que a geografia e a política (por exemplo, cidades-estados independen-
tes) fizeram com que a Grécia se dividisse em vários dialetos, quatro dos quais predomi-
nantes. Existem hoje poucos restos literários dos outros dialetos. Os dialetos principais 
eram: aeolais (cujos restos existentes são apenas poéticos, por exemplo, Sappho), 
Doric (também com apenas restos poéticos, mais notavelmente) e iónicos (encontra-
dos em Homero, Hesíodo, Heródoto e Hipócrates) e o mais influente, o ático.
10
11
Uma descendência do iônico, é o ático, que na verdade foi o dialeto de Atenas, 
durante a “era de ouro” do grego clássico (4º e 5º séculos a.C.). Nessa época 
dourada, Atenas era o centro político e literário da Grécia. “Grego clássico”, embora 
tecnicamente referente a todos os quatro dialetos, é normalmente equiparado ao 
grego ático, devido à proliferação de obras literárias que provêm desse dialeto 
(WALLACE, 1996, p. 16-17). 
O ático era, portanto, um veículo de refinamento, precisão e beleza através 
do qual se publicavam algumas das grandes literaturas do mundo. Wallace (1996, 
p. 18) afirma que “[...] nele foram compostas as tragédias de Esquilo, Sófocles e 
Eurípides, as comédias de Aristófanas, as histórias de Tucídides e Xenofonte, as 
orações de Demóstenes e os tratados filosóficos de Platão”. 
Os especialistas Prof. Dr. Edson de Faria Francisco (UMESP), Prof.ª Dr. Suzana 
Schwartz (USP – Estudos Judaicos) e o linguista Prof. Dr. Reginaldo Gomes de 
Araújo (USP – Departamento de Letras Orientais) declaram que o ático destacou-se 
entre os demais idiomas, tornando-se a forma padrão e clássica da língua grega. 
Francisco (2014, p. 1) afirma que: “ Mais tarde, o ático tornou-se a principal fonte 
para a linguagem empregada pelos tradutores da Septuaginta e pelos escritores do 
Novo Testamento, e tal linguagem é conhecida como coinê.”
A Septuaginta, em latim, abreviada LXX, é uma tradução em língua grega da Bíblia 
Hebraica, o Antigo Testamento, que a tradição diz ter sido feita no Egito por 70 sábios, 
cerca de dois séculos antes de Cristo, exatamente em Alexandria, onde existia uma 
signifi cativa comunidade hebraica. Sobre a origem dessa tradução, existe uma carta 
escrita por Aristéia a Filocrates onde é narrada de forma legendária, como nasceu essa 
tradução. Conforme essa carta, o rei egípcio Ptolomeu II (reinou de 285 a 246 antes 
de Cristo) pediu às autoridades religiosas do templo de Jerusalém que fi zessem uma 
tradução em grego do Pentateuco para a recém-criada biblioteca de Alexandria. O 
sumo sacerdote Eleazário nomeou 72 eruditos judeus, 6 escribas por tribo de Israel 
(outra tradição diz que eram 70), que foram até o Egito, e na Ilha de Faro realizaram 
a tradução em 72 dias, cada um fazendo a própria tradução dos 5 primeiros livros da 
Bíblia. No fi nal dos trabalhos se reuniram e, comparando o trabalho feito, viram que 
todas as traduções eram idênticas. 
Fonte: https://goo.gl/L6urBv. 
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Figura 2 – Fragmento da Septuaginta, do século I
Fonte: Wikimedia/Commons
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UNIDADE Construção Histórica do Grego Bíblico
Curiosidade Histórica:
De acordo com o historiador judeu Flávio Josefo, sábios judeus traduziram a Torah 
para o grego koiné no século III a.C. Outros livros foram traduzidos ao longo dos dois 
séculos seguintes. Não é claro quando ou onde cada tradução foi realizada. Alguns 
livros podem inclusive ter sido traduzidos mais de uma vez, configurando diferentes 
versões e posteriormente revisados. A qualidade e o estilo dos diferentes tradutores 
também variavam consideravelmente de livro a livro, indo da tradução literal, à de 
paráfrase e à interpretativa. De acordo com a avaliação de um estudioso “o Pentateuco foi 
razoavelmente bem traduzido, mas o resto dos livros, especialmente os poéticos, foram 
em geral mal feitos e contém mesmo alguns absurdos”.
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Período Helenístico ou Grego Koiné (330 A.C. - 330 D.C.) 
Analisamos que quando os indo-europeus se mudaram para a Grécia, presumivel-
mente falavam um “único idioma”. A geografia e as políticas levaram à fratura deste 
em uma série de dialetos, apenas para se unirem novamente no campo de batalha. 
Assim, ironicamente, a primeira campanha militar no terceiro milênio a.C. trouxe con-
fusão de línguas, enquanto a última campanha restaurou a unidade linguística.
