Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Departamento de Economia ECO 1800 - Técnicas de Pesquisa em Economia – 2009.1 Lista Teórica 3 SEÇÃO 1 Questão 1 - Esta questão trata do teste Dickey-Fuller. (a) “A rejeição da hipótese nula do teste Dickey-Fuller implica que a variável em questão é estacionária”. Comente essa afirmação. (b) O que diferencia o teste Dickey-Fuller Aumentado (ADF) do teste Dickey-Fuller (DF)? Explique como você decidiria qual dos dois testes utilizar em determinada situação, apontando as vantagens e desvantagens de cada procedimento. (c) Uma das dificuldades na aplicação do teste Dickey-Fuller refere-se à decisão de incluir ou não termos determinísticos (constante/tendência) na regressão de teste. Discuta, para cada uma das séries apresentadas no gráfico abaixo, os possíveis problemas derivados da omissão dos termos determinísticos na regressão do teste. [Faça referência às hipóteses nula e alternativa do teste] 5.0 5.5 6.0 6.5 7.0 7.5 8.0 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 00 SERIE_1 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 5.5 6.0 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 00 SERIE_2 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 00 SERIE_3 5.2 5.6 6.0 6.4 6.8 7.2 80 82 84 86 88 90 92 94 96 98 00 SERIE_4 (d) A realização de testes ADF para a Série 2 acima (S2) e suas diferenças gera os seguintes resultados: Variável Estatística-ADF Valor crítico a 5% S2t -2,254 -3,467 DS2t -4,615 -3,467 D2S2t -6,195 -3,468 Qual é a ordem de integração da variável? Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 2 Questão 2 - Suponha que se deseje aplicar o teste Dickey-Fuller a séries geradas pelos seguintes processos ARIMA [onde tu ~ ),0( 2sN ]: a) ttt uYY += -15,0 b) ttt uYY += -1 c) 14,0 --= ttt uuY d) tttt uYYY +-= -- 21 14,09,0 e) 121 5,014,09,0 --- -+-= ttttt uuYYY Para quais dos casos acima você esperaria que a hipótese nula do teste ADF fosse rejeitada? Justifique sua resposta. Questão 3 - A tabela abaixo contém as estatísticas de teste Dickey-Fuller para três séries econômicas, suas diferenças, e os resíduos de algumas regressões entre elas. Série Estatística ADF Valor crítico a 5% Yt -2,07 -2,52 Xt -1,21 -2,52 Zt -1,58 -2,52 DYt -3,41 -2,81 DXt -2,16 -2,81 DZt -2,29 -2,81 D2Yt -6,12 -3,06 D2Xt -3,48 -3,06 D2Zt -3,81 -3,06 Resíduos da regressão de Yt contra Xt -2,08 -2,82 Resíduos da regressão de Yt contra Zt -2,12 -2,82 Resíduos da regressão de Yt contra Xt e Zt -2,85 -2,82 Com base nos resultados da tabela, responda: (a) Qual é o grau de integração de Yt, Xt e Z t? (b) Defina cointegração. Como você testaria se duas ou mais variáveis são cointegradas? (c) Um economista afirma que não é possível que as três séries sejam cointegradas, pois apesar de integradas elas têm graus de integração diferentes. Confirme ou desminta essa afirmativa, explicando detalhadamente. (d) A partir dos resultados anteriores, como você construiria um modelo para captar a dinâmica de curto prazo da variável Y? Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 3 Questão 4 - Um economista estima a seguinte equação por MQO: tttt uzxy ˆ5,05,2 )70.2()20.3( ++= R2 = 0,81 DW = 1,45 SC = -8,22 OBS.: Estatísticas -t entre parênteses; DW = estatística Durbin-Watson; SC = critério de informação de Schwarz. A realização de testes ADF para as variáveis (em nível e em primeira diferença) e para o resíduo da equação geram os seguintes resultados: Variável Estatística-ADF Valor crítico a 5% yt -1,922 -2,90 xt -1,343 -2,90 zt -2,140 -2,90 Dyt -4,088 -2,90 Dxt -3,450 -2,90 Dzt -3,880 -2,90 ût -3,300 -3,10 A partir desses resultados, o economista afirma: “AS VARIÁVEIS SÃO I(1) E SÃO COINTEGRADAS. LOGO, ESSA REGRESSÃO NÃO É ESPÚRIA”. Responda (justificando suas respostas adequadamente): a) O que significa uma série ser I(1)? Você diria que as séries acima são realmente I(1)? b) O que significa duas ou mais séries serem cointegradas? Você diria que as séries acima são realmente cointegradas? c) O que é uma regressão espúria? Você diria que a regressão acima realmente não é espúria? d) Suponha que o economista deseje estimar uma equação que capte a dinâmica de curto prazo entre as variáveis. A partir dos resultados acima, você diria que o procedimento mais correto seria estimar um modelo com as variáveis em primeiras diferenças? Questão 5 - Dois economistas desejam analisar a relação entre a demanda de moeda (m) e a renda nacional (y). Eles estimam os seguintes modelos (variáveis em logaritmos, dados anuais): Economista A: ttt uym += )20.3( 1.1 (1) R2 = 0.7 DW = 1.4 Economista B: ttt ym e+D=D )44.2( 7.0 (2) R2 = 0.4 DW = 1.2 onde os valores entre parênteses são as estatísticas-t. Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 4 A realização de testes ADF para as variáveis e os resíduos de (1) e (2) gera os seguintes resultados: Variável Estatística-ADF Valor crítico a 5% mt -1,422 -2,06 yt -1,213 -2,06 ut -3,202 -2,46 Dmt -2,822 -2,06 Dyt -3,415 -2,06 et -2,505 -2,46 a) Qual é a ordem de integração de m e y? b) O que o teste ADF nos resíduos de (1) indica a respeito da relação entre m e y? c) Considerando as respostas anteriores, você diria que os modelos (1) e (2) estão corretamente especificados? Justifique. Questão 6 (a) Um economista investiga a relação entre a taxa de câmbio real e o volume de exportações de um país que pratica um regime de câmbio flutuante. Os gráficos abaixo mostram as séries mensais do volume de exportações e da taxa de câmbio para o período da década de noventa, além das estatísticas ADF correspondentes. 6000 7000 8000 9000 10000 11000 12000 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 ADF = -1,63 ADF crít. 5% = -2,89 EXPORTAÇÕES 145 150 155 160 165 170 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 ADF = -0,10 ADF crít. 5% = -2,89 TAXA DE CÂMBIO Com base nessas estatísticas e nos gráficos, comente acerca da estacionariedade dos processos geradores das séries em questão. (b) O economista decide testar a existência de cointegração entre os dois processos. Para isso, ele estima uma regressão estática em que a variável dependente são as exportações e o regressor é a taxa de câmbio. Examinando o gráfico dos resíduos dessa regressão (abaixo) e sua estatística ADF, o economista conclui que não há cointegração. Escreva a equação da regressão estática e explique qual foi o raciocínio do economista. Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 5 -3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 ADF = -1,72 ADF crít. 5% = -2,89 Resíduos da regressão estática (c) Não satisfeito com o resultado do item anterior, o economista decide aumentar o tamanho de sua amostra para novamente testar cointegração. Essa estratégia faz sentido? Por quê? (d) Ele consegue obter as mesmas séries de exportações e taxa de câmbio para todo o século XX: 4000 6000 8000 10000 12000 00 10 20 30 40 50 60 70 80 90 00 EXPORTAÇÕES 80 100 120 140 160 180 00 10 20 30 40 50 60 70 80 90 00 TAXA DE CÂMBIO Novamente, ele estima uma regressão estática, agora com a amostra expandida. A estatística ADF obtida para os resíduos é igual a –7,57, para um valor crítico a 5% igual a –2,86. O que essa estatística diz sobre os resíduos e sobre a possibilidade de cointegração entre os dois processos? Questão 7 – Considere as seguintes regressões estimadas por MQO para o período de janeiro de 1991 a dezembro de 2002 (os valores entre parênteses são as estatísticas-t): CSFt = -9.1619 + 2.583 Ut (i) (-6.47) (11.21) R2 = 0.469 Número de obs.: 144 CSFt = -3.535 + 0.556 Ut + 0.091 t (ii)(-5.16) (4.10) (23.46) R2 = 0.892 Número de obs.: 144 Ut = 4.706 + 0.018 t (iii) (30.49) (9.85) R2 = 0.406 Número de obs.: 144 Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 6 Onde: CSFt = Número de cheques sem fundo (para cada 1.000 compensados). Ut = taxa de desemprego t = tendência linear a) Como você explicaria a diferença entre os coeficientes estimados para o efeito do desemprego sobre o número de cheques sem fundo nas regressões (i) e (ii)? b) Como você interpreta o coeficiente estimado para a tendência na regressão (ii)? Questão 8 – Considere os resultados do teste Dickey-Fuller Aumentado (ADF) para a série de cheques sem fundo (CSF) da questão anterior: Especificação da regressão de teste Estatística ADF Valor crítico a 5% (I) Com constante -0.90 -2.88 (II) Com constante e tendência -3.62 -3.44 O gráfico abaixo apresenta o comportamento a série de cheques sem fundo (CSF) entre janeiro de 1995 e agosto de 2005 (período para o qual foi realizado o teste ADF): 0 4 8 12 16 20 24 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 CSF (a) Escreva a regressão do teste ADF sob cada uma das especificações acima e indique com clareza as hipóteses nula e alternativa do teste. (b) Qual é a conclusão do teste a partir de cada uma das especificações acima? Discuta os resultados à luz do gráfico da série. Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 7 Questão 9 – A tabela abaixo apresenta os resultados dos testes de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) para o consumo per capita (Ct), o PIB per capita (Yt), e as produções de café (Cft) e de energia elétrica (Et) do Brasil entre 1947 e 2004. Os testes são aplicados para as variáveis em nível e em primeira diferença, usando as especificações com e sem tendência. Estatísticas ADF - com constante Valor crítico (10%) - com constante Estatísticas ADF - com constante e tendência Valor crítico (10%) - com constante e tendência Consumo per capita -1.091 - 2,57 -1.885 -3,12 D Consumo per capita -5.320 - 2,57 -5.319 -3,12 PIB per capita -0.917 - 2,57 1.760 -3,12 D PIB per capita -4.248 - 2,57 -4.237 -3,12 Log da produção de energia elétrica 0.437 - 2,57 -1.945 -3,12 D Log da produção de energia elátrica -5.416 - 2,57 -5.417 -3,12 Produção de café (toneladas) -3.382 - 2,57 -3.351 -3,12 D Produção de café (toneladas) -4.486 - 2,57 -4.556 -3,12 a) Qual é a ordem de integração de cada uma das variáveis? b) Suponha que você deseje estimar o efeito do PIB per capita sobre a produção de café. Como você especificaria essa relação? c) Pode existir algum problema em estimar uma regressão por MQO usando o PIB per capita como variável dependente e o log da produção de energia elétrica como variável independente? Explique. Estimando uma regressão por MQO com o consumo per capita como variável dependente e o PIB per capita como regressor, encontramos o seguinte resultado (os valores entre parênteses são as estatísticas-t):: Ct = 59043.5 + 0.767436 Yt (2.027) (104.67) O Teste de Dickey-Fuller Aumentado (sem constante e sem tendência) para os resíduos da regressão acima apresenta o seguinte resultado: ADF(4): t = -3.06427 [O valor crítico para o nível de significância de 10% é –1,62] d) Analisando esses resultados, podemos dizer que as duas variáveis (Ct e Yt) são cointegradas pelo teste de Engle-Granger? Justifique a sua resposta. Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 8 Questão 10 – Um certo país mantém sua taxa de câmbio real controlada, igual a 1. Essa taxa determina um nível de exportações de equilíbrio (Y*), ao qual as exportações observadas (Y) tendem a convergir. Subitamente, o país sofre um choque cambial, no qual a moeda local se desvaloriza 100%. Essa desvalorização determina um novo nível ideal de exportações. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 X(t) Y(t) Y*(t) (a) Para modelar a relação entre a taxa de câmbio real e as exportações, um economista propõe o seguinte modelo ADL: ttttt uXXYY +++= -- 1101 bba Mostre que esse modelo ADL tem uma representação de correção de erro e identifique na equação o termo que representa o “erro”. De que “erro” exatamente se trata? (b) O economista estima a igual a 0,9 e b0 igual a 0,3. Estime o valor do terceiro parâmetro do modelo ADL. Para que valor as exportações tenderão, a longo prazo, se a taxa de câmbio sofrer uma segunda desvalorização de 100%? (c) Podemos afirmar algo sobre a relação entre as séries de taxa de câmbio e de exportações, com base no fato de que o modelo que as associa tem uma representação de correção de erro? Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 9 Questão 10 – Considere o modelo abaixo, baseado em artigo publicado em 1993 na Applied Financial Economics, vol. 3(1), pelo economista Dorian Owen: e ttt ir p-º (1) t e tt ur ++= bpa (2) A equação (1) é a identidade que define a taxa de juros real (r) como a diferença entre a taxa de juros nominal (i) e a taxa de inflação esperada (pe). A equação (2) é a equação de determinação da taxa de juros real, que depende de variáveis agregadas no termo estacionário tu e, possivelmente, da inflação esperada, caso o valor do parâmetro ß seja diferente de zero (note que, em princípio, esse parâmetro poderia ser 0). Suponha que esse modelo descreva adequadamente o funcionamento da economia (ou seja, que todas as hipóteses acima sejam verdadeiras). Dada uma mudança nas expectativas de inflação, a identidade (1) implica que pelo menos uma das taxas r e i deve se alterar. Podemos distinguir dois casos extremos: · “Hipótese de Fisher”: uma variação em pe acarreta igual variação em i, de modo que a taxa de juros real r se mantém constante. Logo, na equação (2) devemos ter ß=0 (pois r não varia com pe). · “Hipótese de Fisher invertida”: uma variação em pe acarreta variação em r de igual magnitude mas com sinal invertido, de modo que a taxa de juros nominal i se mantém constante. Isso significa que, na