PROCESSOS DE AMELOGÊNESE E DENTINOGÊNESE

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PROCESSOS DE AMELOGÊNESE E DENTINOGÊNESE
A amelogênese é o processo de formação do esmalte do dente e a dentinogênese é o processo de formação do complexo dentina e polpa. Ambos os processos fazem parte da fase de coroa da odontogênese onde ocorre a deposição das matrizes de dentina (dentinogênese) e esmalte (amelogênese), na região de coroa do germe dentário sendo que a dentinogênese ocorre de fora para dentro de forma centrípeta e a amelogênese ocorre de dentro para fora de forma centrífuga.
AMELOGÊNESE
“Amelo” significa esmalte e “gênese” significa formação e este processo ocorre em duas etapas: primeiramente os ameloblastos depositam esmalte parcialmente mineralizado sobre a coroa do germe e por subsequente ocorre a remoção de material orgânico, água a e formação dos prismas. O Esmalte Dental é o tecido que reveste e protege a coroa do dente, extremamente duro, é o tecido mais mineralizado encontrado no organismo. Todo o processo de amelogênese é dividido em cinco etapas, a fase morfogenética (pré-secretora), fase de diferenciação (pré-secretora), fase secretora, fase de maturação e fase de proteção.
- A fase morfogenética: é quando ocorre uma interação com as células mesenquimais e o epitélio interno do órgão do esmalte determinará a forma da coroa do dente. Esta fase ocorre durante a fase de campanula da odontogênese, com a multiplicação das células do epitélio interno. Neste primeiro momento as células possuem formatos curtos e cilíndricos e seus núcleos são ovais com tamanhos grandes ocupando quase todo o corpo celular.
- A fase de diferenciação: é quando ocorre a inversão de polaridade das células do epitélio interno do órgão do esmalte, tornando-se pré-ameloblastos que posteriormente de forma gradativa irão se tornar ameloblastos secretores. Nesta fase, às células tem seus núcleos voltados para o extrato intermediário e seus formatos ainda são cúbicos e cilíndricos.
- A fase secretora: pode-se se dizer que nesta fase os ameloblastos estão “maduros” e a formação do esmalte será exclusivamente controlada por eles. Nesta fase o esmalte começa a se mineralizar depositando matriz orgânica sobre a dentina do manto. O primeiro esmalte a se formar é o aprismático na primeira fase da secreção, por subsequente, os ameloblastos através do processo de Tomes irão
comandar a orientação do esmalte em formação, que dará origem a uma estrutura no seu polo distal, está estrutura tem uma projeção cônica e muda a direção da sua formação, o que enceta a segunda parte da fase de secreção, a formação do esmalte prismático.
- A fase de maturação: também conhecida como fase de mineralização é durante esta fase que os ameloblastos completam a remoção de proteínas da matriz e adicionam a porção mineralizada, com a matriz 97% mineralizada. Esta fase é marcada pelo fim do processo de Tomes, a retirada de água e proteína, o bombeamento e deposição de íons, fosfato e cálcio. Durante este processo os ameloblastos são reduzidos no comprimento e ao final da maturação, conforme a matriz é retirada e o mineral é adicionado surge uma nova lâmina basal que tem a função aderir os ameloblastos ao esmalte e também regular o trânsito de material para o mesmo.
- A fase de proteção: é onde finda o processo de amelogênese, o esmalte apresenta-se formado, os ameloblastos juntamente com as células do epitélio externo, reticulo estrelado e estrato intermediário, formam então o revestimento epitelial estratificado do esmalte, este é denominado epitélio reduzido do esmalte e irá recobri-lo até a erupção do dente. As células voltam ser cúbicas com membrana basal e sua função agora é a proteção, conforme o dente termina sua erupção, os ameloblastos sofrerão apoptose. 
