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ANA BEATRIZ CAMPOS 1 NEFROLOGIA – 1ª EI BLOCO 1 ITU’S • Diz-se que existe ITU quando, além de colonização, microrganismos ali sediados se multiplicam produzindo ou não manifestações clínicas. Por isso existe as bacteriúrias assintomáticas e sintomáticas. Além da colonização, as bactérias podem se proliferarem e produzir ou não manifestações clínicas. • As ITU são de elevada prevalência na prática médica: - 5% pacientes ambulatoriais vistos em hospital geral tem ITU; - ITU são infecções hospitalares mais comuns atualmente; - 30-40% bacteremias por BGN (principal é a E. Coli) são de origem trato urinário; - ITU são causas importantes de destruição do RIM (IRC estágio V); - ITU são mais comuns em mulheres grávidas à Aborto e prematuridade; - Urolitíase é fator predisponente de grande importância para ITU; - Diabetes Mellitus e idosos tem maior incidência de ITU, com aumento da mortalidade; - Mulheres grávidas mesmo com bacteriúria assintomática TRATA; NOMECLATURA EM ITU • 10º5 microorganismos\ml de urina à Bacteriúria significante. • Existem situações que diminuem o nº de bactérias na urina: - Uso de ATB no período da urocultura, ou até 3-4 dias antes da urocultura; - Presença de bactérias com menor poder de replicação (BGP); - Hiperidratação do paciente e colheita de amostra de urina pouco tempo depois de uma micção (menos de 1h da última amostra); - Contaminação da urina com detergente utilizado na limpeza da vagina e região periuretral; A gente vê a quantidade de microorganismos na UROCULTURA. Além de ver qual a bactéria, ele diz a quantidade por ML/urina ou unidades formadoras de colônia por ml/urina. Se o paciente for muito sintomático e não tiver uma bacteriúria tão significante no exame e ele não fizer uso de nenhum ATB, pode se pensar em infecção por BGP, já que possui um poder de replicação menor e por isso, na urocultura, não aparece tão significante, comparado a quantidade de sintomas que o paciente tem. O EAS e a Urocultura tem que ser na primeira urina da manhã, desprezando o primeiro jato e o restante coloca no coletor de urina. Caso a coleta da urina seja feita sem ser na primeira urina da manhã, muito provavelmente vai diminuir a quantidade de bactérias. O poder de replicação das bactérias também diminui quando o paciente faz a ingesta de muita água no dia/noite anterior. § BACTERIÚRIA SIGNIFICATICA EM ADULTOS: 1. ³ 103 uropatógenos/mL no jato médio da urina em cistite aguda não complicada em mulheres. 2. ³ 104 uropatógenos/mL no jato médio em pielonefrite aguda não complicada em mulheres. 3. ³ 105 uropatógenos/mL no jato médio da urina em mulheres ou ³ 104 uropatógenos/mL no jato médio da urina em homens (ou em urina colhida dire- ANA BEATRIZ CAMPOS 2 NEFROLOGIA – 1ª EI BLOCO 1 tamente por cateterismo em mulheres) com ITU complicada. 4. Na amostra colhida por punção suprapúbica, qualquer contagem de bactérias é relevante. OBS: Cistite e Pielonefrite não complicadas/complicadas à Não complicada é quando não tem um fator complicador, por exemplo, cálculo renal, bexiga neurogênica, são exemplos de fatores complicador. § FATORES ASSOCIADOS À OCORRÊNCIA DE ITU COMPLICADA: ® Alterações anatômicas, estruturais ou funcionais do trato urinário: Catetes, distúrbios miccionais, instrumentação do trato urinário, litíase, neoplasias, desordens neurológicas (Ex: Demência, AVC), pacientes acamados. ® Antecedentes de infecções urinárias prévias: História de ITU na infância, pielonefrite prévia no último ano, ITU refratária no último ano, 3 ou mais episódios de ITU no último ano, colonização por uropatógno