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Livro Botânica Agricola

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Prévia do material em texto

2012
BOTÂNICA AGRÍCOLA
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
Copyright © UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.ª Roberta Andressa Pereira
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
III
apresentação
Prezado(a) acadêmico(a)!
A diversidade biológica variou ao longo do tempo geológico em nosso 
planeta. Diversas propostas já surgiram procurando estabelecer uma ordem 
que pudesse classificar os seres vivos de acordo com suas características. 
Em tempos passados, Linnaeus recomendou dividir a Natureza 
em apenas três grupos: Animal, Vegetal e Mineral. (RAVEN et al., 2001). 
Com o avançar da Ciência, o surgimento de microscópios acurados, o 
desenvolvimento de técnicas minuciosas e a descoberta das células e 
suas estruturas internas e características moleculares, muitos cientistas 
propuseram a divisão em outros grupos. Os sistemas de classificação vão 
sofrendo alterações com o tempo, porque agregam os novos conhecimentos 
adquiridos pela Ciência. Uma teoria que teve grande aceitabilidade agrupa 
os organismos em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia. 
Daremos início agora ao estudo da Botânica, também conhecida por 
Biologia Vegetal. Botânica é o ramo da Biologia que estuda as plantas, indo 
desde formas de organização simples, como os musgos, até as que atingiram 
o máximo de complexidade, como é o caso das plantas com flores. Seu 
campo é muito diversificado e amplo. Por razões didáticas e tradicionais, 
dividiremos o estudo das plantas em dois grupos: as criptógamas, que 
abrangem as briófitas e as pteridófitas; e as fanerógamas, que compreendem 
as gimnospermas e as angiospermas. Por ser uma caminhada longa, iremos 
apresentá-la em dois momentos diferentes: Botânica I e Botânica II.
No primeiro momento, trataremos dessas divisões, as relações 
filogenéticas e evolutivas desses grupos, a maneira correta de escrever o 
nome científico das plantas, a diferença entre células animais e vegetais, 
peculiaridades da célula vegetal e as características das criptógamas.
Este Caderno de Estudos tratará também dos fungos, conhecidos 
popularmente por bolores, orelhas-de-pau, cogumelos. Apesar desses não 
serem considerados vegetais e terem uma área exclusiva para o seu estudo, a 
Micologia, muitas vezes são vistos como um ramo dentro da Botânica. 
Outro grupo que abordaremos é o das algas. Na sua maioria, as 
algas são unicelulares. Várias linhas no processo evolutivo acabaram se 
tornando pluricelulares. As algas compreendem um agrupamento artificial 
e apresentam características tão diversas que chegam a ser classificadas 
em reinos diferentes. Apesar de possuírem pouca coisa em comum com as 
plantas, comumente são estudadas pela Botânica. 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
O objetivo deste caderno é servir como um guia para você, caro(a) 
acadêmico(a), em seus estudos. Desse modo, os conteúdos apresentados 
abordam tópicos principais que devem ser complementados com estudos 
mais aprofundados em bibliografia específica, sugeridas no final deste 
caderno, e em tópicos disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem.
Vamos ao estudo do mundo das plantas, dos fungos e das algas? 
Bons estudos!
 Prof.ª Roberta Andressa Pereira
NOTA
V
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
VI
VII
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À BOTÂNICA ............................................................................. 1
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À BOTÂNICA ................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 3
2 O CONCEITO DE BOTÂNICA ..................................................................................................... 3
3 PORÉM, O QUE É UM VEGETAL? UMA APRESENTAÇÃO NO REINO PLANTAE ....... 4
4 RELEMBRANDO A CÉLULA VEGETAL .................................................................................... 6
5 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DOS ORGANISMOS ................................................................ 8
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 9
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 11
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 12
TÓPICO 2 – SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO .............................................................................. 15
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 15
2 O QUE É SISTEMÁTICA VEGETAL? .......................................................................................... 15
3 OS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO ......................................................................................... 16
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 25
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 26
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 27
TÓPICO 3 – NOMENCLATURA BOTÂNICA .............................................................................. 29
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 29
2 O CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA BOTÂNICA (CINB) .................. 30
3 TIPOS NOMENCLATURAIS ........................................................................................................ 31
4 UNIDADES DE CLASSIFICAÇÃO ..............................................................................................32
5 REGRAS DE NOMENCLATURA VEGETAL ............................................................................. 32
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 35
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 39
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 40
TÓPICO 4 – COLEÇÕES BOTÂNICAS .......................................................................................... 43
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 43
2 UMA COLEÇÃO BOTÂNICA ESPECIAL: OS HERBÁRIOS ................................................. 44
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 50
RESUMO DO TÓPICO 4 .................................................................................................................... 57
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 58
PRÁTICA - OBSERVAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE PTERIDÓFITAS .................................. 59
UNIDADE 2 – INTRODUÇÃO AO REINO FUNGI E AS ALGAS ............................................ 65
TÓPICO 1 – O REINO DOS FUNGOS ............................................................................................ 67
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 69
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 70
2 REPRODUÇÃO DOS FUNGOS .................................................................................................... 72
sumário
VIII
2.1 REPRODUÇÃO ASSEXUADA ................................................................................................. 73
2.2 REPRODUÇÃO SEXUADA ...................................................................................................... 74
3 IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS ................................................................................................... 76
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ........................................................................................................ 76
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ........................................................................................................ 86
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 91
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 93
TÓPICO 2 – CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS ........................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 97
2 DIVISÃO CHYTRIDIOMYCOTA ................................................................................................. 99
3 DIVISÃO ZYGOMYCOTA ............................................................................................................. 103
4 DIVISÃO ASCOMYCOTA ............................................................................................................. 107
5 DIVISÃO BASIDIOMYCOTA ....................................................................................................... 112
6 DIVISÃO GLOMEROMYCOTA ................................................................................................... 116
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 119
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 125
TÓPICO 3 – AS ALGAS ...................................................................................................................... 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 127
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS ALGAS ............................................................................. 128
3 IMPORTÂNCIA DAS ALGAS ....................................................................................................... 129
4 OS DIFERENTES GRUPOS DE ALGAS ....................................................................................... 131
4.1 FILO CHLOROPHYTA ............................................................................................................... 132
4.2 FILO PHAEOPHYTA .................................................................................................................. 134
4.3 FILO RHODOPHYTA ................................................................................................................. 134
4.4 FILO BACILLARIOPHYTA ......................................................................................................... 135
4.5 FILO CHRYSOPHYTA ................................................................................................................ 136
4.6 FILO EUGLENOPHYTA ............................................................................................................. 137
4.7 FILO DINOPHYTA ...................................................................................................................... 138
4.8 FILO CHAROPHYTA ................................................................................................................. 139
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 140
RESUMO DO TÓPICO 3 .................................................................................................................... 144
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 145
UNIDADE 3 – REINO PLANTAE ..................................................................................................... 147
TÓPICO 1 – PLANTAS AVASCULARES – AS BRIÓFITAS ....................................................... 149
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 149
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ........................................................................................................ 149
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS BRIÓFITAS ..................................................................... 153
3 REPRODUÇÃO E CICLO DE VIDA DAS BRIÓFITAS ........................................................... 157
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ........................................................................................................ 161
RESUMO DO TÓPICO 1 .................................................................................................................... 163
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 165
TÓPICO 2 – PLANTAS VASCULARES SEM SEMENTES – AS PTERIDÓFITAS ................. 167
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 167
2 CARACTERÍSTICAS GERAIS ......................................................................................................169
3 REPRODUÇÃO E CICLO DE VIDA DAS PTERIDÓFITAS ................................................... 170
4 SELAGINELA E SEU CICLO DE VIDA ...................................................................................... 174
IX
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 178
RESUMO DO TÓPICO 2 .................................................................................................................... 181
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 183
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 184
X
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade você será capaz de:
• conceituar Botânica e vegetal;
• nomear as principais características das plantas e as estruturas peculiares 
à célula vegetal;
• identificar as principais categorias taxonômicas dos vegetais;
• explicar a origem do oxigênio e a fotossíntese bacteriana;
• diferenciar sistemática e taxonomia;
• conhecer os sistemas de classificação dos organismos e o Código Interna-
cional de Nomenclatura Botânica;
• reconhecer as coleções botânicas e as principais etapas da realização e ma-
nutenção de um herbário.
Esta primeira unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada 
um deles você encontrará atividades que contribuirão para a sua reflexão e 
análise dos conteúdos explorados.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
TÓPICO 2 – SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
TÓPICO 3 – NOMENCLATURA BOTÂNICA
TÓPICO 4 – COLEÇÕES BOTÂNICAS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
1 INTRODUÇÃO
Há mais ou menos uns 550 milhões de anos os continentes eram apenas 
desertos. Naquela época, os seres vivos habitavam somente os mares. Foram as algas 
verdes primitivas, ancestrais das plantas atuais, os primeiros organismos a colonizar a 
terra firme. O ambiente era extremamente seco em comparação ao ambiente marinho, 
porém, era um imenso território a ser conquistado, sem que houvesse competidores 
para impedir o desenvolvimento. Graças à capacidade de realizar fotossíntese, com 
isso, autossuficientes em termos alimentares, as plantas não dependiam de outros 
seres vivos para se estabelecerem em terra firme. Com isso, puderam evoluir e 
diversificaram. Neste tópico vamos apresentar o Reino Plantae, bem como as suas 
principais características e a importância das plantas para o meio ao longo de sua 
evolução em nosso planeta.