Desta forma, o koiné nasceu das conquistas de Alexandre, o Grande. Primeiro, 
suas tropas, que vieram de Atenas, bem como de outras cidades e regiões gregas, 
tiveram que falar umas com as outras. Wallace (1996, p. 17) afirma que “este contato 
íntimo produziu um pote de fusão grego que inevitavelmente suavizou as bordas 
ásperas de alguns dialetos e abandonou as sutilezas dos outros”. 
Num segundo momento, as cidades conquistadas e as colônias aprenderam gre-
go como segunda língua. No primeiro século, o grego era a língua franca de toda 
a região mediterrânea e além. Uma vez que a maioria dos falantes de língua grega 
aprendeu-a como segunda língua, isso aumentou ainda mais a perda de sutilezas e 
moveu-a para uma maior explicitação.
Após as conquintas de Alexandre Magno (336-323 a.C.), o grego trans-
formou-se em língua universal e do comércio ao longo do mar Mediter-
râneo e do Oriente Médio. A forma línguística que surgiu nesta época é 
conhecida como coinê, sendo utilizada no período de dominação grega e 
romana. Tanto o Novo Testamento como a Septuaginta formam compos-
tos neste dialeto grego (FRANCISCO, 2014, p. 1).
Período Bizantino ou Medival (330-1453 D.C.)
Observamos que o grego Koiné foi transformado em grego bizantino quando 
Constantino foi “convertido” (SANTOS, 2006, p. 19). Ao reverter os editos da 
perseguição de Diocleciano (303-311), Constantino deu à linguagem um tom em 
grande parte religioso, do qual deriva o grego eclesiástico. Por sua vez, Wallace 
(1996, p. 18) afirma que: “quando o Império dividiu-se entre o Oriente e o Oci-
dente, o grego perdeu seu status de Weltsprache (Língua universal – palavra de 
12
13
origem do alemão). O latim foi usado no Ocidente em Roma, e o grego no Oriente 
na cidade em Constantinopla”.
Neste período, aconteceu a divisão do Império Romano durante o reinado 
do imperador Constantino Magno (306-337). A língua grega dessa época 
é conhecida como bizantina, por causa do nome dado à porção oriental 
do império (Império Bizantino), cuja capital era Constantinopla (atual Is-
tambul), fundada em 330 d.C. (FRANCISCO, 2014, p. 1).
Constantino
Talvez o confunda com outros que formam legislados com o mesmo propósito, e não perceba 
que ele não somente é a resposta de um imperador a um império agonizante, mas a resposta 
que todos os antecessores de Constantino procuravam desesperadamente: todos eles aproxi-
maram sua autoridade da mais poderosa corrente religiosa que prevalecia entre os soldados, 
porém, somente o fi lho de Constâncio Cloro identifi cou o Cristianismo como a única religião 
capaz de dar o apoio que a autoridade imperial precisava para conquistar seus objetivos.
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Percebemos que no ano de 1453 d.C., os turcos invadiram Bizâncio e o grego 
já não estava isolado do resto do mundo. O Renascimento nasceu no Ocidente 
quando os estudiosos fugiram com cópias de clássicos gregos sob seus braços. 
Wallace (1996, p. 18) afirma que: “a Reforma nasceu no norte da Europa, como 
os estudiosos cristãos(como Erasmus e Lutero) que foram informados dos manus-
critos do NT em grego”.
No entanto, embora o grego tenha saído do Oriente, na Europa não entrou. Ou 
seja, cópias da literatura grega antiga finalmente tiraram a Europa da era das tre-
vas, mas a Europa não teve impacto na língua viva. Os turcos reduziram o Oriente 
do resto da Europa, retardando o crescimento do idioma (isto é, até 1820 d.C., 
quando os gregos se rebelaram contra os turcos e recuperaram a liberdade). 
O efeito líquido é que “o discurso popular grego moderno não difere ma-
terialmente do bizantino vernáculo e, portanto, se conecta diretamente 
com o κοινή vernácula”. Desta forma, por meio de analogia, Hoerber 
ressalta que “a língua grega tem menos mudanças ao longo de três mil 
anos do que o inglês desde Chaucer (? 1340-1400) ou Beowulf (século 
VIII).” (Wallace,1996, p. 18).
Dentro desta perspectiva, podemos observar dois níveis da língua grega, e desta 
forma, este não é realmente um desenvolvimento histórico da língua, mas é (livro 
grego), ou uma tentativa artificial de ressuscitar o dialeto ático nos tempos moder-
nos. Moulton sugere sarcásticamente que “é tão valioso como o Volapük para o 
aluno da evolução linguística” e que “é um medley muito mais misto do que deve-
mos juntar Cynewulf e Kipling (Moulton, 1991 apud WALLACE, 1996). Desta 
forma, podemos perceber que até o exato momento o grego teve vários períodos 
importantes na construção da literatura, da geografia e da história.