equação (2), devemos ter ß = -1. A principal distinção entre as duas hipóteses acima diz respeito, portanto, ao fato de ß ser ou não ser igual a zero. De acordo com Owen, é possível verificar qual dessas hipóteses é mais plausível para certo país, a partir da identificação da ordem de integração de r, i e pe. Considere os seguintes casos possíveis: CASO (I) CASO (II) r I(0) I(1) i I(1) I(0) pe I(1) I(1) (a) Qual das duas hipóteses (“Fisher” ou “Fisher invertida”) é compatível com cada um dos casos acima? Explique sua argumentação cuidadosamente. [Dica: Para responder a essa pergunta, você deve analisar com cuidado o modelo formado por (1) e (2), lembrando que, na equação (2), u é estacionário por hipótese, e que a diferença entre as duas hipóteses diz respeito ao valor de ß.] (b) Sob cada um dos casos acima, é possível afirmar que duas ou mais variáveis são cointegradas? Exp lique. [Vale a mesma dica acima] Visando preparar uma questão interessante, inteligente e original, seu modesto professor decide aplicar a metodologia acima para o Brasil. A realização de testes ADF para as variáveis em questão (em nível e em primeira dife rença) gera os seguintes resultados: Variável Estatística-ADF pet -2,550 it -1,910 rt -3,608 D pet -4,672 Dit -3,298 Drt -11,138 Valor crítico a 5% = -2,9165 (c) De acordo com o teste acima, qual é a ordem de integração das variáveis r, i e pe? O que isso indica acerca da validade das hipóteses de Fisher/Fisher invertida para o Brasil? Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 10 Questão 11 - Um economista deseja saber qual a relação entre duas variáveis Yt e Zt. Para tal, eleestima a seguinte regressão: Y_t = a + b Zt + ut. Os valores estimados para os coeficientes, bem como as estatísticas de teste relevantes estão apresentadas abaixo: Parâmetros Valores Estimados Erro-padrão Estatística-t p-valor a 454,31 3,88 117,06 <0,001 b -1,26 0,01 -95,24 <0,001 R2 0,947 Durbin-Watson: 1,201 Como pode ser observado na tabela acima, a correlação entre as variáveis é negativa e altamente significante, com ótimo ajuste aos dados. Ao apresentar os dados a outro economista, este diz que se trata de uma “regressão espúria” e pede para o primeiro economista verificar se as variáveis são estacionárias. Abaixo estão as tabelas com os resumos dos testes ADF para ambas as séries: Variável dependente: DYt Coeficientes Estimados Estatística-t p-valor Yt-1 -0,509 -13,31 - DYt-1 0,291 6,75 <0,001 Constante 6,174 10,33 <0,001 Tendência 0,153 13,21 <0,001 Variável dependente: DZt Coeficientes Estimados Estatística-t p-valor Zt-1 -0,678 -16,79 - DZt-1 0,427 10,36 <0,001 Constante 203,89 16,76 <0,001 Tendência 0,135 16,50 <0,001 Valores Críticos do Teste ADF Equação com intecepto Equação com Intercepto e Tendência 5% -2,86 -3,41 10% -2,57 -3,12 Com base nesses dados responda os itens a seguir. (a) Por que o economista incluiu a constante, a tendência e uma defasagem da primeira diferença na equação do teste ADF? (b) Quais séries são não-estacionárias e qual a ordem de integração de cada uma delas? Justifique. (c) Quais são os principais indicadores que levaram o segundo economista a pensar que se trata de uma “regressão espúria”? Com base nos resultados apresentados acima e em sua resposta do item anterior, ele pode estar correto? Justifique. (d) Explique detalhadamente como o primeiro economista deve redefinir a regressão acima para convencer o segundo economista sobre sua validade. Apresente todos os passos necessários, explicando como proceder em cada um deles; todas as novas variáveis que devem ser definidas e todas as regressões que devem ser feitas. Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 11 Questão 12 - Suponha que a relação entre duas variáveis econômicas, x e y, satisfaça as seguintes condições: tttttt tttttt uuuyx uuuyx ,21,22,2,22 ,11,11,1,11 onde onde erb erb +==+ +==+ - - e e1t , e2t são distúrbios estacionários. Para cada um dos casos abaixo, indique: (i) o grau de integração (número de raízes unitárias) de x e y; (ii) se x e y são cointegradas; (iii) o vetor de cointegração, caso as variáveis sejam cointegradas. Se houver múltiplas alternativas possíveis, indique todas elas (p.ex.: “O grau de integração de x pode ser A ou B...”). Caso (I): 0,0,0 2121 ==¹= rrbb Caso (II): 1,1,0,0 2121 <<¹= rrbb Caso (III): 1,1, 2121 <<¹ rrbb Caso (IV): 1,1,0 211 <== rrb Caso (V): 1,1,0 212 <== rrb Caso (VI) : 1,1,0 212 <=¹ rrb Questão 13 – Considere as séries mensais de taxa de câmbio