2 O CONCEITO DE BOTÂNICA
Segundo Raven, Evert e Eichhorn (2001, p. 1), podemos conceituar 
“Botânica como a parte da biologia que estuda os vegetais em todos os aspectos 
possíveis. É importante frisar que algas e fungos NÃO são plantas. Por possuírem 
forma de vida bem distinta, pertencem a reinos próprios, mas são estudados aqui 
por questão de tradição”. 
De acordo com os mesmos autores, a palavra “botânica” provém do grego 
botané, significando planta, e deriva do verbo boskein, “alimentar”. Entretanto, as 
plantas são importantes não apenas por servir como fonte de alimento.
Você já parou para pensar como os vegetais são importantes nas nossas 
vidas? Eles nos fornecem o oxigênio que respiramos, fibras para a confecção de 
tecidos, especiarias para temperos, matéria-prima para a produção de papel 
(para livros como este que você tem em mãos), madeira para mobiliário, fonte de 
combustível, compostos químicos para fabricação de medicamentos e perfumaria. 
O estudo da biologia vegetal se deu devido à domesticação das plantas, através 
do desenvolvimento das comunidades humanas ao longo do tempo.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
4
3 PORÉM, O QUE É UM VEGETAL? UMA APRESENTAÇÃO NO 
REINO PLANTAE
Você seria capaz de definir vegetal? Se você fizer uma pesquisa, com 
certeza, em algum momento ouvirá como resposta que: planta é todo ser vivo 
verde e que não se movimenta. 
Observe a figura a seguir:
FIGURA 1 - MATA ATLÂNTICA NO INTERIOR DO PARQUE NACIONAL DA SERRA 
DOS ÓRGÃOS (RJ)
FONTE: Ab’Sáber (2008) Foto de Luiz Claudio Marigo (p. 186)
Uma observação mais atenta de um jardim ou do interior de uma floresta, 
como a figura acima, tirada dentro da Mata Atlântica, provavelmente revelará 
uma grande diversidade de seres vivos. Esta característica é facilmente observada 
entre o grupo das plantas. Porém, será que todas as plantas são iguais? Todas 
produzem flores e frutos? Todas são verdes? Será que elas não se movimentam? 
O que podemos dizer sobre alguns organismos fotossintéticos aquáticos que 
compreendem uma grande diversidade de formas de vida, incluindo algas verdes 
e não verdes e grupos relacionados?
Assim como Judd et al. (2008, p. 1), iremos considerar “as plantas verdes 
uma grande linhagem que inclui as assim chamadas algas verdes e as plantas 
terrestres”. (Figura 2). 
Além de serem organismos eucariontes, pluricelulares e autótrofos, 
compartilharem algumas características, como, por exemplo:
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
5
- presença dos pigmentos fotossintéticos (clorofila a e b) e pigmentos acessórios 
(como carotenoides e ficobilinas); 
- reserva energética, em geral, na forma de amido, substância oriunda do 
processo da fotossíntese; 
- celulose como o principal componente da parede celular;
- possuem embriões multicelulares;
- apresentam gametófito dependente nutricionalmente do esporófito.
FIGURA 2 – FILOGENIA DAS PLANTAS VERDES (ILUSTRADA EM UMA ÁRVORE FILOGENÉTICA)
Atributos estruturais que caracterizam grupos são indicados nos ramos onde se acredita 
que esses caracteres tenham evoluído. As relações filogenéticas entre hepáticas, antóceros 
e musgos não estão claras. 
FONTE: Judd et al. (2008, p. 2)
Quanto ao tamanho, podemos observar plantas com dimensões muito 
variadas, como, por exemplo, os musgos e as sequoias, consideradas como os 
maiores seres vivos em altura e biomassa da Terra. 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
6
Há representantes vegetais em quase todos os ambientes de nosso 
planeta, tanto terrestres quanto aquáticos, onde encontramos espécies dulcícolas, 
marinhas e de água salobra. Muitos pesquisadores concentram suas pesquisas 
nas plantas terrestres, também chamadas de embriófitas.
As plantas terrestres apresentam histórias de vida com duas gerações 
(um esporófito diploide e um gametófito haploide), esporos de 
paredes espessas, um estágio embrionário no ciclo de vida, estruturas 
especializadas que protegem os gametas (arquegônios para os óvulos 
e anterídios para os gametas masculinos) e uma cutícula (uma camada 
cerosa protetora acima das células epidérmicas). Junto com estes 
caracteres morfológicos em comum, numerosos caracteres de DNA 
sustentam que este grupo é monofilético, isto é, as plantas representam 
um único ramo da árvore da vida. (JUDD et al., 2008, p. 2).
Outra característica muito importante das plantas diz respeito à sua forma 
de nutrição. As plantas são classificadas como seres autótrofos (do grego autós, 
‘si próprio’; trophé,‘alimento’), ou seja, são seres que sintetizam as substâncias 
nutritivas por eles requeridas a partir de substâncias inorgânicas obtidas do seu 
ambiente. As plantas são capazes de sintetizar (fabricar) seus próprios compostos 
orgânicos através da fotossíntese. Na fotossíntese, na presença da energia solar e da 
clorofila, gás carbônico e água são usados para a síntese de carboidratos, geralmente 
a glicose. Nesse processo há formação de gás oxigênio, que é liberado para o meio.
QUADRO 1 – PROCESSO DA FOTOSSÍNTESE
Gás carbônico + água água + gás oxigênio + carboidrato
Luz e clorofila
 
FONTE: A autora
Além das plantas, alguns protistas, bactérias fotossintetizantes e 
cianobactérias também realizam a fotossíntese.
Os animais e os fungos não possuem tal capacidade e, por esse motivo, 
sãoseres denominados de heterotróficos (do gr. hétero ‘outro’; ‘diferente’; trophé, 
‘alimento’ + suf. ico, ‘natureza de’), isto é, são organismos que não podem produzir 
compostos orgânicos, obtendo-os prontos do meio.
4 RELEMBRANDO A CÉLULA VEGETAL
O termo célula vem do latim cellula e quer dizer pequena cela. As células 
são consideradas as unidades estruturais e funcionais que constituem todos os 
organismos vivos (com exceção dos vírus). 
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
7
Todas as células compartilham duas características essenciais: a presença 
da membrana plasmática, que separa os conteúdos celulares do meio externo, e a 
presença de material genético. 
O modo como esse material genético está organizado na célula distingue as 
células procarióticas das eucarióticas. Nas células eucarióticas, observamos uma 
membrana nuclear, a carioteca, delimitando o DNA, enquanto que. nas células 
procarióticas. esse envolto nuclear está ausente, embora o material genético esteja 
localizado numa região bem definida, conhecida como nucleoide. Os procariotos 
atuais estão representados por Archae e bactérias, incluindo as cianobactérias, um 
grupo de bactérias fotossintetizantes, que eram, antigamente, conhecidas como 
algas azuis. 
A célula vegetal (Figura 2) assemelha-se às células animais, pois apresenta 
estruturas comuns em ambas. Entretanto, há algumas estruturas que são peculiares 
à célula vegetal, como, por exemplo, a presença de: parede celular, que envolve a 
membrana plasmática; vacúolos, que participam de vários processos metabólicos; 
e plastídios, que podem conter pigmentos ou armazenar substâncias. 
Além dessas organelas, é considerada característica típica da célula 
vegetal as substâncias ergásticas, que são substâncias orgânicas ou inorgânicas 
resultantes do metabolismo celular que não fazem parte da estrutura da célula. 
Como exemplo, podemos citar o amido, que é um polissacarídeo encontrado nas 
plantas com função de reserva; substâncias lipídicas, como óleos e ceras; cristais 
de composição variada, entre outras substâncias.
FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DE UMA CÉLULA VEGETAL
A parede celular envolve a membrana plasmática, a qual, por sua vez, envolve o 
citoplasma, o núcleo e as demais organelas. 
FONTE: Disponível em: <http://calazans.ccems.pt/cn/images/celvegetal1.jpg>. Acesso 
em: 21 jul. 2010.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
8
5 NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DOS ORGANISMOS
O arranjo sistemático dos organismos varia conforme diferentes autores, 
uma vez que alguns reúnem os indivíduos mais abrangentes, outros os separam 
em um maior número de táxons. Para fins didáticos, consideremos a seguinte 
organização:
QUADRO 2 – CLASSIFICAÇÃO DE ORGANISMOS VIVOS INCLUÍDOS NESTE LIVRO
REINOS DIVISÕES
FUNGI*
Chytridiomycota
Zygomycota
Ascomycota
Basidiomycota
Glomeromycota
PROTISTA**
Chlorophyta
Phaeophyta
Rhodophyta
Bacillariophyta
Chrysophyta
Euglenophyta
Dinophyta
Charophyta
PLANTAE
Avasculares
Bryophyta
Hepatophyta
Anthocerophyta
Vasculares
Lycophyta
Monilophyta
Coniferophyta
Cycadophyta
Gnetophyta
Ginkophyta
Magnoliophyta
FONTE: Adaptado de Raven et al.( 2001, p. 247)
* Atualmente denominado Eumycota.
**Atualmente denominado Protoctista.
Note que no grupo dos fungos, apresentado no Quadro 1, não estão 
inclusos os filos Oomycota, Hyphochytridiomycota, Labyrinthulomycota, 
Myxomycota, Plasmodiophoromycota, Dictyosteliomycota e Acrasiomycota. 
Eles fazem parte de outros reinos. A discussão sobre taxonomia de fungos será 
abordada mais adiante.