13
UNIDADE Construção Histórica do Grego Bíblico
Volapük – É uma forma de comunicação;
Medley – Mistura ou emaranhado;
Cynewulf – Palavra do final dos séculos VIII e IX d.C., ou poeta anglo-saxão. São 
atribuídos quatro poemas: Juliana, Elene, ou os Fatos dos Apóstolos e Cristo;
Kipling – Algumas sugestões do significado da palavra Kipling: 1) Esta foi, e talvez 
ainda seja, uma visão que se adequava à confortável visão Kiplingesque do antigo 
Império. 2) A novela também possui um entusiasmo Kiplingesque, que é um prazer 
ler, mas o tema principal é central, é uma violência obscena que é muito além de 
qualquer coisa que Kipling jamais tenha abordado. 3) E essa filosofia pragmática até 
agora guiou Jackie através de seus vários refluxos e fluxos e ensinou-o a considerar o 
sucesso e o fracasso nos termos de Kiplingesque. 4) Começando com as histórias de 
animais Kiplingesque quando ele tinha 15 anos, ele conseguiu entrar em impressão 
imediatamente. 5) Ele chegou a Bombaim em 1943 sem muito conhecimento do país, 
mas também sem a arrogância Kiplingesque.
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O Período Moderno (Século XI em Diante)
Podemos perceber que a partir desse período histórico, surge o grego moder-
mo, conhecido como demótico, e que na verdade possui semelhanças com o coinê. 
Baptista (2016) cita que o grego moderno também foi conhecido historicamente 
como o idioma Romaico, que, por sua vez, é notavelmente o quinto período do 
idioma até os nossos dias atuais . Rega (2004, p. 8) afirma que: “ O grego moder-
no é falado hoje nas ruas de Atenas e representa o estágio atual no desenvolvimen-
to natural da língua desde os antigos gregos até os nossos dias”.
Para saber mais sobre a História da Língua Grega, acesse o link: https://goo.gl/wHjpMy.
Ex
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Período do Idioma Grego
Grego 
Formativo
Grego 
Clássico
Grego Koinê 
LXX NT
Grego 
Bizantino
Grego 
Moderno
1500 a.C.
900 a.C. 330 a.C. 330 d.C. 1453 d.C.
Os Dialetos do Grego Bíblico
Notamos que a língua grega teve várias formas línguísticas ao longo de sua história, 
desde os séculos XIV a.C. até 10 a.C. Francisco (2014, p 2) afirma que: “quando 
surgiram os primeiros dialetos como o micênico, o eólico, o dórico e o jônico, até o 
século 11 d.C., quando surgiu o grego moderno conhecido como demótico. Francisco 
(2014) cita que até o século quinto a.C., não existia um idioma padrão padronizado e 
14
15
cada cidade-estado criava o seu principal dialeto. Desta forma, apresentaremos alguns 
dos principais dialetos do grego Bíblico, como por exemplo: Minóico, Eólico, Dórico, 
Jônico ou iônico, Ático, Aticismo, Coinê, Bizantino e Demótico, conforme segue. 
Obstantemente, temos ciência que o dialeto minôico ou micênico é originário 
de 1300 a.C., e desta forma, é o grego prioritarimente primitivo, onde é empregado 
o alfabético silábico, popularmente identificado como linear. Francisco (2014, p. 2) 
afirma que: “ Foram encontradas tábuas de argila grafadas com estilete que datavam 
de 1300 .C. a 1150 a.C. A partir do início do 8º século, houve a adoção do alfabeto 
grego adaptado do alfabeto fenício.
Dialeto: Um dialeto, do grego διάλεκτος, translit. diálektos: ‘conversa, conversação, discussão 
por perguntas e respostas; maneira de falar, linguagem própria de um país. É a forma como 
uma língua é realizada numa região específi ca. Trata-se de uma variedade ou variante 
linguística. A variante dialetal é também chamada diatópica ou geolingüística. 
Fonte: https://goo.gl/go9zE2.
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Desta forma, podemos perceber que a historiografia preservou para nós, nos dias 
atuais, os dialetos do idioma grego. 
O dialeto eólico é formado por um conjunto de sequenciais de dialetos anti-
gos, falados principalmente na Beócia e em outras colônias gregas . Francisco 
(2014, p. 2) afirma que: “O dialeto eólico é a forma grega mais próxima do 
grego primitivo e falado nas seguintes localidades: Lesbos, Beócia e nas colô-
nias eólicas da Ásia Menor. Autores: Alceu e a poetisa Safo”.
Para saber mais sobre o dialeto eólico falado em colônias gregas, acesse o link: 
https://goo.gl/THRVgD.
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Sequencialmente, o dialeto dórico também faz parte de nossa lista de dialetos 
gregos, suas raízes e variantes eram faladas no sul e no leste da península do Pelo-
poneso, em Creta, Rodes e em algumas ilhas do sul do mar Egeu.
