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SUSEPE
Agente Penitenciário
UOL CURSOS TECNOLOGIA 
EDUCACIONAL LTDA
1ª Edição
ISBN:978-65-5432-009-2
Todos os direitos desta edição são reservados a
Uol Cursos Tecnologia Educacional Ltda.
É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da 
empresa.
Uol Cursos Tecnologia Educacional Ltda.
 Al: Barão de Limeira, 425 –7º andar 01202-000 São Paulo -SP
www.acasadoconcurseiro.com.br
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS
VIDEOAULA
PROF. FABRICIO MULLER
www.acasadoconcurseiro.com.br
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS
3
PROGRAMA:
Cultura popular, personalidades, pontos turísticos, organização política e territorial, divisão 
política, regiões administrativas, regionalização do IBGE, hierarquia urbana, símbolos, estrutura 
dos poderes, fauna e flora locais, hidrografia e relevo, matriz produtiva, matriz energética e 
matriz de transporte, unidades de conservação, história e geografia do Estado, do Município e 
da região que o cerca.
Porto Alegre - Novo Hamburgo - Caxias do Sul - Santa Maria - Passo Fundo - Pelotas
Tópicos atuais, internacionais, nacionais, estaduais ou locais, de diversasáreas, tais como 
segurança, transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, 
desenvolvimento sustentável e ecologia.
Cultura popular Porto Alegre
MÚSICA NATIVISTA
No final dos anos 1970 a música nativista havia se expandido para o Brasil com os CTG’s (Centro 
de Tradições Gaúchas) e Os Almôndegas era um nome consagrado no centro do país. Na época 
os músicos do estado enfrentavam a dificuldade de que não contavam com uma gravadora de 
discos local, de forma que os artistas tinham que se deslocar até o eixo Rio - São Paulo, para 
poderem fazer os seus registros. Em 1978 o Estúdio ISAEC de Porto Alegre adquire uma mesa de 
gravação de 16 canais com o objetivo de lançar um selo (a gravadora ISAEC) e, no mesmo ano, 
lança a coletânea Paralelo 30, considerado um marco na música urbana do Rio Grande do Sul. 
O álbum, produzido pelo jornalista e crítico musical Juarz Fonseca,, reuniu seis compositores/
intérpretes: Bebeto Alevs, Carlinhos Hartlieb, a Raul Ellwanger, Cláudio vera Cruz, Nando D’Ávila 
e Nelson Coelho de Castro, cada um com duas canções registradas.
Esse álbum foi o início de uma experiência no desenvolvimento de uma indústria fonográfica 
na capital do Rio Grande do Sul, voltada, no primeiro momento, para o registro sonoro da 
música urbana.Em setembro de 1982 o produtor Ayrton "Patineti" dos Anjos criou o Festival 
Música Popular Gaúcha Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. O show foi uma resposta a uma 
provocação de um produtor carioca ao ver um show nativista, perguntando o que mais havia 
em Porto Alegre. Respondeu Patineti que havia a MPG, se referindo aos músicos da cidade. 
Durante cinco noites de shows se apresentaram Carlinhos Hartlieb, Jerônimo Jardim, Bebeto 
Alves, Nelson Coelho de Castro, Geraldo Flach, Raul Ellwanger, Marulo Kwitko, Pery Souza, 
Galileu Arruda e Berenice Azambuja, e o festival foi responsável por apresentar a MPG para 
o Brasil e por abrir portas no centro do país para muitos desses artistas. O festival ainda seria 
realizado em Porto Alegre, Santa Maria e Tramandaí. Em 1985 o espetáculo também virou disco.
ROCK
No início dos anos 1980 o rock do Brasil, começa a se popularizar com bandas como a carioca 
BLITZ, o que abriu espaço para o gênero se desenvolver no Rio Grande do Sul. Artistas como 
Alemão Ronaldo, Fughetti Luz (ambos do
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Bixo da Seda), Joe Euthanásia e Júlio Reny fazem a transição do rock dos anos 70 para os 80, 
criando bandas como Taranatiriça, Bandaliera, Guerrilheiro Anti-nuclear, Expresso do Oriente, 
entre outras, assim como os veteranos do Grupo Impacto, que emplacaram alguns hits nas 
rádios locais.
Em 1980 começou a funcionar um dos principais espaços do rock alternativo em Porto Alegre, o 
Bar Ocidente , e foi também um canal para a introdução de novas tendências internacionais. Ele 
atraiu a maior parte do público intelectual e universitário, da boêmia e de grupos contestadores 
que eram marginalizados e haviam perdido seus pontos de encontro favoritos.
Entre 1984 e 1985 se deu a chamada explosão do rock gaúcho.Com o advento da Ipanema FM 
como a rádio rock de Porto Alegre, o gênero encontrou espaço para crescer e foram formadas 
novas bandas, como Taranatiriça, Garotos da Rua, Os Replicantes e Astaroth.Essas bandas 
fariam parte da coletânea Rock Garagem, de 1984, produzida pela rádio e que serviu de cartão 
entrada para a nova geração, e encontraram espaço para apresentarem trabalhos autorais em 
bares e danceterias que foram surgindo na capital gaúcha voltados especificamente ao público 
jovem, como Taj Mahal, Bar Ocidente, Porto de Elis, Opinião, Rocket 88, dentre outros.
O dia 11 de Setembro de 1985, é considerado um dia histórico para o rock gaúcho. Pela primeira 
vez, com o festival Rock Unificado, bandas da cena local foram atração principal no ginásio 
Gigantinho, até então palco de estrelas nacionais e internacionais. Apresentaram-se na ocasião 
10 bandas que incluíam desde Garotos da Rua, que já se destacava na Capital e também pelo 
Interior, a formações mais recentes, como Engenheiros do Hawaii e TNT.
SAMBA
O samba também tem um espaço importante na cultura popular de Porto Alegre. O primeiro 
Carnaval de Corso, em Porto Alegre, foi em 1874, segundo narra Athos Damasceno em sua obra 
O Carnaval Porto-alegrense no Século XIX. Mas, antes disso, já se fazia alguma coisa. No livro de 
Athos, encontra-se a afirmação sobre os fundadores da cidade: "Nosso ancestral açorita tratou 
de trazer para cá – e trouxe mesmo – todos os teres e haveres de seu afamado tesouro cultural". 
O acervo português, trazido de além-mar, incluiu as festas populares.
Em 1946, houve a fundação da primeira tribo carnavalesca, exclusividade gaúcha, Os Caetés. 
Depois, vieram Xavantes, Tapuias, Bororós, Aimorés e Araxaneses. Foi categoria de muito brilho, 
atraindo turistas dos países vizinhos, que tinham preferência pelas lendas, hinos e coreografias 
de nossos índios carnavalescos. Hoje, duas apenas são ativas: Guaianazes e Comanches. A 
Rainha do Carnaval, Raquel Sampaio, é uma índia bonita dos Guaianazes. 
Outro ponto forte da Cultura Popular de Porto Alegre, são as feiras feiras de rua, que vendem 
desde alimentos, até artesanato e os Briques (do francês bric-à-brac, às vezes chamado brique-
a-braque ou apenas brique, se refere a coleções de diversos e velhos objetos de artesanato 
ou arte, tais como antiguidades, bijuterias, móveis, vestuários, entre outros). Há inclusive um 
órgão da Prefeitura, A Divisão de Fomento ao Artesanato da SMDE (Secretaria Municipal de 
Desenvolvimento Econômico) que promove a organização de feiras e briques em Porto Alegre
CULTURA AFRO
Foi nas cidades, especialmente em Porto Alegre, que os negros começaram a ensaiar formas de 
resistência ao domínio branco, e os quilmbos, formados com escravos fugidos, teriam um papel 
importante na preservação da sua história, cultura e identidade e nas lutas pela liberdade.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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Há na capital, o Percurso Negro, que evoca a presença, a memória, o protagonismo social e 
cultural dos africanos e descendentes no Centro Histórico da cidade de Porto Alegre, cuja 
pesquisa histórico antropológica indicou os lugares vivenciados pelos negros, a fim de elaborar 
objetos de arte representativos, como no Cais do Porto e antigos Ancoradouros; no Largo da 
Quitanda (Praça da Alfândega); no Pelourinho (Igreja das Dores); no Largo da Forca (Praça 
Brigadeiro Sampaio) e Esquina do Zaire (Av. Borges de Medeiros com Rua da Praia). No entorno, 
a partir das redes de relações sociais dos negros cativos e livres, temos a Igreja da Nossa Senhora 
do Rosário, o Mercado Público e a Santa Casa de Misericórdia, a Colônia África e o Areal da 
Baronesa.
 Negros do Rio Grande do Sul em 1852
 aquarela de Hermann Wendroth 
Nossa Senhora dos Navegantes
A Igreja de Nossa Senhora dosNavegantes é um dos templos católicos mais populares da cidade 
de Porto Alegre. É o foco de uma das maiores procissões da cidade no dia 2 de fevereiro.
Mosaico assinalando a 
entronização do Bará (orixá) 
do Mercado Público de Porto 
Alegre.
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Criada por iniciativa dos livreiros e editores gaúchos com apoio do jornalista Say Marques, 
diretor-secretário do Diário de Notícias, a Feira do Livro de Porto Alegre foi inaugurada em 1955. 
O evento é considerado referência no país por seu caráter democrático e pela consistência do 
trabalho que desenvolve na área da formação de leitores e de mediadores da leitura, além de 
programação cultural 100% gratuita.
Ela é realizada desde sua primeira edição na Praça da Alfândega, Centro Histórico da capital 
gaúcha. A Feira na Praça é dividida em Área Geral, Área Internacional e Área Infantil e Juvenil. 
Centenas de escritores, ilustradores, contadores de histórias e outros profissionais participam 
do evento, que conta com sessões de autógrafos, mesas-redondas, oficinas, palestras e 
programações artísticas, entre outras atividades.
Alguns desses eventos são realizados no Memorial do Rio Grande do Sul, Centro Cultural CEEE 
Erico Verissimo, Auditório da Livraria Paulinas, Auditório do Margs e Auditório da Inspetoria da 
Receita Federal. Em 2020, em função da pandemia, a Feira acontece, excepcionalmente, em 
ambiente virtual.
Em 2006, a Feira do Livro de Porto Alegre recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural, 
concedida pela Presidência da República, que a reconheceu como um dos mais importantes 
eventos culturais do Brasil.Um ano antes, havia sido declarada bem do Patrimônio Cultural 
Imaterial do Estado e, em 2010, foi o primeiro bem registrado, pela Prefeitura de Porto Alegre, 
como integrante do Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial da cidade. A 66ª edição ocorre de 
30 de outubro a 15 de novembro de 2020, por meio da plataforma on-line, preservando com 
inovação o maior evento cultural do Estado do Rio Grande do Sul.
PERSONALIDADES DE PORTO ALEGRE:
Osvaldo Aranha: nascido em 1894, o alegretense foi um dos políticos brasileiros mais 
influentes do século 20. Ministro da Fazenda e das Relações Exteriores em governos de Getúlio, 
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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como presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (1947/48), dirigiu os 
trabalhos da sessão que aprovou a criação do estado de Israel.
Landell de Moura: nascido em 1861, o padre católico porto-alegrense se notabilizou como 
cientista. Ficou conhecido por seus experimentos em telecomunicação e foi pioneiro ao conseguir 
a transmissão de som e sinais telegráficos sem fio, por meio de ondas eletromagnéticas, origem 
do telefone e do rádio.
Sarmento Leite: nascido em 1868, o médico porto-alegrense foi um dos fundadores, com 
Protásio Alves, da atual Faculdade de Medicina da Sarmento Leite: nascido em 1868, o médico 
porto-alegrense foi um dos fundadores, com Protásio Alves, da atual Faculdade de Medicina 
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1898. Foi professor catedrático de anatomia 
e tornou-se patrono,depois de ser diretor da faculdade por 20 anos., em 1898. Foi professor 
catedrático de anatomia e tornou-se patrono,depois de ser diretor da faculdade por 20 anos
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Mário de Miranda Quintana: Apesar de não ter nascido em Porto Alegre, é uma figura 
muito presente na história da Capital Gaúcha. Foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. 
Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal (Alegrete-RS), mudando-se em 1919 
para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções 
literárias. Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna.
Elis Regina: Nasceu em 17 de março de 1945 em Porto Alegre, RS. Foi a maior cantora brasileira 
de todos os tempos. Com técnica e garra, lançou alguns dos principais compositores brasileiros, 
como João Bosco e Aldir Blanc, Renato Teixeira, Fátima Guedes entre outros.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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Lupicínio Rodrigues: Lupi, como era chamado desde pequeno, compôs marchinhas de 
carnaval e sambas-canção, músicas que expressam muito sentimento, principalmente a 
melancolia por um amor perdido. Foi o inventor do termo dor-de-cotovelo, que se refere à 
prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar, pede um uísque duplo, e 
chora pela perda da pessoa amada.
Ronaldo de Assis Moreira: Mais conhecido como Ronaldinho Gaúcho ou simplesmente 
Ronaldinho. Nascido em Porto Alegre em 21 de março de 1980. É um ex jogador de futebol 
que atuava como meia-atacante. Venceu o prêmio Melhor Jogador de Mundo em 2004 e 2005, 
época em que viveu o grande auge de sua carreira. Foi o primeiro futebolista na história a ter 
conquistado a Champions League, a Libertadores, a Copa do Mundo e a também ter sido eleito 
o Melhor do Mundo.
Pontos turísticos Porto Alegre
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Usina do Gasômetro: Usina do Gasômetro, ou simplesmente Gasômetro, é uma antiga usina 
brasileira de geração de energia localizada na Orla do Rio Guaíba.
Casa de Cultura Mario Quintana: Originalmente Hotel Majestic, é um prédio histórico brasileiro 
e um centro cultural da cidade de Porto Alegre, um dos maiores e melhor aparelhados do Brasil. 
A Casa foi nomeada em homenagem a um dos maiores poetas brasileiros,Mário Quintana, 
nascido na cidade gaúcha de Alegrete, mas que adotou Porto Alegre como sua cidade de 
coração. O escritor viveu no hotel entre 1968 e 1980, no apartamento 217.
Teatro São Pedro: O Teatro São Pedro é um teatro brasileiro localizado na cidade de Porto 
Alegre, e é o teatro mais antigo da cidade.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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Igreja da Dores: A Igreja Nossa Senhora das Dores é uma igreja católica localizada na cidade de 
Porto Alegre, à Rua dos Andradas,587. É a mais antiga igreja da cidade ainda de pé.
Mercado Público: O Mercado Público de Porto Alegre é um centro de abastecimento no 
coração da cidade. Inaugurado em 1869, sobre o primeiro aterro da cidade, conta com 
106 estabelecimentos com um mix diferenciado de atividades. Com um diferencial de 
atendimento, não existe nenhuma loja com o sistema de auto serviço. Por conta disso, somos 
aproximadamente 1200 pessoas trabalhando diretamente no local.
O Mercado Público também atua como espaço para manifestações culturais e comunitárias da 
cidade, sendo cultuado por religiões afro por ter um importante assentamento de Bará.
Orla do Guaíba: Nos fins de semana, a avenida que costeia o lago, a Beira-Rio, é fechada para 
carros e dá espaço a ciclistas, skatistas, pedestres e moradores em geral, que munidos de uma 
garrafa térmica e uma cuia de chimarrão, contemplam o sol desaparecer no horizonte.
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Museu Iberê Camargo: Projetado pelo famoso arquiteto português Álvaro Siza, a Fundação 
Iberê Camargo, reúne obras do importante artista plástico gaúcho Iberê Camargo, além de 
abrigar exposições itinerantes. De dentro, os blocos de concreto que forma o moderno prédio 
são recortados por pequenas janelas de vidro, de onde é possível ver o Guaíba, logo à frente.
Parque da Redenção: Está entre os espaços públicos mais movimentados está o Parque 
Farroupilha, mais conhecido como Redenção.Aos sábados de manhã, uma feira orgânica toma 
conta de uma das ruas laterais do parque, a Rua José Bonifácio. Aos domingos, é a vez do Brique 
da Redenção,, a mais famosa feira da cidade, que reúne artesanato e antiguidades. 
Arena Grêmio: Inaugurada em 2012, a Arena do Grêmio está localizada em uma região próxima 
ao Aeroporto Salgado Filho e tem capacidade para mais de 55 mil torcedores. Na Arena é 
possível visitar o Museu do Grêmio e também fazer um tour de bastidores pelos vestiários, 
corredores e interior do estádio
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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Estádio Beira-Rio: A casa do Internacional, fica às margens do Guaíba (bem próximo ao Museu 
Iberê Camargo). O estádio também oferece visita guiada e há um museu e uma loja de artigos 
colorados.Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa - Abrange todos os setores de 
comunicação, da imprensa escrita, à publicidade e propaganda, televisão, vídeo, cinema, rádio 
e fonografia. Promove cursos, palestras e exposições temporárias. Rua dos Andradas, 959. De 
segundas a sextas, das 14h às 19h; sábados, das 9h às 14h. Tel: (051) 224-4252. Museu de Porto 
Alegre - (Solar Lopo Gonçalves) O acervo conta com 357 peças catalogadas, com 39 coleções, 
5 mil fotografias da cidade, acervo arqueológico com 6 mil evidencias, miniaturas de antigas 
residências açorianas. Rua João Alfredo, 582. Tel: (051) 221-6622. De terça à Domingo das 9h às 
12h e das 12h30 às 18h.
Brique da Redenção - Tradicional feira da cidade que acontece aos domingos, das 9h às 16h. 
Antigüidades, artesanatos, artes plásticas e eventos culturais paralelos. Av. José Bonifácio (junto 
ao Parque Farroupilha).
Brique da Tristeza - Artesanato e artes plásticas, com área infantil e shows. Aos sábados, das 
10h às 18h Av. Wenceslau Escobar, 1886 (ao lado do Supermercado Nacional). Casa do Artesão 
- Cursos, comercialização de artesanatos, exposições e cadastramento de artesões. Rua Dr. 
Flores, 455. fone: 226-3055, das 9h às 18h.
Arte na Praça - Integrado ao Brique, uma galeria ao ar livre com comercialização de 
telas, esculturas, fotografias, aquarelas, desenhos, caricaturas, xilogravuras entre outros. 
Apresentações de dança, música, teatro e declamação poética. 
Feira da Praça da Alfândega - Exposição de objetos em couro, bijuterias de metal, prata, alpaca, 
latão, tecido, entalhe em madeira e pintura a óleo. De segunda a sábado, das 9h às 19h, na 
Praça da Alfândega.
Feira da Cidade Antiga - Oferece culinária típica afro-brasileira, alemã, russa, chilena, peruana, 
italiana, comida campeira e peixe na taquara. Aos sábados, das 10h às 17h. Praça Brigadeiro 
Sampaio (Início da Rua dos Andradas)
Feiras Ecológicas - Aos sábados, das 7h 30 às 12h 30. Av. José Bonifácio (Feira Coolméia - Junto 
ao Parque Farroupilha) e Av. Princesa Isabel (Esquina com Gomes Jardim)
Museu do Exército - Rua dos Andradas em frente a Igreja Nossa Senhora das Dores. A entrada é 
franca e funciona de segunda a sexta das 09:00 as 17:00.
Museu do Banco Meridional - Construção em estilo neoclássico (1927/1932). Apresenta a 
história do dinheiro e dos bancos, com coleção de cédulas antigas, moedas, máquinas utilizadas 
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em bancos. Rua 7 de setembro, 1028. Tel: (051) 287-5000 ramal 5269. Segunda à sexta das 10h 
às 16h.
Museu do Trabalho - Inaugurado em dezembro de 1982, apresenta acervo composto por 
equipamentos e materiais que retratam a evolução das atividades produtivas no RS e sua 
dimensão sociológica. Rua dos Andradas, 230 - Centro -Tel.: (051)227.1450. De terças a 
domingos, das 13h às 18h
Laçador - Estátua em bronze que representa o gaúcho em sua vestimenta típica campeira. Foi 
executada pelo escultor Antônio Caringi e inaugurada em 1954. Na Praça do Bombeador, bairro 
São João, na entrada da cidade para quem vem da BR-116.
Monumento à Júlio de Castilhos - Com 22,5m de altura, foi executado na França pelo escultor 
brasileiro Décio Villares e inaugurado em janeiro de 1913. Praça Mal. Deodoro (Praça da Matriz).
Fonte Talavera de La Reina - Foi doada à cidade pela colônia espanhola de Porto Alegre em 
1935, por ocasião do Centenário da Revolução Farroupilha. Sinaliza o marco zero da cidade. 
Praça Montevidéo, em frente à Prefeitura Municipal.
Monumento ao Expedicionário - Construído em granito, apresenta-se como um duplo Arco do 
Triunfo e foi inaugurado em 1953 numa homenagem à Força Expedicionári Brasileira. Parque 
Farroupilha (Redenção).
Ponte de Pedra - A ponte, de três arcos planos, concluída em 1854, permitia a ligação viária do 
centro com as antigas chácaras da cidade. Foi tombada pelo município em 1979. Parque dos 
Açorianos - Centro.
Organização política e territorial
Porto Alegre
A cidade de Porto Alegre, apresenta a maior densidade demográfica no estado e maior dinâmica 
econômica entre as demais. Seu prefeito é Nelson Marchezan Júnior, que será sucedido por 
Sebastião Melo e janeiro de 2021.
Área Territorial: 495,390 km²
População Estimada: 1.488.252 pessoas
Densidade Demográfica: 2.837,53 hab/km²
Escolarização: 6 a 14 anos 96,6 %
IDHM (Índice de desenvolvimento humano municipal): 0,805
O estado do Rio Grande do Sul, conforme os ditames contidos na Carta Constitucional da 
República Federativa do Brasil, é governado por três poderes, o Executivo, representado pelo 
Governador, o Legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, e 
o Judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e outros 
tribunais e juízes. Além dos três poderes, o estado também permite a participação popular nas 
decisões do governo através de referendos e plebiscitos.
O Poder Executivo, gaúcho está centralizado no governador do Estado, que é eleito em sufrágio 
universal e voto direto e secreto pela população para mandatos de até quatro anos de duração,
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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podendo ser reeleito para mais um mandato. Sua sede é o Palácio Piratini, que desde 1921, é a 
sede do governo gaúcho.
A maior corte do Poder Judiciário Estadual é o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do 
Sul, localizada no Centro de Porto Alegre. Há também um Tribunal de Justiça Militar. O Poder 
Legislativo do Rio Grande do Sul é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Rio 
Grande do Sul, localizado no Palácio Farroupilha. Ela é constituída por 55 deputados, que são 
eleitos a cada quatro anos. No Congresso Nacional, a representação gaúcha é de 3 senadores e 
31 deputados federais.
O Rio Grande do Sul está dividido em 496 municípios. O mais populoso deles é a capital, 
Porto Alegre, com 1,4 milhões de habitantes, sendo a cidade mais rica do estado. Sua região 
metropolitana, possui aproximadamente 4,1 milhões de habitantes.
A geografia de Porto Alegre é, como na maioria das grandes cidades, heterogênea. A maior 
parte da cidade de Porto Alegre é cercada por prédios. A área do município de Porto Alegre é 
de 470,25 km² (Censo IBGE/2000). Destes, 44,45 km² estão distribuídos nas 16 ilhas do Delta do 
Jacuí sob jurisdição do município. Atualmente a cidade conta com 94 bairros. Possui um relevo 
montanhoso na região mais ao sul, apresentando morros, sendo o mais alto deles o Morro 
Santana, com 311 metros de elevação acima do nível do mar. A cidade ainda possui 70 km de 
margens banhadas pelo Lago Guaíba.
Ainda existem algumas áreas do território sem denominação oficial (zona indefinida) e que 
são conhecidas por "apelidos", como é caso do Morro Santana, Passo das Pedras e Aberta dos 
Morros. Atualmente a cidade conta com 94 bairros oficiais. Os cinco mais populosos e suas 
respectivas áreas, segundo dados do censo do IBGE de 2010, recalculados pelo ObservaPoa, 
são:
● Sarandi: 59 711 moradores
● Lomba do Pinheiro: 58 106 moradores
● Restinga: 53 508 moradores
● Paternon: 48 160 moradores
● Santa Tereza: 39 577 moradores
Regiões administrativas
Porto Alegre
Territorialização da Cidade
● Cidade de Porto Alegre sem Contornos;
● Regiões de Planejamento da Cidade;
● Regiões dos Orçamento Participativo;
● Bairros de Porto Alegre.
Serviços Municipais Regionalizados na Cidade
16
● Região 1 - Ilhas e Humaitá/Navegantes; 
● Região 2 - Norte e Nordeste;
● Região 3 - Leste;
● Região 4 - Paternon;
● Região 5 - Glória, Cruzeiro e Cristal;
● Região 6 - Sul e Centro Sul;
● Região 7 - Restinga e Extremo Sul;
● Região 8 - Centro;
● Região 9 - Lomba do Pinheiro;
● Região 10 - Eixo Baltazar e Nordeste.
Regionalização do IBGE
Divisão política
Porto Alegre
Limites do Município de Porto Alegre
Norte: Canoas
Nordeste: Cachoeirinha e Alvorada
Leste:Viamão e
Oeste: Eldorado do Sul
Região Geográfica Intermediária
Porto Alegre
Região Geográfica Imediata
Porto Alegre
Novo Hamburgo-São 
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER17
Leopoldo
Tramandaí-Osório
Taquara-Parobé-Igrejinha 
Camaquã
Charqueadas-Triunfo-São 
Jerônimo Montenegro 
Torres
Número de municípios por Região Geográfica
90
23
22
10
06
09
06
07
07
Hierarquia urbana
Porto Alegre
A hierarquia urbana é a maneira como as cidades organizam-se dentro de uma escala de 
subordinação. Na prática, ocorre quando vilas e cidades menores subordinam-se às cidades 
médias, e estas se subordinam às cidades grandes. Por meio da hierarquia urbana, pode-se 
conhecer a importância de uma cidade e a sua relação de subordinação ou influência sobre as 
outras que estão à sua volta. Essa teoria não é estabelecida apenas pelo tamanho da cidade 
ou pelo contingente populacional, mas especialmente pela quantidade e variedade de bens e 
serviços oferecidos. Quanto maior é a sua importância no processo produtivo, maior é a sua 
colocação na hierarquia urbana.
A ideia de hierarquia urbana, especialmente na atualidade, está vinculada ao conceito de rede 
urbana, que nada mais é do que a rede de relações econômicas, sociais e culturais que integram 
as cidades.
A rede urbana apresentada neste item é resultado do estudo Rede de Influência das Cidades do 
IBGE. Nesse estudo, o IBGE atualiza o quadro de referência da rede urbana brasileira de estudos 
já realizados e publicados em 1972, 1987, 2000 e 2008. Nele, a rede urbana está estruturada 
em duas dimensões: a hierarquia dos centros urbanos, dividida em cinco níveis; e as regiões de 
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influência, identificadas pela ligação das cidades de menor para as de maior hierarquia urbana. 
O elo final de cada rede são as Metrópoles, para onde convergem as vinculações de todas as 
Cidades presentes no Território Nacional.
As cidades brasileiras foram classificadas em cinco grandes níveis e estes subdivididos em dois 
ou três subníveis:
1. Metrópoles – centros urbanos que caracterizam-se por seu grande porte e por fortes 
relacionamentos entre si, além de, em geral, possuírem extensa área de influência direta. Possui 
três sub-níveis: Grande Metrópole Nacional, Metrópole nacional e Metrópole.
2. Capitais Regionais – centros urbanos com alta concentração de atividades de gestão, mas 
com alcance menor em termos de região de influência em comparação com as Metrópoles. 
Possui também três subdivisões: Capital Regional A, Capital regional B e Capital Regional C.
3. Centro Sub-Regionais – centros com atividades de gestão menos complexas, com áreas de 
influência de menor extensão que as das Capitais Regionais. Subdivididos em dois grupos: 
Centro Sub-Regional A e Centro Sub-Regional B.
4. Centros de Zona – nestas as cidades caracterizam-se por menores níveis de atividades de 
gestão, polarizando um número inferior de Cidades vizinhas em virtude da atração direta da 
população por comércio e serviços baseada nas relações de proximidade. Estão subdivididos 
em Centro de Zona A e Centro de Zona B.
5. Centros Locais – cidades que exercem influência restrita aos seus próprios limites territoriais, 
apresentam fraca centralidade em suas atividades empresariais e de gestão pública, geralmente 
tendo outros centros urbanos de maior hierarquia como referência para atividades cotidianas 
de compras e serviços de sua população, bem como acesso a atividades do poder público e 
dinâmica empresarial.
No Rio Grande do Sul a capital representa o mais alto nível nesta classificação. A rede de Porto 
Alegre se caracteriza por uma importante centralidade da Capital dentro de seu Estado, mas 
também por um número expressivo de níveis hierárquicos intermediários.
No total, a rede de Porto Alegre possui seis Capitais Regionais: as Capitais Regionais B do Arranjo 
Populacional de Caxias do Sul/ RS e do Município de Passo Fundo (RS), acompanhadas pelas 
Capitais Regionais C dos Arranjos Populacionais de Lajeado/RS, Santa Cruz do Sul/RS, Santa 
Maria/RS e Pelotas/RS. Há ainda um número elevado de Centros Sub-Regionais (39 centros 
urbanos).
A rede da Capital gaúcha apresenta uma série de Centros Sub-Regionais e mesmo Centros Locais 
que se reportam diretamente à Capital, ignorando as Cidades de centralidade intermediária. 
Essa situação é particularmente pronunciada na metade sul do Estado, caracterizada por uma 
densidade populacional mais baixa. Na porção norte, de maior fragmentação territorial dos 
Municípios, ainda há redes de Centros Locais subordinados a Centros Sub-Regionais. Contudo, 
estes últimos – como o Arranjo Populacional de Santo Ângelo/RS e os Municípios de Santa Rosa 
(RS), Ijuí (RS) e Cruz Alta (RS) – se ligam a Porto Alegre contornando as Capitais Regionais mais 
próximas. A rede de Porto Alegre se restringe ao território do próprio Estado.
Símbolos
Porto Alegre
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 Brasão de Porto Alegre Bandeira de Porto Alegre
Hino de Porto Alegre
Porto Alegre Valerosa
Porto Alegre "Valerosa"
Com teu céu de puro azul
És a jóia mais preciosa
Do meu Rio Grande do Sul
Tuas mulheres são belas
Têm a doçura e a graça
Das águas, espelho delas,
Do Guaíba que te abraça
E quem viu teu sol poente
Não esquece tal visão
Quem viveu com tua gente
Deixa aqui teu coração.
Estrutura dos Poderes
Porto Alegre
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO RS
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4 REGIÃO
TRIBUNAL JUSTIÇA
CÂMARA MEDIAÇÃO ARBITRAGEM DA CENTRAL VALORES DO MERCOSUL
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO GRANDE DO SUL
TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR DO ESTADO
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE PORTO ALEGRE
JUSTIÇA FEDERAL 1ª VARA CRIMINAL
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIÃO
TRIBUNAL JUSTIÇA
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
Fauna e flora locais
Porto Alegre
Considerada a cidade mais arborizada do Brasil, ostenta cerca de 1.000.000 de árvores em vias 
públicas, de 189 espécies, sendo as mais frequentes a extremosa, ligustro, jacarandá, ipês, 
jacarandás e flamboyãs.
Há espécies ameaçadas de extinção protegidas em Unidades de Conservação municipais de Porto 
Alegre, tais como o Bugio (Alouatta guariba), um macaco que alimenta-se de folhas e frutos e 
que necessita de amplas áreas de vegetação florestal para sobreviver. Da mesma forma, proteger 
os processos ecológicos é importante, porque a manutenção dos mesmos propicia condições 
para que haja vida neste planeta.Um dos objetivos da preservação é prevenir a simplificação 
dos sistemas naturais decorrente da perda de biodiversidade, resultante da ocupação humana 
do território e de suas atividades. Para citar um impacto negativo da perda de biodiversidade 
sobre nossa sociedade, pode-se dizer que plantas com potencial farmacológico deixam de ser 
conhecidas e pesquisadas, e remédios deixam de ser produzidos por consequência disso.
Ao redor de Unidades de Conservação existem zonas de amortecimento, as quais tem o objetivo 
de evitar, minimizar e compensar impactos negativos sobre elas. Para atingir esse objetivo, 
nestas zonas as atividades humanas estão sujeitas às normas, restrições e usos específicos. 
Estes itens, fazem parte de um documento técnico intitulado “Plano de Manejo” da Unidade 
de Conservação. No Plano de Manejo se estabelecem o zoneamento e as normas que devem 
presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais. Nas páginas das
Unidades de Conservação de Porto Alegre é possível obter cópias digitais dos Planos de Manejo 
já instituídos. As áreas naturais preservadas em cidades constituem um importante indicador 
de qualidade de vida para a população, bem como um abrigo para a fauna. Em Porto Alegre, as 
áreas preservadas abrigam diferentes espécies da flora nativa, inclusive várias ameaçadas de 
extinção.
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Hidrografia e relevo
Porto Alegre
Geologicamente a estruturado terreno portoalegrense é muito antiga. A cidade está localizada 
dentro dos limites da Bacia do Paraná, uma extensa bacia sedimentar que se estende para o 
norte até o centro do Brasil, cujos primeiros sedimentos foram depositados no Paleozóico, 
com vários acúmulos posteriores. Localmente o relevo da cidade é dominado pelo Maciço de 
Porto Alegre, parte do Cinturão Dom Feliciano, formado entre 2 e 2,4 bilhões de anos atrás e 
responsável pela existência da cadeia de morros que circunda a cidade. Os morros mais elevados 
são o Morro Santana, com 331m, o Morro da Polícia, com 291m, e o Morro Pelado, com 298m. 
A altitude média da cidade é de 10 m acima do nível do mar.
Na hidrografia local a formação mais importante é o lago Guaíba, popularmente chamado 
"rio Guaíba", que limita a cidade a oeste e cujas águas se acumulam no recesso de uma falha 
geológica que tem origem na cidade de Osório e termina na região de Guaíba, e que são 
contidas por uma barragem natural na altura da ponta de Itapuã. No lago deságuam os rios 
acima citados, recebendo também outros tributários menores. A região litorânea possui várias 
praias, mas sua balneabilidade é comprometida pela poluição.
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Matriz produtiva
Porto Alegre
Número de empregados, massa salarial e média salarial Porto Alegre é a 6ª maior economia do 
Brasil
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Matriz Energética
Porto Alegre
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A oferta de energia no Estado provém de usinas hidrelétricas, de termoelétricas a óleo 
combustível, a gás natural e a carvão mineral, e de fontes alternativas de energia como eólica 
e pequenas centrais termo e hidrelétricas. O Rio Grande do Sul vem investindo, ainda, no 
desenvolvimento de biocombustíveis como biodiesel, etanol e biogás. O Estado já conta, em 
2015, com nove usinas para a fabricação de biodiesel, com produção anual de 606 milhões de 
litros e capacidade nominal anual para produzir 1.363 milhões de litros, sendo o maior produtor 
nacional (ANP, 2015).
Unidades de conservação
Porto Alegre
As Unidades de Conservação administradas pelo município de Porto Alegre são: o Parque 
Natural Municipal Saint´Hilaire, o Parque Natural Morro do Osso, a Reserva Biológica do Lami e 
o Refúgio de Vida Silvestre São Pedro. Parque Natural Municipal Saint’Hilaire
O Parque Natural Municipal Saint’Hilaire é uma Unidade de Conservação da Natureza do 
grupo de Proteção Integral de 1.148 ha, cujos objetivos de proteção da área estão contidos 
no Decreto 14.289, de 16 de setembro de 2003, que o enquadrou no Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação da Natureza e mais recentemente no Sistema Municipal de Unidades 
de Conservação do Município de Porto Alegre.
Os objetivos legais do Parque são:
I - proteção e preservação dos ecossistemas e da diversidade biológica;
II - obtenção de conhecimentos científicos básicos e incentivo à pesquisa;
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III - integração da Unidade de Conservação com o entorno;
IV - educação sócio-ambiental continuada;
V - operacionalização da Unidade de Conservação;
VI - revisão periódica do Plano de Manejo.
Histórico
Desde 1898, a antiga Companhia Hidráulica Porto Alegrense, proprietária de grande parte da 
área, captava água com fins de distribuição à população. Na década de 1940, foi construída a 
Barragem da Lomba do Sabão, um reservatório para captação de Água com 75 ha de lâmina 
d'água. A água, captada e tratada, era bombeada para a Hidráulica Moinhos de Vento em 
Porto Alegre, para distribuição à população. O recalque da água utilizava a madeira para gerar 
energia, motivo pelo qual a Companhia plantou eucaliptos no local. A importância hídrica foi o 
motivo pelo qual a Prefeitura de Porto Alegre adquiriu a área em 1944, com fins de proteção 
da qualidade ambiental da bacia hidrográfica e suas águas. Pela Lei 16, de 29 de novembro, 
de 1947, passou a ser denominado “Jardim Botânico Municipal Parque Saint’Hilaire”. O nome 
homenageava o conhecido naturalista e viajante francês Augustin François Cesar Provensal 
Saint´Hilaire, que deixou um vivo relato sobre aspectos sociais e naturais do Rio Grande do Sul 
em seu livro Viagem ao Rio Grande do Sul, de 1820.
O Jardim Botânico era administrado pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos da 
Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov). Com a criação da Secretaria Municipal do Meio 
Ambiente de Porto Alegre (Smam), em 1977 o então Jardim Botânico passou a ser administrado 
por esta secretaria sob a denominação de “Parque Saint’Hilaire”, sendo separado em duas áreas: 
uma de Preservação Permanente com 950 ha e outra de 230 ha destinada à recreação pública. 
Em 2003 o Parque foi enquadrado no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, 
passando a denominar-se Parque Natural Municipal Saint’Hilaire. Seu espaço foi dividido em 8 
zonas de uso pelo Plano de Manejo elaborado em 2002, zoneamento este que passou a valer 
em relação à subdivisão em áreas de preservação e recreação determinada anteriormente. 
Parte do espaço é considerado área de uso intensivo onde é permitida a visitação, havendo 
ainda áreas intangíveis, dentre outras caracterizadas no zoneamento do Plano de Manejo. A 
área de uso intensivo conta com churrasqueiras, quiosques e canchas esportivas.
Importância Ambiental
O Parque abriga mais de 50 nascentes, as mais distantes da foz do Arroio Dilúvio, possuindo 
papel fundamental na conservação da bacia hidrográfica. A fitogeografia do Parque é formada 
pela Floresta Estacional Semi Decidual, ecossistema associado ao Bioma Mata Atlântica, a 
segunda maior floresta em diversidade biológica e também a segunda mais devastada do 
planeta, considerada área prioritária para conservação da biodiversidade. A composição da 
vegetação é dada por 450 ha de mata nativa e cerca de 300 ha de campo nativo. O campo 
nativo conta com áreas expressivas de butiazais, além de banhados. O butiazal é uma formação 
altamente ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul, devido à expansão urbana, agrícola e 
pecuária.
Entre 1944 e 1946, antes da criação do parque, foram plantados cerca de 450 mil árvores 
de diferentes variedades de eucaliptos, sobre as áreas de campo nativo. Atualmente, há 
120 hectares de Eucalyptus sp divididos em oito manchas e 10 hectares de Pinus sp, espécie 
exótica invasora. Em setores de planície de inundação em que se processa o extravasamento 
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de águas pluviais, obtém-se banhados. No parque eles se formaram, principalmente, depois 
da construção da Barragem Lomba do Sabão. É uma área rica em produtividade primária e um 
refúgio para nidificação de diversas espécies.
No Plano de Manejo, feito em 2002, foram identificadas no parque 56 espécies vegetais 
distribuídas em 27 famílias. Estima-se que esse número ultrapasse as 161 espécies e 54 famílias. 
Entre as espécies vegetais ameaçadas, destacam-se a canela-preta (Ocotea catharinensis) e, em 
vias de extinção, a corticeira da terra (Erythrina falccata) e as figueiras do gênero Fícus sp. O 
parque é um refúgio para a fauna da região metropolitana, com uma biodiversidade composta 
por 12 espécies diferentes de mamíferos, dentre eles graxaim, ouriço, gambá e mão-pelada, 
47 espécies de répteis (cobras, lagartos, lagartixas), 23 de anfíbios (sapos, pererecas e rãs), 14 
espécies de peixes que habitam a barragem e 88 espécies de aves, sendo que quatro estão 
ameaçadas de extinção: chupa-dente (Conopophaga lineata), patinho (Platyrinchus mystaceus 
niveigularis), cisca-folha (Sclerurus scansor cearensis) e choca-da-mata (Thamnophilus 
caerulescens cearensis).
Conselho Consultivo
O conselho Consultivo, criado pelo Decreto 15.223, de 20 de junho, de 2006, é atuante e possui 
papel fundamental na gestão compartilhada do Parque. É composto por 8 representantes de 
instituições da sociedade civil ou de ensino e 8 representantes de órgãos públicos.
Visitação
A entrada é gratuitae visitas orientadas podem ser agendadas por instituições de ensino e 
pesquisa. Em dias de condições climáticas adversas (chuvas e/ou ventos), o Parque não abre 
para visitação.
Endereço: Avenida Senador Salgado Filho (RS-040), 2785, parada 38, bairro Vera Cruz – Viamão
E-mail: sainthilaire@smam.prefpoa.com.br
Horário: terças a domingos, das 8h00 às 17h30, com saída às 18h.
Parque Natural Morro do Osso
O Morro do Osso, com 143m de altura, faz parte da cadeia dos morros graníticos existentes 
em Porto Alegre e localiza-se próximo à margem do Lago Guaíba. Possui 220 hectares de área 
natural e constitui-se num importante reduto biológico, praticamente isolado pela urbanização 
dos bairros Tristeza, Ipanema, Camaquã e Cavalhada, adjacentes ao morro. Do alto do morro 
tem-se uma das vistas mais belas do município, com o Lago Guaíba, o Delta do Jacuí, os morros 
Santa Tereza, Teresópolis, Agudo, da Tapera, das Abertas e o da Ponta Grossa.
Parte do Morro do Osso constitui-se no Parque Natural do Morro do Osso, com área de 127 
hectares. A luta pela preservação do Parque Natural do Morro do Osso tem mais de 20 anos. 
Por apresentar uma grande biodiversidade e resquícios de Mata Atlântica, o morro motivou 
ambientalistas do município, comunidades do entorno, universidades e órgãos públicos a buscar 
a conservação com a criação da Comissão Permanente em Defesa do Morro do Osso.
Em 1979, o parque foi transformado em área de preservação ecológico pelo Plano Diretor 
da cidade. Em 1990, foi realizado o primeiro passeio ecológico para preservação da área e 
efetivação do parque. Em 1994, foi criado o Parque Natural Morro do Osso.
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Atualmente, o parque abrange uma área de 57 hectraes, já desapropriados, com ampliação 
prevista pelo Plano Diretor para 127 hectares, o que irá garantir a proteção do local
Flora
Aproximadamente 60% da vegetação natural do Morro do Osso é constituída por formações 
florestais de dois tipos: a floresta alta e a floresta baixa. O restante é constituído por 
comunidades herbácea-arbustivas, formadas pelos campos pedregosos e pelas capoeiras e 
vassourais. Na floresta alta e úmida, com forte influência da Mata Atlântica, destacam-se a 
figueira-purgante (Ficus insipida), a canela-ferrugem (Nectandra oppositifolia) e a corticeira-da-
serra (Erythrina falcata).
A floresta baixa geralmente ocupa os topos ou as encostas superiores do morro é representada 
pela capororoca (Myrsine umbellata), a aroeira-brava (Lithraea brasiliensis), o branquilho 
(Sebastiania commersoniana ) e o camboim (Myrciaria cuspidata).
O Morro do Osso apresenta também algumas espécies arbóreas sob possível ameaça de 
extinção, como a canela preta (Ocotea catharinensis) e a corticeira-daserra. Além disso, ocorrem 
espécies com distribuição muito restrita em Porto Alegre, como o sobraji (Colubrina glandulosa).
Fauna
Levantamento e estudos constataram a existência de grande diversidade de fauna no Morro 
do Osso. Entre os anuros, destacam-se sapo de cova (Bufo dorbignyi), perereca do banhado 
(Hyla pulchella), rã criola (Leptodacylus ocellatus) e rã chorona (Physalaemus gracilis). Entre os 
répteis encontram-se lagartos de papo amarelo (Tupinambis merianae), lagartixa verde (Teius 
oculatus), serpente papa-pinto (Philodryas patagoniensis), coral verdadeira (Micrurus altirostris) 
e jararaca pintada (Bothrops neuwiedi).
Além dessas espécies, no Morro do Osso foram registrados cerca de 65% da avifauna 
encontrada em Porto Alegre. Pode-se visualizar espécies de mata aberta, de borda de mata e 
campo, destacando-se o sabiá-ferreiro (Turdus subalaris), juruvia (Vireo olivaceus), pula-pula 
(Basileuterus culicivorus) e pica-pau (Veniliornis spilogaster). Além disso, o local abriga aves 
raras, como o gaviãozinho (Accipiter striatus), o gavião-rabo-curto (Buteo brachyurus) e o beija-
flor-de-topete (Stephanoxis lalandi).
Alguns mamíferos, como pequenos roedores e espécies raras como o bugio-ruivo (Alouatta 
guariba clamitans) e o ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus) também foram identificadas no 
local.
Plano de Manejo
Clique aqui para ter acesso ao Plano de Manejo Participativo do Parque Natural do Morro do 
Osso em PDF.
O Parque Natural Morro do Osso disponibiliza visita orientada às quartas e sextas-feiras, das 
8h30 às 12h e das 14h às 17h, e sábados, das 8h30 às 12h, para
Escolas e grupos com no mínimo 10 (dez) pessoas. E-mail: morrodoosso@smam.prefpoa.com.
br
Endereço: Rua Irmã Jacobina Veronese, s/nº, bairro Ipanema
Telefone: (51) 3289-5070 ou 3289-5071
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Horário de Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 8h às 18h
Área: 127 hectares
Inaugurado em: 1994
Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger
A unidade de conservação possui grande variedade de ambientes, como matas ciliares, 
banhados, juncais, matas de restinga, maricazais, vassourais e campos arenícolas, contribuindo 
para a diversidade de espécies da flora e fauna silvestre. 
A ocorrência da Ephedra tweediana, vegetal considerado raro e endêmico, característico das 
matas de restinga, e é um dos ecossistemas mais ameaçados no Rio Grande do Su motivou ação 
inicial para a criação da Reserva Biológica do Lami, em 1975.
Ocorrem na Reserva Biológica espécies ameaçadas de extinção em diferentes status de 
conservação (de acordo com as listas oficiais do Estado)- raras, endêmicas e imunes ao corte. 
Entre elas, pode-se destacar a figueira da folha miúda (Ficus Cestrifolia), a corticeira do banhado 
(Erythrina crista-galli) e o butiazeiro (Butia odorata), espécies protegidas por leis municipais e 
estaduais e imunes ao corte.
Por meio de estudos científicos, foram identificadas na Reserva do Lami mais de 300 espécies 
vegetais nativas, um número muito superior de espécies animais e mais de 200 espécies de aves 
nativas, inclusive migratórias, locais, regionais e continentais. Os banhados em seus diferentes 
gradientes de umidade, além daqueles sazonais (que tem seus ciclos vitais atrelados a épocas 
do ano de cheias), assim como os juncais, são considerados berçários para muitos organismos 
aquáticos como peixes, anfíbios e moluscos. Além disso, nas elevações arenosas é possível 
encontrar ovos de tartaruga e de lagartos.
A capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), o maior roedor do planeta, pode ser encontrada 
principalmente nas matas ciliares, em razão de seus hábitos semiaquáticos. Também são vistas 
em transição entre ambientes terrestres próximo a cursos d’água. A espécie vive em pequenos 
agrupamentos. Há ainda a ocorrência do jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris). Espécies 
ameaçadas de extinção, no status vulnerável, como a lontra (Lontra longicaudis) e o bugio-ruivo 
também ocorrem na região. 
A Reserva Biológica do Lami José Lutzeberger presta importantes serviços ambientais com a 
salvaguarda de seus ecossistemas e biodiversidade. Entre seus principais objetivos estão a 
conservação da natureza, a pesquisa científica e a educação ambiental. Visitas educativas com 
grupos podem ser agendadas pelo e-mail reservalami@smam.prefpoa.com.br. 
Telefone: 3263-1079 - E-mail: reservalami@smam.prefpoa.com.br - Área: 204,04 hectares - 
Endereço: Avenida Otaviano José Pinto, s/nº, bairro Lami
E-mail: reservalami@smam.prefpoa.com.br - Área: 204,04 hectares - Inaugurada em 1975
Refúgio de Vida Silvestre São Pedro
Criado por meio do Decreto Municipal 18.818, de 16 de outubro de 2014, o Refúgio de Vida 
Silvestre São Pedro é uma Unidade de Conservação (UC) da natureza de Proteção Integral, 
localizado na zona Sul da cidade. O local é habitat de espécies animais raras e ameaçadas de 
extinção, como o mão-pelada, o graxaim e o bugio-ruivo, e está inserido no maior fragmento de 
Mata Atlântica de Porto Alegre, com vegetação florestal e campestre.
