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Atlas Geográfico de Santa Catarina - Fascículo 3 - 2ª Edição - Estado e Território - e-book - 2016-2

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Chapecó
São José
Ilhota
Joinville
São
Bento do
Sul
Lages
Tubarão
Criciúma
Caçador
Balneário
Rincão
Florianópolis
Abdon Batista
Abelardo
Luz
Agrolândia
Agronômica
Água Doce
Águas
Frias
Águas
Mornas
Alfredo
Wagner
Alto Bela
Vista
Anchieta
Angelina
Anita
Garibaldi
Anitápolis
Antônio
Carlos
Apiúna
Arabutã
Araquari
Araranguá
Armazém
Arroio
Trinta
Ascurra
Atalanta
Balneário
Arroio do
Silva
Balneário
Barra
do Sul
Balneário
Gaivota
Bandeirante
Barra
Velha
Bela
Vista
do Toldo
Belmonte
Benedito
Novo
Biguaçu
Blumenau
Bocaina
do Sul
Bom
Jardim
da Serra
Bom
Jesus
Bom Jesus
do Oeste
Bom Retiro
Botuverá
Braço do
Norte
Braço do
Trombudo
Brunópolis
Brusque
Caibi
Calmon
Capão Alto
Campo
Alegre
Campo
Belo
do Sul
Campo
Erê
Campos Novos
Canoinhas
Capinzal
Capivari
de Baixo
Catanduvas
Caxambu
do Sul
Celso Ramos
Cerro
Negro
Chapadão
do Lageado
Cocal
do Sul
Concórdia
Cordilheira
Alta
Coronel
Freitas
Correia Pinto
Cunha
Porã
Cunhataí
Curitibanos
Descanso
Dionísio
Cerqueira
Dona Emma
Doutor
Pedrinho
Entre
Rios
Ermo
Erval Velho
Faxinal
dos Guedes
Formosa
do Sul
Forquilhinha
Fraiburgo
Frei Rogério
Galvão
Garopaba
Garuva
Gaspar
Governador
Celso
Ramos
Grão
Pará
Gravatal
Guabiruba
Guaraciaba
Guaramirim
Guarujá
do Sul
Guatambú
Herval
d'Oeste
Ibiam
Ibicaré
Ibirama
Içara
Imaruí
Imbituba
Imbuia
Indaial
Iomerê
Ipira
Iporã do
Oeste
Ipuaçu
Ipumirim
Iraceminha
Irani
Irati
Irineópolis
Itá
Itaiópolis
Itajaí
Itapiranga
Itapoá
Ituporanga
Jaborá
Jacinto
Machado
Jaguaruna
Joaçaba
José Boiteux
Jupiá
Lacerdópolis
Laguna
Lajeado
Grande
Lauro
Muller
Lebon Régis
Leoberto
Leal
Lindóia
do Sul
Luiz Alves
Luzerna
Macieira
Mafra
Major
Gercino
Major Vieira
Maracajá
Maravilha
Marema
Massaranduba
Matos Costa
Meleiro
Mirim Doce
Modelo
Mondaí
Monte
Carlo
Monte Castelo
Morro da
FumaçaMorro
Grande
Navegantes
Nova
Erechim
Nova
Itaberaba
Nova
Trento
Nova
Veneza
Novo
Horizonte
São Lourenço
do Oeste
Orleans
Otacílio
Costa
Ouro
Ouro
Verde
Paial
Painel
Palhoça
Palma
Sola
Palmeira
Palmitos
Papanduva
Paraíso
Passo de
Torres
Passos
Maia
Paulo
Lopes
Pedras
Grandes
Penha
Peritiba
Pescaria
Brava
Petrolândia
Balneário
Piçarras
Pinhalzinho
Pinheiro
Preto
Piratuba
Planalto
Alegre
Pomerode
Ponte Alta
Ponte Alta
do Norte
Ponte
Serrada
Porto União
Pouso
Redondo
Praia
Grande
Presidente
Getúlio
Presidente
Nereu
Princesa
Quilombo
Rancho
Queimado
Rio das
Antas
Rio do Campo
Rio do Oeste
Rio dos
Cedros
Rio do Sul
Rio
Fortuna
Rio Negrinho
Rio Rufino
Riqueza
Rodeio
Romelândia
Salete
Saltinho
Salto
Veloso
Sangão
Santa Cecília
Santa
Helena
Santa Rosa
de Lima
Santa
Rosa do
Sul
Santa
Terezinha
Santa
Terezinha
do Progresso
Santiago do
Sul
Santo Amaro
da Imperatriz
São
Bernardino
São
Bonifácio
São
Carlos
São
Cristovão do
Sul
São
Domingos
São
Francisco do
Sul
São João
do Oeste
São
João do
Itaperiú
São João
do Sul
São Joaquim
São José
do Cedro
São
José do
Cerrito
São
Ludgero
São
Martinho
São
Miguel da
Boa Vista
São Pedro
de Alcântara
Saudades
Schroeder
Seara
Serra
Alta
Siderópolis
Sombrio
Sul
Brasil
Taió
Tangará
Timbé do Sul
Timbó
Timbó Grande
Três Barras
Treviso
Treze
de Maio
Treze
Tílias
Trombudo
Central
Tunápolis
Turvo
Urubici
Urupema
Urussanga
Vargeão
Vargem
Vargem
Bonita
Vidal
Ramos
Videira
Vitor
Meireles
Witmarsum
Xanxerê
Xavantina
Xaxim
Zortéa
Presidente
Castello
Branco
União
do Oeste
Tigrinhos
São Miguel
do Oeste
Jardinópolis
Flor do
Sertão
Coronel
Martins
Águas de
Chapecó Arvoredo
Aurora
Barra
Bonita
Corupá
Jaraguá
do Sul
Laurentino Lontras
Camboriú
Bombinhas
Balneário
Camboriú
Canelinha
São João
Batista
Tijucas
Porto
Belo
Itapema
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0 9 18 27 364,5
km
Escala Gráfica
PROJEÇÃO UTM - FUSO 22°
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236.000 
110.000 
50.000 
1.260
590.466
Total de Habitantes
Fonte: IBGE - Estimativas de População 2019
SANTA CATARINA
ESTIMATIVA DA POPULAÇÃO 2019
ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
POPULAÇÃO | Fascículo 3
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GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável
Diretoria de Desenvolvimento Urbano
ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
POPULAÇÃO | Fascículo 3
ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
POPULAÇÃO | Fascículo 3
Isa de Oliveira Rocha (Organizadora)
GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável
Diretoria de Desenvolvimento Urbano
2ª Edição
Florianópolis, 2019
EDITORA
ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
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GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CARLOS MOISÉS DA SILVA
SECRETÁRIO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO SUSTENTÁVEL 
LUCAS ESMERALDINO
SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO SUSTENTÁVEL 
AMANDIO JOÃO DA SILVA JÚNIOR
DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO URBANO
Norton Flores Boppré
GERENTE DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Jorge Hector Rebollo Squera
COORDENADOR DE INFORMAÇÕES E 
GEORREFERENCIAMENTO
Thobias Leôncio Rotta Furlanetti
Apresentação
Equipe Técnica
Isa de Oliveira Rocha (Org. UDESC)
Marco Aurélio Leite
Pedro Agripino Sagaz
Sergio Machado Mibielli
Thobias Leôncio Rotta Furlanetti
Estagiários de Geografia
Guilherme Regis
Gislene Daiana Martins (2018)
Estagiário de Estatística
Renato Ramos Razera (2018)
Apoio
Jurema Lorenzini
Sérgio Maurílio dos Santos
Cristina Mara Couldrey
Projeto gráfico
Heloisa de Oliveira Ganzo Vieira
Editoração
Cheila Pinnow Zorzan 
Tiragem: 5.000 exemplares
Capa em papel Triplex 250g 
e miolo em papel Couche 170g
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
REITOR
PROF. DR. MARCUS TOMASI
VICE-REITOR
PROF. ME. LEANDRO ZVIRTES
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO
Diretora Geral – Profa. Dra. Julice Dias
 
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
Chefe – Prof. Dr. Jairo Valdati
Subchefe – Prof. Dr. André Souza Martinello
 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PLANEJAMENTO 
TERRITORIAL E DESENVOLVIMENTO SOCIOAMBIENTAL 
Coordenadora – Profa. Dra. Gláucia de Oliveira Assis
Subcoordenador – Prof. Dr. Douglas Ladik Antunes
Termo de convênio de cooperação técnico-científica celebrado entre a 
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC e a Secretaria de Estado do 
Planejamento de Santa Catarina – SPG/SC (Diário Oficial do Estado nº 20.564, de 
30 de junho de 2017).
Agradecimentos
Ao Professor Dr. Armen Mamigonian pela contínua colaboração. A Santa Catarina 
Turismo – SANTUR pela disponibilização de fotografias. A Editora UDESC 
e aos Laboratórios de Planejamento Urbano e Regional – LABPLAN e de 
Geoprocessamento – GEOLAB da UDESC pelos diversos apoios.
In memoriam 
Professora Dra. Raquel Maria Fontes do Amaral Pereira (1946-2018), geógrafa e 
intelectual brilhante, mulher ativa e lutadora. O primeiro capítulo deste Fascículo 
3 foi seu último trabalho.
Carlos Moisés da Silva
Governador do Estado de Santa Catarina
Com muita satisfação apresentamos a publicação da segunda edição do Fascículo 3 – População do Atlas 
Geográfico de Santa Catarina. Obra que trata 
da diversidade do povo catarinense, desde 
suas origens, é resultado da parceria entre 
aSecretaria de Estado do Desenvolvimento 
Econômico Sustentável e a UDESC, contando 
com a contribuição voluntária de pesquisa-
dores e especialistas que desenvolveram 
aprofundados estudos sobre o tema. 