Hoje em dia uma teoria aceita amplamente sugere que o dórico se origi-
nou nas montanhas do Épiro, no noroeste da Grécia, antiga terra onde 
habitavam os dórios. O idioma se espalhou para todas as outras regiões 
durante as invasões dóricas (c. 1150 a.C.) e as colonizações que se segui-
ram. A presença de um Estado dórico (Dóris) na Grécia central, ao norte 
do golfo de Corinto, teria originado da teoria que o dórico teria se origi-
nado no noroeste da Grécia, ou até mesmo além dos Bálcãs. A extensão 
da distribuição do dialeto para o norte é desconhecida até hoje, devido a 
falha de evidências epigráficas (BAPTISTA, p. 6).
Portanto, na perspectiva do dialeto jônico ou iônico, este estilo era usado expres-
sivamente na cidade de Jônia, que era a terra de Homero, poeta que usou a forma 
jônica em suas obras já citadas anteriormente: a Ilíada e a Odisséia. Outros autores 
15
UNIDADE Construção Histórica do Grego Bíblico
que também são importantes citar são: Hesíodo, Hipócrates, Arquíloco, filosófos pré-
-socráticos, dentre outros pensadores da época jônica (FRANCISCO, 2014).
O dialeto da literatura, da filosofia a e da história – O dialeto jônico se mesclou 
com o ático de Atenas dando lugar a um dos períodos culturais mais ricos da 
história grega. Jônico antigo e o jônico novo; a transição exata entre as duas 
variantes não é definida com clareza, porém 600 a.C. costuma ser sugerida 
como uma data aproximada. Entre os mais famosos autores do novo jônico 
estão Anacreonte, Teógnis de Megara, Hipócrates e, durante os tempos 
romanos, Areteu da Capadócia, Arriano e Luciano (BAPTISTA, 2016, p. 6).
Nesta nossa busca pela linguagem do grego, temos o Ático, mais uma expressão 
falada entre os séculos 900-300 a.C. Este estilo, também conhecido como clássico, foi, 
na verdade, derivado do dialeto jônico. Era falado na Ática e considerado uma linguagem 
de prestígio no mundo antigo. Este notável dialeto é apresentado como dialeto de 
Tucídes (460-440 a.C.), existindo até o século quatro a.C., quando foi substituído pelo 
dialeto koinê, falado principalmente no período Helenístico (BAPTISTA, p. 7). 
O ático chegou ao seu apogeu durante a guerra dos gregos contra os per-sas (5º séc. a.C.), sendo usado até o 4º século a.C. Essa fase é marcada 
pelo apogeu da literatura grega clássica que durou do 6º século a.C. ao 
4º século a.C. O ático foi a língua oficial do reino de Alexandre Magno 
e, posteriormente, também dos reinos de seus sucessores, os Diádocos 
(gr. sucessores). Durante a dominação grega dos Diádocos, Ptolomeu I 
Soter (323-283 a.C.) introduziu o ático no Egito e Selêuco I Nicátor (305-
281 a.C.) o introduziu na Síria. Autores: Platão, Aristóteles, Heródoto, 
Tucídides, Xenofonte, Isócrates, Lísias, Demóstenes, Ésquines, Ésquilo, 
Sófocles, Eurípedes, Aristófanes, Menandro, entre outros (FRANCISCO, 
2014, p. 2). 
Notavelmente, os dialetos demonstram os períodos e tempos, nos quais os seres 
humanos em sociedade distintas, falavam e comercializavam com o uso de um dialeto 
muito próximo de outras linguagens existentes em Atenas, na Antiga Grécia. Francisco 
(2014) cita que o Aticismo, ou grego helenístico literário, passou a existir durante os 
dois primeiros séculos da era cristã, através de um movimento literário que buscava 
utilizar caracteres de arcaísmos e formas clássicas que nos levam ao dialeto ático.
Tal movimento é conhecido como “aticismo”, que era caracterizado por 
ser um tipo sofisticado de literatura e por ser, também, um tipo artificial de 
linguajar, tendo como padrão o dialeto ático do período clássico. O aticis-
mo é percebido nos seguintes livros bíblicos: 1. Septuaginta: Sabedoria de 
Salomão, Epístola de Jeremias, 2, 3 e 4 Macabeus. 2. Novo Testamento: 
Lucas e Hebreus. O aticismo afetou a transmissão textual da Septuaginta, 
das obras de Flávio Josefo, entre outras obras. O presbítero Luciano (3º 
séc.) fez sua recensão do texto da Septuaginta tendo como objetivo adap-
tar as formas do coinê do texto bíblico grego para as formas do ático. Os 
autores aticistas costumavam fazer correções ou adaptações das formas 
populares do coinê em determinado texto grego para as formas clássicas 
do ático (FRANCISCO, 2014, p. 2).
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Adentramos neste momento no sétimo dialeto, o Koinê, dialeto também conhe-
cido como o grego helenístico. Francisco (2014) assegura que: “O vocábulo grego 
coinê significa “comum”, “profano” e o dialeto que leva esse nome é caracterizado 
por ser uma língua coloquial, comum, sendo conhecida pela maioria dos falantes 
da língua grega [...]”. Desta forma, no momento das possessões greco-romanas, 
compreendendo desde o tempo de Alexandre Magno (4º séc. a.C.) até o tempo de 
Constantino Magno (4º séc. d.C.).