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As UC são áreas protegidas estabelecidas pela Lei Federal 9.985/2000 e pela Lei Complementar 
municipal 679/2011 e podem ser de duas categorias: de Proteção Integralou de Uso 
Sustentável. As UC de proteção integral são aquelas em que é permitida apenas a pesquisa, a 
visitação regrada e instalação de estruturas para garantir a conservação da área e em algumas 
categorias o lazer em contato com a natureza. No local, é permitido apenas o uso indireto 
dos recursos naturais, possibilitando a realização de pesquisas científicas, práticas espirituais 
tradicionais indígenas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de recreação 
em contato com a natureza e de turismo ecológico. Conforme o Decreto, a criação do Refúgio de 
Vida Silvestre São Pedro tem como objetivos assegurar a conservação da biodiversidade local, 
garantindo condições para a existência da fauna de mamíferos, especialmente do bugio-ruivo 
(Alouatta guariba clamitan), espécie ameaçada de extinção no Estado do Rio Grande do Sul, 
segundo o Decreto Estadual nº 41.672, de 11 junho de 2002; proteger integralmente e regenerar 
os ecossistemas naturais da mata atlântica e dos campos nativos por abrigarem espécies raras 
e endêmicas; manter e recuperar nascentes de cursos d'água; incentivar o fortalecimento da 
cultura indígena e consequentemente possibilitar à sociedade em geral aprender o espírito 
indígena de relacionar-se com a natureza e com o meio ambiente; desenvolver atividades de 
educação e interpretação ambiental, recreação em contato com a natureza e turismo ecológico; 
e promover o fortalecimento de ações que oportunizem uma relação sustentável entre a cultura 
indígena, meio ambiente e sociedade.
Histórico da criação - De 16 de setembro a 30 de outubro de 2013, a Smam organizou Consulta 
Pública on-line sobre o tema. A pesquisa contou com a participação de 334 pessoas e Em 03 de 
setembro de 2013, ocorreu a Audiência Pública sobre a proposta do município de criação da 
unidade de conservação da natureza, na sede do Clube Lajeado (avenida Edgar Pires de Castro, 
9316). A reunião contou com a participação de mais de 200 pessoas.
Limites do Refúgio - Os imóveis que compõem a Unidade de Conservação Refúgio de Vida 
Silvestre São Pedro são aqueles registrados na 3ª Zona de Porto Alegre assim descritos: toda 
a área de terras registrada sob a matrícula nº 54.506, com área de 53,4146ha; toda a área de 
terras da matrícula nº 119.822, com área de 12ha, registrado no Livro 3AT, fl. 124, nº 37.770 no 
3º Cartório de Registro de Imóveis de Porto Alegre, na matrícula nº 119.823, com área de 4ha, 
registrado no Livro 3-UA, fl. 80, nº 37.770 no 3º
Cartório de Registro de Imóveis de Porto Alegre e um excesso de área das duas matrículas 
referidas acima, com 11,477ha e parte da matrícula nº 16.180, fl. 1 do livro nº 2 do Registro 
Geral, com área de 64,63ha, tendo como frente o primeiro imóvel citado, situado na Estrada das 
Quirinas, nº 6301.
A área abrangida pela Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre São Pedro tem a 
seguinte descrição: parte-se do ponto situado no extremo sul da propriedade, ponto formado 
pela esquina da Estrada das Quirinas com o Beco da Taquara, o qual mede 272,5m, um rumo 
de 43°45’ NE, de seu extremo parte o segundo ali nhamento que tem rumo 52°38’ NE, com 
comprimento de 138,5m, esse pri meiro e segundo alinhamentos totalizam a divisa SE da 
propriedade que acompanha a Estrada das Quirinas numa extensão de 411m, do extremo 
do 2° alinhamento inicia a divisa NE da propriedade com terras que são ou foram de Virgílio 
Freitas Guimarães, composta unicamente pelo 3° alinhamento numa extensão de 2.488m 
percorrida sobre o rumo 43°34’ N O até encontrar a margem esquerda de uma sanga, onde 
encontra o limite da propriedade de terras que são ou foram de Jockey Club do Rio Grande do 
Sul, parcialmente incluída neste gravame, totalizando 136,14ha de superfície.
Endereço: Estrada das Quirinas, 6.301, bairro Lami (entrada pelo Beco Passo da Taquara)
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História
Porto Alegre
Localizada em uma região habitada pelo homem desde 11 mil anos atrás, Porto Alegre 
estabeleceu-se como cidade somente no século XVIII. Até então o território do Rio Grande do Sul 
ainda pertencia legalmente aos espanhóis, mas desde o século XVII os portugueses começaram 
a dirigir esforços para a conquista, e foram progressivamente penetrando no território pelo 
nordeste, chegando através do Caminho dos Conventos, uma extensão da Estrada Real, à região 
da Vacaria dos Pinhais, e dali descendo para Viamão. A penetração foi realizada por bandeirantes 
que vinham em busca de escravos índios e por tropeiros que caçavam os grandes rebanhos de 
gado bovino, mulas e cavalos que viviam livres no estado. Mais tarde os tropeiros passaram a 
se radicar no sul, transformando-se em estancieiros e solicitando a concessão de sesmarias. 
A primeira delas foi outorgada em 1732 a Manuel Gonçalves Ribeiro na Parada das Conchas, 
onde hoje é Viamão. Outra via de penetração foi através do litoral, fundando-se em 1737 uma 
fortaleza onde hoje é Rio Grande, com o objetivo dar assistência à Colônia do Sacramento, no 
Uruguai.
Depois da assinatura do Tratado de Madrid (1750) o rei de Portugal determinou que fosse 
reunido um grupo de quatro mil casais dos Açores para povoar o sul, mas efetivamente foram 
transportados apenas cerca de mil casais, que se espalharam pelo litoral entre Osório e Rio 
Grande, e um pouco pelo interior. Cerca de 500 pessoas se fixaram em 1752 à beira do lago 
Guaíba, no chamado Porto de Viamão, o primeiro nome da futura Porto Alegre. Os conflitos 
locais entre portugueses e espanhóis, porém, não foram contidos pelo Tratado. Rio Grande foi 
invadida por espanhóis em 1763, a população portuguesa fugiu e o governo da Capitania do 
Rio Grande de São Pedro se mudou às pressas para Viamão. O Porto de Viamão foi elevado a 
freguesia, com o nome de Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, em 26 de março de 
1772, hoje estabelecida como data oficial da fundação da cidade.
Em vista da sua melhor situação geográfica e estratégica, em 25 de julho de 1773 o governador 
da Capitania, Marcelino de Figueiredo, determinou a transferência da capital de Viamão para lá, 
quando a freguesia já tinha cerca de 1.500 habitantes.
Em 16 de dezembro de 1812 Porto Alegre tornou-se sede da Capitania de São Pedro do Rio 
Grande do Sul, recém criada, e cabeça da comarca de São Pedro do Rio Grande e Santa Catarina. 
Em 1814 o novo governador, Dom Diogo de Sousa, obteve a concessão de uma grande sesmaria 
ao norte, com o fim expresso de estimular a agricultura local. Com o crescimento de cidades 
próximas como Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha, e em vista de sua privilegiada situação 
geográfica, na confluência das duas maiores rotas de navegação interna - a do rio Jacuí e a da 
Lagoa dos Patos - Porto Alegre começava a se tornar o maior centro comercial da região. A 
frota permanente que frequentava o porto nesta altura contava com cerca de cem navios, e 
foi aberta uma alfândega. Também se iniciavam exportações de trigo e charque. Em 1816 se 
haviam comerciado 400 mil alqueires de trigo para Lisboa, e em 1818 se venderam mais de 120 
mil arrobas de charque, produto que logo assumiria a dianteira na economia local.
Em 1822 a vila ganhou foro de cidade. A partir de então chegaram os primeiros imigrantes 
alemães, instalando restaurantes, pensões, pequenas manufaturas, olarias, alambiques e 
diversos estabelecimentos comerciais. Como a situação econômica da Capitania não ia bem, 
pressionada por pesados impostos e negligenciada pelo governo imperial, em 1835 estalou 
em Porto Alegre a Revolução Farroupilha. Tomada em 1836 pelas tropas imperiais, a partir de 
então a cidade sofreu três longos cercos até o ano de 1838. Foi a resistência a esses cercos que 
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fez D. Pedro II dar à cidade o título de "Mui Leal e Valorosa". Apesar do inchaço populacional 
daqueles tempos, a malha urbana só voltou a crescer em 1845, após o fim da revolução e com a 
derrubada das muralhas que cercavam a cidade.
No período de 1865 a 1870 a Guerra do Paraguai transformou acapital gaúcha na cidade mais 
próxima do teatro de operações. A cidade recebeu dinheiro do governo central, além de serviço 
telegráfico, novos estaleiros, quartéis, melhorias na área portuária. Em 1872 as primeiras linhas 
de bonde entraram em circulação. Construiu-se a Usina do Gasômetro (1874) para geração 
de energia e implantou-se uma rede de esgotos (1899), enquanto que os bairros da cidade se 
expandiam.
Na virada do século XX Porto Alegre passou a ser imaginada como o cartão de visitas do Rio 
Grande do Sul, idéia alinhada com os propósitos do Positivismo, corrente filosófica abraçada 
pelos governos estadual e municipal, e por isso a cidade deveria transmitir uma impressão de 
ordem e progresso. Para transformar a idéia em fato, a Intendência, a cuja testa estava José 
Montaury, iniciou um enorme programa de obras públicas. Montaury permaneceu no governo 
municipal por 27 anos, sendo sucedido por Otávio Rocha e Alberto Bins, que em linhas gerais 
mantiveram a mesma orientação. A fim de melhor controlar o processo de desenvolvimento, o 
município atraiu para si a responsabilidade sobre muitos serviços públicos, como o fornecimento 
de água encanada, iluminação, transporte, educação, policiamento, saneamento e assistência 
social, em um volume que ultrapassava em muito o hábito da época e superava o que faziam na 
mesma altura São Paulo e Rio de Janeiro.
Em 1940 o município contava com cerca de 385 mil habitantes e seus índices de crescimento 
eram positivos para a indústria, a construção civil, a educação, a saúde, a eletrificação, o 
saneamento, o movimento portuário, os transportes e as obras de urbanização. A segunda 
metade do século XX foi caracterizada por um acelerado crescimento urbano e populacional, 
e os sucessivos administradores se empenharam novamente em uma série de investimentos 
em obras públicas, enquanto a cidade via desaparecer, sob a onda do progresso, boa parte de 
suas edificações antigas. Paralelamente, a cultura de Porto Alegre se caracterizou por um forte 
colorido político, reunindo expressivo grupo de intelectuais e produtores artísticos influentes 
alinhados ao Existencialismo e ao Comunismo. Entre o fim da década de 1950 e os anos que 
precederam o golpe militar de 64 foram montadas peças teatrais de vanguarda, em polêmicas 
abordagens de crítica social; as artes plásticas mostravam uma arte realista/expressionista de 
mesmo perfil, que por vezes adquiria um tom panfletário. Porto Alegre nas últimas décadas 
se tornou uma das grandes metrópoles brasileiras, internacionalizou sua cultura, se tornou 
um modelo de administração pública, dinamizou sua economia a ponto de se tornar uma das 
cidades mais ricas do mundo, e alcançou altos níveis de qualidade de vida, mas ao mesmo 
tempo passou a experimentar os problemas que afligem outros grandes centros urbanos do 
Brasil, com o surgimento de favelas, de dificuldades no trânsito e crescimento da poluição e dos 
índices de criminalidade.
Geografia
Porto Alegre
A área de Porto Alegre, de 496,684 km2 , é um ponto de encontro de distintos sistemas naturais 
que imprimem uma geografia diversificada à cidade. Um anel de morros graníticos com 730 
milhões de anos emoldura a região de planície onde está o grande centro urbano da cidade, 
ocupando 65% de seu território. Os morros fazem parte de uma plataforma originada de 
rochas que se fundiram sob pressão e calor intensos no interior da terra e depois emergiram, 
44
elevando-se à altura de montanhas. Hoje, desbastadas e fendidas pela erosão de milhões de 
anos, formam pequenos morros de cume arredondados que dominam a paisagem da capital. 
O Morro Santana, com 311 m de altura, é o ponto mais alto, com matas e campos nativos, 
cachoeiras, banhados, charcos, lagos, córregos e cascatas.
Esta formação geológica foi uma espécie de contensão natural para a ocupação do município em 
direção à zona sul, e contribuíu para que Porto Alegre conserve 30% de seu território como área 
rural, a segunda maior entre as capitais brasileiras. Outra parte do território da capital, cerca 
de 44 km², estão distribuídos em 16 ilhas do Lago Guaíba sob jurisdição do município. O lago 
contorna a cidade numa extensão 70 km de orla fluvial a expressão geográfica mais marcante da 
capital gaúcha. O conjunto de ilhas, parques e de áreas de preservação natural, somado à área 
rural e ao elevado índice de arborização das vias públicas, fazem de Porto Alegre uma cidade 
verde, acima do recomendado pela organização Mundial da Saúde (OMS). Outros dados:
Fundação oficial: 26 de março de 1772
Localização: Latitude – 30° / Longitude W – Greenwich 51°. Capital mais meridional do Brasil
Altitude: 10 m
Área: 496,684 km2
Relevo: A cidade ocupa uma área de planície circundada por 40 morros que abrangem 65% da 
sua área. É limitada pela orla fluvial do lago Guaíba, de 72
quilômetros de extensão.
População: 1.409.351 ( Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010 )
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): 0,865
História do Rio 
Grande do Sul
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A bandeira do estado do Rio Grande do Sul foi adotada como símbolo oficial do estado no ano de 
1891 e sua autoria é incerta. Alguns estudos apontam como sendo do major Bernardo Pires, do 
Exército Republicano, porém outros historiadores afirmam ser de autoria do engenheiro militar 
José Mariano de Mattos. A bandeira tem origem nos desenhos dos rebeldes da Guerra dos 
Farrapos, que ocorreu no ano de 1835. A composição original não possuía o brasão de armas.
Por muito tempo, a bandeira não possuiu uma lei que a descrevesse ou regulamentasse seu 
uso. Em 1937, durante o regime político do Estado Novo, o presidente Getúlio Vargas ordenou 
que todos os símbolos estaduais fossem abolidos, incluindo bandeiras e brasões. Devido a 
esse acontecimento, a bandeira só foi reestabelecida novamente no ano de 1966, quando foi 
sancionada a lei que regulamentava seu uso e descrição.
A bandeira do Rio Grande do Sul é formada por um retângulo dividido em três faixas diagonais 
nas cores verde, vermelho e amarelo. Na seção vermelha, coincidindo com o centro da bandeira, 
está disposto um círculo branco com o brasão do estado em seu interior.
Não há um consenso sobre o significado exato das cores da bandeira sul-rio-grandense. 
Muitas teorias envolvem aspectos políticos e históricos que entram em contradição em algum 
momento. Entretanto, a simbologia mais aceitável é a que considera as cores separadamente e 
atribui um significado a cada uma dela:
● A cor verde representa as matas dos Pampas e a riqueza natural da região;
● A cor vermelha simboliza os ideais revolucionários que marcaram a história do estado, assim 
como a coragem do povo;
● A cor amarela representa as riquezas do território do Rio Grande do Sul.
Rio Grande do Sul 
e sua População
O Estado do Rio Grande do Sul está localizado na região Sul do Brasil.
A capital é Porto Alegre e a sigla RS.
● Área: 281.737,947
● Limites: O Rio Grande do Sul limita-se ao sul com o Uruguai, a oeste com a Argentina, a
leste com o oceano Atlântico e ao norte com Santa Catarina
● Número de municípios: 497
● População: 11.377.239 milhões de habitantes, conforme a estimativa do IBGE para 2019
● Gentílico: gaúcho
● Principal cidade: Porto Alegre
Densidade demográfica 39,79 hab/km² [2010]
Matrículas no ensino fundamental 1.298.736 matrículas [2018]
Matrículas no ensino médio 338.065 matrículas [2018] 
Docentes no ensino fundamental 73.770 docentes [2018] 
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Docentes no ensino médio 27.771 docentes [2018]
Número de estabelecimentos de ensino fundamental 5.926 escolas [2018]
Número de estabelecimentos de ensino médio 1.503 escolas [2018]
IDH Índice de desenvolvimento humano 0,746 [2010]
Rendimento mensal domiciliar per capita 1.705 R$ [2018]
Total de veículos 7.077.972 veículos [2018]
Rendimento nominal mensal domiciliar per capita 1.705,00 R$ [2018]
Pessoal ocupado na Administração pública, defesa e seguridade social 350.956 pessoas [2017]
População NativaHabitada inicialmente por índios Charrua/Minuano, Guarani e Kaingang, o território do Rio 
Grande do Sul passou a pertencer à Espanha com o Tratado de Tordesilhas, em 1494, que 
estabeleceu os limites com Portugal. A exploração econômica e a possibilidade de escravização 
dos indígenas atraiu a atenção dos colonizadores europeus, e, ao mesmo tempo, provocou o 
envio de jesuítas espanhóis para converter os nativos.
Um dos primeiros registros que faz referência à região data de 1531, quando os navegadores 
portugueses Martin Afonso de Souza e Pero Lopes, de passagem pela costa (na qual não 
desembarcaram), batizaram a barra (onde alguns anos depois, foi aberta a passagem para os 
navios, do oceano para a Lagoa dos Patos) com o nome de Rio Grande de São Pedro.
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Tidos como extintos, os índios charrua sobreviveram 'invisíveis' por décadas e hoje lutam 
por melhores condições de vida A história da etnia tinha um final conhecido: o confronto de 
Salsipuedes, em 1831. O embate acabou se tornando um massacre oficial (planejado pelo 
governo uruguaio) e desleal. Caciques foram convidados a discutir uma aliança contra o Brasil, 
mas, desarmados, acabaram mortos, presos ou obrigados a trabalharem para estancieiros. Até 
mães foram separadas de seus filhos.
A herança cultural charrua, principalmente a língua, acabou se perdendo ao longo do tempo. 
parte da etnia conseguiu cruzar a fronteira com o Brasil e se instalar na região das Missões, no 
noroeste gaúcho. A invisibilidade social viria a se tornar a principal estratégia de sobrevivência.
Mas como pode uma versão equivocada da história vigorar por tanto tempo? grupos que 
acabaram escapando desses massacres, se refugiaram nos fundos de grandes latifúndios, em 
regiões impróprias para criação de gado, longe das sedes de estâncias, e lá se mantiveram" 
Dados oficiais dizem que existem atualmente na 6397 Charruas na Argentina e 42 no Rio Grande 
do Sul (INDEC, 2010) (Siasi/Sesai, 2014).
48
Índios Charrua e Minuano
No Rio Grande do Sul, os índios Charrua/Minuano ocupavam áreas de campos do sudoeste, até 
aproximadamente a altura dos rios Ibicuí e Camaquã, mas também se estendiam para o pampa 
uruguaio e as pequenas porções do território argentino.
Cada uma delas, entretanto, ocupava áreas bem-definidas. Os Charrua “moravam mais para o 
oeste, ocupando ambas as margens do Rio Uruguai e tiveram maior contato com o colonizador 
espanhol”, enquanto que os Minuano “se localizavam mais para leste, nas áreas irrigadas pelas 
lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira, com extensão até as proximidades de Montevidéu; 
tiveram maior contato com os portugueses”
Os Charrua/Minuano praticavam a caça, a pesca e a coleta. Nas primeiras décadas do século 
XVI, as expedições sobre os territórios Charrua/Minuano foram esporádicas. Entretanto, a partir 
de meados deste mesmo século e primeiras décadas do século XVII, os interesses das Coroas 
Ibéricas crescem na região e alianças com lideranças Charrua, como Zapicán, Miní, Guaytán, 
e lideranças Minuanas, como Cloyan e Lumillan, passam a ser efetivadas. Possivelmente pela 
lógica nativa, essas alianças possibilitaram vantagens das parcialidades lideradas por estes 
caciques para lutarem contra os grupos indígenas inimigos que também ocupavam o território.
O contato dos Kaingang com a sociedade teve início no final do século XVIII e efetivou-se 
em meados do século XIX, quando os primeiros chefes políticos tradicionais (Põ’í ou Rekakê) 
aceitaram aliar-se aos conquistadores brancos (Fóg), transformando-se em
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capitães. Esses capitães foram fundamentais na pacificação de dezenas de grupos arredios 
que foram vencidos entre 1840 e 1930. Entre os desdobramentos dessa história, destacam-se 
o processo de expropriação e acirramento de conflitos, não apenas com os invasores de seus 
territórios, mas intragrupos kaingang. Os Kaingang vivem em mais de 30 Terras Indígenas que 
representam uma pequena parcela de seus territórios tradicionais.
Índio Guarani
50
Os índios Guarani formam o maior povo em quantidade de indivíduos a viver no Brasil. Eles são 
originários do tronco da família linguística tupi-guarani. No Brasil, os guaranis vivem nos estados 
brasileiros do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito 
Santo, Pará, Santa Catarina e Tocantins, somente no País, há 57 mil indivíduos, conforme o 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Também há indígenas guaranis vivendo na 
Argentina, Bolívia e no Paraguai, a maior parte dos guarani vive na Bolívia, onde há 78,3 mil 
indivíduos. No Paraguai existem 41, 2 mil e na Argentina 6,5 mil. No Rio Grande do Sul A nação 
Guarani era dividida em três grandes grupos: 
Tapes - habitavam a zona oeste e centro-oeste do estado e seriam os futuros índios missioneiros.
Arachanes - habitavam a banda oeste da Lagoa dos Patos.
Carijós ou Patos - habitavam o litoral norte do Rio Grande do Sul e Porto Alegre.
Missões 
Jesuíticas
As missões jesuíticas na América, também chamadas de reduções, foram os aldeamentos 
indígenas organizados e administrados pelos padres jesuíticas no Novo Mundo, como parte de 
sua obra de cunho civilizador e evangelizador. O objetivo principal das missões jesuíticas foi o 
de criar uma sociedade com os benefícios e qualidades da sociedade cristã européia, mas isenta 
dos seus vícios e maldades. Essas missões foram fundadas pelos jesuítas em toda a América 
colonial,
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Para conseguirem seu objetivo os jesuítas desenvolveram técnicas de contato e atração dos 
índios e logo aprenderam suas línguas, e a partir disso os reuniram em povoados que por 
vezes abrigaram milhares de indivíduos. Eram em larga medida auto-suficientes, dispunham 
de uma completa infraestrutura administrativa, econômica e cultural que funcionava num 
regime comunitário, onde os nativos foram educados na fé cristã e ensinados a criar arte às 
vezes com elevado grau de sofisticação, mas sempre em moldes europeus. Depois de um 
início assistemático marcado por tentativas frustradas, em meados do século XVII o modelo 
missioneiro já estava bem consolidado e disseminado por quase toda a América, mas teve de 
continuar enfrentando a oposição de setores da Igreja Católica que não concordavam com seus 
métodos, do restante da população colonizadora, para quem os índios não valiam a pena o 
esforço de cristianizá-los, e os bandos de caçadores de escravos, que aprisionavam os índios 
para submetê-los ao trabalho forçado na economia colonial exploradora e destruíram diversos 
povoados, causando muitas mortes. Mesmo com vários problemas a vencer as missões como 
um todo prosperaram a ponto de em meados do século XVIII os jesuítas se tornarem suspeitos 
de tentar criar um império independente, o que foi um dos argumentos usados na intensa 
campanha difamatória que sofreram na América e na Europa e que acabou por resultar na sua 
expulsão das colônias a partir de 1759 e na dissolução da sua Ordem em 1773. Com isso o 
sistema missioneiro entrou em colapso, causando a dispersão dos povos indígenas reduzidos.
O sistema missioneiro buscou introduzir o Cristianismo e um modo de vida europeizado, 
integrando, porém, vários dos valores culturais dos próprios índios, e estava baseado no respeito 
à sua pessoa e às suas tradições grupais, até onde estas não entrassem em conflito direto com os 
conceitos básicos na nova fé e da justiça. O mérito e a extensão do sucesso dessa tentativa têm 
sido objeto de muito debate entre os historiadores, mas o fato é que foi de importância central 
para a primeira organização do território e para o lançamento das fundações da sociedade 
americana como hoje ela é conhecida. Vários monumentos missioneiros são hoje patrimonial 
mundial.
Sete Povos das Missões é o nome que se deu ao conjunto de sete aldeamentos indígenas 
fundados pelos jesuíticas espanhóis no continentedo Rio Grande de São Pedro, atual Rio Grande 
do Sul composto pelas Reduções de São Francisco de Borja, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, 
São Lorenso Martins, São João Batista, São Luiz Gonzada e Santo Ângelo Custódio.
Os Sete Povos também são conhecidos como Missões Orientais, por estarem localizados a 
leste do Rio Uruguai. Os Sete Povos foram fundados na derradeira onda colonizadora jesuíta na 
região, depois de terem sido fundadas dezoito reduções em tempos anteriores, todas destruídas 
pelos bandeirantes brasileiros e exploradores portugueses. Dentre as causas apontadas 
pelos historiadores para o retorno, estão a abundância de gado na região e o desejo da coroa 
espanhola de assegurar a posse daquelas terras, em virtude da crescente presença portuguesa 
no sul. Contudo, essas teses são controversas.
Seja como for, a partir de 1682 os Jesuítas começaram a voltar para as suas antigas terras, e 
neste mesmo ano foi fundado o primeiro dos Sete Povos: São Francisco de Borja, seguido por 
São Nicolau, São Luiz Gonzaga e São Miguel.
No século XVIII, a região estava sob disputa entre Espanha e Portugal. O Tratado de Madri de 
1750 havia posto a área à disposição de Portugal em troca da Colônia do Sacramento, e a saída 
dos Jesuítas espanhóis ali ficou decretada. Mas este Tratado gerou conflitos: nem padres nem 
índios queriam abandonar suas reduções, nem os portugueses queriam abandonar Sacramento.
52
Houve uma série de confrontos armados que culminaram na Guerra Guaranítica, que deixou 
um rastro de destruição e sangue que abalou as estruturas do sistema missioneiro.
Logo depois veio fim: com a intensa campanha difamatória que os Jesuítas sofreram a partir 
de meados do século XVIII, a Companhia de Jesus foi expulsa de terras portuguesas em 1759, e 
em 1767 a Espanha fez o mesmo. No ano seguinte todas as reduções foram esvaziadas, com a 
retirada final dos Jesuítas. Então suas terras foram apossadas pelos espanhóis e os índios foram 
subjugados ou dispersos.
Quando em 1801 eclodiu nova guerra entre Portugal e Espanha, os Sete Povos já estavam em tal 
estado de desintegração que com apenas 40 homens Manuel dos Santos Pedroso e José Borges 
do Canto conseguiram conquistá-los para Portugal, embora pareça ter havido a participação 
indígena como facilitadora da tomada de posse. Depois disso Portugal anexou o território ao Rio 
Grande do Sul, instalando um governo militar na região, encerrando todo um ciclo civilizatório e 
dando início a outro.
Tratados e consolidação do estado
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O Tratado de Tordesilhas foi assinado em 7 de junho de 1494 entre Portugal e Espanha
Os Tratados entre Portugal e Espanha, o Tratado de Tordesilhas, as Fronteiras do Brasil, os 
demais Tratados. Em 1494 foi assinado entre Portugal e Espanha o Tratado de Tordesilhas. O 
Tratado de Tordesilhas acordado em 07 de junho de 1494 entre os países de Portugal e Espanha 
na vila de Tordesilhas é o mais famoso documento na história destes países.O documento reflete 
a hegemonia Ibérica sobre boa parte da terra por causa dos descobrimentos.Este Tratado foi 
validado em 02 de julho de 1494 pela Espanha na cidade de Arevalo e por Portugal em 05 de 
setembro de 1494 na cidade de Setúbal.
Conflitos eram frequentes entre os espanhóis e portugueses. Houve a necessidade de regularizar 
a situação, quando foi assinado o Tratado de Madri em 1750. Neste tratado, defendido pelo 
português Alexandre de Gusmão dava ao Brasil território parecido com o atual.Por este tratado, 
Portugal entregaria a região da Colônia do Sacramento à Espanha e receberia os Sete Povos 
das Missões no Rio Grande do Sul, de origem espanhola já que foram os jesuítas espanhóis que 
catequizaram os índios guaranis.
Mas os jesuítas e índios guaranis, liderados pelo índio Sepé Tiarajú, não aceitaram a devolução 
das terras, originando a Guerra Guaranítica, onde morreram mais de 30.000 índios. Os que não 
morreram foram escravizados. Diante da guerra, Portugal não entregou a colônia de Sacramento 
aos espanhóis.
No ano de 1761, no Tratado de El Pardo, os Sete Povos continuariam com a Espanha mas já 
estava em declínio econômico pois estavam sem os jesuítas e os índios guaranis que restavam 
se empregavam como peões nas fazendas de gado.
54
Os desentendimentos pelas colônias entre Portugal e Espanha continuaram e em 1763, o 
governador de Buenos Aires, D. Pedro de Cevallos conquistou Sacramento e invadiu a capitania 
de São Pedro, atual Rio Grande do Sul, tomando a cidade de Rio Grande até 1776 quando foram 
expulsos pelas tropas voluntárias gaúchas com auxílio das tropas do reino. Mas em 1777 Cevallos 
tomou novamente Sacramento e a Ilha de Santa Catarina. Em 1777 foi assinado o Tratado de 
Santo Ildefonso onde Portugal ficaria com a Ilha de Santa Catarina, enquanto que a Espanha 
ficaria com os Sete Povos das Missões e Sacramento.
A desvantagem territorial portuguesa no sul do Brasil manteve os confrontos na região. Em 
1801 foi definitivamente solucionado os confrontos pelas terras com a assinatura do Tratado de 
Badajós entre Portugal e Espanha que daria ao Brasil o atual território, ficando Sacramento com 
a Espanha e os Sete Povos das Missões com o Brasil.
O território hoje ocupado pelo Rio Grande do Sul está entre as áreas do País que mais demoraram 
a receber a ocupação do colonizador português. A constituição do território se fundamenta em 
1680 por necessidade da Coroa portuguesa em socorrer sua praça meridional, a Colônia do 
Sacramento, às margens do rio da Prata, que enfrentava investidas de tropas espanholas. Foram 
os jesuítas em meados de 1682 que fundaram a primeira cidade do Rio Grande do Sul: São 
Francisco de Borja, a atual São Borja.
Durante o século XVIII, houve intensa disputa pelo território por espanhóis e portugueses. 
Os espanhóis fundaram em 1726, a cidade de Montevidéu, a leste da colônia de Sacramento, 
fundada criada em 1680.
O objetivo da fundação de Montevidéu era reduzir a influência portuguesa. Como resposta, 
os portugueses fundaram em 1737 o Forte de Jesus Maria José, hoje cidade de Rio Grande. A 
disputa terminou em 1777, quando Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Santo Ildefonso. 
Pelo acordo, a colônia de Sacramento permanecia em posse de Espanha e o Rio Grande ficaria 
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
55
com Portugal. Com a consolidação do poderio lusitano no século 17, o então Rio Grande de São 
Pedro se estabelece como província em 1796. Pouco depois, em 1809, são criados os municípios 
de Rio Grande, Rio Pardo, Santo Antônio da Patrulha e Porto Alegre - à época, a economia da 
província se baseava nas charqueadas (produção de carne salgada).
O Tratado de Santo Ildefonso, assinado entre Portugal e Espanha, no dia 1 de outubro de 
1777, na cidade de Ildefonso, na província de Segóvia, na Espanha, faz parte de uma série de 
tratados geopolíticos assinados entre os dois estados europeus no decorrer do período colonial. 
Seu intuito era finalizar os conflitos geopolíticos que ocorriam há três séculos entre as duas 
nações. O tratado restaurava grande parte do Tratado de Madri (1750) que havia sido anulado 
com a assinatura do Tratado de El Pardo (1761), resultante do fracasso na promoção da paz nas 
fronteiras coloniais.
Estabelecia novos limites para os territórios localizados ao sul, região de fronteiras entre o 
Estado do Rio Grande do Sul e o Uruguai, indicando novas extensões geopolíticas que poderiam 
muito bem ser dimensionadas pelos milhares de indígenas que habitavam a região.
A Colônia Portuguesa do Sacramento e os Sete Povos das Missões estavam no meio do litígio. Ali, 
vários aldeamentos de jesuítas espanhóis acomodavam milhares de Guaranis em processo de 
evangelização. A localização privilegiada, longe dos centros coloniais, não impediu os invasores 
que intentavam pôr as mãos nos recursos humanos disponíveis. Não foram raras as ocasiões 
em que expedições de apresamento invadiram as missões e capturaram milhares de indígenaspara escravizálos. Naquele contexto, missionários e indígenas tiveram o Estado como inimigo 
comum.
Imigração do
Rio Grande do Sul
56
Monumento aos Açorianos
Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul o primeiro grupo organizado de
povoadores. Vindos da ilha dos Açores, contavam com o apoio oficial do governo, que pretendia 
que se instalassem na vasta área onde anteriormente estavam situadas as Missões. 
Mas as dificuldades de transporte fizeram com que terminassem por se fixar na área onde 
hoje está Porto Alegre, a capital do Estado. Praticando a agricultura de pequena propriedade, 
não encontraram, em um território em que cada estância funcionava como uma célula 
independente, mercado para seus produtos, e terminaram por se integrar à economia voltada 
para a pecuária.
Posteriormente, em 1780, um fato iria reforçar ainda mais o caráter rural da vida do atual Estado. 
Foi criada a primeira charqueada comercial em Pelotas. Aos poucos, o charque se tornou o 
principal produto de exportação do Rio Grande, sendo enviado para as demais regiões do país.
Essa situação começou a ser modificada no início do século XIX. A estrutura econômica do Brasil 
de então se baseava na exportação dos produtos agrícolas plantados em grandes propriedades 
por trabalhadores escravos.
O Rio Grande fornecia o charque para esses trabalhadores, e também para os moradores pobres 
das grandes cidades. Mas, a partir da década de vinte do século passado, o governo brasileiro 
resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, para formar uma camada social de homens 
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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livres que tivessem habilitação profissional, e pudessem oferecer ao país os produtos que até 
então tinham que ser importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Isto significa 
que o governo queria trazer pequenos produtores - para fornecer alimentos para as cidades - e 
artesãos.
A ideia, apoiada por alguns, era rejeitada pelos senhores de escravos, que temiam que os 
trabalhadores livres "fossem um mau exemplo", demonstrando que o trabalho pago produzia 
mais e melhor que o escravo. Moradores de regiões mais ao norte do país, os grandes senhores 
de escravos conseguiram impedir que os imigrantes fossem destinados às suas regiões. Por isto, 
o governo terminou por levá-los para o Rio Grande do Sul, que estava situado à margem do 
grande eixo econômico, no centro do país.
Os primeiros imigrantes que chegaram foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em 
glebas de terra situadas nas proximidades da capital gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a 
mudar o perfil da economia do atual Estado. Primeiramente, introduziram o artesanato em uma 
escala que, até então, nunca fora praticada.
Depois, estabeleceram laços comerciais com seus países de origem, que terminaram por 
beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez havia, no país, uma região em que predominavam os 
homens livres, que viviam de seu trabalho, e não da exploração do trabalho alheio. As levas de 
imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande.
Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades, 
consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E, embora o 
poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias e charqueadas, o poder 
econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.
Imigrantes Alemães
58
A primeira colonização maciça, após a tentativa feita com os açorianos, ainda no século XVIII, 
aconteceria, no Rio Grande do Sul, a partir de 1824, quando começaram a chegar os colonos 
alemães. Nos primeiros cinquenta anos de imigração foram introduzidos entre 20 e 28 mil 
alemães no Rio Grande, a quase totalidade deles destinados à colonização agrícola.
Essa primeira grande colonização alteraria a ocupação de espaços, levando gente para áreas até 
então desprezadas. Introduziria também outras grandes modificações. Até então, a classe média 
brasileira era insignificante, e se concentrava nas cidades. Os colonos alemães iriam formar uma 
classe de pequenos proprietários e artesãos livres, em uma sociedade dividida entre senhores 
e escravos.
O governo brasileiro, convencido dos benefícios da imigração, enviou em 1822 à Europa o major 
Georg Anton von Schäffer para de recrutar interessados em emigrarem para o Brasil. O major 
viajou primeiramente a Hamburgo negociando para estabelecer contrato e enviar emigrantes 
para o Brasil primeiramente com o Grão-Ducado de Mecklenburg-Schwerin e depois com 
Birkenfeld, pertencente ao Ducado de Oldenburgo. Para convencer os interessados, o governo 
brasileiro acenou com uma série de vantagens:
1. Passagem à custa do governo;
2. Concessão gratuita de um lote de terra de 78 hectares;
3. Subsidio diário de um franco ou 160 réis a cada colono no primeiro ano e metade no segundo;
4. Certa quantidade de bois, vacas, cavalos, porcos e galinhas, na porção do número de pessoas 
de cada família;
Em 18 de julho de 1824 chegou a Porto Alegre a primeira leva de 39 imigrantes alemães, depois 
de passarem pelo Rio de Janeiro, onde eram recebidos e distribuídos pelo Monsenhor Miranda. 
Foram então enviados para a desativada Real Feitoria do Linho Cânhamo, localizada à margem 
esquerda do Rio dos Sinos, onde chegaram em 25 de Julho de 1824. São José do Hortêncio foi o 
terceiro município a ser colonizado no estado, por volta de 1826.
A seguir foram chegando outras levas e foi tentada a criação das colônias de Três Forquilhas e 
São Pedro de Alcântara das Torres, com pouco sucesso. Os primeiros colonos vieram de Holstein, 
Hamburgo, Mecklemburgo e Hanôver. Depois, passaram a predominar os oriundos de Hunsrück 
e do Palatinado. Além desses, vieram da Pomerânia, Vestfália e de Württemberg.
Entre 1824 e 1830 entraram no Rio Grande do Sul 5350 alemães. Por problemas políticos e 
depois por causa da Revolução Farroupilha a imigração ficou interrompida entre 1830 e 1844. 
Reiniciada a imigração, entre 1844 e 1850 chegaram mais dez mil imigrantes, e entre 1860 e 
1889 outros dez mil. Entre 1890 e 1914 chegaram mais 17 mil alemães.
Os alemães inicialmente ocuparam o vale do Rio do Sinos, durante a Revolução Farroupilha 
alguns se deslocaram para Santa Maria, buscando se afastar dos combates. Depois de terminada 
a Revolução, os colonos se espalharam fundando colônias nos vales dos rios Taquari, Pardo e 
Pardinho, fundando Santa Cruz do Sul, a Colônia Santo Ângelo e a Colônia de Santa Maria do 
Mundo Novo. Às margens da Lagoa dos Patos fundaram São Lourenço do Sul.
Com a Proclamação da República no Brasil, as terras devolutas passaram para os estados, 
assim como a responsabilidade pela colonização. No Rio Grande do Sul, o governo positivista 
defendeu a imigração espontânea e a colonização particular. Rapidamente, o planalto gaúcho 
foi transformada em zona colonial, com a instalação das colônias novas de iniciativa pública e 
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privada, atraídas pelas possibilidades de exploração do comércio de terras e pela obtenção de 
lucros fáceis.
A fronteira da colonização, no início do século XX chegou ao noroeste do estado, criando Ijuí, 
Santa Rosa, entre outras, para logo depois atravessar o Rio Uruguai e migrar para o oeste de 
Santa Catarina e Paraná, além de colônias no norte da Argentina e no Paraguai.
Passada a Segunda Guerra Mundial a quantidade de imigrantes diminuiu muito, até se extinguir. 
A última colônia formada foi de um grupo de famílias menonitas que tendo emigrado para Santa 
Catarina na década de 1930, migraram para o Rio Grande do Sul, fixando-se ao sul de Bagé entre 
1949 e 1951.
Imigrantes Italianos
Em 1870, o governo do Rio Grande do Sul criou colônias na região das Serras gaúchas e 
esperava-se atrair 40 mil imigrantes alemães, para que ocupassem a região. Porém, as notícias 
de que os alemães estavam enfrentando problemas no Brasil fizeram com que cada vez menos 
imigrantes viessem do ImpérioAlemão. Isso obrigou o governo a procurar por uma nova fonte 
de imigrantes: os italianos. A partir de 1875, chegaram os primeiros grupos, vindos de Piemonte 
e Lombardia, e depois do Vêneto, e se instalaram nas colônias Conde d'Eu (atualmente a cidade 
de Garibaldi), Dona Isabel (atualmente a cidade de Bento Gonçalves) e Caxias. Ali eles passaram 
a viver da plantação de milho, trigo e outros produtos agrícolas; porém, a introdução do cultivo 
de vinho na região tornou a vinicultura a principal economia dos colonos italianos.
De 1875 a 1914, entre 80 a 100 mil italianos foram introduzidos no Rio Grande do Sul. A 
colonização italiana foi efetuada no planalto ao norte, pois as terras baixas já estavam ocupadas 
pelos alemães. No decorrer do século XX, houve grandes migrações dentro do estado do Rio 
60
Grande do Sul. Muitas famílias italianas abandonaram as serras e se espalharam por todo o 
estado.
No alto das serras sulistas nasceu um Brasil peculiar. Os índios que habitavam a região foram 
expulsos de suas terras para dar espaço à chegada dos italianos. Ali, os imigrantes criaram 
vilarejos que remetem àqueles encontrados no norte da Itália. Nas regiões altas do Sul, surgiu 
um Brasil com influência italiana. O Rio Grande do Sul possui o Talian como patrimônio linguístico 
aprovado oficialmente no estado.
A região do extremo sul do Brasil também foi um território “desbravado” pelos imigrantes 
japoneses. Ainda que pequena, a presença nikkei em Santa Catarina e Rio Grande do Sul é muito 
importante.
A história no Rio Grande do Sul teve início em agosto de 1956, com o desembarque, no porto do 
Rio Grande, de 23 imigrantes japoneses, jovens (de 17 a 26 anos) e solteiros, que chegaram, a 
bordo do navio Brasil Maru, para trabalhar, principalmente na agricultura, em vários municípios 
gaúchos. Esses são considerados os pioneiros a vir diretamente do Japão para o Rio Grande do 
Sul, no entanto, algumas famílias de imigrantes japoneses já haviam migrado da região Sudeste 
para o extremo sul do Brasil.
De 1956 até a extinção da migração sistemática em 1963, desembarcaram diretamente do Japão 
um total de 1.786 japoneses no Rio Grande do Sul. Afirma-se que o primeiro japonês em terras 
gaúchas foi o médico Yunosuke Nemoto, em 1920, e, algum tempo depois, Eito Asaeda (casado 
com brasileira) em 1924, ambos vindos de São Paulo.
Ivoti,a 55km de Porto Alegre.A cidade 
ostentao título de“Cidade das Florese dos 
Nipo-gaúchos
Propaganda mostra os navios e o 
destino, o Brasil imigrantes foram 
trazidos para cumprir cinco anos de 
contrato nas lavouras
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Em meados da década de 1930, houve a tentativa da K.K.K.K. (Companhia Ultramarina de 
Empreendimentos) de fixar 18 famílias japonesas na região de Santa Rosa (RS), no munícipio de 
Horizontina. A empreitada acabou não dando certo.
As cidades gaúchas que se destacam pelo expressivo número de nikkeis são: Ivoti (RS), Gravataí 
(RS), Pelotas (RS), Santa Maria (RS) Porto Alegre (RS), São Leopoldo (RS), Gravataí (RS), Viamão 
(RS), Carazinho (RS) e Passo Fundo (RS). Em sua maior parte, os japoneses e seus descendentes 
estão associados à hortifruticultura e à floricultura.
Um exemplo disso é a cidade gaúcha de Ivoti, a 55 km de Porto Alegre. A cidade ostenta o 
título de “Cidade das Flores e dos Nipo-gaúchos”. O início de tudo ocorreu no ano de 1966, 
quando autoridades municipais destinaram terras para 26 famílias de imigrantes, dando origem 
à colônia japonesa da região, produtora de kiwi, uvas de mesa, hortaliças e flores.
Em Santa Maria, os primeiros japoneses chegaram em 1958. Eram cerca de 17 famílias, oriundas 
da província de Kumamoto. Na realidade, esse grupo fazia parte de um contigente de 33 famílias 
da mesma província, que haviam desembarcado no porto de Rio Grande no ano anterior. Essas 
famílias foram levadas para uma fazenda produtora de arroz irrigado na cidade de Uruguaiana, 
mas, devido às péssimas condições de trabalho, romperam o contrato e se dispersaram.
Portadocumentos (Passaporte) de imigrantes poloneses que partiram para o Brasil do porto de 
Bremem-Alemanha
O Ano de 1886 é considerado o início da imigração polonesa no Rio Grande do Sul. 300 
imigrantes, não conseguindo se adaptar ao clima da Bahia, migra para o norte do estado e funda 
as colônias Santa Teresa e Santa Bárbara.
Em 1888, são demarcados aos lotes da Colônia Mariana Pimentel que recebe as primeiras levas 
de imigrantes poloneses no ano seguinte.
62
Entre 1890 e 1894 mais poloneses chegam ao Rio Grande do Sul, instalam-se no vale do rio das 
Antas, região de terreno acidentado, porque os lotes rurais existentes na região alta haviam já 
sido ocupados pelos imigrantes italianos. Motivo pelo qual a colônia polonesa não prosperou 
com a italiana nas terras do RS.
Não tiveram nenhum tipo de apoio do governo para a emigração, por esse motivo é difícil definir 
onúmero de poloneses que vieram para o Brasil, outro motivo é a falta de documentos oficiais 
ou não sobre a viagem e o numemo de emigrantes. No Rio Grande do Sul, ao que tudo indica, 
entraram cerca de 30.000 poloneses.
Municípios do RS que acolheram imigrantes poloneses: Rio Grande, Pelotas, Mariana Pimentel, 
Porto Alegre, Santa Teresa, Santo Antônio da Patrulha, São Marcos, Antônio Prado, Veranópolis, 
Nova Prata, Ijuí, Guarani das Missões, Montenegro, Dom Feliciano e Áurea.
No começo do século XX, grande parte dos poloneses mudam para o vale do rio Uruguai, 
próximo à Santa Catarina, em busca de terras mais férteis.
Imigrantes 
Judeus
Os primeiros imigrantes judeus chegaram no Rio Grande do Sul já no século XIX, com os alemães. 
Em 1904 chegaram os primeiros, que se estabeleceram perto de Santa Maria. Lá receberam 
lotes de terra, moradia, dois bois, duas vacas, cavalo e dinheiro até a primeira colheita. As 
crianças aprenderam português nas escolas, com outras crianças rio-grandenses.
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Saldadas suas dívidas, os judeus mudaram-se para Santa Maria, preferindo radicar-se em zona 
urbana.
Mais tarde novos imigrantes judeus aqui chegaram, morando, nos primeiros anos, em 
núcleos coloniais, deslocando-se, mais tarde, para os centros urbanos, onde se fixaram como 
comerciantes. A segunda geração procurou outras profissões, como médico, engenheiro, 
professor, advogado e arquiteto. Radicaram-se em cidades como Santa Maria, Erechim, Passo 
Fundo e Porto Alegre.
População Negra
Os negros entraram no Rio Grande do Sul com os primeiros casais povoadores de Rio Grande e 
com alguns oficiais militares, na condição de escravos. Mais tarde, alguns estancieiros, donos de 
sesmarias, também trouxeram escravos.
Na região de colonização alemã e italiana, não foi utilizado o trabalho do escravo, devido a uma 
lei que proibia o trabalho do negro como tal. É na charqueada que a presença do negro escravo 
se destaca.
A presença do negro também se fez presente nas lutas rio-grandenses, defendendo a 
propriedade do seu senhor dos ataques dos espanhóis, nas lutas pelas fronteiras rio-grandenses 
e na Revolução Farroupilha. Aos negros escravos que se alistassem às tropas republicanas 
eram oferecidas cartas de alforria. Mesmo lutando ao lado dos brancos pelo mesmo ideal, os 
acampamentos de guerra dos negros eram separados daqueles ocupados pelos brancos; além 
disso, ao negro era proibido o uso de armas de fogo.
Nas cidades antigas, o negro escravo fazia a maior parte do serviço que hoje é feito por 
máquinas: puxava água dos poços ou trazia das fontes, abastecia a casa de alimentos e lenha, 
cozinhava, lavava,
64
passava roupa, fiava, tecia e costurava à mão; carregava cargas, cuidava de animais domésticos. 
Os negros escravos eram carpinteiros e marceneiros; nos estabelecimentos comerciais, 
trabalhavam nos depósitos e não atendiam no balcão. Assim como aconteceu em todo o pais, 
aqui no Rio Grande do Sul também houve quilombos (lugares onde negros escravos fugidos 
viviam). Existiram quilombos naSerra de Tapes, perto de Pelotas, e na região do Litoral Norte.
Guerra dos
Farrapos
Entre os anos 1835 e 1845, uma revolução tomou conta do Rio Grande do Sul, então província 
de São Pedro do Rio Grande do Sul. Promovida principalmente por fazendeiros e criadores de 
gado, a Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolução Farroupilha, tinha caráter 
republicano e lutou contra o domínio do governo imperial. Entenda:
Em 1831, o imperador Dom Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho Dom Pedro II. O 
problema é que ele ainda era criança na época, e não obedecia as determinações de maioridade 
da antiga Constituição para de fato reinar o país. Deu-se início a um período de Regência, um 
governo de transição para administrar o Brasil até que o novo imperador tivesse idade suficiente 
para governar.
Mas os gaúchos, que já andavam insatisfeitos com os altos impostos cobrados sobre os 
produtos riograndenses, como charque, erva mate, couro, sebo e graxa, não gostaram nada 
disso. Também simpatizavam com ideais republicanos e buscavam maior autonomia. Em 1835, 
Antônio Rodrigues Fernandes Braga foi nomeado presidente da província, em princípio para 
acalmar os ânimos. Mas suas ideias não agradaram os liberais, provocando atrito.
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No dia 20 de setembro de 1835, revolucionários comandados por Bento Gonçalves tomaram a 
cidade de Porto Alegre e forçaram a retirada das tropas imperiais do local. Os revoltosos exigiram 
a nomeação de um novo presidente, mas o novo governante não agradou aos farroupilhas.
A revolução expandiu e, em 1836, os rebeldes proclamaram independência com a República 
de Piratini (cidade que seria capital do novo governo), também chamada de República Rio 
Grandense, com Bento Gonçalves como presidente — o governo imperial, é claro, não 
reconheceu a independência e continuou lutando.
O líder da revolução chegou a ser preso, mas o movimento já estava consolidado com líderes 
como o general Antônio Souza Netto, David Canabarro e o italiano Giuseppe Garibaldi, uma 
das principais figuras da unificação italiana. Nos anos seguintes, conseguiram novas vitórias e, 
em 1839, chegaram a conquistar a cidade de Laguna, em Santa Catarina, onde proclamaram a 
República Juliana.
