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Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
TECIDO ÓSSEO
INTRODUÇÃO 
O sistema esquelético desempenha várias funções 
básicas: 
 Suporte. O esqueleto é o arcabouço 
estrutural do corpo, sustentando os 
tecidos moles e fornecendo pontos de 
fixação para os tendões da maioria dos 
músculos esqueléticos. 
 Proteção. O esqueleto protege os órgãos 
internos mais importantes de lesão. Por 
exemplo, os ossos do crânio protegem o 
encéfalo e a caixa torácica protege o 
coração e os pulmões. 
 Assistência ao movimento. A maioria dos 
músculos esqueléticos fixa-se aos ossos; 
quando os músculos se contraem, 
tracionam os ossos para produzir o 
movimento. 
 Homeostasia mineral (armazenamento e 
liberação). O tecido ósseo compõe 
aproximadamente 18% do peso do corpo 
humano. Ele armazena diversos minerais, 
especialmente cálcio e fósforo, que 
contribuem para a resistência dos ossos. O 
tecido ósseo armazena em torno de 99% 
do cálcio corporal. Conforme a 
necessidade, os ossos liberam os minerais 
para a corrente sanguínea de modo a 
manter o equilíbrio mineral essencial 
(homeostasia) e distribuí-los às outras 
partes do corpo. 
 Produção de células sanguíneas. No 
interior de determinados ossos, um tecido 
conjuntivo chamado medula óssea 
vermelha produz hemácias (eritrócitos), 
leucócitos e plaquetas em um processo 
chamado hematopoese. A medula óssea 
vermelha é composta por hemácias em 
desenvolvimento, adipócitos, fibroblastos 
e macrófagos em uma rede de fibras 
reticulares; é encontrada nos ossos em 
desenvolvimento do feto e em alguns 
ossos do adulto, como os ossos do quadril; 
costelas e esterno, vértebras, crânio e 
extremidades do úmero e fêmur. No 
recémnascido, toda a medula óssea é 
vermelha e está envolvida na 
hematopoese. Com o avanço da idade, 
grande parte da medula óssea passa de 
vermelha para amarela. 
 Armazenamento de triglicerídios. A 
medula óssea amarela consiste, 
principalmente, em adipócitos que 
armazenam triglicerídios. Os triglicerídios 
armazenados são uma reserva potencial de 
energia química. 
HISTOLOGIA DO TECIDO ÓSSEO 
Como os outros tecidos conjuntivos, o osso, ou 
tecido ósseo, contém uma matriz extracelular 
abundante entre células bem separadas. A matriz 
extracelular é formada por cerca de 15% de água, 
30% de fibras colágenas e 55% de sais minerais 
cristalizados. O sal mineral mais encontrado é o 
fosfato de cálcio [Ca3(PO4)2], que se combina com 
outro sal mineral, o hidróxido de cálcio [Ca(OH)2], 
para formar cristais de hidroxiapatita 
[Ca10(PO4)6(OH)2]. Os cristais se combinam ainda 
com outros sais minerais, como carbonato de 
cálcio (CaCO3), e íons como magnésio, fluoreto, 
potássio e sulfato. Conforme esses sais são 
depositados na estrutura formada pelas fibras de 
colágeno da matriz extracelular, eles cristalizam e 
o tecido endurece. Esse processo, chamado 
calcificação, é iniciado por células formadoras de 
osso chamadas osteoblastos. 
Acreditava-se que a calcificação ocorresse 
simplesmente quando havia sais minerais 
suficientes para formar cristais. Hoje sabemos que 
o processo demanda fibras de colágeno. Os sais 
minerais começam a cristalizar primeiro nos 
espaços microscópicos entre as fibras de colágeno. 
Depois do preenchimento dos espaços, cristais 
minerais se acumulam ao redor das fibras de 
colágeno. A combinação de sais cristalizados e 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
fibras colágenas é responsável pelas 
características do osso. Embora a solidez de um 
osso dependa de sais minerais inorgânicos 
cristalizados, sua flexibilidade depende das fibras 
de colágeno. Como as barras de metal de reforço 
em concreto, as fibras de colágeno e outras 
moléculas orgânicas conferem resistência à 
tração, ou seja, resistência ao estiramento ou à 
separação. 
CÉLULAS DO TECIDO ÓSSEO 
 Células osteogênicas 
São células-tronco ósseas não especializadas 
derivadas do mesênquima, tecido a partir do qual 
quase todos os tecidos conjuntivos são formados. 