multirresistente, antibioticoterapia recente (menos de 1 mês). ® Presença de insuficiência renal: Insuficiência pré-renal (Ex: desidratação grave, insuficiência cardíaca), renal (Ex: glomerulopatias) ou pós-renal (Ex: litíase uretral, hiperplasia prostática). ® Comorbidades que afetam a capacidade imunológica: Diabetes mellitus, desnutrição, insuficiência hepática, imunossupressão (câncer, AID), hipotermia. § NOMECLATURAS: • AGUDA: Caso sintomático inicial (até 48h). • RECORRENTE: Mais de 3 surtos num intervalo de 1 ano ou 2 ou mais episódios em 6 meses; • ALTA: Acomete os rins à Pielonefrite; • BAIXA: Quando se atem a bexiga à Cistite; • COMPLICADA: Existência de fatores complicadores; • NÃO COMPLICADA: Ausência de fatores complicadores; O tratamento muda de acordo com o diagnóstico. ITU alta não complicada trata de um jeito, já uma ITU alta complicada, o tratamento vai feito de outra maneira (o tempo, as drogas, vão ser diferentes). DIAGNÓSTICO • O diagnóstico de ITU exige a conjunção de dados clínicos e laboratoriais. • Avaliar criteriosamente sinais e sintomas + urocultura quantitativa (firmar o diagnóstico definitivo de ITU). • O que considerar na história? - Número de ITUS por ano? - Tratamentos anteriores e duração. Qmpr? - Investigação realizada? - Sintomas ginecológicos? Última avaliação? - Atividade sexual: Frequência? Parceiro: troca? Múltiplos? - Quanto tempo após a relação apareceram os sintomas? - Uso de ATB prévio p/ ITU ou qualquer infecção? - Hospitalizações prévias? - Patologia nefro-urológica prévia? Litíase? - Métodos contraceptivos: Diafragma, condom c/ espermicida? - História materna de ITU? ANA BEATRIZ CAMPOS 3 NEFROLOGIA – 1ª EI BLOCO 1 - Métodos de higiene íntima? Uso de duchas, banho de imersão? - Presença de DM, Imunossupressão? - Instrumentação genito urinária prévia/cateter vesical? § MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: ® RN e Crianças (1ª ano de vida): Sintomas inespecíficos (perda de apetite, febre, vômitos, diarreia, irritabilidade, insônia, palidez, perda inexplicável de peso, alteração no ritmo urinário. ® Criança >1 ano: Dor abdominal, polaciúria, mal estar, disúria. ® ITU BAIXA: Disúria, polaciúria, dor suprapúbica, urgência miccional, urina turva, hematúria (raro). ® ITU ALTA: Dor lombar uni ou bilateral (sinal de Giordano +), febre elevada e calafrios. ® Em idosos a frequência de bacteriúria assintomática é relativamente alta. OBS: Hematúria pode entrar no diagnóstico diferencial. Na cistite não complicada, é raro aparecer. OBS: Na ITU alta, não tem dor suprapúbica e sim, dor lombar. § EXAMES COMPLEMENTARES: • SUMÁRIO DE URINA (URINA 1): É importante na suspeita diagnóstica de ITU (o que confirma é a urocultura). Deve ser coletado na 1ª urina da manhã (jato médio). É positivo quando tem >10 leucócitos\campo em mulher e >5 leucócitos\campo em homem; ou acima de 10.000 leucócitos\mL de urina (em ambos). Pode haver a presença de cilindros leucocitários, mas não é indicativo de ITU (apenas em 60% dos casos). Hematúria microscópica quando é causada por uma ITU, desaparece com o tratamento. Teste do nitrito (se positivo, confirma ITU; se negativo, não exclui). Geralmente as BGN transformam nitrato em nitrito. Esse teste é muito sensível e pouco específico. • UROCULTURA QUANTITATIVA: É o exame mais importante para o diagnóstico de ITU. É positivo quando >100.000ufc\mL. Considera-se positivo: - Mulheres à 102ufc\mL + sintomatologia (cistite) ou 104ufc\mL + sintomas pielonefrite (ITU ALTA). Urina colhida por cateterismo vesical, considera-se urocultura positiva quando >100.000ufc\mL (semelhante ao jato médio da urina). Punção