Em 1840, Dom Pedro II assumiu o trono e tentou pacificar o país, que tinha revoltas também 
em outras províncias além do Rio Grande do Sul. A partir de 1842, as forças militares de seu 
governo, comandadas por Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, começaram a conter a 
revolta, tomando de volta cidades dominadas pelos farroupilhas.
Em 1845, enfraquecidos após diversas derrotas e uma série de negociações entre o Duque de 
Caxias e as lideranças da revolução, os farroupilhas aceitaram um acordo com o governo, no 
chamado Tratado de Ponche Verde. Ele reintegrou o território ao império brasileiro e garantiu 
a anistia dos revoltosos. No dia 28 de fevereiro de 1845 é anunciada a Pacificação da Revolução 
Farroupilha. A leitura do tratado de paz é feita no dia 25 de fevereiro de 1845 no Acampamento 
da Carolina, nos campos do Ponche Verde, na cidade de Dom Pedrito. O general David Canabarro 
está no comando das tropas rio-grandenses. Antonio Vicente da Fontoura, chega do Rio de 
Janeiro, onde negocia a paz. Ele traz o documento já assinado pelo General Luiz Alves de Lima 
e Silva, o então Barão de Caxias, designado por decreto pelo império do Brasil para tratar da 
pacificação. Três dias depois, 28 de fevereiro, o documento é assinado pelo então Presidente da 
República Rio-grandense, Gomes Jardim, já que Bento Gonçalves está afastado por motivos de 
saúde, que lhe leva à morte dois anos depois.
No dia seguinte, 1º de março de l845, o Barão de Caxias – ciente de que os revolucionários 
aceitam as cláusulas – faz a sua respectiva proclamação, selando a paz: “Uma só vontade 
nos una, Rio - grandenses! União e tranqüilidade seja, de hoje em diante, a nossa divisa. O 
documento de pacificação possui 12 as cláusulas:
Art. 1° - Fica nomeado Presidente da Província o indivíduo que for indicado pelos republicanos.
Art. 2° - Pleno e inteiro esquecimento de todos os atos praticados pelos republicanos durante a 
luta, sem ser, em nenhum caso, permitida a instauração de processos contra eles, nem mesmo 
para reivindicação de interesses privados.
Art. 3° - Dar-se-á pronta liberdade a todos os prisioneiros e serão estes, às custas do Governo 
Imperial, transportados ao seio de suas famílias, inclusive os que estejam como praça no 
Exército ou na Armada.
Art. 4° - Fica garantida a Dívida Pública, segundo o quadro que dela se apresente, em um prazo 
preventório.
Art. 5° - Serão revalidados os atos civis das autoridades republicanas, sempre que nestes se 
observem as leis vigentes.
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Art. 6° - Serão revalidados os atos do Vigário Apostólico.
Art. 7° - Está garantida pelo Governo Imperial a liberdade dos escravos que tenham servido nas 
fileiras republicanas, ou nelas existam.
Art. 8° - Os oficiais republicanos não serão constrangidos a serviço militar algum; e quando, 
espontaneamente, queiram servir, serão admitidos em seus postos.
Art. 9° - Os soldados republicanos ficam dispensados do recrutamento.
Art. 10° - Só os Generais deixam de ser admitidos em seus postos, porém, em tudo mais, gozarão 
da imunidade concedida aos oficiais.
Art. 11° - O direito de propriedade é garantido em toda plenitude.
Art. 12° - Ficam perdoados os desertores do Exército Imperial.
Os Lanceiros Negros
Nem todas cláusulas são integralmente cumpridas pelo império brasileiro:
Os farrapos não escolhem seu presidente provincial e o barão de Caxias, General Luiz Alves de 
Lima e Silva é indicado senador do Império;
O Império não ressarce integralmente as dívidas de Guerra contraídas pela província do Rio 
Grande do Sul, elas não são devidamente contabilizadas e tendo sido pago, a alguns, uma 
irrisória porcentagem das perdas; Não houve a libertação de todos escravos que lutaram no 
Exército Farroupilha, a fim de se evitar a insurgência dos negros pelo resto do Império. Alguns 
são devolvidos aos seus donos, mediante reivindicação, outros são levados para Rio de Janeiro 
e vendidos a outros senhores. Os que fazem parte do corpo de Lanceiros Negros, comandados 
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por Canabarro, são massacrados na Batalha de Porongos, mais conhecida como massacre de 
Porongos. E, 120 são mandados incorporar por Caxias aos três Regimentos de Cavalaria de Linha 
do Exército na Província.
A partir de 1º de março de 1845 o território do Rio Grande do Sul volta a integrar o império 
brasileiro e posteriormente, em 15 de novembro de 1889, à República Federativa do Brasil. 
Todavia o manifesto farroupilha se mantém estampado na bandeira do Estado nos dizeres 
“República Rio-grandense * 20 de Setembro de 1835 * Liberdade, Igualdade e Humanidade”.
Guerra do 
Paraguai
O conflito militar entre 1864 e 1870 colocou o Paraguai frente à Tríplice Aliança formada por 
Brasil, Argentina e Uruguai. Liderados pelo ditador Francisco Solano Lopez, os paraguaios 
aprisionaram o navio brasileiro Marquês de Olinda e atacaram a cidade de Dourados, em Mato 
Grosso, retaliando a invasão do Brasil ao Uruguai para depor o ditador Aguirre, aliado de Solano 
Lopez. Foi o estopim para o início dos combates. Em 1865, o Paraguai também fez incursões no 
território argentino para tentar conquistar o Rio Grande do Sul. A luta chegou ao fim em março 
de 1870, apesar dos acordos de paz não terem sido concluídos de imediato devido à recusa 
argentina em reconhecer a independência paraguaia - o que aconteceu somente em 1876 com 
a Conferência de Buenos Aires.
Revolução 
Federalista
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Maragatos do Partido Federalista eram liderados por Gumercindo Saraiva (2º da dir. para esq 
sentado)
A Revolução da Degola, como ficou conhecida a Revolução Federalista (1893 e 1895), foi um 
dos maiores e mais sangrentos conflitos ocorridos em solo brasileiro, envolvendo federalistas 
(maragatos)e republicanos (pica-paus) durante o governo de Floriano Peixoto. Insatisfeitos 
com as ações governamentais após a renúncia de Deodoro da Fonseca, os membros do Partido 
Federalista do Rio Grande do Sul - liderados por Gaspar da Silveira Martins e Gumercindo Saraiva 
- eram contra o autoritarismo dos governantes estaduais, reivindicando a deposição de Júlio 
de Castilhos, então presidente do Estado (antiga alcunha dos governadores). O grande número 
de degolas cometidas para poupar armas e munições foi um marco da guerra, deixando mais 
de dez mil mortos. Após dois anos de violência, o presidente Prudente de Morais encerrou o 
conflito em agosto de 1895. 
Maragato. O termo tinha uma conotação de deboche, ironia, pejorativa, atribuída pelo 
imperialistas e legalistas aos revoltosos liderados por Gaspar Silveira Martins, que deixaram 
o exílio, no Uruguai, e entraram no RS à frente de um exército.Como o exílio havia ocorrido 
no Uruguai numa região colonizada por pessoas originárias da Maragateria (na Espanha), 
os republicanos apelidaram-nos de "maragatos", buscando caracterizar uma identidade 
"estrangeira" aos federalistas.Com o tempo, o apelido assumiu significado positivo, aceito e 
defendido pelos federalistas e seus companheiros. O lenço vermelho identificava o maragato.
Chimango.
A grafia pode ser ximango. Ave de rapina muito comum na campanha riograndense, falconídea, 
pessoal rapineiro, oportunista, caçador que é da terra. Alcunha depreciativa dada aos liberais 
moderados pelos conservadores, no início da monarquia brasileira. No RS, nos anos de 1920, 
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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foi à codinome dada pelos federalistas aos governistas do PRR. Honório Lemes Maragato contra 
Flores da Cunha Chimango (pica-pau). O lenço de cor branca identificava os chimangos.
Revolução de 23
Joaquim Francisco de Assis Brasil Antônio Augusto Borges de Medeiros
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A Revolução de 1923 eclodia no estado colocando os oposicionistas - maragatos (assisistas) - em 
confronto contra o poder constituído - chimangos (borgistas). O primeiro grupo, formado por 
dissidentes do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), tinha como líder Joaquim Francisco de 
Assis Brasil. O segundo era comandado por Antônio Augusto Borges de Medeiros, que esteve no 
poder por mais de duas décadas.
Os ânimos se exaltaram após a vitória de Borges de Medeiros na eleição de 1922, considerada 
fraudulenta e ratificada em uma Assembleia composta majoritariamente por borgistas, 
autorizando seu quinto mandato. A paz só viria em 14 de dezembro daquele ano com a 
assinatura do Pacto de Pedras Altas, alterando a Constituição estadual para rejeitar reeleições 
sucessivas e confirmar a confidencialidade do voto.
Revolução 
de 30
Comitiva de Getúlio Vargas durante a passagem por Itararé (SP), a 
caminho do Rio de Janeiro, após vitória na revolução
A Aliança Liberal (Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul) foi responsável pela Revolução 
de 1930, iniciada na capital gaúcha no dia 3 de outubro daquele ano. Além de levar Getúlio 
Vargas a ocupar a presidência do Brasil, após derrota para o paulista Júlio Prestes em eleição 
considerada fraudulenta, o levante colocou um ponto final na política do café com leite (São 
Paulo e Minas), dando início à Era Vargas.
Charque
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71
No século 18, enquanto ocorria o ciclo econômico da mineração no Brasil envolvendo os estados 
de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, havia uma crescente valorização do rebanho de gado 
existente no Rio Grande do Sul, introduzido pelos jesuítas no século 17. Os bois serviam para a 
alimentação e as mulas para o transporte dos mineradores.
Para que fosse possível manter a carne em estado propício para ser consumida foi dado o início 
da conservação deste produto, primeiro através da sua secagem ao sol, na região do Ceará, sob 
a forma de carne de sol ou carne do sertão.
Entretanto, uma grande seca no Ceará em 1777 aniquila os rebanhos. Para sorte dos gaúchos, 
no mesmo período é assinado o Tratado de Santo Ildefonso, que permitia uma trégua na luta 
entre espanhóis e portugueses, possibilitando investimentos econômicos na região, até então 
exclusivamente criadora de gado, através da estância.
Em 1779 é registrada a chegada do retirante da seca, o português José Pinto Martins, que 
transfere-se do Ceará para o RS, estabelecendo a primeira charqueada industrial em Pelotas, 
dentro dos limites da Vila do Rio Grande, fundada em 1737.
Esta primeira charqueada, localizada num dos distritos do futuro município, às margens do 
arroio Pelotas, protegeria a propriedade do vento e das areias do litoral, que arruinariam a 
produção. Outro ponto favorecedor era a fácil comunicação com o porto do Rio Grande através 
de iates. A consolidação das charqueadas, grandes propriedades rurais de caráter industrial, só 
se dá no século XIX, às margens dos arroios Pelotas, Santa Bárbara, Moreira e canal São Gonçalo. 
O gado, matéria prima, era proveniente de toda a campanha rio-grandense, introduzido em 
Pelotas através do Passo do Fragata e vendido na Tablada, grande local dos remates na região 
das Três Vendas.
Ao contrário do que possa parecer, nas charqueadas não se criavam bois. Haviam raras exceções, 
como aCharqueada da Graça, mas essa criação não dava conta da produção total do charque. 
Na chamada boca do arroio, entre o São Gonçalo e o arroio Pelotas, as terras foram rapidamente 
sendo tomadas por escravos. Só então a área adquire o nome de Passo dos Negros.
Com o progresso advindo da venda do charque, em 1812 acontece a criação da Freguesia e 
em 1832 a instalação da vila, oficialmente criada em 1830. Somente em 1835 a vila é elevada 
à condição de cidade. Charqueadores transferiram-se do Rio Grande e se fixaram em Pelotas, 
construindo palacetes, principalmente depois da criação da Vila.
O charque era utilizado para alimento dos escravos em todo o Brasil e nos países que adotavam 
o sistema escravista, sobretudo o Caribe (Cuba, principalmente). Do gado, se aproveitava 
tudo: o couro, o pó dos ossos para fertilizante, o sangue para gelatina, a língua defumada, os 
chifres para várias utilidades. Esses produtos eram exportados para toda a Europa e os Estados 
Unidos.O charque era quase exclusivamente produzido pelo Brasil. De concorrentes, apenas 
Uruguai e a Argentina.
"Quando esses países estavam em crise, o que era comum em virtude das guerras civis, a 
produção pelotense atingia maior rentabilidade".
72
A safra era sazonal e durava de novembro a abril. As charqueadas tinham em média 80 escravos, 
ocupados nos intervalos da safra em olarias nas próprias charqueadas, derrubadas de mato e 
plantações de milho, feijão e abóbora nas pequenas chácaras que cada charqueador possuía na 
Serra dos Tapes, onde ficam hoje a Cascata e as colônias de Pelotas.
Os navios que levavam o charque não voltavam vazios. Traziam mantimentos, livros, revistas de 
moda, móveis, louças da Europa - e açúcar do Nordeste, consolidando a tradição do doce em 
Pelotas.
"Embora aqui não se plantasse cana-de-açúcar, os doces de Pelotas chegaram a ser rivais dos do 
Nordeste, região açucareira por excelência."
Em 1820, eram 22 charqueadas e, em 1873, 38. Outro dado espantoso é o número de abates, 
num total de 400 mil cabeças de gado por ano. Simões Lopes Neto, na Revista do Primeiro 
Centenário de Pelotas, editada em 1911, comenta que até aquela data foram abatidas 45 
milhões de reses e umas 200 firmas se sucederam.
O poder dos charqueadores pelotenses foi oficialmente consolidado a partir de 1829, quando 
o imperador Dom Pedro I outorgou o primeiro título de nobreza a um fazendeiro do ramo. 
Coube a Domingos de Castro Antiqueira, proprietário da Charqueada do Cascalho - localizada 
na margem direita do arroio Pelotas - ostentar um título nobiliário em Pelotas: o de Barão de 
Jaguari. Antiqueira, foi também o primeiro e um dos únicos a ascender na hierarquia da nobreza 
brasileira, quando em 1846 foi declarado Viscondede Jaguari.
Até o final do período imperial, dez charqueadores receberam títulos de nobreza. "A outorga 
do baronato, que tinha como condição, quase sempre, certa fortuna acumulada, significava o 
reconhecimento oficial da Monarquia ao poder e ao prestígio de quem era agraciado". Além 
de Antiqueira, apenas João Simões Lopes ascendeu à condição de visconde e passou para a 
história como o Visconde da Graça, em uma referência direta a sua propriedade, a Charqueada 
da Graça, localizada na margem esquerda do arroio Pelotas.
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As causas do encerramento do ciclo do charque foram várias. Uma das principais, a abolição 
dos escravos, quando deixa de existir o verdadeiro consumidor do produto. A concorrência de 
regiões gaúchas que antes apenas produziam a matéria-prima também foi outro golpe contra 
os charqueadores locais. "Depois de 1884, fundaram-se charqueadas em algumas cidades 
da fronteira, porque nesse ano estabeleceu-se a linha férrea, que permitia o escoamento do 
produto até o porto de Rio Grande."
O advento dos frigoríficos, na década de 1910, foi outra. Em 1918, restaram apenas cinco 
charqueadas em Pelotas. "O coronel Pedro Osório, que começou como charqueador, passou a 
plantar arroz em 1905, transformando-se no maior industrial do setor no mundo e conhecido 
como Rei do Arroz".
Hino Rio 
Grandense
O Hino Rio-Grandense que hoje cantamos tem a sua história particular e, porque não dizer, 
peculiar. Porque muitas controvérsias apresentou, desde seus tempos de criação até os tempos 
de então. Oficialmente existe o registro de três letras para o hino, desde os tempos do Decênio 
Heróico até aos nossos dias. Num espaço de tempo de quase um século foram utilizadas três 
letras diferentes até que finalmente foi resolvido, por uma comissão abalizada, que somente 
um deles deveria figurar como hino oficial.
O Segundo Hino
Quase um ano após a tomada de Rio Pardo, foi composta uma nova letra e que foi cantada 
como Hino Nacional, o autor deste hino é desconhecido, oficialmente ele é dado como criação 
de autor ignorado. O jornal “O Povo”, considerado o jornal da República Riograndense em sua 
edição de 4 de maio de 1839 chamou-o de “o Hino da Nação”.
O Terceiro Hino
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Após o término do movimento apareceu uma terceira letra, desta vez com autor conhecido: 
Francisco Pinto da Fontoura, vulgo “o Chiquinho da Vovó”. Esta terceira versão foi a que mais 
caiu no agrado da alma popular. Um fato que contribui para isto foi que o autor, depois de pronto 
este terceiro hino, continuou ensinando aos seus contemporâneos o hino com sua letra. A letra 
deste autor é basicamente a mesma adotada como sendo a oficial até hoje, mas a segunda 
estrofe, que foi suprimida posteriormente, era a seguinte:
Entre nós reviva Atenas
Para assombro dos tiranos;
Sejamos gregos na Glória,
E na virtude, romanos.
O Hino Definitivo
Estas três letras foram interpretadas ao gosto de cada um até meados do ano de 1933, ano em 
que estavam no auge os preparativos para a “Semana do Centenário da Revolução Farroupilha”. 
Nesse momento um grupo de intelectuais resolveu escolher uma das versões para ser a letra 
oficial do hino do Rio Grande do Sul.
A partir daí, o Instituto Histórico contando com a colaboração da Sociedade Rio-Grandense 
de Educação, fez a harmonização e a oficialização do hino. O Hino foi então adotado naquele 
ano de 1934, com a letra total conforme fora escrito pelo autor, no século passado, caindo em 
desuso os outros poemas.
No ano de 1966, o Hino foi oficializado como Hino Farroupilha ou Hino Rio-Grandense, por 
força da lei 5213 de 05 de janeiro de 1966, quando foi suprimida a segunda estrofe. LETRA: 
Francisco Pinto da Fontoura - MÚSICA: Comendador Maestro Joaquim José de Mendanha 
HARMONIZAÇÃO: Antônio Corte Real
Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o Vinte de Setembro
o precursor da liberdade.
Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra,
De modelo a toda terra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.
Mas não basta pra ser livre
ser forte, aguerrido e bravo,
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povo que não tem virtude
acaba por ser escravo.
Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra,
De modelo a toda terra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.
As primeiras mudas
O imigrante italiano, afeiçoado à viticultura por tradição e por vocação, obrigatoriamente viria 
a cultivar a videira em sua terra, como já haviam feito os imigrantes que se estabeleceram em 
outras regiões da América e da Ásia. O colono italiano recém chegado em 1875 ainda não tinha 
as mudas de videiras para iniciar o cultivo nas terras que foi desbravando, em substituição às 
florestas que foram derrubadas. Foi somente ao descer a serra para São Sebastião do Caí e 
Montenegro para levar seus produtos e buscar suprimentos que tomou contato com as videiras, 
da variedade Isabe, que os agricultores alemães cultivavam há algum tempo para seu próprio 
consumo.
Os imigrantes alemães também era viticultores
De 1824, ano de início da colonização alemã, até 1875, início da chegada dos italianos na serra, 
a uva foi cultivada pelos imigrantes alemães na região de São Leopoldo e levada por eles até 
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Montenegro, São Sebastião do Caí, Bom Princípio e Feliz, entre outros povoados. Há registros 
de que em 1825, um ano após a chegada dos imigrantes alemães, o cidadão João Batista Orsi 
chegou à região com uma carta autografada por
Dom Pedro I incentivando o cultivo da vinha, juntamente com as primeiras mudas. A produção 
da uva nesta região bem como a produção de vinho, no entanto, limitaram-se ao consumo 
doméstico.
Origem da uva no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul faz parte do complexo histórico da vitivinicultura hispano-americana por 
ter raízes históricas situadas ora do lado espanhol, ora do lado português. Por volta de 1626 
teria sido o padre jesuíta Roque Gonzáles de Santa Cruz o precursor e pioneiro da vitivinicultura 
rio-grandense. Ele, ao fundar a Redução Cristã de San Nicolao na margem esquerda do rio 
Uruguai (Região dos Sete Povos das Missões), trouxe cepas de origem espanhola. Pode-se 
constatar nessa época a trajetória do desenvolvimento da vitivinicultura paralela ou sobreposta 
aos caminhos da marcha da Igreja Católica.
Em 1737 ocorreu a imigração dos açorianos ao litoral gaúcho, onde eles fundaram Porto Alegre 
e disseminaram as vinhas portuguesas, originadas da Ilha dos Açores e Madeira. Esse cultivo, 
apesar de feito através de fixação dos colonos para o povoanento na zona litorânea, não foi de 
grande expressão. Essas foram as duas regiões bem distintas e as duas origens da Vitis Vinífera 
na história da vitivinicultura gaúcha até o ano de 1800.
As primeiras variedades de uva da Serra Gaúcha
A viticultura tornou-se expressiva com a introdução de uvas americanas, particularmente 
a Isabel. Por onde se expandia, por exuberância, resistência e produtividade, a Isabel ia 
desestimulando e substituindo os poucos vinhedos de viníferas européias que ainda existiam. 
Foi entre os anos de 1839 e 1842 que a uva americana, principalmente a Isabel, foi introduzida 
no Rio Grande do Sul. Teria sido o cidadão gaúcho Marques Lisboa a remeter os bacelos dessa 
variedade, de Washington, ao comerciante Thomas Messiter, que com eles plantou os primeiros 
vinhedos na Ilha dos Marinheiros, tornando-se assim o iniciador do cultivo da uva Isabel no 
Estado.
Com os italianos, o desenvolvimento da vitivinicultura
O cultivo da videira Isabel tomou expressão acentuada após a chegada dos imigrantes italianos 
aos altos da Serra, a partir de 1875. No início, cultivavam apenas para o consumo da família. 
Por volta de 1890 o êxito dessa variedade era tão surpreendente que os colonos iniciaram a 
comercialização do vinho Isabel para a capital do Estado e outras cidades. O transporte erafeito 
em lombo de burro, alojado em dois barris de 40 litros cada, colocados um de cada lado do 
animal. As filas de 10 ou 12 animais percorriam a distância entre a propriedade rural até os 
pequenos núcleos ou povoados onde havia uma casa de comércio ou armazém colonial.
O colono negociava seus produtos por troca. Trocava o vinho (além dos demais produtos rurais 
como: queijo, porcos, feijão, trigo, etc.) por café, açúcar, tecidos, querosene e ferramentas 
agrícolas. Quando chegava à casa do negociante, o vinho era transferido do barril em que 
vinha sendo transportado no lombo do burro para uma pipa. O barril em que era transportado 
tinha formato próprio e adequado à viagem e deveria retornar ao produtor. Não raro o vinho 
encontrava-se em condições sanitárias deficientes devido à precariedade de condições de 
produção e transporte.
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Do negociante até os centros de consumo locais – Porto Alegre, São Sebastião do Caí, 
Montenegro, São Leopoldo – o vinho era transportado, às vezes, em carretões puxados por 
mulas, que enfrentavam os precários caminhos e intempéries por dias a fio para chegar ao 
destino. Daí surge a figura épica do carreteiro que conduzia as duplas de animais puxando 
enormes e pesadas carretas percorrendo a íngreme serra gaúcha, que tão bem identifica 
a origem da colonização de Bento Gonçalves e cidades vizinhas. Outras vezes o vinho era 
transportado em lombo de burros, formando longas filas de animais até o destino. Para Porto 
Alegre, tem-se notícias de que os primeiros embarques ocorreram em 1884.
Transporte do vinho em carreta puxada por mulas
Colheita da uva
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Familia de imigrantes Italianos
Porão típico dos imigrantes italianos
O progresso da vitivinicultura e da região
A partir do momento em que se iniciou o comércio do vinho, surge a figura do tanoeiro, o 
construtor dos barris. Além de bastante habilidade, o tanoeiro também devia apresentar muita 
força física. Gradativamente as tanoarias se multiplicaram para comportar a produção e o 
comércio do vinho. A abertura de estradas tem franca expansão na primeira década de 1900. 
Em 1908 surge a estrada Buarque de Macedo, uma importante ligação entre Montenegro e 
Lagoa Vermelha, passando por Garibaldi, Bento Gonçalves, Alfredo Chaves (Veranópolis) e Nova 
Prata. Muitos quilômetros de estradas municipais também foram abertos nessa época em toda 
a região.
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Entre 1900 e 1910 inicia o transportes em carretas entre as regiões de consumo. Em 1898 
acontece a primeira grande expedição de comercialização e transporte do vinho gaúcho em 
direção aos mercados do centro do país. Antônio Pierucini, agricultor natural de Luca (Itália) 
empreende a grande aventura de conduzir o carregamento do vinho da serra em lombos de 
burros até São Simão, interior de São Paulo. Dois anos depois, Abramo Éberle, natural de 
Vicenza (Itália) arrisca-se na longa viagem e chega com o primeiro carregamento de vinho à 
capital paulista. Ambos conseguem vender todo o lote. Desta forma, iniciou-se uma nova 
fase no progresso da colônia italiana, que passaria a fornecer vinhos aos outros Estados. A 
vitivinicultura tomou grande impulso com a ligação ferroviária de Montenegro a Caxias do Sul, 
concluída em 1910. A área plantada foi expandida e a produção de vinho foi elevada, seguindo 
de trem até Porto Alegre.
O vinho dos colonos italianos
O plantio dos pequenos vinhedos de cada família era feito em terreno já cultivado ou logo após 
o desmatamento. A fertilidade do solo virgem, a umidade e o sol quente do verão da serra, 
aliados ao vigor natural da videira Isabel, faziam as plantas crescerem admiravelmente, com 
longos galhos e enormes folhas robustas. A frutificação era abundante. O entusiasmo era muito 
grande e, seguramente, a videira foi o bálsamo e o reencontro do imigrante com a sua terra 
de origem. Uma nova e promissora cultura se apresentava para manter a alegria e coragem e 
refazer as energias dos desbravadores da região. Com a aumento das famílias, a melhoria das 
condições de vida e o desenvolvimento da promissora cultura da videira, tornou-se necessária 
e possível a construção de novas casas, com a maior espaço e mais comodidade. Aí surgem as 
casas com porão e algumas com sótão. O porão teve como uma das causas preponderantes do 
seu surgimento a elaboração, envelhecimento e guarda do vinho nas pipas, o qual deveria durar 
e abastecer o consumo da família até a colheita do ano seguinte.
O processo de fabricação
A uva era colhida em balaios feitos com cipó e esmagada com os pés. A fermentação se 
processava em pipas de madeira instaladas no porão da casa, onde todas as operações de 
vinificação eram feitas pela própria família. Logo após o esmagamento da uva, o mosto doce era 
bebido por todos. Na época também era muito habitual comer-se o pão molhado nesse mosto. 
Não eram raras as reuniões de famílias, especialmente no dia 6 de janeiro, para comemorar a 
festa do pão e do vinho, aproveitando o mosto obtido das uvas mais precoces. Fermentado, 
o mosto era transformado em vinho, quase todo ele tinto, de uva Isabel, e consumido já nos 
meses de abril e maio, devendo durar até a próxima colheita.
O imigrante havia encontrado finalmente um fator importante e decisivo para sua fixação e 
adoção definitiva da nova Pátria. Uma vez mais a vitivinicultura evidenciava-se como elemento 
de fixação do homem a uma região, por ser ela um componente da civilização humana ligado à 
cultura e com características universais.
Industria 
Calçadista 
80
Os alemães estavam habituados a usarem calçados em virtude do frio de seu país de origem, 
todavia, no Brasil os calçados eram usados apenas para proteção à picada de insetos. Os calçados 
trazidos por eles gastaramse e foi assim que surgiu a indústria, inicialmente de forma artesanal. 
“O seu início foi artesanal, não havia máquinas que pudessem tornar mais fácil a confecção 
dos calçados. O material usado eram os retalhos que sobravam da fabricação dos arreios, e o 
calçado era feito sob medida e sob encomenda.
O setor calçadista iniciou suas atividades no século XIX no Estado do Rio Grande do Sul, com 
o surgimento de curtumes implantados pelos imigrantes alemães e italianos. De acordo com 
o autor, com os avanços tecnológicos oriundos da Europa no final do século XIX, o sistema 
artesanal de produção passou a ser uma atividade fabril. Conforme a Associação Brasileira das 
Indústrias de Calçados, a Abicalçados (2015), no ano de 1888, surgiu, no Vale dos Sinos, Estado 
do Rio Grande do Sul, a primeira fábrica de calçados do Brasil, formada pelo filho de imigrantes 
Pedro 12 Adams Filho, que, por sua vez, também possuía um curtume e uma fábrica de arreios. 
A partir daí, o Rio Grande do Sul aumentava a demanda por calçados, o que permitiu a expansão 
da produção a cada ano, tornando o Estado reconhecido mundialmente no setor ao longo do 
tempo.
A necessidade de ampliar a comercialização de calçados para o exterior surgiu no início da década 
de 60. A primeira exportação brasileira em larga escala ocorreu em 1968, com o embarque das 
sandálias Franciscano, da empresa Strassburguer, encomenda entregue nos Estados Unidos. Já 
a produção nacional, na mesma década, era de 80 milhões de pares anuais.
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Erva Mate
1554, o General Irala, chegou a região de Guairá, situada à oeste do atual território do Paraná e 
encontrou lá uma tribo de guaranis pacíficos e hospitaleiros. Um dos hábitos destes indígenas 
lhe despertou muita curiosidade. Tratava-se do uso generalizado de uma bebida feita de folhas 
picotadas, tomadas dentro de um porongo, por intermédio de um canudo de taquara. Ao indagar 
sobre a origem daquela bebida, responderam os índios tratar-se da "caá-i", um hábito que teria 
sido inicialmente de uso exclusivo dos pajés em suas práticas de magia, mas que foi estendido 
aos outros guerreiros, durante períodos de guerra emvirtude de seus diversos benefícios. E, 
mesmo depois do término das guerras, o seu uso continuou, pois seus efeitos estimulantes, 
fortaleciam tanto o corpo quanto a alma.
"Caá" era o nome da ervateira e a "caá-i" era bebida do mate. Esta bebida nativa foi um 
estrondoso sucesso entre os soldados de Irala. E, quando retornaram a Assunção, levaram 
um carregamento da erva para apresentá-la aos amigos. Esta bebida impressionou tanto os 
espanhóis por sua natureza curativa e revitalizante, que despertou o interesse dos comerciantes 
de Assunção que visavam antes de tudo, o lucro financeiro. Acredita-se que os carijós, no litoral, 
assim como os guenoas da Campanha, também fossem apreciadores de um gostoso mate, mas 
inexistindo nestas redondezas, bosques de "caá", este hábito somente poderia ser mantido por 
intercâmbio com os guaranis.
Quando do Tratado de Madri de 1750 e da sua subseqüente Guerra Guaranítica, o uso do mate 
já tinha se tornado costume entre os dragões e demais soldados dos quartéis do Rio Grande 
e Rio Pardo. Depois da Guerra Guaranítica efetuou-se a expulsão da Companhia de Jesus dos 
territórios europeus e coloniais de Portugal e da Espanha. Desde modo, os Trinta Povos das 
Missões de Guaranis perderam a unidade, subdividindo-se em quatro grandes províncias. Cada 
povo passou a ser gerido por uma espécie de administração mista, a cargo de um vigário e 
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de um comandante militar. Em 1801, como reflexo de nova guerra na Europa, um grupo de 
aventureiros rio-grandenses pratica a extraordinária façanha de incorporar para o Brasil a região 
dos Sete Povos.
A partir dessa incorporação, normalizou o fornecimento da erva missioneira para a Capitania do 
Rio Grande do Sul, já sem burlas "aduanas"ou pagar direitos alfandegários, pois tudo agora era 
Brasil. Por volta de 1820 o hábito do chimarrão já se enraizara definitivamente nas cidades e nos 
campos da Capitania.
O grande papel que desempenhou a erva-mate na sociedade gaúcha pode der avaliado por sua 
presença dentre os símbolos nacionais farroupilhas. No brasão da República já encontrávamos 
ramos de erva-mate contornando o barrete frígio e perdura até hoje no brasão e na bandeira do 
Estado do Rio Grande do Sul.
O Mito do Gaúcho, por Moacyr Flores
https://falando historia.blogspot.com/2010/08/o mito do gaucho por moacyr flores.html
Paixão Côrtes
Expressão TCHÊ!
A expressão TCHÊ (Brasil) e ou CHE (Uruguay e Argentina) muito utilizado na região do Pampa,
segundo historiadores provem das línguas e ou dialetos indígenas de tribos que habitavam esta
região. Segue abaixo exemplos.
CHE = GENTE ( Língua QUECHUA, de origem andina, cultura AYMARA) Ex: TEHUEL-CHE
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(gente de tehuel)
CHE = HOMEM ( Língua MAPUCHE, de origem andina, cultura ARAUCANA)
CHÉ = AMIGO (Língua AVAÑÉE, Guarani Missioneiro, companhia de Jesus)
CHE = TU (Pronome de Tratamento ESPANHOL ATUAL) Ex: ?Che, cuanto cuesta um vaso de
vino?
TCHÊ = TU (Aportuguesamento da expressão CHE, por uma questão de pronuncia)
Expressão Tri!
Durante a copa do mundo de 70 no México que o brasil alcançou o tri campeonato se passou a 
falar que tudo que era legal e bacana ficou sendo Tri!
Expressão Bah!
Inicialmente pode-se pensar que o Bah é um diminutivo de barbaridade, mas está mais para Pá 
dos portugueses, mas não se tem certeza exata da origem do termo.
Sepe Tiaraju
Sepé Tiaraju foi um chefe indígena dos Sete Povos das Missões Orientais do Uruguai (território 
hoje integrado ao estado do Rio Grande do Sul) que virou herói para seu povo. Em 1750, Portugal 
e Espanha assinaram o Tratado de Madri, pelo qual Portugal cederia a Colônia do Sacramento 
(fundada pelos portugueses onde hoje é o Uruguai) à Espanha em troca da região dos Sete 
Povos. Para concretizar o acordo, os povos guaranis deveriam abandonar as sete aldeias da 
margem oriental do rio Uruguai.
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Induzidos pelos jesuítas, os índios não aceitaram o tratado, e pegaram em armas para defender 
suas terras. Teve início, assim, a Guerra Guaranítica, que opôs os nativos a tropas espanholas e 
portuguesas.
O chefe indígena Sepé Tiaraju, líder das forças missioneiras, tinha sido alferes do exército 
espanhol. Estava habituado ao convívio com os europeus. Seu nome cristão era José. Ele sabia 
ler e escrever, possuía treinamento militar e exercia grande influência sobre os comandados.
Os guaranis foram conseguindo muitas vitórias, mas no final de 1755 a maré da guerra começou 
a mudar. A 7 de fevereiro de 1756, após uma série de derrotas, cerca de 1.500 guaranis foram 
dizimados na batalha de Caiboaté (nas proximidades da cidade gaúcha de São Gabriel). Sepé 
Tiaraju morreu em combate. A partir desse momento, história e lenda se confundem. O capitão 
indígena se tornou herói popular. Sua obstinada resistência foi sintetizada numa frase que, 
provavelmente, ele nunca pronunciou: “Esta terra tem dono”.
Como o corpo do bravo guerreiro não foi encontrado no campo de batalha, espalhou-se a crença 
de que ele subira aos céus. Surgiu, assim, a veneração a São Sepé, um santo não reconhecido 
pela Igreja Católica, mas que dá nome a um município do Rio Grande do Sul.
Cavalos no Rio Grande do Sul
Antes do ano 1500 da nossa era, não havia cavalos nas Américas. Não existe, nas línguas originais 
do Continente Americano, nenhum termo que signifique cavalo. Todos os vocábulos que 
atualmente existem são derivações da palavra caballo do espanhol: cavayú em guarani, caavarú 
em tupi, cahuellu ou cahuallo em araucano, cahualk em gennaken, cahuel em tehuelche, cavallo 
nos acomas, cavaio nos moquis, cavayo em paiute, cahuay nos kansas, cahua nos osages, kaviyo 
nos pimas.
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Cristóvão Colombo, em 1493, quando em sua segunda viajem à Ilha La Española, hoje Repúplica 
Dominicana, no porto de Santo Domingo, na América Central, foi o responsável pela introdução 
do cavalo na América, dezessete veleiros e entre 25 e 30 cavalos. Introduzidos em 1509 ao 
continente através do Panamá, sete animais e através da Colômbia, 12 animais.
Os exploradores necessitavam dos animais para carregar os seus pertences nas incurções 
realizadas. Descendo pela Cordilheira dos Andes em direção ao sul da América os exploradores 
iam abandonando os cavalos que se machucavam ou que adoeciam. Obviamente nem todos 
os animais abandonados morreram e com isso os mesmos sem um predador natural iam se 
reproduzindo.
Os Indígenas ao encontrarem os primeiros cavalos, achavam que eram monstros e tentavam 
matá-los, até perceberem que os exploradores os utilizavam como meio de transporte e carga. A 
partir daí, com exíme técnica aprenderam a domar o cavalo e assim utilizá-lo como companheiro 
no transporte e caça, além de auxiliá-los na batalha contra os europeus que tentavam invadir 
sua região pampeana. Com o passar do tempo os indígenas se tornaram excelentes cavaleiros.
Por volta de 1580, os cavalos abandonados na região do Prata em 1536, tinham se multiplicado 
aos milhares. Tanto que, em 1600, não podiam mais ser contados em suas gigantescas manadas. 
Os Pampas do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina estavam povoados de cavalos chimarrões 
(cimarrones) e o povo que vivia nessa região, unida pela semelhança ambiental, se tornou um 
povo cavaleiro.
Por definição o cavalo Crioulo é o conjunto de animais descendentes dos cavalos trazidos da 
península ibérica, no século XVI, quando pela conquista da América. Adquiriram características 
únicas e próprias após quatro séculos de adaptação e evolução no meio ambiente sul americano.
A origem do cavalo crioulo se dá na população eqüina da península ibérica, mais precisamente 
nos territórios de Portugal e Espanha do século XV. Naquela época, várias raças eram criadas na 
região, porém, acredita-se que o cavalo crioulo é originário de duas, sendo elas:
Andaluz: Tem pelo menos quatro mil anos de história e é conhecida como uma raça guerreira. 
Sofreu grande influência dos cavalos trazidos do norte daÁfrica pelos mouros que estiveram 
presentes, na península ibérica, por oito séculos.
Jacas: Também conhecida por Rocines. Antiga raça de cavalos nativos espanhóis das regiões da 
Galícia, Navarras e Andaluzia. Eram conhecidos pela valentia e resistência.
A partir da chegada de Colombo na América, em 1492, várias foram as expedições espanholas 
que trouxeram estes cavalos para o novo continente. Os Andaluzes e os Jacas teriam sido 
escolhidos para cruzar o oceano por serem os mais resistentes e aptos para afrontar as 
dificuldades no novo continente; e pelo fato dos portos de embarque das expedições estarem 
localizados nas regiões onde estes cavalos eram criados.
A história do tropeirismo – um dos capítulos mais importantes da formação gaúcha e um dos 
menos lembrados – integrou diferentes regiões do Brasil, e traçou a rota da formação de muitas 
cidades da região Sul e Sudeste. Foi através dessa atividade que se consolidou o movimento 
comercial do país, que se definiram vocações econômicas regionais, e que as enormes extensões 
de pampas gaúchos encontraram seu destino, que marca a atividade econômica de algumas 
regiões do Estado até os dias atuais.
No início do século XVII chegaram jesuítas à região formada pelos atuais estados do Paraná e Rio 
Grande do Sul, e pela Argentina e Paraguai. Esses padres estabeleceram as Missões Jesuíticas, 
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onde reuniam, em torno de pequenos grupos de religiosos, um grande número de índios 
guaranis convertidos. Para sustentar essas populações, foi introduzida a atividade pecuária, 
com o gado solto nas pradarias. Dessa maneira a região passou a oferecer dois atrativos para os 
forasteiros: o índio que seria escravizado e o gado. Várias expedições de bandeirantes paulistas 
atacaram a região - destaca-se a expedição comandada por Antonio Raposo Tavares - até 1640.
Em 1628 já havia relatos sobre a presença de rebanhos nas reduções jesuíticas. Mas acredita-
se que tenham levado os animais da margem direita para a esquerda do rio Uruguai em 1629, 
dando origem a um rebanho imenso que ficaria conhecido como Vacaria do Mar na área situada 
entre a Laguna dos Patos e os rios Jacuí e Negro. Essa Vacaria era regularmente predada por 
espanhóis e portugueses, e para garantir o gado os jesuítas criam a Vacaria dos Pinhais, na 
região de campos de cima da serra que ficou conhecia como Campos da Vacaria.
A ação dos bandeirantes e os conflitos fronteiriços entre Portugal e Espanha fizeram com que 
os jesuítas transferissem as reduções para a região noroeste do Rio Grande, onde fundaram 
os Sete Povos das Missões, que funcionavam de forma independente dos governos europeus 
metropolitanos e não se preocuparam em respeitar as decisões adotadas a partir de 1750. Essa 
situação motivou a repressão às Missões. Apesar da resistência por parte de padres e índios, as 
Missões foram desmanteladas, mas deixaram um legado que, por muito tempo, seria a base da 
economia gaúcha: os grandes rebanhos de bovinos e cavalos, criados soltos pelas pradarias.
A formação das Vacarias permitiu que se realizasse, na área do atual Estado, a atividade de preia 
do gado selvagem. Caçava-se o gado e se retirava o couro, que era exportado para a Europa. A 
carne que não era consumida pelos predadores, era deixada no campo, apodrecendo. Todos 
predavam gado: portugueses, índios de aldeamentos, moradores das terras espanholas que 
tinham permissão de suas autoridades para vaquear, indivíduos que vaquejavam por conta 
própria.
Enquanto isso, Portugal e Espanha continuavam na sua dança para ver quem, afinal, seria o dono 
do Sul do Continente. Tratados não cumpridos por ambas as partes e a política de “é de quem 
conseguir manter” tornavam a região que é o atual Rio Grande do Sul uma terra de ninguém, 
onde as duas coroas disputavam a posse do território.
Era ainda esse o quadro do território riograndense quando, no final do século XVII, se descobriu 
ouro na região das Minas Gerais. A descoberta de ouro (e depois de diamantes) causou um 
grande afluxo populacional para a região. A população da área cresceu exponencialmente, 
causando a falta de alimentos e de produtos básicos. De 1700 a 1760, calcula-se que por volta 
de 700 mil pessoas imigraram para o Brasil com destino à Minas Gerais. A esses, se somaram um 
grande número de escravos africanos, bem como migrantes vindos de outras áreas do Brasil e 
escravos transferidos ilegalmente da região de produção de açúcar no Nordeste.
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Não é de se admirar, portanto, que no início do século XVIII a falta de gêneros alimentícios tenha 
causado grandes crises, acompanhadas por expressiva mortalidade. As crises mais fortes foram 
as de 1697-1698, 1700-1701 e 1713.
A atividade mineradora, o crescimento das cidades e a formação de uma elite com recursos 
aumentaram a necessidade de animais para transporte de carga. Onde encontrar esses 
animais? A resposta era fácil – no sul do continente, onde estavam as enormes Vacarias. A bem 
da verdade, a região não era propriamente portuguesa. No início do período de mineração a 
América ainda era dividida pelo Tratado de Tordesilhas, e teoricamente os rebanhos pertenciam 
à Espanha.
Mas isso era um detalhe, resolvido pela política de ocupação efetiva do território. E foi assim, 
vindo de uma região de posse duvidosa, que o gado gaúcho entrou na história brasileira. O 
primeiro grande tropeiro foi um fidalgo português, Cristóvão Pereira de Abreu, descendente 
do condestável Nuno Álvares Pereira. Cristóvão de Abreu nasceu em Ponte de Lima, em 1680, 
e veio para o Rio de Janeiro aos 24 anos. Aqui, casou com D. Clara de Amorim, com quem não 
teve filhos. 
Em 1722, aos 42, fez um grande negócio. Arrematou o monopólio de couros do sul do Brasil, 
mediante o compromisso de pagar 70 mil cruzados para a Fazenda Real anualmente. Tratou de 
começar a explorar esse manancial de ganhos, chegando a exportar 500 mil peças de boi por 
ano, através da Colônia de Sacramento (então de posse dos Portugueses).
Cristóvão de Abreu também instalou sua própria estância, situada entre o Canal de Rio Grande 
e a planície de Quintão. Mas o seu grande feito seria estabelecer um caminho por terra entre os 
pampas e o mercado que clamava por gado.
Francisco de Souza Faria, morador de Laguna, havia levado dois anos abrindo uma estrada que 
ia de Morro dos Conventos, em Araranguá, na planície costeira da atual Santa Catarina, até 
os Campos de Curitiba, no planalto. A obra teve início em 1717, e por essa estrada Cristóvão 
Pereira subiu pela primeira vez levando 800 cavalos e mulas, possibilitando a ligação entre o 
Sul e a vila de Sorocaba em São Paulo, que se tornou o grande entreposto de venda de gado 
durante o período da mineração, no ano de 1931.
No ano seguinte, em uma segunda viagem – agora com 3 mil animais e 130 tropeiros – Cristóvão 
de Abreu alargou e melhorou o caminho, construindo vários pontilhões. Levou um ano e dois 
meses para atingir Sorocaba – e iniciou um novo ciclo da economia gaúcha.
Mais tarde, Cristóvão Pereira abriu um novo caminho, que ligava diretamente os campos de 
Viamão aos Campos de Lajes. Ao longo desse caminho foram surgindo povoados: Santo Antonio 
da Patrulha, São Francisco de Paula, Capela de Nossa Senhora da Oliveira da Vacaria.
As aventuras do primeiro tropeiro não pararam por ai. Mais tarde, em 1735, foi convocado pelo 
governo português para defender as fronteiras portuguesas por terra, enquanto o Brigadeiro 
José da Silva Paes prestava apoio marítimo. O governo português tinha conhecimento de que 
os espanhóis pretendiam ocupar toda a área que ia até a ilha de santa Catarina, e era preciso 
garantir a presença portuguesa. Cristóvão aceitou o desafio e com 160 homens partiu para o 
Sul, sustentando a entrada do canal de Rio Grande por cinco meses, até que o Brigadeiro Silva 
Pais chegou com suas tropas por mar. No ponto onde Cristóvão de Abreu havia se instalado com 
seus homens, e onde o brigadeiro desembarcou, foi fundado o
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quartele vila de Rio Grande. E seria ali que, em 1755, morreria Cristóvão Pereira de Abreu, o 
homem que colocou o Rio Grande do Sul no mapa econômico do Brasil.
As duas rotas originais estabelecidas por Cristóvão de Abreu perderam importância quando se 
passa a explorar diretamente a região das Missões, e se passa a utilizar um caminho que leva 
diretamente à essa área, partindo de Vacaria e indo direto a Cruz Alta, então na fronteira entre 
Portugal e Espanha. Uma vez estabelecidas as rotas de transporte, as tropas se multiplicaram e o 
comércio de gado deslanchou. A preferência era pelos muares, já que mulas e burros eram mais 
adequados para o transporte em uma região montanhosa como Minas Gerais. Mas também se 
exportava gado vacum e cavalos.
Estabelecer um número exato de animais exportados é quase impossível. Há relatos falando em 
mais de 50 mil animais, com grande predominância de muares, na metade do século XVIII. As 
tropas saiam do Rio Grande do Sul em setembro ou outubro, época em que, graças às chuvas, 
encontrariam melhores pastos pelo caminho. Prosseguiam até Curitiba, onde ficavam por algum 
tempo, engordando o gado. De lá, partiam para Sorocaba, o grande centro de comércio de gado, 
a tempo de participar das grandes feiras que se realizavam entre abril e maio.
O fim de um ciclo
A atividade de tropeiragem teve seu auge ente 1725 e o final do século, quando a atividade 
mineradora começou a declinar. Nessa época, entretanto, um novo produto permitiu que o 
Rio Grande do Sul continuasse a desempenhar o seu papel de fornecedor de outros centros 
produtores brasileiros. Era o charque, que começou a ser produzido na região de Pelotas por 
volta de 1780. Com ele, os rebanhos gaúchos encontrariam uma nova destinação. Entretanto, 
os tropeiros continuaram a percorrer os caminhos do Sul, ainda que em menor escala. A 
tropeiragem sofreu um grande baque com a instalação das ferrovias, no final do século XIX. 
Manteve-se, contudo, em menor escala, até o a década de 50 do século XX.
Centro de 
Tradições Gaúchas
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A Sociedade Sul-Riograndense foi fundada em 08 de novembro de 1857 pelo professor e filólogo 
Antônio Alvares Pereira Coruja. É, portanto, a mais antiga entidade representativa do povo 
gaúcho que existe, seguida de longe pelo "Grêmio Gaúcho", fundado em 22 de maio de 1898, a 
"União Gaúcha de Pelotas", em 10 de setembro de 1899, "O Centro Gaúcho de Bagé", em 20 de 
setembro de 1899 e o "Grêmio Gaúcho de Santa Maria" e, 08 de setembro de 1901.
Em 1947, o jovem estudante do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, João Carlos 
D'Ávila Paixão Côrtes, recém chegado de Santana do Livramento, sai para tomar um cafezinho e 
avista uma bandeira do Rio Grande do Sul servindo de cortina para tapar o vidro de uma janela 
do bar, entre cachaça e cigarro. O comerciante não sabia do que se tratava aquele pano. Foi a 
gota d'água. Naquele ano Paixão Côrtes cria, juntamente com alguns colegas, o Departamento 
de Tradições Gaúchas, no Colégio Julinho. O grupo acompanha de-a-cavalo o traslado dos 
restos mortais do General Farroupilha David Canabarro. A primeira Ronda Crioula é criada para 
preservar, desenvolver e proporcionar a revitalização à cultura rio-grandense. O DTG comemora 
os 112 anos da Revolução Farroupilha. Acende-se da Pira da Pátria pela primeira vez o fogo que 
os tradicionalistas denominam de Chama Crioula.