São as únicas células ósseas que sofrem divisão 
celular; as células resultantes se tornam 
osteoblastos. As células osteoprogenitoras são 
encontradas ao longo da parte interna do 
periósteo, no endósteo e nos canais internos 
ósseos que contêm vasos sanguíneos. 
 Osteoblastos 
São células formadoras de osso. Elas sintetizam e 
secretam fibras de colágeno e outros 
componentes orgânicos necessários para formar a 
matriz extracelular do tecido ósseo e iniciam a 
calcificação. Uma vez que os próprios osteoblastos 
são recobertos por matriz extracelular, tornam-se 
aprisionados em suas secreções e transformam-se 
em osteócitos. 
 Osteócitos 
São células ósseas maduras, são as principais 
células do tecido ósseo, responsáveis pelo 
metabolismo ósseo diário, como a troca de 
nutrientes e resíduos com o sangue. Assim como 
os osteoblastos, os osteócitos não sofrem divisão 
celular. 
 Osteoclastos 
São células enormes derivadas da fusão de cerca 
de 50 monócitos (um tipo de leucócito), que se 
concentram no endósteo. No lado da célula que 
faz contato com a superfície óssea, a membrana 
plasmática do osteoclasto apresenta dobras 
profundas, formando uma borda pregueada. Aqui, 
a célula libera poderosos ácidos e enzimas 
lisossômicas que digerem os componentes 
minerais e proteicos da matriz extracelular óssea 
subjacente. Essa degeneração da matriz 
extracelular óssea, chamada reabsorção, é parte 
do desenvolvimento, da manutenção e do reparo 
ósseos.
TECIDO ÓSSEO COMPACTO 
O tecido ósseo compacto apresenta poucos 
espaços e é a forma de tecido ósseo mais 
resistente. É encontrado abaixo do periósteo de 
todos os ossos e constitui a maior parte das 
diáfises dos ossos longos. O tecido ósseo 
compacto oferece proteção e suporte e resiste aos 
estresses produzidos pelo peso e movimento. 
O tecido ósseo compacto é composto por 
unidades estruturais repetidas – os ósteons ou 
sistemas de Havers. Cada ósteon é constituído por 
lamelas concêntricas distribuídas ao redor de um 
canal central ou canal de Havers. Lembrando os 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
anéis de crescimento de uma árvore, as lamelas 
concêntricas são lâminas circulares de matriz 
extracelular mineralizada, de diâmetro crescente, 
que circundam uma pequena rede de vasos 
sanguíneos e nervos localizada no canal central. 
Essas unidades de osso similares a tubos 
geralmente formam uma série de cilindros 
paralelos que, nos ossos longos, tendem a ser 
paralelos ao eixo longitudinal do osso. Entre as 
lamelas concêntricas, são encontrados pequenos 
espaços chamados lacunas, contendo osteócitos. 
Irradiando para todas as direções a partir das 
lacunas, observamos canalículos cheios de líquido 
extracelular. Nos canalículos, são encontrados 
finos processos digitiformes dos osteócitos. Os 
osteócitos vizinhos se comunicam por junções 
comunicantes. Os canalículos conectam as lacunas 
umas às outras e aos canais centrais, formando um 
complexo sistema miniatura de canais 
interconectados por todo o osso. Esse sistema 
oferece muitas rotas para os nutrientes e oxigênio 
chegarem aos osteócitos e para a remoção de 
resíduos. 
As áreas entre os ósteons vizinhos contêm lamelas 
chamadas lamelas intersticiais, as quais também 
apresentam lacunas com osteócitos e canalículos. 
As lamelas intersticiais são fragmentos de ósteons 
mais antigos parcialmente destruídos durante o 
crescimento ou a reconstrução óssea. 
Os vasos sanguíneos e nervos do periósteo 
penetram no osso compacto através de canais 
perfurantes transversos ou canais de Volkmann. 
Os vasos e nervos dos canais perfurantes se 
conectam àqueles da cavidade medular, do 
periósteo e dos canais centrais. 
As lamelas chamadas lamelas circunferenciais se 
encontram distribuídas ao redor de toda a 
circunferência interna e externa da diáfise de um 
osso longo. Elas se desenvolvem durante a 
formação óssea inicial. As lamelas circunferenciais 
diretamente profundas ao periósteo são 
chamadas lamelas circunferenciais externas, as 
quais se conectam ao periósteopelas fibras 
perfurantes (Sharpey). As lamelas circunferenciais 
que revestem a cavidade medular são chamadas 
lamelas circunferenciais internas. 