suprapúbica, urocultura positiva à 1 bactéria\mL de urina. LEMBRE-SE: DIAGNÓSTICO DE ITU à CLÍNICO + LABORATORIAL. VEJA SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS DO PACIENTE E CONFIRME COM A UROCULTURA. SUMÁRIO DE URINA DÁ A SUSPEITA!!!! § ESTUDO DE IMAGENS DO APARELHO URINÁRIO: § QUANDO O MÉTODO DE IMAGEM DEVE SER UTILIZADO NA AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM ITU: ® Crianças do sexo masculino com ITU ou criança do sexo feminino com ITU recorrente oucomplicada. A gente sabe que homem é muito difícil ter ITU, então, quando acontece, temos que fazer o uso do exame de imagem. ANA BEATRIZ CAMPOS 4 NEFROLOGIA – 1ª EI BLOCO 1 OBS: O pico de incidência de ITU na mulher, é quando começa a atividade sexual. ® Acompanhamento de pacientes com cicatrizes renais (necrose de papila, alguma alteração morfológica do trato urinário). ® Pacientes do sexo masculino. ® Mulheres com pielonefrite agudas. Geralmente, começam com cistite e evoluem para pielonefrite. Raramente a mulher começa com pielonefrite, acontecem quando elas tem algum fator complicador. ® Pacientes com suspeita de obstrução ou com resposta lenta ou ausente ao tratamento adequado. OBS: Urografia excretora não está sendo muito usada por conta do contraste. OBS: Ureterocistoscopia é importante em casos de infecção recorrente. PATOGÊNESE ® E. Coli (80% dos PCTs ambulatoriais; menos frequente em PCTs hospitalizados). ® Klebsiella sp. ® Staphylococcus saphorofidico (15% dos pacientes à 2ª + frequente). ® Proteus sp. ® Enterobacter sp. Por isso é importante perguntar na história clínica se o paciente teve alguma hospitalização prévia, pois muda a incidência do patógeno. § VIAS DE INFECÇÃO: ® Vias ascendente (mais comum). ® Via hematogenica (sepse/obstrução intra e extra renal do fluxo urinário). ® Via linfática (rara). Por que a paciente gestante tem mais risco de ITU, principalmente no final da gestação? Porque o útero cresce e a bexiga se aproxima do colo e acontece a translocação do patógeno com mais facilidade. • Mecanismos de defesa do trato urinário à A urina é um meio de cultura razoável para a maioria dos patógenos, entretanto, pode ser inibitória ou bactericida, devido aos seguintes fatores: - Elevada osmolaridade; - pH baixo (5,0-6,0); - Elevada concentração de ácidos orgânicos (uréia – serve como um fator bactericida); - Presença de secreção prostática no homem; - Proteína de Tamm-horsfall (proteína produzida pelo rim, na mácula densa dos túbulos renais); A urina pode ser um meio de contaminação, mas na maioria das vezes ela “controla” infecção, justamente por possuir esses fatores que inativam a bactéria. ANA BEATRIZ CAMPOS 5 NEFROLOGIA – 1ª EI BLOCO 1 • A bexiga apresenta vários mecanismos que dificultam o desenvolvimento de uma infecção: - A micção é o mais eficaz mecanismo de defesa; - A camada de glicosaminoglicano; - Os polimorfonucleares, que acorrem ao local da invasão do urotélio vesical; - A existência de agentes antibacteriano produzido pelo urotélio; Os 2 principais mecanismos de defesa: URINA e BEXIGA. O mais eficiente é a micção, por isso SEMPRE pedir para que o paciente beba bastante água. Por que eu tenho a ITU se possuo tantos mecanismos de defesa? Ela se dá pela “força” da bactéria, pela virulência bacteriana e também, pela fraqueza do hospedeiro. • Fatores predisponentes não comprovados: - Micção pré ou pós-coito; - Consumo de bebidas; - Técnica de higiente; - Uso de duchas; - Uso de banheiras; - Tipo de calcinhas; - IMC elevado; COMPLICAÇÕES DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO • Complicações imediatas: - Complicações supurativas (abscesso perinefretico; pionefrose); - Necrose de papilas renais (mais comum em rim obstruído e rim diabético); - Bacteremia; • Complicações tardias: - Atrofia do parênquima renal e IRC; - HAS; - Litíase renal (está relacionada a alteração de pH); SITUAÇÕES CLÍNICAS ESPECIAIS • Infecções recorrentes do trato urinário: ® É relativamente frequente, sobretudo em mulheres jovens. ® Pode ser causada pela persistência do mesmo agente infectante ou por reinfecção por outro microrganismo (70-80% das vezes). ® No mínimo 50% das mulheres com ITU recorrente não evidenciam qualquer fator predisponente clinicamente perceptível. ® É recomendável que toda paciente com ITU recorrente seja submetida a exploração propedêutica do trato urinário – fazer investigação da causa de recorrência do paciente; DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • ITU à Disúria interna, polaciúria, urgência miccional, início abrupto, dor supra-púbica, piúria, hematúria, calafrios. • DST à Disúria interna, história associada de polaciúria ou urgência, início gradual, secreção vaginal, novos ou múltiplos parceiros. ANA BEATRIZ CAMPOS 6 NEFROLOGIA – 1ª EI BLOCO 1 • Vaginites à Disúria externa, início gradual, secreção ou odor vaginal, prurido. Na história clínica, importante perguntar a última vez que foi ao ginecologista. Pois é importante para esse diagnóstico diferencial. TRATAMENTO DAS ITUS • O tratamento bem sucedido das infecções do trato urinário depende essencialmente de: ® Diagnóstico clínico-bacteriológico correto (sinais e sintomas + urocultura; clínico para saber se a infecção é alta ou baixa). ® Escolha de agente antibacteriano adequado, que deve ser usado de modo próprio (baseado no bacteriológico – urocultura + antibiograma). ® Acompanhamento do doente para verificar a ocorrência de recidiva da infecção. Nestes casos, investigar a existência de fator predisponente. • Padrões de resposta ao tratamento: ® Cura: Quando a urocultura se torna negativa e continua negativa pelo período de 6 meses. ® Persistência: Quando a mesma bactéria existente antes da terapêutica continua na urina; muitas vezes causada pela ineficácia do ATB ou resistência ao ATB. ® Recaída: Quando a mesma bactéria reaparece na urina do doente, depois de ter sido erradicado por uma terapia adequada. Geralmente ocorre 2-3 semanas após o tratamento. ® Reinfecção: Quando desaparece a bactéria infectante e surge um novo agente etiológico, geralmente é comum ocorrer de 2-6 meses do tratamento inicial. OBS: Recaída mesma bactéria, reinfecção outra bactéria. Quanto a isso, ainda diferem os tempos: Recaída 2-3 semanas e reinfecção 2-6 meses. O tratamento não é só ATB, é fazer o diagnóstico correto, saber qual a bactéria presente para tratar corretamente, mas eu tenho que acompanhar o paciente, pois ele pode ter recaída, reinfecção ou persistência ao meu tratamento. Para o tratamento correto, primeiro tem que saber a nomenclatura da infecção: TRATAMENTO DE FORMA EMPÍRICA • ITU baixa (cistite) de origem comunitária em mulheres jovens imunocompetentes e sem fatores associados à ocorrência de ITU complicada: 1. NORFLOXACINO 400mg V.O de 12/12h por 7 dias. 2. NITROFURANTOÍNA 100mg V.O de 6/6h por 7 dias. 3. CEFUROXIMA 250mg V.O de 12/12h por 7 dias. 4. CEFALEXINA 500mg V.O de 6/6h por 7 dias. 5. FOSFOMICINA trometamol: 3g de pó, diluídos em meio copo d’água, em única tomada, com a bexiga vazia, antes de dormir. Exemplo: Chega uma paciente ao ambulatório com cistite sem complicação, de origem comunitária, até chegar á urocultura eu irei tratar com NORFLOXACINO. Ao chegar á urocultura, vejo se a paciente é sensível ou não ao