Em 24 de abril de 1948 é fundado o 35 CTG, o pioneiro daquelas entidades. Hoje são mais de 
1700 CTGs em todo o País. Em 1959, quando é criado o Conselho Coordenador, o Estado já 
conta com diversos CTGs. Em 1966 cria-se o Movimento Tradicionalista Gaúcho e em 1975, o 
Conselho Coordenador transforma-se em Conselho Diretor, ativo até a atualidade.
Encontro de Artes e 
Tradição Gaúcha
Na década de 70, o MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetização. empenhava-se em 
combater o alto nível de analfabetismo no país. No Rio Grande do Sul, além de alfabetizar, 
também almejava divulgar a cultura como forma de elevar a auto-estima da população e 
oportunizar o surgimento de novos valores artísticos.
O professor e advogado Praxedes da Silva Machado, responsável cultural pelo Mobral, buscou a 
parceria do Movimento Tradicionalista Gaúcho e, com a participação do IGTF Instituto Gaúcho 
de Tradição e Folclore, criaram o Festival
90
Estadual de Arte Popular e Folclore, que se popularizou como Festival Estadual do Mobral. O 
evento foi idealizado para ser itinerante, isto é, cada ano em uma cidade diferente.
A primeira edição deste festival foi no ano de 1977, cuja fase final foi realizada na cidade de 
Bento Gonçalves. A 2a em 1978 - Porto Alegre, a 3a em 1979 -Lajeado, a 4a em 1980 - Cachoeira 
do Sul, a 5a em 1981 - Lagoa Vermelha, a 6a em 1982 - Canguçu, a 7a em 1983 - Soledade e a 8a 
em 1984 - Farroupilha. Em 1985, a 9a edição seria em Rio Pardo.
Como as autoridades do município desistiram, Farroupilha passou a sediar novamente. Decidiu-
se, então, não mais alternar o local, uma vez que Farroupilha se propunha em continuar 
realizando anualmente a final. A partir de 1986, o evento passa a ser promovido pelo Movimento 
Tradicionalista Gaúcho, em parceria com a Prefeitura Municipal de Farroupilha e o Instituto 
Gaúcho de Tradição e Folclore -IGTF, passando a ser denominado FEGART - Festival Gaúcho 
de Arte e Tradição. Sua realização acontecia sempre no último final de semana de outubro, 
permanecendo em Farroupilha da 1ª à 11ª edições, portanto, ate o ano de 1996.
Tendo em vista o crescimento do festival e das necessidades estruturais e financeiras para sua 
realização e a manifestação da Prefeitura de Farroupilha de não mais sediar o evento, em 1997, 
a 12a edição, foi transferida para Santa Cruz do Sul. O evento passou a ser realizado no segundo 
final de semana de novembro de cada ano. Por questões que envolveram o nome do festival, 
reivindicado pela Prefeitura de Farroupilha, houve a necessidade de mudança, no ano de 1999, 
passando a denominar-se ENART - Encontro de Artes e Tradição Gaúcha. No ano de 2013 será 
realizada a 28ª edição e 37ª edição desde o festival originário.
Nativismo
O movimento nativista surge com a criação da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul, 
na cidade de Uruguaiana, em 1971
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A Califórnia da Canção é promovida por um grupo ligado ao CTG Sinuelo do Pago, em Uruguaiana 
Na primeira edição, sessenta pessoas fazem a platéia Nos tempos de ouro da Califórnia, entre a 
décima e a vigésima edição, chega atrair 60 mil pessoas
Na década de 80 surgem novos festivais e um verdadeiro turbilhão nativista começa a tomar 
conta do Estado Os jovens passam a vestir bombachas, sair às ruas dos grandes centros com 
suas mateiras e formar rodas de mate nas praças Apressadamente alguns tradicionalistas julgam 
que o movimento é apenas um modismo Hoje já contabiliza três décadas de atuação e centenas 
de títulos de festivais Atualmente são em média 40 festivais por ano, mas já houve época com 
mais eventos deste tipo do que finais de semana Com a grande produção musical gerada pelo 
nativismo surgem novos programas de rádio e televisão A mídia começa olhar com atenção para 
os nativistas e vê fundamento nos temas que são abordados pelos novos valores que começam 
surgir ano a ano Os festivais tornam se mercado de trabalho e hoje há um elenco de mais de mil 
nomes cadastrados como compositores, músicos e intérpretes deste gênero musical só no Rio 
Grande do Sul
Na década de 80 surge a primeira emissora de rádio segmentada exclusivamente na cultura 
gaúcha, a Rádio Liberdade FM
A Salamanca do Jarau
No tempo dos padres jesuítas, existia um moço sacristão no Povo de Santo Tomé, na Argentina, 
do outro lado do rio Uruguai. Ele morava numa cela de pedra nos fundos da própria igreja, na 
praça principal da aldeia.
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Ora, num verão mui forte, com um sol de rachar, ele não conseguiu dormir a sesta. Vai então, 
levantou-se, assoleadoe foi até a beira da lagoa refrescar-se. Levava consigo uma guampa, que 
usava como copo.
Coisa estranha: a lagoa toda fervia e largava um vapor sufocante e qual não é a surpresa do 
sacristão ao ver sair d'água a própria Teiniaguá, na forma de uma lagartixa com a cabeça de 
fogo, colorada como um carbúnculo. Ele, homem religioso, sabia que a Teiniaguá - os padres 
diziam isso!- tinha partes com o Diabo Vermelho, o Anhangá-Pitã, que tentava os homens e 
arrastava todos para o inferno. Mas sabia também que a Teiniaguá era mulher, uma princesa 
moura encantada jamais tocada por homem. Aquele pelo qual se apaixonasse seria feliz para 
sempre.
Assim, num gesto rápido, aprisionou a Teiniagá na guampa e voltou correndo para a igreja, sem 
se importar com o calor. Passou o dia inteiro metido na cela, inquieto, louco que chegasse a 
noite. Quando as sombras finalmente desceram sobre a aldeia, ele não se sofreu: destampou a 
guampa para ver a Teiniaguá. Aí, o milagre: a Teiniaguá se transformou na princesa moura, que 
sorriu para ele e pediu vinho, com os lábios vermelhos. Ora, vinho só o da Santa Missa. Louco 
de amor, ele não pensou duas vezes: roubou o vinho sagrado e assim, bebendo e amando, eles 
passaram a noite.
No outro dia, o sacristão não prestava para nada. Mas, quando chegou a noite, tudo se repetiu. 
E assim foi até que os padres finalmente desconfiaram e numa madrugada invadiram a cela 
do sacristão. A princesa moura transformou-se em Teiniaguá e fugiu para as barrancas do rio 
Uruguai, mas o moço, embriagado pelo vinho e de amor foi preso e acorrentado. Como o crime 
era horrível - contra Deus e a Igreja! - foi condenado a morrer no garrote vil, na praça, diante da 
igreja que ele tinha profanado.
No dia da execução, todo o Povo se reuniu diante da igreja de São Tomé. Então, lá das barrancas 
do rio Uruguai a Teiniaguá sentiu que seu amado corria perigo. Aí, com todo o poder de sua 
magia, começou a procurar o sacristão abrindo rombos na terra, um valos enormes, rasgando 
tudo. Por um desses valos ela finalmente chegou à igreja bem na hora em que o carrasco ia 
garrotear o sacristão. O que se viu foi um estouro muito grande, nessa hora, parecia que o 
mundo inteiro vinha abaixo, houve fogo, fumaça e enxofre e tudo afundou e tudo desapareceu 
de vista. E quando as coisas clarearam a Teiniaguá tinha libertado o sacristão e voltado com ele 
para as barrancas do rio Uruguai.
Vai daí, atravessou o rio para o lado de cá e ficou uns três dias em São Francisco de Borja, 
procurando um lugar afastado onde os dois apaixonados pudessem viver em paz. Assim, foram 
parar no Cerro do Jarau, no Quaraim, onde descobriram uma caverna muito funda e comprida. 
E lá foram morar, os dois. Essa caverna, no alto do Cerro, ficou encantada. Virou Salamanca, que 
quer dizer "gruta mágica", a Salamanca do Jarau. Quem tivesse coragem de entrar lá, passasse 
7 Provas e conseguisse sair, ficava com o corpo fechado e com sorte no amor e no dinheiro para 
o resto da vida.
Na Salamanca do Jarau a Teiniaguá e o sacristão se tornaram os pais dos primeiros gaúchos do 
Rio Grande do Sul. Ah, ali vive também a Mãe do Ouro, na forma de uma enorme bola de fogo. 
Às vezes, nas tardes ameaçando chuva, dá um grande estouro numa das cabeças do Cerro e 
pula uma elevação para outra.
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O Gaúcho é uma denominação dada às pessoas ligadas à atividade pecuária em regiões de 
ocorrência de campos naturais, do bioma denominado pampa, que ocorre no sul da América do 
Sul, em países como a Argentina, Brasil e Uruguai, e também aos nascidos no estado brasileiro 
de Rio Grande do Sul. As peculiares características do seu modo de vida pastoril teriam forjado 
uma cultura própria, derivada do amálgama da cultura ibérica e indígena, adaptada ao trabalho 
executado nas propriedades denominadas estâncias. É assim conhecido no Brasil, enquanto que 
em países de língua espanhola, como Argentina e Uruguai é chamado de gaucho (acento tônico 
no "a", diverso do português, cujo acento tônico é no "u"). Algumas vezes o termo também é 
considerado similar ou equivalente a outros estilos de vida rurais em outras culturas, como o 
americano cowboy, chileno huaso e mexicano charro, por exemplo.
O termo também é correntemente usado como gentílico para denominar os nascidos no 
estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Além disso, serve para denominar um tipo folclórico e 
um conjunto de tradições codificadas e difundidas por um movimento cultural agrupado em 
agremiações, criadas com esse fim e conhecidas como Centro de Tradições Gaúchas ou CTG.
Brasão do Rio Grande do Sul
Escudo oval. Em campo de prata: um quadrilátero de prata com um sabre de ouro, em pala, 
sustentando na ponta um barrete frígio, de vermelho, entre dois ramos floridos de fumo e erva-
mate, de sua cor, que se cruzam sobre o punho do sabre; inscrito num losango, com duas estrelas 
de cinco pontas de ouro colocadas nos ângulos superior e inferior; ladeado por duas colunas 
jônicas compostas com capitel e três anéis no terço inferior de fuste liso de ouro, encimadas 
por uma bala de canhão antigo, de preto assentes sobre um campo ondulado de verde em 
ponta. Uma bordadura de azul, perfurada de preto, carregada com a inscrição REPÚBLICA RIO-
GRANDENSE e a data 20 DE SETEMBRO DE 1835, de ouro, separadas por duas estrelas de cinco 
pontas, também de ouro
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Um listel de prata com a legenda "LIBERDADE IGUALDADE HUMANIDADE", de negro. O escudo 
fica sobreposto sobre quatro bandeiras tricolores (verde, vermelho e amarelo) entre-cruzadas 
duas a duas com hastes rematadas de Flor-de-lis invertida, de outro. As duas bandeiras dos 
extremos estão decoradas com uma faixa vermelha com bordas de ouro, atada junto à ponta 
flor-de-lisada; uma lança de cavalaria, de vermelho, rematada por uma flor-de-lis invertida, de 
ouro, entre quatro fuzis armados de baionetas de ouro, e na base do conjunto dois tuboscanhão, 
de negro, entrecruzados, semi-encobertos pelas bandeiras.
Fauna e flora locais
O Estado do Rio Grande do Sul pode ser dividido em quatro principais domínios geológicos: a 
Planície Costeira do Rio Grande do Sul, o Planalto das Araucárias, Depressão Central e o Escudo 
Sul-Riograndense, de acordo com o mapa
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Matriz produtiva
Número de empregados, massa salarial e média salarial Porto Alegre é a 6ª maior economia do 
Brasil
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Dentro da indústria de transformação, o Rio Grande do Sul possui destaque nacional em vários 
segmentos:
Maior parque industrial do Brasil (% produção nacional):
● Fumo - 49,7%
● Couro e Calçados - 29,0%
● Automação
● Biodiesel – 28%
● Máquinas agrícolas e rodoviárias – 46,7%
● Vinhos – aproximadamente 90%
● Reboques e carrocerias
Segundo maior parque industrial do Brasil (% produção nacional):
● Produtos de metal - 13,5%
● Máquinas e equipamentos - 16,8%
● Móveis - 20,9%
Terceiro maior parque industrial do Brasil (% produção nacional):
● Produtos de borracha e material plástico - 8,4%¹
Quarto maior parque industrial do Brasil (% produção nacional):
● Alimentos - 7,9%
● Produtos de Madeira - 8,3%
● Produtos Químicos - 9,2%
● Veículos automotores - 9,1%
● Embarcações, aeronaves, veículos militares e outros
equipamentos de transporte - 6,7%
Matriz energética
O Rio Grande do Sul possui mais de 300 empreendimentos em operação, com 9,3 GW de 
potência, conforme informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para os 
próximos anos, está prevista uma adição de 2,7 GW na capacidade de geração do Estado, 
proveniente de 20 empreendimentos em construção e mais 31 com a outorga assinada. A oferta 
de energia no Estado provém de usinas hidrelétricas, de termoelétricas a óleo combustível, 
a gás natural e a carvão mineral, e de fontes alternativas de energia como eólica e pequenas 
centrais termo e hidrelétricas. O Rio Grande do Sul vem investindo, ainda, no desenvolvimentode biocombustíveis como biodiesel, etanol e biogás. O Estado já conta, em 2015, com nove 
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usinas para a fabricação de biodiesel, com produção anual de 606 milhões de litros e capacidade 
nominal anual para produzir 1.363 milhões de litros, sendo o maior produtor nacional (ANP, 
2015).
A distribuição de energia elétrica é feita principalmente por três grandes concessionárias: 
Distribuidora Gaúcha de Energia S.A. (AES Sul), Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) 
e Rio Grande Energia S.A. (RGE). Também há cinco pequenas concessionárias e 15 cooperativas 
de eletrificação rural.
Carvão
O Rio Grande do Sul é o Estado brasileiro com o maior número de plantas termelétricas – quatro 
das 13 usinas instaladas no país. Aproximadamente 90% das reservas brasileiras de carvão 
estão no Estado, o que representa 28 bilhões de toneladas. No município de Candiota, está a 
maior reserva de carvão mineral do Brasil, 38% do total nacional. O município abriga as usinas 
Presidente Médici (446 MW) e Candiota III (350 MW), estando em construção a usina Pampa 
Sul (340 MW). As outras duas usinas estão em Charqueadas (72 MW) e São Jerônimo (20 MW).
O Estado busca fomentar o desenvolvimento de tecnologias que visem ao melhor aproveitamento 
do carvão mineral, pesquisando alternativas de uso, além da queima direta para a geração de 
energia elétrica. Outra prioridade é estudar as potencialidades de utilizar o carvão gaúcho para 
a indústria carboquímica.
Parques Eólicos
O RS é um dos Estados brasileiros com maior potencial de energia eólica, sediando inclusive o 
maior complexo eólico da América Latina, o de Campos Neutrais, localizado no Litoral Sul. Em 
consonância com o país, o Rio Grande do Sul vem investindo fortemente nessa fonte de energia 
desde 2006. Até 2018, o Estado terá capacidade instalada de 2.029,6 MW em 105 parques, 
contabilizando investimentos de R$ 8,4 bilhões. O potencial de energia eólica em solo gaúcho é 
estimado em 115 GW para a altura de 100 metros (Atlas Eólico Rio Grande do Sul, 2014).
Além disso, há uma boa infraestrutura de redes de transmissão e distribuição de energia elétrica 
e grande facilidade de conexão nas regiões com maior potencial de ventos. Apresenta ainda boa 
interligação entre os sistemas elétricos de transmissão da Região Sul e do Sudeste.
100
Evolução da capacidade instalada de Geração Elétrica no RS 2005-2017 (MW)
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101
Matriz de transporte
O Rio Grande do Sul conta com uma rede multimodal de transportes relativamente bem 
estruturada e capilarizada. Entretanto, possui uma matriz excessivamente centrada no 
transporte rodoviário. Considerando a matriz modal do Rio Grande do Sul, em 2014 as rodovias 
eram responsáveis por 88% do total transportado¹. Dados mais recentes² indicam que, em 2017 
o modal rodoviário do Rio Grande do Sul continuava respondendo por aproximadamente 88% 
do total transportado, enquanto no Brasil a participação deste modal atingia 65%.
No Rio Grande do Sul há rotas hidroviárias interiores e portos importantes como o de Porto 
Alegre e de Rio Grande e uma rede ferroviária extensa, com potencial para ser explorado. Há 
também uma rede de aeroportos regionais e três aeroportos internacionais , com destaque 
para o Aeroporto Salgado Filho, na capital do Estado, que apresenta a maior movimentação de 
passageiros e de cargas. Há, ainda, uma rede dutoviária que serve principalmente o nordeste do
Estado com transporte de petróleo e derivados e gás natural. No entanto, a movimentação 
de cargas e de passageiros é realizada predominantemente por rodovias que interligam as 
várias regiões do Estado aos outros estados brasileiros e aos países do MERCOSUL. Devido à 
sua localização geográfica, passam pelo Estado boa parte dos produtos comercializados entre o 
Brasil e o bloco de países do MERCOSUL, principalmente a Argentina. Com isso, rodovias como 
a BR-116, BR-101, BR-386 e BR-290, entre outras, apresentam volumes de tráfego cada vez mais 
pesado, principalmente em momentos de escoamento de safra agrícola.
A tradição exportadora de grande parte da agricultura e indústria gaúchas também contribui 
para definir a conformação das redes modais que ligam as várias regiões produtoras do Estado 
à capital, ao Porto de Rio Grande e a Uruguaiana. Estruturas importantes como os pontos 
alfandegados e portos secos alfandegados, localizados em pontos estratégicos do Estado, 
dão suporte à movimentação de cargas pelos diferentes modais, fornecendo desembaraço 
aduaneiro e fiscalização. Quanto à atuação de Operadores de Transporte Multimodal (OTM), 
em maio de 2020 no RS estavam cadastradas pela ANTT – Agência Nacional de transportes 
Terrestres, 41 empresas com sede em 11 municípios. Das 41 empresas de OTM com operação 
nacional e internacional, 11 operavam no MERCOSUL³.
102
O RS possui aproximadamente 17.000km de rodovias federais e estaduais O sistema 
rodoviário é responsável pela movimentação da maior parte da carga transportada 
no Rio Grande do Sul e pela quase totalidade do transporte de passageiros. De acordo 
com o Departamento Autônomo de Estadas de Rodagem - DAER, o estado conta 
com aproximadamente 17.464 km de rodovias federais e estaduais, além das malhas 
municipais. A malha federal estrutura a rede de transporte com rodovias longitudinais, 
diagonais, transversais e de ligação. A rede estadual articula-se a federal, sendo mais densa 
e capilarizada nas regiões norte e nordeste do estado em função do maior número de 
municípios e de núcleos urbanos.
Segundo o DAER, a malha rodoviária pavimentada do Estado conta com uma extensão 
aproximada de 13.742 km. Destes, cerca de 5.585 km correspondem a rodovias federais e 
8.000 km correspondem a rodovias estaduais¹. Possui também aproximadamente 3.722 km 
de estradas federais e estaduais não pavimentadas, dentre as quais 1.326 Km encontram-
se em obras de pavimentação. As rodovias BR-116, BR-101, BR-386 e BR-290 recebem 
grandes fluxos de escoamento da produção, especialmente da safra agrícola, apresentando 
os volumes de tráfego mais elevados por estabelecerem as ligações entre o Portos de 
Rio Grande e Porto Alegre, Uruguaiana e os países do MERCOSUL e os demais estados 
brasileiros.
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103
A malha ferroviária gaúcha, controlada por longo período pela Rede Ferroviária Federal - 
RFFSA, foi concedida para a iniciativa privada em 1997 à empresa América Latina Logística - 
ALL que, até 2013, detinha também áreas de concessão do norte da Argentina. A operação 
de concessão mais recente é da empresa Rumo, nova companhia resultante da fusão Rumo 
- América Latina Logística – ALL. Com concessão para o período de 1997 a 2027 e operação 
das malhas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo é chamada 
de RMS – Rumo Malha Sul.
A malha aeroviária do Estado conta com um conjunto de aeroportos regionais e locais e três 
aeroportos internacionais, dentre os quais o mais importante é o Aeroporto Internacional 
Salgado Filho, localizado em Porto Alegre, capital do Estado. Segundo a ANAC – Agência 
Nacional de Aviação Civil, em 2018, o Aeroporto Salgado filho foi o 9º aeroporto do Brasil 
em número de decolagens no mercado doméstico e transportou 3.797.970 passageiros. Os 
aeroportos em operação no Rio Grande do Sul atendem principalmente a movimentação 
de passageiros em vôos comerciais regulares e vôos particulares e militares. Há também 
infraestrutura para movimentação de cargas nos aeroportos de Porto Alegre, Caxias 
do Sul, Passo Fundo e Santo Ângelo. Em Rio Grande e Pelotas, Santa Maria e Canoas há 
movimentação de cargas militares e científicas. Os campos de pouso servem como apoio 
ao sistema aeroportuário e são utilizados principalmente para vôos agrícolas, de turismo e 
lazer e de instrução.
104
Principais Portos do 
Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul apresenta uma importante malha hidroviária concentradanas bacias 
hidrográficas do Guaíba e Litorânea. Os principais rios navegáveis: Jacuí e Taquari, Sinos, 
Caí e Gravataí em menor proporção. Lago Guaíba e Laguna dos Patos são utilizados quase 
exclusivamente para o transporte de cargas através dos terminais públicos e privados. Os 
principais portos públicos são os Portos do Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre e Estrela, onde 
operam também Terminais de Uso Privativo - TUPs. Atualmente há TUPs distribuídos pelas 
hidrovias fora dos portos públicos com registros de movimentação crescente.Porto
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
105
PORTO DE RIO GRANDE
106
A denominação "Rio Grande" vem do fato de, dois séculos atrás, os navegantes que se 
dirigiam à Colônia do Sacramento entenderem que a embocadura da Lagoa dos Patos fosse 
a foz de um grande rio. O primeiro registro de transposição da Barra do Rio Grande é de 
1737, quando o Brigadeiro José da Silva Paes chegou para iniciar o povoamento desta região 
que passou a ser conhecida como Rio Grande de São Pedro ou São Pedro do Rio Grande, 
e construiu a fortificação de madeira denominada de Forte Jesus Maria José. Segundo 
historiadores, muitos que visitavam a região não acreditavam no seu desenvolvimento, ou 
mesmo que viesse a se constituir uma cidade aqui, devido às condições naturais pouco 
favoráveis.
A primeira providência oficial para melhorar a segurança da navegação ocorreu em 
1846, quando o Governo Imperial criou a Inspetoria da Praticagem da Barra. Após esta 
providência, reduziram-se consideravelmente os acidentes na Barra.
Passou a desenvolver-se uma crescente navegação através da Barra, sendo contadas em 
1847, 668 embarcações que a transpuseram. Surgiu um pequeno porto, localizado onde 
hoje é o Porto Velho, no centro da cidade, freqüentado principalmente por embarcações 
a vela. A contínua agitação das águas na embocadura, as freqüentes mutações dos canais 
e as profundidades insuficientes que raramente ultrapassavam 3,6 metros, tornavam a 
transposição da Barra extremamente perigosa, cobrando um pesado tributo à navegação 
em acidentes marinhos, inviabilizando o comércio e o desenvolvimento da região.
Em 1855, o Ministério da Marinha enviou o Ten.Cel. Eng. Ricardo Gomes Jardim, 
especializado em engenharia hidráulica, para estudar a Barra e o Porto e concluiu "que 
devem reputar-se inexeqüíveis, senão mais nocivos do que úteis, quaisquer construção de 
pedra ou de madeira, no intuito de prolongar o leito do rio ou dar maior força à corrente". 
A seguir, outros consideraram a Barra "não suscetível de melhoramentos por meio de 
trabalhos hidráulicos". Em 1860, a profundidade da Barra não ia além de 2,20 metros. 
Somente em 1875, Sir John Hawkshaw, comissionado pelo Governo Imperial, visitou o Porto 
do Rio Grande e propôs a construção de quebra-mares partindo do litoral para o oceano, 
de um e outro lado da embocadura com uma extensão de cerca de 2 milhas (3.220m) cada.
Em 1906, o engenheiro Elmer Lawrence Cortheill foi contratado pelo Governo brasileiro 
para executar as obras de fixação da Barra de Rio Grande, com aprofundamento para 10m, 
e a construção de dois molhes convergentes e um novo porto na cidade do Rio Grande 
(hoje conhecido como Porto Novo). Cortheill organizou a companhia "Port of Rio Grande 
do Sul", com sede em Portland, Estados Unidos, que construiria e exploraria o porto por 70 
anos.
O projeto da Barra, a ser executado, originou-se da comissão presidida pelo engenheiro 
Honório Bicalho em 1883, posteriormente pouco alterado, analisado e aprovado pelo 
engenheiro holandês Pieter Caland, em 1885, que propôs a adoção de molhes convergentes. 
Em 1908, devido às dificuldades do engenheiro Cortheill conseguir nos EUA o capital 
necessário à execução das obras, constituiu-se em Paris a "Compagnie Française du Port 
du Rio Grande do Sul", com capitais europeus, à qual foi transferido o contrato através do 
decreto nº 7.021, de 09 de julho de 1908. Dois anos depois, iniciaram-se efetivamente os 
trabalhos de construção dos molhes e do novo porto. 
Em 1º de março de 1915, aproximadamente às 17h30min, o navio-escola Benjamin 
Constant, da Armada nacional, calando 6,35 metros, transpôs a Barra. Por volta das 
18h30min, atracou no cais do Porto Novo do Rio
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Grande, em meio a solenidades festivas. Em 15 de novembro de 1915, foi inaugurado o 
primeiro trecho de cais do Porto Novo, numa extensão de 500 metros, logo entregues à 
operação. O trabalho teve continuidade em 1919, quando, em vista das dificuldades 
enfrentadas pela companhia francesa, após a 1ª Grande Guerra, foram encampadas pela 
União e transferidas ao Estado do Rio Grande do Sul as obras da Barra e do Porto do Rio 
Grande. Em 1934, a União renovou o contrato de concessão portuária ao Estado do Rio 
Grande do Sul, pelo prazo de 60 anos, incluindo a manutenção de hidrovias do Estado.
Em 1951, face à importância que passou a adquirir o complexo hidro-portuário 
riograndense, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul criou, através da lei nº 1561, de 1º 
de outubro de 1951, o Departamento Estadual de Portos, Rios e Canais - Deprc, autarquia 
que englobou os serviços concedidos, entre eles o Porto do Rio Grande, e outros executados 
pelo Estado na área hidroviária. Em 1970, pela dragagem do canal de acesso da Barra para 
navios calando até 40 pés e pela incorporação da área de expansão (Superporto), abriram-
se amplas perspectivas de crescimento e desenvolvimento do Porto do Rio Grande.
No ano de 1994, mês de agosto, expirou o prazo do Contrato de Concessão Portuária ao 
Estado, que foi prorrogado até 31 de março de 1997 para possibilitar os ajustes impostos 
pela Lei nº 8.630/93. A Lei 8.630/93 mudou significativamente as relações de trabalho e 
a operação nos portos brasileiros, e em Rio Grande não foi diferente. Hoje, entre outras 
alterações, a operação portuária é feita totalmente por operadores portuários privados.
Porto de Porto Alegre
O porto de Porto Alegre, mesmo possuindo características fluviais, é classificado como 
porto marítimo, conforme Resolução Nº 2969 -ANTAQ, de 4 de julho de 2013. Mantém 
oito quilômetros de cais acostável, dividido entre os cais Mauá, Navegantes e Marcílio Dias. 
Sua estrutura envolve 25 armazéns com 70 mil m², numa área total de 450 mil m². Desde o 
primeiro semestre de 2005, a área de operação do porto público está concentrada no cais
108
Navegantes, que encontra-se regido pelas normas internacionais de segurança ISPS-CODE, 
desde 2010. Possui capacidade de operação de até 3 navios de longo curso, simultaneamente. 
Desde o final de 2012, o porto da Capital participa do programa desenvolvido pelo Governo 
Federal, denominado Porto Sem Papel - PSP, onde se concentram todos seus dados 
portuários, compartilhando-os com os órgãos anuentes ( Polícia Federal, Receita Federal, 
VIGIAGRO, ANVISA, Marinha do Brasil, dentre outros). O zoneamento do porto da Capital 
gaúcha dispõe de áreas distintas para terminais multipropósito, de grãos, de fertilizantes e 
carga geral. Nos últimos cinco anos, o porto de Porto Alegre juntamente com os terminais 
privados movimentou cerca de 6 milhões de toneladas/ano, em produtos, tais como, cabos 
de amarração de plataforma marítima, fertilizantes, sal, grãos vegetais, transformadores 
elétricos e celulose.
O Porto de Pelotas, administrado pela Superintendência de Portos e Hidrovias, exerce 
importante papel no processo de desenvolvimento econômico da metade sul na geração 
de trabalho e renda e na diminuição dos custos logísticos para as empresas exportadoras e 
importadoras da região.
As operações de cargas e descargas são efetuadas com rapidez e segurança, garantidas 
pela constante qualificação do trabalho, da modernização dos seus equipamentos, 
da conservação e adequação dos armazéns e da segurança realizada por profissionais 
especializados.
O porto recuperou a sua condição de porto alfandegado, pela Receita Federal e considerando 
sua proximidade com o portode Rio Grande, é também um porto alimentador. Tem boa 
disponibilidade de armazenagem em áreas fechadas ou abertas.
O porto oferece os serviços de suprimento de água e energia elétrica e mão-de-obra 
cadastrada no Orgão Gestor de Mão–de-Obra.
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Unidades de conservação
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O Rio Grande do Sul é considerado pioneiro no trato de questões ambientais desde os 
anos 50. Conforme dados disponíveis, o Estado conta atualmente com 108 Unidades de 
Conservação, Destas, 10 são de competência federal, 24 estaduais, 35 municipais e 39 são 
Reservas Particulares do Patrimônio Natural.
114
Organização política e territorial Divisão política Regiões administrativas 
Hierarquia urbana Regionalização do IBGE
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O Brasil é uma nação independente e autônoma politicamente, dispõe de uma região 
separada em estados, que nessa condição são 26, fora o distrito federal que corresponde a 
uma unidade da federação que foi estabelecida com o objetivo de acolher a metrópole do 
Brasil e também o polo do Governo Federal.
Foram diversas as razões que conduziram o Brasil a fazer uma separação interna da 
região, dentre eles os principais foram os aspectos político-administrativos e históricos. 
Esse procedimento começou ainda no período colonial, instante esse que o Brasil estava 
separado em capitanias hereditárias, dessa maneira estados como Paraíba, Pernambuco 
e Rio Grande do Norte são provenientes de velhas capitanias constituídas no antigo 
momento onde prevalecia esse modelo de separação. Uma das razões que beneficiavam a 
separação interna da nação é quanto à gestão administrativa da região, onde se separa as 
obrigações de fiscalizar em porções menores, pois grandes distancias territoriais sem posse 
e inexistência de estado pode gerar uma sequência de problemas, até a perda de regiões 
para nações vizinhas.
No final do século XIX quase todos os estados estavam com seus próprios formatos atuais, 
contudo certos estados apareceram depois, como Tocantins, em 1988, e Mato Grosso do 
Sul, em 1977, gerando uma reorganização na posição cartográfica e governamental do 
interior da nação. Estado quer dizer unidade da federação brasileira. O Brasil apresenta 
leis específicas, uma vez que está estruturado politicamente e retém toda autonomia. As 
leis são formuladas em padrão federal e são independentes, contudo, municípios e estados 
apresentam leis específicas, porém que são submetidas às leis nacionais, nesse caso, a 
Constituição Federal.
116
Além da separação em federações há uma no interior dos estados, a regionalização 
em cidade, que apresenta leis próprias que são dependentes das leis federais, essa 
regionalização ainda pode ser separada em distritos. Na separação administrativa do 
Brasil, têm-se os estados, os municípios, os distritos e o distrito federal. Estados: unidades 
federativas do país. São gerenciados por governos estaduais, que são dependentes do 
Governo Federal. Cada estado tem sua própria capital, no qual está implantada a sua matriz 
administrativa. Municípios: equivalem as unidades administrativas que são menores que os 
estados. São gerenciadas pelos governos municipais, mais popularmente conhecidos como 
prefeituras, que são dependentes do Governo Federal e do Governo Estadual.
Distritos: são unidades governamentais que fazem parte dos municípios. Um município 
pode ser formado por um ou mais distritos. O distrito matriz normalmente apresenta o 
mesmo nome que o município e os outros distritos costumam ser denominados de vilas. 
Quando uma vila se expande, ela é promovida a município. Distrito Federal: é a matriz do 
governo federal, lugar onde está a metrópole do país. É no Distrito Federal que estão às 
matrizes dos poderes executivo, legislativo e judiciário. No Brasil, o Distrito Federal está 
localizado no estado de Goiás, e a capital brasileira em Brasília.
Região Norte
A região Norte é composta por sete estados, onde estão localizadas a Floresta Amazônica e 
a Bacia Amazônica. É a maior região brasileira, mas a menos habitada. O clima encontrado 
na região norte é o equatorial.
Região Nordeste
A região nordeste apresenta noves estados. É a segunda região com a maior quantidade 
de habitantes. O clima pode mudar conforme a localização, sendo semi-árido no centro e 
úmido nas regiões ocidental e oriental.
Região Centro-Oeste
A região Centro-Oeste apresente só três estados mais o Distrito Federal. É a segunda maior 
região brasileira, mas a menos povoada. Tem a agropecuária como principal atividade 
econômica. O clima dominante é o tropical.
Região Sudeste
A região Sudeste apresenta quatro estado. É a região mais avançada, em razão do grande 
crescimento econômico, agrícola e industrial, além de ser a com mais habitantes. O clima 
muda conforme a localização, sendo tropical de altitude nos planaltos, e tropical atlântico 
no litoral.
Região Sul
A região Sul apresenta três estado. É a menor região do Brasil, mas a que possui grande 
influencia européia, principalmente germânica e italiana. O clima dominante é o subtropical. 
Dessa forma, o Brasil apresente o quinto maior território com relação aos demais países.
O território do Brasil já passou por diversas divisões regionais. A primeira proposta de 
regionalização foi realizada em 1913 e depois dela outras propostas surgiram, tentando 
adaptar a divisão regional às características econômicas, culturais, físicas e sociais dos 
estados.
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117
A regionalização atual é de 1970, adaptada em 1990, em razão das alterações da 
Constituição de 1988. O órgão responsável pela divisão regional do Brasil é o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A primeira proposta de divisão regional do Brasil surgiu em 1913, para ser utilizada no 
ensino de geografia. Os critérios utilizados para esse processo foram apenas aspectos físicos 
– clima, vegetação e relevo. Dividia o país em cinco regiões: Setentrional, Norte Oriental, 
Oriental, Meridional. Em 1940, o IBGE elaborou uma nova proposta de divisão para o país 
que, além dos aspectos físicos, levou em consideração aspectos socioeconômicos. A região 
Norte era composta pelos estados de Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e o território do 
Acre. Goiás e Mato Grosso formavam com Minas Gerais a região Centro. Bahia, Sergipe e 
Espírito Santo formavam a região Leste. O Nordeste era composto por Ceará, Rio Grande 
do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São 
Paulo e Rio de Janeiro pertenciam à região Sul.
Conforme a divisão regional de 1945, o Brasil possuía sete regiões: Norte, Nordeste 
Ocidental, Nordeste Oriental, Centro-Oeste, Leste Setentrional, Leste Meridional e Sul. Na 
porção norte do Amazonas foi criado o território de Rio Branco, atual estado de Roraima; 
no norte do Pará foi criado o estado do Amapá. Mato Grosso perdeu uma porção a noroeste 
(batizado como território de Guaporé) e outra ao sul (chamado território de Ponta Porã). 
No Sul, Paraná e Santa Catariana foram cortados a oeste e o território de Iguaçu foi criado.
Os territórios de Ponta Porã e Iguaçu foram extintos e os estados do Maranhão e do Piauí 
passaram a integrar a região Nordeste. Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro 
formavam a região Leste. Em 1960, Brasília foi criada e o Distrito Federal, capital do país, foi 
transferido do Sudeste para o Centro-Oeste. Em 1962, o Acre tornou-se estado autônomo e 
o território de Rio Branco ganhou o nome de Roraima.
118
Em 1970, o Brasil ganhou o desenho regional atual. Nasceu o Sudeste, com São Paulo e Rio 
de Janeiro sendo agrupados a Minas Gerais e Espírito Santo. O Nordeste recebeu Bahia e 
Sergipe. Todo o território de Goiás, ainda não dividido, pertencia ao Centro-Oeste. Mato 
Grosso foi dividido alguns anos depois,dando origem ao estado de Mato Grosso do Sul.
Com as mudanças da Constituição de 1988, ficou definida a divisão brasileira que 
permanece até os dias atuais. O estado do Tocantins foi criado a partir da divisão de Goiás e 
incorporado à região Norte; Roraima, Amapá e Rondônia tornaram-se estados autônomos; 
Fernando de Noronha deixou de ser federal e foi incorporado a Pernambuco.
Microrregião - é definida como parte das mesorregiões que apresentam especificidades 
quanto à organização do espaço. Essas especificidades referem-se à estrutura de produção, 
agropecuária, industrial, extrativismo mineral ou pesca. A organização do espaço 
microrregional é também identificada pela vida de relações em nível local, isto é, pela 
interação entre as áreas de produção e locais de beneficiamento e pela distribuição de bens 
e serviços de consumo freqüente. Assim, a estrutura da produção para identificação das 
microrregiões é considerada em sentido totalizante, envolvendo a produção propriamente 
dita, distribuição, troca e consumo, incluindo atividades urbanas e rurais. Composição da 
Microrregião Osório - 23 municípios
 • Arroio do Sal
 • Balneário Pinhal
 • Capão da Canoa
 • Capivari do Sul
 • Caraá
 • Cidreira
 • Dom Pedro de Alcântara
 • Imbé
 • Itati
 • Mampituba
 • Maquiné
 • Morrinhos do Sul
 • Mostardas
 • Osório
 • Palmaresdo Sul
 • Santo Antônio da Patrulha
 • Tavares
 • Terra de Areia
 • Torres
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 • Tramandaí
 • Três Cachoeiras
 • Três Forquilhas
 • Xangri lá
Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) - criados pela Lei nº 10.283, de 17 de 
outubro de 1994, os Coredes têm por objetivo a promoção do desenvolvimento regional, 
harmônico e sustentável, através da integração dos recursos e das ações de governo na 
região, visando à melhoria da qualidade de vida da população, à distribuição eqüitativa da 
riqueza produzida, ao estímulo à permanência do homem em sua região e à preservação 
e recuperação do meio ambiente. Compete aos Coredes as seguintes atribuições, dentre 
outras: promover a participação de todos os segmentos da sociedade regional no 
diagnóstico de suas necessidades e potencialidades, para a formulação e a implementação 
das políticas de desenvolvimento integrado da região; elaborar planos estratégicos de 
desenvolvimento regional; manter espaço permanente de participação democrática, 
resgatando a cidadania, através da valorização da ação política; constituir-se em instância 
de regionalização do orçamento do Estado, conforme estabelece o art. 149, parágrafo 8º, 
da Constituição do Estado; orientar e acompanhar, de forma sistemática, o desempenho 
das ações dos Governos Estadual e Federal na região; e respaldar as ações do Governo do 
Estado na busca de maior participação nas decisões nacionais.
Composição do Corede Litoral - 2008 - 21 municípios
Arroio do Sal - Balneário Pinhal - Capão da Canoa - Capivari do Sul - Caraá - Cidreira - Dom 
Pedro de Alcântara - Imbé - Itati - Mampituba - Maquiné - Morrinhos do Sul - Mostardas 
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- Osório - Palmares do Sul - Terra de Areia - Torres - Tramandaí - Três Cachoeiras - Três 
Forquilhas - Xangri-lá
A hierarquia urbana é a maneira como as cidades organizam-se dentro de uma escala de 
subordinação. Na prática, ocorre quando vilas e cidades menores subordinam-se às cidades 
médias, e estas se subordinam às cidades grandes. Por meio da hierarquia urbana, pode-se 
conhecer a importância de uma cidade e a sua relação de subordinação ou influência sobre 
as outras que estão à sua volta.
Essa teoria não é estabelecida apenas pelo tamanho da cidade ou pelo contingente 
populacional, mas especialmente pela quantidade e variedade de bens e serviços 
oferecidos. Quanto maior é a sua importância no processo produtivo, maior é a sua 
colocação na hierarquia urbana.
A ideia de hierarquia urbana, especialmente na atualidade, está vinculada ao conceito de 
rede urbana, que nada mais é do que a rede de relações econômicas, sociais e culturais 
que integram as cidades. O esquema clássico da hierarquia urbana sofreu modificações 
importantes no decorrer das últimas décadas. A razão é a história das cidades e a evolução 
dos meios de comunicação e transportes, que são resultados do processo de Globalização. 
O processo de subordinação não mais obedece a uma escala contínua. Em diversas 
situações, os habitantes de cidades menores direcionam-se diretamente a centros urbanos 
como metrópoles regionais ou nacionais para adquirir bens ou serviços. Há três principais 
tipos de metrópoles no Brasil: as globais, as nacionais e as regionais.
Metrópoles Globais representam as cidades com maior grau de complexidade 
socioeconômica e geográfica. Nesse sentido, suas respectivas redes de transporte e 
comunicação, bem como a sua integração territorial, possuem um nível de alcance que, 
muitas vezes, extrapola as fronteiras nacionais. são : RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO. 
Metrópoles Nacionais atuam basicamente da mesma forma que as globais, porém com um 
nível de abrangência que alcança somente a escala nacional, pois suas relações exteriores 
encontram-se apenas parcialmente desenvolvidas. Mesmo assim, essas cidades também 
são importantes pontos nas redes financeiras do Brasil.
As metrópoles nacionais são: Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Brasília 
(DF), Salvador (BA) e Curitiba (PR). Metrópoles Regionais restringem suas áreas de influência 
a um nível regional não muito bem definido. Sendo assim, sua polarização é limitada, bem 
como os serviços por elas oferecidos. Em geral, as metrópoles regionais possuem uma forte 
conexão com metrópoles nacionais ou globais próximas.
As metrópoles regionais brasileiras são: Goiânia (GO), Belém (PA) e Manaus (AM). 
Metrópole Porto Alegre; Capitais Regionais B: Caxias do Sul, Passo Fundo e Santa Maria; 
Capitais Regionais C: Ijuí, Novo Hamburgo e Pelotas-Rio Grande ; Centros Subregionais A: 
Bagé, Bento Gonçalves, Erechim, Lajeado, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa, Santo Ângelo e 
Uruguaiana; Centros Subregionais B: Carazinho, Cruz Alta e Frederico Westphalen; Centros 
de Zona A: Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Camaquã, Cerro Largo, Encantado, Estrela, 
Guaporé, Ibirubá, Lagoa Vermelha, Marau, Montenegro, Nova Prata, Osório, Palmeira 
das Missões, Santiago, São Borja, São Gabriel, São Jerônimo, São Luiz Gonzaga, Sarandi, 
Soledade, Taquara, Torres, Três de Maio, Três Passos, Vacaria e Venâncio Aires; Centros de 
Zona B: Alegrete, Arroio do Meio, Arvorezinha, Boa Vista do Buricá, Capão da Canoa, Casca, 
Constantina, Espumoso, Garibaldi, Getúlio Vargas, Horizontina, Itaqui, Mostardas, Muçum, 
Nonoai, Nova Petrópolis, Pinheiro Machado, Rodeio Bonito, Salto do Jacuí, Salvador do Sul,
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Sananduva, Santana do Livramento, Santa Vitória do Palmar, Santo Antônio da Patrulha, 
Santo Augusto, São Sebastião do Caí, São Valentim, Serafina Corrêa, Sinimbu, Sobradinho, 
Tapejara, Tapes, Tenente Portela, Teutônia, Tramandaí, Tucunduva e Veranópolis .
Cidade População Censo 
2010 
População estimada 
2019
Porto Alegre 1 450 555 1 483 771
Caxias do Sul 435 564 510 906
Canoas 323 827 346 616
Pelotas 328 275 342 405
Santa Mari a 261 031 282 123
Gravataí 255 762 281 519
Viamão 239 384 255 224
Novo Hamburgo 239 051 2 46 748
São Leopoldo 214 210 236 835
Rio Grande 197 253 211 00
Questões
1 - 2015 - Banca MPE-RS - MPE-RS - Assessor Bacharel em História
Com relação ao processo histórico de formação do atual estado do Rio Grande do Sul, 
assinale a alternativa correta.
122
(A) Em razão do seu caráter fronteiriço e da distância geográfica em relação aos demais 
mercados da colônia, a integração econômica da região se deu apenas no século XIX por 
iniciativa do governo Imperial.
(B) Enquanto a ocupação dos Campos de Viamão teve um caráter privado, atendendo 
predominantemente a interesses econômicos particulares, a fundação de Rio Grande se 
insere nas estratégias metropolitanasde garantia da presença portuguesa na região.
(C) A presença açoriana na região sul da América portuguesa foi causada por um movimento 
migratório espontâneo, motivado pela busca de melhores condições de vida e sem a 
participação ou incentivo por parte da administração portuguesa para isso.
(D) No século XIX, a elite política local protagonizou processos emancipatórios de caráter 
republicano, como a Guerra da Cisplatina que tentou implementar uma República do Prata, 
e a Guerra dos Farrapos, que chegou a implementar um governo republicano.
(E) Importantes para a formação do Rio Grande do Sul, comunidades de origem germânica 
e italiana iniciaram o fluxo migratório para a região após a unificação nacional da Alemanha 
e da Itália no contexto da transição da mão de obra escrava para a livre no Brasil.
2 - 2017 - Banca FEPESE - Órgão CIDASC - Médico Veterinário 
Anita Garibaldi (Ana Maria de Jesus Ribeiro) teve, junto ao seu companheiro o italiano 
Giuseppe Garibaldi, marcante participação em um memorável fato da história catarinense 
ocorrido no século XIX. Tropas que lutavam contra o governo central, vindas do Rio Grande 
do Sul, conquistaram Laguna e ali proclamaram a “Republica Catarinense” (ou República 
Juliana).
O fato acima está associado à:
(A) Guerra do Contestado.
(B) Guerra dos Emboabas.
(C) Revolução Liberal do Porto.
(D) Revolução Federalista.
(E) Revolução Farroupilha.
3 - 2016 - Banca LEGALLE Concursos - Órgão Prefeitura de Portão - RS Psicólogo
O município de Portão teve início em terras do antigo município de:
(A)Alegrete.
(B)Santa Maria.
(C)Porto Alegre.
(D)Uruguaiana.
(E)Torres.
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4 - 2014 - Banca CISLIPA - Órgão CISLIPA - Técnico de Informática
O Litoral Sul é formado pelos estados:
(A)Paraná, Antonina e Morretes.
(B)Paraná e Santa Catarina.
(C)Paraná, Rio Grande do Sul e Guaratuba.
(D)Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
5 - Instituto Excelência - 2019 - FUNBEPE - Técnico de Enfermagem
Leia o trecho abaixo:
Foi um advogado, político e presidente do Brasil nascido na cidade de São Borja (RS), no dia 
19 de abril de 1882 e falecido em 24 de agosto de 1954. Ele fez sua carreira política no Rio 
Grande do Sul e alcançou a presidência da República em 1930. Foi o presidente que mais 
tempo ficou no cargo em toda história republicana do Brasil. Estamos se referindo ao:
(A)Fernando Collor.
(B)Getúlio Vargas.
(C)Prudente de Morais.
(D)Nenhuma das alternativas.
6 - 2013 - Banca FDRH - Órgão PC-RS - Escrivão e Inspetor de Polícia - 2° Parte 
A atividade de criação de gado bovino no Rio Grande do Sul tem-se modificado com 
o passar do tempo, apresentando-se hoje como uma pecuária empresarial que busca 
melhoramentos genéticos, bem como a melhoria na alimentação dos animais por meio do 
plantio de pastagens, da resteva das lavouras de arroz e de soja e da produção de silagens. 
Essa atividade econômica no Rio Grande do Sul está localizada, principalmente, na região 
conhecida como
(A) campos do planalto.
(B) vale do rio Taquari.
(C)planalto gaúcho.
(D)campanha do sudoeste.
(E) litoral norte.
7 - 2010 - Banca FEPESE - Órgão AL-SC - Técnico Legislativo
Analise o texto abaixo.
A Bacia do Uruguai drena terras ________, Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina.
124
Seu principal rio é o Uruguai, que resulta da confluência entre os rios __________ e Pelotas, 
e deságua no estuário do Rio da Prata.
Assinale a alternativa que preenche correta e sequencialmente as lacunas.
(A) do Paraná ; Canoas
(B) do Paraná ; Paraguai
(C)de Santa Catarina ; Itajaí
(D)de Santa Catarina ; Iguaçu
(E) de Santa Catarina ; Canoas
8 - 2015 - Banca MPE-RS - Órgão MPE-RS - Assessor Bacharel em História
Com relação à história do Rio Grande do Sul durante a Primeira República, assinale a 
alternativa correta.
(A) A crise do Império e a decadência política dos grandes estancieiros gerou uma 
situação de profunda estagnação econômica no estado, sanada apenas com o contexto de 
industrialização iniciado durante a década de 1930.
(B) Fundado ainda em 1882 com ideais contrários ao Partido Conservador, o Partido 
Republicano Riograndense caracterizou sua administração pelo combate ao liberalismo 
econômico e pela defesa dos ideais democráticos e patrióticos no estado.
(C) De caráter predominantemente agrícola, a economia estadual, centrada no cultivo 
do arroz no litoral, era voltada, sobretudo, para o mercado externo da região platina, 
garantindo estabilidade diante da crise internacional dos preços na década de 1920.