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
9
Nos sistemas de classificação mais utilizados encontramos o Reino Plantae, 
grupo não monofilético, com dez divisões (Quadro 2). É interessante ressaltar 
que apenas as briófitas (como é chamado popularmente o grupo de plantas 
avasculares), as pteridófitas (Lycophyta e Monilophyta), as gimnospermas 
(Coniferophyta, Cycadophyta, Gnetophyta e Ginkophyta) e as angiospermas 
(Magnoliophyta) são consideradas PLANTAS. Erroneamente, muitas pessoas 
acreditam que fungos (organismos do Reino Fungi) e algas são plantas. Observe 
que estes organismos não fazem parte do Reino Plantae.
Esses grupos vegetais podem ser inicialmente divididos em dois grupos: 
plantas avasculares e vasculares. As plantas avasculares, chamadas popularmente 
de briófitas, são desprovidas de tecidos vasculares, ou seja, vasos condutores 
de seiva (substâncias nutritivas). As vasculares, chamadas de traqueófitas, 
apresentam vasos condutores de seiva pelo organismo. Esses vasos agem como 
verdadeiros sistemas de tubos transportadores de seiva bruta (água e sais 
minerais) e seiva elaborada (água e açúcares produzidos durante a fotossíntese).
NOTA
A evolução de um sistema condutor nas plantas
Dentre as plantas vasculares sem sementes encontramos as divisões 
Lycophyta, incluindo as famílias Selaginellaceae, Lycopodiaceae e Isoetaceae, e 
Monilophyta, com quatro classes: Psilotopsida, Equisetopsida, Marattiopsida e 
Pteridopsida.
Dentre as plantas vasculares com sementes, podemos apontar dois grupos: 
plantas onde as sementes ficam desprotegidas, ou seja, expostas externamente no órgão 
reprodutor (chamadas de Gimnospermas, do grego gymnos, ‘nu’; sperma, ‘semente’); 
e as plantas que possuem suas sementes abrigadas no interior de frutos (conhecidas 
por Angiospermas, do grego aggeion, ‘recipiente’, ‘vaso’; sperma, ‘semente’). 
ORIGEM DO OXIGÊNIO E FOTOSSÍNTESE BACTERIANA
Sônia Lopes 
Sérgio Rosso
O oxigênio liberado pela fotossíntese realizada pelos eucariontes e pelas 
cianobactérias provém da água, e não do gás carbônico, como se pensava antigamente.
LEITURA COMPLEMENTAR
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
10
O primeiro pesquisador a propor isso foi Cornelius van Niel, na década de 
1930, quando estudava bactérias fotossintetizantes. Ele verificou que as bactérias 
vermelhas sulfurosas (ou tiobactérias púrpuras) realizavam uma forma particular 
de fotossíntese em que não havia necessidade de água nem formação de oxigênio. 
Essas bactérias usam gás carbônico e sulfeto de hidrogênio (H2S) e produzem 
carboidratos e enxofre. Van Niel escreveu, então, a fórmula geral da fotossíntese 
realizada por essas bactérias:
Fotossíntese bacteriana
 luz
C O2 + 2 H2 S C H2 O + H2 O + 2 S
Foi a compreensão desse processo de fotossíntese que levou o pesquisador 
a propor a equação geral da fotossíntese:
Equação geral da fotossíntese 
 luz
C O2 + 2 H2 A (C H2 O) + H2 O + 2 A
Essa equação mostra que H2A pode ser a água (H2O) ou o sulfeto 
de hidrogênio (H2S) e evidencia que, se for água, ela é a fonte de oxigênio na 
fotossíntese.
Essa interpretação foi confirmada posteriormente, na década de 1940, por 
experimentos em que pesquisadores forneciam às plantas água cujo oxigênio era 
de massa 18 (O18, isótopo pesado do oxigênio) em vez de 16 (O16), como o oxigênio 
da água comum. Eles verificaram que o oxigênio liberado pela fotossíntese era o 
O18, corroborando a interpretação de Van Niel.
Ficou comprovado, então, que o oxigênio liberado durante a fotossíntese 
dos eucariontes e das cianobactérias provém da água e não do gás carbônico.
FONTE: Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/bioquimica/bioquimica9.
php>. Acesso em: 11 ago. 2010.
11
Neste tópico você estudou que:
● Botânica é definida como a área da Biologia que estuda as plantas.
● O estudo da biologia vegetal se deu devido à domesticação das plantas através 
do desenvolvimento das comunidades humanas ao longo do tempo. 
● As plantas são organismos eucariontes, pois vão apresentar células com núcleo 
compartimentalizado, tendo em seu citoplasma ultraestruturas membranosas, 
além de fibras e tubos proteicos.
● Encontramos também nas células vegetais estruturas peculiares, como, por 
exemplo, parede celular, vacúolos, plastos e substâncias ergásticas.
● Uma dascaracterísticas mais importantes das plantas é quanto à sua forma 
de nutrição, ou seja, elas são classificadas como seres autótrofos, através da 
fotossíntese.
● Dentre todas as divisões apresentadas do Reino Plantae, três referem-se a 
plantas avasculares (destituídas de tecidos vasculares), enquanto sete são 
plantas vasculares (traqueófitas).
RESUMO DO TÓPICO 1
12
AUTOATIVIDADE
1 Procure na literatura ou faça uma busca na internet e defina, 
sucintamente, os seguintes termos:
a) Monofilético:
b) Polifilético:
c) Parafilético:
2 As plantas compreendem um grupo monofilético. Cite 
algumas características comuns às plantas terrestres.
3 Comparando com células animais, assinale os componentes 
presentes apenas nas células vegetais:
( ) Parede celular primária.
( ) Parede celular secundária.
( ) Membrana plasmática.
( ) Retículos endoplasmáticos.
( ) Plastos.
( ) Mitocôndrias.
( ) Vacúolos.
( ) Ribossomos. 
( ) Peroxissomos.
( ) Lisossomos.
( ) Substâncias ergásticas.
( ) Complexo golgiense.
( ) Nucléolo.
4 Em relação ao oxigênio liberado durante a fotossíntese, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Provém somente das moléculas de água.
b) ( ) Provém tanto das moléculas de água quanto das de gás carbônico.
c) ( ) Provém somente das moléculas de gás carbônico.
d) ( ) Provém somente das moléculas de glicose.
13
5 Podemos afirmar que os pinheiros, assim como todas as 
gimnospermas, apresentam como característica marcante. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O grande porte das plantas.
b) ( ) A produção de frutos como o pinhão.
c) ( ) A produção de folhas reduzidas.
d) ( ) A produção de sementes nuas. 
e) ( ) A produção de semente carnosa e atrativa para os animais, já que 
não há um fruto que desempenhe esta função.
6 Indique o grupo de organismos onde todos apresentam sementes.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Pinheiros, limoeiros e gramas. 
b) ( ) Samambaias, bromélias e castanheiras.
c) ( ) Araucárias, musgos e orquídeas.
d) ( ) Bambus, algas e cafezeiros.
e) ( ) Cogumelos, cactáceas e figueiras.
14
15
TÓPICO 2
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico estudaremos a sistemática vegetal, os sistemas de classificação 
e o grande pesquisador Carolus Linnaeus.
2 O QUE É SISTEMÁTICA VEGETAL?
De acordo com Simpson (1971), a sistemática é o estudo científico 
da diversidade dos organismos e de todas as relações entre eles. Muitos 
pesquisadores consideram os termos sistemática e taxonomia sinônimos. Outros, 
entretanto, destinam a designação Taxonomia para a ciência que elabora as leis 
da classificação e Sistemática para a que cuida da classificação dos seres vivos 
(BARROSO, 1978). “Sistemática é a ciência da diversidade dos organismos. 
Envolve a descoberta, a descrição e a interpretação da diversidade biológica, 
bem como a síntese da informação sobre a diversidade, na forma de sistemas de 
classificação preditivos.” (JUDD et al., 2008, p. 2).
NOTA
A sistemática compreende a identificação, a nomenclatura e a classificação.
● Identificação: é a determinação de um táxon como idêntico ou semelhante a outro já 
conhecido. Pode ser feita com o auxílio de literatura ou pela própria comparação de um táxon 
com outro de identidade conhecida. Táxon é o termo estabelecido pelo Código Internacional 
de Nomenclatura Botânica para designar uma unidade taxonômica de qualquer hierarquia 
(família, gênero, espécie, subespécie etc.).
● Nomenclatura: está relacionada com o emprego correto dos nomes das plantas e 
compreende um conjunto de princípios, regras e recomendações aprovados em congressos 
internacionais de botânica e publicados num contexto oficial.
● Classificação: é a ordenação das plantas em um táxon. Cada espécie é classificada como 
membro de um gênero, cada gênero pertence a uma família. As famílias estão subordinadas 
a uma ordem, cada ordem a uma classe, cada classe a uma divisão.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
16
Muitas vezes, usamos mal o termo classificação quando o emprega como sinônimo de 
identificação. Quase se dá nome a uma planta já conhecida, isto é, já descrita, identifica-se 
ou determina-se o táxon, ao passo que quando se procura localizar uma planta ainda não 
conhecida, dentro de um sistema de classificação, estamos classificando a planta.
FONTE: BARROSO, G.M.; PEIXOTO, A.L.; ICHASO, C.L.F.; GUIMARÃES, E.F. & COSTA, C.G. 
Sistemática de Angiospermas do Brasil. 2. ed. V. 1. Viçosa: UFV, 2002.
3 OS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
Desde a Antiguidade, busca-se uma classificação ideal para os organismos 
vivos. Aristóteles os separava em animais ou plantas. Depois disso, outros 
sistemas foram propostos. Nessas circunstâncias, podemos dizer que existem 
vários sistemas de classificação, que estão compreendidos em quatro períodos 
distintos: classificação baseada no hábito das plantas, sistema artificial, sistema 
natural e o filogenético. 