Destaca-se que a obra expõe a riqueza da 
nossa população em muitos mapas, fotogra-
fias, dados históricos, análises e projeções 
populacionais para 2050. O Atlas também 
disponibiliza informações municipais, regio-
nais e estaduais de fácil visualização e inter-
pretação, subsídio de extrema importância 
para as tomadas de decisões do setor produ-
tivo e governamental, além de oferecer 
conteúdo muito completo para a educação 
escolar, acadêmica e demais interessados.
Além da pujança econômica, o nosso Estado 
de Santa Catarina é referência nacional na 
valorização da cultura e das tradições de 
sua receptiva e laboriosa gente. Tudo isso 
é reflexo do processo de formação do povo 
catarinense, que é um amálgama de força, 
empreendedorismo e perseverança das 
várias etnias que aqui se perpetuaram ao 
longo do tempo e hoje compõem o tesouro 
mais valioso que temos.
ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
POPULAÇÃO | Fascículo 3
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Alice de Amorim Borges Vazquez – CRB 14/865
Biblioteca Central da UDESC
 
S231a Santa Catarina. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável. 
 Diretoria de Desenvolvimento Urbano. 
 Atlas geográfico de Santa Catarina : população – fascículo 3. 2. ed. / Santa 
Catarina. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável. Diretoria 
de Desenvolvimento Urbano ; Isa de Oliveira Rocha (Org.) – Florianópolis: Ed. da 
UDESC. 
 176 p. : il. 
 
 Inclui referências. 
 ISBN Impresso: 978-85-8302-174-2 
 ISBN E-book: 978-85-8302-175-9 
 
 1. Santa Catarina - atlas geográfico. 2. Santa Catarina - mapas. I. Rocha, Isa de 
Oliveira. II. Título. 
CDD: 912.8164 – 20. ed. 
 
ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
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Prefácio
Lucas Esmeraldino 
 Secretário de Estado do Desenvolvimento 
Econômico Sustentável
Basta olhar no cotidiano, no detalhe e ao redor. Prédios, praças e lugares são marcos geográficos, mas, sobretudo, 
afetivos da nossa Santa ‘e Bela’ Catarina.
A gente se vê em cada contexto, situação e 
movimento. Diversas matizes, multiplicidades, 
contrastes, raízes e rumos e, de repente, reco-
nhecemo-nos: somos um; nativos ou não, com 
alma e jeito catarinense!
Neste sentido, ao apresentarmos o Fascí-
culo 3, intitulado População, do novo Atlas 
Geográfico de Santa Catarina (as edições 
anteriores discorreram sobre o Estado e 
Território, bem como Diversidade da Natu-
reza, respectivamente) temos a oportu-
nidade de reconhecer e celebrar nossas 
origens, migrações, narrativas e consti-
tuição plural – do indígena, do caboclo, do 
europeu, do açoriano e do africano.
Este documento traz portanto não apenas 
documentos, registros e mapas mas, espe-
cialmente, representa um pouco da nossa 
miscigenação e memória multiétnica, eviden-
ciando a nossa indivisível constituição.
Mais do que construções, somos catari-
nenses dotados de significados, símbolos 
e ideias e a Udesc – parceira da SDE, neste 
movimento – soube expressar com compe-
tência e sensibilidade, as nuances da compo-
sição do nosso tecido social.
Santa Catarina é isto: sinônimo de vidas, 
relações e regionalismos, símbolo que 
consegue exprimir na racionalidade geomé-
trica ou geográfica, um emaranhado de exis-
tências humanas, contemplando percursos 
do passado, caminhos do presente sem 
deixar de desenhar o nosso futuro.
O Atlas, que passa a ser disponibilizado 
na versão impressa e online para escolas, 
bibliotecas e demais interessados, ressalta 
que somos todos parte desta urbe, somos 
catarinenses em permanente sinergia, 
formação e reinvenção.
ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
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8 ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
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Sumário
Introdução ........................................................................................................................................................................... 11
Localização .......................................................................................................................................................................... 13
Capítulo 1 | Gênese da Formação Econômica e Social .......................................................................... 16
Gênese da formação econômica e social ................................................................................................................................ 19
Santa Catarina e a singularidade da formação meridional brasileira ....................................................................................... 20
A particularidade do relevo de Santa Catarina frente aos estados vizinhos ............................................................................. 21
Conquista e colonização de Santa Catarina ............................................................................................................................ 22
Considerações finais .............................................................................................................................................................. 31
Referências ............................................................................................................................................................................. 32
Capítulo 2 | Povos Indígenas ................................................................................................................... 34
Povos Indígenas ..................................................................................................................................................................... 39
Antes de Santa Catarina ......................................................................................................................................................... 39
Narrativas indígenas sobre o território ................................................................................................................................... 41
Dos territórios tradicionais às terras tradicionalmente ocupadas .......................................................................................... 43
A tutela perversa .................................................................................................................................................................... 45
Movimento indígena e direitos contemporâneos ................................................................................................................... 47
Referências ............................................................................................................................................................................ 49
Capítulo 3 | Povoamento Vicentista e Açoriano-madeirense ................................................................. 50
Povoamento vicentista e açoriano-madeirense ....................................................................................................................... 55
Presença vicentista: primeira tentativa efetiva de ocupação do território .............................................................................. 56
Inserção da área litorânea catarinense ao mercantilismo luso ................................................................................................ 57
Povoamento açoriano-madeirense enquanto parte do processo ............................................................................................ 58
Forte economia inicial seguida de gradual decadência econômica ......................................................................................... 58
Do “Amarelo Indolente” ao Açoriano Descendente: uma identidade para o litoral ................................................................61
Etnização, espetacularização e mercantilização da açorianidade ............................................................................................ 64
A temática cultural açoriana e sua inserção na Educação Escolar Catarinense ....................................................................... 65
Considerações finais .............................................................................................................................................................. 67
Referências ............................................................................................................................................................................ 68
Capítulo 4 | População de Origem Africana ........................................................................................... 70
População de origem africana ............................................................................................................................................... 79
Referências ............................................................................................................................................................................. 88
Capítulo 5 | A Presença da População Cabocla ...................................................................................... 90
A presença da população cabocla .......................................................................................................................................... 95
População cabocla .................................................................................................................................................................. 95
A Guerra do Contestado......................................................................................................................................................... 95
Os remanescentes de Taquaruçu ........................................................................................................................................... 95
Comunidade Cafuza ............................................................................................................................................................... 97
Considerações finais ............................................................................................................................................................ 100
Referências ........................................................................................................................................................................... 101
Prefácio
Marcus Tomasi 
Reitor da Udesc 2016-2020
O distanciamento de uma visão autárquica, ideográfica e funcio-nalista da realidade catarinense 
requer a adoção da Geografia enquanto 
uma interrogação permanente do mundo 
(Pierre Monbeig), capaz de descrever e 
explicar a gênese, a evolução e a estru-
tura das formações sociais presentes em 
Santa Catarina. Aqui a compreensão das 
leis específicas da população é um dos 
elementos-chave para compreensão da 
complexidade e diversidade territorial, 
objeto de estudo da Geografia da Popu-
lação, formada pela intersecção entre a 
Geografia, Demografia e as demais áreas 
do conhecimento.
Grandes estudiosos priorizaram a temá-
tica populacional no contexto dos estudos 
geográficos no final do século XIX e início 
do XX, desde Lavasseur (“A População 
Francesa”), Ratzel (“Antropogeografia”), 
La Blache (“Princípios de Geografia 
Humana”) a Brunhes (“Geografia Humana”). 
Contudo, apenas nos anos de 1950, Pierre 
George introduziu o termo Geografia 
da População na literatura corrente e G. 
Trewarta propôs o desenvolvimento de 
uma disciplina individualizada denomi-
nada Geografia da População. Trabalhos 
que, por certo, serviram de inspiração 
na realização de importantes estudos no 
Brasil pela notável geração de geógrafos 
dos anos de 1950, formada por Aziz 
Ab’Saber, laureado com o título de Doutor 
Honoris Causa da Udesc, Carlos Augusto 
de Figueiredo Monteiro, Manoel Correia 
de Andrade, Armen Mamigonian, Milton 
Santos e o florianopolitano Victor Antônio 
Peluso Júnior, o maior nome da Geografia 
de Santa Catarina, autor de relevantes 
trabalhos sobre a população catarinense.
O Terceiro Fascículo (População) do Atlas 
Geográfico de Santa Catarina faz jus ao 
destaque de importante contribuição aos 
estudos sobre a população do Estado de 
Santa Catarina, dando continuidade ao 
valoroso trabalho na área efetivado pelo 
eminente geógrafo da geração dos anos 
de 1950 Carlos Augusto de Figueiredo 
Monteiro, presente no Atlas Geográfico 
de Santa Catarina de 1958, publicação 
pioneira entre os estados brasileiros, cuja 
idealização e concretização deve muito ao 
geógrafo catarinense Carlos Büchele Júnior.
A nova versão do Atlas Geográfico de 
Santa Catarina (Fascículo 3 – População) 
é respeitável fonte de dados e informações 
aos estudos sobre o envolver da história de 
Santa Catarina e reflete o papel e o valor 
das pesquisas realizadas no ensino supe-
rior brasileiro, a exemplo da Udesc e Ufsc.
ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
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11ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
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10
Introdução
Em 2013, após um longo período de intentos, a Secretaria de Estado do Planejamento de Santa Catarina – 
SPG/SC, por meio da Diretoria de Estatística 
e Cartografia, iniciou a publicação de um 
novo Atlas Geográfico de Santa Catarina, na 
forma de fascículos avulsos, para agilizar o 
manuseio e a necessária atualização dos 
dados e informações. O formato do território 
catarinense e a quantidade de municípios 
com pequenas áreas foram determinantes 
na escolha das escalas dos mapas temáticos 
e no tamanho do Atlas, pois além do prático 
manuseio, é preciso ser facilmente legível.
