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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA 1 TIPOS DE PESQUISA QUANTO AOS PROCEDIMENTOS 2 A formulação do problema, a construção de hipóteses e a identificação das relações entre variáveis constituem passos do estabelecimento do marco teórico ou sistema conceituai da pesquisa. A medida que estas tarefas são plenamente real izadas, o trabalho de investigação assume o caráter de um sistema coordenado e coerente de conceitos e proposições. O estabelecimento desse marco teórico, ou sistema conceituai, que deriva fundamentalmente de exercícios lógicos, é essencial para que o problema assuma o significado científico. Todavia, por si só, estas tarefas não possibil itam colocar o problema em termos de verificação empírica. Torna-se, pois, necessário, para confrontar a visão teórica do problema, com os dados da real idade, definir o del ineamento da pesquisa. DELINEAMENTO DA PESQUISA TIPOS DE PESQUISA QUANTO AOS PROCEDIMENTOS 3 Quanto aos procedimentos técnicos, ou seja, a maneira pela qual obtemos os dados necessários para a elaboração da pesquisa, torna-se necessário traçar um modelo conceitual e operativo dessa, denominado de design , que pode ser traduzido como delineamento, uma vez que expressa as ideias de modelo, sinopse e plano. O delineamento refere-se ao planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação quanto a previsão de análise e interpretação dos dados. Entre outros aspectos, o delineamento considera o ambiente em que são coletados os dados, bem como as formas de controle das variáveis envolvidas. 4 Com o delineamento da pesquisa, as preocupações essencialmente lógicas e teóricas da fase anterior cedem lugar aos problemas mais práticos de verificação. O delineamento ocupa-se precisamente do contraste entre a teoria e os fatos e sua forma é a de uma estratégia ou plano geral que determine as operações necessárias para fazê -lo. Assim, o delineamento é a etapa em que o pesquisador passa a considerar a aplicação dos métodos discretos, ou seja, daqueles que proporcionam os meios técnicos para a investigação. 5 Geralmente, a solução dos problemas de pesquisa ocorre mediante o testa das hipóteses. Considerando que há muitas possibilidades de testar hipóteses, surge grande variedade de delineamento próprio, peculiar, determinado pelo objeto de investigação, pela dificuldade na obtenção dos dados, pelo nível de precisão exigido e pelos recursos materiais de que dispõe o pesquisador. Por essa razão, as propostas de classificação dos vários tipos de delineamento referem-se sempre a abstrações, a tipos ideais, que se aproximam mais ou menos dos delineamentos concretos. 6 O elemento mais importante para a identificação de um delineamento é o procedimento adotado para a coleta de dados. Assim, podem ser definidos dois grandes grupos de del ineamentos: aqueles que se valem das chamadas fontes de "papel" e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas. No primeiro grupo estão a pesquisa bibl iográfica e a pesquisa documental. No segundo estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-post-facto, o levantamento, o estudo de campo e o estudo de caso. Esta classificação não pode ser tomada como absolutamente r ígida, visto que algumas pesquisas, em função de suas características, não se enquadram faci lmente num ou noutro modelo. Entretanto, na maioria dos casos, torna -se possível rotular as pesquisas com base nos t ítulos já definidos. 7 TIPOS DE PESQUISA QUANTO AOS PROCEDIMENTOS 8 A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Parte dos estudos exploratórios podem ser definidos como pesquisas bibliográficas, assim como certo número de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de conteúdo. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 9 quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de: l ivros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet, com o objetivo de colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o assunto da pesquisa. Em relação aos dados coletados na internet, devemos atentar à confiabil idade e fidelidade das fontes consultadas eletronicamente. Na pesquisa bibliográfica, é importante que o pesquisador verifique a veracidade dos dados obtidos, observando as possíveis incoerências ou contradições que as obras possam apresentar. 