Buscar

MOTIVACAO NO ESPORTE III

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MOTIVAÇÃO NO ESPORTE 
PARTE III 
Conteudista 
Profª. Esp. Viviane Queiroz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Motivação no esporte de alto rendimento 
Quando se fala em motivação no esporte, muitos podem pensar em 
atitudes motivacionais para a prática esportiva ou até mesmo a motivação para 
melhores resultados. As teorias apresentadas até o momento mostraram 
justamente teorias que tentam relacionar a motivação e outros aspectos 
afetivos, bem como a influencia no desempenho dos atletas. 
Porém quando se fala em alto rendimento, a relação entre motivação e 
desempenho fica mais evidente. É fato que a competição é um fator muito 
estimulado na sociedade atual, principalmente no contexto esportivo, que cada 
vez mais compara rendimentos para a apuração de vencedores. Os atletas por 
sua vez acabam se preocupando cada vez mais em aprimorar suas marcas, 
baixando seus tempos e batendo recordes cada vez mais no limite da 
capacidade do ser humano. 
Nos esportes de alto rendimento os atletas buscam a perfeição e a 
motivação é algo que influencia demais os resultados esperados. Segundo 
Melhem e Silva (2007, p. 91) sugerem que “a prática esportiva passa a causar 
um impacto significativo quando se reconhece a competição como o fator 
motivador de comportamentos direcionados para as conquistas de caráter 
individual e social”. 
Sob esse ponto de vista, o atleta é avaliado no momento 
competitivo tendo que apresentar o domínio das habilidades 
envolvidas, conhecimento teórico das variáveis presentes no 
processo – técnica, tática, fisiológica, psicológica – e estar 
submetido a intenso treinamento juntamente com uma equipe. 
Melhem e Silva. (2007, p 91) 
 
Avaliação da motivação 
O estudo da motivação relacionando-a com o desempenho do atleta 
vem sendo uma das práticas do psicólogo que atua no esporte, bem como de 
pesquisadores, que visam construir instrumentos cada vez mais precisos em 
seus resultados. 
 
 
 
 Falaremos a seguir de alguns instrumentos que podem ser utilizados 
(sozinhos ou com outros instrumentos) para a mensuração da motivação do 
atleta. 
A psicologia do esporte por sua vez, alia-se a essa demanda da 
prática esportiva, contribuindo com instrumentos que enfatizam o 
resultado como o processo de operações cognitivas, 
motivacionais e motoras, direcionadas para o objetivo almejado, 
através do estabelecimento de metas e feedback, como técnica 
motivacional. Melhem e Silva. (2007, p 92) 
 
Existem vários instrumentos que podem ser utilizados para avaliar a 
motivação em diferentes aspectos, a tabela abaixo traz alguns instrumentos 
utilizados no contexto esportivo. Nota-se que dos 13 instrumentos 
apresentados, apenas um deles é brasileiro. 
 
 
O instrumento elaborado por Gill et all (1983), “Participation Motivation 
Questionnaire (PMQ)” é um questionário direcionado à crianças com o intuito 
de avaliar a motivação no ambiente esportivo de forma geral. Esse instrumento 
 
 
 