TECIDO ÓSSEO ESPONJOSO 
O tecido ósseo esponjoso, também chamado 
tecido ósseo reticular ou trabecular, não contém 
ósteons. O tecido ósseo esponjoso está sempre 
localizado no interior do osso, protegido por uma 
camada de osso compacto. O tecido ósseo 
esponjoso consiste em lamelas dispostas em um 
padrão irregular de finas colunas chamadas 
trabéculas. Entre as trabéculas, é possível 
observar espaços a olho nu. Esses espaços 
macroscópicos são preenchidos por medula 
óssea vermelha nos ossos que produzem células 
sanguíneas e por medula óssea amarela (tecido 
adiposo) em outros ossos. Os dois tipos de 
medula óssea contêm numerosos e pequenos 
vasos sanguíneos que fornecem nutrição aos 
osteócitos. Cada trabécula consiste em lamelas 
concêntricas, osteócitos que repousam nas 
lacunas e canalículos que se irradiam para fora das 
lacunas. 
O tecido ósseo esponjoso compõe a maior parte 
do tecido ósseo interno dos ossos curtos, planos, 
sesamoides e irregulares. Nos ossos longos, ele 
constitui o cerne da epífise abaixo da fina camada, 
como de papel, de osso compacto e forma uma 
borda estreita variável que margeia a cavidade 
medular da diáfise. O osso esponjoso é sempre 
coberto por uma camada de osso compacto para 
efeito de proteção. 
O osso esponjoso nos ossos do quadril, nas 
costelas, no esterno, nas vértebras e nas 
extremidades proximais do úmero e do fêmur é 
onde medula óssea vermelha é armazenada e, 
portanto, o local onde ocorre a hematopoese 
(produção de células sanguíneas) em adultos.
 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
REMODELAÇÃO ÓSSEA 
Assim como a pele, os ossos se formam antes do 
nascimento, porém se renovam de maneira 
contínua depois disso. Remodelação óssea é a 
substituição contínua do tecido ósseo antigo por 
tecido ósseo novo. Esse processo envolve 
reabsorção óssea, que consiste na remoção de 
minerais e fibras de colágeno do osso pelos 
osteoclastos, e deposição óssea, que é a adição de 
minerais e fibras de colágeno ao osso pelos 
osteoblastos. Dessa maneira, a reabsorção óssea 
resulta em destruição de matriz extracelular 
óssea, enquanto a deposição óssea ocasiona 
formação de matriz extracelular óssea. O tempo 
todo, cerca de 5% da massa óssea total no corpo 
está sendo remodelada. A taxa de renovação de 
tecido ósseo compacto é de cerca de 4% ao ano e 
a do tecido ósseo esponjoso é de cerca de 20% 
por ano. A remodelação também ocorre em 
velocidades distintas nas diferentes regiões do 
corpo. A porção distal do fêmur é substituída a 
cada 4 meses aproximadamente. Em contraste, o 
osso em determinadas áreas da diáfise do fêmur 
não é substituído por completo durante toda a 
vida do indivíduo. Mesmo após os ossos 
alcançarem forma e tamanho adultos, o osso 
antigo é continuamente destruído e substituído 
por osso novo. A remodelação também remove 
osso lesionado, substituindo-o por tecido ósseo 
novo. A remodelação pode ser influenciada por 
fatores como exercício, estilo de vida sedentário e 
alterações na dieta. 
A remodelação oferece vários outros benefícios. 
Uma vez que a resistência do osso está 
relacionada ao grau de tensão a que é submetido, 
se o osso recém-formado for submetido a cargas 
intensas, ele cresce mais espesso e, portanto, mais 
resistente que o osso antigo. Além disso, a forma 
do osso pode ser alterada para suporte apropriado 
com base nos padrões de tensão sofridos durante 
o processo de remodelação. Por fim, o osso novo 
é mais resistente à fratura do que o osso antigo. 
 Mecanismo 
Durante o processo de reabsorção óssea, um 
osteoclasto se fixa firmemente à superfície óssea 
no endósteo ou periósteo e forma uma vedação 
impermeável nas margens da sua borda 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
pregueada. Em seguida, libera enzimas 
lisossômicas que digerem proteína e vários ácidos 
na bolsa selada. As enzimas digerem fibras de 
colágeno e outras substâncias orgânicas enquanto 
os ácidos dissolvem os minerais ósseos. 