Na organização dos fascículos e dos seus 
capítulos buscou-se aplicar os pressupostos 
dos paradigmas geográficos Geossistema 
(C. A. Figueiredo Monteiro) e Formação 
Sócio-Espacial (M. Santos). Isto é, enseja-
-se abarcar a realidade geográfica do estado 
de Santa Catarina a partir de uma visão de 
totalidade (Natureza e Sociedade e suas 
inter-relações), conforme propõe Armen 
Mamigonian no texto Tendências atuais da 
Geografia (Revista Geosul, n. 28, 1999).
O Fascículo 1 – Estado e Território, lançado 
em setembro de 2013, apresenta a gênese 
e a evolução da divisão político-adminis-
trativa do território de Santa Catarina. Na 
sequencia, em 2014, o Fascículo 2 – Diver-
sidade da Natureza disponibiliza mapas 
e textos sobre os aspectos físico-naturais 
catarinenses. Em 2016 a Secretaria de 
Estado do Planejamento de Santa Cata-
rina disponibilizou no formato e-Book a 
segunda edição atualizada dos Fascículos 
1 e 2 . O Fascículo 3 – População, lançado 
em 2018, tem sua segunda edição em 
2019, apoiada pela Secretaria de Estado do 
Desenvolvimento Econômico Sustentável.
Notas sobre o Fascículo 
3 – População 
A presente segunda edição do Fascículo 3 –
População, com atualizações, expõe mapas e 
textos com dados, informações e análises, do 
passado ao presente, sobre a complexidade da 
formação social do território estadual de Santa 
Catarina. Autores de diferentes instituições 
contribuiram voluntariamente na redação dos 
nove capítulos. 
O processo de conquista e colonização 
do estado de Santa Catarina – gênese da 
formação econômica e social catarinense – 
desde meados do século XVII até as primeiras 
décadas do século XX, é desenvolvido no Capí-
tulo I – Gênese da Formação Econômica e Social 
de Raquel Maria Fontes do Amaral Pereira 
(in memoriam, 1946-2018) e Maria Graciana 
Espellet de Deus Vieira. As autoras decifram a 
realidade geográfica – no espaço e no tempo 
– a partir da interconexão da complexidade 
da natureza e da sociedade, conforme a visão 
interpretativa de Armen Mamigonian (1999). 
O Capítulo II – Povos Indígenas de autoria de 
Luisa Tombini Wittmann e Clovis Antonio 
Brighenti trata sobre as populações indígenas 
que ocupam o atual território catarinense, 
descendentes de antigos grupos,atual-
mente conhecidos como Guarani, Kaingang 
e Xokleng. Estes três povos indígenas que 
compõem o cenário cultural em Santa Cata-
rina vivem predominantemente e respectiva-
mente no litoral, no oeste e no Vale do Itajaí.
O Povoamento Vicentista e Açoriano-Madei-
rense, título do Capítulo III, foi elaborado por 
Nazareno José de Campos, Marcela Krüger 
Corrêa e Leila Procópia do Nascimento. O 
conteúdo apresenta as principais caracterís-
ticas e heranças da corrente de povoamento 
de origem lusa no litoral de Santa Catarina. 
O Capítulo IV – População de Origem Afri-
cana de Beatriz Gallotti Mamigonian e Diego 
Nones Bissigo analisa a população afrodes-
cendente catarinense ao longo do tempo e 
do espaço. A sistematização das pesquisas 
de dados e informações detalhadas permitiu 
a elaboração de mapas inéditos que demons-
tram a contribuição da presença dos afro-
descendentes na história da formação social 
e econômica de Santa Catarina. 
Pedro Martins e Tania Welter expõem no 
Capítulo V – A Presença da População Cabocla 
a trajetória deste grupo, que por muito 
tempo foi invisibilizado no contexto multicul-
tural e multiétnico catarinense. Atualmente, 
a população cabocla conquistou seu reconhe-
cimento, mas em muitos casos ainda vive sob 
condições de margilidade social, com dificul-
dades de acesso a políticas públicas.
O Capítulo VI – A Colonização Europeia 
desenvolvido por João Klug, Manoel Teixeira 
dos Santos e Angela Bernadete Lima apre-
senta o processo de colonização do território 
estadual a partir do período do Primeiro 
Reinado, na primeira metade do século XIX, 
até meados do século XX. O estudo abarca as 
linhas gerais desta ocupação majoritária em 
pequenas propriedades e também descor-
tina detalhes até então desconhecidos.
O Capítulo VII – Migrações Internas e Inter-
nacionais Recentes, de autoria de Gláucia de 
Oliveira Assis, Francisco Canella, Maria das 
Graças Santos Luiz Brightwell (in memoriam, 
1967-2018) e Luís Felipe Aires Magalhães, 
traça um panorama das migrações internas e 
internacionais da segunda metade do século 
XX e início do século XXI a partir de fontes 
diversas, até então dispersas. 
Rosana Baeninger e Pier Francesco De 
Maria são os autores do Capítulo VIII 
– Características Gerais da População 
(1950-2050) e Capítulo IX – Perfil Socio-
demográfico e Econômico da População. 
Os capítulos analisam respectivamente 
as características gerais da população 
catarinense, sua evolução nos últimos 
70 anos e as projeções até 2050, e como 
esta população mudou ao longo do tempo, 
com relação à cor, religião, escolaridade, 
ocupação, pendularidade etc.
Os mapas temáticos dos capítulos, confeccio-
nados em distintos programas de geopro-
cessamento, apresentam diversas escalas e 
bases cartográficas, determinadas conforme 
a necessidade do nível de detalhamento 
ou generalização dos assuntos tratados. A 
contracapa e todos os capítulos foram ilus-
trados com várias fotografias cedidas por 
fotógrafos amadores e profissionais, algumas 
são do acervo de instituições.
Capítulo 6 | Colonização Europeia ....................................................................................................... 102
Colonização europeia .......................................................................................................................................................... 107 
O processo de colonização .................................................................................................................................................. 107
Primeiro Reinado (1822-1831) ............................................................................................................................................. 107
Período Regencial (1831-1840) ............................................................................................................................................ 108
Segundo Reinado (1840-1889) ............................................................................................................................................. 108
Primeira República (1889-1930 ............................................................................................................................................ 115
Outros casos após anos 1930 .............................................................................................................................................. 118
Referências ........................................................................................................................................................................... 122
Capítulo 7 | Migrações Internas e Internacionais Recentes ................................................................. 124
Migrações internas e internacionais recentes ....................................................................................................................... 127
Migrações internas ............................................................................................................................................................... 128
Os imigrantes internacionais dos anos 1960-1970 .............................................................................................................. 131
Os emigrantes catarinenses do final do século XX e início do século XXI ............................................................................. 136
Considerações finais ............................................................................................................................................................ 138
Referências ........................................................................................................................................................................... 140
Capítulo 8 | Características Gerais da População (1950-2050) ............................................................ 142
Características gerais da população (1950-2050) ................................................................................................................. 151
Crescimento e distribuição espacial da população ............................................................................................................... 151
Indicadores demográficos e população por grupos de idade ................................................................................................ 156
Projeções populacionais (2015-2050) .................................................................................................................................. 159
Referências ........................................................................................................................................................................... 161
Capítulo 9 | Perfil Sociodemográfico e Econômico da População (1991-2015) .................................. 162 
Perfil sociodemográfico e econômico da população (1991-2015) ........................................................................................ 165
Características econômicas e ocupacionais .......................................................................................................................... 165
Analfabetismo e escolaridade .............................................................................................................................................. 168
Perfil da nupcialidade e da família catarinense ..................................................................................................................... 169
Evolução e distribuição da população por religião ................................................................................................................ 172
Desenvolvimento humano e vulnerabilidade social .............................................................................................................. 172
ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
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O estado de Santa Catarina, situado no Sul do Brasil, entre os paralelos 25°57’18”e 29°21’07” de latitude Sul e entre os meridianos 48°19’37” e 53°50’12” de longitude Oeste, 
limita-se ao Norte com o estado do Paraná, ao Sul com o estado do 
Rio Grande do Sul, a Leste com o Oceano Atlântico e a Oeste com a 
República Argentina.
Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, respectivamente 
formam a Região Sul. Com 95.703,487km², ocupando 1,12% da 
área territorial brasileira e 16,97% da área total da Região Sul, 
Santa Catarina apresenta área maior que a de alguns países como 
Áustria, Irlanda, Portugal, entre outros.