10 Os demais t ipos de pesquisa também envolvem o estudo bibl iográfico, pois todas as pesquisas necessitam de um referencial teórico. Para a pesquisa bibl iográfica, é interessante uti l izar as fichas de leitura, que faci l i tam a organização das informações obtidas. Quanto às etapas da pesquisa bibl iográfica, destacamos, aqui, alguns itens essenciais que se caracterizam como etapas imprescindíveis para a real ização da pesquisa bibl iográfica: a) escolha do tema; b) levantamento bibl iográfico prel iminar; c) formulação do problema; d) elaboração do plano provisório do assunto; e) busca das fontes; f ) leitura do material ; g) fichamento; h) organização lógica do assunto; i ) redação do texto. 11 A principal vantagem da pesquisa bibl iográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Esta vantagem se torna par ticularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. Por exemplo, seria impossível a um pesquisador percorrer todo o território brasi leiro em busca de dados sobre a população ou renda per capita ; todavia, se tem à sua disposição uma bibl iografia adequada, não terá maiores obstáculos para contar com as informações requeridas. A pesquisa bibl iográfica também é indispensável nos estudos históricos. Em muitas situações, não há outra maneira de conhecer os fatos passados senão com base em dados secundários. 12 Estas vantagens da pesquisa bibliográfica têm, contudo, uma contrapartida que pode comprometer em muito a qualidade da pesquisa. Muitas vezes as fontes secundárias apresentam dados coletados ou processados de forma equivocada. Assim, um trabalho fundamentado nessas fontes tenderá a reproduzir ou mesmo a ampliar seus erros. Para reduzir esta possibil idade, convém aos pesquisadores assegurarem-se das condições em que os dados foram obtidos, analisar em profundidade cada informação para descobrir possíveis incoerências ou contradições e util izar fontes diversas. 13 A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se util iza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale -se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. Assim como a maioria das tipologias, a pesquisa documental pode integrar o rol de pesquisas util izadas em um mesmo estudo ou se caracterizar como o único delineamento util izado para tal. PESQUISA DOCUMENTAL 14 Nessa tipologia de pesquisa, os documentos são classificados em dois tipos principais: fontes de primeira mão e fontes de segunda mão. Os documentos de primeira mão são os que não receberam qualquer tratamento analítico, como: documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc. Os documentos desegunda mão são os que, de alguma forma, já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, entre outros. 15 Entendemos por documento qualquer registro que possa ser usado como fonte de informação, por meio de investigação, que engloba: observação (crítica dos dados na obra); leitura (crítica da garantia, da interpretação e do valor interno da obra); reflexão (crítica do processo e do conteúdo da obra); crítica (juízo fundamentado sobre o valor do material uti l izável para o trabalho científico). Todo documento deve passar por uma avaliação crítica por parte do pesquisador, que levará em consideração seus aspectos internos e externos. No caso da crítica externa, serão avaliadas suas garantias e o valor de seu conteúdo. Normalmente, ela é aplicada apenas às fontes primárias e compreende a crítica do texto, da autenticidade e da origem. 16 quando determinamos um objeto de estudo, selecionamos as variáveis que seriam capazes de influenciá -lo, definimos as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. Portanto, na pesquisa experimental, o pesquisador procura refazer as condições de um fato a ser estudado, para observá - lo sob controle. Para tal, ele se utiliza de local apropriado, aparelhos e instrumentos de precisão, a fim de demonstrar o modo ou as causas pelas quais um fato é produzido, proporcionando, assim, o estudo de suas causas e seus efeitos. PESQUISA EXPERIMENTAL 17 A pesquisa experimental é mais frequente nas ciências tecnológicas e nas ciências biológicas. Tem como objetivo demonstrar como e por que determinado fato é produzido. A pesquisa experimental caracteriza-se por manipular diretamente as variáveis relacionadas com o objeto de estudo. Nesse t ipo de pesquisa, a manipulação das variáveis proporciona o estudo da relação entre as causas e os efeitos de determinado fenômeno. Através da criação de situações de controle, procuramos evitar a inter ferência de variáveis intervenientes. Inter ferimos diretamente na real idade, manipulando a variável independente, a fim de observar o que acontece com a dependente. A pesquisa experimental estuda, por tanto, a relação entre fenômenos, procurando saber se um é a causa do outro. 