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AULA 9 e 10- 10 e 11 04 23


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MÉTODOS E TÉCNICAS 
DE PESQUISA
1
TIPOS DE PESQUISA
QUANTO AOS PROCEDIMENTOS
2
 A formulação do problema, a construção de hipóteses e a identificação 
das relações entre variáveis constituem passos do estabelecimento do 
marco teórico ou sistema conceituai da pesquisa. 
 A medida que estas tarefas são plenamente real izadas, o trabalho de 
investigação assume o caráter de um sistema coordenado e coerente 
de conceitos e proposições. 
 O estabelecimento desse marco teórico, ou sistema conceituai, que 
deriva fundamentalmente de exercícios lógicos, é essencial para que o 
problema assuma o significado científico. 
 Todavia, por si só, estas tarefas não possibil itam colocar o problema 
em termos de verificação empírica. 
 Torna-se, pois, necessário, para confrontar a visão teórica do problema, 
com os dados da real idade, definir o del ineamento da pesquisa.
DELINEAMENTO DA PESQUISA
TIPOS DE PESQUISA QUANTO AOS 
PROCEDIMENTOS
3
 Quanto aos procedimentos técnicos, ou seja, a maneira pela qual 
obtemos os dados necessários para a elaboração da pesquisa, 
torna-se necessário traçar um modelo conceitual e operativo 
dessa, denominado de design , que pode ser traduzido como 
delineamento, uma vez que expressa as ideias de modelo, 
sinopse e plano.
 O delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa em sua 
dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação 
quanto a previsão de análise e interpretação dos dados. 
 Entre outros aspectos, o delineamento considera o ambiente em 
que são coletados os dados, bem como as formas de controle 
das variáveis envolvidas.
4
 Com o delineamento da pesquisa, as preocupações 
essencialmente lógicas e teóricas da fase anterior cedem 
lugar aos problemas mais práticos de verificação.
 O delineamento ocupa-se precisamente do contraste entre a 
teoria e os fatos e sua forma é a de uma estratégia ou plano 
geral que determine as operações necessárias para fazê -lo. 
 Assim, o delineamento é a etapa em que o pesquisador passa 
a considerar a aplicação dos métodos discretos, ou seja, 
daqueles que proporcionam os meios técnicos para a 
investigação.
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 Geralmente, a solução dos problemas de pesquisa ocorre 
mediante o testa das hipóteses. 
 Considerando que há muitas possibilidades de testar 
hipóteses, surge grande variedade de delineamento próprio, 
peculiar, determinado pelo objeto de investigação, pela 
dificuldade na obtenção dos dados, pelo nível de precisão 
exigido e pelos recursos materiais de que dispõe o 
pesquisador. 
 Por essa razão, as propostas de classificação dos vários tipos 
de delineamento referem-se sempre a abstrações, a tipos 
ideais, que se aproximam mais ou menos dos delineamentos 
concretos.
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 O elemento mais importante para a identificação de um delineamento 
é o procedimento adotado para a coleta de dados. 
 Assim, podem ser definidos dois grandes grupos de del ineamentos: 
aqueles que se valem das chamadas fontes de "papel" e aqueles cujos 
dados são fornecidos por pessoas.
 No primeiro grupo estão a pesquisa bibl iográfica e a pesquisa 
documental. 
 No segundo estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post-facto, o 
levantamento, o estudo de campo e o estudo de caso.
 Esta classificação não pode ser tomada como absolutamente r ígida, 
visto que algumas pesquisas, em função de suas características, não 
se enquadram faci lmente num ou noutro modelo. Entretanto, na 
maioria dos casos, torna -se possível rotular as pesquisas com base nos 
t ítulos já definidos.
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TIPOS DE PESQUISA QUANTO AOS 
PROCEDIMENTOS
8
 A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já 
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos 
científicos. 
 Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de 
trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas 
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. 
 Parte dos estudos exploratórios podem ser definidos como 
pesquisas bibliográficas, assim como certo número de 
pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de 
conteúdo.