Localização
Localização do Estado de Santa Catarina
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15
ESTADO DE SANTA CATARINA
SECRETARIA DE ESTADO DO 
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL
MAPA POLÍTICO 2019
Capítulo I
Gênese da 
Formação 
Econômica 
e Social 
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Guatambú
Ipuaçu
Ouro
Verde
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Maia
Xavantina
Arabutã
Presidente
Castello
Branco
Lacerdópolis
Abdon
Batista
Vargem
Princesa
Bandeirante
Tigrinhos
Flor do
Sertão
Bom Jesus
do Oeste
Cunhataí
Santiago
do Sul
Entre
Rios
Paial
Bom
Jesus
Iomerê
Ibiam
Frei
Rogério
Capão
Alto
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Painel
Bocaina
do Sul
Palmeira
Cerro
Negro
Witmarsum
Saltinho
Agronômica
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Presidente
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Santa Rosa
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Pedras
Grandes
Sangão
Major
Gercino
São
Bonifácio
São
Martinho
Rio
Rufino
Gravatal
Luzerna
Balneário
Gaivota
Ascurra
Lauro
Muller
Siderópolis
Balneário
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do Sul
Balneário
Piçarras
Porto
Belo
Bombinhas
Dionísio
Cerqueira
São José
do Cedro
Cunha
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Pinhalzinho
Palmitos
São
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Faxinal
dos Guedes Ponte
Serrada
Abelardo
Luz
Taió
Papanduva
Urubici
Presidente
Getúlio
Itaiópolis
Corupá
Itapiranga
Campo
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Catanduvas
Lebon
Régis
Pouso
Redondo
Lontras
Bom
Retiro
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Campo
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Ilhota
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Turvo
Braço do
Norte
Urussanga
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Penha
Itapema
Tijucas
Maravilha
Xaxim
Capinzal
Joaçaba
Herval
d'Oeste
Campos
Novos
Correia
Pinto
Otacílio
Costa
Sombrio
Guaramirim
Santa
Cecília
Ituporanga
Ibirama
Guabiruba
São João
Batista Governador
Celso
Ramos
Santo
Amaro da
Imperatriz
Garopaba
Orleans
Cocal
do Sul
Forquilhinha
Capivari
de Baixo
Jaguaruna
São Miguel
do Oeste
Xanxerê
Concórdia
Caçador
Videira
Curitibanos
Mafra
Rio do
Sul
São Bento
do Sul
Indaial
Içara
Araranguá
Tubarão
Jaraguá
do Sul
Brusque
Gaspar
Balneário
Camboriú
Camboriú
Biguaçu
Laguna
Palhoça
Porto
União
Fraiburgo
São
Francisco
do Sul
Timbó
Navegantes
Guarujá
do Sul
Paraíso
Anchieta
Tunápolis
São João
do Oeste
Iraceminha
Riqueza
Modelo
Nova
Erechim
Águas de
Chapecó
Caxambu
do Sul
Vargeão
Lindóia
do Sul
Ipumirim
Vargem
Bonita
Jaborá
Peritiba
Ipira
Zortéa
Calmon
Rio das
Antas
Arroio
Trinta
Pinheiro
Preto
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Velho
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Vieira
Santa
Terezinha
Rio do
Campo
Mirim
Doce
Ponte Alta
do Norte
São José
do Cerrito
Vitor
Meireles
José
BoiteuxDona
Emma
Braço de
Trombudo
Aurora
Atalanta
Petrolândia
Urupema
Bom Jardim
da Serra
Timbé
do Sul
São João
do Sul
Doutor
Pedrinho
Alfredo
Wagner
Rancho
Queimado
Anitápolis
Rio
Fortuna
Treviso
Treze
de Maio
Luiz
Alves
Antônio
Carlos
Angelina
São Pedro de
Alcântara
Águas
Mornas
Guaraciaba
Descanso
Iporã do
Oeste
Palma
Sola
Mondaí Caibi
Saudades
Quilombo
Coronel
Freitas
Itá
Água
Doce
Piratuba
Ouro
Treze
Tílias
Ibicaré
Anita
Garibaldi
Salto
Veloso
Timbó
Grande
São
Cristóvão
do Sul
Ponte
Alta
Monte
Castelo
Salete
Rio do
Oeste
Laurentino
Trombudo
Central
Meleiro
Jacinto
Machado
Santa
Rosa
do Sul
Praia
Grande
Passo de
Torres
Rio dos
Cedros
Apiúna
Grão
Pará
Maracajá
Massaranduba
Canelinha
Paulo
Lopes
Armazém
Imaruí
São
Domingos
Três
Barras
Nova
Veneza
Morro da
Fumaça
Canoinhas
Imbituba
Campo
Belo
do Sul
Pomerode
Rodeio
Imbuia
Alto Bela
Vista
Tangará
Irineópolis
Agrolândia
Benedito
Novo
Garuva
São João do
Itaperiú
São Miguel
da Boa Vista
Romelândia
Brunópolis
Barra
Bonita
Águas
Frias
Rio
Negrinho
Celso
Ramos
Arvoredo
Santa
Terezinha do
Progresso
Seara
Matos
Costa
Macieira
São
Joaquim
Itapoá
Nova
Trento
Galvão
Ermo
Chapadão
do Lageado
Botuverá
Vidal
Ramos
Leoberto
Leal
Monte
Carlo
São
Bernardino
Novo
Horizonte
Jupiá
São Lourenço
do Oeste
Blumenau
Joinville
Florianópolis
São José
Chapecó
Criciúma
Balneário
Rincão
Itajaí
Lages
Pescaria
Brava
0 10 20 30 405
km
ESCALA GRÁFICA:
®
Fonte: Esri, digitalblobe, geoeye, i-bubed, aex, getmapping, aerogrid, ign, igp,
awisstopo, and the gis user community
Elaboração: Guilherme Regis e Isa de Oliveira Rocha
Secretaria do Estado do Planejamento de Santa Catarina
VICENTISTA E AÇÓRICO-MADEIRENSE
PAULISTA E COLONIZAÇÃO EUROPÉIA
PAULISTA
EXPANSÃO DA COLONIZAÇÃO
EUROPÉIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
COLONIZAÇÃO EUROPÉIA
E SUA EXPANSÃO NO ESTADO
PRINCIPAL ORIGEM DA CONQUISTA
E COLONIZAÇÃO 
100.001 a 583.144 habitantes
1.286 a 50.000 habitantes
50.001 A 100.000 habitantes
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POPULAÇÃO MUNICIPAL
ESTIMATIVA IBGE 2018
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100.001 a 590.466 habitantes
50.001 a 100.000 habitantes
1.260 a 50.000 habitantes
POPULAÇÃO MUNICIPAL
ESTIMATIVA IBGE 2019
ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA 19
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Capítulo 1 | Gênese da formação econômica e social
Raquel Maria Fontes do Amaral Pereira1
Maria Graciana Espellet de Deus Vieira2 
1 Graduada em Geografia Licenciatura (1967) e Mestra 
em Educação pela Universidade Federal de Santa 
Catarina (1988) e Doutora em Geografia Humana 
pela Universidade de São Paulo (1997). Professora 
aposentada da Universidade Federal de Santa Catarina 
e da Universidade do Vale do Itajaí, com atuação 
no Programa de Pós-Graduação em Geografia e no 
Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria, 
respectivamente, e bolsista de Produtividade em 
Pesquisa do CNPq. 
2Graduada em Geografia Licenciatura (1971), Geografia 
Bacharelado (1972) e especialista em Planejamento 
Urbano e Regional (1979) pela Universidade Federal 
do Rio Grande do Sul e Mestra em Geografia pela 
Universidade Federal de Santa Catarina (1992). Atuação 
como geógrafa no Instituto de Geociências Aplicadas 
(IGA) em Belo Horizonte e professora aposentada da 
Universidade do Estado de Santa Catarina.
A interconexão de elementos do quadro natural (clima, relevo, vege-tação etc.) e do humano (populacio-
nais, sociais, econômicos, políticos, culturais 
etc.) foram determinantes no processo 
de conquista e colonização do continente 
americano, no decorrer do qual se impu-
seram novas combinações geográficas resul-
tantes das múltiplas determinações de cadaépoca histórica e de cada lugar. A formação 
econômica e social catarinense manifesta 
de forma exemplar esta afirmação. É o que 
se procura demonstrar no decorrer deste 
estudo, tendo como objeto o processo de 
conquista e colonização do território cata-
rinense, gênese da formação econômica e 
social de Santa Catarina. 
Tal processo se estende de meados do 
século XVII às primeiras décadas do século 
XX, ou seja, por cerca de três séculos, desde 
a Colônia até primórdios da República. Foi 
este o tempo necessário para a ocupação 
do território, movida quer por interesses 
de Portugal, durante o período colonial, 
quer por interesses das classes dominantes 
nacionais e catarinenses, muitas vezes rela-
cionados aos da esfera capitalista mundial, 
ou seja, aos interesses estrangeiros. 
Sua força impulsionadora é formada pelo 
conjunto de atividades que se organizam 
para atender diferentes necessidades. Desde 
as mais imediatas, presentes em qualquer 
tempo histórico, até aquelas que se traduzem 
nas transformações resultantes do próprio 
evoluir da relação sociedade-natureza, 
vista não de uma forma meramente local, 
mas inserida e relacionada com escalas de 
cunho regional, nacional e mundial. O terri-
tório vai sendo explorado gradativamente, 
conforme suas potencialidades naturais, 
segundo as necessidades econômicas e 
disponibilidades demográficas, internas e 
externas, presentes em cada período. Trata-
-se de decifrar uma realidade geográfica – 
como tal, localizada no espaço e no tempo 
– procurando identificar a interconexão 
de elementos determinantes das esferas 
natural e humana (Mamigonian,1999).
Essa perspectiva de análise está apoiada 
em uma vertente do pensamento geográ-
fico brasileiro, cuja figura central é o 
geógrafo Armen Mamigonian, que, já 
em 1958, integra a equipe de autores do 
pioneiro Atlas Geográfico de Santa Cata-
rina. Esse Atlas, coordenado pelo também 
geógrafo Carlos Augusto de Figueiredo 
Monteiro, serviu de inspiração para outros 
estados brasileiros.
A linha mestra dessa visão interpretativa 
está relacionada a dois grandes para-
digmas, o de formação social e o de geos-
sistema, “não de maneira superimposta 
como se fez frequentemente ou de maneira 
excludente, mas os conectando dialetica-
mente” e, dessa forma, “contribuindo para 
uma visão de conjunto da sociedade e da 
natureza e de suas interconexões” (Mami-
gonian, 2005, p. 3). Os dois paradigmas 
nos inserem na perspectiva de combina-
ções geográficas de A. Cholley (1964), 
justamente naquelas que alcançam maior 
complexidade, pois “resultam da inter-
ferência conjunta dos elementos físicos, 
biológicos e humanos.” A convergência 
desses elementos ocorre, “sempre, por 
ocasião do exercício de uma das atividades 
necessárias à vida dos grupos humanos: 
atividade agrícola, de criação industrial, 
etc.” (Cholley, 1964, p. 141). 
Coincidentemente o procedimento 
de trabalhar com combinações (A. 
Cholley) é o mesmo de trabalhar 
com múltiplas determinações [...]. 