Morfologicamente, o vocábulo coinê é a forma feminina do adjetivo koino,j 
(gr. 1. comum; 2. profano; 3. impuro, imundo). O grego coinê era uma 
linguagem coloquial, simplificada, popular e vulgar do período helenístico. 
Era falado desde o alto Egito até a Mesopotâmia e ao longo do mar Medi-
terrâneo. Suas raízes são calcadas em vários dialetos gregos, mas, principal-
mente, no dialeto ático. Existem, igualmente, vocábulos vindos do dialeto 
jônico presentes no léxico, alguns do dialeto dórico e outros raros do dialeto 
eólico. Além de unidades lexicográficas propriamente gregas, existem, da 
mesma forma, itens lexicais de procedência hebraica e aramaica, sendo 
presentes no léxico, na sintaxe e na gramática, e palavras de origem latina, 
copta e persa, sendo presentes no léxico.
Os autores do Novo Testamento não eram aticistas e não empregavam a 
língua da literatura grega clássica, porém, Lucas e Hebreus apresentam tra-
ços literários mais refinados baseados no ático. Durante o período bizantino 
(c. 330-1453) e de domínio turco sobre a Grécia (1453-1822), o coinê con-
tinuou a ser usado com língua literária arcaizante. Desde meados do século 
11, uma língua coloquial se desenvolveu, separadamente, tornando-se o 
dialeto demótico (o grego moderno), tornando-se a língua oficial da Grécia 
no século 20. Fontes do coinê: a Septuaginta, o Novo Testamento, os 
apócrifos do Novo Testamento, as obras de Epíteto, filósofo estóico (c. 60), 
as obras de Flávio Josefo (c. 90-100), autores patrísticos, escritores como 
Filon de Bizâncio, Apolodoro, Nicolau de Damasco (2º séc.), entre outros 
(FRANCISCO, 2014, p. 3).
Figura 3 – Formação do Cânon do Novo Testamento: A folha de P46. 
Uma das primeiras coleções do século III das epístolas paulinas
Fonte: Wikimedia/Commons
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UNIDADE Construção Histórica do Grego Bíblico
Evangelho de João, capítulo 1 em Grego Koinê: https://youtu.be/-G3Kfv0O7Q8.
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John 1:1:
Ἐν ἀρχῇ ἦν ὁ λόγος, καὶ ὁ λόγος ἦν πρὸς τὸν θεόν, καὶ θεὸς ἦν 
ὁ λόγος.
Tradução: Em (o) princípio era a palavra, e a palavra estava junto a Deus, e Deus 
era a palavra.
Observamos que, com o passar dos anos, os dialetos aparecem no desenrolar da 
história humana. A importância do dialeto bizantino está associada a empréstimos 
lexicais estrangeiros vindos do latim, do idioma árabe, e do armênio, e, por sua vez, 
apresenta-nos características gramaticais próprias desta linguagem.
O grego bizantino não era falado nas ruas, mas era uma forma da língua 
grega utilizada na literatura, sendo considerada artificial. O período bizan-
tino é caracterizado, principalmente, por ser um período de rica produção 
de obras teológicas cristãs em língua grega, isto é, a literatura patrística 
grega. O dialeto grego bizantino é encontrado nas obras dos seguintes 
autores: Justiniano I, João Crisóstomo, Gregório de Nazianzo, Gregório 
de Nissa, Basílio da Cesareia, João Filoponos, João Damasceno, João de 
Cesareia, João de Citópolis, Leôncio de Bizâncio, Anastácio I de Antio-
quia, Hipácio de Éfeso, Eulógio de Alexandria, João Clímaco, Germano 
de Constantinopla, Juliano de Halicarnasso, Teófanes de Bizâncio, Evá-
grio da Síria, entre outros (FRANCISCO, 2014, p. 3). 
O novo dialeto grego é denominado demótico, e este, por sua vez, surgiu duran-
te o domínio turco sobre a Grécia a partir do século 15 d.C., sendo o desenvolvi-
mento natural do Koinê. Francisco (2014) demonstra que: “Atualmente, é falado 
por cerca de 11 milhões de pessoas na Grécia, em Chipre e em Creta. Após o 
período de independência da Grécia (1821-1832), foi ressuscitada uma forma ar-
caica ou purista do grego conhecida como katharévousa (gr. Caqah, ousa, purista) 
e designada como língua oficial do país.
No século 20, houve a substituição deste dialeto pelo dialeto demótico, o 
qual era a linguagem popular. Durante o governo militar grego de 1967 a 
1976 houve a tentativa de se restituir a forma katharévousa como língua 
oficial, porém, o demótico acabou se firmando como língua cotidiana e 
como língua da literatura grega moderna. Consequentemente, o demótico 
tornou-se a língua oficial da Grécia. Autores: Dionysios Salomós, Nikos 
Kazantzakis, entre outros.