real e PIB real para o Brasil no período 1992- 1997: .068 .072 .076 .080 .084 .088 .092 1992 1993 1994 1995 1996 1997 TCR 95 100 105 110 115 120 125 130 1992 1993 1994 1995 1996 1997 PIBR Um economista decide testar a existência de raiz unitária nos “processos geradores” dessas séries através do teste Dickey-Fuller baseado na seguinte regressão, onde Y é a série de interesse: ttt uYY +=D -1g (*) Explique por que o teste acima pode gerar resultados “enganosos” para as séries em questão, e como você resolveria esse problema, de modo a testar adequadamente a hipótese de raiz unitária. Questão 14 – Um economista deseja estimar a seguinte equação de demanda de moeda para o Brasil: upym +++= 210 bbb (1) onde m é o logaritmo do estoque real de moeda, y o logaritmo do pib, p a taxa de inflação e u um distúrbio aleatório. Os dados são trimestrais (dessazonalizados) para o período 1991.1-2002.4. Antes de estimar a equação (1), o economista estima as seguintes equações (estat.-t em parênteses): Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 12 ttttt vmmmtm ˆ18.035.023.071.106.12 2 )25.1( 1 )47.2( 1 )09.3()19.3()88.1( +D-D+-+=D - - -- - (2) R2=0.33 DW=1.85 SC=8.61 No.Obs.: 45 ttttt wyyyty ˆ43.029.022.015.052.22 2 )46.3( 1 )24.2( 1 )76.1()63.1()85.1( +D-D+-+=D - - -- - (3) R2=0.43 DW=1.79 SC=4.07 No.Obs.: 45 ttttt zpppp ˆ34.058.008.002.0 2 )39.2( 1 )21.4( 1 )47.1()58.0( +D-D+-=D - - -- - (4) R2=0.34 DW=1.89 SC=-0.24 No.Obs.: 45 onde t é uma tendência determinística, zwv ˆ,ˆ,ˆ são os resíduos das regressões estimadas, DW é a estatística de Durbin-Watson e SC o critério de informação de Schwarz. (a) O que o economista pretende testar ao estimar as equações (2)-(4)? Por que os resultados dessas regressões são relevantes para a estimação correta da equação de interesse, isto é, a equação (1)? Interprete os resultados numéricos obtidos. (2 PONTOS) Após estimar (2)-(4), o economista estima a equação (1), obtendo o seguinte resultado: tttt upym ˆ46.070.238.7 )26.6()53.6()71.3( +-+-= -- (1’) R2=0.86 DW=0.28 SC=-0.36 No.Obs.: 48 Eis o gráfico dos resíduos da regressão acima: (b) Baseando-se nas informações disponíveis até o momento, o economista afirma: “É provável que a regressão (1’) seja espúria”. O que é uma regressão espúria? Você concorda ou discorda da afirmação do economista? Caso a regressão não seja espúria, o que se pode dizer sobre a relação entre as variáveis? (c) A fim de verificar se (1’) é realmente uma regressão espúria, o que o economista deveria fazer? Explique cuidadosamente. (0,5 PONTO) (d) Observe abaixo os gráficos das séries m, y e p para o período analisado (1991.1-2002.4). A partir desses gráficos, que tipo de crítica poderia ser feito à análise realizada pelo economista acima? (0,5 PONTO) 4.0 4.4 4.8 5.2 5.6 6.0 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 M 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 Y -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 P -6 -4 -2 0 2 4 6 1992 1994 1996 1998 2000 2002 u Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 13 SEÇÃO 2 Questão 1 – [Adaptado de Hamilton, 1994] Considere um ativo que pague dividendos Dt. Suponha que o retorno esperado do ativo seja o valor constante R, de modo que o preço do ativo, Pt, deve satisfazer a equação: úû ù êë é= + ¥ = -å st s s tt DREP 1 (*) Evidentemente, essa expressão deixa claro que D causa P. Suponha, porém, que Dt evolua de acordo com um processo MA(1). Mostre que, em termos de causalidade de Granger, é P que causa D, e não o inverso. Explique esse aparente paradoxo. [Dica: primeiro, calcule o valor esperado de Dt+s para diferentes valores de s e substitua em (*). Resolva, então, para Pt e Dt em função de seus valores defasados e dos choques aleatórios que determinam a evolução de Dt] Questão 2 – “As vendas de ovos de Páscoa não causam a Páscoa no sentido econômico – isto é, não determinam a ocorrência da Páscoa. Entretanto, elas causam a Páscoa no sentido de Granger”. Comente. Questão 3 – Um VAR para 3 variáveis macroeconômicas foi estimado com o número de defasagens de cada variável variando entre 1 e 5. A tabela abaixo apresenta os valores dos critérios de informação de Schwarz, Akaike e Hannan-Quinn obtidos para cada especificação: Número de defasagens AIC SC HQ 1 19.33201 19.60494 19.44288 2 19.10852 19.58615 19.30255 3 19.09986 19.78219 19.37704 4 19.10670 19.99373 19.46703 5 19.00596 20.09768 19.44944 AIC: Akaike information criterion SC: Schwarz information criterion HQ: Hannan-Quinn information criterion (a) Qual é o número ótimo de defasagens do VAR segundo cada critério? (b) Além dos critérios de informação acima,aponte outros dados que poderiam nos ajudar a selecionar o número ótimo de defasagens de um VAR. (c) Quais são as conseqüências de estimar um VAR com número insuficiente de defasagens? E de estimar o modelo com número excessivo de defasagens? Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 14 Questão 4 – Um economista decide analisar a relação entre a taxa de juros e o hiato do produto, com o objetivo de investigar a existência de efeitos reais da política monetária. O hiato do produto é definido como o desvio do PIB em relação à sua “tendência de longo prazo”. a) Cite dois métodos através dos quais seria possível calcular o hiato do produto. Sob que condições você esperaria que os dois métodos gerassem resultados semelhantes? O economista postula que a relação entre a taxa de juros (y1) e o hiato do produto (y2) possa ser representada pelo seguinte modelo “estrutural”: ttt uyyB G 1 ,2 ,1 1,2 1,1 2221 1211 ,2 ,1 2221 1211 += ú û ù ê ë é +ú û ù ê ë é ú û ù ê ë é =ú û ù ê ë é ú û ù ê ë é - - - t t t t t t u u y y y y bb bb gg gg b) Mostre que a forma reduzida desse modelo é um modelo VAR, explicitando a relação entre os coeficientes das formas reduzida e estrutural. [Sugestão: use notação matricial (caso contrário,você terá muito mais trabalho e precisará usar o verso da página!)] c) “Os dados que observamos permitem estimar a forma reduzida do modelo. Entretanto, em geral não é possível recuperar os parâmetros da forma estrutural a partir da forma reduzida”. Comente. O economista estima o VAR correspondente à forma reduzida do modelo acima, obtendo: tttt tttt eyyy eyyy ,21,2 )9.3( 1,1 )5.2( ,2 ,11,2 )0.1( 1,1 )0.3( ,1 ˆ8.02.0 ˆ1.05.0 ++-= ++= -- -- d) “Dado que te ,1ˆ é uma estimativa dos choques na taxa de juros, os resultados do VAR acima nos permitem afirmar que um choque restritivo de política monetária no período t não afeta o hiato do produto contemporaneamente, mas causa uma redução do hiato do produto no período t+1”. Comente cuidadosamente (mas sucintamente!). e) O economista decide estimar as “funções de resposta a impulso” do modelo através do método padrão na análise de modelos VAR, baseado na “decomposição de Choleski”. (e.1) O que é uma “função de resposta a impulso”? (e.2) Explicite todas as restrições que devem ser impostas ao modelo estrutural através do método da decomposição de Choleski, explicando de que forma a imposição dessas restrições resolve o problema de identificação do modelo estrutural. f) No caso de um VAR bivariado, a decomposição de Choleski pode ser obtida através de duas especificações alternativas da matriz de relações contemporâneas B. O que diferencia essas especificações? Qual delas você julga mais adequada ao caso em questão? Por quê? g) “De acordo com o VAR estimado acima, é possível afirmar que a taxa de juros causa o hiato do produto no sentido de Granger. Mas isso não significa necessariamente que a política monetária tenha efeitos reais”. Comente cuidadosamente. Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 15 Questão 5 – Suponha que as relações entre 3 variáveis possam ser descritas por um VAR(p): tptp2t21t1t vx?...x?x?x ++++= --- onde: xt = vetor (3 x 1) de variáveis (X1, X2 e X3) P i = matrizes (3 x 3) de parâmetros vt = vetor (3 x 1) de distúrbios a) Que método de estimação você usaria para estimar o modelo VAR acima? Como você determinaria a ordem de defasagens (p) do modelo? b) Suponha que um economista tenha decidido identificar o modelo estrutural associado ao VAR acima através da imposição de uma estrutura recursiva de relações contemporâneas com a seguinte ordenação causal: X1ÞX2ÞX3. Além disso, suponha que X2 não cause X1 no sentido de Granger. Com base unicamente nessas informações, o que podemos dizer sobre as matrizes P i do VAR? E sobre as funções de resposta a impulso do modelo? Explique sua resposta. Questão 6 – Com o objetivo de testar a hipótese de “neutralidade da moeda” – isto é, a hipótese de que a moeda não tem efeitos reais –, um economista decide verificar se a moeda causa o produto no sentido de Granger a partir do seguinte VAR, estimado com 120 dados trimestrais dessazonalizados: 1 1)5.3(1)0.5()1.2( ˆ15.060.001.0 tttt uymm +++= -- 2 1)2.4(1)0.3()1.2( ˆ30.020.001.0 tttt uymy +++= -- onde m é a taxa de emissão monetária, y é a taxa de crescimento do produto e ituˆ denota o resíduo da i-ésima