18 Outro aspecto importante é a diferença entre pesquisa experimental e pesquisa de laboratório. Embora o experimento predomine no laboratório, é possível util izá-lo também nas ciências humanas e sociais. Nesse caso, o pesquisador faz seu experimento em campo. Quando os objetos em estudo são entidades físicas, tais como porções de l íquidos, bactérias ou ratos, não se identificam grandes l imitações quanto à possibil idade de experimentação. Quando, porém, se trata de experimentar com objetos sociais, ou seja, com pessoas, grupos ou instituições, as l imitações tornam - se bastante evidentes. 19 Existem algumas classificações para os t ipos de pesquisas experimentais: a) Pesquisa genuinamente experimental: é necessário que os indivíduos que par ticipam do experimento componham dois grupos: o experimental e o de controle. b) Pesquisa pré-experimental: Cabe considerar, entretanto, que alguns estudos, embora designados por seus autores como experimentais, não podem, a r igor, serem considerados como tal . Um desses t ipos de estudo é aquele em que um único grupo é estudado apenas uma vez, em seguida a algum agente ou tratamento presumivelmente capaz de causar algum tipo de mudança. c) Pesquisa quase-experimental: Cabe considerar, também, que há pesquisas que embora não apresentando distr ibuição aleatória dos sujeitos nem grupos de controle, são desenvolvidas com bastante r igor metodológico e aproximam-se bastante das pesquisas experimentais. 20 Nem sempre na pesquisa social é possível manter o pleno controle dos estímulos experimentais, em muitos casos, a distr ibuição aleatória dos par t icipantes da pesquisa e o controle de laboratório são totalmente inviáveis. Pode-se, entretanto, em cer to número de situações, adotar um tipo de del ineamento que apresenta cer ta semelhança com experimental: o chamado delineamento ex-post -facto. Pode-se definir pesquisa ex-post-facto como uma investigação sistemática e empírica na qual o pesquisador não tem controle direto sobre as variáveis independentes, porque já ocorreram suas manifestações ou porque são intr insecamente não manipuláveis. Nesse caso são feitas inferências sobre a relação entre variáveis sem observação direta, a par t ir da variação concomitante entre as variáveis independentes e dependentes. PESQUISA EX-POST-FACTO 21 A pesquisa ex-post-facto l ida com variáveis que, por sua natureza não são manipuláveis, como: sexo, classe social, nível intelectual, preconceito, autoritarismo etc. Por exemplo, numa pesquisa para verificar a influência da privação na infância sobre o desenvolvimento mental futuro, não seria possível fazer com que grupos diferentes de crianças sofressem privações em graus diferentes, à vontade do pesquisador. Seria possível, contudo, encontrar grupos de indivíduos que já tivessem passado por níveis diferentes de privação e depois estudar seu desenvolvimento mental. 22 Apesar de serem óbvias as limitações da pesquisa ex-post- facto, isto não significa que devam ser descartadas como não científicas. Muitos problemas nas ciências sociais são problemas ex-post- facto e requerem, portanto, pesquisas ex-post-facto simplesmente porque as variáveis independentes não são manipuláveis. O que se faz necessário nesses estudos é considerar outras variáveis possivelmente relevantes e controlá -las estatisticamente, sobretudo por meio da análise multivariada. 23 As pesquisas deste t ipo se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à sol icitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados coletados. Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo pesquisado, tem-se um censo. Pelas dificuldades materiais que envolvem sua real ização, os censos só podem ser desenvolvidos pelos governos ou por instituições de amplos recursos. São extremamente úteis, pois proporcionam informações gerais acerca das populações, que são indispensáveis em boa par te das investigações sociais. LEVANTAMENTO (SURVEY) 24 Na maioria dos levantamentos, não são pesquisados todos os integrantes da população estudada. Antes seleciona-se, mediante procedimentos estatísticos, uma amostra significativa de todo o universo, que é tomada como objeto de investigação. As conclusões obtidas a partir desta amostra são projetadas para a totalidade do universo, levando em consideração a margem de erro, que é obtida mediante cálculos estatísticos. os levantamentos por amostragem desfrutam hoje de grande popularidade entre os pesquisadores sociais, a ponto de muitas pessoas chegarem mesmo a considerar pesquisa e levantamento social a mesma coisa. 