A explicação provável para esta 
coincidência está na origem his-
tórica da geografia moderna [...] 
[herdeira] da filosofia clássica ale-
mã (Kant e Hegel). (Mamigonian, 
2005, p. 3) 
O reconhecimento das duas esferas (a 
natural e a humana) como indispensáveis 
ao conhecimento da realidade, dá origem 
a interpretações mais ricas e, numa certa 
medida, indica uma retomada da visão clás-
sica da geografia, ou seja, “uma visão globa-
lizadora e de totalidade da natureza e da 
sociedade” (Mamigonian, 1996, p. 199).
A relação sociedade-natureza, dentro da 
perspectiva do materialismo histórico 
e dialético, ou seja, através do conceito 
de modo de produção ou, no caso, de 
uma combinação dialética de modos de 
produção (Rangel, 1981) assegura a loca-
lização temporal, que se concretiza sobre 
uma base territorial geográfica e histo-
ricamente determinada. Assim sendo, as 
formações econômicas e sociais devem ser 
consideradas expressão de processos que 
se singularizam em função de combinações 
de uma pluralidade de elementos, que se 
manifestam e se relacionam em múltiplas 
escalas (mundial, nacional, regional, local), 
demonstrando que uma determinada reali-
dade tem sua explicação também num 
universo mais amplo.
Isto posto, trata-se então do estudo das múlti-
plas determinações humanas e naturais, que 
se combinam e se concretizam espacial e 
temporalmente, dando origem à formação 
social e econômica de Santa Catarina. 
Fonte: Adaptado de Santa Catarina (1958). Elaboração: Pedro Agripino Sagaz e Isa de Oliveira Rocha (SPG/SC).
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20 ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA 21
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Figura 2 – Formações Vegetais do Brasil.
Fonte: Adaptado de Romariz (1968).
Elaboração: Guilherme Regis. 
Santa Catarina e a 
singularidade da formação 
meridional brasileira 
A diversidade geográfica de Santa Catarina 
é surpreendente para uma área de apenas 
95.737,954 km2, correspondendo a 1,12% 
da superfície territorial brasileira e 16,60% 
da Região Sul, na qual vivem, segundo esti-
mativa do IBGE (2017), 7.001.161 pessoas, 
ou seja, 3,37% da população brasileira e 
23,62% da Região Sul (Pereira, 2013). 
Tal como os demais estados da Região Sul, o 
território que hoje corresponde a formação 
econômica e social de Santa Catarina foi 
de forma efetiva conquistado e colonizado 
tardiamente, ou seja, a partir do século XVII.
Certamente dentre os elementos refe-
rentes ao quadro natural, o clima é o mais 
ressaltado como um dos determinantes 
na estruturação tardia da formação meri-
dional brasileira. Abaixo do Trópico de 
Capricórnio, o predomínio do clima subtro-
pical, no contexto de um universo colonial 
marcado pela tropicalidade (Figura 1), difi-
cilmente poderia oferecer uma produção 
que atendesse aos interesses comerciais da 
Metrópole Portuguesa (Monteiro, 1967).
Essa diferenciação climática, associada ao 
quadro relativo à cobertura vegetal (Figura 
2) no que se refere à distribuição das áreas 
de campo e de matas, representará um papel 
fundamental na gênese da estrutura produ-
tiva e populacional do sul do Brasil, dando 
origem a distintas combinações geográficas 
ou formações econômico-sociais: a do lati-
fúndio pastoril e a da pequena produção. 
(Vieira e Pereira, 2009)
Comparando aspectos gerais relativos à 
vegetação, em todo o Brasil, observa-se 
que as áreas herbáceas (campos) ou herbá-
ceas-lenhosas (caatinga e cerrado) deram 
origem a formações latifundiárias pastoris 
feudais ligadas ao mercado interno. Já no 
caso das áreas florestais, excetuando-se a 
Amazônia, todas deram origem à agricul-
tura, mas a uma agricultura diferenciada, 
segundo o tamanho da propriedade e as 
relações de produção. Na área tropical 
florestada se estruturam as grandes 
Pará
Amazonas
Bahia
Mato Grosso
Goiás
Piauí
Minas Gerais
Acre
Maranhão
Tocantins
Paraná
Roraima
Rondônia
Ceará
São Paulo
Amapá
Mato Grosso do Sul
Rio Grande do Sul
Pernambuco
Paraíba
Santa Catarina
Alagoas
Espírito Santo
Rio de Janeiro
Sergipe
Rio Grande do Norte
Distrito Federal
40° W50° W60° W70° W 30° W80° W
0°
 
10
° 
S
20
° 
S
30
° 
S
® Fonte: Adaptado do Atlas Nacional do Brasil Milton Santos, 2010.Disponível em: www.ibge.gov.br/apps/atlas_nacional/
300 0 300 600150 km
Legenda
Climas Zonais
Equatorial
Temperado
Tropical Brasil Central
Tropical Nordeste Oriental
Tropical Zona Equatorial
Semiárido
Equador
Trópico de Capricórnio
Figura 1 – Climas Zonais do Brasil.
Fonte: Adaptado do Atlas Nacional do Brasil Milton Santos (IBGE, 2010).
Elaboração: Pedro Agripino Sagaz. 
propriedades e a agricultura escravista de 
exportação e na área subtropical a agri-
cultura com base nas pequenas proprie-
dades, no trabalho familiar e no mercado 
interno. Convém destacar que enquanto 
no Rio Grande do Sul predominam as áreas 
de campo, no Paraná e em Santa Catarina(Figura 3) as maiores formações vegetais 
estão representadas pelas matas, já que 
as formações herbáceas estão presentes 
somente na forma de manchas distribuídas 
no interior das mesmas.
A combinação caracterizada pela criação 
extensiva de gado estabelecida nas áreas 
de campo em grandes propriedades, com 
o uso de pouca mão-de-obra, acarreta uma 
organização do espaço distinta daquela 
da pequena produção policultora, cujo 
tamanho das propriedades é incomparavel-
mente menor, consequentemente o habitat 
não é tão disperso, o fator demográfico é 
mais numeroso e o uso do solo mais inten-
sivo (Mamigonian, 1958). Esses dois meios 
são estruturados por modos de produção 
distintos: um baseado na desigualdade de 
classes, ou seja, nos modos de produção, 
cujas classes dominantes constituem a 
estrutura política da formação correspon-
dente, e o outro baseado no igualitarismo 
do pequeno modo de produção (Mamigo-
nian,1991) – “uma democracia rural” nas 
palavras de Delgado de Carvalho (2016, 
p.182) – que se insere nesse quadro econô-
mico e social dominante com maior capaci-
dade produtiva e de consumo, acarretando 
uma propensão à divisão social do trabalho, 
condição para o desenvolvimento econô-
mico (Rangel, 1955). Com base, então, em 
uma estrutura social distinta, a pequena 
produção mercantil com sua tendência 
à diferenciação social vai imprimir nas 
áreas florestais do sul do Brasil um distinto 
dinamismo econômico, consolidando a 
formação meridional como uma formação 
singular (Mamigonian, 1969). 
A particularidade do relevo 
de Santa Catarina frente 
aos estados vizinhos
A principal especificidade do quadro natural 
catarinense, frente aos vizinhos sulistas, se 
manifesta em seu relevo marcado, de acordo 
Km0 125 250 375 500
E S C A L A
B R A S I L 
FORMAÇÕES VEGETAIS
Formações Florestais Formações Complexas
Formações Campestres
Formações Litorâneas
Campos
Floresta Latifoliada Tropical
Floresta Latifoliada Equatorial
Mata da Araucária
Floresta Latifoliada Tropical Úmida da Encosta
Complexo do Pantanal
Caatinga
Cerrado
Vegetação do Litoral
Figura 3 – Vegetação de Santa Catarina.
Fonte: Extraído de Santa Catarina (2016).
com Peluso Jr (1991, p.15), por “um alti-
plano levemente inclinado para oeste e uma 
área que se desenvolve da borda do planalto 
até o mar, conhecidos, respectivamente, por 
Região do Planalto e Região do Litoral e 
Encostas” (Figura 4). 
P L A N A L T O
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Figura 4 – Planalto, litoral e encostas de Santa Catarina.
Fonte: Adaptado de Peluso Jr (1952).
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Os efeitos da disposição das Serra do Mar e 
Serra Geral no Brasil Meridional representam 
uma particularidade fisiográfica funda-
mental do território catarinense. Enquanto o 
estreito e exíguo litoral do estado do Paraná 
é marcado pelas restrições impostas pela 
Serra do Mar, em Santa Catarina, tal Serra 
apresenta-se isolada no nordeste do estado, 
em reduzido trecho. É a Serra Geral (escarpas 
do planalto), localizada mais à oeste, já no 
interior do território, o elemento delimitador 
preponderante entre a Região do Planalto 
e a Região do Litoral e Encostas, que define 
a primeira grande divisão regional catari-
nense. Já no caso rio-grandense, as escarpas 
do planalto meridional estão circunscritas 
na porção norte, sendo que o seu litoral, com 
características diversas (retilíneo e arenoso), 
com um único porto marítimo, assim como 
o Paraná, só que numa extensão de 600 km 
de costa, distingue-se do recortado litoral 
catarinense, banhado por inúmeros rios da 
vertente atlântica e servido por vários portos, 
ao contrário dos estados vizinhos.
A região catarinense do litoral e encostas, 
Delgado de Carvalho subdivide em quatro 
regiões econômicas por disporem de bons 
portos marítimos:
A do norte, a mais restrita (Joinville, 
São Bento), possui o excelente porto 
de São Francisco; a da Bacia do Ita-
jaí (Blumenau, Brusque, Luís Alves) 
deságua no porto de Itajaí; a do cen-
tro dispõe de Florianópolis; a do sul 
(Urussanga, Araranguá e as colônias 
italianas), por fim, possui como saída 
o porto de Laguna. (Delgado de Car-
valho, 2016, p. 198)
Essa característica acabou por imprimir uma 
feição bastante singular à organização espacial 
de Santa Catarina, que se apresenta compar-
timentada em regiões praticamente inde-
pendentes, sem um centro polarizador supra 
regional, como ocorre tanto no Rio Grande do 
Sul quanto no Paraná (Mamigonian, 1966). 