(D) Uma das principais características do republicanismo sul-rio-grandense durante a 
Primeira República foi a incorporação dos ideais políticos e filosóficos do Positivismo, 
definindo, ao mesmo tempo, uma posição progressista em termos econômicos e 
conservadora em termos político-sociais.
(E) Consolidado ao longo da gestão de Júlio de Castilhos, o governo republicano no Rio 
Grande do Sul sofreu forte oposição, como se manifesta nos episódios da Revolução 
Federalista e na sucessão de Castilhos pelo seu desafeto político do Partido Federalista, 
Borges de Medeiros.
9 - 2015 - Banca MPE-RS - Órgão MPE-RS - Assessor Bacharel em História
Assinale com V (verdadeiro) ou com F (falso) as seguintes afirmações, relativas à história do 
Brasil na primeira metade do século
XX.
( ) A ascensão de Getúlio Vargas em 1930 provocou uma cisão local na oligarquia gaúcha, 
resultando na criação do Partido Republicano Liberal, de oposição ao governo central.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
125
( ) O golpe de Estado realizado por Getúlio Vargas em 1937 ocasionou forte resistência da 
elite política paulista, culminando com a chamada Revolução Constitucionalista.
( ) O Estado Novo definiu-se por uma política de massas marcada pela centralidade da figura 
do líder e pela crítica ao sistema liberal.
( ) Com uma economia ainda centrada na produção agrícola, a legislação sindical na Era 
Vargas foi predominantemente voltada para os trabalhadores do mundo rural.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
(A) V – V – V – F.
(B) V – V – F – V.
(C) V – F – V – F.
(D) F – F – V – F.
(E) F – F – F – V.
10 - 2012 - Banca FAURGS - Órgão TJ-RS - Historiógrafo
Com relação ao Alvará de 16 de dezembro de 1812 que criou a Comarca de São Pedro 
e Santa Catarina, elevando Porto Alegre à Cabeça de Comarca e fazendo com que o Rio 
Grande do Sul adquirisse sua autonomia judiciária, considere as afirmações abaixo.
I - Estabelecia que o Rio Grande do Sul denominar- se-ia Capitania de São Pedro do Rio 
Grande.
II - Determinava a vila de Porto Alegre como a capital da Capitania de São Pedro do Rio 
Grande.
III - Estabelecia que os Ouvidores-Gerais, que anteriormente se chamavam Ouvidores da 
Comarca de Santa Catarina, deveriam residir no Desterro.
IV - Estabelecia que o Governador e Capitão-General teriam residência no Desterro.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas III e IV.
(E) Apenas II, III e IV.
11 - 2012 Banca FAURGS - Órgão TJ-RS - Historiógrafo
Durante mais de trinta anos o Partido Republicano Rio-grandense (PRR) manteve sua 
hegemonia política por sua capacidade de criar uma máquina político-administrativa 
eficiente e com ramificações em todo o estado. Esse poder inquestionável, com contornos 
126
ditatoriais, pode ser expresso pelas características abaixo, EXCETO por uma delas. 
Assinale-a.
(A) A proibição de que a Brigada Militar fosse utilizada para finalidades políticas.
(B) A presença, nos municípios, de “coronéis” que controlavam os assuntos partidários e 
eram leais ao governador.
(C) A capacidade de mobilização de “coronéis” em perí- odos eleitorais, os quais utilizavam, 
se preciso, a fraude e a violência.
(D) O poder de intervenção do governador, em nível local, que podia, inclusive, cancelar 
eleições.
(E) A existência de apenas dois partidos que disputavam o poder político do estado desde oinício do período republicano.
12 - 2012 - Banca FAURGS - Órgão TJ-RS - Historiógrafo
A República Rio-grandense foi proclamada em 12 de setembro de 1836. Assinale a afirmação
INCORRETA no que se refere a essa República.
(A) Antonio de Souza Neto proclamou a República Rio-grandense.
(B) Um dos motivos apontados para a Revolução Farroupilha, segundo um manifesto de 
Bento Gonçalves, datado de 5 de setembro de 1836, era a falta de um Tribunal de Segunda 
Instância na Província.
(C) O Governo da República Rio-grandense manteve provisoriamente a Constituição 
Brasileira e suas leis em vigor, enquanto não fosse convocada uma Assembleia Constituinte.
(D) Domingos José de Almeida, secretário da Fazenda da República Rio-grandense, em 31 
de julho de 1839, esclareceu aos juízes da República que, a partir do ato solene de sua 
proclamação, continuariam em vigor as Decisões da Relação do Rio de Janeiro.
(E) A Assembleia Constituinte da República não chegou a votar o projeto de Constituição, 
pois, com a intensificação das lutas, a maior parte dos Deputados, que eram militares, 
afastouse para assumir seus postos no Exército da República.
13 - 2018 - Banca FUNDATEC - Órgão PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde
De acordo com publicação no Jornal Correio do Povo, em 04/07/2017, Paixão Côrtes, 
um dos grandes ícones da cultura gaúcha do Rio Grande do Sul, anunciou, por carta, seu 
afastamento da vida pública aos 90 anos de idade. João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes, nascido 
em Sant’Ana do Livramento, em 12 de julho de 1927, é engenheiro agrônomo, folclorista, 
radialista e um dos principais líderes do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Paixão Côrtes é 
um dedicado pesquisador da cultura, hábitos e costumes populares do Rio Grande do Sul e 
do Brasil. Analise abaixo as afirmações sobre a vida de Paixão Côrtes:
I. Paixão Côrtes participou ativamente do grupo que fundou, o “35 Centro de Tradições 
Gaúchas”, compondo a primeira diretoria como Patrão de Honra.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
127
II. Seu trabalho foi reconhecido no âmbito Estadual e Nacional. Do governo do Estado do 
Rio Grande do Sul, recebeu a Medalha Negrinho do Pastoreio como reconhecimento por 
serviços prestados à cultura e a Medalha Assis Brasil em destaque por seu trabalho em 
prol da agropecuária. Nacionalmente, foi distinguido pelo então presidente da República 
Fernando Henrique Cardoso com a Comenda da Ordem ao Mérito Cultural por serviços 
prestados à cultura brasileira.
III. Paixão Côrtes serviu como modelo para o escultor Antônio Caringi, quando posou com 
suas roupas campeiras e laço para o artista esculpir a estátua O Laçador, obra escultural 
eternizada em bronze que foi erguida em praça pública à entrada de Porto Alegre, sendo 
deslocada, em 2007, para o Sítio do Laçador.
IV. O folclorista Paixão Côrtes também recebeu homenagem da sua cidade natal, Sant’Ana 
do Livramento, com uma obra estatutária de Sérgio Coirolo, colocada na entrada da cidade, 
saudando o visitante da fronteira.
Quais estão corretas?
(A)Apenas III.
(B)Apenas I e II.
(C)Apenas I e III.
(D)Apenas I, III e IV.
(E)I, II, III e IV.
14 - 2018 - Banca FUNDATEC - Órgão - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia
Analise a sentença abaixo:
Em 2017, o médico gaúcho César Gomes Victora foi vencedor do prêmio 
___________________ pelo conjunto de seus estudos na área de amamentação e nutrição 
materno-infantil, considerado responsável por profundo impacto para a saúde nos países 
em desenvolvimento. Ele é o ___________ cientista brasileiro a ser contemplado com a 
premiação, uma das mais respeitadas mundialmente na área de ciências da saúde. A 
pesquisa que motivou a premiação foi realizada em __________ e resultou na descoberta 
de que a criança que não é amamentada exclusivamente com o leite materno até os 
primeiros seis meses de vida corre mais risco de morrer por causa de diarreia e pneumonia.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.
(A) Gairdner de Saúde Global – segundo – 2005
(B) Gairdner de Saúde Global – segundo – 1985
(C) Gairdner de Saúde Global – primeiro –1985
(D) Nobel de Medicina – primeiro – 2005
(E) Nobel de Medicina – segundo – 2005
128
15 - 2017 - Banca Fundação La Salle - Órgão SUSEPE-RS - Agente Penitenciário
De acordo com os indicadores sociais pesquisados nos estados brasileiros, analise as 
afirmações abaixo.
I - De acordo com o Censo Demográfico do IBGE, o Rio Grande do Sul está entre os cinco 
Estados mais alfabetizados do país. Atingiu em 2010 uma taxa de alfabetização de 95,5% 
da população acima de 15 anos de idade.
II - Entre as unidades da federação, o Rio Grande do Sul apresenta o menor Coeficiente de 
Mortalidade Infantil do Brasil. De acordo com o IBGE, o RS registrou em 2011, 11,4 óbitos 
por 1.000 nascidos vivos.
III-A proporção de casos de gravidez na adolescência no Estado é um dos menores do Brasil. 
Em 2010, segundo o DATASUS, era de 16,39% a proporção de nascidos vivos de mães com 
menos de 20 anos de idade, enquanto a média do Brasil era de 19,31%.
Das afirmações acima, qual(is) está(ão) correta(s)?
(A) I, II e III.
(B) Apenas I e II.
(C) Apenas II e III.
(D) Apenas I e III.
(E) Apenas a II.
16 - 2017 - Banca Fundação La Salle - Órgão SUSEPE-RS - Agente Penitenciário
Ainda tomando o texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens subseqüentes,
relativos ao Brasil da Primeira República. Borges de Medeiros manteve-se como
detentor do poder oligárquico no governo do Rio Grande do Sul por mais de duas
décadas.
● Certo
● Errado
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
129
17 - 2015 - Banca LEGALLE Concursos - Órgão: Prefeitura de Nova Esperança do Sul - 
Contador
No extremo sul do Rio Grande do Sul, na cidade de Santa Vitória do Palmar, passará a 
funcionar um Parque de geração de energia alternativa. Trata-se de energia:
(A)Nuclear.
(B)Eólica.
(C)Solar.
(D)Hidrelétrica.
(E)Fóssil.
18 - 2011 - Banca MS CONCURSOS - Órgão Prefeitura de São Borja - RS - Agente 
Administrativo Auxiliar
Na bandeira atual do estado do Rio Grande do Sul existem palavras relacionadas a valores 
universais. Qual das palavras, encontradas na bandeira gaúcha, NÃO figura entre os 
princípios universais estabelecidos pela Revolução Francesa?
(A) Liberdade.
(B) Igualdade.
(C)Fraternidade
(D)Humanidade.
19 - 2016 - Banca LEGALLE Concursos - Órgão Prefeitura de Turuçu - RS - Assistente Social
Em abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal suspendeu, por sessenta dias, um processo 
que reflete no estado do Rio Grande do Sul. O governador do Estado, José Ivo Sartori, 
juntamente com outros governadores, estava solicitando________________ .
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna:
(A) A renegociação da dívida do estado com a União.
130
(B) O aumento do investimento no combate ao mosquito Aedes aegypti.
(C)Mudanças na divisão dos royalties de petróleo do pré-sal.
(D)Diminuição de impostos de natureza federal.
(E)Autorização para redução salarial do funcionalismo público.
20 - 2013 - Banca CESPE - Órgão DPF - Perito Criminal Federal - Cargo 5
Julgue o item subsequente, a respeito da paleontologia. As florestas petrificadas dos sítios 
paleobotânicos do arenito Mata, nos municípios de Mata e São Pedro do Sul, no Rio Grande 
do Sul, representam importantes registros de lenhos fósseis silicificados: de pequeno até 
grande porte, com troncos gigantescos, consistem em formas gimnospérmicas relacionadas 
a coníferas, representando uma flora mesofírica, originadas por mudanças climáticas 
iniciadas na passagem do Meso-neotriássico.
● Certo
● Errado
21 - 2009 Banca TJ-SC - Órgão TJ-SC - Analista Administrativo
Sobre a Revolução Farroupilha, leia as proposições que seguem:
I. A Revolução Farroupilha, também chamada de Guerra dos Farrapos, foi o mais longo 
movimento de revolta civil brasileira.
Eclodiu na província do Rio Grande do Sul e durou dez anos, de 1835 a 1845.
II. Foi ummovimento de revolta promovida pelos estancieiros gaúchos, denominação dada 
aos proprietários de grandes fazendas criadoras de gado na região.
III. Como causa econômica desta revolução, podemos citar o fato de que a província do 
Rio Grande do Sul tinha uma economia baseada na pecuária, com a criação de gado e 
produção do charque. Os estancieiros gaúchos, porém, reclamavam da concorrência que 
sofriam do charque platino e que também era comercializado nas províncias brasileiras. 
Como os impostos de importação do charque platino eram mais baixos, isto facilitava sua 
comercialização a um preço melhor que o charque gaúcho.
IV. Em 1835, os rebeldes dominaram Porto Alegre, a capital da província do Rio Grande do 
Sul. O governo central reagiu imediatamente, mas não conseguiu derrotá-los. A rebelião 
farroupilha expandiu-se e, em 1836 foi proclamada a República de Piratini.
V. Giuseppe Garibaldi tornou-se o primeiro presidente da República de Piratini.
Assinale a alternativa correta:
(A) Apenas a proposições III está incorreta.
(B) Apenas as proposições I, II, e IV estão corretas.
(C) Apenas as proposições I e III estão corretas.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
131
(D) Apenas as proposições I, II, III e IV estão corretas.
(E) Todas as proposições estão corretas.
22 - 2018 - Banca Dédalus Concursos - Órgão IPRED - SP - Contador
Geograficamente o Brasil faz fronteira com outros dez países da América do Sul. Com base 
nesta informação, analise:
I- Na região norte do Brasil o país é fronteiriço com o Suriname, a Guiana, a Venezuela e um 
território pertencente à França, a Guiana Francesa;
II- O estado do Rio Grande do Sul faz fronteira com Bolívia e Uruguai;
III- O Peru faz fronteira com o Brasil no estado do Mato Grosso do Sul;
IV- O Chile faz fronteira com o Brasil no estado de Santa Catarina.
Dos itens acima:
(A) Apenas os itens I, II e III estão corretos.
(B) Apenas os itens I, III e IV estão corretos.
(C) Apenas os itens II e IV estão corretos.
(D) Apenas os itens II, III e IV estão corretos.
(E) Apenas o item I está correto.
23 - 2017 - Banca Alternative Concursos - Órgão Prefeitura de Sul Brasil - SC - Agente 
Educativo
O incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, 
completa neste mês _____ anos. Centenas de jovens foram intoxicados pela fumaça 
produzida pela queima de uma espuma acústica após o vocalista da banda que tocava na 
festa "Agromerados" ter acendido um artefato pirotécnico dentro do estabelecimento. 
A tragédia terminou com 242 mortos e mais de 600 feridos. Assinale a alternativa que 
contempla corretamente o trecho acima:
(A) 4
(B) 3
(C)2
(D)5
(E) 6
24 - 2011 - Banca MS CONCURSOS - Órgão Prefeitura de São Borja - RS - Agente 
Administrativo Auxiliar
132
“Nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Nessa cidade, 
iniciou seus estudos, tendo passado por escolas nos Estados Unidos quando morou lá, 
em virtude de seu pai ter ido lecionar em uma universidade da Califórnia, por dois anos. 
Voltou a morar nos EUA quando tinha 16 anos, tendo cursado a Roosevelt High School de 
Washington, onde também estudou música, sendo até hoje inseparável de seu saxofone” . 
Trata-se de um dos mais importantes escritores brasileiros. Dele, NÃO se pode afirmar:
(A) Participou da televisão, criando quadros para o programa "Planeta dos Homens", na 
Rede Globo, e contribuiu para a série "Comédias da Vida Privada"
(B) São de sua autoria: “A Grande Mulher Nua”,” Ed Mort e Outras Histórias”, “Sexo na 
Cabeça”, “O Analista de Bagé”, “A Velhinha de Taubaté”.
(C) Seu pai foi escritor, deixando obras memoráveis como “Olhai os Lírios do Campo”, “O 
Tempo e o Vento”, “O Senhor Embaixador”, “Incidente em Antares”, entre outras.
(D) É membro da Academia Brasileira de Letras desde 2002, ocupando a cadeira número 
21, pelo vasto conjunto de sua obra.
25 - 2011 - Banca TJ-SC - Órgão TJ-SC - Técnico Judiciário - Auxiliar
Foi o mais longo movimento de revolta civil brasileira. Eclodiu na província do Rio Grande 
do Sul e durou dez anos, de 1835 a 1845. Foi um movimento de revolta promovida pelos 
ricos estancieiros gaúchos, denominação dada aos proprietários de grandes fazendas 
criadoras de gado na região. Os interesses econômicos desta classe dominante estão 
entre as principais causas do movimento, que teve como um de seus objetivos separar-se 
politicamente do Brasil.
O texto acima se refere:
(A) À Guerra dos Farrapos
(B)À revolta dos Maleses.
(C)À guerra Juliana.
(D)À Sabinada.
(E) À Revolução de 1930.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
133
26 - 2015 - FAURGS - 2015 - TJ-RS - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, na região central do estado do Rio Grande do Sul, 
começou na madrugada de 27 de janeiro de 2013, quando uma das bandas da noite teria 
usado recursos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado no teto da casa 
noturna. Sem conseguir sair do estabelecimento, mais de 200 jovens morreram e outros 
100 ficaram feridos.
O inquérito instaurado constatou que
(A) a espuma empregada no isolamento acústico da casa noturna estava e consonância 
com as normas de segurança do município
(B) o acesso dos bombeiros foi dificultado em função de a boate estar localizada em prédio 
com vários andares.
(C)a ausência de seguranças na boate dificultou a abertura das portas e a evacuação do 
recinto.
(D)o alvará do Plano de Prevenção de Combate a Incêndio estava vencido.
27 - 2014 - FUNDATEC - 2014 - SUSEPE-RS - Agente Penitenciário
“Com alta de 44,3%, Rio Grande do Sul bate recorde histórico de exportações em 2013: 
Com o desempenho positivo, o Rio Grande do Sul se tornou o terceiro Estado com maior 
valor de embarques em 2013, ganhando duas posições em relação a 2012, ao ultrapassar 
Paraná e Rio de Janeiro. Os gaúchos tiveram o maior incremento de vendas externas entre 
todos os Estados no ano passado, respondendo a 10,36% das exportações brasileiras”. 
(Zero Hora, 21/01/2014). As vendas externas gaúchas foram impulsionadas principalmente 
devido às exportações de:
(A)Trigo
(B)Arroz.
(C)Carvão
(D)Soja.
(E)Milho.
28 - FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde
Segundo notícia veiculada na GaúchaZH, datada de 14/12/2017, dez municípios gaúchos 
respondem por 42% do Produto Interno Bruto (PIB) total do Rio Grande do Sul. Dentre as 
cidades abaixo, qual apresenta o maior PIB per capita (produto interno bruto, dividido pela 
quantidade de habitantes) do Estado em 2015?
(A)Porto Alegre.
(B)Gravataí.
(C)Triunfo.
134
(D)Novo Hamburgo.
(E)Passo Fundo.
29 - FUNDATEC - 2018 - PC-RS - Escrivão e de Inspetor de Polícia - Tarde
Conforme notícia do Jornal Correio do Povo, veiculada em 24/11/2017, com base em 
pesquisa divulgada pelo IBGE, o Rio Grande do Sul tem 11,2 milhões de residentes em 
2016, o que representa um aumento de 1,5% em relação a 2012. A Pesquisa Nacional por 
Amostra de Domicílios Contínua ainda trouxe outros dados referentes à população idosa, 
perfil de cor ou raça, condição de domicílio da população e lares gaúchos com acesso à 
internet. Com base nessa notícia, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) Em relação à idade, o levantamento indicou um crescimento considerável na 
população idosa (com mais de 60 anos), que passou de 1,7 milhão para mais de 2 milhões, 
representando crescimento de 15% entre 2012 e 2016. Por outro lado, houve redução na 
população jovem, especialmente na faixa etária entre 5 e 19 anos.
(B) O acesso à internet foi outro ponto pesquisado pelo IBGE. No Rio Grande do Sul, 67% 
dos lares gaúchos não têm internet, sendo que o maior acesso é pelo telefone celular.
(C) A pesquisa também analisou o perfil de cor ou raça, de acordo com a autodeclaração. 
Nesse aspecto, a população gaúcha é predominantemente branca (81,5%), enquanto que 
parda seria de 13% e preta, de 5,2%.
(D) No estado do RS, a maior parte da população (36,9%) é responsávelpelo seu domicílio. 
Nas demais categorias, 31,4% são filhos ou enteados que moram com os pais; 23,5% moram 
com companheiros; e 8,2% declararam outra classificação
(E) Entre os bens, 96,3% dos lares possuem pelo menos um telefone celular e 54,4% 
computadores.
30 - IOPLAN - 2017 - Câmara Municipal de Sarandi - RS - Agente de Manutenção (Servente)
Foi uma cantora brasileira, conhecida por sua competência vocal, musicalidade e presença 
de palco. É considerada por muitos críticos a melhor cantora popular do Brasil. Nasceu na 
cidade de Porto Alegre, em 1945, onde começou sua carreira como cantora aos onze anos 
de idade em um programa de rádio para crianças. Entre suas composições mais famosas 
está:
“Alô, alô, Marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar, estamos em guerra
Você não imagina a loucura (...)”
Quem é esta cantora?
(A) Cássia Eller
(B) Elis Regina.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
135
(C) Gal Costa.
(D) Marisa Monte.
(E) Paula Fernandes.
31 - Fundação La Salle - 2017 - SUSEPE-RS - Agente Penitenciário
A Susepe deu início à ocupação da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba (PEFG) em 
abril de 2011. O estabelecimento tem capacidade para 432 detentas e 7,7 mil metros 
quadrados de área construída. O estabelecimento conta com unidade para atendimento 
médico, área para trabalho prisional e salas de aula. O investimento foi de R$ 22,7 milhões 
com recursos do Governo do Estado. Em dezembro, foi inaugurada a Unidade Materno 
Infantil. A ala criada é destinada para detentas com filhos nas idades de seis meses a um 
ano, já que as presas com filhos menores que esta faixa, permanecem na Penitenciária 
Feminina Madre Pelletier (PFMP), em Porto Alegre. A entrega da unidade contou com a 
colaboração do Conselho da Comunidade de Guaíba.
Em relação às mulheres em privação de liberdade é correto afirmar que:
(A) trata-se de um problema secundário, a atenção da sociedade deve voltar-se para a 
recuperação dos apenados do sexo masculino por estarem em maior número em relação às 
mulheres.
(B) dificilmente são recuperadas voltando a delinquir sob a influência do elemento 
masculino.
(C) o efetivo carcerário feminino diminuiu nos últimos anos, isso se deve as precárias 
condições dispensadas as detentas e de seus filhos
(D) estatísticas demonstram que a criminalidade feminina já supera a criminalidade 
masculina, isto se deve as inúmeras transformações sociais das últimas décadas
(E) pesquisa realizada no ano de 2008 apontou que os homens presos recebiam mais visitas 
de familiares do que as mulheres.
32 - CONTEMAX - 2019 - Prefeitura de Aroeiras - PB - Agente Administrativo
Considere os itens, colocando (V) ou (F) nos parênteses se caso for verdadeiro ou falso, 
respectivamente
São Estados produtores de Petróleo no Brasil:
( ) Rio de Janeiro;
( ) São Paulo;
( ) Rio Grande do Sul;
( ) Maranhão.
A sequência correta é:
136
(A) V – F – F – F
(B) V – V – F – F
(C)V – F – V – V
(D)F – V – V – F
(E) V – V – F – V
33 - Dédalus Concursos - 2018 - IPRED - SP - Contador
Geograficamente o Brasil faz fronteira com outros dez países da América do Sul. Com base 
nesta informação, analise:
I- Na região norte do Brasil o país é fronteiriço com o Suriname, a Guiana, a Venezuela e um 
território pertencente à França, a Guiana Francesa;
II- O estado do Rio Grande do Sul faz fronteira com Bolívia e Uruguai;
III- O Peru faz fronteira com o Brasil no estado do Mato Grosso do Sul;
IV- O Chile faz fronteira com o Brasil no estado de Santa Catarina.
Dos itens acima:
(A) Apenas os itens I, II e III estão corretos.
(B) Apenas os itens I, III e IV estão corretos
(C)Apenas os itens II e IV estão corretos.
(D)Apenas os itens II, III e IV estão corretos.
(E) Apenas o item I está correto.
34 - FUNDATEC - 2021 - Prefeitura de Panambi - RS - Professor - Educação
Infantil e Anos Iniciais
Conforme o site educacao.rs.gov.br, em julho de 2020, diante dos desafios impostos pela 
pandemia de Coronavírus e da necessidade de acolhimento dos educadores, a Secretaria 
Estadual da Educação (Seduc), em parceria com o Instituto Península, disponibilizou uma 
plataforma de apoio socioemocional para os professores da Rede Estadual de Ensino. A 
Vivescer é uma plataforma online, 100% gratuita, que oferece quatro cursos certificados 
com 32 horas cada. A live de lançamento contou com a presença do Secretário Estadual da 
Educação do Rio Grande do Sul:
(A)Cláudio Gastal.
(B)Faisal Karam
(C)Milton Ribeiro.
(D)Otomar Vivian.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
137
(E)Ranolfo Vieira Júnior.
35 - FUNDATEC - 2016 - Prefeitura de Viamão - RS - Médico Clínico Geral
A Campanha de Vacinação contra a Gripe A – H1N1 iniciou em todo estado do Rio Grande 
do Sul no dia 25 de abril de 2016, destinada a todas as pessoas que integram os grupos 
prioritários para vacinação, entre elas, pessoas com doenças crônicas. São consideradas 
doenças crônicas pelo Ministério da Saúde, entre outras:
I. Asma em uso de corticoide inalatório ou sistêmico (moderada ou grave).
II. Doenças cardíacas crônicas.
III. Diabetes tipos I e II (em uso de medicamentos).
IV. Síndrome de Down.
V. Obesidade grau III.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I, II e III.
(B) Apenas I, IV e V.
(C) Apenas II, III e IV.
(D) Apenas III, IV e V.
(E) I, II, III, IV e V.
36 - FUNDATEC - 2021 - Prefeitura de Panambi - RS - Professor - Educação Infantil e Anos 
Iniciais
Leia trechos da matéria divulgada no site da Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul, 
em 09/07/2020: “CREs apostam em busca ativa para garantir Aulas Remotas a todos os 
alunos – as 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) do Rio Grande do Sul têm 
se empenhado na universalização do acesso de alunos e professores. (...) A Escola Adolfo 
Kepler, de Panambi, abrangida pela 36ª CRE, tem buscado novas alternativas de trabalho 
em sua instituição. Para a diretora, como os alunos anseiam por novidades, os professores 
precisam se reinventar, conhecer e usar as ferramentas digitais para proporcionar aulas 
dinâmicas e interativas. A instituição de ensino já conseguiu fazer o primeiro acesso de 
todos os alunos matriculados e, desde então, trabalha no aprimoramento pedagógico.” 
Conforme citado pela notícia acima, durante a quarentena devido ao Coronavírus, muitas 
instituições de ensino públicas e privadas, com a suspensão das aulas presenciais, tiveram 
que recorrer a plataformas de ensino on-line para dar continuidade às atividades escolares 
de maneira remota. Uma dessas plataformas é disponibilizada pelo Google, conhecida 
como ________________. É uma ferramenta gratuita para todos os usuários, incluindo 
professores e estudantes, pode ser acessada pelo computador ou pelo celular, auxiliando os 
professores no gerenciamento das atividades e criação de aulas interativas. O serviço ainda 
permite criar diferentes turmas, distribuir tarefas e enviar e receber notas e feedbacks.
Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna do trecho acima.
(A) Lternativa
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(B) Hangout
(C) Keeproom
(D) Classroom
(E) Meet
(F) Moodle
37 - VUNESP - 2018 - SAAE de Barretos - SP - Caixa
Os primeiros sinais de queda nas coberturas vacinais em todo o país começaram a aparecer 
ainda em 2016. De lá para cá, doenças já erradicadas voltaram a ser motivo de preocupação 
entre autoridades sanitárias e profissionais de saúde. Amazonas, Roraima, Rio Grande do 
Sul, Rondônia e Rio de Janeiro são alguns dos estados que já confirmaram casos da doença 
neste ano. O grupo de doenças pode voltar a circular no Brasil caso a cobertura vacinal, 
sobretudo entre crianças, não aumente. (https://bit.ly/2zt2imk. Adaptado)
O grupo de doenças que volta a ameaçar as crianças no Brasil que, de acordo com o 
Ministério da Saúde, deve-se principalmente à baixa cobertura vacinal dos últimos anos e a 
vinda de estrangeiros de países em que as doenças estão ativas, é
(A) sarampo, pólio e rubéola.
(B) dengue, febre amarela e difteria.
(C) coqueluche, HPV e tossecomprida.
(D) rotavírus, meningite e varicela.
(E) tétano, catapora e caxumba.
38 - AMEOSC - 2019 - Prefeitura de São José do Cedro - SC - Auxiliar de
Ensino
O casario de alvenaria, construído pelos imigrantes italianos, no final do século 19 em 
Antônio Prado, foi declarado patrimônio histórico e artístico, pelo Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional – Iphan, em 1989. São 48 edificações localizadas nas principais 
ruas do centro da cidade. Essas se revestem de significativo valor para a história da cultura 
da cidade, região e do Brasil. O casario mencionado está localizado em qual estado 
brasileiro?
(A)Paraná.
(B)Mato Grosso do Sul.
(C)Rio Grande do Sul.
(D)Santa Catarina.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
139
39 - MetroCapital Soluções - 2021 - Prefeitura de Nova Odessa - SP - Professor de Educação 
Básica - PEB I
Observe a imagem:
Temos à imagem, um dos 13 patrimônios culturais da Humanidade, no Brasil, as Ruínas de 
São Miguel das Missões, localizada em qual estado brasileiro?
(A)Piauí
(B)Goiás.
(C)Pernambuco.
(D)Minas Gerais.
(E)Rio Grande do Sul.
Gabarito
1 B - 2 E - 3 C - 4 D - 5 D - 6 B - 7 E - 8 D - 9 D - 10 C 
11 A - 12 D - 13 E - 14 C - 15 D - 16 C - 17 B - 18 D 
19 A - 20 C - 21 D - 22 E - 23 D - 24 D - 25 A - 26 D 
27 D - 28 C - 29 C - 30 B - 31 E - 32 B - 33 E - 34 B 
35 E - 36 C - 37 A - 38 C - 39 E
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL 
VIDEOAULA
PROF. FABRÍCIO MÜLLER
www.acasadoconcurseiro.com.br
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL 
3
História do Rio 
Grande do Sul
A bandeira do estado do Rio Grande do Sul foi adotada como símbolo oficial do estado no ano de 
1891 e sua autoria é incerta. Alguns estudos apontam como sendo do major Bernardo Pires, do 
Exército Republicano, porém outros historiadores afirmam ser de autoria do engenheiro militar 
José Mariano de Mattos. A bandeira tem origem nos desenhos dos rebeldes da Guerra dos 
Farrapos, que ocorreu no ano de 1835. A composição original não possuía o brasão de armas.
Por muito tempo, a bandeira não possuiu uma lei que a descrevesse ou regulamentasse seu 
uso. Em 1937, durante o regime político do Estado Novo, o presidente Getúlio Vargas ordenou 
que todos os símbolos estaduais fossem abolidos, incluindo bandeiras e brasões. Devido a 
esse acontecimento, a bandeira só foi reestabelecida novamente no ano de 1966, quando foi 
sancionada a lei que regulamentava seu uso e descrição.
A bandeira do Rio Grande do Sul é formada por um retângulo dividido em três faixas diagonais 
nas cores verde, vermelho e amarelo. Na seção vermelha, coincidindo com o centro da bandeira, 
está disposto um círculo branco com o brasão do estado em seu interior.
Não há um consenso sobre o significado exato das cores da bandeira sul-rio-grandense. 
Muitas teorias envolvem aspectos políticos e históricos que entram em contradição em algum 
momento. Entretanto, a simbologia mais aceitável é a que considera as cores separadamente e 
atribui um significado a cada uma dela:
4
● A cor verde representa as matas dos Pampas e a riqueza natural da região;
● A cor vermelha simboliza os ideais revolucionários que marcaram a história do estado, assim 
como a coragem do povo;
● A cor amarela representa as riquezas do território do Rio Grande do Sul.
Rio Grande do Sul 
e sua População
O Estado do Rio Grande do Sul está localizado na região Sul do Brasil.
A capital é Porto Alegre e a sigla RS.
● Área: 281.737,947
● Limites: O Rio Grande do Sul limita-se ao sul com o Uruguai, a oeste com a Argentina, a
leste com o oceano Atlântico e ao norte com Santa Catarina
● Número de municípios: 497
● População: 11.377.239 milhões de habitantes, conforme a estimativa do IBGE para 2019
● Gentílico: gaúcho
● Principal cidade: Porto Alegre
Densidade demográfica 39,79 hab/km² [2010]
Matrículas no ensino fundamental 1.298.736 matrículas [2018]
Matrículas no ensino médio 338.065 matrículas [2018] 
Docentes no ensino fundamental 73.770 docentes [2018] 
Docentes no ensino médio 27.771 docentes [2018]
Número de estabelecimentos de ensino fundamental 5.926 escolas [2018]
Número de estabelecimentos de ensino médio 1.503 escolas [2018]
IDH Índice de desenvolvimento humano 0,746 [2010]
Rendimento mensal domiciliar per capita 1.705 R$ [2018]
Total de veículos 7.077.972 veículos [2018]
Rendimento nominal mensal domiciliar per capita 1.705,00 R$ [2018]
Pessoal ocupado na Administração pública, defesa e seguridade social 350.956 pessoas [2017]
População Nativa
Habitada inicialmente por índios Charrua/Minuano, Guarani e Kaingang, o território do Rio 
Grande do Sul passou a pertencer à Espanha com o Tratado de Tordesilhas, em 1494, que 
estabeleceu os limites com Portugal. A exploração econômica e a possibilidade de escravização 
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
5
dos indígenas atraiu a atenção dos colonizadores europeus, e, ao mesmo tempo, provocou o 
envio de jesuítas espanhóis para converter os nativos.
Um dos primeiros registros que faz referência à região data de 1531, quando os navegadores 
portugueses Martin Afonso de Souza e Pero Lopes, de passagem pela costa (na qual não 
desembarcaram), batizaram a barra (onde alguns anos depois, foi aberta a passagem para os 
navios, do oceano para a Lagoa dos Patos) com o nome de Rio Grande de São Pedro.
6
Tidos como extintos, os índios charrua sobreviveram 'invisíveis' por décadas e hoje lutam 
por melhores condições de vida A história da etnia tinha um final conhecido: o confronto de 
Salsipuedes, em 1831. O embate acabou se tornando um massacre oficial (planejado pelo 
governo uruguaio) e desleal. Caciques foram convidados a discutir uma aliança contra o Brasil, 
mas, desarmados, acabaram mortos, presos ou obrigados a trabalharem para estancieiros. Até 
mães foram separadas de seus filhos.
A herança cultural charrua, principalmente a língua, acabou se perdendo ao longo do tempo. 
parte da etnia conseguiu cruzar a fronteira com o Brasil e se instalar na região das Missões, no 
noroeste gaúcho. A invisibilidade social viria a se tornar a principal estratégia de sobrevivência.
Mas como pode uma versão equivocada da história vigorar por tanto tempo? grupos que 
acabaram escapando desses massacres, se refugiaram nos fundos de grandes latifúndios, em 
regiões impróprias para criação de gado, longe das sedes de estâncias, e lá se mantiveram" 
Dados oficiais dizem que existem atualmente na 6397 Charruas na Argentina e 42 no Rio Grande 
do Sul (INDEC, 2010) (Siasi/Sesai, 2014).
Índios Charrua e Minuano
No Rio Grande do Sul, os índios Charrua/Minuano ocupavam áreas de campos do sudoeste, até 
aproximadamente a altura dos rios Ibicuí e Camaquã, mas também se estendiam para o pampa 
uruguaio e as pequenas porções do território argentino.
Cada uma delas, entretanto, ocupava áreas bem-definidas. Os Charrua “moravam mais para o 
oeste, ocupando ambas as margens do Rio Uruguai e tiveram maior contato com o colonizador 
espanhol”, enquanto que os Minuano “se localizavam mais para leste, nas áreas irrigadas pelas 
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
7
lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira, com extensão até as proximidades de Montevidéu; 
tiveram maior contato com os portugueses”
Os Charrua/Minuano praticavam a caça, a pesca e a coleta. Nas primeiras décadas do século 
XVI, as expedições sobre os territórios Charrua/Minuano foram esporádicas. Entretanto, a partir 
de meados deste mesmo século e primeiras décadas do século XVII, os interesses das Coroas 
Ibéricas crescem na região e alianças com lideranças Charrua, como Zapicán, Miní, Guaytán, 
e lideranças Minuanas, como Cloyan e Lumillan, passam a ser efetivadas. Possivelmente pela 
lógica nativa, essas alianças possibilitaram vantagens das parcialidades lideradas por estes 
caciques para lutarem contra os grupos indígenas inimigos que também ocupavam o território.
O contato dos Kaingang com a sociedade teve início no final do século XVIII e efetivou-se 
em meados do século XIX, quandoos primeiros chefes políticos tradicionais (Põ’í ou Rekakê) 
aceitaram aliar-se aos conquistadores brancos (Fóg), transformando-se em
capitães. Esses capitães foram fundamentais na pacificação de dezenas de grupos arredios 
que foram vencidos entre 1840 e 1930. Entre os desdobramentos dessa história, destacam-se 
o processo de expropriação e acirramento de conflitos, não apenas com os invasores de seus 
territórios, mas intragrupos kaingang. Os Kaingang vivem em mais de 30 Terras Indígenas que 
representam uma pequena parcela de seus territórios tradicionais.
8
Índio Guarani
Os índios Guarani formam o maior povo em quantidade de indivíduos a viver no Brasil. Eles são 
originários do tronco da família linguística tupi-guarani. No Brasil, os guaranis vivem nos estados 
brasileiros do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito 
Santo, Pará, Santa Catarina e Tocantins, somente no País, há 57 mil indivíduos, conforme o 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Também há indígenas guaranis vivendo na 
Argentina, Bolívia e no Paraguai, a maior parte dos guarani vive na Bolívia, onde há 78,3 mil 
indivíduos. No Paraguai existem 41, 2 mil e na Argentina 6,5 mil. No Rio Grande do Sul A nação 
Guarani era dividida em três grandes grupos: 
Tapes - habitavam a zona oeste e centro-oeste do estado e seriam os futuros índios missioneiros.
Arachanes - habitavam a banda oeste da Lagoa dos Patos.
Carijós ou Patos - habitavam o litoral norte do Rio Grande do Sul e Porto Alegre.
Missões 
Jesuíticas
As missões jesuíticas na América, também chamadas de reduções, foram os aldeamentos 
indígenas organizados e administrados pelos padres jesuíticas no Novo Mundo, como parte de 
sua obra de cunho civilizador e evangelizador. O objetivo principal das missões jesuíticas foi o 
de criar uma sociedade com os benefícios e qualidades da sociedade cristã européia, mas isenta 
dos seus vícios e maldades. Essas missões foram fundadas pelos jesuítas em toda a América 
colonial,
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
9
Para conseguirem seu objetivo os jesuítas desenvolveram técnicas de contato e atração dos 
índios e logo aprenderam suas línguas, e a partir disso os reuniram em povoados que por 
vezes abrigaram milhares de indivíduos. Eram em larga medida auto-suficientes, dispunham 
de uma completa infraestrutura administrativa, econômica e cultural que funcionava num 
regime comunitário, onde os nativos foram educados na fé cristã e ensinados a criar arte às 
vezes com elevado grau de sofisticação, mas sempre em moldes europeus. Depois de um 
início assistemático marcado por tentativas frustradas, em meados do século XVII o modelo 
missioneiro já estava bem consolidado e disseminado por quase toda a América, mas teve de 
continuar enfrentando a oposição de setores da Igreja Católica que não concordavam com seus 
métodos, do restante da população colonizadora, para quem os índios não valiam a pena o 
esforço de cristianizá-los, e os bandos de caçadores de escravos, que aprisionavam os índios 
para submetê-los ao trabalho forçado na economia colonial exploradora e destruíram diversos 
povoados, causando muitas mortes. Mesmo com vários problemas a vencer as missões como 
um todo prosperaram a ponto de em meados do século XVIII os jesuítas se tornarem suspeitos 
de tentar criar um império independente, o que foi um dos argumentos usados na intensa 
campanha difamatória que sofreram na América e na Europa e que acabou por resultar na sua 
expulsão das colônias a partir de 1759 e na dissolução da sua Ordem em 1773. Com isso o 
sistema missioneiro entrou em colapso, causando a dispersão dos povos indígenas reduzidos.
O sistema missioneiro buscou introduzir o Cristianismo e um modo de vida europeizado, 
integrando, porém, vários dos valores culturais dos próprios índios, e estava baseado no respeito 
à sua pessoa e às suas tradições grupais, até onde estas não entrassem em conflito direto com os 
conceitos básicos na nova fé e da justiça. O mérito e a extensão do sucesso dessa tentativa têm 
sido objeto de muito debate entre os historiadores, mas o fato é que foi de importância central 
para a primeira organização do território e para o lançamento das fundações da sociedade 
americana como hoje ela é conhecida. Vários monumentos missioneiros são hoje patrimonial 
mundial.
Sete Povos das Missões é o nome que se deu ao conjunto de sete aldeamentos indígenas 
fundados pelos jesuíticas espanhóis no continente do Rio Grande de São Pedro, atual Rio Grande 
do Sul composto pelas Reduções de São Francisco de Borja, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, 
São Lorenso Martins, São João Batista, São Luiz Gonzada e Santo Ângelo Custódio.
Os Sete Povos também são conhecidos como Missões Orientais, por estarem localizados a 
leste do Rio Uruguai. Os Sete Povos foram fundados na derradeira onda colonizadora jesuíta na 
região, depois de terem sido fundadas dezoito reduções em tempos anteriores, todas destruídas 
pelos bandeirantes brasileiros e exploradores portugueses. Dentre as causas apontadas 
pelos historiadores para o retorno, estão a abundância de gado na região e o desejo da coroa 
espanhola de assegurar a posse daquelas terras, em virtude da crescente presença portuguesa 
no sul. Contudo, essas teses são controversas.
Seja como for, a partir de 1682 os Jesuítas começaram a voltar para as suas antigas terras, e 
neste mesmo ano foi fundado o primeiro dos Sete Povos: São Francisco de Borja, seguido por 
São Nicolau, São Luiz Gonzaga e São Miguel.
No século XVIII, a região estava sob disputa entre Espanha e Portugal. O Tratado de Madri de 
1750 havia posto a área à disposição de Portugal em troca da Colônia do Sacramento, e a saída 
dos Jesuítas espanhóis ali ficou decretada. Mas este Tratado gerou conflitos: nem padres nem 
índios queriam abandonar suas reduções, nem os portugueses queriam abandonar Sacramento.
10
Houve uma série de confrontos armados que culminaram na Guerra Guaranítica, que deixou 
um rastro de destruição e sangue que abalou as estruturas do sistema missioneiro.
Logo depois veio fim: com a intensa campanha difamatória que os Jesuítas sofreram a partir 
de meados do século XVIII, a Companhia de Jesus foi expulsa de terras portuguesas em 1759, e 
em 1767 a Espanha fez o mesmo. No ano seguinte todas as reduções foram esvaziadas, com a 
retirada final dos Jesuítas. Então suas terras foram apossadas pelos espanhóis e os índios foram 
subjugados ou dispersos.
Quando em 1801 eclodiu nova guerra entre Portugal e Espanha, os Sete Povos já estavam em tal 
estado de desintegração que com apenas 40 homens Manuel dos Santos Pedroso e José Borges 
do Canto conseguiram conquistá-los para Portugal, embora pareça ter havido a participação 
indígena como facilitadora da tomada de posse. Depois disso Portugal anexou o território ao Rio 
Grande do Sul, instalando um governo militar na região, encerrando todo um ciclo civilizatório e 
dando início a outro.
Tratados e consolidação do estado
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
11
O Tratado de Tordesilhas foi assinado em 7 de junho de 1494 entre Portugal e Espanha
Os Tratados entre Portugal e Espanha, o Tratado de Tordesilhas, as Fronteiras do Brasil, os 
demais Tratados. Em 1494 foi assinado entre Portugal e Espanha o Tratado de Tordesilhas. O 
Tratado de Tordesilhas acordado em 07 de junho de 1494 entre os países de Portugal e Espanha 
na vila de Tordesilhas é o mais famoso documento na história destes países.O documento reflete 
a hegemonia Ibérica sobre boa parte da terra por causa dos descobrimentos.Este Tratado foi 
validado em 02 de julho de 1494 pela Espanha na cidade de Arevalo e por Portugal em 05 de 
setembro de 1494 na cidade de Setúbal.
Conflitos eram frequentes entre os espanhóis e portugueses. Houve a necessidade de regularizar 
a situação, quando foi assinado o Tratado de Madri em 1750. Neste tratado, defendido pelo 
português Alexandre de Gusmão dava ao Brasil território parecidocom o atual.Por este tratado, 
Portugal entregaria a região da Colônia do Sacramento à Espanha e receberia os Sete Povos 
das Missões no Rio Grande do Sul, de origem espanhola já que foram os jesuítas espanhóis que 
catequizaram os índios guaranis.
Mas os jesuítas e índios guaranis, liderados pelo índio Sepé Tiarajú, não aceitaram a devolução 
das terras, originando a Guerra Guaranítica, onde morreram mais de 30.000 índios. Os que não 
morreram foram escravizados. Diante da guerra, Portugal não entregou a colônia de Sacramento 
aos espanhóis.
No ano de 1761, no Tratado de El Pardo, os Sete Povos continuariam com a Espanha mas já 
estava em declínio econômico pois estavam sem os jesuítas e os índios guaranis que restavam 
se empregavam como peões nas fazendas de gado.
Os desentendimentos pelas colônias entre Portugal e Espanha continuaram e em 1763, o 
governador de Buenos Aires, D. Pedro de Cevallos conquistou Sacramento e invadiu a capitania 
de São Pedro, atual Rio Grande do Sul, tomando a cidade de Rio Grande até 1776 quando foram 
expulsos pelas tropas voluntárias gaúchas com auxílio das tropas do reino. Mas em 1777 Cevallos 
tomou novamente Sacramento e a Ilha de Santa Catarina. Em 1777 foi assinado o Tratado de 
Santo Ildefonso onde Portugal ficaria com a Ilha de Santa Catarina, enquanto que a Espanha 
ficaria com os Sete Povos das Missões e Sacramento.
A desvantagem territorial portuguesa no sul do Brasil manteve os confrontos na região. Em 
1801 foi definitivamente solucionado os confrontos pelas terras com a assinatura do Tratado de 
Badajós entre Portugal e Espanha que daria ao Brasil o atual território, ficando Sacramento com 
a Espanha e os Sete Povos das Missões com o Brasil.
12
O território hoje ocupado pelo Rio Grande do Sul está entre as áreas do País que mais demoraram 
a receber a ocupação do colonizador português. A constituição do território se fundamenta em 
1680 por necessidade da Coroa portuguesa em socorrer sua praça meridional, a Colônia do 
Sacramento, às margens do rio da Prata, que enfrentava investidas de tropas espanholas. Foram 
os jesuítas em meados de 1682 que fundaram a primeira cidade do Rio Grande do Sul: São 
Francisco de Borja, a atual São Borja.
Durante o século XVIII, houve intensa disputa pelo território por espanhóis e portugueses. 
Os espanhóis fundaram em 1726, a cidade de Montevidéu, a leste da colônia de Sacramento, 
fundada criada em 1680.
O objetivo da fundação de Montevidéu era reduzir a influência portuguesa. Como resposta, 
os portugueses fundaram em 1737 o Forte de Jesus Maria José, hoje cidade de Rio Grande. A 
disputa terminou em 1777, quando Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Santo Ildefonso. 
Pelo acordo, a colônia de Sacramento permanecia em posse de Espanha e o Rio Grande ficaria 
com Portugal. Com a consolidação do poderio lusitano no século 17, o então Rio Grande de São 
Pedro se estabelece como província em 1796. Pouco depois, em 1809, são criados os municípios 
de Rio Grande, Rio Pardo, Santo Antônio da Patrulha e Porto Alegre - à época, a economia da 
província se baseava nas charqueadas (produção de carne salgada).
O Tratado de Santo Ildefonso, assinado entre Portugal e Espanha, no dia 1 de outubro de 
1777, na cidade de Ildefonso, na província de Segóvia, na Espanha, faz parte de uma série de 
tratados geopolíticos assinados entre os dois estados europeus no decorrer do período colonial. 
Seu intuito era finalizar os conflitos geopolíticos que ocorriam há três séculos entre as duas 
nações. O tratado restaurava grande parte do Tratado de Madri (1750) que havia sido anulado 
com a assinatura do Tratado de El Pardo (1761), resultante do fracasso na promoção da paz nas 
fronteiras coloniais.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
13
Estabelecia novos limites para os territórios localizados ao sul, região de fronteiras entre o 
Estado do Rio Grande do Sul e o Uruguai, indicando novas extensões geopolíticas que poderiam 
muito bem ser dimensionadas pelos milhares de indígenas que habitavam a região.
A Colônia Portuguesa do Sacramento e os Sete Povos das Missões estavam no meio do litígio. Ali, 
vários aldeamentos de jesuítas espanhóis acomodavam milhares de Guaranis em processo de 
evangelização. A localização privilegiada, longe dos centros coloniais, não impediu os invasores 
que intentavam pôr as mãos nos recursos humanos disponíveis. Não foram raras as ocasiões 
em que expedições de apresamento invadiram as missões e capturaram milhares de indígenas 
para escravizálos. Naquele contexto, missionários e indígenas tiveram o Estado como inimigo 
comum.
Imigração do
Rio Grande do Sul
14
Monumento aos Açorianos
Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul o primeiro grupo organizado de
povoadores. Vindos da ilha dos Açores, contavam com o apoio oficial do governo, que pretendia 
que se instalassem na vasta área onde anteriormente estavam situadas as Missões. 