possui 30 itens com possíveis reações descritas que as crianças podem 
apresentar em situações competitivas (ou não competitivas) que podem levar a 
entender os motivos aos quais levam à permanência ou o abandono das 
crianças no esporte. Nas afirmativas a criança deve ler as situações e 
responder à escala likert de 5 pontos onde 1 faz referência ao conceito de 
“nada importante” e 5 “extremamente importante”. Ao analisar o instrumento 
pode-se receber informações sobre as 8 dimensões avaliadas de fatores 
motivacionais: status de rendimento, orientação da equipe, orientação física, 
liberação de energia, fatores situacionais, desenvolvimentos de habilidades, 
orientação à afiliação e por último a de divertimento (GILL et al., 1983). Como 
esse instrumento é em inglês pode-se utilizar outras duas versões a de SERPA 
traduzida como “Questionário de Motivação de Actividades Desportivas – 
QMAD” e a versão de Gaya e Cardoso traduzida como “Inventário de 
Motivação para a Prática Desportiva – IMPD” com algumas alterações do 
instrumento original. Essas tentativas demonstram a necessidade de se validar 
e adaptar os instrumentos para uso no Brasil, como mostra o estudo realizado 
por GUEDES e SILVÉRIO NETTO (2013) intitulado “Participation Motivation 
Questionnaire: tradução e validação para uso em atletas-jovens brasileiros”. 
O instrumento denominado “Competitive Orientation Inventory (COI)”, 
elaborado por Vealey (1986) avalia as tendências individuais de esforço para a 
realização de objetivos relacionados ao esporte. As diferenças individuais na 
orientação da conquista e competitividade são bastante evidentes entre os 
participantes e essas diferenças se relacionam logicamente aos 
comportamentos de sucesso de realização no esporte. Esse instrumento 
possui duas dimensões, na horizontal representando os diferentes níveis do 
desempenho esportivo em 16 células e na vertical a segunda dimensão avalia 
o resultado do desempenho, que formam uma matriz, na qual (ao final da 
aplicação) tem uma escala de 0-10 pontos para classificar. 
O Sport Orientation Questionnaire criado por Gill & Deeter (1988) forneceu 
evidências de sua confiabilidade e validade. O trabalho inicial desses 
pesquisadores sugere que as construções e medidas específicas para 
 
 
 
realização do esporte irá proporcionar um maior conhecimento na realização do 
esporte e comportamento competitivo do que é possível com abordagens mais 
globais de avaliação. O foco principal deste estudo foi analisar as orientações 
competitivas de alto nível dos atletas intercolegiais através de medidas 
específicas de esporte mais sofisticado do que estava disponível nos outros 
instrumentos do passado. 
O SOQ avalia três dimensões do orientação da conquista no esporte: (a) a 
competitividade básica orientada para a realização do esporte competitivo 
reflete itens como "Gosto de competir contra os outros" e "Eu sou um 
concorrente determinado", (b) vitória (ganhar, vencer), um foco específico em 
ganhar refletida por itens como "Ganhar é importante" e "Eu odeio perder", e 
(c) orientação para a realização das metas, um objetivo, foco em padrões 
pessoais refletida por itens, tais como "Eu definir metas para eu mesmo quando 
eu competir." Gill e pesquisadores colaboradores forneceram evidências 
psicométricas para a estabilidade, consistência interna e confiabilidade dos três 
fatores e informou que a medida separa participantes de esporte competitivo e 
não competitivos. No entanto, o SOQ não tem sido utilizado com atletas de alto 
nível. 
Duda (1995), recentemente fez um trabalho considerável revisando os 
estudos sobre motivação e propôs avaliar as perspectivas de ajustes do 
esporte. O comportamento no esporte foi avaliado na tentativa de identificar se 
o atleta é orientado pela tarefa ou pelo ego. O instrumento possui 13 itens para 
os atletas responderem baseando-se em momentos que foram bem sucedidos 
em seus esportes e assim respondem 7 itens relacionados à tarefa e 6 itens 
relacionados ao ego. Duda concluiu que os atletas não podem ser tão ego 
envolvidos e focados em resultados de perdas e ganhos como costumamos 
supor. Em vez disso, a capacidade de percepção e envolvimento na tarefa, que 
são semelhantes à orientação para o desempenho, parece estar mais 
associados com a realização do esporte. Duda também observa que os 
homens enfatizam objetivos do ego mais do que as mulheres fazem. 
Na mesma linha de Duda, o “Perception of Sucess Questionnaire” busca 
identificar os padrões dos atletas relacionados à tarefa e ao ego, em situações 
 
 
 
de sucesso no esporte. Esse instrumento tem duas versões, com algumas 
alterações para adolescentes e adultos. O instrumento é composto de 12 
questões relacionadas à percepção de sucesso em escala likert de 5 pontos 
que varia de 1 “concordo plenamente” e 5 “discordo plenamente”. 
O “Intrinsic Motivation Inventory (IMI)” é um instrumento que avalia as 
experiências subjetivas do atleta. Esseinstrumento possui 45 itens que devem 
ser respondidos através de uma escala likert com variação de 1 a 7, onde 1 
refere-se a “concordo plenamente” e 7 a “discordo plenamente”. 
 