Trabalhando juntos, diversos osteoclastos cavam 
um pequeno túnel no osso antigo. As proteínas 
ósseas degradadas e os minerais da matriz 
extracelular, sobretudo cálcio e fósforo, entram no 
osteoclasto por endocitose, atravessam a célula 
em vesículas e sofrem exocitose no lado oposto da 
margem pregueada. Agora no líquido intersticial, 
os produtos da reabsorção óssea se difundem para 
os capilares sanguíneos vizinhos. Uma vez que 
uma pequena área de osso foi reabsorvida, os 
osteoclastos saem de cena e os osteoblastos 
chegam para reconstruir o osso naquela área. 
FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO ÓSSEO E 
A REMODELAÇÃO ÓSSEA 
O metabolismo ósseo normal – crescimento no 
jovem e remodelação óssea no adulto – depende 
de vários fatores, como a ingestão por meio de 
dieta adequada de minerais e vitaminas, além de 
níveis suficientes de vários hormônios. 
 Minerais 
Grandes quantidades de cálcio e fósforo são 
necessárias durante o crescimento dos ossos, 
assim como quantidades menores de magnésio, 
fluoreto e manganês. Esses minerais também são 
necessários durante a remodelação óssea. 
 Vitaminas 
A vitamina A estimula a atividade dos 
osteoblastos. A vitamina C é necessária para a 
síntese de colágeno, a principal proteína óssea. De 
acordo com o que será abordado posteriormente, 
a vitamina D ajuda a construir osso aumentando a 
absorção do cálcio proveniente dos alimentos do 
trato gastrintestinal para o sangue. As vitaminas K 
e B12 também são necessárias para a síntese de 
proteínas ósseas. 
 Hormônios 
Durante a infância, os hormônios mais 
importantes para o crescimento ósseo são os 
fatores de crescimento insulina-símiles (IGFs), 
produzidos pelo fígado e tecido ósseo. Os IGFs 
estimulam os osteoblastos, promovem a divisão 
celular na lâmina epifisial e no periósteo e 
intensificam a síntese das proteínas necessárias 
para construir osso novo. Os IGFs são produzidos 
em resposta à secreção do hormônio de 
crescimento do lobo anterior da glândula hipófise. 
Os hormônios da tireoide (T3 e T4) secretados 
pela glândula tireoide também provocam o 
crescimento ósseo por estimulação dos 
osteoblastos. Além disso, o hormônio insulina do 
pâncreas promove o crescimento ósseo pelo 
aumento da síntese de proteínas ósseas. 
HORMÔNIOS NA IDADE JOVEM E ADULTA 
Na puberdade, a secreção de hormônios 
conhecidos como hormônios sexuais causa um 
efeito profundo sobre o crescimento ósseo. Os 
hormônios sexuais englobam os estrogênios 
(produzidos pelos ovários) e androgênios como a 
testosterona (produzido pelos testículos). Embora 
as mulheres apresentem níveis muito mais 
elevados de estrogênios e os homens níveis mais 
altos de androgênios, as mulheres também 
apresentam baixos níveis de androgênios e os 
homens baixos níveis de estrogênios. As glândulas 
suprarrenais de ambos os sexos produzem 
androgênios. Outros tecidos, como o tecido 
adiposo, conseguem converter androgênios em 
estrogênios. Esses hormônios são responsáveis 
pela intensificação da atividade dos osteoblastos, 
pela síntese de matriz extracelular óssea e pelo 
“estirão de crescimento” que ocorre durante a 
adolescência. Os estrogênios também promovem 
alterações no esqueleto típicas das mulheres, 
como alargamento da pelve. Por fim, os 
hormônios sexuais, sobretudo os estrogênios nos 
dois sexos, cessam o crescimento nas lâminas 
epifisiais (de crescimento), interrompendo o 
alongamento dos ossos. Em geral, o crescimento 
em comprimento dos ossos termina mais cedo 
nas mulheres do que nos homes devido aos níveis 
mais elevados de estrogênios. 
Durante a idade adulta, os hormônios sexuais 
contribuem para a remodelação óssea retardando 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
a reabsorção de osso antigo e promovendo o 
depósito de osso novo. A apoptose (morte 
programada) dos osteoclastos é uma maneira pela 
qual os estrogênios retardam a reabsorção. O 
paratormônio, calcitriol (formaativa da vitamina 
D) e calcitonina são outros hormônios que podem 
afetar a remodelação óssea. Exercícios com 
sustentação do peso do próprio corpo moderados 
mantêm tensão suficiente sobre os ossos para 
aumentar e manter sua densidade. 