Em síntese, a conformação geral do relevo, 
combinada a outros elementos naturais (clima, 
vegetação, hidrografia etc.) e humanos foi 
decisiva para o processo de conquista e povo-
amento do território sulino, em particular de 
Santa Catarina (Vieira e Pereira, 1996). 
Conquista e colonização 
de Santa Catarina
O processo de conquista português exigia 
uma disponibilidade demográfica frente à 
grandeza do território colonial, que não se 
encontrava na Metrópole, tampouco na futura 
colônia, como foi o caso da conquista hispâ-
nica em áreas de sociedades com agricultura 
excedentária, daí sedentarizadas, que concen-
travam cerca de 90% do total da população 
do continente (Cardoso, 1985). No caso do 
território colonial português, as populações 
aqui existentes ainda não haviam se sedenta-
rizado e, consequentemente, como nômades e 
seminômades, alcançavam baixas densidades 
demográficas, levando inclusive a que alguns 
autores se refiram a essas áreas como vazias. 
Trata-se de uma meia verdade, pois apesar 
das distintas realidades demográficas, não 
podemos pensar o processo de conquista sem 
considerar a população autóctone. 
Nas áreas florestadas tropicais, o caminho 
tomado foi o da importação de mão-de-
-obra escrava africana, a partir do século 
XVI, na medida em que tal investimento 
seria compensado pela produção de açúcar, 
gênero tropical de interesse das metrópoles 
temperadas, que, por isso mesmo, alcançava 
altos preços, justificando os elevados gastos 
iniciais na produção. Estas foram caracterís-
ticas comuns à agricultura da cana e do café, 
este último já no século XIX. 
A população indígena, conhecedora do 
território e familiarizada com as formas e 
meios de subsistência, apresentava, inicial-
mente, uma condição maior de resistência 
do que aquela população decorrente de 
uma imigração forçada, como a dos escravos 
africanos. É resultante dessa característica 
a importância da igreja católica ibérica, seja 
portuguesa ou espanhola, no processo de 
sujeição da população indígena. Ao condenar 
a escravização dessa última, ao contrário do 
que fazia com a escravidão africana, organi-
zava aldeias e missões, que independente 
dos objetivos, concentrava, catequizava e, de 
certa forma, disponibilizava reservatórios 
humanos a serem agregados, escravizados 
ou mesmo mortos, como tão bem demons-
tram, no século XVII, por exemplo, a compo-
sição das bandeiras litorâneas vicentistas, 
assim como as razzias dos bandeirantes 
paulistas em territórios sulinos. 
Santa Catarina vivencia seu processo de 
conquista e colonização, tardio em cerca 
de cem anos frente ao Nordeste e Sudeste 
brasileiros, com povos fruto do cresci-
mento demográfico da Colônia, caracteri-
zando um processo migratório interno, no 
sentido norte-sul. Isto tanto no século XVII 
(Litoral), quanto ainda no XVIII (Planalto), 
mesmo século em que também se inicia a 
migração externa com populações vindas 
de além-mar, no caso da 2ª ocupação do 
litoral catarinense. A partir do século XIX 
tal processo imigratório se intensifica com 
a ocupação dos vales atlânticos e encostas 
pelos imigrantes europeus, excedente popu-
lacional relativo a uma Europa em transfor-
mação frente ao avanço e desenvolvimento 
do modo de produção capitalista.
A conquista do litoral
VicentistasA preocupação em fixar as fronteiras meri-
dionais do território colonial leva Portugal 
no século XVII a estimular o avanço de vicen-
tistas em direção ao litoral sul, com base na 
concessão de sesmarias que deram origem 
a um povoamento esparso e de baixa densi-
dade demográfica. Procedentes da Capitania 
de São Vicente, homens de posses deslocam-
-se levando “consigo sua família, seus escravos 
negros e vermelhos, seus gados grossos e 
miúdos, as suas ferramentas e armas” (Oliveira 
Vianna, 1952, p.113), fundando ao longo da 
costa núcleos de povoamento, entre os quais 
São Francisco (1658), Desterro (1673) e 
Laguna (1676) no litoral de Santa Catarina, 
sendo este último o ponto mais meridional, 
situado exatamente no marco extremo sul 
da linha de Tordesilhas. Esse fluxo povoador 
cujos contatos iniciais eram facilitados pelo 
mar, culmina com a fundação da Colônia do 
Sacramento, em 1680, defronte a Buenos 
Aires, assinalando a presença portuguesa na 
foz do Rio da Prata. A extrema mobilidade 
dos grupos humanos de origem vicentista deu 
sustentação à Coroa Portuguesa na disputa da 
região com a Coroa Espanhola. 
Os núcleos vicentistas litorâneos asseguraram 
o domínio português sobre o território, estimu-
lando o conhecimento mais apurado do litoral, 
fato que pode ser atestado pelo expediente do 
rei de Portugal ao governador do Rio de Janeiro, 
datado de 1717, recomendando o exame das 
qualidades da área relativas à abundância de 
peixes, existência de ancoradouros seguros etc., 
reforçado pela manifestação do Conselho Ultra-
marino de Lisboa que aponta os recursos exis-
tentes na Ilha de Santa Catarina, entre os quais 
excelentes madeiras, abundância de peixes 
e outros frutos da terra. O mesmo Conselho 
propõe a fortificação da ilha e o povoamento 
de seus arredores, bem como os do Rio Grande 
como forma de fechar pela costa o domínio 
meridional português e aumentar as rendas 
reais (Mamigonian, 1998). 
Açorianos e madeirenses
Após a esparsa ocupação vicentista do século 
XVII ocorre então, nessa área, o segundo 
povoamento colonial litorâneo, ou seja, 
aquele que assegura efetivamente o domínio 
útil do território, permitindo que se concre-
tize o objetivo maior do processo colonial: 
auferir riquezas. É este povoamento que 
Mamigonian (1998, p.69) define como “a 
maior intervenção do planejamento estatal 
português no sul do Brasil, tanto a nível geo-
-político, como enfatizaram os historiadores 
tradicionais, como a nível geo-econômico”.
A imigração de casais açorianos e madeirenses 
no século XVIII para as terras litorâneas do 
extremo sul colonial, povoando áreas do Rio 
Grande do Sul e do litoral de Santa Catarina, 
representa uma segunda experiência com 
imigrantes açorianos, visto que já haviam 
pioneiramente se fixado no século anterior, no 
extremo norte, em terras do Grão-Pará. Esse 
ciclo colonizador, no que se refere ao terri-
tório catarinense, se estende de 1748 a 1756, 
trazendo consequências mais duradouras e 
variadas para a efetiva ocupação do litoral, 
onde foram fundados núcleos de povoamento 
espalhados pela Ilha de Santa Catarina e áreas 
adjacentes do continente (por exemplo, São 
Miguel, Enseada de Brito, São José), assim como 
entorno de Laguna. Interessava a Portugal 
instalar colonos-soldados que atendessem 
tanto às necessidades militares (de defesa do 
território disputado com os espanhóis) como 
às de produção e abastecimento de setores 
não-produtivos (tropas, burocracia administra-
tiva etc.), bem como viabilizando um comércio 
de excedentes, que propiciou o aumento das 
rendas da Coroa, através do estabelecimento 
de uma pequena produção mercantil. 
Com base em propriedades familiares poli-
cultoras que passaram a produzir “nos fins 
do século XVIII e inícios do XIX, impor-
tantes excedentes alimentares (farinha de 
mandioca, arroz, feijão, melado, etc.) que 
se destinavam ao abastecimento do Rio, 
Salvador, Recife e até mesmo Montevidéu” 
(Mamigonian, 1966, p.35), se efetiva essa 
primeira grande experiência, no território 
colonial brasileiro, em moldes de pequena 
produção. Esta, somada às armações bale-
eiras, consolida a ação lusa na ocupação 
efetiva do litoral catarinense. 
Edificadas por comerciantes portugueses, 
sob a concessão da Coroa, as armações se 
mostraram uma alternativa lucrativa para 
o litoral subtropical (Mamigonian, 1998), 
utilizando em especial mão-de-obra escrava 
africana na manufatura e a dos pequenos 
produtores açorianos na caça do animal, como 
arpoadores, timoneiros e também remeiros 
(Silva, 1992). O monopólio da metrópole, 
ingressando no vantajoso comércio mundial 
de óleo de baleia, assegurava ao capital comer-
cial português grandes lucros nas transações.
Assim, no século XVIII, o projeto de colo-
nização do Brasil Meridional, do qual fazia 
parte a ocupação do espaço litorâneo cata-
rinense, se amplia e se afirma através da 
presença açoriana, africana e portuguesa. 
A pequena produção
A colônia de povoamento açoriano-madei-
rense que se estabelece, baseada na pequena 
propriedade familiar, é uma experiência 
pioneira e distinta no território colonial, já que, 
em especial no litoral e zona da mata nordes-
tina a tônica era a colônia de exploração, 
alicerçada na monocultura de enormes glebas 
de terras utilizando mão de obra escrava. 