Podemos considerar que a classificação baseada no hábito das plantas 
foi proposta inicialmente por Theophrastus, em 370 a.C. Theophrastus separou 
as plantas de acordo com o seu hábito e diferenças florais. Outro observador 
importante deste período foi o bispo Albertus Magnus (1193-1280), que, 
analisando a quantidade de cotilédones e a estrutura do caule, arranjou as plantas 
em mono e dicotiledôneas.
O sistema artificial foi assim denominado porque se baseava numa 
única característica da planta. Iniciou-se com Linnaeus (Lineu em português) 
em meados do século XVIII. Embora sua classificação seja dita artificial, tendo 
base nas semelhanças estruturais e anatômicas entre as espécies, foi considerada 
um grande marco na classificação dos organismos. Ele propôs um sistema de 
classificação dos seres vivos no qual a unidade básica da classificação é a espécie. 
Espécies semelhantes são agrupadas em um mesmo gênero. Gêneros semelhantes 
são agrupados em uma mesma família. 
Famílias semelhantes são agrupadas em ordens, que são agrupadas em 
classes, que são agrupadas em filos ou divisões, que são agrupadas em reinos. 
Lineu também foi o naturalista responsável por tornar popular o uso de um 
sistema binomial para nomear os organismos. Mais adiante, falaremos mais sobre 
nomenclatura botânica.
No século XIX, o sistema artificial proposto por Lineu foi substituído 
pelo sistema natural, que está baseado na afinidade natural das plantas. Desta 
maneira, o sistema não dependia mais de uma única característica anatômica 
e estrutural, mas sim, de toda a organização vegetal. Considerava os aspectos 
evolutivos, reprodutivos, fisiológicos e celulares da espécie. As plantas eram 
então arranjadas em grupos afins, pela existência de particularidades comuns. 
TÓPICO 2 | SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
17
Haeckel (1834-1919) sugeriu a criação de um terceiro reino (ver Figura 4). 
“Propôs a classificação natural de três reinos: animal, vegetal e protista. Tinha 
a intenção de separar os seres vivos mais primitivos das plantas e animais, e 
afirmava que os organismos maiores se desenvolveram a partir de ancestrais 
protistas”. (MARGULIS; SCHWARTZ, 2001, p. 6).
 Porém, ainda ficaram muitas dúvidas quanto à correta classificação das 
bactérias e dos fungos.
FIGURA 4 - A ÁRVORE DA VIDA DE HAECKEL
FONTE: Disponível em: <http://vsites.unb.br/ib/cel/microbiologia/intromicro/
intromicro.html>. Acesso em: 25 set. 2012.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
18
Em 1939, Copeland (apud HORTA-JUNIOR et al., 2010, p. 22) sugeriu 
“o agrupamento dos organismos em quatro reinos: Monera (onde se incluíam 
as bactérias e algas azuis), Proctista (representado por algas, protozoários e 
fungos), Metaphyta (plantas de maneira geral) e Metazoa (agrupando os animais 
pluricelulares)”. (Figura 5).
FIGURA 5 - ADAPTAÇÃO DA PROPOSTA DOS QUATRO REINOS DE COPELAND
FONTE: Lopes; Rosso (2010, p. 20)
Já no final do século XX, baseado nos avanços da bioquímica, da genética e 
da evolução, Whittaker (Figura 6) criou o sistema de classificaçãoem cinco reinos: 
Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia.
TÓPICO 2 | SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
19
FIGURA 6 - ADAPTAÇÃO DA PROPOSTA DOS CINCO REINOS DE WHITTAKER
FONTE: Disponível em: <http://www.netxplica.com/manual.virtual/exercicios/bio11/
classificacao.whittaker.htm>. Acesso em: 20 set. 2012.
NOTA
MAIS REINOS PARA A VIDA
O ecologista Robert Whittaker notou que dividir os seres vivos em animais e vegetais não era 
suficiente.
Como você organiza suas camisetas? Algumas pessoas as separam por cor, outras as 
classificam pelo tecido. Há quem prefira dividi-las somente em dois grupos: “mangas curtas” 
e “mangas longas” ou “para sair” e “para trabalhar”. Independentemente de critérios, estamos 
sempre procurando organizar os objetos à nossa volta, classificá-los em grupos, para facilitar 
o reconhecimento deles.
Com a biologia não é diferente. Os milhões de seres da natureza estão divididos em grupos, 
para que possam ser mais bem estudados. Diversos sistemas já foram criados na tentativa de 
classificá-los. O mais conhecido, que ainda é bastante utilizado, foi elaborado em 1969 pelo 
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
20
ecologista norte-americano Robert Whittaker (1920-1980). Ele dividiu os seres vivos em cinco 
grandes reinos, de acordo com características de sua célula e sua alimentação. 
São eles:
● PLANTAE OU METAPHYTA (PLANTAS)
Este é o reino das plantas. Elas são todas pluricelulares, eucariontes e autotróficas, isto é, 
capazes de produzir o próprio alimento. Excetuando algumas algas flageladas, as plantas não 
dispõem de meios de locomoção e possuem parede celular de celulose.
● FUNGI
Compreende os fungos, que são organismos um tanto particulares. São eucariontes, uni 
ou pluricelulares, possuem parede celular de quitina e são heterotróficos por absorção. Ou 
seja, alimentam-se absorvendo moléculas orgânicas do ambiente, sem destruir as células 
ativamente, como protistas e animais. A maioria vive da decomposição de matéria orgânica, 
mas alguns são parasitas, causando doenças.
● ANIMALIA OU METAZOA (ANIMAIS)
É o reino dos animais. Todos os seus indivíduos são eucariontes, pluricelulares e heterotróficos, 
isto é, não podem sintetizar o próprio alimento. Não possuem parede celular e, em geral, ao 
menos em uma fase da vida possuem forma móvel, capaz de se locomover pelo ambiente.
● PROTISTA
Os seres desse reino são eucariontes que não formam tecidos, podendo, no entanto, 
constituir colônias. Em geral, são maiores que as bactérias – algumas amebas do gênero 
Chaos atingem cinco milímetros. Pela classificação tradicional, a maioria das algas, por não 
apresentar tecidos verdadeiros, também é considerada protista, inclusive a exótica euglena, 
que se move com um flagelo e é capaz de consumir matéria orgânica – isto é, trata-se de uma 
alga “carnívora”. Protistas podem ser livres ou parasitas, causando males como leishmaniose 
e doença de Chagas.
● MONERA
É o reino das bactérias. Todas as bactérias são unicelulares e procariontes, isto é, não têm 
membrana nuclear (o material genético fica no próprio citoplasma). Elas medem de 0,5 a 5 
micrômetros, e algumas delas, como as cianobactérias, são autótrofas, ou seja, produzem 
o próprio alimento, por quimiossíntese ou fotossíntese. A maioria das bactérias é livre, mas 
várias são parasitas e causam doenças sérias, como cólera e antraz.
FONTE: Ciências da natureza: Biologia I. Abril coleções: Curso preparatório Enem. São 
Paulo: Abril, 2011, p. 67.
De acordo com Margulis; Schwartz (2001, p. 6), resumidamente os cinco 
reinos são: 
Bacteria, com dois sub-reinos Archaea e Eubacteria; Protoctista, onde 
encontramos algas, protozoários, mofos-de-lodo e outros organismos 
aquáticos menos conhecidos e parasíticos; Animalia, incluindo animais 
vertebrados e invertebrados; Fungi, abrangendo cogumelos, leveduras, 
orelhas-de-pau; e Plantae, que compreende plantas vasculares e 
avasculares. Esses cinco reinos estão agrupados em dois super-reinos, o 
Prokarya (contendo somente o reino dos protistas) e Eukarya (que inclui 
todos os quatro reinos restantes). Essa separação em dois super-reinos 
leva em consideração a presença ou não da membrana nuclear. 
TÓPICO 2 | SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
21
No final da década de 1990, Cavalier-Smith propôs uma nova classificação. 
Separou os organismos também em cinco reinos, denominados: Protozoa, Plantae, 
Animalia, Fungi e Chromista (no lugar de Bacteria) (CAVALIER-SMITH, 1998).
A taxonomia vegetal deu um grande salto quando Eichler surgiu e sugeriu 
uma primeira versão de um sistema baseado nas relações genéticas. É importante 
esclarecer que este sistema ainda não é considerado um sistema filogenético 
moderno, entretanto, ele já aceitou o conceito de evolução. 
De acordo com Barroso et al. (2002, p. 28), “Eichler dividiu o reino Plantae 
em dois grupos: plantas fanerógamas e criptógamas. Dentro das fanerógamas, 
distinguiu duas divisões: Angiospermae e Gimnospermae. No grupo das 
criptógamas, separou as briófitas em musgos e hepáticas e as pteridófitas em três 
grupos menores”.
Em 1892, Engler complementou as pesquisas de Eichler. Ao observar 
caracteres como tipo e desenvolvimento da raiz e do caule, nervação das folhas, 
presença ou ausência de bainha foliar, números de peças florais e, principalmente, 
no número de cotilédones no embrião, subdividiu as angiospermas em mono 
e dicotiledôneas. Os trabalhos de Engler tiveram grande aceitação entre os 
pesquisadores.
Por volta da década de 1960, Arthur Cronquist e colaboradores dividiram 
as plantas em oito divisões. As angiospermas passaram a ser denominadas 
Magnoliophyta. Posteriormente, em trabalho solo, apresentou uma classificação 
para as Magnoliophyta. 