Na realidade, o IMI é constituído por quatro subescalas: 
Prazer/Interesse, Competência, Esforço/Importância e 
Pressão/Tensão; enquanto as três primeiras se referem à facetas 
positivas da motivação intrínseca a última reflete uma faceta 
negativa. Contudo, e apesar de tal não ter sido inicialmente 
proposto, os resultados do trabalho desenvolvido por McAuley e 
colaboradores sugeriram a existência de um fator de segunda 
ordem constituído pelos quatro fatores anteriormente referidos, 
permitindo por isso considerar o valor total das respostas ao 
questionário como um indicador da motivação intrínseca global 
dos indivíduos. (Fonseca, 2001, p 60) 
 
O Perceived Motivational Climate in Sport Questionnaire (SPMQ) tem 
como objetivo mensurar o clima motivacional no contexto esportivo. Nesse 
instrumento o atleta responde a escala likert onde 1 refere-se a “discordo 
completamente” a 5 “concordo plenamente” em 40 itens divididos entre 20 que 
fazem referência à subescala que avalia ao envolvimento da tarefa e os outros 
20 referem-se à subescala que avalia a performance das metas. Os atletas são 
avaliados a partir de possíveis causas relacionadas ao sucesso e com isso 
pode-se inferir sobre o grau de percepção que o atleta tem tanto de seu 
envolvimento, quanto de seu rendimento, evidenciando a motivação intrínseca 
para a realização no esporte. 
A Sport Motivationa Scale (SMS) é de fácil aplicação e por isso vem 
sendo muito utilizada no contexto esportivo, bem como por sua eficiência em 
avaliar a motivação em diferentes modalidades. Esse instrumento consiste em 
28 afirmativas e apresentam a escala likert de 1 a 7 para ser avaliada, a 
instrução para o atleta é de responder a escala pensando em indicar até que 
 
 
 
ponto a cada um dos itens seguintes corresponde a uma das razões para o 
qual você está atualmente praticando seu esporte, variando de “Não 
corresponde absolutamente”; “Corresponde um pouco”; “Corresponde 
moderadamente”; “Corresponde muito” e “Corresponde exatamente”. Abaixo 
segue algumas das afirmativas do instrumento. (Pelletier et al. 1995) 
 
1. Para o prazer que sinto em viver experiências emocionantes. 
2. Para o prazer que me dá para saber mais sobre o esporte que 
eu pratico. 
3. Eu costumava ter boas razões para fazer esporte, mas agora 
eu estou me perguntando se eu deveria continuar a fazê-lo. 
4. Para o prazer de descobrir novas técnicas de treinamento. 
5. Eu não sei mais, eu tenho a impressão de ser incapaz de 
sucesso neste esporte. 
 
Essas afirmativas são divididas em 7 dimensões que permitem identificar 
a motivação sob os aspectos: 1. A primeira dimensão avalia o quanto de prazer 
o atleta atribui ao saber e desenvolvimento esse esporte traz para a vida deles, 
denominada “motivação intrínseca para conhecer”; 2. A segunda dimensão 
denominada “motivação intrínseca para atingirem objetivos” avalia o prazer do 
atleta em adquirir novas habilidades no esporte; 3. A terceira dimensão avalia a 
busca do atleta por alcançar novos estímulos e um nível desejado de prazer; 4. 
A quarta dimensão refere-se à motivação extrínseca, portanto, avalia a 
percepção do atleta quanto às recompensas que ele recebe por conta de seu 
desempenho; 5. A quinta dimensão avalia as pressões internar que o atleta 
mesmo se impõe ou até mesmo a culpa que ele pode sentir quando falha em 
alguma tarefa relacionada ao esporte; 6. A sexta dimensão avalia a capacidade 
de o atleta se identificar com as atividades que realizam no esporte que 
praticam, está associada a capacidade de entender que o envolvimento pode 
contribuir para o crescimento no aspecto pessoal, bem como no esporte e sua 
vida em geral; e 7. A sétima dimensão avalia a desmotivação, ou seja, o 
sentimento de desesperança do atleta independente de resultados, mas algo 
que o impeça de continuar no esporte independentemente de fatores 
intrínsecos e extrínsecos, mas situacional. 
 