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
9
 quando elaborada a partir de material já publicado, constituído 
principalmente de: l ivros, revistas, publicações em periódicos e 
artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, 
teses, material cartográfico, internet, com o objetivo de colocar 
o pesquisador em contato direto com todo material já escrito 
sobre o assunto da pesquisa. 
 Em relação aos dados coletados na internet, devemos atentar à 
confiabil idade e fidelidade das fontes consultadas 
eletronicamente. 
 Na pesquisa bibliográfica, é importante que o pesquisador 
verifique a veracidade dos dados obtidos, observando as 
possíveis incoerências ou contradições que as obras possam 
apresentar.
10
 Os demais t ipos de pesquisa também envolvem o estudo bibl iográfico, pois 
todas as pesquisas necessitam de um referencial teórico. 
 Para a pesquisa bibl iográfica, é interessante uti l izar as fichas de leitura, 
que faci l i tam a organização das informações obtidas.
 Quanto às etapas da pesquisa bibl iográfica, destacamos, aqui, alguns itens 
essenciais que se caracterizam como etapas imprescindíveis para a 
real ização da pesquisa bibl iográfica:
a) escolha do tema; 
b) levantamento bibl iográfico prel iminar; 
c) formulação do problema; 
d) elaboração do plano provisório do assunto; 
e) busca das fontes; 
f ) leitura do material ; 
g) fichamento; 
h) organização lógica do assunto; 
i ) redação do texto.
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 A principal vantagem da pesquisa bibl iográfica reside no fato de 
permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito 
mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. 
 Esta vantagem se torna par ticularmente importante quando o problema 
de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. Por exemplo, 
seria impossível a um pesquisador percorrer todo o território brasi leiro 
em busca de dados sobre a população ou renda per capita ; 
 todavia, se tem à sua disposição uma bibl iografia adequada, não terá 
maiores obstáculos para contar com as informações requeridas. 
 A pesquisa bibl iográfica também é indispensável nos estudos 
históricos. Em muitas situações, não há outra maneira de conhecer os 
fatos passados senão com base em dados secundários.
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 Estas vantagens da pesquisa bibliográfica têm, contudo, uma 
contrapartida que pode comprometer em muito a qualidade da 
pesquisa. 
 Muitas vezes as fontes secundárias apresentam dados coletados 
ou processados de forma equivocada.
 Assim, um trabalho fundamentado nessas fontes tenderá a 
reproduzir ou mesmo a ampliar seus erros. 
 Para reduzir esta possibil idade, convém aos pesquisadores 
assegurarem-se das condições em que os dados foram obtidos, 
analisar em profundidade cada informação para descobrir 
possíveis incoerências ou contradições e util izar fontes diversas.
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 A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa 
bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza 
das fontes. 
 Enquanto a pesquisa bibliográfica se util iza fundamentalmente 
das contribuições dos diversos autores sobre determinado 
assunto, a pesquisa documental vale -se de materiais que não 
receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem 
ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.
 Assim como a maioria das tipologias, a pesquisa documental 
pode integrar o rol de pesquisas util izadas em um mesmo estudo 
ou se caracterizar como o único delineamento util izado para tal.
PESQUISA DOCUMENTAL
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 Nessa tipologia de pesquisa, os documentos são classificados 
em dois tipos principais: fontes de primeira mão e fontes de 
segunda mão. 
 Os documentos de primeira mão são os que não receberam 
qualquer tratamento analítico, como: documentos oficiais, 
reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, 
fotografias, gravações etc. 
 Os documentos desegunda mão são os que, de alguma 
forma, já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, 
relatórios de empresas, tabelas estatísticas, entre outros.
15
 Entendemos por documento qualquer registro que possa ser 
usado como fonte de informação, por meio de investigação, que 
engloba: observação (crítica dos dados na obra); leitura (crítica 
da garantia, da interpretação e do valor interno da obra); 
reflexão (crítica do processo e do conteúdo da obra); crítica 
(juízo fundamentado sobre o valor do material uti l izável para o 
trabalho científico).
 Todo documento deve passar por uma avaliação crítica por parte 
do pesquisador, que levará em consideração seus aspectos 
internos e externos. 