Mas as dificuldades de transporte fizeram com que terminassem por se fixar na área onde 
hoje está Porto Alegre, a capital do Estado. Praticando a agricultura de pequena propriedade, 
não encontraram, em um território em que cada estância funcionava como uma célula 
independente, mercado para seus produtos, e terminaram por se integrar à economia voltada 
para a pecuária.
Posteriormente, em 1780, um fato iria reforçar ainda mais o caráter rural da vida do atual Estado. 
Foi criada a primeira charqueada comercial em Pelotas. Aos poucos, o charque se tornou o 
principal produto de exportação do Rio Grande, sendo enviado para as demais regiões do país.
Essa situação começou a ser modificada no início do século XIX. A estrutura econômica do Brasil 
de então se baseava na exportação dos produtos agrícolas plantados em grandes propriedades 
por trabalhadores escravos.
O Rio Grande fornecia o charque para esses trabalhadores, e também para os moradores pobres 
das grandes cidades. Mas, a partir da década de vinte do século passado, o governo brasileiro 
resolveu estimular a vinda de imigrantes europeus, para formar uma camada social de homens 
livres que tivessem habilitação profissional, e pudessem oferecer ao país os produtos que até 
então tinham que ser importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Isto significa 
que o governo queria trazer pequenos produtores - para fornecer alimentos para as cidades - e 
artesãos.
A ideia, apoiada por alguns, era rejeitada pelos senhores de escravos, que temiam que os 
trabalhadores livres "fossem um mau exemplo", demonstrando que o trabalho pago produzia 
mais e melhor que o escravo. Moradores de regiões mais ao norte do país, os grandes senhores 
de escravos conseguiram impedir que os imigrantes fossem destinados às suas regiões. Por isto, 
o governo terminou por levá-los para o Rio Grande do Sul, que estava situado à margem do 
grande eixo econômico, no centro do país.
Os primeiros imigrantes que chegaram foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em 
glebas de terra situadas nas proximidades da capital gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a 
mudar o perfil da economia do atual Estado. Primeiramente, introduziram o artesanato em uma 
escala que, até então, nunca fora praticada.
Depois, estabeleceram laços comerciais com seus países de origem, que terminaram por 
beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez havia, no país, uma região em que predominavam os 
homens livres, que viviam de seu trabalho, e não da exploração do trabalho alheio. As levas de 
imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande.
Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades, 
consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E, embora o 
poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias e charqueadas, o poder 
econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
15
Imigrantes Alemães
A primeira colonização maciça, após a tentativa feitacom os açorianos, ainda no século XVIII, 
aconteceria, no Rio Grande do Sul, a partir de 1824, quando começaram a chegar os colonos 
alemães. Nos primeiros cinquenta anos de imigração foram introduzidos entre 20 e 28 mil 
alemães no Rio Grande, a quase totalidade deles destinados à colonização agrícola.
Essa primeira grande colonização alteraria a ocupação de espaços, levando gente para áreas até 
então desprezadas. Introduziria também outras grandes modificações. Até então, a classe média 
brasileira era insignificante, e se concentrava nas cidades. Os colonos alemães iriam formar uma 
classe de pequenos proprietários e artesãos livres, em uma sociedade dividida entre senhores 
e escravos.
O governo brasileiro, convencido dos benefícios da imigração, enviou em 1822 à Europa o major 
Georg Anton von Schäffer para de recrutar interessados em emigrarem para o Brasil. O major 
viajou primeiramente a Hamburgo negociando para estabelecer contrato e enviar emigrantes 
para o Brasil primeiramente com o Grão-Ducado de Mecklenburg-Schwerin e depois com 
Birkenfeld, pertencente ao Ducado de Oldenburgo. Para convencer os interessados, o governo 
brasileiro acenou com uma série de vantagens:
1. Passagem à custa do governo;
2. Concessão gratuita de um lote de terra de 78 hectares;
3. Subsidio diário de um franco ou 160 réis a cada colono no primeiro ano e metade no segundo;
4. Certa quantidade de bois, vacas, cavalos, porcos e galinhas, na porção do número de pessoas 
de cada família;
16
Em 18 de julho de 1824 chegou a Porto Alegre a primeira leva de 39 imigrantes alemães, depois 
de passarem pelo Rio de Janeiro, onde eram recebidos e distribuídos pelo Monsenhor Miranda. 
Foram então enviados para a desativada Real Feitoria do Linho Cânhamo, localizada à margem 
esquerda do Rio dos Sinos, onde chegaram em 25 de Julho de 1824. São José do Hortêncio foi o 
terceiro município a ser colonizado no estado, por volta de 1826.
A seguir foram chegando outras levas e foi tentada a criação das colônias de Três Forquilhas e 
São Pedro de Alcântara das Torres, com pouco sucesso. Os primeiros colonos vieram de Holstein, 
Hamburgo, Mecklemburgo e Hanôver. Depois, passaram a predominar os oriundos de Hunsrück 
e do Palatinado. Além desses, vieram da Pomerânia, Vestfália e de Württemberg.
Entre 1824 e 1830 entraram no Rio Grande do Sul 5350 alemães. Por problemas políticos e 
depois por causa da Revolução Farroupilha a imigração ficou interrompida entre 1830 e 1844. 
Reiniciada a imigração, entre 1844 e 1850 chegaram mais dez mil imigrantes, e entre 1860 e 
1889 outros dez mil. Entre 1890 e 1914 chegaram mais 17 mil alemães.
Os alemães inicialmente ocuparam o vale do Rio do Sinos, durante a Revolução Farroupilha 
alguns se deslocaram para Santa Maria, buscando se afastar dos combates. Depois de terminada 
a Revolução, os colonos se espalharam fundando colônias nos vales dos rios Taquari, Pardo e 
Pardinho, fundando Santa Cruz do Sul, a Colônia Santo Ângelo e a Colônia de Santa Maria do 
Mundo Novo. Às margens da Lagoa dos Patos fundaram São Lourenço do Sul.
Com a Proclamação da República no Brasil, as terras devolutas passaram para os estados, 
assim como a responsabilidade pela colonização. No Rio Grande do Sul, o governo positivista 
defendeu a imigração espontânea e a colonização particular. Rapidamente, o planalto gaúcho 
foi transformada em zona colonial, com a instalação das colônias novas de iniciativa pública e 
privada, atraídas pelas possibilidades de exploração do comércio de terras e pela obtenção de 
lucros fáceis.
A fronteira da colonização, no início do século XX chegou ao noroeste do estado, criando Ijuí, 
Santa Rosa, entre outras, para logo depois atravessar o Rio Uruguai e migrar para o oeste de 
Santa Catarina e Paraná, além de colônias no norte da Argentina e no Paraguai.
Passada a Segunda Guerra Mundial a quantidade de imigrantes diminuiu muito, até se extinguir. 
A última colônia formada foi de um grupo de famílias menonitas que tendo emigrado para Santa 
Catarina na década de 1930, migraram para o Rio Grande do Sul, fixando-se ao sul de Bagé entre 
1949 e 1951.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
17
Imigrantes Italianos
Em 1870, o governo do Rio Grande do Sul criou colônias na região das Serras gaúchas e 
esperava-se atrair 40 mil imigrantes alemães, para que ocupassem a região. Porém, as notícias 
de que os alemães estavam enfrentando problemas no Brasil fizeram com que cada vez menos 
imigrantes viessem do Império Alemão. Isso obrigou o governo a procurar por uma nova fonte 
de imigrantes: os italianos. A partir de 1875, chegaram os primeiros grupos, vindos de Piemonte 
e Lombardia, e depois do Vêneto, e se instalaram nas colônias Conde d'Eu (atualmente a cidade 
de Garibaldi), Dona Isabel (atualmente a cidade de Bento Gonçalves) e Caxias. Ali eles passaram 
a viver da plantação de milho, trigo e outros produtos agrícolas; porém, a introdução do cultivo 
de vinho na região tornou a vinicultura a principal economia dos colonos italianos.
De 1875 a 1914, entre 80 a 100 mil italianos foram introduzidos no Rio Grande do Sul. A 
colonização italiana foi efetuada no planalto ao norte, pois as terras baixas já estavam ocupadas 
pelos alemães. No decorrer do século XX, houve grandes migrações dentro do estado do Rio 
Grande do Sul. Muitas famílias italianas abandonaram as serras e se espalharam por todo o 
estado.
No alto das serras sulistas nasceu um Brasil peculiar. Os índios que habitavam a região foram 
expulsos de suas terras para dar espaço à chegada dos italianos. Ali, os imigrantes criaram 
vilarejos que remetem àqueles encontrados no norte da Itália. Nas regiões altas do Sul, surgiu 
um Brasil com influência italiana. O Rio Grande do Sul possui o Talian como patrimônio linguístico 
aprovado oficialmente no estado.
Ivoti,a 55km de Porto Alegre.A cidade 
ostentao título de“Cidade das Florese dos 
Nipo-gaúchos
Propaganda mostra os navios e o 
destino, o Brasil imigrantes foram 
trazidos para cumprir cinco anos de 
contrato nas lavouras
18
A região do extremo sul do Brasil também foi um território “desbravado” pelos imigrantes 
japoneses. Ainda que pequena, a presença nikkei em Santa Catarina e Rio Grande do Sul é muito 
importante.
A história no Rio Grande do Sul teve início em agosto de 1956, com o desembarque, no porto do 
Rio Grande, de 23 imigrantes japoneses, jovens (de 17 a 26 anos) e solteiros, que chegaram, a 
bordo do navio Brasil Maru, para trabalhar, principalmente na agricultura, em vários municípios 
gaúchos. Esses são considerados os pioneiros a vir diretamente do Japão para o Rio Grande do 
Sul, no entanto, algumas famílias de imigrantes japoneses já haviam migrado da região Sudeste 
para o extremo sul do Brasil.
De 1956 até a extinção da migração sistemática em 1963, desembarcaram diretamente do Japão 
um total de 1.786 japoneses no Rio Grande do Sul. Afirma-se que o primeiro japonês em terras 
gaúchas foi o médico Yunosuke Nemoto, em 1920, e, algum tempo depois, Eito Asaeda (casado 
com brasileira) em 1924, ambos vindos de São Paulo.
Em meados da década de 1930, houve a tentativa da K.K.K.K. (Companhia Ultramarina de 
Empreendimentos) de fixar 18 famílias japonesas na região de Santa Rosa (RS), no munícipio de 
Horizontina. A empreitada acabou não dando certo.
As cidades gaúchas que se destacam pelo expressivo número de nikkeis são: Ivoti (RS), Gravataí 
(RS), Pelotas (RS), Santa Maria (RS) Porto Alegre (RS), São Leopoldo (RS), Gravataí (RS), Viamão 
(RS), Carazinho (RS) e Passo Fundo (RS). Em sua maior parte, os japoneses e seus descendentes 
estão associados à hortifruticultura e à floricultura.
Um exemplo disso é a cidade gaúcha de Ivoti, a 55 km de Porto Alegre. A cidade ostenta o 
título de “Cidade das Flores e dos Nipo-gaúchos”. O início de tudo ocorreu no ano de 1966, 
quando autoridades municipais destinaram terras para 26 famílias de imigrantes, dando origem 
à colônia japonesa da região, produtora de kiwi, uvas de mesa, hortaliçase flores.
Em Santa Maria, os primeiros japoneses chegaram em 1958. Eram cerca de 17 famílias, oriundas 
da província de Kumamoto. Na realidade, esse grupo fazia parte de um contigente de 33 famílias 
da mesma província, que haviam desembarcado no porto de Rio Grande no ano anterior. Essas 
famílias foram levadas para uma fazenda produtora de arroz irrigado na cidade de Uruguaiana, 
mas, devido às péssimas condições de trabalho, romperam o contrato e se dispersaram.
Portadocumentos (Passaporte) de imigrantes poloneses que partiram para o Brasil do porto de Bremem-Alemanha
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
19
O Ano de 1886 é considerado o início da imigração polonesa no Rio Grande do Sul. 300 
imigrantes, não conseguindo se adaptar ao clima da Bahia, migra para o norte do estado e funda 
as colônias Santa Teresa e Santa Bárbara.
Em 1888, são demarcados aos lotes da Colônia Mariana Pimentel que recebe as primeiras levas 
de imigrantes poloneses no ano seguinte.
Entre 1890 e 1894 mais poloneses chegam ao Rio Grande do Sul, instalam-se no vale do rio das 
Antas, região de terreno acidentado, porque os lotes rurais existentes na região alta haviam já 
sido ocupados pelos imigrantes italianos. Motivo pelo qual a colônia polonesa não prosperou 
com a italiana nas terras do RS.
Não tiveram nenhum tipo de apoio do governo para a emigração, por esse motivo é difícil definir 
onúmero de poloneses que vieram para o Brasil, outro motivo é a falta de documentos oficiais 
ou não sobre a viagem e o numemo de emigrantes. No Rio Grande do Sul, ao que tudo indica, 
entraram cerca de 30.000 poloneses.
Municípios do RS que acolheram imigrantes poloneses: Rio Grande, Pelotas, Mariana Pimentel, 
Porto Alegre, Santa Teresa, Santo Antônio da Patrulha, São Marcos, Antônio Prado, Veranópolis, 
Nova Prata, Ijuí, Guarani das Missões, Montenegro, Dom Feliciano e Áurea.
No começo do século XX, grande parte dos poloneses mudam para o vale do rio Uruguai, 
próximo à Santa Catarina, em busca de terras mais férteis.
Imigrantes 
Judeus
20
Os primeiros imigrantes judeus chegaram no Rio Grande do Sul já no século XIX, com os alemães. 
Em 1904 chegaram os primeiros, que se estabeleceram perto de Santa Maria. Lá receberam 
lotes de terra, moradia, dois bois, duas vacas, cavalo e dinheiro até a primeira colheita. As 
crianças aprenderam português nas escolas, com outras crianças rio-grandenses.
Saldadas suas dívidas, os judeus mudaram-se para Santa Maria, preferindo radicar-se em zona 
urbana.
Mais tarde novos imigrantes judeus aqui chegaram, morando, nos primeiros anos, em 
núcleos coloniais, deslocando-se, mais tarde, para os centros urbanos, onde se fixaram como 
comerciantes. A segunda geração procurou outras profissões, como médico, engenheiro, 
professor, advogado e arquiteto. Radicaram-se em cidades como Santa Maria, Erechim, Passo 
Fundo e Porto Alegre.
População Negra
Os negros entraram no Rio Grande do Sul com os primeiros casais povoadores de Rio Grande e 
com alguns oficiais militares, na condição de escravos. Mais tarde, alguns estancieiros, donos de 
sesmarias, também trouxeram escravos.
Na região de colonização alemã e italiana, não foi utilizado o trabalho do escravo, devido a uma 
lei que proibia o trabalho do negro como tal. É na charqueada que a presença do negro escravo 
se destaca.
A presença do negro também se fez presente nas lutas rio-grandenses, defendendo a 
propriedade do seu senhor dos ataques dos espanhóis, nas lutas pelas fronteiras rio-grandenses 
e na Revolução Farroupilha. Aos negros escravos que se alistassem às tropas republicanas 
eram oferecidas cartas de alforria. Mesmo lutando ao lado dos brancos pelo mesmo ideal, os 
acampamentos de guerra dos negros eram separados daqueles ocupados pelos brancos; além 
disso, ao negro era proibido o uso de armas de fogo.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
21
Nas cidades antigas, o negro escravo fazia a maior parte do serviço que hoje é feito por 
máquinas: puxava água dos poços ou trazia das fontes, abastecia a casa de alimentos e lenha, 
cozinhava, lavava,
passava roupa, fiava, tecia e costurava à mão; carregava cargas, cuidava de animais domésticos. 
Os negros escravos eram carpinteiros e marceneiros; nos estabelecimentos comerciais, 
trabalhavam nos depósitos e não atendiam no balcão. Assim como aconteceu em todo o pais, 
aqui no Rio Grande do Sul também houve quilombos (lugares onde negros escravos fugidos 
viviam). Existiram quilombos na Serra de Tapes, perto de Pelotas, e na região do Litoral Norte.
Guerra dos
Farrapos
População Negra
Os negros entraram no Rio Grande do Sul com os primeiros casais povoadores de Rio Grande e 
com alguns oficiais militares, na condição de escravos. Mais tarde, alguns estancieiros, donos de 
sesmarias, também trouxeram escravos.
Na região de colonização alemã e italiana, não foi utilizado o trabalho do escravo, devido a uma 
lei que proibia o trabalho do negro como tal. É na charqueada que a presença do negro escravo 
se destaca.
A presença do negro também se fez presente nas lutas rio-grandenses, defendendo a 
propriedade do seu senhor dos ataques dos espanhóis, nas lutas pelas fronteiras rio-grandenses 
e na Revolução Farroupilha. Aos negros escravos que se alistassem às tropas republicanas 
eram oferecidas cartas de alforria. Mesmo lutando ao lado dos brancos pelo mesmo ideal, os 
acampamentos de guerra dos negros eram separados daqueles ocupados pelos brancos; além 
disso, ao negro era proibido o uso de armas de fogo.
Nas cidades antigas, o negro escravo fazia a maior parte do serviço que hoje é feito por 
máquinas: puxava água dos poços ou trazia das fontes, abastecia a casa de alimentos e lenha, 
cozinhava, lavava,
passava roupa, fiava, tecia e costurava à mão; carregava cargas, cuidava de animais domésticos. 
Os negros escravos eram carpinteiros e marceneiros; nos estabelecimentos comerciais, 
trabalhavam nos depósitos e não atendiam no balcão. Assim como aconteceu em todo o pais, 
aqui no Rio Grande do Sul também houve quilombos (lugares onde negros escravos fugidos 
viviam). Existiram quilombos na Serra de Tapes, perto de Pelotas, e na região do Litoral Norte.
Guerra dos
Farrapos
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de São Pedro do Rio Grande do Sul. Promovida principalmente por fazendeiros e criadores de 
gado, a Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolução Farroupilha, tinha caráter 
republicano e lutou contra o domínio do governo imperial. Entenda:
Em 1831, o imperador Dom Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho Dom Pedro II. O 
problema é que ele ainda era criança na época, e não obedecia as determinações de maioridade 
da antiga Constituição para de fato reinar o país. Deu-se início a um período de Regência, um 
governo de transição para administrar o Brasil até que o novo imperador tivesse idade suficiente 
para governar.
Mas os gaúchos, que já andavam insatisfeitos com os altos impostos cobrados sobre os 
produtos riograndenses, como charque, erva mate, couro, sebo e graxa, não gostaram nada 
disso. Também simpatizavam com ideais republicanos e buscavam maior autonomia. Em 1835, 
Antônio Rodrigues Fernandes Braga foi nomeado presidente da província, em princípio para 
acalmar os ânimos. Mas suas ideias não agradaram os liberais, provocando atrito.
No dia 20 de setembro de 1835, revolucionários comandados por Bento Gonçalves tomaram a 
cidade de Porto Alegre e forçaram a retirada das tropas imperiais do local. Os revoltosos exigiram 
a nomeação de um novo presidente, mas o novo governante não agradou aos farroupilhas.
A revolução expandiu e, em 1836, os rebeldes proclamaram independência com a República 
de Piratini (cidade que seria capital do novo governo), também chamada de República Rio 
Grandense, com Bento Gonçalves como presidente — o governo imperial, é claro, não 
reconheceu a independência e continuou lutando.
O líder da revolução chegou a ser preso, mas o movimento já estava consolidado com líderes 
como o general Antônio Souza Netto, DavidCanabarro e o italiano Giuseppe Garibaldi, uma 
das principais figuras da unificação italiana. Nos anos seguintes, conseguiram novas vitórias e, 
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
23
em 1839, chegaram a conquistar a cidade de Laguna, em Santa Catarina, onde proclamaram a 
República Juliana.
Em 1840, Dom Pedro II assumiu o trono e tentou pacificar o país, que tinha revoltas também 
em outras províncias além do Rio Grande do Sul. A partir de 1842, as forças militares de seu 
governo, comandadas por Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, começaram a conter a 
revolta, tomando de volta cidades dominadas pelos farroupilhas.
Em 1845, enfraquecidos após diversas derrotas e uma série de negociações entre o Duque de 
Caxias e as lideranças da revolução, os farroupilhas aceitaram um acordo com o governo, no 
chamado Tratado de Ponche Verde. Ele reintegrou o território ao império brasileiro e garantiu 
a anistia dos revoltosos. No dia 28 de fevereiro de 1845 é anunciada a Pacificação da Revolução 
Farroupilha. A leitura do tratado de paz é feita no dia 25 de fevereiro de 1845 no Acampamento 
da Carolina, nos campos do Ponche Verde, na cidade de Dom Pedrito. O general David Canabarro 
está no comando das tropas rio-grandenses. Antonio Vicente da Fontoura, chega do Rio de 
Janeiro, onde negocia a paz. Ele traz o documento já assinado pelo General Luiz Alves de Lima 
e Silva, o então Barão de Caxias, designado por decreto pelo império do Brasil para tratar da 
pacificação. Três dias depois, 28 de fevereiro, o documento é assinado pelo então Presidente da 
República Rio-grandense, Gomes Jardim, já que Bento Gonçalves está afastado por motivos de 
saúde, que lhe leva à morte dois anos depois.
No dia seguinte, 1º de março de l845, o Barão de Caxias – ciente de que os revolucionários 
aceitam as cláusulas – faz a sua respectiva proclamação, selando a paz: “Uma só vontade 
nos una, Rio - grandenses! União e tranqüilidade seja, de hoje em diante, a nossa divisa. O 
documento de pacificação possui 12 as cláusulas:
Art. 1° - Fica nomeado Presidente da Província o indivíduo que for indicado pelos republicanos.
Art. 2° - Pleno e inteiro esquecimento de todos os atos praticados pelos republicanos durante a 
luta, sem ser, em nenhum caso, permitida a instauração de processos contra eles, nem mesmo 
para reivindicação de interesses privados.
Art. 3° - Dar-se-á pronta liberdade a todos os prisioneiros e serão estes, às custas do Governo 
Imperial, transportados ao seio de suas famílias, inclusive os que estejam como praça no 
Exército ou na Armada.
Art. 4° - Fica garantida a Dívida Pública, segundo o quadro que dela se apresente, em um prazo 
preventório.
Art. 5° - Serão revalidados os atos civis das autoridades republicanas, sempre que nestes se 
observem as leis vigentes.
Art. 6° - Serão revalidados os atos do Vigário Apostólico.
Art. 7° - Está garantida pelo Governo Imperial a liberdade dos escravos que tenham servido nas 
fileiras republicanas, ou nelas existam.
Art. 8° - Os oficiais republicanos não serão constrangidos a serviço militar algum; e quando, 
espontaneamente, queiram servir, serão admitidos em seus postos.
Art. 9° - Os soldados republicanos ficam dispensados do recrutamento.
Art. 10° - Só os Generais deixam de ser admitidos em seus postos, porém, em tudo mais, gozarão 
da imunidade concedida aos oficiais.
24
Art. 11° - O direito de propriedade é garantido em toda plenitude.
Art. 12° - Ficam perdoados os desertores do Exército Imperial.
Os Lanceiros Negros
Nem todas cláusulas são integralmente cumpridas pelo império brasileiro:
Os farrapos não escolhem seu presidente provincial e o barão de Caxias, General Luiz Alves de 
Lima e Silva é indicado senador do Império;
O Império não ressarce integralmente as dívidas de Guerra contraídas pela província do Rio 
Grande do Sul, elas não são devidamente contabilizadas e tendo sido pago, a alguns, uma 
irrisória porcentagem das perdas; Não houve a libertação de todos escravos que lutaram no 
Exército Farroupilha, a fim de se evitar a insurgência dos negros pelo resto do Império. Alguns 
são devolvidos aos seus donos, mediante reivindicação, outros são levados para Rio de Janeiro 
e vendidos a outros senhores. Os que fazem parte do corpo de Lanceiros Negros, comandados 
por Canabarro, são massacrados na Batalha de Porongos, mais conhecida como massacre de 
Porongos. E, 120 são mandados incorporar por Caxias aos três Regimentos de Cavalaria de Linha 
do Exército na Província.
A partir de 1º de março de 1845 o território do Rio Grande do Sul volta a integrar o império 
brasileiro e posteriormente, em 15 de novembro de 1889, à República Federativa do Brasil. 
Todavia o manifesto farroupilha se mantém estampado na bandeira do Estado nos dizeres 
“República Rio-grandense * 20 de Setembro de 1835 * Liberdade, Igualdade e Humanidade”.
Guerra do 
Paraguai
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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O conflito militar entre 1864 e 1870 colocou o Paraguai frente à Tríplice Aliança formada por 
Brasil, Argentina e Uruguai. Liderados pelo ditador Francisco Solano Lopez, os paraguaios 
aprisionaram o navio brasileiro Marquês de Olinda e atacaram a cidade de Dourados, em Mato 
Grosso, retaliando a invasão do Brasil ao Uruguai para depor o ditador Aguirre, aliado de Solano 
Lopez. Foi o estopim para o início dos combates. Em 1865, o Paraguai também fez incursões no 
território argentino para tentar conquistar o Rio Grande do Sul. A luta chegou ao fim em março 
de 1870, apesar dos acordos de paz não terem sido concluídos de imediato devido à recusa 
argentina em reconhecer a independência paraguaia - o que aconteceu somente em 1876 com 
a Conferência de Buenos Aires.
Revolução 
Federalista
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Maragatos do Partido Federalista eram liderados por Gumercindo Saraiva (2º da dir. para esq 
sentado)
A Revolução da Degola, como ficou conhecida a Revolução Federalista (1893 e 1895), foi um 
dos maiores e mais sangrentos conflitos ocorridos em solo brasileiro, envolvendo federalistas 
(maragatos) e republicanos (pica-paus) durante o governo de Floriano Peixoto. Insatisfeitos 
com as ações governamentais após a renúncia de Deodoro da Fonseca, os membros do Partido 
Federalista do Rio Grande do Sul - liderados por Gaspar da Silveira Martins e Gumercindo Saraiva 
- eram contra o autoritarismo dos governantes estaduais, reivindicando a deposição de Júlio 
de Castilhos, então presidente do Estado (antiga alcunha dos governadores). O grande número 
de degolas cometidas para poupar armas e munições foi um marco da guerra, deixando mais 
de dez mil mortos. Após dois anos de violência, o presidente Prudente de Morais encerrou o 
conflito em agosto de 1895. 
Maragato. O termo tinha uma conotação de deboche, ironia, pejorativa, atribuída pelo 
imperialistas e legalistas aos revoltosos liderados por Gaspar Silveira Martins, que deixaram 
o exílio, no Uruguai, e entraram no RS à frente de um exército.Como o exílio havia ocorrido 
no Uruguai numa região colonizada por pessoas originárias da Maragateria (na Espanha), 
os republicanos apelidaram-nos de "maragatos", buscando caracterizar uma identidade 
"estrangeira" aos federalistas.Com o tempo, o apelido assumiu significado positivo, aceito e 
defendido pelos federalistas e seus companheiros. O lenço vermelho identificava o maragato.
Chimango.
A grafia pode ser ximango. Ave de rapina muito comum na campanha riograndense, falconídea, 
pessoal rapineiro, oportunista, caçador que é da terra. Alcunha depreciativa dada aos liberais 
moderados pelos conservadores, no início da monarquia brasileira. No RS, nos anos de 1920, 
foi à codinome dada pelos federalistas aos governistas do PRR. Honório Lemes Maragato contra 
Flores da Cunha Chimango (pica-pau). O lenço de cor branca identificava os chimangos.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Revolução de 23
Joaquim Francisco de Assis Brasil Antônio Augusto Borges de Medeiros
A Revolução de 1923 eclodia no estado colocandoos oposicionistas - maragatos (assisistas) - em 
confronto contra o poder constituído - chimangos (borgistas). O primeiro grupo, formado por 
dissidentes do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), tinha como líder Joaquim Francisco de 
Assis Brasil. O segundo era comandado por Antônio Augusto Borges de Medeiros, que esteve no 
poder por mais de duas décadas.
Os ânimos se exaltaram após a vitória de Borges de Medeiros na eleição de 1922, considerada 
fraudulenta e ratificada em uma Assembleia composta majoritariamente por borgistas, 
autorizando seu quinto mandato. A paz só viria em 14 de dezembro daquele ano com a 
assinatura do Pacto de Pedras Altas, alterando a Constituição estadual para rejeitar reeleições 
sucessivas e confirmar a confidencialidade do voto.
Revolução 
de 30
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Comitiva de Getúlio Vargas durante a passagem por Itararé (SP), a 
caminho do Rio de Janeiro, após vitória na revolução
A Aliança Liberal (Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul) foi responsável pela Revolução 
de 1930, iniciada na capital gaúcha no dia 3 de outubro daquele ano. Além de levar Getúlio 
Vargas a ocupar a presidência do Brasil, após derrota para o paulista Júlio Prestes em eleição 
considerada fraudulenta, o levante colocou um ponto final na política do café com leite (São 
Paulo e Minas), dando início à Era Vargas.
Charque
No século 18, enquanto ocorria o ciclo econômico da mineração no Brasil envolvendo os estados 
de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, havia uma crescente valorização do rebanho de gado 
existente no Rio Grande do Sul, introduzido pelos jesuítas no século 17. Os bois serviam para a 
alimentação e as mulas para o transporte dos mineradores.
Para que fosse possível manter a carne em estado propício para ser consumida foi dado o início 
da conservação deste produto, primeiro através da sua secagem ao sol, na região do Ceará, sob 
a forma de carne de sol ou carne do sertão.
Entretanto, uma grande seca no Ceará em 1777 aniquila os rebanhos. Para sorte dos gaúchos, 
no mesmo período é assinado o Tratado de Santo Ildefonso, que permitia uma trégua na luta 
entre espanhóis e portugueses, possibilitando investimentos econômicos na região, até então 
exclusivamente criadora de gado, através da estância.
Em 1779 é registrada a chegada do retirante da seca, o português José Pinto Martins, que 
transfere-se do Ceará para o RS, estabelecendo a primeira charqueada industrial em Pelotas, 
dentro dos limites da Vila do Rio Grande, fundada em 1737.
Esta primeira charqueada, localizada num dos distritos do futuro município, às margens do 
arroio Pelotas, protegeria a propriedade do vento e das areias do litoral, que arruinariam a 
produção. Outro ponto favorecedor era a fácil comunicação com o porto do Rio Grande através 
de iates. A consolidação das charqueadas, grandes propriedades rurais de caráter industrial, só 
se dá no século XIX, às margens dos arroios Pelotas, Santa Bárbara, Moreira e canal São Gonçalo. 
O gado, matéria prima, era proveniente de toda a campanha rio-grandense, introduzido em 
Pelotas através do Passo do Fragata e vendido na Tablada, grande local dos remates na região 
das Três Vendas.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Ao contrário do que possa parecer, nas charqueadas não se criavam bois. Haviam raras exceções, 
como aCharqueada da Graça, mas essa criação não dava conta da produção total do charque. 
Na chamada boca do arroio, entre o São Gonçalo e o arroio Pelotas, as terras foram rapidamente 
sendo tomadas por escravos. Só então a área adquire o nome de Passo dos Negros.
Com o progresso advindo da venda do charque, em 1812 acontece a criação da Freguesia e 
em 1832 a instalação da vila, oficialmente criada em 1830. Somente em 1835 a vila é elevada 
à condição de cidade. Charqueadores transferiram-se do Rio Grande e se fixaram em Pelotas, 
construindo palacetes, principalmente depois da criação da Vila.
O charque era utilizado para alimento dos escravos em todo o Brasil e nos países que adotavam 
o sistema escravista, sobretudo o Caribe (Cuba, principalmente). Do gado, se aproveitava 
tudo: o couro, o pó dos ossos para fertilizante, o sangue para gelatina, a língua defumada, os 
chifres para várias utilidades. Esses produtos eram exportados para toda a Europa e os Estados 
Unidos.O charque era quase exclusivamente produzido pelo Brasil. De concorrentes, apenas 
Uruguai e a Argentina.
"Quando esses países estavam em crise, o que era comum em virtude das guerras civis, a 
produção pelotense atingia maior rentabilidade".
A safra era sazonal e durava de novembro a abril. As charqueadas tinham em média 80 escravos, 
ocupados nos intervalos da safra em olarias nas próprias charqueadas, derrubadas de mato e 
plantações de milho, feijão e abóbora nas pequenas chácaras que cada charqueador possuía na 
Serra dos Tapes, onde ficam hoje a Cascata e as colônias de Pelotas.
Os navios que levavam o charque não voltavam vazios. Traziam mantimentos, livros, revistas de 
moda, móveis, louças da Europa - e açúcar do Nordeste, consolidando a tradição do doce em 
Pelotas.
"Embora aqui não se plantasse cana-de-açúcar, os doces de Pelotas chegaram a ser rivais dos do 
Nordeste, região açucareira por excelência."
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Em 1820, eram 22 charqueadas e, em 1873, 38. Outro dado espantoso é o número de abates, 
num total de 400 mil cabeças de gado por ano. Simões Lopes Neto, na Revista do Primeiro 
Centenário de Pelotas, editada em 1911, comenta que até aquela data foram abatidas 45 
milhões de reses e umas 200 firmas se sucederam.
O poder dos charqueadores pelotenses foi oficialmente consolidado a partir de 1829, quando 
o imperador Dom Pedro I outorgou o primeiro título de nobreza a um fazendeiro do ramo. 
Coube a Domingos de Castro Antiqueira, proprietário da Charqueada do Cascalho - localizada 
na margem direita do arroio Pelotas - ostentar um título nobiliário em Pelotas: o de Barão de 
Jaguari. Antiqueira, foi também o primeiro e um dos únicos a ascender na hierarquia da nobreza 
brasileira, quando em 1846 foi declarado Visconde de Jaguari.
Até o final do período imperial, dez charqueadores receberam títulos de nobreza. "A outorga 
do baronato, que tinha como condição, quase sempre, certa fortuna acumulada, significava o 
reconhecimento oficial da Monarquia ao poder e ao prestígio de quem era agraciado". Além 
de Antiqueira, apenas João Simões Lopes ascendeu à condição de visconde e passou para a 
história como o Visconde da Graça, em uma referência direta a sua propriedade, a Charqueada 
da Graça, localizada na margem esquerda do arroio Pelotas.
As causas do encerramento do ciclo do charque foram várias. Uma das principais, a abolição 
dos escravos, quando deixa de existir o verdadeiro consumidor do produto. A concorrência de 
regiões gaúchas que antes apenas produziam a matéria-prima também foi outro golpe contra 
os charqueadores locais. "Depois de 1884, fundaram-se charqueadas em algumas cidades 
da fronteira, porque nesse ano estabeleceu-se a linha férrea, que permitia o escoamento do 
produto até o porto de Rio Grande."
O advento dos frigoríficos, na década de 1910, foi outra. Em 1918, restaram apenas cinco 
charqueadas em Pelotas. "O coronel Pedro Osório, que começou como charqueador, passou a 
plantar arroz em 1905, transformando-se no maior industrial do setor no mundo e conhecido 
como Rei do Arroz".
Hino Rio 
Grandense
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
31
O Hino Rio-Grandense que hoje cantamos tem a sua história particular e, porque não dizer, 
peculiar. Porque muitas controvérsias apresentou, desde seus tempos de criação até os tempos 
de então. Oficialmente existe o registro de três letras para o hino, desde os tempos do Decênio 
Heróico até aos nossos dias. Num espaço de tempo de quase um século foram utilizadas três 
letras diferentes até que finalmente foi resolvido, por uma comissão abalizada, que somente 
um deles deveria figurar como hino oficial.
O Segundo Hino
Quase um ano após a tomada de Rio Pardo, foi compostauma nova letra e que foi cantada 
como Hino Nacional, o autor deste hino é desconhecido, oficialmente ele é dado como criação 
de autor ignorado. O jornal “O Povo”, considerado o jornal da República Riograndense em sua 
edição de 4 de maio de 1839 chamou-o de “o Hino da Nação”.
O Terceiro Hino
Após o término do movimento apareceu uma terceira letra, desta vez com autor conhecido: 
Francisco Pinto da Fontoura, vulgo “o Chiquinho da Vovó”. Esta terceira versão foi a que mais 
caiu no agrado da alma popular. Um fato que contribui para isto foi que o autor, depois de pronto 
este terceiro hino, continuou ensinando aos seus contemporâneos o hino com sua letra. A letra 
deste autor é basicamente a mesma adotada como sendo a oficial até hoje, mas a segunda 
estrofe, que foi suprimida posteriormente, era a seguinte:
Entre nós reviva Atenas
Para assombro dos tiranos;
Sejamos gregos na Glória,
E na virtude, romanos.
O Hino Definitivo
Estas três letras foram interpretadas ao gosto de cada um até meados do ano de 1933, ano em 
que estavam no auge os preparativos para a “Semana do Centenário da Revolução Farroupilha”. 
Nesse momento um grupo de intelectuais resolveu escolher uma das versões para ser a letra 
oficial do hino do Rio Grande do Sul.
A partir daí, o Instituto Histórico contando com a colaboração da Sociedade Rio-Grandense 
de Educação, fez a harmonização e a oficialização do hino. O Hino foi então adotado naquele 
ano de 1934, com a letra total conforme fora escrito pelo autor, no século passado, caindo em 
desuso os outros poemas.
No ano de 1966, o Hino foi oficializado como Hino Farroupilha ou Hino Rio-Grandense, por 
força da lei 5213 de 05 de janeiro de 1966, quando foi suprimida a segunda estrofe. LETRA: 
Francisco Pinto da Fontoura - MÚSICA: Comendador Maestro Joaquim José de Mendanha 
HARMONIZAÇÃO: Antônio Corte Real
Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o Vinte de Setembro
o precursor da liberdade.
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Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra,
De modelo a toda terra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.
Mas não basta pra ser livre
ser forte, aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude
acaba por ser escravo.
Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra,
De modelo a toda terra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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As primeiras mudas
O imigrante italiano, afeiçoado à viticultura por tradição e por vocação, obrigatoriamente viria 
a cultivar a videira em sua terra, como já haviam feito os imigrantes que se estabeleceram em 
outras regiões da América e da Ásia. O colono italiano recém chegado em 1875 ainda não tinha 
as mudas de videiras para iniciar o cultivo nas terras que foi desbravando, em substituição às 
florestas que foram derrubadas. Foi somente ao descer a serra para São Sebastião do Caí e 
Montenegro para levar seus produtos e buscar suprimentos que tomou contato com as videiras, 
da variedade Isabe, que os agricultores alemães cultivavam há algum tempo para seu próprio 
consumo.
Os imigrantes alemães também era viticultores
De 1824, ano de início da colonização alemã, até 1875, início da chegada dos italianos na serra, 
a uva foi cultivada pelos imigrantes alemães na região de São Leopoldo e levada por eles até 
Montenegro, São Sebastião do Caí, Bom Princípio e Feliz, entre outros povoados. Há registros 
de que em 1825, um ano após a chegada dos imigrantes alemães, o cidadão João Batista Orsi 
chegou à região com uma carta autografada por
Dom Pedro I incentivando o cultivo da vinha, juntamente com as primeiras mudas. A produção 
da uva nesta região bem como a produção de vinho, no entanto, limitaram-se ao consumo 
doméstico.
Origem da uva no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul faz parte do complexo histórico da vitivinicultura hispano-americana por 
ter raízes históricas situadas ora do lado espanhol, ora do lado português. Por volta de 1626 
teria sido o padre jesuíta Roque Gonzáles de Santa Cruz o precursor e pioneiro da vitivinicultura 
rio-grandense. Ele, ao fundar a Redução Cristã de San Nicolao na margem esquerda do rio 
Uruguai (Região dos Sete Povos das Missões), trouxe cepas de origem espanhola. Pode-se 
constatar nessa época a trajetória do desenvolvimento da vitivinicultura paralela ou sobreposta 
aos caminhos da marcha da Igreja Católica.
Em 1737 ocorreu a imigração dos açorianos ao litoral gaúcho, onde eles fundaram Porto Alegre 
e disseminaram as vinhas portuguesas, originadas da Ilha dos Açores e Madeira. Esse cultivo, 
apesar de feito através de fixação dos colonos para o povoanento na zona litorânea, não foi de 
grande expressão. Essas foram as duas regiões bem distintas e as duas origens da Vitis Vinífera 
na história da vitivinicultura gaúcha até o ano de 1800.
As primeiras variedades de uva da Serra Gaúcha
A viticultura tornou-se expressiva com a introdução de uvas americanas, particularmente 
a Isabel. Por onde se expandia, por exuberância, resistência e produtividade, a Isabel ia 
desestimulando e substituindo os poucos vinhedos de viníferas européias que ainda existiam. 
Foi entre os anos de 1839 e 1842 que a uva americana, principalmente a Isabel, foi introduzida 
no Rio Grande do Sul. Teria sido o cidadão gaúcho Marques Lisboa a remeter os bacelos dessa 
variedade, de Washington, ao comerciante Thomas Messiter, que com eles plantou os primeiros 
vinhedos na Ilha dos Marinheiros, tornando-se assim o iniciador do cultivo da uva Isabel no 
Estado.
Com os italianos, o desenvolvimento da vitivinicultura
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O cultivo da videira Isabel tomou expressão acentuada após a chegada dos imigrantes italianos 
aos altos da Serra, a partir de 1875. No início, cultivavam apenas para o consumo da família. 
Por volta de 1890 o êxito dessa variedade era tão surpreendente que os colonos iniciaram a 
comercialização do vinho Isabel para a capital do Estado e outras cidades. O transporte era feito 
em lombo de burro, alojado em dois barris de 40 litros cada, colocados um de cada lado do 
animal. As filas de 10 ou 12 animais percorriam a distância entre a propriedade rural até os 
pequenos núcleos ou povoados onde havia uma casa de comércio ou armazém colonial.
O colono negociava seus produtos por troca. Trocava o vinho (além dos demais produtos rurais 
como: queijo, porcos, feijão, trigo, etc.) por café, açúcar, tecidos, querosene e ferramentas 
agrícolas. Quando chegava à casa do negociante, o vinho era transferido do barril em que 
vinha sendo transportado no lombo do burro para uma pipa. O barril em que era transportado 
tinha formato próprio e adequado à viagem e deveria retornar ao produtor. Não raro o vinho 
encontrava-se em condições sanitárias deficientes devido à precariedade de condições de 
produção e transporte.
Do negociante até os centros de consumo locais – Porto Alegre, São Sebastião do Caí, 
Montenegro, São Leopoldo – o vinho era transportado, às vezes, em carretões puxados por 
mulas, que enfrentavam os precários caminhos e intempéries por dias a fio para chegar ao 
destino. Daí surge a figura épica do carreteiro que conduzia as duplas de animais puxando 
enormes e pesadas carretas percorrendo a íngreme serra gaúcha, que tão bem identifica 
a origem da colonização de Bento Gonçalves e cidades vizinhas. Outras vezes o vinho era 
transportado em lombo de burros, formando longas filas de animais até o destino. Para Porto 
Alegre, tem-se notícias de que os primeiros embarques ocorreram em 1884.
Transporte do vinho em carreta puxada por mulas
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Colheita da uva
Porão típico dos imigrantes italianos
O progresso da vitivinicultura e da região
A partir do momento em que se iniciou o comércio do vinho, surge a figura do tanoeiro, o 
construtor dos barris. Além de bastante habilidade, o tanoeiro também devia apresentar muita 
força física. Gradativamenteas tanoarias se multiplicaram para comportar a produção e o 
comércio do vinho. A abertura de estradas tem franca expansão na primeira década de 1900. 
Em 1908 surge a estrada Buarque de Macedo, uma importante ligação entre Montenegro e 
Lagoa Vermelha, passando por Garibaldi, Bento Gonçalves, Alfredo Chaves (Veranópolis) e Nova 
Prata. Muitos quilômetros de estradas municipais também foram abertos nessa época em toda 
a região.
Entre 1900 e 1910 inicia o transportes em carretas entre as regiões de consumo. Em 1898 
acontece a primeira grande expedição de comercialização e transporte do vinho gaúcho em 
direção aos mercados do centro do país. Antônio Pierucini, agricultor natural de Luca (Itália) 
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empreende a grande aventura de conduzir o carregamento do vinho da serra em lombos de 
burros até São Simão, interior de São Paulo. Dois anos depois, Abramo Éberle, natural de 
Vicenza (Itália) arrisca-se na longa viagem e chega com o primeiro carregamento de vinho à 
capital paulista. Ambos conseguem vender todo o lote. Desta forma, iniciou-se uma nova 
fase no progresso da colônia italiana, que passaria a fornecer vinhos aos outros Estados. A 
vitivinicultura tomou grande impulso com a ligação ferroviária de Montenegro a Caxias do Sul, 
concluída em 1910. A área plantada foi expandida e a produção de vinho foi elevada, seguindo 
de trem até Porto Alegre.
O vinho dos colonos italianos
O plantio dos pequenos vinhedos de cada família era feito em terreno já cultivado ou logo após 
o desmatamento. A fertilidade do solo virgem, a umidade e o sol quente do verão da serra, 
aliados ao vigor natural da videira Isabel, faziam as plantas crescerem admiravelmente, com 
longos galhos e enormes folhas robustas. A frutificação era abundante. O entusiasmo era muito 
grande e, seguramente, a videira foi o bálsamo e o reencontro do imigrante com a sua terra 
de origem. Uma nova e promissora cultura se apresentava para manter a alegria e coragem e 
refazer as energias dos desbravadores da região. Com a aumento das famílias, a melhoria das 
condições de vida e o desenvolvimento da promissora cultura da videira, tornou-se necessária 
e possível a construção de novas casas, com a maior espaço e mais comodidade. Aí surgem as 
casas com porão e algumas com sótão. O porão teve como uma das causas preponderantes do 
seu surgimento a elaboração, envelhecimento e guarda do vinho nas pipas, o qual deveria durar 
e abastecer o consumo da família até a colheita do ano seguinte.
O processo de fabricação
A uva era colhida em balaios feitos com cipó e esmagada com os pés. A fermentação se 
processava em pipas de madeira instaladas no porão da casa, onde todas as operações de 
vinificação eram feitas pela própria família. Logo após o esmagamento da uva, o mosto doce era 
bebido por todos. Na época também era muito habitual comer-se o pão molhado nesse mosto. 
Não eram raras as reuniões de famílias, especialmente no dia 6 de janeiro, para comemorar a 
festa do pão e do vinho, aproveitando o mosto obtido das uvas mais precoces. Fermentado, 
o mosto era transformado em vinho, quase todo ele tinto, de uva Isabel, e consumido já nos 
meses de abril e maio, devendo durar até a próxima colheita.
O imigrante havia encontrado finalmente um fator importante e decisivo para sua fixação e 
adoção definitiva da nova Pátria. Uma vez mais a vitivinicultura evidenciava-se como elemento 
de fixação do homem a uma região, por ser ela um componente da civilização humana ligado à 
cultura e com características universais.
Industria 
Calçadista 
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Os alemães estavam habituados a usarem calçados em virtude do frio de seu país de origem, 
todavia, no Brasil os calçados eram usados apenas para proteção à picada de insetos. Os calçados 
trazidos por eles gastaramse e foi assim que surgiu a indústria, inicialmente de forma artesanal. 
“O seu início foi artesanal, não havia máquinas que pudessem tornar mais fácil a confecção 
dos calçados. O material usado eram os retalhos que sobravam da fabricação dos arreios, e o 
calçado era feito sob medida e sob encomenda.
O setor calçadista iniciou suas atividades no século XIX no Estado do Rio Grande do Sul, com 
o surgimento de curtumes implantados pelos imigrantes alemães e italianos. De acordo com 
o autor, com os avanços tecnológicos oriundos da Europa no final do século XIX, o sistema 
artesanal de produção passou a ser uma atividade fabril. Conforme a Associação Brasileira das 
Indústrias de Calçados, a Abicalçados (2015), no ano de 1888, surgiu, no Vale dos Sinos, Estado 
do Rio Grande do Sul, a primeira fábrica de calçados do Brasil, formada pelo filho de imigrantes 
Pedro 12 Adams Filho, que, por sua vez, também possuía um curtume e uma fábrica de arreios. 
A partir daí, o Rio Grande do Sul aumentava a demanda por calçados, o que permitiu a expansão 
da produção a cada ano, tornando o Estado reconhecido mundialmente no setor ao longo do 
tempo.
A necessidade de ampliar a comercialização de calçados para o exterior surgiu no início da década 
de 60. A primeira exportação brasileira em larga escala ocorreu em 1968, com o embarque das 
sandálias Franciscano, da empresa Strassburguer, encomenda entregue nos Estados Unidos. Já 
a produção nacional, na mesma década, era de 80 milhões de pares anuais.
Erva Mate
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1554, o General Irala, chegou a região de Guairá, situada à oeste do atual território do Paraná e 
encontrou lá uma tribo de guaranis pacíficos e hospitaleiros. Um dos hábitos destes indígenas 
lhe despertou muita curiosidade. Tratava-se do uso generalizado de uma bebida feita de folhas 
picotadas, tomadas dentro de um porongo, por intermédio de um canudo de taquara. Ao indagar 
sobre a origem daquela bebida, responderam os índios tratar-se da "caá-i", um hábito que teria 
sido inicialmente de uso exclusivo dos pajés em suas práticas de magia, mas que foi estendido 
aos outros guerreiros, durante períodos de guerra em virtude de seus diversos benefícios. E, 
mesmo depois do término das guerras, o seu uso continuou, pois seus efeitos estimulantes, 
fortaleciam tanto o corpo quanto a alma.
"Caá" era o nome da ervateira e a "caá-i" era bebida do mate. Esta bebida nativa foi um 
estrondoso sucesso entre os soldados de Irala. E, quando retornaram a Assunção, levaram 
um carregamento da erva para apresentá-la aos amigos. Esta bebida impressionou tanto os 
espanhóis por sua natureza curativa e revitalizante, que despertou o interesse dos comerciantes 
de Assunção que visavam antes de tudo, o lucro financeiro. Acredita-se que os carijós, no litoral, 
assim como os guenoas da Campanha, também fossem apreciadores de um gostoso mate, mas 
inexistindo nestas redondezas, bosques de "caá", este hábito somente poderia ser mantido por 
intercâmbio com os guaranis.