equação. Os valores entre parênteses são as estatísticas-t. (a) (1,0 ponto) É possível, a partir dessas informações, testar se a moeda causa o produto no sentido de Granger? Caso positivo, realize o teste. Caso negativo, indique como você poderia realizar o teste. (b) (1,0 ponto) Suponha que m e y façam parte de um sistema de equações mais amplo, que inclua uma terceira variável macroeconômica (x) e cuja dinâmica possa ser representada pelo VAR abaixo: ú ú ú û ù ê ê ê ë é + ú ú ú û ù ê ê ê ë é ú ú ú û ù ê ê ê ë é = ú ú ú û ù ê ê ê ë é - - - t t t t t t t t t e e e y x m y x m ,3 ,2 ,1 1 1 1 3332 22 1211 0 00 0 gg g gg À luz dessa nova informação, comente sobre a validade do teste do item anterior como forma de testar a hipótese de “neutralidade da moeda”. Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 16 Questão 7 – Um economista estima um modelo VAR para o PIB e o déficit fiscal, com o número de defasagens de cada variável variando entre 1 e 5. A tabela abaixo apresenta os valores do critério de informação de Akaike para cada especificação: Número de defasagens C.I. Akaike 1 10.18 2 10.08 3 10.02 4 10.20 5 10.45 ii) Qual é o número ótimo de defasagens do VAR segundo o critério de Akaike? O que você pode dizer sobre o número ótimo de defasagens do VAR a que o economista teria chegado se ele tivesse se baseado no critério de informação de Schwarz? (0,75 PONTO) iii) Um economista deseja testar a hipótese de que o déficit fiscal causa o PIB no sentido de Granger. Explique como ele poderia realizar esse teste, especificando adequadamente as hipóteses nula e alternativa. (0,5 PONTO) iv) Após realizar os testes apropriados, o economista conclui que o déficit fiscal causa o PIB no sentido de Granger, sendo que déficits mais elevados são seguidos por valores mais baixos do PIB. Na opinião do economista, esse resultado corrobora a tese de que a política fiscal tem efeitos “não-keynesianos” – ou seja, aumentos de gastos e/ou reduções de impostos, que levem ao aumento do déficit, geram redução da atividade econômica. Por que o resultado do teste de causalidade de Granger não corrobora necessariamente a tese dos efeitos não-keynesianos da política fiscal? Exemplifique sua resposta através de dois argumentos econômicos distintos. (1 PONTO) v) Outro economista argumenta que, a fim de testar a hipótese de efeitos não-keynesianos da política fiscal, o mais correto seria estimar o efeito de um “choque” fiscal sobre o PIB, através da estimação de “funções de resposta a impulso”; para tanto, porém, seria necessário identificar o “modelo estrutural” que teria dado origem ao VAR em questão. Explique o que é uma função de resposta a impulso, e por que esse tipo de análise só faz sentido quando realizado com base no modelo na “forma estrutural” (e não na “forma reduzida”). (0,75 PONTO) vi) Explique detalhadamente como o economista poderia identificar o modelo estrutural que teria dado origem ao VAR estimado acima. (1 PONTO) Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 17 SEÇÃO 3 Questão 1 - Calcule a função de autocorrelação dos processos abaixo. Mostre os 5 primeiros valores da FAC numgráfico. (a) ttt uyy += -15.0 (b) 21 3.02.0 -- --= tttt uuuy Questão 2 - Considere o seguinte processo estocástico: 21 )3,0()1,0( -- --= tttt uuuY (*) ut ~ N(0, 1) (a) Que formato você esperaria para a FAC e FACP de uma realização do processo? (b) O economista A observa uma realização do processo, sem saber que o verdadeiro processo gerador dos dados é (*). Ele deseja identificar o processo através da análise da FAC e FACP amostral. Mas o economista B, que conhece o processo gerador (*), afirma: “Dificilmente o economista A conseguirá identificar corretamente o processo, a menos que disponha de número muito grande de observações”. Comente essa afirmação. Questão 3 - A FACP teórica de um processo ARIMA decai exponencialmente, enquanto que sua FAC teórica tem o seguinte gráfico, onde r(?k) = 0 para k > 2: Escreva a equação completa do processo, com o valor teórico dos parâmetros e verifique se ele é estacionário. Suponha que Var(ut) = 2 e a Var(Yt) = 12. [Dica: Primeiro escreva a equação do processo em função de parâmetros desconhecidos; em seguida, calcule o valor desses parâmetros a partir da função de autocorrelação do processo e das informações acima.] Defasagem 1 2 1/3 -1/2 Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 18 Questão 4 - Um processo da classe ARIMA apresenta os seguintes formatos para a FAC e FACP: F A C 