 No caso da crítica externa, serão avaliadas suas garantias e o 
valor de seu conteúdo. Normalmente, ela é aplicada apenas às 
fontes primárias e compreende a crítica do texto, da 
autenticidade e da origem.
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 quando determinamos um objeto de estudo, selecionamos as 
variáveis que seriam capazes de influenciá -lo, definimos as 
formas de controle e de observação dos efeitos que a variável 
produz no objeto.
 Portanto, na pesquisa experimental, o pesquisador procura 
refazer as condições de um fato a ser estudado, para observá -
lo sob controle. 
 Para tal, ele se utiliza de local apropriado, aparelhos e 
instrumentos de precisão, a fim de demonstrar o modo ou as 
causas pelas quais um fato é produzido, proporcionando, 
assim, o estudo de suas causas e seus efeitos.
PESQUISA EXPERIMENTAL
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 A pesquisa experimental é mais frequente nas ciências tecnológicas e 
nas ciências biológicas. Tem como objetivo demonstrar como e por que 
determinado fato é produzido.
 A pesquisa experimental caracteriza-se por manipular diretamente as 
variáveis relacionadas com o objeto de estudo. 
 Nesse t ipo de pesquisa, a manipulação das variáveis proporciona o 
estudo da relação entre as causas e os efeitos de determinado 
fenômeno. 
 Através da criação de situações de controle, procuramos evitar a 
inter ferência de variáveis intervenientes. Inter ferimos diretamente na 
real idade, manipulando a variável independente, a fim de observar o 
que acontece com a dependente. 
 A pesquisa experimental estuda, por tanto, a relação entre fenômenos, 
procurando saber se um é a causa do outro.
18
 Outro aspecto importante é a diferença entre pesquisa 
experimental e pesquisa de laboratório. 
 Embora o experimento predomine no laboratório, é possível 
util izá-lo também nas ciências humanas e sociais. 
 Nesse caso, o pesquisador faz seu experimento em campo.
 Quando os objetos em estudo são entidades físicas, tais como 
porções de l íquidos, bactérias ou ratos, não se identificam 
grandes l imitações quanto à possibil idade de experimentação. 
 Quando, porém, se trata de experimentar com objetos sociais, ou 
seja, com pessoas, grupos ou instituições, as l imitações tornam -
se bastante evidentes.
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 Existem algumas classificações para os t ipos de pesquisas 
experimentais:
a) Pesquisa genuinamente experimental: é necessário que os indivíduos 
que par ticipam do experimento componham dois grupos: o 
experimental e o de controle. 
b) Pesquisa pré-experimental: Cabe considerar, entretanto, que alguns 
estudos, embora designados por seus autores como experimentais, 
não podem, a r igor, serem considerados como tal . 
 Um desses t ipos de estudo é aquele em que um único grupo é estudado 
apenas uma vez, em seguida a algum agente ou tratamento 
presumivelmente capaz de causar algum tipo de mudança.
c) Pesquisa quase-experimental: Cabe considerar, também, que há 
pesquisas que embora não apresentando distr ibuição aleatória dos 
sujeitos nem grupos de controle, são desenvolvidas com bastante 
r igor metodológico e aproximam-se bastante das pesquisas 
experimentais.
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 Nem sempre na pesquisa social é possível manter o pleno controle dos 
estímulos experimentais, em muitos casos, a distr ibuição aleatória dos 
par t icipantes da pesquisa e o controle de laboratório são totalmente 
inviáveis. 
 Pode-se, entretanto, em cer to número de situações, adotar um tipo de 
del ineamento que apresenta cer ta semelhança com experimental: o 
chamado delineamento ex-post -facto.
 Pode-se definir pesquisa ex-post-facto como uma investigação 
sistemática e empírica na qual o pesquisador não tem controle direto 
sobre as variáveis independentes, porque já ocorreram suas 
manifestações ou porque são intr insecamente não manipuláveis. 
 Nesse caso são feitas inferências sobre a relação entre variáveis sem 
observação direta, a par t ir da variação concomitante entre as variáveis 
independentes e dependentes.