Enfim, como apresentamos anteriormente, os dialetos são importantes para iden-
tificarmos o desenvolvimento do idioma grego e as mudanças que os dialetos apre-
sentam na construção do idioma.
Transliteração Internacional do Grego Bíblico: https://goo.gl/HF75Cz.
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A Construção do Grego da Septuaginta
Observamos que o grego da Septuaginta não é o mesmo Koinê franco (comum). 
Estão contidos no texto da Septuaginta muitos trechos idiomáticos onde há diversos 
hebraísmos, em textos mal explicados, sendo pouco mais de um hebraico desfarçado.
Hebraísmos entendemos certas expressões e maneiras peculiares do idio-
ma hebreu que ocorrem em nossas traduções da Bíblia, que originalmente 
foi escrita em hebraico e em grego. Alguns conhecimentos destes hebraís-
mos são necessários para poder fazer uso devido de nossa primeira regra 
de interpretação.
Fonte: Adaptado de https://goo.gl/ANSr8X
Expressões idiomáticas – Expressão, frase ou enunciado, que não pode ser interpre-
tada literalmente, sendo entendida na sua totalidade, geralmente não pode ser tra-
duzida para outras línguas.
Fonte: https://goo.gl/Dp8Ww3.
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Desta forma, percebemos que o grego da Septuaginta possui uma forma semítica 
devido ao processo de tradução do texto hebraico para o grego, e, em muitoscasos, 
é denominado como “koinê semítico” por muitos especialistas que estudam o texto 
da Septuaginta. Francisco (2014) descreve que: “as palavras hebraicas passaram 
para o grego com sentidos mais amplos e com novos matizes semânticos. Com a 
versão da Septuaginta, houve a criação do léxico teológico grego que desta obra 
passou quase sem alteração para o texto do Novo Testamento.”
Por sua vez, para muitos especialistas, a Septuaginta é analisada como a ponte 
entre o grego ático e o grego koinê do Novo Testamento. Francisco (2014) afir-
ma que: “a linguagem grega da Septuaginta não é uniforme, por causa dos vários 
tradutores que trabalham em seu texto num período de longo tempo (desde o 3º 
séc. ao 1º séc. a.C., ou 1º séc. d.C.).” Devido a tais situações, a narrativa da Sep-
tuaginta descreve várias superfícies de compreensão e de conhecimento da língua 
grega por parte dos especialistas.
Línguas da bíblia, acesse o link: https://youtu.be/JZUPxR6p8JI.
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O grego da Septuaginta apresenta simplificações gramaticais, modificações 
em flexões em palavras e verbos, formas anômalas em numerais, entre 
outras características. A sintaxe é fortemente influenciada pelo original he-
braico da Bíblia. A Septuaginta usa, constantemente, a conjunção kai, (gr. 
e, mas) que corresponde à conjunção hebraica w. hebr. e, mas). O caso 
nominativo (caso que indica o sujeito da frase) substitui frequentemente o 
caso acusativo (caso que indica o objeto direto da frase), além da utilização 
da nova forma do superlativo que reproduz o estado construto (caso que 
indica posse, igual ao caso genitivo) do hebraico bíblico, como nos seguin-
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UNIDADE Construção Histórica do Grego Bíblico
tes exemplos: ku,rioj twn kuri,wn (Senhor dos senhores), cf.:Dt 10,17. 
Mataio,thj mataioth,twn (vaidade das unidades), cf. Ec. 1, 2. Basileu.j 
basile,wn (Reis dos reis), cf. Ez. 26,7. (FRANCISCO, 2014, p. 4).
Obstantemente, na tradução para o grego dos livros bíblicos combinados, origi-
nalmente, em hebraico, poucos livros que estão inseridos no cânone da Septuagin-
ta foram organizados diretamente em grego, apresentamos alguns deles: Sabedoria 
de Salomão, 2 Macabeus e os acréscimos aos livros de Daniel e de Ester. 
 O termo “Septuaginta” é uma forma abreviada da expressão latina in-
terpretatio Septuaginta virorum, “a tradução pelos setenta homens”, 
similar à forma grega kata. tou e`bdomh,konta “conforme os setenta”, 
ou, oi, e,bdomh,konta “os setenta”, todos usados por escritores cristãos 
do século II para referir-se a todo o Antigo Testamento Grego. (SOARES, 
2009, p. 11). 
Contudo, podemos analisar que existem várias expressões específicas do hebrai-
co inseridas literalmente, na traduação do grego da Septuaginta. O pesquisador A. 
Deissmann, afirma que a Septuaginta: “encarnava fundamentalmente a ‘heleniza-
ção do monoteísmo judaico’” (DEISSMANN, 2006 apud, SOARES, 2009, p. 12).