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 1 1 2 13 14 1 5 Defasagem F A C P 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 Defasagem Você observa uma realização do processo até o período T e deseja prever os valores que serão observados em T+1 e T+2. Além da FAC e FACP acima, você dispõe das seguintes informações: (i) a média do processo é 10; (ii) o valor de Y em T é 12; (iii) as inovações ut têm distribuição N(0,1). (a) Calcule as previsões para T+1 e T+2. (b) Calcule a variância do erro de previsão para as previsões acima. (c) O intervalo de confiança para suas previsões é maior em T+1 ou T+2? Comente. (d) Qual é o valor previsto para T+100? Questão 5 - Um economista analisa uma série temporal macroeconômica com freqüência mensal, abrangendo o período de janeiro de 1970 a dezembro de 2004. Abaixo, o gráfico do logaritmo da série e uma tabela com suas FAC e FACP: 2.2 2.4 2.6 2.8 3.0 3.2 3.4 30 40 50 60 70 80 90 00 Defasagem FAC FACP 1 0.997 0.997 2 0.994 -0.129 3 0.990 -0.070 4 0.986 -0.016 5 0.981 0.017 6 0.977 0.011 7 0.973 -0.015 8 0.969 0.007 9 0.965 -0.023 10 0.961 -0.021 a) Que propriedade importante o processo gerador dessa série parece não possuir, e qual a sua relevância para a estimação de um modelo da classe ARMA? Justifique sua resposta através do gráfico da série e da tabela que o acompanha. O economista calculou a primeira diferença da série mostrada no item anterior e, para essa série de diferenças, obteve as seguintes FAC e FACP: Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 19 Defasagem FAC FACP 1 0.480 0.480 2 0.209 -0.028 3 0.077 -0.017 4 -0.008 -0.044 5 -0.032 -0.008 6 -0.039 -0.015 7 -0.042 -0.018 8 -0.002 0.036 9 0.000 -0.013 10 0.013 0.016 b) Lembrando que as autocorrelações amostrais (simples e parciais) são distribuídas assintoticamente como: ( ) )1,0(~ˆ: 1 )21(,0 1 )1,0( ~: 1 1 2 TNFACP kTrN kTN rFAC kk k j j k d ïî ï í ì >+ = å -= calcule o intervalo de confiança de 95% para a FAC e FACP. Até que defasagem a FAC é estatisticamente significativa? E a FACP? c) Com base nos itens anteriores, sugira um modelo ARIMA(p,d,q) para a série macroeconômica original, especificando os valores dos hiperparâmetros e, se possível, fornecendo uma estimativa do(s) parâmetro(s) da equação. Questão 6 – Suponha que o PIB brasileiro trimestral (com ajuste sazonal) seja representado pelo seguinte processo estocástico: )()( I t P tt yyy += , (Equação 1) onde Pty é o componente permanente (tendência) ou “PIB potencial” e I ty é o componente irregular out “hiato do produto”. Suponha ainda que: , , 11 )( 22 )( 110 )( )( tt I t I t I t P t yyy btay hhqfff +-++= += --- (Equação 2) onde a, b, f0, f1, f2 e q1 são parâmetros desconhecidos, ut e th são dois ruídos-branco com média nula e variâncias 2us e 2 hs , respectivamente e ( ) tht ,,0E tut "= . Suponha ainda que q1 tenha exatamente o mesmo valor do inverso de uma das raízes do polinômio auto-regressivo F(L) = (1 - f1L - f2L 2). Somente a série yt é observada. Você é um economista recém contratado do Banco Central e a sua primeira tarefa é modelar o PIB trimestral do Brasil. Suponha que você tenha uma amostra de 40 observações. (a) (0,5 ponto) Explique como você obteria uma estimativa do PIB potencial e do hiato do produto. Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 20 Um estagiário seu estimou o PIB potencial e encontrou as seguintes FAC e FACP para o hiato: FAC FACP (b) (0,5 ponto) A FAC e a FACP estimadas pelo estagiário estão de acordo com o esperado? Justifique cuidadosamente. (c) (0,75 ponto) A partir do resultado do item (c) o seu estagiário resolveu estimar o seguinte modelo MA(1) para o hiato e obteve os resultados abaixo: Modelo Estimado Variável Coeficiente Erro padrão Estatística t p-valor Constante 2.598385 0.140002 18.55959 0.0000 MA(1) 0.667790 0.124203 5.376606 0.0000 R2 0.450413 R2 ajustado 0.435950 A FAC, FACP e a estatística Q de Ljung-Box para várias defasagens dos resíduos estão apresentadas a seguir. Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio 21 FAC FACP Estatística Q de Ljung-Box Defasagem Q- Stat P-valor 1 3,7683 2 17,172 0.000 3 20,661 0.000 4 24,881 0.000 5 29,067 0.000 6 31,517 0.000 7 32,498 0.000 8 32,570 0.000 9 32,572 0.000 10 33,063 0.000 Interpretando todas as estatísticas fornecidas, você acredita que o modelo estimado pelo estagiário está adequado aos dados? Justifique cuidadosamente. Disponibilizado por Otávio Merçon e todos os colaboradores do Blog Economia a PUC-Rio
Compartilhar