FUNÇÃO DO OSSO NA HOMEOSTASIA DO 
CÁLCIO 
Os ossos são o principal reservatório de cálcio do 
corpo, armazenando 99% do cálcio corporal total. 
Controlar as taxas de reabsorção de cálcio do osso 
para o sangue e de depósito de cálcio do sangue 
no osso é uma maneira de manter o nível de cálcio 
sanguíneo. Tanto as células nervosas quanto as 
musculares dependem de um nível estável de íons 
cálcio (Ca 2+ ) no líquido extracelular para 
funcionar de maneira adequada. A coagulação 
sanguínea também requer Ca 2+ . Ademais, muitas 
enzimas precisam de Ca 2+ como cofator (uma 
substância extra necessária para que uma reação 
enzimática ocorra). Por isso, o nível plasmático de 
Ca 2+ é muito bem regulado entre 9 e 11 mg/100 
mℓ. Mesmo pequenas variações na concentração 
de Ca 2+ fora dessa faixa podem ser fatais –parada 
cardíaca se a concentração estiver muito elevada, 
assim como parada respiratória se o nível cair 
muito. A função do osso na homeostasia do cálcio 
é ajudar a “tamponar” o nível de Ca 2+ sanguíneo, 
liberando Ca 2+ no plasma sanguíneo (usando os 
osteoclastos) quando o nível diminui e absorvendo 
Ca 2+ (usando os osteoblastos) quando o nível 
aumenta. 
A troca de Ca 2+ é regulada por hormônios, sendo 
o paratormônio (PTH), secretado pelas glândulas 
paratireoides o mais importante deles. Esse 
hormônio aumenta o nível de Ca 2+ sanguíneo. A 
secreção de PTH opera via sistema de 
retroalimentação (feedback) negativa. Se algum 
estímulo faz com que o nível sanguíneo de Ca 2+ 
caia, as células da glândula paratireoide 
(receptores) detectam essa alteração e 
intensificam sua produção de uma molécula 
conhecida como monofosfato de adenosina cíclico 
(AMP cíclico). O gene para o PTH no núcleo de uma 
célula da glândula paratireoide (o centro de 
controle) detecta o aumento intracelular do AMP 
cíclico. Em consequência disso, a síntese de PTH 
aumenta e mais PTH é liberado no sangue. A 
presença de níveis mais elevados de PTH aumenta 
a quantidade e a atividade dos osteoclastos 
(efetores), acelerando o ritmo de reabsorção 
óssea. A liberação resultante de Ca 2+ do osso para 
o sangue trás de volta o nível sanguíneo de Ca 2+ 
ao normal. 
O PTH também atua nos rins (efetores) para 
diminuir a perda de Ca 2+ pela urina, aumentando 
a calcemia. Além disso, o PTH estimula a formação 
de calcitriol (a forma ativa da vitamina D), um 
hormônio que promove a absorção de cálcio dos 
alimentos do sistema digestório para o sangue. 
Essas duas ações também ajudam a elevar o nível 
de Ca 2+ do sangue. 
Um outro hormônio atua para diminuir o nível de 
Ca 2+ sanguíneo. Quando o Ca 2+ do sangue sobe 
acima do normal, células parafoliculares na 
glândula tireoide secretam calcitonina (CT). A CT 
inibe a atividade dos osteoclastos, intensifica a 
captação de Ca 2+ sanguíneo pelo osso e acelera a 
deposição de Ca 2+ nos ossos. O resultado final é 
que a CT promove a formação óssea e diminui o 
nível de Ca 2+ do sangue. Apesar desses efeitos, a 
função da CT na homeostasia do cálcio normal é 
incerta, pois pode estar completamente ausente 
sem causar sintomas. Todavia, a calcitonina 
proveniente do salmão é efetiva no tratamento da 
osteoporose porque retarda a reabsorção óssea.