Quando do Tratado de Madri de 1750 e da sua subseqüente Guerra Guaranítica, o uso do mate 
já tinha se tornado costume entre os dragões e demais soldados dos quartéis do Rio Grande 
e Rio Pardo. Depois da Guerra Guaranítica efetuou-se a expulsão da Companhia de Jesus dos 
territórios europeus e coloniais de Portugal e da Espanha. Desde modo, os Trinta Povos das 
Missões de Guaranis perderam a unidade, subdividindo-se em quatro grandes províncias. Cada 
povo passou a ser gerido por uma espécie de administração mista, a cargo de um vigário e 
de um comandante militar. Em 1801, como reflexo de nova guerra na Europa, um grupo de 
aventureiros rio-grandenses pratica a extraordinária façanha de incorporar para o Brasil a região 
dos Sete Povos.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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A partir dessa incorporação, normalizou o fornecimento da erva missioneira para a Capitania do 
Rio Grande do Sul, já sem burlas "aduanas"ou pagar direitos alfandegários, pois tudo agora era 
Brasil. Por volta de 1820 o hábito do chimarrão já se enraizara definitivamente nas cidades e nos 
campos da Capitania.
O grande papel que desempenhou a erva-mate na sociedade gaúcha pode der avaliado porsua 
presença dentre os símbolos nacionais farroupilhas. No brasão da República já encontrávamos 
ramos de erva-mate contornando o barrete frígio e perdura até hoje no brasão e na bandeira do 
Estado do Rio Grande do Sul.
O Mito do Gaúcho, por Moacyr Flores
https://falando historia.blogspot.com/2010/08/o mito do gaucho por moacyr flores.html
Expressão TCHÊ!
A expressão TCHÊ (Brasil) e ou CHE (Uruguay e Argentina) muito utilizado na região do Pampa,
segundo historiadores provem das línguas e ou dialetos indígenas de tribos que habitavam esta
região. Segue abaixo exemplos.
CHE = GENTE ( Língua QUECHUA, de origem andina, cultura AYMARA) Ex: TEHUEL-CHE
(gente de tehuel)
CHE = HOMEM ( Língua MAPUCHE, de origem andina, cultura ARAUCANA)
CHÉ = AMIGO (Língua AVAÑÉE, Guarani Missioneiro, companhia de Jesus)
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CHE = TU (Pronome de Tratamento ESPANHOL ATUAL) Ex: ?Che, cuanto cuesta um vaso de
vino?
TCHÊ = TU (Aportuguesamento da expressão CHE, por uma questão de pronuncia)
Expressão Tri!
Durante a copa do mundo de 70 no México que o brasil alcançou o tri campeonato se passou a 
falar que tudo que era legal e bacana ficou sendo Tri!
Expressão Bah!
Inicialmente pode-se pensar que o Bah é um diminutivo de barbaridade, mas está mais para Pá 
dos portugueses, mas não se tem certeza exata da origem do termo.
Sepe Tiaraju
Sepé Tiaraju foi um chefe indígena dos Sete Povos das Missões Orientais do Uruguai (território 
hoje integrado ao estado do Rio Grande do Sul) que virou herói para seu povo. Em 1750, Portugal 
e Espanha assinaram o Tratado de Madri, pelo qual Portugal cederia a Colônia do Sacramento 
(fundada pelos portugueses onde hoje é o Uruguai) à Espanha em troca da região dos Sete 
Povos. Para concretizar o acordo, os povos guaranis deveriam abandonar as sete aldeias da 
margem oriental do rio Uruguai.
Induzidos pelos jesuítas, os índios não aceitaram o tratado, e pegaram em armas para defender 
suas terras. Teve início, assim, a Guerra Guaranítica, que opôs os nativos a tropas espanholas e 
portuguesas.
O chefe indígena Sepé Tiaraju, líder das forças missioneiras, tinha sido alferes do exército 
espanhol. Estava habituado ao convívio com os europeus. Seu nome cristão era José. Ele sabia 
ler e escrever, possuía treinamento militar e exercia grande influência sobre os comandados.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Os guaranis foram conseguindo muitas vitórias, mas no final de 1755 a maré da guerra começou 
a mudar. A 7 de fevereiro de 1756, após uma série de derrotas, cerca de 1.500 guaranis foram 
dizimados na batalha de Caiboaté (nas proximidades da cidade gaúcha de São Gabriel). Sepé 
Tiaraju morreu em combate. A partir desse momento, história e lenda se confundem. O capitão 
indígena se tornou herói popular. Sua obstinada resistência foi sintetizada numa frase que, 
provavelmente, ele nunca pronunciou: “Esta terra tem dono”.
Como o corpo do bravo guerreiro não foi encontrado no campo de batalha, espalhou-se a crença 
de que ele subira aos céus. Surgiu, assim, a veneração a São Sepé, um santo não reconhecido 
pela Igreja Católica, mas que dá nome a um município do Rio Grande do Sul.
Cavalos no Rio Grande do Sul
Antes do ano 1500 da nossa era, não havia cavalos nas Américas. Não existe, nas línguas originais 
do Continente Americano, nenhum termo que signifique cavalo. Todos os vocábulos que 
atualmente existem são derivações da palavra caballo do espanhol: cavayú em guarani, caavarú 
em tupi, cahuellu ou cahuallo em araucano, cahualk em gennaken, cahuel em tehuelche, cavallo 
nos acomas, cavaio nos moquis, cavayo em paiute, cahuay nos kansas, cahua nos osages, kaviyo 
nos pimas.
Cristóvão Colombo, em 1493, quando em sua segunda viajem à Ilha La Española, hoje Repúplica 
Dominicana, no porto de Santo Domingo, na América Central, foi o responsável pela introdução 
do cavalo na América, dezessete veleiros e entre 25 e 30 cavalos. Introduzidos em 1509 ao 
continente através do Panamá, sete animais e através da Colômbia, 12 animais.
Os exploradores necessitavam dos animais para carregar os seus pertences nas incurções 
realizadas. Descendo pela Cordilheira dos Andes em direção ao sul da América os exploradores 
iam abandonando os cavalos que se machucavam ou que adoeciam. Obviamente nem todos 
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os animais abandonados morreram e com isso os mesmos sem um predador natural iam se 
reproduzindo.
Os Indígenas ao encontrarem os primeiros cavalos, achavam que eram monstros e tentavam 
matá-los, até perceberem que os exploradores os utilizavam como meio de transporte e carga. A 
partir daí, com exíme técnica aprenderam a domar o cavalo e assim utilizá-lo como companheiro 
no transporte e caça, além de auxiliá-los na batalha contra os europeus que tentavam invadir 
sua região pampeana. Com o passar do tempo os indígenas se tornaram excelentes cavaleiros.
Por volta de 1580, os cavalos abandonados na região do Prata em 1536, tinham se multiplicado 
aos milhares. Tanto que, em 1600, não podiam mais ser contados em suas gigantescas manadas. 
Os Pampas do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina estavam povoados de cavalos chimarrões 
(cimarrones) e o povo que vivia nessa região, unida pela semelhança ambiental, se tornou um 
povo cavaleiro.
Por definição o cavalo Crioulo é o conjunto de animais descendentes dos cavalos trazidos da 
península ibérica, no século XVI, quando pela conquista da América. Adquiriram características 
únicas e próprias após quatro séculos de adaptação e evolução no meio ambiente sul americano.
A origem do cavalo crioulo se dá na população eqüina da península ibérica, mais precisamente 
nos territórios de Portugal e Espanha do século XV. Naquela época, várias raças eram criadas na 
região, porém, acredita-se que o cavalo crioulo é originário de duas, sendo elas:
Andaluz: Tem pelo menos quatro mil anos de história e é conhecida como uma raça guerreira. 
Sofreu grande influência dos cavalos trazidos do norte da África pelos mouros que estiveram 
presentes, na península ibérica, por oito séculos.
Jacas: Também conhecida por Rocines. Antiga raça de cavalos nativos espanhóis das regiões da 
Galícia, Navarras e Andaluzia. Eram conhecidos pela valentia e resistência.
A partir da chegada de Colombo na América, em 1492, várias foram as expedições espanholas 
que trouxeram estes cavalos para o novo continente. Os Andaluzes e os Jacas teriam sido 
escolhidos para cruzar o oceano por serem os mais resistentes e aptos para afrontar as 
dificuldades no novo continente; e pelo fato dos portos de embarque das expedições estarem 
localizados nas regiões onde estes cavalos eram criados.
A história do tropeirismo – um dos capítulos mais importantes da formação gaúcha e um dos 
menos lembrados – integrou diferentes regiões do Brasil, e traçou a rota da formação de muitas 
cidades da região Sul e Sudeste. Foi através dessa atividade que se consolidou o movimento 
comercial do país, que se definiram vocações econômicas regionais, e que as enormes extensões 
de pampas gaúchos encontraram seu destino, que marca a atividade econômica de algumas 
regiões do Estado até os dias atuais.
No início do século XVII chegaram jesuítas à região formada pelos atuais estados do Paraná e Rio 
Grande do Sul, e pela Argentina e Paraguai. Esses padres estabeleceram as Missões Jesuíticas, 
onde reuniam, em torno de pequenos grupos de religiosos, um grande número de índios 
guaranis convertidos. Para sustentar essas populações, foi introduzida a atividade pecuária, 
com o gado solto nas pradarias. Dessa maneira a região passou a oferecer dois atrativos para os 
forasteiros: o índio que seria escravizado e o gado. Várias expedições de bandeirantes paulistas 
atacaram a região - destaca-se a expedição comandada por Antonio Raposo Tavares - até 1640.
Em 1628 já havia relatos sobre a presença de rebanhos nas reduções jesuíticas. Mas acredita-
se que tenham levado os animais da margem direita para a esquerda do rio Uruguai em 1629, 
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER43
dando origem a um rebanho imenso que ficaria conhecido como Vacaria do Mar na área situada 
entre a Laguna dos Patos e os rios Jacuí e Negro. Essa Vacaria era regularmente predada por 
espanhóis e portugueses, e para garantir o gado os jesuítas criam a Vacaria dos Pinhais, na 
região de campos de cima da serra que ficou conhecia como Campos da Vacaria.
A ação dos bandeirantes e os conflitos fronteiriços entre Portugal e Espanha fizeram com que 
os jesuítas transferissem as reduções para a região noroeste do Rio Grande, onde fundaram 
os Sete Povos das Missões, que funcionavam de forma independente dos governos europeus 
metropolitanos e não se preocuparam em respeitar as decisões adotadas a partir de 1750. Essa 
situação motivou a repressão às Missões. Apesar da resistência por parte de padres e índios, as 
Missões foram desmanteladas, mas deixaram um legado que, por muito tempo, seria a base da 
economia gaúcha: os grandes rebanhos de bovinos e cavalos, criados soltos pelas pradarias.
A formação das Vacarias permitiu que se realizasse, na área do atual Estado, a atividade de preia 
do gado selvagem. Caçava-se o gado e se retirava o couro, que era exportado para a Europa. A 
carne que não era consumida pelos predadores, era deixada no campo, apodrecendo. Todos 
predavam gado: portugueses, índios de aldeamentos, moradores das terras espanholas que 
tinham permissão de suas autoridades para vaquear, indivíduos que vaquejavam por conta 
própria.
Enquanto isso, Portugal e Espanha continuavam na sua dança para ver quem, afinal, seria o dono 
do Sul do Continente. Tratados não cumpridos por ambas as partes e a política de “é de quem 
conseguir manter” tornavam a região que é o atual Rio Grande do Sul uma terra de ninguém, 
onde as duas coroas disputavam a posse do território.
Era ainda esse o quadro do território riograndense quando, no final do século XVII, se descobriu 
ouro na região das Minas Gerais. A descoberta de ouro (e depois de diamantes) causou um 
grande afluxo populacional para a região. A população da área cresceu exponencialmente, 
causando a falta de alimentos e de produtos básicos. De 1700 a 1760, calcula-se que por volta 
de 700 mil pessoas imigraram para o Brasil com destino à Minas Gerais. A esses, se somaram um 
grande número de escravos africanos, bem como migrantes vindos de outras áreas do Brasil e 
escravos transferidos ilegalmente da região de produção de açúcar no Nordeste.
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Não é de se admirar, portanto, que no início do século XVIII a falta de gêneros alimentícios tenha 
causado grandes crises, acompanhadas por expressiva mortalidade. As crises mais fortes foram 
as de 1697-1698, 1700-1701 e 1713.
A atividade mineradora, o crescimento das cidades e a formação de uma elite com recursos 
aumentaram a necessidade de animais para transporte de carga. Onde encontrar esses 
animais? A resposta era fácil – no sul do continente, onde estavam as enormes Vacarias. A bem 
da verdade, a região não era propriamente portuguesa. No início do período de mineração a 
América ainda era dividida pelo Tratado de Tordesilhas, e teoricamente os rebanhos pertenciam 
à Espanha.
Mas isso era um detalhe, resolvido pela política de ocupação efetiva do território. E foi assim, 
vindo de uma região de posse duvidosa, que o gado gaúcho entrou na história brasileira. O 
primeiro grande tropeiro foi um fidalgo português, Cristóvão Pereira de Abreu, descendente 
do condestável Nuno Álvares Pereira. Cristóvão de Abreu nasceu em Ponte de Lima, em 1680, 
e veio para o Rio de Janeiro aos 24 anos. Aqui, casou com D. Clara de Amorim, com quem não 
teve filhos. 
Em 1722, aos 42, fez um grande negócio. Arrematou o monopólio de couros do sul do Brasil, 
mediante o compromisso de pagar 70 mil cruzados para a Fazenda Real anualmente. Tratou de 
começar a explorar esse manancial de ganhos, chegando a exportar 500 mil peças de boi por 
ano, através da Colônia de Sacramento (então de posse dos Portugueses).
Cristóvão de Abreu também instalou sua própria estância, situada entre o Canal de Rio Grande 
e a planície de Quintão. Mas o seu grande feito seria estabelecer um caminho por terra entre os 
pampas e o mercado que clamava por gado.
Francisco de Souza Faria, morador de Laguna, havia levado dois anos abrindo uma estrada que 
ia de Morro dos Conventos, em Araranguá, na planície costeira da atual Santa Catarina, até 
os Campos de Curitiba, no planalto. A obra teve início em 1717, e por essa estrada Cristóvão 
Pereira subiu pela primeira vez levando 800 cavalos e mulas, possibilitando a ligação entre o 
Sul e a vila de Sorocaba em São Paulo, que se tornou o grande entreposto de venda de gado 
durante o período da mineração, no ano de 1931.
No ano seguinte, em uma segunda viagem – agora com 3 mil animais e 130 tropeiros – Cristóvão 
de Abreu alargou e melhorou o caminho, construindo vários pontilhões. Levou um ano e dois 
meses para atingir Sorocaba – e iniciou um novo ciclo da economia gaúcha.
Mais tarde, Cristóvão Pereira abriu um novo caminho, que ligava diretamente os campos de 
Viamão aos Campos de Lajes. Ao longo desse caminho foram surgindo povoados: Santo Antonio 
da Patrulha, São Francisco de Paula, Capela de Nossa Senhora da Oliveira da Vacaria.
As aventuras do primeiro tropeiro não pararam por ai. Mais tarde, em 1735, foi convocado pelo 
governo português para defender as fronteiras portuguesas por terra, enquanto o Brigadeiro 
José da Silva Paes prestava apoio marítimo. O governo português tinha conhecimento de que 
os espanhóis pretendiam ocupar toda a área que ia até a ilha de santa Catarina, e era preciso 
garantir a presença portuguesa. Cristóvão aceitou o desafio e com 160 homens partiu para o 
Sul, sustentando a entrada do canal de Rio Grande por cinco meses, até que o Brigadeiro Silva 
Pais chegou com suas tropas por mar. No ponto onde Cristóvão de Abreu havia se instalado com 
seus homens, e onde o brigadeiro desembarcou, foi fundado o
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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quartel e vila de Rio Grande. E seria ali que, em 1755, morreria Cristóvão Pereira de Abreu, o 
homem que colocou o Rio Grande do Sul no mapa econômico do Brasil.
As duas rotas originais estabelecidas por Cristóvão de Abreu perderam importância quando se 
passa a explorar diretamente a região das Missões, e se passa a utilizar um caminho que leva 
diretamente à essa área, partindo de Vacaria e indo direto a Cruz Alta, então na fronteira entre 
Portugal e Espanha. Uma vez estabelecidas as rotas de transporte, as tropas se multiplicaram e o 
comércio de gado deslanchou. A preferência era pelos muares, já que mulas e burros eram mais 
adequados para o transporte em uma região montanhosa como Minas Gerais. Mas também se 
exportava gado vacum e cavalos.
Estabelecer um número exato de animais exportados é quase impossível. Há relatos falando em 
mais de 50 mil animais, com grande predominância de muares, na metade do século XVIII. As 
tropas saiam do Rio Grande do Sul em setembro ou outubro, época em que, graças às chuvas, 
encontrariam melhores pastos pelo caminho. Prosseguiam até Curitiba, onde ficavam por algum 
tempo, engordando o gado. De lá, partiam para Sorocaba, o grande centro de comércio de gado, 
a tempo de participar das grandes feiras que se realizavam entre abril e maio.
O fim de um ciclo
A atividade de tropeiragem teve seu auge ente 1725 e o final do século, quando a atividade 
mineradora começou a declinar. Nessa época, entretanto, um novo produto permitiu que o 
Rio Grande do Sul continuasse a desempenhar o seu papel de fornecedor de outros centros 
produtores brasileiros. Era o charque, que começou a ser produzido na região de Pelotas por 
volta de 1780. Com ele, os rebanhos gaúchos encontrariam uma nova destinação. Entretanto, 
os tropeiros continuaram a percorrer os caminhos do Sul, ainda que em menor escala. A 
tropeiragem sofreu um grande baque com a instalação das ferrovias, no final do século XIX. 
Manteve-se, contudo, em menor escala, até o a década de 50 do século XX.Centro de 
Tradições Gaúchas
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A Sociedade Sul-Riograndense foi fundada em 08 de novembro de 1857 pelo professor e filólogo 
Antônio Alvares Pereira Coruja. É, portanto, a mais antiga entidade representativa do povo 
gaúcho que existe, seguida de longe pelo "Grêmio Gaúcho", fundado em 22 de maio de 1898, a 
"União Gaúcha de Pelotas", em 10 de setembro de 1899, "O Centro Gaúcho de Bagé", em 20 de 
setembro de 1899 e o "Grêmio Gaúcho de Santa Maria" e, 08 de setembro de 1901.
Em 1947, o jovem estudante do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, João Carlos 
D'Ávila Paixão Côrtes, recém chegado de Santana do Livramento, sai para tomar um cafezinho e 
avista uma bandeira do Rio Grande do Sul servindo de cortina para tapar o vidro de uma janela 
do bar, entre cachaça e cigarro. O comerciante não sabia do que se tratava aquele pano. Foi a 
gota d'água. Naquele ano Paixão Côrtes cria, juntamente com alguns colegas, o Departamento 
de Tradições Gaúchas, no Colégio Julinho. O grupo acompanha de-a-cavalo o traslado dos 
restos mortais do General Farroupilha David Canabarro. A primeira Ronda Crioula é criada para 
preservar, desenvolver e proporcionar a revitalização à cultura rio-grandense. O DTG comemora 
os 112 anos da Revolução Farroupilha. Acende-se da Pira da Pátria pela primeira vez o fogo que 
os tradicionalistas denominam de Chama Crioula.
Em 24 de abril de 1948 é fundado o 35 CTG, o pioneiro daquelas entidades. Hoje são mais de 
1700 CTGs em todo o País. Em 1959, quando é criado o Conselho Coordenador, o Estado já 
conta com diversos CTGs. Em 1966 cria-se o Movimento Tradicionalista Gaúcho e em 1975, o 
Conselho Coordenador transforma-se em Conselho Diretor, ativo até a atualidade.
Encontro de Artes e 
Tradição Gaúcha
Na década de 70, o MOBRAL - Movimento Brasileiro de Alfabetização. empenhava-se em 
combater o alto nível de analfabetismo no país. No Rio Grande do Sul, além de alfabetizar, 
também almejava divulgar a cultura como forma de elevar a auto-estima da população e 
oportunizar o surgimento de novos valores artísticos.
O professor e advogado Praxedes da Silva Machado, responsável cultural pelo Mobral, buscou a 
parceria do Movimento Tradicionalista Gaúcho e, com a participação do IGTF Instituto Gaúcho 
de Tradição e Folclore, criaram o Festival
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Estadual de Arte Popular e Folclore, que se popularizou como Festival Estadual do Mobral. O 
evento foi idealizado para ser itinerante, isto é, cada ano em uma cidade diferente.
A primeira edição deste festival foi no ano de 1977, cuja fase final foi realizada na cidade de 
Bento Gonçalves. A 2a em 1978 - Porto Alegre, a 3a em 1979 -Lajeado, a 4a em 1980 - Cachoeira 
do Sul, a 5a em 1981 - Lagoa Vermelha, a 6a em 1982 - Canguçu, a 7a em 1983 - Soledade e a 8a 
em 1984 - Farroupilha. Em 1985, a 9a edição seria em Rio Pardo.
Como as autoridades do município desistiram, Farroupilha passou a sediar novamente. Decidiu-
se, então, não mais alternar o local, uma vez que Farroupilha se propunha em continuar 
realizando anualmente a final. A partir de 1986, o evento passa a ser promovido pelo Movimento 
Tradicionalista Gaúcho, em parceria com a Prefeitura Municipal de Farroupilha e o Instituto 
Gaúcho de Tradição e Folclore -IGTF, passando a ser denominado FEGART - Festival Gaúcho 
de Arte e Tradição. Sua realização acontecia sempre no último final de semana de outubro, 
permanecendo em Farroupilha da 1ª à 11ª edições, portanto, ate o ano de 1996.
Tendo em vista o crescimento do festival e das necessidades estruturais e financeiras para sua 
realização e a manifestação da Prefeitura de Farroupilha de não mais sediar o evento, em 1997, 
a 12a edição, foi transferida para Santa Cruz do Sul. O evento passou a ser realizado no segundo 
final de semana de novembro de cada ano. Por questões que envolveram o nome do festival, 
reivindicado pela Prefeitura de Farroupilha, houve a necessidade de mudança, no ano de 1999, 
passando a denominar-se ENART - Encontro de Artes e Tradição Gaúcha. No ano de 2013 será 
realizada a 28ª edição e 37ª edição desde o festival originário.
Nativismo
O movimento nativista surge com a criação da Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul, 
na cidade de Uruguaiana, em 1971
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A Califórnia da Canção é promovida por um grupo ligado ao CTG Sinuelo do Pago, em Uruguaiana 
Na primeira edição, sessenta pessoas fazem a platéia Nos tempos de ouro da Califórnia, entre a 
décima e a vigésima edição, chega atrair 60 mil pessoas
Na década de 80 surgem novos festivais e um verdadeiro turbilhão nativista começa a tomar 
conta do Estado Os jovens passam a vestir bombachas, sair às ruas dos grandes centros com 
suas mateiras e formar rodas de mate nas praças Apressadamente alguns tradicionalistas julgam 
que o movimento é apenas um modismo Hoje já contabiliza três décadas de atuação e centenas 
de títulos de festivais Atualmente são em média 40 festivais por ano, mas já houve época com 
mais eventos deste tipo do que finais de semana Com a grande produção musical gerada pelo 
nativismo surgem novos programas de rádio e televisão A mídia começa olhar com atenção para 
os nativistas e vê fundamento nos temas que são abordados pelos novos valores que começam 
surgir ano a ano Os festivais tornam se mercado de trabalho e hoje há um elenco de mais de mil 
nomes cadastrados como compositores, músicos e intérpretes deste gênero musical só no Rio 
Grande do Sul
Na década de 80 surge a primeira emissora de rádio segmentada exclusivamente na cultura 
gaúcha, a Rádio Liberdade FM
A Salamanca do Jarau
No tempo dos padres jesuítas, existia um moço sacristão no Povo de Santo Tomé, na Argentina, 
do outro lado do rio Uruguai. Ele morava numa cela de pedra nos fundos da própria igreja, na 
praça principal da aldeia.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Ora, num verão mui forte, com um sol de rachar, ele não conseguiu dormir a sesta. Vai então, 
levantou-se, assoleado e foi até a beira da lagoa refrescar-se. Levava consigo uma guampa, que 
usava como copo.
Coisa estranha: a lagoa toda fervia e largava um vapor sufocante e qual não é a surpresa do 
sacristão ao ver sair d'água a própria Teiniaguá, na forma de uma lagartixa com a cabeça de 
fogo, colorada como um carbúnculo. Ele, homem religioso, sabia que a Teiniaguá - os padres 
diziam isso!- tinha partes com o Diabo Vermelho, o Anhangá-Pitã, que tentava os homens e 
arrastava todos para o inferno. Mas sabia também que a Teiniaguá era mulher, uma princesa 
moura encantada jamais tocada por homem. Aquele pelo qual se apaixonasse seria feliz para 
sempre.
Assim, num gesto rápido, aprisionou a Teiniagá na guampa e voltou correndo para a igreja, sem 
se importar com o calor. Passou o dia inteiro metido na cela, inquieto, louco que chegasse a 
noite. Quando as sombras finalmente desceram sobre a aldeia, ele não se sofreu: destampou a 
guampa para ver a Teiniaguá. Aí, o milagre: a Teiniaguá se transformou na princesa moura, que 
sorriu para ele e pediu vinho, com os lábios vermelhos. Ora, vinho só o da Santa Missa. Louco 
de amor, ele não pensou duas vezes: roubou o vinho sagrado e assim, bebendo e amando, eles 
passaram a noite.
No outro dia, o sacristão não prestava para nada. Mas, quando chegou a noite, tudo se repetiu. 
E assim foi até que os padres finalmente desconfiaram e numa madrugada invadiram a cela 
do sacristão. A princesa moura transformou-se em Teiniaguá e fugiu para as barrancas do rio 
Uruguai, mas o moço, embriagado pelo vinho e de amor foi preso e acorrentado. Como o crime 
era horrível - contra Deus e a Igreja! - foi condenado a morrer no garrote vil, na praça, diante da 
igreja que ele tinha profanado.
No dia da execução, todo o Povo se reuniu diante da igreja de São Tomé. Então, lá das barrancas 
do rio Uruguai a Teiniaguá sentiu que seu amado corria perigo. Aí, com todo o poder de sua 
magia, começou a procurar o sacristão abrindo rombos na terra, um valos enormes, rasgandotudo. Por um desses valos ela finalmente chegou à igreja bem na hora em que o carrasco ia 
garrotear o sacristão. O que se viu foi um estouro muito grande, nessa hora, parecia que o 
mundo inteiro vinha abaixo, houve fogo, fumaça e enxofre e tudo afundou e tudo desapareceu 
de vista. E quando as coisas clarearam a Teiniaguá tinha libertado o sacristão e voltado com ele 
para as barrancas do rio Uruguai.
Vai daí, atravessou o rio para o lado de cá e ficou uns três dias em São Francisco de Borja, 
procurando um lugar afastado onde os dois apaixonados pudessem viver em paz. Assim, foram 
parar no Cerro do Jarau, no Quaraim, onde descobriram uma caverna muito funda e comprida. 
E lá foram morar, os dois. Essa caverna, no alto do Cerro, ficou encantada. Virou Salamanca, que 
quer dizer "gruta mágica", a Salamanca do Jarau. Quem tivesse coragem de entrar lá, passasse 
7 Provas e conseguisse sair, ficava com o corpo fechado e com sorte no amor e no dinheiro para 
o resto da vida.
Na Salamanca do Jarau a Teiniaguá e o sacristão se tornaram os pais dos primeiros gaúchos do 
Rio Grande do Sul. Ah, ali vive também a Mãe do Ouro, na forma de uma enorme bola de fogo. 
Às vezes, nas tardes ameaçando chuva, dá um grande estouro numa das cabeças do Cerro e 
pula uma elevação para outra.
50
O Gaúcho é uma denominação dada às pessoas ligadas à atividade pecuária em regiões de 
ocorrência de campos naturais, do bioma denominado pampa, que ocorre no sul da América do 
Sul, em países como a Argentina, Brasil e Uruguai, e também aos nascidos no estado brasileiro 
de Rio Grande do Sul. As peculiares características do seu modo de vida pastoril teriam forjado 
uma cultura própria, derivada do amálgama da cultura ibérica e indígena, adaptada ao trabalho 
executado nas propriedades denominadas estâncias. É assim conhecido no Brasil, enquanto que 
em países de língua espanhola, como Argentina e Uruguai é chamado de gaucho (acento tônico 
no "a", diverso do português, cujo acento tônico é no "u"). Algumas vezes o termo também é 
considerado similar ou equivalente a outros estilos de vida rurais em outras culturas, como o 
americano cowboy, chileno huaso e mexicano charro, por exemplo.
O termo também é correntemente usado como gentílico para denominar os nascidos no 
estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Além disso, serve para denominar um tipo folclórico e 
um conjunto de tradições codificadas e difundidas por um movimento cultural agrupado em 
agremiações, criadas com esse fim e conhecidas como Centro de Tradições Gaúchas ou CTG.
Brasão do Rio Grande do Sul
Escudo oval. Em campo de prata: um quadrilátero de prata com um sabre de ouro, em pala, 
sustentando na ponta um barrete frígio, de vermelho, entre dois ramos floridos de fumo e erva-
mate, de sua cor, que se cruzam sobre o punho do sabre; inscrito num losango, com duas estrelas 
de cinco pontas de ouro colocadas nos ângulos superior e inferior; ladeado por duas colunas 
jônicas compostas com capitel e três anéis no terço inferior de fuste liso de ouro, encimadas 
por uma bala de canhão antigo, de preto assentes sobre um campo ondulado de verde em 
ponta. Uma bordadura de azul, perfurada de preto, carregada com a inscrição REPÚBLICA RIO-
GRANDENSE e a data 20 DE SETEMBRO DE 1835, de ouro, separadas por duas estrelas de cinco 
pontas, também de ouro
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Um listel de prata com a legenda "LIBERDADE IGUALDADE HUMANIDADE", de negro. O escudo 
fica sobreposto sobre quatro bandeiras tricolores (verde, vermelho e amarelo) entre-cruzadas 
duas a duas com hastes rematadas de Flor-de-lis invertida, de outro. As duas bandeiras dos 
extremos estão decoradas com uma faixa vermelha com bordas de ouro, atada junto à ponta 
flor-de-lisada; uma lança de cavalaria, de vermelho, rematada por uma flor-de-lis invertida, de 
ouro, entre quatro fuzis armados de baionetas de ouro, e na base do conjunto dois tuboscanhão, 
de negro, entrecruzados, semi-encobertos pelas bandeiras.
Fauna e flora locais
O Estado do Rio Grande do Sul pode ser dividido em quatro principais domínios geológicos: a 
Planície Costeira do Rio Grande do Sul, o Planalto das Araucárias, Depressão Central e o Escudo 
Sul-Riograndense, de acordo com o mapa
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ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Matriz produtiva
Número de empregados, massa salarial e média salarial Porto Alegre é a 6ª maior economia do 
Brasil
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Dentro da indústria de transformação, o Rio Grande do Sul possui destaque nacional em vários 
segmentos:
Maior parque industrial do Brasil (% produção nacional):
● Fumo - 49,7%
● Couro e Calçados - 29,0%
● Automação
● Biodiesel – 28%
● Máquinas agrícolas e rodoviárias – 46,7%
● Vinhos – aproximadamente 90%
● Reboques e carrocerias
Segundo maior parque industrial do Brasil (% produção nacional):
● Produtos de metal - 13,5%
● Máquinas e equipamentos - 16,8%
● Móveis - 20,9%
Terceiro maior parque industrial do Brasil (% produção nacional):
● Produtos de borracha e material plástico - 8,4%¹
Quarto maior parque industrial do Brasil (% produção nacional):
● Alimentos - 7,9%
● Produtos de Madeira - 8,3%
● Produtos Químicos - 9,2%
● Veículos automotores - 9,1%
● Embarcações, aeronaves, veículos militares e outros
equipamentos de transporte - 6,7%
Matriz energética
O Rio Grande do Sul possui mais de 300 empreendimentos em operação, com 9,3 GW de 
potência, conforme informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para os 
próximos anos, está prevista uma adição de 2,7 GW na capacidade de geração do Estado, 
proveniente de 20 empreendimentos em construção e mais 31 com a outorga assinada. A oferta 
de energia no Estado provém de usinas hidrelétricas, de termoelétricas a óleo combustível, 
a gás natural e a carvão mineral, e de fontes alternativas de energia como eólica e pequenas 
centrais termo e hidrelétricas. O Rio Grande do Sul vem investindo, ainda, no desenvolvimento 
de biocombustíveis como biodiesel, etanol e biogás. O Estado já conta, em 2015, com nove 
56
usinas para a fabricação de biodiesel, com produção anual de 606 milhões de litros e capacidade 
nominal anual para produzir 1.363 milhões de litros, sendo o maior produtor nacional (ANP, 
2015).
A distribuição de energia elétrica é feita principalmente por três grandes concessionárias: 
Distribuidora Gaúcha de Energia S.A. (AES Sul), Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) 
e Rio Grande Energia S.A. (RGE). Também há cinco pequenas concessionárias e 15 cooperativas 
de eletrificação rural.
Carvão
O Rio Grande do Sul é o Estado brasileiro com o maior número de plantas termelétricas – quatro 
das 13 usinas instaladas no país. Aproximadamente 90% das reservas brasileiras de carvão 
estão no Estado, o que representa 28 bilhões de toneladas. No município de Candiota, está a 
maior reserva de carvão mineral do Brasil, 38% do total nacional. O município abriga as usinas 
Presidente Médici (446 MW) e Candiota III (350 MW), estando em construção a usina Pampa 
Sul (340 MW). As outras duas usinas estão em Charqueadas (72 MW) e São Jerônimo (20 MW).
O Estado busca fomentar o desenvolvimento de tecnologias que visem ao melhor aproveitamento 
do carvão mineral, pesquisando alternativas de uso, além da queima direta para a geração de 
energia elétrica. Outra prioridade é estudar as potencialidades de utilizar o carvão gaúcho para 
a indústria carboquímica.
Parques Eólicos
O RS é um dos Estados brasileiros com maior potencial de energia eólica, sediando inclusive o 
maior complexo eólico da América Latina, o de Campos Neutrais, localizado no Litoral Sul. Em 
consonância com o país, o Rio Grande do Sul vem investindo fortemente nessa fonte de energia 
desde 2006. Até 2018, o Estado terá capacidade instalada de 2.029,6 MW em 105 parques, 
contabilizando investimentos de R$ 8,4 bilhões. O potencial de energia eólica em solo gaúcho é 
estimado em 115 GW para a altura de 100 metros (AtlasEólico Rio Grande do Sul, 2014).
Além disso, há uma boa infraestrutura de redes de transmissão e distribuição de energia elétrica 
e grande facilidade de conexão nas regiões com maior potencial de ventos. Apresenta ainda boa 
interligação entre os sistemas elétricos de transmissão da Região Sul e do Sudeste.
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Evolução da capacidade instalada de Geração Elétrica no RS 2005-2017 (MW)
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Matriz de transporte
O Rio Grande do Sul conta com uma rede multimodal de transportes relativamente bem 
estruturada e capilarizada. Entretanto, possui uma matriz excessivamente centrada no 
transporte rodoviário. Considerando a matriz modal do Rio Grande do Sul, em 2014 as rodovias 
eram responsáveis por 88% do total transportado¹. Dados mais recentes² indicam que, em 2017 
o modal rodoviário do Rio Grande do Sul continuava respondendo por aproximadamente 88% 
do total transportado, enquanto no Brasil a participação deste modal atingia 65%.
No Rio Grande do Sul há rotas hidroviárias interiores e portos importantes como o de Porto 
Alegre e de Rio Grande e uma rede ferroviária extensa, com potencial para ser explorado. Há 
também uma rede de aeroportos regionais e três aeroportos internacionais , com destaque 
para o Aeroporto Salgado Filho, na capital do Estado, que apresenta a maior movimentação de 
passageiros e de cargas. Há, ainda, uma rede dutoviária que serve principalmente o nordeste do
Estado com transporte de petróleo e derivados e gás natural. No entanto, a movimentação 
de cargas e de passageiros é realizada predominantemente por rodovias que interligam as 
várias regiões do Estado aos outros estados brasileiros e aos países do MERCOSUL. Devido à 
sua localização geográfica, passam pelo Estado boa parte dos produtos comercializados entre o 
Brasil e o bloco de países do MERCOSUL, principalmente a Argentina. Com isso, rodovias como 
a BR-116, BR-101, BR-386 e BR-290, entre outras, apresentam volumes de tráfego cada vez mais 
pesado, principalmente em momentos de escoamento de safra agrícola.
A tradição exportadora de grande parte da agricultura e indústria gaúchas também contribui 
para definir a conformação das redes modais que ligam as várias regiões produtoras do Estado 
à capital, ao Porto de Rio Grande e a Uruguaiana. Estruturas importantes como os pontos 
alfandegados e portos secos alfandegados, localizados em pontos estratégicos do Estado, 
dão suporte à movimentação de cargas pelos diferentes modais, fornecendo desembaraço 
aduaneiro e fiscalização. Quanto à atuação de Operadores de Transporte Multimodal (OTM), 
em maio de 2020 no RS estavam cadastradas pela ANTT – Agência Nacional de transportes 
Terrestres, 41 empresas com sede em 11 municípios. Das 41 empresas de OTM com operação 
nacional e internacional, 11 operavam no MERCOSUL³.
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O RS possui aproximadamente 17.000km de rodovias federais e estaduais O sistema 
rodoviário é responsável pela movimentação da maior parte da carga transportada 
no Rio Grande do Sul e pela quase totalidade do transporte de passageiros. De acordo 
com o Departamento Autônomo de Estadas de Rodagem - DAER, o estado conta 
com aproximadamente 17.464 km de rodovias federais e estaduais, além das malhas 
municipais. A malha federal estrutura a rede de transporte com rodovias longitudinais, 
diagonais, transversais e de ligação. A rede estadual articula-se a federal, sendo mais densa 
e capilarizada nas regiões norte e nordeste do estado em função do maior número de 
municípios e de núcleos urbanos.
Segundo o DAER, a malha rodoviária pavimentada do Estado conta com uma extensão 
aproximada de 13.742 km. Destes, cerca de 5.585 km correspondem a rodovias federais e 
8.000 km correspondem a rodovias estaduais¹. Possui também aproximadamente 3.722 km 
de estradas federais e estaduais não pavimentadas, dentre as quais 1.326 Km encontram-
se em obras de pavimentação. As rodovias BR-116, BR-101, BR-386 e BR-290 recebem 
grandes fluxos de escoamento da produção, especialmente da safra agrícola, apresentando 
os volumes de tráfego mais elevados por estabelecerem as ligações entre o Portos de 
Rio Grande e Porto Alegre, Uruguaiana e os países do MERCOSUL e os demais estados 
brasileiros.
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A malha ferroviária gaúcha, controlada por longo período pela Rede Ferroviária Federal - 
RFFSA, foi concedida para a iniciativa privada em 1997 à empresa América Latina Logística - 
ALL que, até 2013, detinha também áreas de concessão do norte da Argentina. A operação 
de concessão mais recente é da empresa Rumo, nova companhia resultante da fusão Rumo 
- América Latina Logística – ALL. Com concessão para o período de 1997 a 2027 e operação 
das malhas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo é chamada 
de RMS – Rumo Malha Sul.
A malha aeroviária do Estado conta com um conjunto de aeroportos regionais e locais e três 
aeroportos internacionais, dentre os quais o mais importante é o Aeroporto Internacional 
Salgado Filho, localizado em Porto Alegre, capital do Estado. Segundo a ANAC – Agência 
Nacional de Aviação Civil, em 2018, o Aeroporto Salgado filho foi o 9º aeroporto do Brasil 
em número de decolagens no mercado doméstico e transportou 3.797.970 passageiros. Os 
aeroportos em operação no Rio Grande do Sul atendem principalmente a movimentação 
de passageiros em vôos comerciais regulares e vôos particulares e militares. Há também 
infraestrutura para movimentação de cargas nos aeroportos de Porto Alegre, Caxias 
do Sul, Passo Fundo e Santo Ângelo. Em Rio Grande e Pelotas, Santa Maria e Canoas há 
movimentação de cargas militares e científicas. Os campos de pouso servem como apoio 
ao sistema aeroportuário e são utilizados principalmente para vôos agrícolas, de turismo e 
lazer e de instrução.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Principais Portos do 
Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul apresenta uma importante malha hidroviária concentrada nas bacias 
hidrográficas do Guaíba e Litorânea. Os principais rios navegáveis: Jacuí e Taquari, Sinos, 
Caí e Gravataí em menor proporção. Lago Guaíba e Laguna dos Patos são utilizados quase 
exclusivamente para o transporte de cargas através dos terminais públicos e privados. Os 
principais portos públicos são os Portos do Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre e Estrela, onde 
operam também Terminais de Uso Privativo - TUPs. Atualmente há TUPs distribuídos pelas 
hidrovias fora dos portos públicos com registros de movimentação crescente.Porto
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PORTO DE RIO GRANDE
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A denominação "Rio Grande" vem do fato de, dois séculos atrás, os navegantes que se 
dirigiam à Colônia do Sacramento entenderem que a embocadura da Lagoa dos Patos fosse 
a foz de um grande rio. O primeiro registro de transposição da Barra do Rio Grande é de 
1737, quando o Brigadeiro José da Silva Paes chegou para iniciar o povoamento desta região 
que passou a ser conhecida como Rio Grande de São Pedro ou São Pedro do Rio Grande, 
e construiu a fortificação de madeira denominada de Forte Jesus Maria José. Segundo 
historiadores, muitos que visitavam a região não acreditavam no seu desenvolvimento, ou 
mesmo que viesse a se constituir uma cidade aqui, devido às condições naturais pouco 
favoráveis.
A primeira providência oficial para melhorar a segurança da navegação ocorreu em 
1846, quando o Governo Imperial criou a Inspetoria da Praticagem da Barra. Após esta 
providência, reduziram-se consideravelmente os acidentes na Barra.
Passou a desenvolver-se uma crescente navegação através da Barra, sendo contadas em 
1847, 668 embarcações que a transpuseram. Surgiu um pequeno porto, localizado onde 
hoje é o Porto Velho, no centro da cidade, freqüentado principalmente por embarcações 
a vela. A contínua agitação das águas na embocadura, as freqüentes mutações dos canais 
e as profundidades insuficientes que raramente ultrapassavam 3,6 metros, tornavam a 
transposiçãoda Barra extremamente perigosa, cobrando um pesado tributo à navegação 
em acidentes marinhos, inviabilizando o comércio e o desenvolvimento da região.
Em 1855, o Ministério da Marinha enviou o Ten.Cel. Eng. Ricardo Gomes Jardim, 
especializado em engenharia hidráulica, para estudar a Barra e o Porto e concluiu "que 
devem reputar-se inexeqüíveis, senão mais nocivos do que úteis, quaisquer construção de 
pedra ou de madeira, no intuito de prolongar o leito do rio ou dar maior força à corrente". 
A seguir, outros consideraram a Barra "não suscetível de melhoramentos por meio de 
trabalhos hidráulicos". Em 1860, a profundidade da Barra não ia além de 2,20 metros. 
Somente em 1875, Sir John Hawkshaw, comissionado pelo Governo Imperial, visitou o Porto 
do Rio Grande e propôs a construção de quebra-mares partindo do litoral para o oceano, 
de um e outro lado da embocadura com uma extensão de cerca de 2 milhas (3.220m) cada.
Em 1906, o engenheiro Elmer Lawrence Cortheill foi contratado pelo Governo brasileiro 
para executar as obras de fixação da Barra de Rio Grande, com aprofundamento para 10m, 
e a construção de dois molhes convergentes e um novo porto na cidade do Rio Grande 
(hoje conhecido como Porto Novo). Cortheill organizou a companhia "Port of Rio Grande 
do Sul", com sede em Portland, Estados Unidos, que construiria e exploraria o porto por 70 
anos.
O projeto da Barra, a ser executado, originou-se da comissão presidida pelo engenheiro 
Honório Bicalho em 1883, posteriormente pouco alterado, analisado e aprovado pelo 
engenheiro holandês Pieter Caland, em 1885, que propôs a adoção de molhes convergentes. 
Em 1908, devido às dificuldades do engenheiro Cortheill conseguir nos EUA o capital 
necessário à execução das obras, constituiu-se em Paris a "Compagnie Française du Port 
du Rio Grande do Sul", com capitais europeus, à qual foi transferido o contrato através do 
decreto nº 7.021, de 09 de julho de 1908. Dois anos depois, iniciaram-se efetivamente os 
trabalhos de construção dos molhes e do novo porto. 
Em 1º de março de 1915, aproximadamente às 17h30min, o navio-escola Benjamin 
Constant, da Armada nacional, calando 6,35 metros, transpôs a Barra. Por volta das 
18h30min, atracou no cais do Porto Novo do Rio
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Grande, em meio a solenidades festivas. Em 15 de novembro de 1915, foi inaugurado o 
primeiro trecho de cais do Porto Novo, numa extensão de 500 metros, logo entregues à 
operação. O trabalho teve continuidade em 1919, quando, em vista das dificuldades 
enfrentadas pela companhia francesa, após a 1ª Grande Guerra, foram encampadas pela 
União e transferidas ao Estado do Rio Grande do Sul as obras da Barra e do Porto do Rio 
Grande. Em 1934, a União renovou o contrato de concessão portuária ao Estado do Rio 
Grande do Sul, pelo prazo de 60 anos, incluindo a manutenção de hidrovias do Estado.
Em 1951, face à importância que passou a adquirir o complexo hidro-portuário 
riograndense, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul criou, através da lei nº 1561, de 1º 
de outubro de 1951, o Departamento Estadual de Portos, Rios e Canais - Deprc, autarquia 
que englobou os serviços concedidos, entre eles o Porto do Rio Grande, e outros executados 
pelo Estado na área hidroviária. Em 1970, pela dragagem do canal de acesso da Barra para 
navios calando até 40 pés e pela incorporação da área de expansão (Superporto), abriram-
se amplas perspectivas de crescimento e desenvolvimento do Porto do Rio Grande.
No ano de 1994, mês de agosto, expirou o prazo do Contrato de Concessão Portuária ao 
Estado, que foi prorrogado até 31 de março de 1997 para possibilitar os ajustes impostos 
pela Lei nº 8.630/93. A Lei 8.630/93 mudou significativamente as relações de trabalho e 
a operação nos portos brasileiros, e em Rio Grande não foi diferente. Hoje, entre outras 
alterações, a operação portuária é feita totalmente por operadores portuários privados.
Porto de Porto Alegre
O porto de Porto Alegre, mesmo possuindo características fluviais, é classificado como 
porto marítimo, conforme Resolução Nº 2969 -ANTAQ, de 4 de julho de 2013. Mantém 
oito quilômetros de cais acostável, dividido entre os cais Mauá, Navegantes e Marcílio Dias. 
Sua estrutura envolve 25 armazéns com 70 mil m², numa área total de 450 mil m². Desde o 
primeiro semestre de 2005, a área de operação do porto público está concentrada no cais
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Navegantes, que encontra-se regido pelas normas internacionais de segurança ISPS-CODE, 
desde 2010. Possui capacidade de operação de até 3 navios de longo curso, simultaneamente. 
Desde o final de 2012, o porto da Capital participa do programa desenvolvido pelo Governo 
Federal, denominado Porto Sem Papel - PSP, onde se concentram todos seus dados 
portuários, compartilhando-os com os órgãos anuentes ( Polícia Federal, Receita Federal, 
VIGIAGRO, ANVISA, Marinha do Brasil, dentre outros). O zoneamento do porto da Capital 
gaúcha dispõe de áreas distintas para terminais multipropósito, de grãos, de fertilizantes e 
carga geral. Nos últimos cinco anos, o porto de Porto Alegre juntamente com os terminais 
privados movimentou cerca de 6 milhões de toneladas/ano, em produtos, tais como, cabos 
de amarração de plataforma marítima, fertilizantes, sal, grãos vegetais, transformadores 
elétricos e celulose.
O Porto de Pelotas, administrado pela Superintendência de Portos e Hidrovias, exerce 
importante papel no processo de desenvolvimento econômico da metade sul na geração 
de trabalho e renda e na diminuição dos custos logísticos para as empresas exportadoras e 
importadoras da região.
As operações de cargas e descargas são efetuadas com rapidez e segurança, garantidas 
pela constante qualificação do trabalho, da modernização dos seus equipamentos, 
da conservação e adequação dos armazéns e da segurança realizada por profissionais 
especializados.
O porto recuperou a sua condição de porto alfandegado, pela Receita Federal e considerando 
sua proximidade com o porto de Rio Grande, é também um porto alimentador. Tem boa 
disponibilidade de armazenagem em áreas fechadas ou abertas.
O porto oferece os serviços de suprimento de água e energia elétrica e mão-de-obra 
cadastrada no Orgão Gestor de Mão–de-Obra.
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Unidades de conservação
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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O Rio Grande do Sul é considerado pioneiro no trato de questões ambientais desde os 
anos 50. Conforme dados disponíveis, o Estado conta atualmente com 108 Unidades de 
Conservação, Destas, 10 são de competência federal, 24 estaduais, 35 municipais e 39 são 
Reservas Particulares do Patrimônio Natural.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Organização política e territorial Divisão política Regiões administrativas 
Hierarquia urbana Regionalização do IBGE
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O Brasil é uma nação independente e autônoma politicamente, dispõe de uma região 
separada em estados, que nessa condição são 26, fora o distrito federal que corresponde a 
uma unidade da federação que foi estabelecida com o objetivo de acolher a metrópole do 
Brasil e também o polo do Governo Federal.