norfloxacino, pois, caso não seja, faz a mudança de ATB para outro específico para ela. ANA BEATRIZ CAMPOS 7 NEFROLOGIA – 1ª EI BLOCO 1 OBS: CEFALEXINA E CEFUROXIMA NÃO SE USAM MAIS!!!!! A cefalexina ainda se usa muito só para criança e mulheres grávidas, pois esta última não pode fazer uso de Norfloxacino (pelo risco de má formação fetal). • ITU alta (pielonefrite) de origem comunitária e não complicada (tratamento ambulatorial com reavaliação a cada 48h): 1. CIPROFLOXACINO 500mg V.O de 12/12h por 10 a 14 dias; 2. CEFUROXIMA 500mg V.O de 12/12h por 10 a 14 dias. Esse tratamento pode ser feito ambulatorialmente, mas com 48h eu reavalio o paciente. Caso não aconteça melhora, interno esse paciente. Prestar atenção no tempo de tratamento, pois na pielonefrite vai ser de 10 a 14 dias. Também pode fazer uso do NORFLOXACINO. OBS: A ciprofloxacinoestá um pouco complicada para uso, pois está apresentando uma resistência muito grande. • ITU alta (pielonefrite) de origem comunitária com fatores de complicação (tratamento inicial e regime de internação hospitalar): 1. CIPROFLOXACINO 400mg I.V de 12/12h por 14 dias. 2. CEFUROXIMA 750mg I.V de 8/8h por 14 dias. 3. CEFTRIAXONA 1g I.V de 12/12h por 14 dias. A terapia via oral deve ser avaliada após 48 a 72h com o paciente afebril e apresentando melhora clínica. Após o tempo de avaliação (48-72h), o paciente apresentou melhora, posso liberar para casa com medicação V.O até o término do tratamento – 14 dias. Prestar atenção nos quadros de bacteremia, por exemplo: paciente com cistite não complicada que está evoluindo para uma complicação, interna. Já se o paciente tem uma ITU ALTA mesmo sem fator complicador, mas tem um quadro de bacteremia, ou seja, está evoluindo para sepse ou choque séptico, interna também. Mesmo podendo deixar o paciente em tratamento ambulatorial, deve sempre avaliar o quadro clínico do paciente, se ele tem aquelas complicações imediatas ou não. • ITU de origem hospitalar: O tratamento deve ser guiado pela urocultura e antibiograma. O tratamento empírico deve ser orientado pelo conhecimento prévio de resistência microbiana de cada instituição. Drogas potencialmente ativas contra agentes hospitalares: 1. CIPROFLOXACINO 400mg I.V de 12/12h. 2. CEFTAZIDIMA 2g I.V de 8/8h. 3. CEFEPIMA 2g I.V de 12/12h ou 8/8h. 4. AMPICILINA 2g + SUBACTAM 1g I.V de 8/8h ou 6/6h. 5. PIPERACILINA 4g + TAZOBACTAN 0,5 g I.V de 8/8h. 6. ERTAPENEN 1g I.V 1x ao dia. 7. IMIPENEN 500mg I.V de 6/6h. 8. MEROPENEN 1g I.V de 8/8h. 9. AMICACINA 15mg/kg/dia em dose única. 10. POLIMIXINA B 25.000 UI/Kg/dia fracionada em infusões de 12h. OBS: O tratamento empírico nesse caso, vai depender da microbiota do hospital. ANA BEATRIZ CAMPOS 8 NEFROLOGIA – 1ª EI BLOCO 1 Uma tese de mestrado feita em 2007 (mas que ainda reflete muito na atualidade), testou a resistência de vários antibióticos e, ele viu nesse teste que a CEFALEXINA e a SULFAMETOXAZOL, foram os ATB que apresentaram mais resistência no combate a E. Coli, tanto em relação a cistite, quanto a pielonefrite não complicada de origem comunitária. Por isso, NÃO USAMOS A CEFALEXINA!!!!! A droga que apresentou menos resistência foi a NITROFURANTOÍNA que, tem uma excelente resposta na cistite de origem comunitária por que sempre foi pouco usada. Atualmente, a NITROFURANTOÍNA é muito usada para PROFILAXIA, sempre usa 1/4 da dose, 1 cp/dia. Conclusão da tese: Concluiu-se que o perfil de resistência da E. Coli aos ATB mais utilizados mostrou uma prevalência de resistência elevada â Sulfametoxazol (22%). Sugere-se que a melhor opção para o tratamento empírico inicial para infecção urinária não complicada