25 Na realidade, o levantamento social é um dos muitos tipos de pesquisa social que, como todos os outros, apresenta vantagens e limitações. Entre as principais vantagens dos levantamentos, estão: conhecimento direto da realidade; economia e rapidez; quantificação. Algumas das principais limitações dos levantamentos são: ênfase nos aspectos perspectivos; pouca profundidade no estudo da estrutura e dos processos sociais; l imitada apreensão do processo de mudança. 26 Tendo em vista as vantagens e as limitações apresentadas, podemos dizer que “os levantamentos se tornam muito mais adequados para estudos descritivos do que para explicativos. São inapropriados para o aprofundamentodos aspectos psicológicos e psicossociais mais complexos, porém muito eficazes para problemas menos delicados como preferência eleitoral e comportamento do consumidor. São muito úteis para o estudo de opiniões e atitudes, porém pouco indicados no estudo de problemas referentes e estruturas sociais complexas. 27 Possui a seguinte sequência de estruturação, sendo muito usado nas pesquisas descritivas: especificação dos objetivos; operacionalização dos conceitos e das variáveis; elaboração do instrumento de coleta de dados; pré-teste do instrumento (se for o caso); seleção de amostra; coleta e verificação dos dados; análise e interpretação dos dados; apresentação dos resultados. 28 pesquisa de campo é aquela uti l izada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual procuramos uma resposta, ou de uma hipótese, que queiramos comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que presumimos relevantes, para analisá - los. As fases da pesquisa de campo requerem, em primeiro lugar, a real ização de uma pesquisa bibl iográfica sobre o tema em questão. Ela servirá, como primeiro passo, para sabermos em que estado se encontra atualmente o problema, que trabalhos já foram realizados a respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto. PESQUISA DE CAMPO 29 Como segundo passo, permitirá que estabeleçamos um modelo teórico inicial de referência, da mesma forma que auxiliará na determinação das variáveis e na elaboração do plano geral da pesquisa. Em segundo lugar, de acordo com a natureza da pesquisa, determinamos as técnicas que serão empregadas na coleta de dados e na definição da amostra, que deverá ser representativa e suficiente para apoiar as conclusões. Por último, antes que realizemos a coleta de dados, é preciso estabelecer as técnicas de registro desses dados como também as técnicas que serão utilizadas em sua análise posterior. 30 Os estudos de campo apresentam muitas semelhanças com os levantamentos. Distinguem-se destes, porém, em relação principalmente a dois aspectos. Primeiramente, os levantamentos procuram ser representativos de um universo definido e fornecer resultados caracterizados pela precisão estatística. Em relação às pesquisas de campo, procuram muito mais o aprofundamento das questões propostas do que a distr ibuição das características da população segundo determinadas variáveis Como consequência, o planejamento do estudo de campo apresenta muito mais flexibil idade, podendo ocorrer mesmo que seus objetivos sejam reformulados ao longo do processo de pesquisa. 31 Outra dist inção é a de que no estudo de campo estuda -se um único grupo ou comunidade em termos de sua estrutura social , ou seja, ressaltando a interação de seus componentes. Assim, o estudo de campo tende a uti l izar muito mais técnicas de observação do que de interrogação. Como qualquer outro t ipo de pesquisa, a de campo parte do levantamento bibl iográfico. Exige também a determinação das técnicas de coleta de dados mais apropriadas à natureza do tema e, ainda, a definição das técnicas que serão empregadas para o registro e a análise. Dependendo das técnicas de coleta, análise e interpretação dos dados, a pesquisa de campo poderá ser classificada como de abordagem predominantemente quantitativa ou qualitativa. Numa pesquisa em que a abordagem é basicamente quantitativa, o pesquisador se l imita à descrição factual deste ou daquele evento, ignorando a complexidade da real idade social . 