Segundo Barroso et al. (2002, p. 31), “Cronquist procurou comparar 
e interpretar estruturas que considerou primitivas e, assim, segmentou as 
Magnoliophyta em Manoliatae (com seis subclasses) e Liliatae (com quatro 
subclasses). Esta classificação de Cronquist, por apresentar simplicidade e 
objetividade na organização, tornou-se amplamente difundida no setor acadêmico 
e ainda hoje é aceita entre alguns pesquisadores”. 
Atualmente, a classificação dos seres vivos é feita pela análise filogenética 
ou cladística (ver Figura 2), ou seja, um método baseado nas relações de parentesco 
dos organismos a partir dos registros de fósseis, que, ao mesmo tempo, os compara 
quanto às características genéticas e às semelhanças funcionais. Isso permite a 
construção de uma árvore evolutiva. 
Segundo Margulis; Schwartz (2001, p. 6), “diante desse contexto, um novo 
sistema foi elaborado. Após pesquisas moleculares, sobretudo no sequenciamento 
de nucleotídeos de RNAr, microbiólogos liderados por Carl Woese propuseram 
a adoção de três domínios: Archaea, Bacteria e Eukarya (contendo todos os 
organismos eucariontes)”. 
Observe a figura a seguir.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
22
FIGURA 7 - OS TRÊS DOMÍNIOS, COM BASE NO SEQUENCIAMENTO DO GENE DE RNAR
Obs.: Para simplificar a figura, somente alguns ramos estão legendados.
 FONTE: Campbell et al. (2010, p. 552)
A análise cladística investiga a ramificação das linhagens a partir de 
outras, o que pode ser representado, graficamente, pelo cladograma ou árvore 
filogenética. A sequência evolutiva dos grupos taxonômicos sugere que os que 
partem do ponto de ramificação compartilham um ancestral comum.
No que diz respeito à taxonomia dos vegetais, atualmente o sistema de 
classificação mais aceito é o proposto pelo APG (Angiosperm Philogeny Group). 
O primeiro foi elaborado em 1998, o segundo em 2003 e o mais recente (APG 
III) em 2009. Nesse sistema, as angiospermas são classificadas em três grandes 
grupos, e não em dois, como comumente eram separadas. 
São eles: angiospermas basais (as magnoliídeas), monocotiledôneas e 
eudicotiledôneas (Figura 8). A rapidez com que são lançados os resultados dos 
estudos atuais e suas propostas é tão grande que os pesquisadores precisam se 
esforçar para acompanhá-las de perto.
Fungos
Fungoslimosos 
celulares
Algas verdes
Animais
Plantas terrestres
Foraminífenos
Amebas
Eukarya
Algas 
vermelhas
Tripanossomas
Ciliados
Dinoflagelados
Diatomáceas
Euglena
Leishmania
Ancestral 
comum de 
toda a vida
Halófilas
Espiroguetas
Bactéria
Chlamydia
Cianobactérias
(Plastídeo, incluindo 
cloroplastos
Bactérias 
Verdes Sulfirisas
Sulfolobus
Termófilas
Mathanobacterium
Archaea
(Mitocôndria)
Bactérias verdes não sulforosas
TÓPICO 2 | SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
23
FIGURA 8 - CLADOGRAMA 
 AsterAles
 Bixaceae Malvaceae (incl. Bombacaceae, Sterculiaceae, Tiliaceae)
 Cistaceae Cytinaceae Muntingiaceae Sarcolaenaceae
 Dipterocarpaceae Neuradaceae Sphaerosepalaceae Thymelaeaceae
bark fibrous; hairs often stellate 
flw K often valvate 
petals contorted, A often ∞; mucilage 
cyclopropenoid fatty acids, flavones
flw often monosymmetric 
plunger pollination (long style) 
nodes trilacunar 
inulin, sesquiterpenes, secoiridoids
Asteraceae Goodeniaceae Pentaphragmataceae
 Calyceraceae Menyanthaceae Rousseaceae 
 Campanulaceae (incl. Lobeliaceae) Stylidiaceae
endo- 
sperm 
scanty
 DipsAcAles Adoxaceae Diervillaceae Linnaeaceae Caprifoliaceae Dipsacaceae Morinaceae Valerianaceae
AmborellAles
 ApiAles Apiaceae Griseliniaceae Pennantiaceae Araliaceae Myodocarpaceae Pittosporaceae
 AquifoliAles Aquifoliaceae Cardiopteridaceae Stemonuraceae
GArryAles
 GentiAnAles
lAmiAles
solAnAles Convolvulaceae (incl. Cuscutaceae) Solanaceae (incl. Nolanaceae) Hydroleaceae Montiniaceae Sphenocleaceae
Apocynaceae (incl. Asclepiadaceae) Loganiaceae
 Gentianaceae Gelsemiaceae Rubiaceae
 Acanthaceae Lamiaceae Orobanchaceae Plantaginaceae
 Bignoniaceae Lentibulariaceae Paulowniaceae Scrophulariaceae
 Byblidaceae Martyniaceae Pedaliaceae Stilbaceae
 Gesneriaceae Hydrostachyaceae Oleaceae Phrymaceae Verbenaceae
Eucommiaceae Garryaceae (incl. Aucubaceae)
ericAles
cornAles Cornaceae Grubbiaceae Loasaceae Curtisiaceae Hydrangeaceae Nyssaceae
Actinidiaceae Ericaceae Polemoniaceae Sarraceniaceae 
 Balsaminaceae Fouquieriaceae Primulaceae Styracaceae 
 Clethraceae Lecythidaceae Roridulaceae Theaceae
 Ebenaceae Myrsinaceae§ Sapotaceae Theophrastaceae§
 Cistaceae
 Dipterocarpaceae Neuradaceae Dipterocarpaceae NeuradaceaemAlvAles
brAssicAles
cucurbitAles
rosAles
fAbAles
oxAliDAles
mAlpiGhiAles
celAstrAles
myrtAles
GerAniAles
crossosomAtAles
cAryophyllAles
cAnellAles
piperAles
lAurAles
mAGnoliAles
sAbiAles
proteAles
vitAles
sAxifrAGAles
sAntAlAles
GunnerAles
 Bataceae Caricaceae Limnanthaceae Salvadoraceae
 Brassicaceae Cleomaceae Moringaceae Tovariaceae
 Capparaceae Koeberliniaceae Resedaceae Tropaeolaceae
 fAGAles Betulaceae Fagaceae Myricaceae Rhoipteleaceae Casuarinaceae Juglandaceae Nothofagaceae Ticodendraceae
 Anisophyllaceae Coriariaceae Cucurbitaceae Tetramelaceae Begoniaceae Corynocarpaceae Datiscaceae
nymphAeAles
AustrobAileyAles
rAnunculAles
trochoDenDrAles
buxAles
 ZyGophyllAles
 DilleniAles
berberiDopsiDAles
 Brunelliaceae Connaraceae Elaeocarpaceae Oxalidaceae Cephalotaceae Cunoniaceae Huaceae 
 Fabaceae Polygalaceae Quillajaceae Surianaceae
 Barbeyaceae Elaeagnaceae Rosaceae
 Cannabaceae Moraceae Ulmaceae
 Dirachmaceae Rhamnaceae Urticaceae (incl. Cecropiaceae)
 Celastraceae (incl. Hippocrateaceae, Brexiaceae, Parnassiaceae)
 Lepidobotryaceae 
 Achariaceae Euphorbiaceae Rafflesiaceae Ochnaceae Podostemaceae
 Chrysobalanaceae Hypericaceae Passifloraceae Rhizophoraceae
 Clusiaceae Linaceae Phyllanthaceae Salicaceae
 Erythroxylaceae Malpighiaceae Picrodendraceae Violaceae
 Krameriaceae Zygophyllaceae
 Combretaceae Myrtaceae Penaeaceae (incl. Oliniaceae) 
 Lythraceae (incl. Punicaceae, Sonneratiaceae, Trapaceae)
 Melastomataceae (incl. Memecylaceae) Onagraceae Vochysiaceae
 Francoaceae Geraniaceae Ledocarpaceae Melianthaceae
 Crossosomataceae Stachyuraceae Strasburgeriaceae Geissolomataceae Staphyleaceae 
 Vitaceae
mAGnoliiDs
woody; (semi-)parasites; without mycorrhiza; lvs margins entire
 flw A epipetalous; perianth often simple, valvate, persisting
free-central pendulous placentation; fr one-seeded 
polyacetylenes, triterpene sapogenins, silicic acid
 Altingiaceae Daphniphyllaceae Hamamelidaceae
 Cercidiphyllaceae Grossulariaceae Paeoniaceae
 Crassulaceae Haloragaceae Saxifragaceae
 Balanophoraceae Misodendraceae Opiliaceae Schoepfiaceae
 Loranthaceae Olacaceae Santalaceae Viscaceae
 Aizoaceae Caryophyllaceae Molluginaceae Polygonaceae
 Amaranthaceae Didiereaceae Nepenthaceae Portulacaceae
 [incl. Chenopodiaceae] Droseraceae Nyctaginaceae Simmondsiaceae
 Basellaceae Drosophyllaceae Phytolaccaceae Talinaceae
 Cactaceae Frankeniaceae Plumbaginaceae Tamaricaceae
 Dilleniaceae
 Aextoxicaceae Berberidopsidaceae
 Gunneraceae Myrothamnaceae
 Buxaceae Didymelaceae
 Trochodendraceae
 Nelumbonaceae Platanaceae Proteaceae
 Berberidaceae Eupteleaceae Menispermaceae Ranunculaceae Circaeasteraceae Lardizabalaceae Papaveraceae
 Sabiaceae
 Amborellaceae
 Austrobaileyaceae Schisandraceae (incl. Illiciaceae) Trimeniaceae
 Cabombaceae Hydatellaceae Nymphaeaceae
 Canellaceae Winteraceae
 Annonaceae Eupomatiaceae Magnoliaceae
 Degeneriaceae Himantandraceae Myristicaceae
 Calycanthaceae Hernandiaceae Monimiaceae
 Gomortegaceae Lauraceae Siparunaceae
 Aristolochiaceae Piperaceae 
 Hydnoraceae Saururaceae
woody, vessels lacking; dioecious; flw T5–8, A∞, G5–8; 1 ovule/carpel; embryo sac 9-nucleate; 1 species (New Caledonia)
aquatic, herbaceous; cambium absent; aerenchyma; flw T4–12, A3–∞; embryo sac 4-nucleate