PESQUISA EX-POST-FACTO
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 A pesquisa ex-post-facto l ida com variáveis que, por sua 
natureza não são manipuláveis, como: sexo, classe social, 
nível intelectual, preconceito, autoritarismo etc. 
 Por exemplo, numa pesquisa para verificar a influência da 
privação na infância sobre o desenvolvimento mental futuro, 
não seria possível fazer com que grupos diferentes de 
crianças sofressem privações em graus diferentes, à vontade 
do pesquisador.
 Seria possível, contudo, encontrar grupos de indivíduos que já 
tivessem passado por níveis diferentes de privação e depois 
estudar seu desenvolvimento mental.
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 Apesar de serem óbvias as limitações da pesquisa ex-post-
facto, isto não significa que devam ser descartadas como não 
científicas. 
 Muitos problemas nas ciências sociais são problemas ex-post-
facto e requerem, portanto, pesquisas ex-post-facto 
simplesmente porque as variáveis independentes não são 
manipuláveis. 
 O que se faz necessário nesses estudos é considerar outras 
variáveis possivelmente relevantes e controlá -las 
estatisticamente, sobretudo por meio da análise multivariada.
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 As pesquisas deste t ipo se caracterizam pela interrogação direta das 
pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. 
 Basicamente, procede-se à sol icitação de informações a um grupo 
significativo de pessoas acerca do problema estudado para em 
seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões 
correspondentes dos dados coletados.
 Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do 
universo pesquisado, tem-se um censo. 
 Pelas dificuldades materiais que envolvem sua real ização, os censos só 
podem ser desenvolvidos pelos governos ou por instituições de amplos 
recursos. 
 São extremamente úteis, pois proporcionam informações gerais acerca 
das populações, que são indispensáveis em boa par te das 
investigações sociais.
LEVANTAMENTO (SURVEY)
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 Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os 
integrantes da população estudada. 
 Antes seleciona-se, mediante procedimentos estatísticos, uma 
amostra significativa de todo o universo, que é tomada como 
objeto de investigação. 
 As conclusões obtidas a partir desta amostra são projetadas 
para a totalidade do universo, levando em consideração a 
margem de erro, que é obtida mediante cálculos estatísticos.
 os levantamentos por amostragem desfrutam hoje de grande 
popularidade entre os pesquisadores sociais, a ponto de muitas 
pessoas chegarem mesmo a considerar pesquisa e levantamento 
social a mesma coisa.
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 Na realidade, o levantamento social é um dos muitos tipos de 
pesquisa social que, como todos os outros, apresenta 
vantagens e limitações.
 Entre as principais vantagens dos levantamentos, estão: 
conhecimento direto da realidade; economia e rapidez; 
quantificação.
 Algumas das principais limitações dos levantamentos são: 
ênfase nos aspectos perspectivos; pouca profundidade no 
estudo da estrutura e dos processos sociais; l imitada 
apreensão do processo de mudança.
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 Tendo em vista as vantagens e as limitações apresentadas, 
podemos dizer que “os levantamentos se tornam muito mais 
adequados para estudos descritivos do que para explicativos. 
 São inapropriados para o aprofundamentodos aspectos 
psicológicos e psicossociais mais complexos, porém muito 
eficazes para problemas menos delicados como preferência 
eleitoral e comportamento do consumidor.
 São muito úteis para o estudo de opiniões e atitudes, porém 
pouco indicados no estudo de problemas referentes e 
estruturas sociais complexas.
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 Possui a seguinte sequência de estruturação, sendo muito 
usado nas pesquisas descritivas:
 especificação dos objetivos;
 operacionalização dos conceitos e das variáveis;
 elaboração do instrumento de coleta de dados;
 pré-teste do instrumento (se for o caso);
 seleção de amostra;
 coleta e verificação dos dados;
 análise e interpretação dos dados;
 apresentação dos resultados.
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 pesquisa de campo é aquela uti l izada com o objetivo de conseguir 
informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual 
procuramos uma resposta, ou de uma hipótese, que queiramos 
comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre 
eles. 
 Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem 
espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro 
de variáveis que presumimos relevantes, para analisá - los.