32 O estudo de caso é um tipo de pesquisa aplicada. O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos considerados. De acordo com Yin (2005, p. 32), o estudo de caso é um estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto de realidade, quando as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual são utilizadas várias fontes de evidência. ESTUDO DE CASO 33 O estudo de caso vem sendo util izado com freqüência cada vez maior pelos pesquisadores sociais, visto servir a pesquisas com diferentes propósitos, tais como: a) explorar situações da vida real cujos l imites não estão claramente definidos; b) descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; e c) explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibil itam a util ização de levantamentos e experimentos. O estudo de caso busca estudar um objeto com maior precisão, por exemplo: análise de casos sobre viabil idade econômico - financeira de investimentos, de um novo negócio, de um novo empreendimento. 34 O estudo de caso pode, pois, ser utilizado tanto em pesquisas exploratórias quanto descritivas e explicativas. Cabe ressaltar, todavia, que existem preconceitos contra o estudo de caso, como os que são indicados a seguir: Falta de rigor metodológico; Dificuldade de generalização; Tempo destinado à pesquisa; 35 TIPOS DE PESQUISA DO PONTO DE VISTA DA FORMA DE ABORDAGEM DO PROBLEMA 36 Sob o ponto de vista da abordagem do problema, a pesquisa pode ser: Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio -padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.). No desenvolvimento da pesquisa de natureza quantitativa, devemos formular hipóteses e classificar a relação entre as variáveis para garantir a precisão dos resultados, evitando contradições no processo de análise e interpretação. DO PONTO DE VISTA DA FORMA DE ABORDAGEM DO PROBLEMA 37 Essa forma de abordagem é empregada em vários tipos de pesquisas, inclusive nas descritivas: principalmente quando buscam a relação causa -efeito entre os fenômenos; também pela facilidade de poder descrever a complexidade de determinada hipótese ou de um problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou das atitudes dos indivíduos. 38 Pesquisa qualitativa : considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de métodos e técnicas estatíst icas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento -chave. Tal pesquisa é descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem. 39 Na abordagem qualitativa, a pesquisa tem o ambiente como fonte direta dos dados. O pesquisador mantém contato direto com o ambiente e o objeto de estudo em questão, necessitando de um trabalho mais intensivo de campo. Nesse caso, as questões são estudadas no ambiente em que elas se apresentam sem qualquer manipulação intencional do pesquisador. A util ização desse t ipo de abordagem difere da abordagem quantitativa pelo fato de não util izar dados estatísticos como o centro do processo de análise de um problema, não tendo, por tanto, a prioridade de numerar ou medir unidades. 40 Os dados coletados nessas pesquisas são descritivos, retratando o maior número possível de elementos existentes na realidade estudada. Preocupa-se muito mais com o processo do que com o produto. Na análise dos dados coletados, não há preocupação em comprovar hipóteses previamente estabelecidas, porém estas não eliminam a existência de um quadro teórico que direcione a coleta, a análise e a interpretação dos dados. É comum autores não diferenciarem abordagem quantitativa da qualitativa, pois consideram que a pesquisa quantitativa é também qualitativa. Entendemos, então, que a maneira pela qual pretendemos analisar o problema ou fenômeno e o enfoque adotado é o que determina uma metodologia quantitativa ou qualitativa. 41 42 43 Slide 1: Métodos e técnicas de pesquisa Slide 2 Slide 3: Delineamento da pesquisa TIPOS DE PESQUISA QUANTO AOS PROCEDIMENTOS Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9: Pesquisa bibliográfica Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14: Pesquisa documental Slide 15 Slide 16 Slide 17: Pesquisa experimental Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21: Pesquisa ex-post-facto Slide 22 Slide 23 Slide 24: Levantamento (survey) Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29: Pesquisa de campo Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33: Estudo de caso Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37: Do ponto de vista da forma de abordagem do problema Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43