deve ser com a NITROFURANTOINA. A análise genotípica dos isolados revelou a inexistência de características específicas entre os grupos clonais. • ITU ASSINTOMÁTICA: ® Cefalosporina 1ª e 2ª geração; ® Quinolonas; ® Nitrofurantoína; ® SMT + TMP; O tratamento deve ser de 7 á 10 dias. Tratar apenas mulheres grávidas, transplantados, neutropenicos e pacientes que irão submeter-se a procedimentos urológicos invasivos ou litotripsia e pacientes diabéticos. Lembrando que CEFALEXINA e a SULFA geralmente a gente não faz mais uso. Pode optar por NITROFURANTOÍNA ou o CIPROFLOXACINO ou NORFLOXACINO. MULHERES GRÁVIDAS JAMAIS USAR QUINOLONAS, usa sulfa ou cefalosporinas de 1ª geração. ITU RECORRENTE (>3 SURTOS/ANO) • NÃO COMPLICADA: ® Norfloxacina; ® Cefalosporina 1ª ou 2ª geração; ® Nitrofurantoína; ® SMT + TMP; Trata de 7 á 10 dias na fase sintomática e mantém ½ ou ¼ da dose por 6-9 meses (profilática). • COMPLICADA: ® Fluorquinolonas; ® Cefalosporinas 3ª geração; ® Piperacilina/Tazobactan; ® Ampicilina/Sulbactan; ® Carbapenemicos; Nessas infecções recorrentes complicadas, tenho que encontrar o fator complicador e regular. ITU recorrente à preciso saber se tem um fator complicador ou não, por que se existir fator complicador, eu não faço a profilaxia, tenho que resolver o problema complicador. Se não tem fator complicador, ANA BEATRIZ CAMPOS 9 NEFROLOGIA – 1ª EI BLOCO 1 eu trato a bactéria e faço a profilaxia. § SITUAÇÕES TERAPÊUTICAS ESPECIAIAS: Síndrome uretal aguda à São pacientes muito sintomáticos, com sumário de urina +, mas com uma urocultura não tão significante. As bactérias mais presentes nessa patologia são: Chlamydia, ureaplasma ou gonococcus ou TB renal (BGP). Então, se você pega um paciente muito sintomático, com sumário de urina bem +, mas uma bacteriúria não tão significativa ou até mesmo uma urocultura negativa, tem que avaliar esses tipos de bactérias citadas. Outro fator no nosso dia a dia, é o uso da sonda vesical de demora (SVD), uma das maiores causas de ITU. Nos pacientes que fazem uso, não inicia ATB, só faz o uso se o paciente apresentar sintomas. PROFILAXIA • ITU RECORRENTES NÃO COMPLICADAS: ® CRAMBERRY: Interfere com a adesão da E. Coli tipo P fimbriada ao uroepitélio. ® Uso de ESTRÓGENO (forma tópica): o Restaura a mucosa atrófica; o Reduz o pH vaginal; o Aumenta o número de lactobacilos; o Reduz a colonização de enterobactérias; É principalmente usado em mulheres que tem infecção após o ato sexual. Deve ser usado a noite, após a higiene vaginal. OBS: Só faz profilaxia nas ITUS não complicadas, pois, nas complicadas é preciso primeiro resolver o fator complicador. • PROFILAXIA ANTIMICROBIANA: ® CONTÍNUA: 2 á 6 meses ou >2 anos. - Nitrofurantoína 100mg 1x/dia; - SMT + TMT ½ ou ¼ da dose; - ATB sensível ao antibiograma em doses menores; São feitas principalmente em crianças que tem algum defeito urológico, que não podem operar. ® PÓS-COITO: É tão eficaz quanto o uso contínuo de antimicrobianos na redução da infecção urinária, quando os episódios de infecção estão relacionados com a atividade sexual. Geralmente faz por 3 dias ou, se toda vida que tem relação tem infecção, toma sempre 1 dose do ATB pós relação. • IMUNOTERAPIA ORAL (LISADO BACTERIANO DE ESCHERICHIA COLI) à Em mulheres jovens e na pós-menopausa, a imunoterapia oral mostrou-se efetiva na redução dos episódios de ITU, respaldando a utilização desta alternativa terapêutica. Porém, é muito cara e não é todo mundo que tem acesso a essa medicação. OBS: Os mais usados são a terapia continua, geralmente faz de 6 á 9 meses ou mais de 2 anos, dependendo do paciente e, com associação da Cramberry.