 As fases da pesquisa de campo requerem, em primeiro lugar, a 
real ização de uma pesquisa bibl iográfica sobre o tema em questão. 
 Ela servirá, como primeiro passo, para sabermos em que estado se 
encontra atualmente o problema, que trabalhos já foram realizados a 
respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto. 
PESQUISA DE CAMPO
29
 Como segundo passo, permitirá que estabeleçamos um 
modelo teórico inicial de referência, da mesma forma que 
auxiliará na determinação das variáveis e na elaboração do 
plano geral da pesquisa.
 Em segundo lugar, de acordo com a natureza da pesquisa, 
determinamos as técnicas que serão empregadas na coleta 
de dados e na definição da amostra, que deverá ser 
representativa e suficiente para apoiar as conclusões.
 Por último, antes que realizemos a coleta de dados, é preciso 
estabelecer as técnicas de registro desses dados como 
também as técnicas que serão utilizadas em sua análise 
posterior.
30
 Os estudos de campo apresentam muitas semelhanças com os 
levantamentos.
 Distinguem-se destes, porém, em relação principalmente a dois 
aspectos.
 Primeiramente, os levantamentos procuram ser representativos de um 
universo definido e fornecer resultados caracterizados pela precisão 
estatística.
 Em relação às pesquisas de campo, procuram muito mais o 
aprofundamento das questões propostas do que a distr ibuição das 
características da população segundo determinadas variáveis
 Como consequência, o planejamento do estudo de campo apresenta 
muito mais flexibil idade, podendo ocorrer mesmo que seus objetivos 
sejam reformulados ao longo do processo de pesquisa.
31
 Outra dist inção é a de que no estudo de campo estuda -se um único grupo 
ou comunidade em termos de sua estrutura social , ou seja, ressaltando a 
interação de seus componentes. 
 Assim, o estudo de campo tende a uti l izar muito mais técnicas de 
observação do que de interrogação.
 Como qualquer outro t ipo de pesquisa, a de campo parte do levantamento 
bibl iográfico. Exige também a determinação das técnicas de coleta de 
dados mais apropriadas à natureza do tema e, ainda, a definição das 
técnicas que serão empregadas para o registro e a análise. 
 Dependendo das técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados, a 
pesquisa de campo poderá ser classificada como de abordagem 
predominantemente quantitativa ou qualitativa. 
 Numa pesquisa em que a abordagem é basicamente quantitativa, o 
pesquisador se l imita à descrição factual deste ou daquele evento, 
ignorando a complexidade da real idade social .
32
 O estudo de caso é um tipo de pesquisa aplicada.
 O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e 
exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir 
o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente 
impossível mediante os outros tipos de delineamentos 
considerados.
 De acordo com Yin (2005, p. 32), o estudo de caso é um 
estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do 
seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o 
fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no 
qual são utilizadas várias fontes de evidência.
ESTUDO DE CASO
33
 O estudo de caso vem sendo util izado com freqüência cada vez 
maior pelos pesquisadores sociais, visto servir a pesquisas com 
diferentes propósitos, tais como:
 a) explorar situações da vida real cujos l imites não estão 
claramente definidos;
 b) descrever a situação do contexto em que está sendo feita 
determinada investigação; e
 c) explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em 
situações muito complexas que não possibil itam a util ização de 
levantamentos e experimentos.
 O estudo de caso busca estudar um objeto com maior precisão, 
por exemplo: análise de casos sobre viabil idade econômico -
financeira de investimentos, de um novo negócio, de um novo 
empreendimento.
34
 O estudo de caso pode, pois, ser utilizado tanto em pesquisas 
exploratórias quanto descritivas e explicativas. 
 Cabe ressaltar, todavia, que existem preconceitos contra o 
estudo de caso, como os que são indicados a seguir:
 Falta de rigor metodológico;
 Dificuldade de generalização;
 Tempo destinado à pesquisa;
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TIPOS DE PESQUISA
DO PONTO DE VISTA DA FORMA DE 
ABORDAGEM DO PROBLEMA
36
 Sob o ponto de vista da abordagem do problema, a pesquisa 
pode ser:
 Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser 
quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e 
informações para classificá-las e analisá-las. 
 Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas 
(percentagem, média, moda, mediana, desvio -padrão, 
coeficiente de correlação, análise de regressão etc.).
 No desenvolvimento da pesquisa de natureza quantitativa, 
devemos formular hipóteses e classificar a relação entre as 
variáveis para garantir a precisão dos resultados, evitando 
contradições no processo de análise e interpretação.
DO PONTO DE VISTA DA FORMA DE 
ABORDAGEM DO PROBLEMA
37
 Essa forma de abordagem é empregada em vários tipos de 
pesquisas, inclusive nas descritivas:
 principalmente quando buscam a relação causa -efeito entre 
os fenômenos;
 também pela facilidade de poder descrever a complexidade 
de determinada hipótese ou de um problema, 
 analisar a interação de certas variáveis, 
 compreender e classificar processos dinâmicos 
experimentados por grupos sociais, 
 apresentar contribuições no processo de mudança, 
 criação ou formação de opiniões de determinado grupo e 
 permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das 
particularidades dos comportamentos ou das atitudes dos 
indivíduos.
38
 Pesquisa qualitativa : considera que há uma relação dinâmica entre o 
mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo 
objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em 
números. 
 A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são 
básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de 
métodos e técnicas estatíst icas. 
 O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o 
pesquisador é o instrumento -chave. 
 Tal pesquisa é descritiva. 
 Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O 
processo e seu significado são os focos principais de abordagem.
39
 Na abordagem qualitativa, a pesquisa tem o ambiente como fonte 
direta dos dados. 
 O pesquisador mantém contato direto com o ambiente e o objeto de 
estudo em questão, necessitando de um trabalho mais intensivo de 
campo. 
 Nesse caso, as questões são estudadas no ambiente em que elas se 
apresentam sem qualquer manipulação intencional do pesquisador. 
 A util ização desse t ipo de abordagem difere da abordagem quantitativa 
pelo fato de não util izar dados estatísticos como o centro do processo 
de análise de um problema, não tendo, por tanto, a prioridade de 
numerar ou medir unidades. 
40
 Os dados coletados nessas pesquisas são descritivos, retratando 
o maior número possível de elementos existentes na realidade 
estudada. 
 Preocupa-se muito mais com o processo do que com o produto. 
Na análise dos dados coletados, não há preocupação em 
comprovar hipóteses previamente estabelecidas, porém estas 
não eliminam a existência de um quadro teórico que direcione a 
coleta, a análise e a interpretação dos dados.
 É comum autores não diferenciarem abordagem quantitativa da 
qualitativa, pois consideram que a pesquisa quantitativa é 
também qualitativa. 
 Entendemos, então, que a maneira pela qual pretendemos 
analisar o problema ou fenômeno e o enfoque adotado é o que 
determina uma metodologia quantitativa ou qualitativa.
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	Slide 1: Métodos e técnicas de pesquisa
	Slide 2
	Slide 3: Delineamento da pesquisa TIPOS DE PESQUISA QUANTO AOS PROCEDIMENTOS
	Slide 4
	Slide 5
	Slide 6
	Slide 7
	Slide 8
	Slide 9: Pesquisa bibliográfica
	Slide 10
	Slide 11
	Slide 12
	Slide 13
	Slide 14: Pesquisa documental
	Slide 15
	Slide 16
	Slide 17: Pesquisa experimental
	Slide 18
	Slide 19
	Slide 20
	Slide 21: Pesquisa ex-post-facto
	Slide 22
	Slide 23
	Slide 24: Levantamento (survey)
	Slide 25
	Slide 26
	Slide 27
	Slide 28
	Slide 29: Pesquisa de campo
	Slide 30
	Slide 31
	Slide 32
	Slide 33: Estudo de caso
	Slide 34
	Slide 35
	Slide 36
	Slide 37: Do ponto de vista da forma de abordagem do problema
	Slide 38
	Slide 39
	Slide 40
	Slide 41
	Slide 42
	Slide 43