 
 
A Situtional Motivation Scale (SIMS) traduzida como escala de 
motivação situacional visa avaliar tanto a motivação intrínseca, como a 
desmotivação. Guay et al (2000) propôs um instrumento curto e de fácil 
aplicação seja num laboratório de pesquisa como em ambientes da prática 
esportiva (externos). Esse instrumento está dividido em quatro dimensões, as 
quais apresentam quatro afirmativas, totalizando 16 itens que o atleta deve 
responder através da escala likert variando sua resposta entre 1 “não 
corresponde nada” a 7 “corresponde exatamente”. As quatro dimensões fazem 
referência à: motivação intrínseca, identificação da regulação, regulação 
externa e a desmotivação. 
O Questionário de Perfil Motivacional, único instrumento brasileiro 
apresentado aqui, foi elaborado por Samulski e Noce (2000) no laboratório do 
Centro de Excelência Esportiva (Cenesp) na UFMG. O instrumento é dividido 
em três partes e visa avaliar o perfil motivacional em diferentes modalidades 
esportivas. Samulski (2002, p 112), cita como fatores motivacionais externos 2 
determinantes: 
O incentivo, que pode ser uma antecipação de prêmios como 
elogio, reconhecimento social, dinheiro e outros fatores que 
estão relacionados com o resultado de uma ação ou, b) a 
imposição de dificuldades e problemas. As dificuldades de uma 
tarefa determinam em forma muito decisiva o nível de motivação, 
de maneira que tarefas muito fáceis ou muito difíceis são 
desmotivadoras. 
 
A primeira parte do instrumento caracteriza a iniciação desportiva do 
atleta, a segunda avalia a percepção do atleta em relação ao rendimento e a 
terceira parte avalia a motivação propriamente dita. 
Na primeira parte do instrumento as perguntas fazem referência ao 
volume de treinamento, objetivos e metas e perguntas que facilitam e dificultam 
a carreira esportiva do atleta, o tipo de apoio que recebem de seus familiares e 
até mesmo as atividades que os atletas desempenham fora do ambiente de 
treino. Nessa primeira parte os atletas respondem à escala likert de 0 a 3. Na 
segunda parte 18 itens avaliam a autopercepção que o atleta de competição 
 
 
 
têm sobre o rendimento. Nesses itens o atleta deve respondem a escala likert 
de 10 pontos. Já na terceira parte a motivação é avaliada da perspectiva da 
manutenção no esporte, nas quais os possíveis fatores de abandono são 
avaliados em escala likert de 0 a 3 pontos. 
Por fim, o último instrumento a ser comentado é o “Free Time Motivation 
Scale for Adolescentes- (FTMS-A)” que à partir da teoria da autodeterminação 
de Ryan & Deci (2000) tem 23 questões que visam avaliar a motivação de 
adolescentes em momentos de lazer. Os adolescentes na faixa etária de 12 a 
18 anos tem que responder as afirmativas que atendem às mesmas dimensões 
do Sport Motivation Scale (SMS) através de escala likert de 0 a 5 pontos. 
Além desses instrumentos acima apresentados outras técnicas e 
estratégias podem ser utilizadas como sugerem Melhem e Silva (2007) como 
o EMI – Estabelecimento de Metas em Intervalo que objetiva planejar um 
treinamento motivacional para direcionar os esforços para objetivos pré-
determinados, utilizando os seguintes mecanismos: 
 Conduzir a atenção para aspectos relevantes da tarefa. 
 Despender o esforço necessário no alcance do objetivo em um 
tempo previamente estabelecido. 
 Manter a persistência no cumprimento das metas. 
 Desenvolver estratégias alternativas e criativas a fim de vivenciar 
novos aprendizados. (p93) 
 
As metas estabelecidas podem ser caracterizadas a curto, médio e 
longo prazo dependendo do objetivo a serem realizadas, metas intermediárias. 
O uso dessa técnica permite avaliar através do comportamento e medir como o 
atleta vem cumprindo essas metas e o que sentem a respeito. 
Samulski (2002) ainda sugere técnicas básicas de motivação,medidas 
de ativação básica e medidas de automotivação. As técnicas de motivação 
visam reforçar comportamentos adequados e positivos e evitar os 
comportamentos dos atletas não desejados e que podem ser negativos. A 
aplicação dessa técnica visa a “aplicação de medidas de compensação e 
prevenção” (p 118). Nessa técnica as estratégias dos técnicos podem ser 
 
 
 
orientadas ao comportamento do indivíduo (atleta) ou à situação (treino, 
competição, etc.). 
 