A LXX foi o Antigo Testamento dos cristãos até que o Ocidente impôs a 
Vulgata Latina, sendo que a Peshita passou a exercer influência no Orien-
te e a Versão dos Setenta ficou no esquecimento, tornando-se a Bíblia 
oficial da Igreja Ordodoxa Grega. Foi a base das principais versões antigas 
da Bíblia, a começar pela Vetus Latina, seguida das gótica e eslava, sendo 
as seguintes versões orientais filhas: cóptica, armênica, georgiana, e etió-
pica. (SOARES, 2009, p. 12).
[...] o interesse pelo estudo da Septuaginta (LXX) aumentou no século XX, ganhando novo 
fôlego com as descobertas de Qumran. (SOARES, 2009, p. 13).
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O Grego do Novo Testamento
Para iniciarmos nossa trajetória pelas origens do grego do Novo Testamento, apre-
sentamos a você, discente, uma das frases celebres do reformador Martinho Lutero, 
sobre o valor de se debruçar nos estudos do Novo Testamento:
Ainda que o Evangelho tenha chegado até nós através do Espírito Santo, 
é inegável que tenha vindo também por meio de idiomas, e tenha sido 
conservado e divulgado valendo-se deles...Tanto quanto apreciamos a Pa-
lavra de Deus, tanto devemos nos esforçar também por aprender esses 
idiomas. Porque não foi em vão que Deus decidiu transmitir as Suas Es-
crituras nessas duas línguas: o Antigo Testamento em hebraico e o Novo 
Testamento em grego. Se Deus não desprezou esses idiomas, mas os 
escolheu dentre todos os outros, para que neles fosse escrita a Sua Pala-
vra, também nós deveríamos honrá-los acima de todos ou outros. (REGA, 
2004, p. 1).
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Portanto, a partir destas palavras, podemos perceber que Lutero reconhecia a 
importância dos estudos bíblicos e dos textos em hebraico e grego. Analisemos abaixo 
no comentário do pastor Luterano, Prof. Dr. Milton Schwantes, sobre a temática.
Milton Schwantes comenta sobre Martinho Lutero, acesse o link: https://youtu.be/ix3p_-nyDdc.
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Como já analisamos anteriormente, a língua grega ou o koinê era a língua falada 
no dia-a-dia das pessoas, e desta forma, foi o grego que Jesus escutou na Galiléia 
e em Jerusalém, e também, o koinê foi o grego que o apóstolo Paulo utilizou para 
pregar em Atenas (cf. Atos 17,16-34) nas cidades de Corinto e Roma. Apolo se 
utiliza do grego que aprendeu em Alexandria. Rega (2004) afirma que: “era a língua 
dos instruídos, assim como a língua usada nas ruas e nos mercados; era a língua 
usada no comércio, tanto quanto na correspondência familiar. 
Uma das principais características do coinê do Novo Testamento é o fato 
de ser mais coloquial do que o coinê da Septuaginta, e como a antiga 
versão grega do Antigo Testamento, também apresenta vários elementos 
semíticos e traços do hebraico. Tal fato é o resultado de contatos com o 
texto da Septuaginta e com o texto da Bíblia Hebraica. Há três tipos de 
influência de semitismo no texto grego do Novo Testamento: 1. Palavras 
com influência semítica; 2. Influência na sintaxe e 3. Semitismos resultan-
tes da tradução do hebraico ou do aramaico para o grego. O texto grego 
do Novo Testamento apresenta forma não homogênea e estão presentes 
vários níveis do coinê. O Evangelho de Mateus possui grego intermediário 
entre o grego superior de Lucas e o grego vulgar de Marcos, tenden-
do a melhorar a linguagem deste último em seu texto. O Evangelho de 
Marcos possui grego coloquial sem polimento, fazendo uso constante da 
conjunção kai, (gr. e, mas), além de apresentar forte influência da sintaxe 
hebraica e possuindo grande número de aramaísmos. O Evangelho de Lu-
cas e Atos dos Apóstolos apresentam texto de cunho muito culto, sendo 
próximos do grego ático de Heródoto e de Tucídides. Em virtude dessas 
características, Lucas é considerado o autor mais acurado do Novo Tes-
tamento. O Evangelho de João e as epístolas de mesmo nome possuem 
grego puro no vocabulário e na gramática (FRANCISCO, 2014, p. 5-6).
Observamos que o grego do evangelho de João e das “epístolas” de Paulo é descrito 
como um grego puro. Por grego puro, referimo-nos às construções de vocabulários 
e gramaticais do Novo Testamento. Desta forma, podemos perceber nas epístolas 
de Paulo um grego muito próximo do grego da Septuaginta, que o influenciou. Silva 
(2009, p. 42-43) apresenta-nos que temos duas edições gêmeas do Novo Testamento, 
e as segue: “Greek New Testament (atualmente, na 4º edição), feita para tradutores, 
e o Novum Testamentum Graece (Atualmente, na 28ª edição), feita para exegetas. A 
diferença está no aparato crítico: sua organização e o número de variantes”.