seeds operculate, perisperm; mucilage; alkaloids (no benzylisoquinolines)
woody, vessels solitary; flw T>10, A∞, G ca.9; embryo sac 4-nucleate 
tiglic acid, aromatic terpenoids
woody; pollen uniporate 
aromatic terpenoids
± herbaceous; lvs two-ranked, leaf base sheathing 
single adaxial prophyll; swollen nodes
woody; pith septate; lvs two-ranked; ovules with obturator 
endosperm ruminate
woody; lvs opposite; flw with hypanthium, staminodes frequent 
often valvate anthers; carpels with 1 ovule; embryo large
lvs often divided; flw whorled, P single or multiple whorls 
G apocarpous/paracarpous, superior; berberines
mostly woody; flw tepals often 4-merous 
A epitepalous, connectives sometimes with apical appendage
 mostly herbaceous; without mycorrhiza 
G often unilocular with central placentation, 
pollen colpate, surface spiny 
betalains or anthocyanins (latter, e.g., in Caryophyllaceae)
lvs with glandular teeth; often hypanthium, apically unfused carpels, stigma decurrent 
fr mostly dry, dehiscent 
myricetin, flavonols
flw pentacyclic 
parts alternating 
G connate
K + C (free) 
(A polyandrous)
pollen tricolporate
trihydroxyl-flavonoids
lvs with glandular teeth 
flw A obdiplostemonous, nectary on filament 
stems jointed at nodes; etherealoils, ellagic acid
lvs opposite, colleters (glandular hair on adaxial surface of petiole base) 
stipules small (if any); cork deep seated 
flw K valvate, persisting, A incurved in bud, ovary inferior; ovules many 
endosperm scanty; scaly bark; flavonols, myricetin
flw small, G often 3-merous, nectary: intrastaminal disk
 seeds often with aril (red-orange) 
infl cymose
lvs margins toothed
flw G often tricarpellate 
lvs often compound, pulvini (sleep movement) 
flw A5 or multiple, branched style common 
mucilage cells; oxalates
flw often “papilionaceous”: wing, standard, keel, mostly G1 
mostly A10; fr a pod; symbiosis with root nodule bacteria 
diverse alkaloids, NP amino acids, lectins (in Fabaceae)
lvs mostly simple with stipules 
flw K valvate (and hypanthium) persisting 
carpels with 1 ovule, stigma dry; dihydroflavonols
lvs mostly alternate 
flw often unisexual, G mostly inferior 
parietal placentation; cucurbitacins
lvs undivided; flw small, unisexual 
anemophilous, thus T reduced or lacking, G mostly inferior 
infl spikes or catkins; fr 1-seeded, mostly nuts 
ectomycorrhiza; tannins, dihydroflavonols
lvs alternate; flw often 4-merous 
often clawed petals, A often many, 2×K 
hypogynous (often gynophore); infl racemose 
myrosin cells, glucosinolates
mostly woody; lvs mostly undivided, hydathode teeth 
flw often 4-merous, K much smaller than C, persisting, 
intrastaminal disk, G inferior; fr drupaceous 
diverse iridoids
mostly sympetalous 
nectary gynoecial 
ovules unitegmic 
endosperm cellular 
iridoids common
lvs teeth, theoid; nodes unilacunar 
flw 5-merous, pentacyclic 
nonhydrolyzable tannins, ellagic acid, hydroquinones
lvs opposite, colleters 
flw corolla convolute in bud
indole alkaloids; iridoidslate sympetaly
lvs opposite; nodes 1:1; flw mostly monosymmetric 
A often 2(+2); ethereal oils in gland-headed hairs 
6-oxygenated flavones, rosmarinic acid, 
oligosaccharides: cornoside, verbascoside (acetoside)
lvs spiral, simple; nodes unilacunar 
flw petals plicate; K persisting
diverse alkaloids, no iridoids
woody; lvs serrate; 
flw 1-2 ovules/carpel, C± free, K slightly connate 
fr drupe with broad stigma 
woody (except Apiaceae) 
lvs often divided; nodes usu. multilacunar 
infl mostly umbel; drupe or schizocarp 
(Apiaceae: mericarp/carpophore)
lvs opposite, often basally connate 
nodes 3:3; buds with scales 
flw often monosymmetric 
K persistent in fruit; secoiridoids
early
sympetaly 
flw small 
embryo
 short
G
 in
fe
ri
or
woody; flw 4–5-merous, nectary: disk, A epipetalous, G syncarpous 
pollen colporate; endosperm helobial; triterpenoids
woody; vessels lacking; idioblasts in cortex; flw tepals missing, A∞
G>5 laterally connate with abaxial nectaries; fr aggregate of follicles
mostly woody; unisexual, dioecious; lvs evergreen, stomata cyclocytic 
flw tepals ± uniform or missing; pregnan pseudoalkaloids
unisexual, dioecious; lvs toothed, sec. veins palmate
flw tepals small to lacking 
ellagic acid
often tendrillar vines; lvs often divided and with glandular teeth 
A epipetalous, 2 ovules per carpel; raphides, pearl glands 
berries
woody 
K + C, stylodia free 
hypanthium, nectary disk
cork origin deep-seated 
endosperm lacking 
resinous, lignans/neolignans, harman alkaloids
woody; dioecious 
flw small, C valvate, G unilocular; fruit indehiscent 
iridoids (aucubin), gutta
mostly woody; lvs veins proceed to apex & teeth; flw K5–∞, persisting 
mostly A∞, G mostly slightly connate 
seeds often with aril; fr often both ventrally/dorsally dehiscent
pollen tricolpate 
flw K/C/P opp A
filaments rather narrow 
anthers basifixed 
nodes trilacunar 
stomata anomocytic 
ethereal oils absent
features as in 
“Early Angiosperms”
borAGinAles* Boraginaceae Codonaceae Wellstediaceae Hydrophyllaceae Ehretiaceae (+ Lennoaceae) Cordiaceae Heliotropiaceae (Namaceae) 
woody; lvs stomata cyclocytic, 
petiole bundles annular; fr fleshy 
calcium oxalate as crystals
lvs roughly hairy; nodes unilacunar 
infl scorpioid; mostly 4 ovules
isokestose, higher inulins, pyrrolizidine alkaloids
A=C, 
epipetalous 
polyandry 
rare, 
G(2)
 AcorAles
 AlismAtAles
petrosAviAles
 DioscoreAles
pAnDAnAles
liliAles
 ArecAles
poAles
commelinAles
 ZinGiberAles
AspArAGAles
monocots
commeliniDs
 Alstroemeriaceae Corsiaceae Melanthiaceae Philesiaceae
 Colchicaceae Liliaceae Petermanniaceae Smilacaceae
 Bromeliaceae Eriocaulaceae Poaceae Restionaceae Xyridaceae
 Cyperaceae Juncaceae Rapateaceae Typhaceae (incl. Sparganiaceae)
 Arecaceae
 Commelinaceae Haemodoraceae Pontederiaceae
 Cannaceae Heliconiaceae Marantaceae Strelitziaceae
 Costaceae Lowiaceae Musaceae Zingiberaceae
Amaryllidaceae (incl. Agapanthaceae, Alliaceae) Hypoxidaceae Iridaceae
 Asparagaceae (incl. Agavaceae, Hyacinthaceae, Ruscaceae) Lanariaceae Orchidaceae
 Tecophilaeaceae Xanthorrhoeaceae (incl. Asphodelaceae, Hemerocallidaceae)
 Cyclanthaceae Pandanaceae Velloziaceae
 Burmanniaceae Dioscoreaceae Nartheciaceae Taccaceae
 Alismataceae (incl. Limnocharitaceae) Juncaginaceae Ruppiaceae 
 Aponogetonaceae Butomaceae Posidoniaceae Scheuchzeriaceae
 Araceae Hydrocharitaceae Potamogetonaceae Zosteraceae
 Petrosaviaceae
 Acoraceae
atactostele (scattered bundles) 
no secondary thickening 
mostly herbaceous 
pollen monosulcate 
sieve tube plastids with 
protein crystals
sympodial branching 
vascular bundles in stem scattered
lvs parallel-veined, entire 
no glandular teeth 
flw pentacyclic, P 3-merous, A opp. P 
filaments narrow 
anthers broadly attached, 
septal nectary; single cotyledon 
adventitious roots
infl spadix with spathe; lvs axils with mucilaginous intravaginal squamules 
ovules atropous, with epidermal perisperm and copious endosperm; idioblasts with ethereal oils
mostly herbs and aquatics; rhizomatous; hydrophilous; intravaginal squamules 
flw G apocarpous; placentation often laminal; endosperm helobial; embryo large/green
often geophytes; anomalous sec. growth 
capsule or berry 
seed coat obliterated or with phytomelan
often geophytes (bulbs, tubers, rhizomes) 
flw tepals sometimes spotted, nectaries at tepals; many seeds, seeds coat (testa) cellular 
phytomelan lacking; fructans in stems, chelidonic acid, steroid saponins
often twining vines; lvs often reticulate 
ovary often inferior, style short, branched; steroid sapogenins/alkaloids
some woody (with terminally tufted leaves) 
flw spadix 
monopodial, woody; lvs pinnately pseudocompound, reduplicate-plicate 
intense primary growth, large apical meristem 