O colono açoriano, diferentemen-
te do escravo, tinha a liberdade de 
praticar uma policultura de subsis-
tência e utilizar seu excedente na 
melhoria de sua propriedade. Esse 
foi um dos fatores fundamentais 
que propiciaram precocemente a 
emersão do litoral catarinense à 
posição de destaque no cenário 
colonial da época como uma das 
áreas fornecedoras de gêneros ali-
mentícios. (Bastos, 2000, p. 129)
Contudo, apesar de pioneira, a pequena 
produção mercantil açoriana não vivencia 
um processo de diferenciação social, do qual 
resulte – como ocorreu em outras áreas, 
também pequeno produtoras, ocupadas 
posteriormente – a emersão de vigorosos 
núcleos industriais. Dentre os entraves ao 
desenvolvimento dessa pequena produção, 
cabe destacar o papel concentrador e aristo-
cratizante do capital mercantil, a excessiva 
diversificação do trabalho que impedia a espe-
cialização do produtor em um único ofício 
ou produto, ou seja, a presença de uma forte 
economia natural, além da mercantil, assim 
como a fragmentação dos lotes por herança, o 
esgotamento do solo etc. (Campos, 1991)
Figura 5 – Principal 
origem da conquista 
e colonização do 
território.
Fonte: Extraído 
de Santa Catarina 
(1958).
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A colonização das encostas 
e vales atlânticos
A partir da 1ª metade do século XIX, a Europa 
e, particularmente, algumas de suas regiões, 
atravessam um período de crise econô-
mica e turbulência política provocadas pela 
expansão do capitalismo, já em fase industrial, 
e a consequente ampliação e aprofundamento 
do processo de expropriação, responsável 
por um crescimento do excedente relativo 
populacional somado ao próprio crescimento 
demográfico europeu. É nesse contexto que 
as transformações em áreas de capitalismo 
tardio levam milhões de emigrantes a cruzar o 
oceano em busca de novas oportunidades.
Do total de imigrantes que se fixaram nas 
áreas temperadas, em diferentes países, 
observa-se que o Brasil se coloca como o 
terceiro receptor: EUA – 26 milhões; Canadá 
– 5,5 milhões; Brasil – 4,37 milhões (São 
Paulo antes de 1880 detinha apenas 5% do 
total de imigrantes europeus chegados ao 
país, mas acaba alcançando – no movimento 
de “braços para o café” – cerca de 55% tota-
lizando, aproximadamente, 2,4 milhões); 
Argentina – 3,74 milhões; Austrália – 1,6 
milhões; Chile – 500 mil e Uruguai – 300 mil 
(Mamigonian, 1976 e Chaunu, 1983).
No caso do Brasil Meridional, no período 
pós-independência, por iniciativado 
Governo Imperial, abre-se, a partir da 
segunda década do século XIX, um ciclo de 
imigração representado, inicialmente, pela 
instalação das primeiras colônias alemãs, 
baseadas na pequena produção e localizadas 
nos pontos onde os caminhos de tropa e de 
gado, provenientes dos latifúndios pastoris 
constituídos no século XVIII nas áreas de 
campo, entravam ou saíam da mata. No Rio 
Grande do Sul, por exemplo, foi fundada, em 
1824, a colônia de São Leopoldo, no vale do 
rio dos Sinos. No Paraná, imigrantes alemães 
fundaram, em 1829, a colônia de Rio Negro, 
às margens do rio de mesmo nome; também 
em 1829, em Santa Catarina, a colônia de 
São Pedro de Alcântara, localizada na fron-
teira entre a mata e as terras já ocupadas 
do litoral (Waibel, 1958), no caminho entre 
Lages e Desterro. Aos primeiros alemães 
chegados a São Pedro de Alcântara, em 1829, 
se juntam, um pouco mais tarde, outros 
fluxos, agora dirigidos 
por particulares. É o caso 
da colônia Nova Itália 
(hoje São João Batista) 
fundada em 1836 no vale 
do rio Tijucas, excepcio-
nalmente, naquela época, 
por italianos procedentes 
do Reino da Sardenha. Foi 
a 1ª colônia italiana no 
Brasil e a 2ª colônia euro-
peia em Santa Catarina e, 
de acordo com Boiteux 
(1998, p.74), representa 
a “célula-mater” da colo-
nização italiana, inter-
rompida, provavelmente, 
em razão das lutas 
internas da Itália, que se 
encontrava em processo 
de unificação. A preo-
cupação com a segurança e o controle dos 
produtos que transitavam por esse caminho 
entre o litoral e o planalto resultou também 
na criação da Colônia Militar de Santa 
Tereza, a primeira colônia militar catari-
nense, instalada em janeiro de 1854. 
Ainda no Império, foram criados, princi-
palmente por alemães e italianos, vários 
núcleos rurais e urbanos em áreas corres-
pondentes aos vales atlânticos e encostas 
dos rios Itajaí, Cachoeira, Cubatão, Tijucas, 
Tubarão, Urussanga e Araranguá, especial-
mente após a promulgação, em 1850, da Lei 
de Terras. No vale do Itajaí, colonos alemães 
fundam Blumenau (1850), Brusque (1860) 
e no nordeste do estado, no vale do Cacho-
eira, Joinville (1851), cuja expansão dá 
origem a novas frentes de ocupação. 
Após a interrupção da imigração alemã para o 
Brasil, em razão do rescrito de Heydt (1859), 
colonos italianos passam a povoar, a partir 
de 1875, as bordas das áreas ocupadas pelos 
alemães, fundando Rodeio, Rio dos Cedros, 
Ascurra e Apiúna, em torno da colônia 
Blumenau; Nova Trento, no vale do Tijucas; 
em 1876, Botuverá, em torno de Brusque e, 
em 1877, Luiz Alves, no vale do Itajaí. Novos 
núcleos coloniais surgem também em 1877, 
no litoral e encostas no sul de Santa Catarina, 
como Azambuja, Pedras Grandes e Treze de 
Maio, no vale do Tubarão e, no vale do Urus-
sanga, Urussanga (1878), Criciúma (1880) e 
Cocal do Sul (1892). Essas colônias se expan-
diram através de atividades ligadas à agricul-
tura e à mineração do carvão. 
Conforme salienta Waibel (1958, p. 217 e 
218), ao contrário do Rio Grande do Sul, 
no território catarinense “as companhias 
particulares de colonização tomaram a si o 
encargo e colonizaram as áreas florestais 
do estado de maneira muito efetiva”, sendo 
que “Santa Catarina foi a região em que o 
princípio foi aplicado pela primeira vez em 
larga escala”. Nesse processo de colonização 
ocorreram confrontos diretos com indígenas, 
habitantes originais das terras, que passaram 
a ser ocupadas pelos colonos. A disputa entre 
índios e imigrantes se acirrou com a formação 
de tropas e expedições de caça aos chamados 
“bugres”, tropas estas constituídas pelos 
denominados “bugreiros”, que fizeram preva-
lecer, pela violência, os interesses comerciais 
das companhias colonizadoras.
Alemães e italianos
É em um contexto de fragmentação territo-
rial e de urgência da modernização econô-
mica e política que Itália e Alemanha, a partir 
de condições próprias, realizam a tran-
sição do feudalismo para o capitalismo por 
caminhos singulares e em ritmos distintos 
(Pereira, 1989). O capitalismo alemão, bem 
mais dinâmico do que o italiano, já no final 
do século XIX torna a Alemanha a nova 
potência industrial europeia. 
Os emigrantes alemães totalizavam, até o 
recenseamento de 1844, cerca de 5 milhões, 
dos quais 4,8 milhões dirigiram-se para a 
América do Norte, respondendo ao apelo de 
“aliciadores e mercadores que incitavam à 
emigração desorientada”. Este juízo, expresso 
pelo Dr. Blumenau, frente ao quadro emigra-
tório alemão da primeira metade do século 
XIX, demonstra seu vínculo a uma orien-
tação distinta em relação a esse processo, 
cujos objetivos deixariam de ser meramente 
mercadológicos para assumirem um viés 
étnico e nacionalista, capaz de conservar, no 
estrangeiro, a nacionalidade, os costumes e 
a língua alemã (Fouquet, 1950). Essa visão, 
ao mesmo tempo em que assegura a fideli-
dade por gerações à terra de origem (Vater-
land), por outro lado causa um sentimento de 
distanciamento em relação aos brasileiros. 
Há que se destacar que em razão do catoli-
cismo ser a religião do Estado, eram comuns, 
conforme salienta Klug (1998), os constran-
gimentos e impasses ocorridos na vida coti-
diana dos imigrantes protestantes, a ponto 
de, por exemplo, o presidente da província 
de Santa Catarina (João José Coutinho 1850-
59), em razão de seu preconceito religioso, 
demitir professores alemães protestantes do 
Liceu Catarinense, em Florianópolis. Entre 
esses professores estava Fritz Müller, que era 
ateu. Outro exemplo das tensões religiosas 
diz respeito aos casamentos, não sendo reco-
nhecidos os realizados pela igreja protestante 
e, no caso dos casamentos mistos, a igreja 
católica impunha um termo de compromisso 
através do qual os noivos eram obrigados a 
educar os filhos na fé católica. Até mesmo os 
cemitérios ocupavam áreas distintas. 
Segundo Grosselli (1987), as colônias alemãs 
mantiveram frequentes contatos com a 
pátria-mãe, visto que a Alemanha conservou 
os canais de comunicação abertos. Filiais 
de casas comerciais alemãs, agências de 
companhias seguradoras foram aqui insta-
ladas, o que se explica pela maior vitalidade 
do capitalismo alemão frente ao italiano. 
As companhias navais alemãs exportavam 
para a Alemanha não só os produtos agrí-
colas dos colonos alemães, mas também os 
dos italianos.
O movimento emigratório italiano em massa, 
iniciado em meados de 1870, coloca o Brasil 
em terceiro lugar no fluxo dessa emigração, 
principalmente considerando o estado de São 
Paulo, que recebeu a maioria desses italianos 
em decorrência da necessidade de mão de obra 
para a cafeicultura. O primeiro lugar nesse fluxo 
de emigração fica com os EUA e o segundo com 
a Argentina (Trento, 1989). 
O cônsul régio italiano em Florianópolis, 
Gherardo de Savóia, em seu relatório de 
fevereiro de 1900 (Dall’Alba, 1983, p. 