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UNIDADE Construção Histórica do Grego Bíblico
O aparato crítico do UBS Greek New Testament é menor do que o 
aparato crítico do Novum Testamentum Graece, pois reporta um menor 
número de variantes textuais. Em compensação, o UBS Greek New Tes-
tament atribui à lição escolhida para o texto uma classificação (A,B,C,D), 
segundo o maior ou menor grau de certeza, classificação esta que não 
consta no Novum Testamentum Graece (SILVA, 2009, p. 43).
Greek New Testament – Tradução do inglês: Grego do Novo Testamento.
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Enfim, no Novo Testamento Grego temos vários vocábulosemprestados do La-
tim, do Aramaico e principalmente do Hebraico. 
Esta breve introdução ao texto grego do Novo Testamento leva-nos a entender 
a importância de aprofundarmo-nos cada vez mais no apreendizado das linguas 
“originais” da Bíblia (EHMANN, 2006, p. 55-57).
A Farsa do Novo Testamento Grego Romano por Bart D.ehrman, acesse o link: 
https://youtu.be/Rl6J4lpjnCQ.
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Considerações Finais
Apresentamos aos discentes nesta unidade o que a historiografia preservou para 
nós da construção histórica do Grego Bíblico. Por sua vez, analisamos em suas en-
trelinhas os período da construção do idioma grego, discorrendo sobre seus cinco 
períodos, 1) Formativo; 2) Clássico; 3) Helenístico; 4) Bizantino e o quinto período 
do grego moderno.
Apresentamos suas fases históricas, geográficas e as mudanças que o idioma 
grego impactou nas sociedades em cada período e cidadão. 
A incursão em tal idioma (Grego) nos levou a adentramos em importantes dia-
letos, como: o micênico, o eólico, o dórico e o jônico, construção esta que se deu 
até o século 11 d.C.
Apresentamos aos discentes um total de nove dialetos gregos, quatro relatados 
anteriormente, e os cinco restantes foram: Ático, Aticismo ou grego helenístico lite-
rário, o grego koinê, o bizantino e o nono, o demótico. Sendo que o dialeto demótico 
tornou-se a língua oficial da Grecia, como analisamos anteriormente em nossa cons-
trução histórica do Grego ao longo dos tempos e períodos da vida humana.
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Após estas análises, adentramos nas construções do grego da Septuaginta, par-
tindo do seu significado etmológico, para após descrevermos a importância do es-
tudo desta tradução que se originou-se do Hebraico e que foi traduzida por setenta 
e duas pessoas para o grego, conforme relatamos em nossa unidade. 
A construção do Grego do Novo Testamento nos leva a entender a fonte que temos 
em nossas mãos nos dias atuais para os estudos da Bíblia, seja ele: Hebraico, Aramaico 
ou Grego, e, em nosso caso, o grego do NT. Sendo assim, ainda temos muitas 
subáreas para estudarmos no Novo Testamento, como por exemplo: A crítica literária, 
os manuscritos do mar morto, os cânones judaico e alexandrino, e principalmente, a 
exegese do Novo Testamento.
Essas temáticas são assuntos especiais para adentramos em outras disciplinas do 
bacharelado em Teologia.
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UNIDADE Construção Histórica do Grego Bíblico
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Bible Hub
https://goo.gl/sEDqF7
Academic Bible
https://goo.gl/r5Ymey
 Vídeos
Evangelho de João, capítulo 1 em Grego Koinê
https://youtu.be/-G3Kfv0O7Q8
Línguas da Bíblia
https://www.youtube.com/watch?v=dz6-QI5ActQ
Milton Schwantes comenta sobre Lutero (o que ele fez de bom?)
https://youtu.be/ix3p_-nyDdc
A Farsa do Novo Testamento Grego Romano por Bart D. Ehrman
https://youtu.be/Rl6J4lpjnCQ
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Referências
DOUGLAS, J. D (Org.). O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 
2006. 
EHRMANN, Bart D. O que Jesus Disse? O que Jesus não Disse – Quem 
Mudou a Bíblia e Por quê?. São Paulo: Prestígio, 2006.
FRANCISCO, Edson de Faria. Grego Bíblico – Breve Histórico. São Bernardo 
do Campo, SP: Editeo, 2014.
REGA, Lourenço Stelio; BERGMANN, Johannes (Orgs.). Noções do Grego 
Bíblico: Gramática Fundamental. São Paulo: Vida Nova, 2004.
SANTOS, Ricardo José Marques. O Edito de Milão: Contexto, Texto e Pós-Texto. 
Maceió: Universidade Federal de Alagoas, 2006.
SILVA, Cássio Murilo Dias da. Metodologia de Exegese Bíblica. 3. ed. São Paulo: 
Paulinas, 2009.
SOARES, Esequias. Septuaginta: Guia Histórico e Literário. São Paulo: Hagnos, 
2009.
WALLACE, Daniel B. Greek Grammar Beyond the Basics. Michigan: Princeton 
Edition, 1996. 
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Outros materiais