infl with spathe; alkaloids
mostly herbaceous; epidermis siliceous; mostly mycorrhiza absent 
lvs grassy; flw often anemophilous, minute, chaffy, without nectaries
flw often irregular; few fertile stamens 
infl thyrsus of scorpioid cymes 
phenylphenalenones
rhizomatous, large-leafed herbs; pseudostem: central infl 
flw irregular/monosymmetric, septal nectaries 
G inferior, A often strongly modified/reduced 
seeds arillate; silicic acid
stem with ring of bundles 
fr a follicle; East Asia
UV-fluorescing cell walls 
(ferulic/coumaric acids) 
silicic acid in leaves 
cuticular waxes often in rodlets 
aggregated into scallops 
cerAtophyllAles Ceratophyllaceaeaquatic, herbaceous; lvs whorled, no pellucid dots; vessels lacking; monoeciousflw T9–10, A∞, G1, 1 apical ovule/carpel, pollen inaperturate, pollen tube branched; hydrophilous
woody; vessels absent 
eustele; nodes
sieve tube plastids 
with starch grains 
lvs simple, persistent, entire 
flw parts free, strobilar, 
perfect, P parts varying, 
often in threes, 
weakly differentiated, 
stamen with broad filaments 
pollen monosulcate 
G apocarpous (style short in most)
nectaries absent 
embryo very smallaromatic terpenoids
infl 
cymose 
ellagic acid 
lacking
el
la
gi
c 
ac
id
 ta
nn
in
s
stipules;
nodes 
3:3
axial 
nectary 
common
nodes trilacunar
se
sq
ui
te
rp
en
es
be
nz
yl
is
oq
ui
no
lin
e 
al
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(p
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do
ts
)
be
nz
yl
is
oq
ui
no
lin
es
 a
bs
en
t
N fix
embryo large, 
endosperm scanty
endosperm 
nuclear 
helobial,
nectaries 
when present
septal
Ca oxalate
raphides
fr
 u
su
al
ly
 
1–
fe
w
-s
ee
de
d
 Chloranthaceae
lvs opposite, interpetiolar stipules; nodes swollen 
flw small T0–3, A1–5, G1, 1 apical ovule/carpel
sApinDAles Anacardiaceae Meliaceae Rutaceae Simaroubaceae Burseraceae Nitrariaceae Sapindaceae 
mostly woody (silica/silicified)
lvs alternate, odd-pinnately compound
flw often imperfect, intrastaminal disk; ethereal oils
huerteAles Dipentodontaceae Gerrardinaceae Petenaeaceae Tapisciaceae
vessel elements: scalariform perforations; mucilage cells 
lvs margins toothed, stipules cauline 
flw small, A = and opposite K, ovules 1-2/carpel 
A
n
i
t
A
G
r
A
D
e
pArAcryphiAles Paracryphiaceae
bruniAles Bruniaceae Columelliaceae (incl. Desfontainia)
escAlloniAles Escalloniaceaemostly woody; infl racemose, C free anthers basifixed, nectary disc
woody, evergreen; nodes 1:1 
flw polysymmetric, anthers basifixed
woody; infl racemose, flw 4-merous, 
filaments stout, capsule septicidal
picrAmniAles Picramniaceae
trees; lvs spiral; extrafloral nectaries 
staminate flw: A = and opposite C
bark bitter, anthraquinones
embryo 
large
f
A
b
i
D
s
m
A
l
v
i
D
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r
o
s
i
D
s
mostly sympetalous 
A
s
t
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l
A
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ii
D
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c
A
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p
A
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A
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G
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D
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c
o
t
s
e
u
D
i
c
o
t
s
c
o
r
e
 Angiosperm Phylogeny 
 Flowering Plant Systematics
________________________________________________________________________________________
- hypothetical tree based on molecular phylogenetic data (June 2015); branch lengths deliberate, not expressing actual time scale 
- position of many characters on tree unclear
- if a character is marked as being a potential synapomorphy at a node/for a clade;
 this does not mean that all members of that clade possess that character
- classification chiefly following APweb and APG III
- this poster depicts only the largest and most important of the currently accepted approx. 450 families (according to APweb 2015); 
 for family characteristics see: Kubitzki K, ed. (1990 ff) 
- References: Stevens PF (2015) APweb – www.mobot.org/MOBOT/research/APweb 
 APG III (2009); Judd W et al. (2007); Simpson M (2010); Soltis DE et al. (2005/2011/2014); Watson/Dallwitz (2015) delta-intkey.com/
* families in Boraginales presented here according to The Boraginales Working Group 2015 
§ Myrsinaceae and Theophrastaceae again included in Primulaceae by APG III
Thanks to Christoph Dobeš, Ray F. Evert, Marc Gottschling, Richard G. Olmstead, Peter H. Raven, Douglas E. Soltis, Peter F. Stevens, Maximilian Weigend, Michael Wink
Prof. Dr. Hartmut H. Hilger
Dahlem Centre of Plant Sciences (DCPS)
Institute of Biology – Plant Morphology and Systematics
Freie Universität Berlin
Altensteinstr. 6, D-14195 Berlin, Germany
Theodor C. H. Cole, Dipl. Biol. 
Institute of Pharmacy and Molecular Biotechnology
Heidelberg University
Im Neuenheimer Feld 364
D-69120 Heidelberg, Germany
Angiosperm
Phylogeny
Poster
Tracheophte
Phylogeny
Poster
Bryophte
Phylogeny
Poster
 
pAlmferns
 GinkGo
epheDrA
WelWitschiA
 Gnetum
 conifers
 ferns
 (incl. horsetAils)
seeD
plAnts
lycophytes
AnitA GrADe
AsteriDs
mAGnoliiDs
monocots
Gymnosperms
AnGiosperms
fAbiDs
mAlviDs
lAmiiDs
cAmpAnuliDs
hornWorts
mosses
liverWorts
rosiDs
chlorAnthAles
FONTE: Disponível em: <http://www2.biologie.fu-berlin.de/sysbot/poster/poster1.pdf.> Acesso 
em: 14 jul. 2012.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
24
Quem foi Carolus Linnaeus?
Carolus Linnaeus (1707-1778) foi um botânico, zoólogo e médico sueco, 
sendo considerado o pai da taxonomia moderna por criar a classificação científica 
e a nomenclatura binomial. Lineu é conhecido na Suécia pelo nome Carl von 
Linné, em inglês por Carl Linnaeus e em português Carlos Lineu. O seu nome 
totalmente latinizado, Carolus Linnaeus, foi-lhe atribuído após nobilitação em 
1757. Na literatura científica, é utilizada a abreviatura “L.” para identificá-lo. 
A sua principal obra, a Systema Naturae, teve 12 edições durante a sua 
vida, com a primeira edição em 1735. Nesta obra, a natureza é dividida em 
três reinos: mineral, vegetal e animal. Para sistematizar a natureza, em cada 
um dos reinos Lineu usou um sistema hierárquico de cinco categorias: classe, 
ordem, gênero, espécie e variedade.
Outra grande obra de Lineu, Species Plantarum, é considerada o ponto 
de partida do sistema de classificação binomial, e tornou-se um trabalho de 
suma importância na sistemática de plantas vasculares.
FONTE: Disponível em: <www.wikipedia.org>. Acesso em: 11 ago. 2010.
AUTOATIVIDADE
FIGURA 9 – RETRATO DE CAROLUS LINNEAUS, FUNDADOR DA 
CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA 
FONTE: Disponível em: <http://twixar.me/sc1m>. Acesso em: 11 
ago. 2010.
Agora é sua vez acadêmico(a)!
Que tal você fazer uma pesquisa e conhecer mais 
sobre a vida desse grande pesquisador do século XVIII, cujas 
contribuições são importantes até hoje? Pesquise em livros ou faça uma 
busca na internet e veja o que você descobre sobre esse incrível naturalista!
TÓPICO 2 | SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO
25
LEITURA COMPLEMENTAR
SISTEMÁTICA MOLECULAR X PROCESSOS DE ESPECIAÇÃO
Loreta Brandão de Freitas 
A especiação é o processo que leva ao aumento da diversidade de 
organismos. Entender os padrões gerais e o processo de especiação é fundamental 
para explicar a diversidade da vida. As questões principais neste tema incluem: 
quais são as causas gerais da especiação? Como as taxas de especiação variam 
ao longo do tempo, entre os diferentes grupos taxonômicos e nas diversas 
áreas geográficas? Tais questões são bastante difíceis de responder, porque a 
observação direta é muitas vezes impossível e os registros fósseis nem sempre 
estão disponíveis. 