68-70) chama a atenção para o fato de que 
o grande movimento 
migratório acontece 
“quando a Itália estava 
feita, mas não estavam 
feitos os italianos”. Tal 
fato se reflete inclu-
sive na língua, pois ao 
contrário dos alemães 
aqui chegados, os 
italianos não têm uma 
unidade linguística. 
Os distintos dialetos, 
ligados às regiões 
de origem, são colo-
cados de lado pela 
nova geração “como 
instrumento fora de 
uso”. Dessa forma 
não se percebe nos 
italianos o viés nacio-
nalista que marca a colonização alemã. Outra 
diferença diz respeito à religião, onde existe 
uma unidade, a da igreja católica, o que leva 
o já referido cônsul régio, a afirmar que “no 
Estado de Santa Catarina, é na igreja princi-
palmente que senti vibrar a voz da pátria.” 
Para os colonos italianos, a religião, que por 
séculos marcara a sua cultura, constituiu o 
eixo em torno do qual se deu a reconstrução 
da sua comunidade em terras brasileiras. “A 
capela era o próprio símbolo das comuni-
dades italianas, o centro, o sustentáculo, o 
eixo em torno do qual girava a vida das famí-
lias” e constituía “o centro de convergência 
da população, única sede de encontros da 
comunidade”a fortalecer sua identidade 
(Groselli, 1987, p. 449). Isso em se tratando 
das colônias em áreas rurais, pois no caso 
de Florianópolis, assim como os alemães, os 
italianos possuíam clube social próprio, além 
da Liga Operária, cujas ideias anarquistas 
explicam inclusive a realização de manifes-
tação de solidariedade, na década de 1920, a 
Sacco e Vanzetti (Mamigonian, 1991). 
A pequena produção 
mercantil catarinense
Se no caso de São Paulo a pequena produção 
mercantil se insere espacialmente no inte-
rior da estrutura latifundiária cafeicultora 
(Mamigonian, 2000), nos estados do Sul, 
particularmente em Santa Catarina, ela se 
instala, no século XIX, paralela à estrutura 
latifundiária de forma muito mais dinâ-
mica do que a alcançada pela pequena 
produção dos colonos açorianos, embora 
essa última tivesse elevado a produção de 
gêneros alimentícios do litoral catarinense 
à posição de destaque no contexto ante-
rior a essa nova imigração. Importa ainda 
ressaltar que, expulsos de seus países pelo 
recrudescimento das relações capitalistas, 
os imigrantes se estabeleceram como 
pequenos agricultores indepen-
dentes, artesãos, operários, pe-
quenos comerciantes, que já pra-
ticavam uma significativa divisão 
social do trabalho (p. ex. os agricul-
tores compravam tecidos, instru-
mentos de trabalho, etc.), a partir 
da origem europeia, já em processo 
de industrialização. (Mamigonian, 
1986, p. 104) 
Figura 6 – Desenho de casas e arrozeiras de agricultores descendentes de italianos 
(município de Rodeio), década de 1940.
Fonte: Extraído de Câmara (1948).
Fotografia 1 – “Vítimas de bugreiros. Foto provavelmente obtida em Blumenau, 
em 1905. Detalhe de G. Gerlach, 1972.”
Fonte: Detalhe de fotografia disponível em Santos (1997, p.34).
ATLAS GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA
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Essa conjuntura histórica é distinta 
daquela vivida pelos imigrantes do século 
XVIII, provenientes dos Açores e da ilha 
da Madeira. No século XIX, “os europeus 
embarcaram com ‘o capitalismo em seus 
ossos’, mesmo que não dispusessem de 
nenhum capital, mas apenas de iniciativa, 
habilidades especiais e engenhosidade” 
(Mamigonian, 1976, p. 89). As colônias 
fundadas na segunda metade do século 
XIX e início do século XX logo superaram o 
estágio meramente agrícola da exploração 
econômica, chegando à industrialização.
Certamente o tamanho dos lotes coloniais 
não permitia reproduzir por gerações a 
família camponesa, assim como nos aponta 
Peluso Jr: 
A tradição criada pelos europeus 
que se estabeleceram nas colônias 
da região foi a de todo chefe de fa-
mília numerosa comprar, para cada 
filho, a terra necessária para man-
ter o mesmo padrão de vida agrí-
cola [...] Terminadas as terras das 
colônias, os núcleos regurgitavam 
de elementos novos que necessi-
tavam de novas terras. (Peluso Jr 
(1991, p. 264)
Essa necessidade demográfica de novas 
terras fica exemplarmente demonstrada 
quando completa-se a ocupação do terri-
tório catarinense nas primeiras décadas do 
século XX, com a comercialização de glebas 
localizadas na porção oeste do planalto, 
nos vales dos rios da vertente do interior, 
num processo de colonização e povoa-
mento que se fazia “não a partir da costa 
oriental longínqua, mas a começar do sul, 
por colonos alemães e italianos e compa-
nhias de colonização do Rio Grande do Sul” 
(Waibel, 1958, p. 219).
Planalto: conquista e 
colonização
No século seguinte ao da conquista lito-
rânea realizada pelos vicentistas, ou seja, 
no século XVIII, a descoberta de ouro nas 
Minas Gerais propiciará o despertar para 
a consciência do valor econômico das 
centenas de milhares de cabeças de gado 
das vacarias do Mar e dos Pinhais no Rio 
Grande do Sul, fruto das estâncias Jesuí-
ticas. Tal consciência interrompe o ciclo 
bandeirante de preadores de homens, subs-
tituindo-o pelo de preadores de animais, 
unindo os interesses de vicentistas-
-lagunenses e paulistas. Segundo Oliveira 
Vianna (1952, p. 107), “o ouro produziu a 
conquista e a colonização de Minas, Mato 
Grosso e Goiaz, mas, produziu também a 
conquista e a colonização de zonas situ-
adas a incomensuráveis distâncias da loca-
lização das suas jazidas”.
Os grandes obstáculos para o transporte 
do gado, na fase inicial de relacionamento 
da planície platina com a região de mine-
ração, serão a Serra do Mar e as Escarpas 
do Planalto, a Serra Geral. Até cerca de 
1740, o percurso arterial de tropas liga 
Viamão, Laguna, Lages, Curitiba e Soro-
caba. A partir de então, o litoral catarinense 
se desarticula das terras de Serra Acima, 
alijando Laguna e fortalecendo a posição 
de Lages, que permanece no circuito das 
tropas, reforçando a atuação da corrente 
de ocupação do planalto.
Ligando os criatórios sul-rio-grandenses à 
principal feira de gado da época – Sorocaba – 
os caminhos das tropas engendraram condi-
ções para o aparecimento, nos três estados 
sulinos, de várias povoações. Lages como 
ponto de passagem obrigatório, agora não 
mais ligado ao litoral, mas sim ao planalto e 
planícies rio-grandenses, imporá uma preo-
cupação de cunho estratégico, que resultará 
na sua edificação como vila em 1771.
Até meados do século XIX, Lages era o único 
distrito a oeste da Serra, ao qual perten-
ciam os arraiais de Campo Belo (Baguais) e 
Campos Novos, e a vila de Curitibanos, origi-
nada de um pouso de tropeiros. A população 
de Santa Catarina em 1856 atingia 111.109 
habitantes, sendo que destes, 104.317 habi-
tavam o litoral e 6.672 o planalto (Pereira, 
1943). “Na área de que tratamos, fundaram-
-se fazendas de todos os tamanhos. Em 
meados do século XIX, ainda existiam 
algumas que demandavam três dias de 
viagem para ir-se de ponta a ponta” (Vinhas 
de Queiroz, 1966, p. 22). 
Genericamente, pode-se dizer que a explo-
ração das terras do planalto começa com 
os paulistas no século XVIII, instalando 
a pecuária extensiva nas manchas de 
campos naturais de Lages, Curitibanos e 
Campos Novos (alta bacia do rio Uruguai), 
ou lutando “em ambiente menos propício 
à economia pastoril”, onde “se abriam 
claros na mata para criação de gado”, 
situação correspondente a Porto União, 
Canoinhas e Mafra (bacia do rio Iguaçu) 
(Peluso Jr, 1970, p. 71). Ao lado ou asso-
ciada ao latifúndio pastoril se estabelece 
a atividade extrativa, aproveitando a exis-
tência dos ervais nativos encontrados em 
combinação com a mata de araucária do 
planalto (Vinhas de Queiroz, 1966). Esta, 
elemento também pertencente – como 
as manchas de campos e os ervais – à 
combinação natural da região, somente a 
partir do século XX se impõe como fator 
natural determinante. Tal determinação 
ocorre relacionada a outras, como as dos 
interesses internacionais do comércio da 
madeira e da colonização de novas terras 
– agora já para o excedente demográfico 
de nossas áreas coloniais – associados aos 
interesses das classes dominantes regio-
nais e locais frente ao mesmo comércio.
O gado, as manchas de campos: o 
latifúndio feudal-mercantil
A atividade mercantil pecuarista do 
planalto – em função das fartas reservas de 
gado existentes nos campos da Região Sul 
do Brasil (Vacarias do Mar e dos Pinhais) e 
da distância a ser percorrida para alcançar 
a sua comercialização – nasce impreg-
nada de espírito nômade. Vicentistas-
-lagunenses e, principalmente paulistas, 
assumem a execução da tarefa de conduzir 
o gado de seus criatórios livres até a área 
de sua venda. As consequências de tal 
tarefa implicam na paulatina necessidade 
de sedentarização, dando origem a estân-
cias, vilas e povoados e transformando o 
meio de produção fundamental de móvel 
– o gado – em fixo, a terra. A conquista se 
efetiva trazendo consigo a concessão de 
sesmarias pela Coroa, gênese do monopólio 
das terras de campo pelos fazendeiros e da 
formação do poder local. 
De acordo com Ignacio

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