DENTINOGÊNESE
“Dentino” significa dentina e “gênese” significa formação e este é o processo de formação do complexo dentina-polpa. A dentina é altamente mineralizada com 70% de mineralização e 30% de matriz organiza, e sua função é sustentar o esmalte e proteger a polpa. Caracteriza-se por ser um tecido avascular e é produzida pelo odontoblastos após a inversão de polaridade das células do epitélio interno. Durante seu processo de formação os odontoblastos secretam matriz orgânica composta principalmente por colágeno tipo I, a qual posteriormente sofre mineralização. Isso resulta em um tecido tubular composto por longos processos odontoblásticos contidos em cilindros de material mineralizado e pela camada não mineralizada que se chama pré-dentina. Neste sentido a dentina pode ser classificada entre:
- Dentina do manto: que é secretada pelo odontoblastos em diferenciação (camada fina);
- Dentina circumpulpar: que é secretada pelos odontoblastos já diferenciados (esta é a maior parte de dentina) e;
- Pré-dentina: que é a camada de matriz orgânica.
Sua estrutura é composta por túbulos dentinários cônicos e ramificados, que são túneis formados pela deposição de dentina em volta dos prolongamentos dos odontoblastos, diferenciando-se em intratubulares e peritubulares. Os intratubulares são encontrados entre as dentinas peritubulares e são formados por grande quantidade de colágeno, já os peritubulares envolvem os túbulos e são considerados dentinas hipermineralizadas com pouca deposição de matriz orgânica. Quando mais perto da polpa, mais túbulos são encontrados.
Vale ressaltar que a dentina também diferencia-se em primaria, secundária e terciaria, onde a primária é a que desenvolve-se durante o processo de dentinogênese até fechamento do ápice dos canais radiculares. A secundária vai depender de estímulos fisiológicos e é depositada lentamente ao decorrer da vida. E por último, a terciaria que é depositada em resposta algum tipo de estimulo (patológico: atrição, cáries, restaurações).
	A polpa dentária por sua vez é formada por tecido conjuntivo, sua matriz é de fibras mais a substancia fundamental gelatinosa. Pode possuir célula indiferenciadas que dão origem a células referenciadas de acordo com a necessidade e também possui células de defesa como macrófagos, mastócitos e plasmócitos. Sua função é induzir a formação de dentina esclerosada, proteger através de estímulos dolorosos e a nutrição através dos vasos sanguíneos. 
Outro aspecto relevante em relação ao complexo dentinho-pulpar é a questão das dores que o complexo estimula quando entra em contato com alguma variação muito grande de temperatura, ou estímulos nocivos sejam químicos ou até mesmo mecânicos, sendo está uma teoria chamada de teoria da hidrodinâmica. Esta por sua vez defende que uma mudança na velocidade do fluido dentinário pode estimular receptores de dor que estão nas porções mais internas do túbulo ou na pré-dentina. 
 
TUFOS 
Dente por desgaste, corte transversal
1: Esmalte
2: Lamela
3: Tufos do esmalte
4: Dentina coronária
FUSOS
Fusos, tufos e lamela do esmalte.
1: Esmalte
2: Dentina coronária
3: Tufos do esmalte
4: Lamela
Setas: Fusos
ESTRIAS DE RETZIUS
Corte transversal de dente; técnica de desgaste
1- Esmalte
2- Junção amelo-dentinária
3- Dentina
4- Linhas de Retzius
5- Estriações transversais
TÚBULOS DENTINÁRIOS
Túbulos dentinários em corte histológico transversal
1 - Dentina peritubular
2 – túbulos dentinários 
DENTINA INTERTUBULAR E PERITUBULAR 
Túbulos dentinários em corte histológico transversal
1- Dentina peritubular
2- Tubulo dentinário
3- Dentina intertubular
POLPA DENTÁRIA
Fase de coroa vista panorâmica 
1 - Polpa
2- Odontoblastos
3- Ameloblastos 
4- Dentina
5- Esmalte
6- Pré-dentina