 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
EXERCÍCIO E TECIDO ÓSSEO 
Dentro de um certo limite, o tecido ósseo possui a 
capacidade de alterar sua resistência em resposta 
a alterações de estresse mecânico. Quando 
submetido à tensão, o tecido ósseo se torna mais 
forte pelo aumento da deposição de sais minerais 
e da produção de fibras de colágeno pelos 
Ana Victória Ribeiro Barbosa – M7 
osteoblastos. Sem a tensão mecânica, o osso não 
se remodela normalmente porque a reabsorção 
óssea ocorre de maneira mais rápida que a 
formação óssea. Pesquisas mostram que tensões 
intermitentes de alto impacto influenciam mais 
fortemente a deposição óssea do que tensões 
constantes de baixo impacto. Portanto, correr e 
saltar estimula mais a remodelação óssea do que 
andar. 
Os principais estresses mecânicos aplicados ao 
osso são aqueles que resultam da contração dos 
músculos esqueléticos e da gravidade. Se uma 
pessoa se encontra acamada ou engessada em 
decorrência de uma fratura óssea, a resistência do 
osso não submetido à tensão diminui devido à 
perda de minerais ósseos e à redução da 
quantidade de fibras de colágeno. Astronautas 
submetidos à microgravidade do espaço também 
perdem massa óssea. Nos dois casos, a perda 
óssea pode ser drástica – por volta de 1% por 
semana. Em contraste, os ossos de atletas, que 
são altamente e repetidamente submetidos à 
tensão, tornam-se bem mais espessos e mais 
fortes do que aqueles de não atletas ou 
astronautas. Atividades de sustentação de peso, 
como caminhadas ou levantamento de peso 
moderado, ajudam a formar e reter massa óssea. 
Adolescentes e adultos jovens devem praticar 
exercícios regulares de sustentação do peso antes 
do fechamento das lâminas epifisiais para ajudar 
na formação da massa total antes da redução 
inevitável com o envelhecimento. Entretanto, 
pessoas de todas as idades podem e devem 
fortalecer seus ossos praticando atividades com 
sustentação de peso. 
ENVELHECIMENTO E TECIDO ÓSSEO 
Desde o nascimento até a adolescência, mais 
tecido ósseo é produzido do que perdido durante 
a remodelação óssea. Em adultos jovens, as taxas 
de deposição e reabsorção óssea são mais ou 
menos as mesmas. Com o declínio do nível dos 
hormônios sexuais na meia-idade, especialmente 
depois da menopausa, ocorre diminuição da 
massa óssea porque a reabsorção óssea realizada 
pelos osteoclastos ultrapassa a deposição óssea 
feita pelos osteoblastos. Na velhice, a perda óssea 
por reabsorção ocorre mais rápido do que o 
ganho. Uma vez que os ossos das mulheres 
geralmente são menores e menos compactos do 
que os dos homens, a perda de massa óssea nos 
idosos tipicamente exerce um efeito adverso 
maior sobre as mulheres. Esses fatores 
contribuem para a incidência mais elevada de 
osteoporose em mulheres. 
O envelhecimento exerce dois grandes efeitos 
sobre o tecido ósseo: perda de massa óssea e 
fragilidade. A perda de massa óssea resulta da 
desmineralização, que consiste na perda de cálcio 
e outros minerais da matriz óssea extracelular. 
Essa perda normalmente começa depois dos 30 
anos nas mulheres, acelera bastante por volta dos 
45 anos com a diminuição dos níveis de estrogênio 
e persiste, com cerca de 30% do cálcio dos ossos 
perdidos por volta dos 70 anos. Uma vez iniciada a 
perda óssea na mulher, cerca de 8% da massa 
óssea é perdida a cada 10 anos. Nos homens, em 
geral, a perda de cálcio não começa antes dos 60 
anos de idade e cerca de 3% de massa óssea é 
perdida a cada 10 anos. A perda de cálcio dos 
ossos é um dos problemas na osteoporose. 
O segundo grande efeito do envelhecimento sobre 
o sistema esquelético, a fragilidade, decorre de 
uma taxa mais baixa. da síntese de proteína. 
Lembre-se de que a parte orgânica da matriz 
extracelular óssea, sobretudo as fibras de 
colágeno, confere ao osso sua resistência à tração. 
A perda da resistência à tração faz com que os 
ossos se tornem muito frágeis e suscetíveis à 
fratura. Em algumas pessoas idosas, a síntese de 
fibras de colágeno é mais lenta, em parte devido à 
produção menor do hormônio de crescimento. 
Além do aumento da suscetibilidade a fraturas, a 
perda de massa óssea também ocasiona 
deformidade, dor, diminuição da altura e perda 
dos dentes.

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