Quando se faz referência às medidas orientadas à pessoa leva-se em 
conta a capacidade do atleta de aprender e de sua atuação no rendimento. 
Geralmente o acompanhamento psicológico pode contribuir para ajudar o atleta 
a superar problemas psíquicos e eventuais conflitos sociais que possam 
prejudicar o desempenho do atleta. As medidas orientadas à situação referem-
se às características da situação/ tarefa que será executada. Dependendo do 
nível de modificação da tarefa, pode-se alterar a aprendizagem e o resultado 
do atleta. 
As medidas orientadas à pessoa e à situação relacionam-se 
de forma recíproca e determinam a escolha da técnica atual 
de motivação. As técnicas de motivação acima citadas, por 
regra, podem ser executadas pelo professor e pelo 
treinador. O objetivo do ensino e do treinamento deve ser o 
de desenvolver no aluno/atleta a capacidade de 
automotivação (motivação intrínseca), autocontrole e a 
capacidade de assumir responsabilidade em situações de 
fracasso. (Samulski, 2002, p 119) 
 
 
 
 
As medidas de ativação fazem referência ao controle de energia, que 
dependendo do grau de ativação podem resultar em aumento ou redução do 
nível energético que objetivam em comportamento dinâmico e relaxado 
respectivamente. Alguns indicadores são observados e trabalhados com o 
atleta como a respiração, movimento, imaginação e linguagem. Podem ser 
utilizadas técnicas de direcionamento da atenção, de acentuação (técnica que 
influencia positivamente a percepção do atleta) e técnicas de relativação (que 
visa ressignificar as referências de avaliação pessoal e ambiental). 
Segundo Samulski (1986, 14) “por técnicas de automotivação 
compreendem-se todas aquelas medidas que uma pessoa aplica, assumindo o 
controle sobre o seu próprio comportamento, para regular seu nível de 
motivação”. Essas técnicas compreendem as cognitivas de mentalização, as 
técnicas de autoafirmação, as técnicas motoras e as técnicas emocionais. 
Samulski (2002) sugere mentalizações relacionadas às capacidades 
positivas, metas concretas, com o interesse de estabelecer com o atleta as 
metas a serem atingidas ou até mesmo modificadas. As técnicas de 
autoafirmação visam o reforço para o próprio atleta como um autoelogio. As 
técnicas motoras utilizam os movimentos e o próprio treino para incentivar 
positivamente à competição. As técnicas emocionais também auxiliam as 
técnicas motoras, contribuindo para autopercepção do atleta enquanto executa 
os movimentos e mentalizam a fluidez do movimento, bem como, a sensação 
de sucesso e o prazer de realizar tais movimentos. Essa técnica pode ser 
utilizada com o auxílio de músicas que ajudam a induzir à um estado emocional 
agradável. 
Como pode-se ver nesse material, muitos são os instrumentos e 
técnicas utilizadas para mensurar a motivação, porém no Brasil, muito ainda 
tem a se desenvolver em termos de instrumentos validados e padronizados, 
bem como, construídos por pesquisadores brasileiros. Por enquanto 
profissionais que trabalham no contexto esportivo podem utilizar os 
instrumentos disponíveis, adequando a aplicação dos mesmos de acordo com 
a faixa etária ideal e as situações adequadas. 
 
 
 
Referências 
FONSECA, António Manuel; BRITO, António de Paula. Propriedades 
psicométricas da versão portuguesa do Intrinsic Motivation Inventory (IMIp) em 
contextos de actividade física e desportiva. Aná. Psicológica, Lisboa, v. 
19, n. 1, 2001 
GAYA A, CARDOSO M. Os fatores motivacionais para a prática desportiva e 
suas relações com o sexo, idade e níveis de desempenho desportivo. Rev 
Perfil. 1998;2:40-51. 
SAMULSKI. D. Psicologia do esporte. São Paulo, Ed. Manole, 2002. 
SERPA S. Motivação para a prática desportiva: validação preliminar do 
questionário de motivação para as actividades desportivas (QMAD). In: Sobral 
F, Marques A. FACDEX: Desenvolvimento somato-motor e factores de 
excelência desportiva na população escolar portuguesa. Lisboa: Ministério da 
Educação; 1992. p.89-97.

Continue navegando