A expansão dos estudos em filogenia molecular nos últimos anos tem 
permitido uma nova abordagem para este problema. As árvores filogenéticas, 
particularmente aquelas que incluem todas as espécies de um grupo taxonômico 
maior, fornecem um registro indireto dos processos de especiação. Aliadas às 
informações sobre características geográficas e ecológicas, permitem reconstituir 
os caminhos evolutivos dentro do grupo e as causas da especiação. Além disso, 
árvores baseadas em sequências de DNA contêm informações sobre o tempo 
dos eventos de especiação. Os estudos filogenéticos da especiação focalizam as 
relações evolutivas das espécies dentro de grupos taxonômicos maiores, como 
gêneros. Os nós internos das árvores refletem a especiação, permitindo inferir 
quem evoluiu de quem e quando. 
A reconstrução filogenética a partir de resultados moleculares tem se 
mostrado uma ferramenta bastante útil no entendimento do processo de especiação, 
mas dois pontos fundamentais devem ser considerados com especial cuidado: 
o tamanho amostral e a condição de espécie. O tamanho da amostra refere-se à 
possibilidade de inserir erros na filogenia devido a não inclusão de espécies raras, 
enquanto que a condição de espécie está relacionada com as divergências entre os 
diferentes taxonomistas. Diversas metodologias de análise e a inclusão de grande 
número de caracteres têm tentado contornar tais dificuldades. 
A descrição da história das espécies determinada por análises genealógicas 
associadas a estudos filogeográficos tem contribuído para aumentar a precisão no 
estabelecimento dos mecanismos de especiação.
FONTE: FREITAS, L.B. Sistemáticamolecular x processos de especiação. In: 55º CONGRESSO 
NACIONAL DE BOTÂNICA, Anais... Viçosa, 2004. Mesa redonda Sistemática Molecular de 
plantas – aplicações e perspectivas no Brasil.
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
● Sistemática é o estudo científico da diversidade dos organismos e de todas as 
relações entre eles. 
● Taxonomia é a ciência que elabora as leis da classificação. 
● Existem vários sistemas de classificação: artificial, natural e filogenética.
● O objetivo inicial da classificação era reunir as plantas em táxons. Somente 
anos depois passou-se a respeitar as relações evolutivas.
● A classificação artificial considerava as semelhanças estruturais e anatômicas 
entre as espécies.
● O sistema natural, além das semelhanças estruturais e anatômicas, avaliava os 
aspectos evolutivos, reprodutivos, fisiológicos e celulares da espécie.
● Atualmente, a classificação dos seres vivos é feita pela análise filogenética 
baseada nas relações de parentesco dos organismos a partir dos registros de 
fósseis que, ao mesmo tempo, os compara quanto às características genéticas e 
às semelhanças funcionais.
27
AUTOATIVIDADE
QUADRO 3 – CARACTERES
Caracteres
Táxon
Xilema e 
floema
Lenho Sementes Flores
Musgos
Samambaias
Pinheiros
Carvalhos
FONTE: A autora
1 Procure na literatura ou faça uma busca na internet e defina, 
sucintamente, os seguintes termos:
a) Taxonomia:
b) Sistemática:
c) Identificação:
d) Classificação:
e) Homologia:
f) Análogo:
2 Existe alguma diferença entre identificar e classificar?
3 Observe o cladograma a seguir. Ele mostra as relações 
filogenéticas entre musgos, samambaias, pinheiros e 
carvalhos, indicando as características compartilhadas que 
apoiam os padrões de relações. A partir dele, preencha o 
quadro a seguir, colocando + para o estado de caráter Presente (condição 
derivada) e – para o estado de caráter Ausente (condição ancestral).
28
29
TÓPICO 3
NOMENCLATURA BOTÂNICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Apesar de sua cooperação para a taxonomia e sistemática, Lineu é mais 
bem conhecido pela introdução do método binomial (RAVEN et al., 2001) técnica 
ainda utilizada, embora com algumas modificações, para formular o nome 
científico das espécies. Os nomes científicos são empregados vastamente nas áreas 
biológicas, especialmente no campo da Sistemática. Antes de Lineu, estavam em 
uso nomes extensos, compostos por um nome genérico e por uma frase descritiva 
da própria espécie (a differentia specifica) muito dificultosa. Esses nomes não eram 
imóveis e estáveis, já que cada autor parafraseava o descritivo, acentuando os 
caracteres que considerava mais relevantes. 
O objetivo do nome científico é sua utilização como veículo de comunicação 
universal, ou seja, o nome deve permitir, por exemplo, que se pense imediata e 
inequivocamente nos conceitos esperados, caracteres morfológicos ou mesmo no 
posicionamento hierárquico, através da compreensão do sufixo que acompanha 
o nome da família ou das categorias superiores.
Amigo(a) acadêmico(a), você já parou para pensar sobre uma possível 
interpretação equivocada que pode nos trazer o uso de nomes populares para a identificação 
dos vegetais? Muitas plantas recebem denominações regionais variadas, o que pode acarretar 
em erros de identificação. As confusões se devem ao fato de uma mesma planta possuir 
vários nomes, como, por exemplo, Manihot, conhecida no sul por aipim ou mandioca e 
mais ao norte por macaxeira ou, ainda, um nome popular pode ser utilizado para representar 
plantas distintas, como acontece com Cymbopogon citratus e Melissa officinalis, ambas 
denominadas de erva-cidreira.
ATENCAO
Há organizações internacionais que determinam as regras de 
nomenclatura por meio de códigos distintos para os diversos campos da 
Biologia Sistemática. Dessa maneira, para a Botânica (aqui incluindo ainda as 
algas procarióticas e fungos) existe o Código Internacional de Nomenclatura 
Botânica (CINB, 2010).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
30
2 O CÓDIGO INTERNACIONAL DE NOMENCLATURA 
BOTÂNICA (CINB) 
O estudo da legislação nomenclatural e as propostas de modificações 
no Código Internacional de Nomenclatura Botânica são discutidos e aprovados 
durante congressos internacionais de Botânica. Essa revisão e atualização ocorrem 
periodicamente, em intervalos regulares. 
Existem, portanto, várias edições do Código de Botânica desde o 
estabelecimento das Regras de Nomenclatura. Cada nova edição do 
Código anula as precedentes [...]. O Código é, portanto, dinâmico 
e não constitui um conjunto estável e fixo de leis. O Código visa, 
fundamentalmente, estabelecer um método estável de denominação 
dos grupos taxonômicos, evitando e rejeitando nomes errôneos 
ou supérfluos e, ainda, nomes que possam causar confusão. 
(GUIMARÃES, 2010, p. 2)
Mas será que apenas as plantas se beneficiam do Código Internacional 
de Nomenclatura Botânica? Pense nisso! A partir de primeiro de janeiro de 2012 
esse importante documento passou a ser denominado de Código Internacional 
de Nomenclatura para Algas, Fungos e Plantas.
DICAS
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar seu conhecimento sobre a Nomenclatura 
Botânica, sugerimos a leitura do Código Internacional de Nomenclatura para Algas, Fungos e 
Plantas na íntegra, em sua última versão traduzida para língua portuguesa.
Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/332876477_Codigo_Internacional_
de_Nomenclatura_para_algas_fungos_e_plantas_Codigo_de_Shenzhen_-_Traducao_2018. 
Acesso em: 11 ago. 2021.
De acordo com o Código, toda a Nomenclatura Botânica está baseada 
em seis princípios. Os princípios constituem o embasamento da nomenclatura 
e, portanto, se um nome fere qualquer dos princípios deve ser rejeitado. 
Vejamos esses seis princípios que o código traz:
1 - A Nomenclatura Botânica é independente da Zoológica e Bacteriológica. 
2 - A aplicação de nomes de grupos taxonômicos é determinada por meio de 
tipos nomenclaturais. Para evitar ambiguidade e permitir resolver eventuais 
conflitos de identificação, cada nome botânico é ligado a um espécime 
tipo, quase sempre uma planta herborizada e arquivada num herbário de 
referência. 
TÓPICO 3 | NOMENCLATURA BOTÂNICA
31
3 - A nomenclatura de um grupo taxonômico está baseada na prioridade de 
publicação, ou seja, quando dois ou mais nomes se referem ao mesmo 
táxon deve, como regra, ser considerado legítimo o mais antigo, desde que 
este esteja de acordo com as regras. Os demais nomes são considerados 
sinônimos ou sinonímias.
4 - Cada grupo taxonômico tem apenas um nome correto, qual seja o nome 
mais antigo que esteja conforme as regras, exceto em casos específicos, 
assegurando que cada grupo taxonômico (“táxon”, plural “taxa”) de plantas, 
algas, cianobactérias e fungos tenham um único nome, garantindo certa 
estabilidade e universalidade.
5 - Os nomes científicos de grupos taxonômicos são tratados em latim, 
independentemente de sua origem. Ele é aceito em todas as línguas, o que 
facilita a comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades e idiomas.
6 - As Regras de Nomenclatura são retroativas, a menos que expressamente 
limitadas. 
FONTE: Adaptado de: Guimarães (2010, p. 2)
Logo em seguida, o Código apresenta em detalhes esses princípios, o que 
corresponde aos artigos. Na última edição são apresentados 62 artigos:
Os nomes que infringem algum artigo devem ser rejeitados por serem 
ilegítimos. Alguns artigos são complementados por recomendações, 
que tratam de pontos complementares [...]. As recomendações 
indicam o melhor procedimento a seguir [...]. O Código inclui também 
exemplos, inseridos nas partes correspondentes, que visam à ilustração 
dos artigos e as recomendações. (GUIMARÃES, 2010, p. 2).
3 TIPOS NOMENCLATURAIS 
Toda espécie deve possuir um espécime tipo ou holótipo depositado em 
um herbário. O holótipo é o exemplar de referência e a ele está “amarrado” o 
nome da espécie. É o exemplar que o autor escolhe para fazer a descrição original.

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