Foram diversas as razões que conduziram o Brasil a fazer uma separação interna da 
região, dentre eles os principais foram os aspectos político-administrativos e históricos. 
Esse procedimento começou ainda no período colonial, instante esse que o Brasil estava 
separado em capitanias hereditárias, dessa maneira estados como Paraíba, Pernambuco 
e Rio Grande do Norte são provenientes de velhas capitanias constituídas no antigo 
momento onde prevalecia esse modelo de separação. Uma das razões que beneficiavam a 
separação interna da nação é quanto à gestão administrativa da região, onde se separa as 
obrigações de fiscalizar em porções menores, pois grandes distancias territoriais sem posse 
e inexistência de estado pode gerar uma sequência de problemas, até a perda de regiões 
para nações vizinhas.
No final do séculoXIX quase todos os estados estavam com seus próprios formatos atuais, 
contudo certos estados apareceram depois, como Tocantins, em 1988, e Mato Grosso do 
Sul, em 1977, gerando uma reorganização na posição cartográfica e governamental do 
interior da nação. Estado quer dizer unidade da federação brasileira. O Brasil apresenta 
leis específicas, uma vez que está estruturado politicamente e retém toda autonomia. As 
leis são formuladas em padrão federal e são independentes, contudo, municípios e estados 
apresentam leis específicas, porém que são submetidas às leis nacionais, nesse caso, a 
Constituição Federal.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Além da separação em federações há uma no interior dos estados, a regionalização 
em cidade, que apresenta leis próprias que são dependentes das leis federais, essa 
regionalização ainda pode ser separada em distritos. Na separação administrativa do 
Brasil, têm-se os estados, os municípios, os distritos e o distrito federal. Estados: unidades 
federativas do país. São gerenciados por governos estaduais, que são dependentes do 
Governo Federal. Cada estado tem sua própria capital, no qual está implantada a sua matriz 
administrativa. Municípios: equivalem as unidades administrativas que são menores que os 
estados. São gerenciadas pelos governos municipais, mais popularmente conhecidos como 
prefeituras, que são dependentes do Governo Federal e do Governo Estadual.
Distritos: são unidades governamentais que fazem parte dos municípios. Um município 
pode ser formado por um ou mais distritos. O distrito matriz normalmente apresenta o 
mesmo nome que o município e os outros distritos costumam ser denominados de vilas. 
Quando uma vila se expande, ela é promovida a município. Distrito Federal: é a matriz do 
governo federal, lugar onde está a metrópole do país. É no Distrito Federal que estão às 
matrizes dos poderes executivo, legislativo e judiciário. No Brasil, o Distrito Federal está 
localizado no estado de Goiás, e a capital brasileira em Brasília.
Região Norte
A região Norte é composta por sete estados, onde estão localizadas a Floresta Amazônica e 
a Bacia Amazônica. É a maior região brasileira, mas a menos habitada. O clima encontrado 
na região norte é o equatorial.
Região Nordeste
A região nordeste apresenta noves estados. É a segunda região com a maior quantidade 
de habitantes. O clima pode mudar conforme a localização, sendo semi-árido no centro e 
úmido nas regiões ocidental e oriental.
Região Centro-Oeste
A região Centro-Oeste apresente só três estados mais o Distrito Federal. É a segunda maior 
região brasileira, mas a menos povoada. Tem a agropecuária como principal atividade 
econômica. O clima dominante é o tropical.
Região Sudeste
A região Sudeste apresenta quatro estado. É a região mais avançada, em razão do grande 
crescimento econômico, agrícola e industrial, além de ser a com mais habitantes. O clima 
muda conforme a localização, sendo tropical de altitude nos planaltos, e tropical atlântico 
no litoral.
Região Sul
A região Sul apresenta três estado. É a menor região do Brasil, mas a que possui grande 
influencia européia, principalmente germânica e italiana. O clima dominante é o subtropical. 
Dessa forma, o Brasil apresente o quinto maior território com relação aos demais países.
O território do Brasil já passou por diversas divisões regionais. A primeira proposta de 
regionalização foi realizada em 1913 e depois dela outras propostas surgiram, tentando 
adaptar a divisão regional às características econômicas, culturais, físicas e sociais dos 
estados.
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A regionalização atual é de 1970, adaptada em 1990, em razão das alterações da 
Constituição de 1988. O órgão responsável pela divisão regional do Brasil é o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A primeira proposta de divisão regional do Brasil surgiu em 1913, para ser utilizada no 
ensino de geografia. Os critérios utilizados para esse processo foram apenas aspectos físicos 
– clima, vegetação e relevo. Dividia o país em cinco regiões: Setentrional, Norte Oriental, 
Oriental, Meridional. Em 1940, o IBGE elaborou uma nova proposta de divisão para o país 
que, além dos aspectos físicos, levou em consideração aspectos socioeconômicos. A região 
Norte era composta pelos estados de Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e o território do 
Acre. Goiás e Mato Grosso formavam com Minas Gerais a região Centro. Bahia, Sergipe e 
Espírito Santo formavam a região Leste. O Nordeste era composto por Ceará, Rio Grande 
do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São 
Paulo e Rio de Janeiro pertenciam à região Sul.
Conforme a divisão regional de 1945, o Brasil possuía sete regiões: Norte, Nordeste 
Ocidental, Nordeste Oriental, Centro-Oeste, Leste Setentrional, Leste Meridional e Sul. Na 
porção norte do Amazonas foi criado o território de Rio Branco, atual estado de Roraima; 
no norte do Pará foi criado o estado do Amapá. Mato Grosso perdeu uma porção a noroeste 
(batizado como território de Guaporé) e outra ao sul (chamado território de Ponta Porã). 
No Sul, Paraná e Santa Catariana foram cortados a oeste e o território de Iguaçu foi criado.
Os territórios de Ponta Porã e Iguaçu foram extintos e os estados do Maranhão e do Piauí 
passaram a integrar a região Nordeste. Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro 
formavam a região Leste. Em 1960, Brasília foi criada e o Distrito Federal, capital do país, foi 
transferido do Sudeste para o Centro-Oeste. Em 1962, o Acre tornou-se estado autônomo e 
o território de Rio Branco ganhou o nome de Roraima.
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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Em 1970, o Brasil ganhou o desenho regional atual. Nasceu o Sudeste, com São Paulo e Rio 
de Janeiro sendo agrupados a Minas Gerais e Espírito Santo. O Nordeste recebeu Bahia e 
Sergipe. Todo o território de Goiás, ainda não dividido, pertencia ao Centro-Oeste. Mato 
Grosso foi dividido alguns anos depois, dando origem ao estado de Mato Grosso do Sul.
Com as mudanças da Constituição de 1988, ficou definida a divisão brasileira que 
permanece até os dias atuais. O estado do Tocantins foi criado a partir da divisão de Goiás e 
incorporado à região Norte; Roraima, Amapá e Rondônia tornaram-se estados autônomos; 
Fernando de Noronha deixou de ser federal e foi incorporado a Pernambuco.
Microrregião - é definida como parte das mesorregiões que apresentam especificidades 
quanto à organização do espaço. Essas especificidades referem-se à estrutura de produção, 
agropecuária, industrial, extrativismo mineral ou pesca. A organização do espaço 
microrregional é também identificada pela vida de relações em nível local, isto é, pela 
interação entre as áreas de produção e locais de beneficiamento e pela distribuição de bens 
e serviços de consumo freqüente. Assim, a estrutura da produção para identificação das 
microrregiões é considerada em sentido totalizante, envolvendo a produção propriamente 
dita, distribuição, troca e consumo, incluindo atividades urbanas e rurais. Composição da 
Microrregião Osório - 23 municípios
 • Arroio do Sal
 • Balneário Pinhal
 • Capão da Canoa
 • Capivari do Sul
 • Caraá
 • Cidreira
 • Dom Pedro de Alcântara
 • Imbé
 • Itati
 • Mampituba
 • Maquiné
 • Morrinhos do Sul
 • Mostardas
 • Osório
 • Palmaresdo Sul
 • Santo Antônio da Patrulha
 • Tavares
 • Terra de Areia
 • Torres
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 • Tramandaí
 • Três Cachoeiras
 • Três Forquilhas
 • Xangri lá
Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) - criados pela Lei nº 10.283, de 17 de 
outubro de 1994, os Coredes têm por objetivo a promoção do desenvolvimento regional, 
harmônico e sustentável, através da integração dos recursos e das ações de governo na 
região, visando à melhoria da qualidade de vida da população, à distribuição eqüitativa da 
riqueza produzida, ao estímulo à permanência do homem em sua região e à preservação 
e recuperação do meio ambiente. Compete aos Coredes as seguintes atribuições,dentre 
outras: promover a participação de todos os segmentos da sociedade regional no 
diagnóstico de suas necessidades e potencialidades, para a formulação e a implementação 
das políticas de desenvolvimento integrado da região; elaborar planos estratégicos de 
desenvolvimento regional; manter espaço permanente de participação democrática, 
resgatando a cidadania, através da valorização da ação política; constituir-se em instância 
de regionalização do orçamento do Estado, conforme estabelece o art. 149, parágrafo 8º, 
da Constituição do Estado; orientar e acompanhar, de forma sistemática, o desempenho 
das ações dos Governos Estadual e Federal na região; e respaldar as ações do Governo do 
Estado na busca de maior participação nas decisões nacionais.
Composição do Corede Litoral - 2008 - 21 municípios
Arroio do Sal - Balneário Pinhal - Capão da Canoa - Capivari do Sul - Caraá - Cidreira - Dom 
Pedro de Alcântara - Imbé - Itati - Mampituba - Maquiné - Morrinhos do Sul - Mostardas 
ATUALIDADES RIO GRANDE DO SUL | FABRÍCIO MÜLLER
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- Osório - Palmares do Sul - Terra de Areia - Torres - Tramandaí - Três Cachoeiras - Três 
Forquilhas - Xangri-lá
A hierarquia urbana é a maneira como as cidades organizam-se dentro de uma escala de 
subordinação. Na prática, ocorre quando vilas e cidades menores subordinam-se às cidades 
médias, e estas se subordinam às cidades grandes. Por meio da hierarquia urbana, pode-se 
conhecer a importância de uma cidade e a sua relação de subordinação ou influência sobre 
as outras que estão à sua volta.
Essa teoria não é estabelecida apenas pelo tamanho da cidade ou pelo contingente 
populacional, mas especialmente pela quantidade e variedade de bens e serviços 
oferecidos. Quanto maior é a sua importância no processo produtivo, maior é a sua 
colocação na hierarquia urbana.
A ideia de hierarquia urbana, especialmente na atualidade, está vinculada ao conceito de 
rede urbana, que nada mais é do que a rede de relações econômicas, sociais e culturais 
que integram as cidades. O esquema clássico da hierarquia urbana sofreu modificações 
importantes no decorrer das últimas décadas. A razão é a história das cidades e a evolução 
dos meios de comunicação e transportes, que são resultados do processo de Globalização. 
O processo de subordinação não mais obedece a uma escala contínua. Em diversas 
situações, os habitantes de cidades menores direcionam-se diretamente a centros urbanos 
como metrópoles regionais ou nacionais para adquirir bens ou serviços. Há três principais 
tipos de metrópoles no Brasil: as globais, as nacionais e as regionais.
Metrópoles Globais representam as cidades com maior grau de complexidade 
socioeconômica e geográfica. Nesse sentido, suas respectivas redes de transporte e 
comunicação, bem como a sua integração territorial, possuem um nível de alcance que, 
muitas vezes, extrapola as fronteiras nacionais. são : RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO. 
Metrópoles Nacionais atuam basicamente da mesma forma que as globais, porém com um 
nível de abrangência que alcança somente a escala nacional, pois suas relações exteriores 
encontram-se apenas parcialmente desenvolvidas. Mesmo assim, essas cidades também 
são importantes pontos nas redes financeiras do Brasil.
As metrópoles nacionais são: Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Brasília 
(DF), Salvador (BA) e Curitiba (PR). Metrópoles Regionais restringem suas áreas de influência 
a um nível regional não muito bem definido. Sendo assim, sua polarização é limitada, bem 
como os serviços por elas oferecidos. Em geral, as metrópoles regionais possuem uma forte 
conexão com metrópoles nacionais ou globais próximas.
As metrópoles regionais brasileiras são: Goiânia (GO), Belém (PA) e Manaus (AM). 
Metrópole Porto Alegre; Capitais Regionais B: Caxias do Sul, Passo Fundo e Santa Maria; 
Capitais Regionais C: Ijuí, Novo Hamburgo e Pelotas-Rio Grande ; Centros Subregionais A: 
Bagé, Bento Gonçalves, Erechim, Lajeado, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa, Santo Ângelo e 
Uruguaiana; Centros Subregionais B: Carazinho, Cruz Alta e Frederico Westphalen; Centros 
de Zona A: Caçapava do Sul, Cachoeira do Sul, Camaquã, Cerro Largo, Encantado, Estrela, 
Guaporé, Ibirubá, Lagoa Vermelha, Marau, Montenegro, Nova Prata, Osório, Palmeira 
das Missões, Santiago, São Borja, São Gabriel, São Jerônimo, São Luiz Gonzaga, Sarandi, 
Soledade, Taquara, Torres, Três de Maio, Três Passos, Vacaria e Venâncio Aires; Centros de 
Zona B: Alegrete, Arroio do Meio, Arvorezinha, Boa Vista do Buricá, Capão da Canoa, Casca, 
Constantina, Espumoso, Garibaldi, Getúlio Vargas, Horizontina, Itaqui, Mostardas, Muçum, 
Nonoai, Nova Petrópolis, Pinheiro Machado, Rodeio Bonito, Salto do Jacuí, Salvador do Sul,
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Sananduva, Santana do Livramento, Santa Vitória do Palmar, Santo Antônio da Patrulha, 
Santo Augusto, São Sebastião do Caí, São Valentim, Serafina Corrêa, Sinimbu, Sobradinho, 
Tapejara, Tapes, Tenente Portela, Teutônia, Tramandaí, Tucunduva e Veranópolis .
Cidade População Censo 
2010 
População estimada 
2019
Porto Alegre 1 450 555 1 483 771
Caxias do Sul 435 564 510 906
Canoas 323 827 346 616
Pelotas 328 275 342 405
Santa Mari a 261 031 282 123
Gravataí 255 762 281 519
Viamão 239 384 255 224
Novo Hamburgo 239 051 2 46 748
São Leopoldo 214 210 236 835
Rio Grande 197 253 211 00
BASA
 Proffabriciomuller
Conjuntura 
Geopolítica
Internacional 
Uma ordem mundial diz respeito às configurações gerais das hierarquias de poder existentes 
entre os países do mundo. Dessa forma, as ordens mundiais modificam-se a cada oscilação 
em seu contexto histórico. Portanto, ao falar de uma nova ordem mundial, estamos nos 
referindo ao atual contexto das relações políticas e econômicas internacionais de poder.
Durante a Guerra Fria, existiam duas nações principais que dominavam e polarizavam as 
relações de poder no globo: Estados Unidos e União Soviética. Essa ordem mundial era 
notadamente marcada pelas corridas armamentista e espacial e pelas disputas geopolíticas no 
que se refere ao grau de influência de cada uma no plano internacional. Este era o mundo 
bipolar.
A partir do final da década de 1980 e início dos anos 1990, mais especificamente após a queda 
do Muro de Berlim e do esfacelamento da União Soviética, o mundo passou a conhecer 
apenas uma grande potência econômica e, principalmente, militar: os EUA. Analistas e 
cientistas políticos passaram a nomear a então ordem mundial vigente como unipolar.
Hoje essa disputa se mostra mais econômica entre EUA X China.
Durante a ordem geopolítica bipolar, o mundo era rotineiramente dividido entre leste e 
oeste. O Oeste era a representação do Capitalismo liderado pelos EUA, enquanto o Leste 
demarcava o mundo Socialista representado pela URSS. Essa divisão não era 
necessariamente fiel aos critérios cartográficos, pois no Oeste havia nações socialistas (a 
exemplo de Cuba) e no leste havia nações capitalistas.
Contudo, esse modelo ruiu. Atualmente, o mundo é dividido entre Norte e Sul, de modo 
que no Norte encontram-se as nações desenvolvidas e, ao sul, encontram-se as nações 
subdesenvolvidas ou emergentes. Tal divisão também segue os ditames da Nova Ordem 
Mundial, em considerar preferencialmente os critérios econômicos em detrimento do 
poderio bélico.
Observa-se que também nessa nova divisão do mundo não há uma total fidelidade aos 
critérios cartográficos, uma vez que alguns poucos países localizados ao sul pertencem 
ao “Norte” (como a Austrália) e alguns países do norte pertencem ao “Sul” (como a 
China).
A Otan é uma aliança militar intergovernamental criada após o final da Segunda Guerra Mundial 
no contexto da bipolaridade formada entre os Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas 
Soviéticas, no período da Guerra Fria. O objetivo da aliança é baseado em três pilares:
● a defesa coletiva dos Estados membros (ou seja, os Estados concordam em se unir 
contra ameaças externas caso algum dos países participantes da organização seja atacado);● impedir o revigoramento do militarismo nacionalista na Europa, através de uma forte 
presença norte-americana no continente;
● e encorajar a integração política europeia.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, havia uma preocupação por parte de países europeus em 
formar uma aliança que servisse de defesa para a Europa Ocidental. Para isso, países como 
Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França e Reino Unido criaram o Tratado de Bruxelas. O tratado 
era um passo para a integração dos países envolvidos em assuntos como defesa e segurança.
A participação dos EUA no tratado foi vista como fundamental, principalmente pelo poderio militar 
que tinham. Os países então se reuniram para a criação de um novo tratado que fosse além do 
alcance da Europa Ocidental, desta vez com a participação de novos membros, contando com: 
EUA, Canadá, Portugal, Itália, Noruega, Dinamarca e Islândia. Foi nesse contexto que surgiu a 
OTAN, em abril de 1949, em ato constitutivo firmado em Washington, capital dos EUA.
OTAN E O PACTO DE VARSÓVIA
Em contraposição à criação da OTAN, a URSS e seus aliados do bloco socialista criaram o Pacto de 
Varsóvia, em 1955. O Pacto estabelecia o compromisso de ajuda mútua dos países participantes em 
casos de agressões militares contra algum deles. Embora tenha sido criado com esse objetivo, o acordo 
de Varsóvia serviu principalmente para conter revoltas internas em seus próprios territórios.
O período de bipolaridade entre EUA e URSS dividiu o mundo. Os dois países e seus respectivos aliados 
mantinham-se em alerta para eventuais ataques. A OTAN investiu em tecnologia de defesa, na produção 
de armas estratégicas e também espalhou pelas fronteiras soviéticas sistemas de defesa de antimísseis. 
Mas, apesar dos grandes investimentos no campo militar e de ambos se envolverem em conflitos 
regionais, eles nunca chegaram a se enfrentar diretamente. Isso porque o poder bélico destrutivo que os 
dois países possuíam bloqueava um conflito direto. As consequências de um conflito nuclear poderiam ser 
irreversíveis.
Os Estados-membros do Pacto de Varsóvia eram: URSS, Bulgária, Polônia, Tchecoslováquia, 
Hungria, República Democrática Alemã, Albânia e Romênia.
Com a Guerra Fria chegando ao final e a crise na União Soviética, o Pacto de Varsóvia foi extinto em 
1991.
A ruptura da União Soviética veio oficialmente em 1991, mas antes já era possível ver seu declínio. Na 
fase final da Guerra Fria, a OTAN passou a assumir novos papéis. Até então, ela não havia feito nenhuma 
intervenção fora de fronteiras territoriais de seus países membros. No início de 1990, porém, sob 
demanda do Conselho de Segurança da ONU, a organização resolveu intervir no conflito da ex-Iugoslávia. 
Foi a primeira vez que agiu em território de um Estado não-membro.
Organização do Tratado de Segurança Coletiva
A CSTO é uma organização regional internacional, cujas ações são 
destinadas à manutenção da paz, segurança e estabilidade regional e 
internacional, à proteção da soberania e integridade territorial dos 
Estados-membros em uma base coletiva, segundo a Carta da entidade.
A CSTO foi fundada em 15 de maio de 1992 pela ratificação do Tratado de 
Segurança Coletiva em Tashkent. No início, o tratado foi assinado por 
Armênia, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. Em 
1993, à CSTO se juntaram Azerbaijão, Belarus e Geórgia. Posteriormente, 
Azerbaijão, Geórgia e Uzbequistão deixaram a união e agora seis países 
integram o Tratado: Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia e 
Tajiquistão.
Tropas da Rússia desembarcaram nesta quinta-feira no Cazaquistão, depois que o presidente do 
país da Ásia Central pediu ajuda para conter os protestos contra o governo.
É a primeira vez que a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, por sua sigla em 
inglês), fundada após a dissolução da União Soviética e composta por seis ex-membros, concorda 
em enviar "forças de paz" para ajudar um país-membro. Embora o bloco seja visto há muito tempo 
como a resposta da Rússia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sua primeira ação 
conjunta é encerrar um protesto interno, em vez de combater um ataque de uma força externa. O 
que está em jogo é especialmente importante para a Rússia, efetivamente o líder da aliança, pois 
sua presença corre o risco de alienar um público que exige uma mudança no regime do 
Cazaquistão, mas ainda não mostrou qualquer sentimento anti-russo.
A agitação, que começou no domingo, também ocorre em um momento difícil para o Kremlin, em 
meio a um aumento de tropas perto da fronteira com a Ucrânia e antes das negociações da 
próxima semana com os Estados Unidos sobre as garantias que a Rússia exigiu da Otan de que 
não se expanda ou coopere com os ex-países soviéticos.
As manifestações começaram no fim de semana na região oeste do Cazaquistão, rica em 
petróleo, por causa dos altos preços da energia e se espalharam para outros lugares, incluindo 
Almaty, a maior cidade do país. Na quarta-feira, os manifestantes incendiaram prefeituras em todo 
o país e ocuparam brevemente o aeroporto de Almaty. Parte da raiva parecia ser dirigida a 
Nursultan Nazarbayev, o ex-presidente autoritário do país, que continua a exercer um poder 
significativo nos bastidores sob o título oficial de "pai da nação".
Forças separatistas pró-Rússia na Ucrânia
A Rússia vai invadir a Ucrânia?
Representantes da Rússia terão encontros com diferentes organizações 
internacionais, como a Otan, para falar sobre a Ucrânia nos primeiros dias de 
2022. Americanos e europeus acusam o governo russo de preparar uma 
ofensiva militar na Ucrânia. Entenda:
● No fim de 2021, a Rússia reforçou a quantidade de soldados na região 
próxima da fronteira com a Ucrânia.
● O governo da Ucrânia está preparando seus reservistas para um conflito.
● A disputa já se arrasta há alguns anos: em 2014, a Rússia tomou uma 
parte do território da Ucrânia, a península da Crimeia. Naquele ano, 
também começou uma guerra separatista em uma outra região ucraniana, 
o Donbass. Os confrontos já deixaram mais de 13 mil mortos.
O Mar Negro é um dos palcos marítimos onde tensões entre Rússia e Ocidente tornam-se proeminentes. 
Eventos como a construção da ponte do Estreito de Kerch em 2018 e a recente concentração de tropas russas 
na fronteira ucraniana fomentam a preocupação internacional relacionada à segurança marítima e à iminência 
de um conflito direto. Para tanto, Kiev conta com apoio militar e econômico de potências como Estados Unidos e 
Reino Unido, países que se alternam ora no fornecimento de armamentos, ora nos investimentos no setor naval.
Desde 2018, a Ucrânia investe na expansão de suas capacidades navais, visando salvaguardar os interesses 
do país no Mar de Azov e Mar Negro. A medida está em consonância com a Estratégia para o Desenvolvimento 
das Forças Navais até 2035, que prevê a construção de uma base naval em Berdyansk em sua primeira fase 
(2019-2025). A notícia foi divulgada no início de novembro pelo novo ministro de Defesa da Ucrânia, Oleksiy 
Reznikov, chamando a atenção principalmente do Kremlin. Dias depois, em 11 de novembro, o exercício de 
passagem marítima (PASSEX, na sigla em inglês) reuniu navios militares dos Estados Unidos, Romênia, 
Turquia e Ucrânia. Dentre as embarcações participantes, destacamse os navios da 6ª Esquadra estadunidense: 
o USS Mount Whitney e o contratorpedeiro USS Porter, e o naviopatrulha ucraniano da classe Sloviansk. Foram 
realizadas manobras táticas e exercícios básicos de comunicações, com o objetivo de exercitar a 
interoperabilidade segundo os padrões da OTAN. Embora considerado um exercício regular da Ucrânia, a 
atividade consternou o Ministério de Defesa russo. Isso contribui diretamente para o recrudescimento da 
presença militar russa, como estratégia de desestabilização, principalmente na região de Donbass. 
Enquanto não-membro da OTAN, não há garantias, no escopo do Artigo V da Aliança, de defesa mútua, à 
Ucrânia em caso de um conflito direto coma Rússia. Além disso, alguns Estados-membros, inclusive os Estados 
Unidos, não pretendem expandir a Aliança Atlântica a um país que já se encontra travado em hostilidades. 
A relação entre o Japão e a Rússia é historicamente marcada por disputas territoriais. Entre o estabelecimento de 
vínculos diplomáticos e comerciais com o Tratado de Shimoda de 1855, e a sua normalização pós 2ª Guerra Mundial, 
com a Declaração Conjunta Soviético-Japonesa de 1956, estas disputas estiveram sempre presentes. A principal fonte 
deste atrito são as Ilhas Curilas - quatro ilhas ocupadas pelos russos desde o fim da 2ª Guerra Mundial e reivindicadas 
pelos japoneses. Com a proximidade da formação do novo governo japonês, este texto busca observar a atual dinâmica 
diplomática russo-japonesa no que diz respeito às ilhas Curilas Uma recente declaração do presidente Vladimir Putin 
criou um desconforto com os nipônicos. No dia 03 de setembro de 2021, durante o Fórum Econômico do Leste, o líder 
russo manifestou o interesse em estabelecer uma Zona Econômica Especial nas ilhas reivindicadas pelo Japão. Este 
cenário possibilitaria a atuação de empresas estrangeiras na região, que ficariam isentas de pagar impostos de renda e 
propriedade por dez anos. Essa medida também asseguraria a aplicação da legislação russa sob tais instituições, não 
somente contrariando os interesses japoneses em mantê-las sob sua jurisdição, mas também acirrando a concorrência 
contra suas empresas. Este movimento russo surge como consequência da falta de continuidade da política ativa de 
cooperação econômica e diplomática japonesa. Durante o mandato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe, recorrentes 
encontros entre os líderes foram promovidos, além da realização de projetos para o desenvolvimento da região pautados 
pelo Plano de Cooperação Econômica de oito pontos de 2016. Em contraste, a administração de Yoshihide Suga 
demonstrou pouco interesse nesta agenda, o que, somado à visita do primeiro-ministro russo às ilhas em julho deste 
ano, dificultou um eventual acordo entre as partes envolvidas. Diante disso, a formação do novo governo japonês, 
encabeçado por Fumio Kishida, e o relativo controle dos casos de COVID-19 no país podem modificar esse cenário. 
Segundo o Ministro das Relações Exteriores do Japão, Toshimitsu Motegi, há intenção de continuar o diálogo com a 
Rússia para resolver a questão das ilhas e assinar um tratado de paz. No entanto, o homólogo russo, Sergey Lavrov, 
afirmou que é muito cedo para avaliar o futuro diálogo antes da formação e consolidação do novo governo japonês. 
Portanto, o futuro das relações bilaterais nipo-russas depende da resolução da questão das ilhas Curilas. Cabe observar 
como Kishida conduzirá as negociações.
Após prisão de 12 mil pessoas, russos dizem que 'missão está 
terminada' e deixam Cazaquistão
12 mil presos, centenas de feridos e muitos mortos. O Cazaquistão, um país com reputação de estabilidade, foi 
abalado na semana passada por uma onda de revolta social e violência que não era vista desde sua 
independência, em 1991. Tudo começou no domingo (2), após o anúncio de aumento do preço de gás. A medida 
explodiu em manifestações contra o governo.
A repressão aos movimentos foi dura, com o presidente afirmando que os organizadores eram terroristas e 
pedindo à polícia para atirar para matar. Centenas de pessoas ficaram feridas e, pelo menos, 12 mil pessoas 
foram presas ao longo da semana. Não se sabe quantas pessoas foram mortas, no último domingo o ministério 
da Informação chegou a publicar um balanço de 164 vítimas fatais, mas voltou atrás.
A calma volta a prevalecer em Almaty
As piores cenas de violência foram vistas em Almaty, capital econômica do país. Houve saques a lojas, tiroteios 
nas ruas e edifícios públicos foram incendiados.
Os mais de 2 mil soldados liderados pela Rússia começaram a deixar o Cazaquistão nesta quinta-feira (13), 
após declararem que sua operação de “manutenção de paz” terminava no país, que viveu uma semana de 
grandes manifestações contidas com forte repressão. Mais de 12 mil pessoas foram presas desde o início da 
crise, no dia 2 de janeiro.
Pela manhã, uma cerimônia solene foi organizada em Almaty, maior cidade cazaque, para a retirada dos 
soldados da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO), uma aliança militar liderada pela Rússia.
"A operação de manutenção da paz terminou, as tarefas foram cumpridas": sentenciou o general russo Andrei 
Serdyukov, comandante do contingente de mais de 2000 soldados, entre eles russos, belarussos e armênios. A 
tropa deve terminar sua retirada até o dia 22 de janeiro.
Com a partida das forças estrangeiras, a segurança dos edifícios públicos e de infraestrutura do Cazaquistão 
voltam a ser de responsabilidade das forças armadas do país, sob as leis cazaques.
Atualmente, as embarcações com propulsão nuclear são 
majoritariamente de uso militar, operadas por potências 
nucleares como China, Estados Unidos, França, Índia, Reino 
Unido e Rússia, esta última que também opera navios 
quebra-gelo movidos por energia nuclear. Existem, ainda, os 
casos de países como Austrália e Brasil, que não possuem 
armas nucleares; entretanto, planejam e desenvolvem projetos 
estratégicos de submarinos dotados de propulsão nuclear. 
Destaca-se que entre 1964 a 1972 os EUA já operavam o NS 
Savannah, primeiro navio mercante com propulsão nuclear. 
Ademais, no contexto atual, esta tecnologia é uma proposta que 
se mostra cada vez mais como uma opção viável, a ser 
considerada pela indústria marítima internacional. De acordo 
com especialistas, a ideia é que estas embarcações comerciais 
possam operar com pequenos reatores nucleares modulares 
(SMR, em inglês), tecnologia em franco desenvolvimento. 
Ainda, apesar dos elevados custos operacionais e de 
manutenção da tecnologia nuclear, estes poderiam ser 
compensados pela economia de combustível e maior 
velocidade atingida durante o percurso marítimo, o que reduziria 
o tempo de viagem, possibilitando maior lucro, além de evitar a 
emissão dos GEE e degradação ambiental. Entretanto, ainda se 
trata de uma possibilidade. 
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, a América do Sul será afetada de múltiplas maneiras 
pelo aquecimento global. A região enfrentará elevação do nível do mar, inundações, secas e desertificações, com 
desdobramentos socioeconômicos. A Cordilheira dos Andes estará em evidência nesse processo, por ser fonte de 
recursos hídricos, alimentares e energéticos, além de regular o clima regional. Dessa forma, quais desdobramentos 
geopolíticos as mudanças climáticas podem impulsionar nos Andes? A Cordilheira dos Andes é responsável pelo 
equilíbrio climático regional, pois algumas de suas geleiras são o berço das nascentes do Rio Amazonas, além de 
redirecionar a umidade proveniente da Amazônia. As mudanças climáticas intensificam o derretimento da neve dos 
Andes, promovendo inundações nos sete países cortados pela Cordilheira. Por outro lado, as alterações nos padrões 
pluviométricos e a elevação da temperatura regional acima da média global aceleram a seca e a desertificação, pois a 
água evapora rápido, os rios e lagos desabastecem-se e deixam de existir. Ou seja, um risco à segurança hídrica e 
energética local. O Chile, por exemplo, já enfrenta os efeitos das mudanças climáticas em razão das constantes secas e 
avanço da desertificação em regiões como Coquimbo e Biobío. Os recursos energéticos são os primeiros a darem sinal 
de alerta, pois a incapacidade de produção de energia hidrelétrica tem sido frequente, forçando o governo a utilizar 
usinas de carvão para suprir o déficit energético, ainda que tal medida seja contraproducente na mitigação do 
aquecimento global. Vale ressaltar que o Chile inaugurou em junho de 2021 o primeiro parque energético heliotérmico da 
América do Sul: Cerro Dominador, orçado em US$ 1,4 bilhão. É imperativa a abertura de mais usinas heliotérmicas, de 
modo a reduzir a dependência energética de recursosnão-renováveis, embora falte incentivo político e econômico dos 
Estados para tal. Dessa forma, as mudanças climáticas já impactam os Andes e podem afetar todo o subcontinente. Não 
será possível manter o atual sistema de produção energética vigente devido às secas e desertificações, impactando 
diretamente a sociedade. A insegurança alimentar e hídrica impulsionarão crises econômicas pela inflação dos 
alimentos, elevarão a fome, promoverão disputas por recursos ainda no século XXI, além de alavancar migrações 
forçadas, produzindo refugiados ambientais. É importante, nesse sentido, que as lideranças políticas desenvolvam 
planos de contingência e fundos para executá-los antes que as crises se tornem cotidianas e promovam o caos 
socioambiental no subcontinente. 
A guerra civil na Etiópia vai se alastrar?
A Etiópia, a segunda nação mais populosa da África, vive uma guerra 
civil, e o conflito pode piorar a situação não só do próprio país, mas, 
também, de uma região importante para o comércio global: o Chifre da 
África.
● A luta é travada entre o governo do país e a Frente de Libertação 
do Povo do Tigré (TPLF). No fim de dezembro, os rebeldes do Tigré 
foram encurralados no extremo mais ao norte da Etiópia.
● As forças do governo, inicialmente, perderam muito território, mas 
depois acumularam vitórias militares consecutivas. As perspectivas 
de paz permanecem, contudo, incertas.
A China vai agir em relação a Taiwan?
Não é novidade que a China considera que Taiwan é parte de seu território 
desde 1945, mas nos dois últimos anos os chineses aumentaram a pressão 
militar e diplomática para afirmar que têm soberania da ilha, o que causa 
revolta em Taiwan e uma preocupação nos EUA.
● A China continental nunca considerou que Taiwan fosse um país 
autônomo, mas os dois já tiveram uma relação mais harmônica, 
especialmente entre o fim dos anos 1990 e 2016.
● Forças Armadas do Japão e dos EUA elaboraram o esboço de um plano 
para uma operação conjunta no caso de uma possível emergência em 
Taiwan, segundo a agência de notícias japonesa Kyodo.
As atividades do Exército da Libertação Popular (PLA em inglês) contra Taiwan, têm crescido de forma constante. 
Somente nos primeiros quatro dias de outubro de 2021, 149 aviões de guerra chineses entraram na Zona de Identificação 
de Defesa Aérea (ZIDA) da ilha. Segundo Taiwan, a Força Aérea do PLA promoveu mais de 260 incursões à ZIDA local 
entre setembro de 2020 e novembro deste ano. Mais recentemente, revelouse a presença de militares estadunidenses 
prestando treinamentos à Taipei. Diante desse cenário, quais os elementos a serem considerados em uma possível 
anexação de Taiwan pelos chineses? Desde o início do século XXI, nota-se um processo de reforma dentro do PLA, que 
se intensificou durante o governo de Xi Jinping. A Marinha tem recebido atenção especial no contexto dessas reformas, 
tendo aumentado significativamente sua capacidade anfíbia nos últimos anos, comissionando novas embarcações e 
meios de aviação naval. Nesse sentido, Taiwan tem sido uma questão protagonista dentro dos documentos oficiais da 
China continental, como no caso do Livro Branco China's National Defense in the New Era (2019) que evidencia que, se 
necessário, Pequim utilizará a força para impedir uma maior independência de Taiwan. É conveniente para a China 
anexar a ilha de forma pacífica, pois assim se pouparia dos perigos, dificuldades e custos de uma guerra. Contudo, é 
cada vez mais duvidoso que Taiwan não responda de forma agressiva, considerando o constante aumento de capacidade 
da ilha para guerra assimétrica. Além disso, as crescentes tensões entre os Estados Unidos (EUA) e a China contribuem 
para que Taipei tenha maior apoio internacional. Apesar de os EUA e seus aliados tradicionais não manterem relações 
diplomáticas oficiais com o território, já demonstraram prontidão para defendê-lo em contexto de investida mais agressiva 
da China continental. Levando em consideração os fatores analisados acima, conclui-se que, no momento, uma operação 
de retomada de Taiwan possuiria um risco muito alto para Pequim. Apesar dos avanços do poder do PLA, um 
desembarque anfíbio na ilha poderia ser bem-sucedido, mas seria extremamente custoso para Pequim. Devese 
considerar que Taiwan possui Forças Armadas estruturadas. Além disso, Pequim enfrentaria resistência dos EUA, que 
possuem forte poderio militar e diversos aliados na região, como a Austrália, a Coreia do Sul e o Japão. Assim, mesmo 
com o recente escalonamento das tensões no Estreito de Taiwan, a tendência principal é a manutenção do status quo.
Mesmo sendo um dos Estados mais presentes no continente antártico, a Rússia vem subfinanciando 
seu investimento no sexto continente há décadas, fornecendo espaço competitivo para outras 
potências polares. É nesse sentido que a restauração de suas instalações antárticas ilustra a 
retomada de sua capacidade de projeção de poder e influência na região. A fim de modernizar sua 
presença no território, o país anunciou a reconstrução de toda a Estação Vostok, uma das estações 
mais insulares da Antártica e a principal da Rússia. Seria a retomada de investimentos na estratégia 
antártica russa capaz de manter o seu status quo no sexto continente? 
O Paraguai não possui acesso ao mar, sendo dependente de suas hidrovias e rodovias para escoar suas exportações e 
receber as importações. Como resultado dessa dependência, sua frota de embarcações fluviais é a terceira maior do 
mundo. Entretanto, o Rio Paraguai, principal do país, encontra-se em seca histórica, atingindo a marca de -75 
centímetros abaixo de seu nível habitual no início de outubro de 2021, no Porto fluvial de Assunção. Dessa forma, como 
o nível das águas fluviais impacta em áreas estratégicas para o país e seus vizinhos? Para o Paraguai, 
economicamente, o baixo nível da água representa um aumento no preço e no tempo do transporte de produtos, já que a 
carga total das embarcações teve de ser reduzida para 40% da capacidade total. Representantes do ramo logístico 
fluvial alertam que, em 2020, aproximadamente US$ 300 milhões em trocas comerciais foram inviabilizados pela 
situação do rio e que, caso o Porto de Assunção se tornasse inutilizável nessa baixa, somar-se-iam mais US$ 100 
milhões em prejuízos. Ademais, as comunidades pesqueiras paraguaias também se encontram em iminência de 
insegurança alimentar, pois há menor quantidade de peixes no rio, o que fez necessário um auxílio financeiro 
governamental às famílias impactadas. A curto prazo, a situação é também preocupante. De acordo com a agência 
estadunidense National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), há 70% de chances do fenômeno “La Niña” 
ocorrer entre outubro desse ano e fevereiro de 2022, aumentando a seca e diminuindo ainda mais o nível do rio. 
Previsões indicam que os países da Bacia do Prata serão ainda mais afetados (Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e 
Uruguai) pela seca já em curso. Ademais, a crise hídrica poderá transformar-se em energética, já que o baixo nível d’
água registrado diminui a produtividade das usinas hidrelétricas, causando uma futura crise de abastecimento que pode 
refletir-se em indicadores econômicos, como a inflação. Portanto, a baixa histórica do Rio Paraguai afeta setores 
estratégicos importantes para os países da região, como a produção energética, causando insegurança no 
abastecimento elétrico; a segurança alimentar, já que muitas populações dependem do rio para a pesca como fonte de 
renda e de alimento; e, principalmente, para o Paraguai na esfera econômica, impossibilitando a normalidade do 
transporte hidroviário, aumentando os prejuízos e, consequentemente, diminuindo o fluxo comercial da região. Logo, por 
ser um país sem costa, a inviabilidade da navegação fluvial paraguaia afetaria o Estado mais gravemente, se comparado 
com demais países da Bacia Platina. As consequências socioeconômicas advindas tendem a agravar as tensões, com 
impactos além da fronteira.
O ex-presidentedos EUA, Donald Trump, mostra sua assinatura oficializando a retirada do país do acordo nuclear com o Irã, retomando as 
sanções contra o país. Trata-se de uma das mais contundentes decisões de política externa do americano
O Irã vai voltar ao acordo nuclear de 2015?
Em 2015, o Irã chegou a um acordo com um grupo de nações pelo qual 
as sanções ao país seriam aliviadas e, em troca, os iranianos iriam 
interromper seu programa de desenvolvimento nuclear. Porém, quando 
Donald Trump foi eleito, ele retirou os EUA desse acordo e, desde 
então, o Irã tem enriquecido urânio a taxas mais elevadas do que havia 
sido pactuado.
● Em 2021, houve oito rodadas de negociações para voltar ao 
acordo.
● Acabar com as sanções americanas é a prioridade para o Irã. O 
país quer vender petróleo facilmente, sem limites, e que a receita 
com a venda chegue às contas bancárias em moeda estrangeira.
O que vai acontecer no Afeganistão?
Uma das surpresas de 2022 foi a velocidade com a qual o Talibã retomou o poder no 
Afeganistão. Os afegãos ainda têm dificuldade de entender o que aconteceu, e o que será 
do futuro. Oficialmente, o Talibã afirma que pretende fazer uma gestão diferente daquela 
entre os anos de 1996 e 2001.
● O Talibã precisa montar uma estrutura funcional, conseguir criar órgãos administrativos 
e de fato governar o país, algo muito diferente de ser uma força insurgente. Desde a 
retomada do poder, há funcionários públicos que não recebem salários.
● A população enfrenta riscos de um país pobre em colapso: falta de comida e emprego. 
O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU afirmou que que 
quase 22,8 milhões de pessoas, ou 55% da população, enfrentarão uma "crise de 
emergência" alimentar no inverno.
● Para os Estados Unidos e seus aliados, as condições podem se deteriorar a ponto de 
forçar milhares afegãos a buscar refúgio no exterior, e grupos terroristas como a 
Al-Qaeda podem voltar a se instalar no país.
Governo e oposição na Venezuela vão chegar a um acordo?
Desde o início de 2019 a oposição da Venezuela afirma que é o governo legítimo e que 
o presidente do país é Juan Guaidó, pois a votação de 2018, na qual Nicolás Maduro 
foi reeleito para um mandato de seis anos, teria sido fraudulenta. Os EUA e outros 
países não reconhecem Nicolás Maduro como o presidente, mas, sim, Guaidó. No 
entanto, na prática Guaidó não tem o controle do país.
● Houve tentativas, da Noruega, para intermediar acordos entre o governo de fato e 
a oposição para que as partes cheguem a um acordo sobre eleições.
● Dentro da oposição tem havido dissidências –o ministro de Relações Exteriores do 
grupo de Guaidó recentemente apresentou sua renúncia e fez críticas ao seu 
próprio grupo.
● O Tribunal Penal Internacional investiga a Venezuela por possíveis crimes contra a 
humanidade pela repressão a manifestações em 2017, quando pelo menos 125 
pessoas morreram.
Haverá protestos em Cuba?
No meio de 2021 houve algo muito raro em Cuba: manifestações de rua contra o 
regime do Partido Comunista da ilha. Houve uma segunda tentativa de fazer 
protestos que não progrediu. De acordo com opositores, quase 700 pessoas ainda 
estão presas pelos protestos que ocorreram em julho.
● O governo cubano afirma que as manifestações foram orquestradas 
a partir dos Estados Unidos e não comunicou nenhuma sentença, 
nem divulgou informações sobre os julgamentos.
● Cuba tenta implementar uma reforma monetária para aumentar os 
salários, mas isso tem causado inflação –foi de 70% em 2021.
A política migratória turca: Erdogan e a construção de muros.
Após o Talibã assumir o poder no Afeganistão, cerca de 300.000 refugiados começaram a migrar através 
do território do Irã e da Turquia. Esta iniciou rapidamente a construção de um muro por cerca de 20 
quilômetros. Além desse muro em construção, a Turquia também possui barreiras em suas fronteiras 
com Bulgária, Geórgia, Grécia e Síria, que podem se estender até Armênia e Irã. Tradicionalmente, o 
país sempre acolheu a maior parte dos refugiados em direção à Europa, porém, dessa vez, está se 
fechando. Quais as possíveis razões para isso? Percebe-se que fatores políticos domésticos e 
geopolíticos esclarecem essa questão. Com uma posição geográfica ímpar, a Turquia é um importante 
entreposto estratégico para os europeus, servindo como escudo para os impactos das instabilidades 
políticas do Oriente Médio sobre a Europa, principal destino dos refugiados. Inclusive, na crise migratória 
em 2015, o país realizou um acordo com a União Europeia (UE), pelo qual regularizava a situação de 
refugiados antes de prosseguirem aos membros do bloco. Porém, esse posicionamento provocou 
severos impactos econômicos e demográficos no país.
Nesse sentido, assim como na Europa, movimentos anti-refugiados nasceram na Turquia, e estão 
colocando pressão sobre o presidente Erdogan e seu partido, o AKP. O movimento Angry Young Turks, 
que se refere aos antigos “jovens turcos” que lutaram contra os sultões otomanos, carrega hoje o slogan: 
The border is our honor (em português, “A fronteira é nossa honra”), realizando ataques violentos no país 
e considerados terroristas pelo governo. As próximas eleições na Turquia serão em 2023, e Erdogan 
vem perdendo força ao não conseguir lidar com problemas como incêndios, inundações, crise 
econômica e, agora, a sobrecarga de refugiados, gerando tensão na população civil, a qual foi 
potencializada pela crise política no Afeganistão nesse ano. Os muros parecem ser, portanto, uma 
tentativa de reequilibrar o país, que chegou ao seu limite.
No tabuleiro geopolítico europeu: Belarus vs União Europeia
Durante os últimos meses, a União Europeia (UE) vem acusando Belarus de orquestrar o aumento do 
fluxo de migrantes em suas fronteiras com a Polônia e a Lituânia como uma forma de retaliação pelas 
sanções crescentes que o país tem recebido. Nesse contexto, uma situação perigosa está se 
desenvolvendo com a escalada de tensões na passagem de fronteira de Bruzgi-Kuznica, com milhares 
de imigrantes acampados em condições precárias, com temperaturas congelantes, na esperança de 
ingressar na Europa. Diante do impasse, como a União Europeia e, em especial a Polônia, vem 
movendo-se perante a crise?
De acordo com o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, entre as medidas previstas está o 
"fechamento total da fronteira para cortar as vantagens econômicas do regime", buscando atingir as 
fragilizadas bases econômicas de Belarus. De maneira mais agressiva, no dia 16 de novembro de 2021, 
forças militares polonesas dispararam gás lacrimogênio e canhões de água contra os migrantes que 
tentavam cruzar a fronteira, enquanto estes atiravam pedras contra os agentes. Fora tais ações e com 
as recentes ameaças bielarussas de restringir o fluxo de petróleo enviado à UE, a Polônia, com forte 
apoio da Lituânia, está prestes a invocar uma medida excepcional da OTAN que só se aplica em 
situações de emergência.
De maneira estratégica, Belarus explora a vulnerabilidade europeia com relação a sua política de 
migrantes no bloco. A escalada da crise sublinha novamente a porosidade das fronteiras europeias em 
meio a uma corrida por espaço geoestratégico na região. A tensão não será resolvida rapidamente. A 
preparação para os próximos meses ditará quem sairá na frente na disputa, o que pode desencadear 
ações de instabilidade em massa por toda região. 
Os Emirados Árabes Unidos (EAU) são o principal 
centro financeiro do Oriente Médio, da África e do 
Sul da Ásia. O país usufrui de uma área de alta 
relevância estratégica para o comércio 
internacional: o trajeto entre Golfo Pérsico e Mar 
Mediterrâneo interliga-se à Ásia e à Europa e 
perpassa algumas das principais rotas marítimas 
globais. Apesar da importância da segurança 
marítima para a estabilidade econômica da região, 
os Estados do Golfo Pérsico historicamente 
priorizaram forças aéreas e terrestres em 
detrimento das navais. Entretanto, desde o início 
da Guerra no Iêmen, os EAU têmrealizado 
esforços para impulsionar sua Marinha. 
Globalmente, outros atores têm expandido suas 
relações com os EAU, conforme a cooperação 
marítima viabilizada pela aproximação diplomática 
com Israel em 2020 . Os EAU, para além de seus 
interesses comerciais, iniciaram no dia 10 de 
novembro de 2021 o inédito exercício de 
segurança marítima com a 5ª Esquadra da Marinha 
dos Estados Unidos (EUA) e as forças navais de 
Bahrein e Israel, no Mar Vermelho.
As expectativas para o futuro 
político da Líbia 
Em 5 de fevereiro, os membros do 
Fórum de Diálogo Político da Líbia 
(LPDF) elegeram um novo governo 
interino com Al-Menfi como presidente 
do Conselho Presidencial e Abdul 
Hamid Dbeibeh como primeiro-ministro, 
visando finalizar a guerra civil que 
assola o país desde o assassinato do 
ditador Muammar al-Gaddafi em 2011. 
Esse talvez seja o período mais estável 
da última década, graças a um longo 
processo de negociações diplomáticas 
envolvendo os principais grupos 
internos, países vizinhos e potências 
estrangeiras. A eleição se apresentou 
como uma solução às disputas de 
poder, mas, na prática, seu resultado 
poderá extinguir o cessar-fogo e 
retornar o país ao caos. 
O presidente do governo interino da Líbia, Mohammad 
Younes Menfi (esq.) encontra o senhor da guerra 
Khalifa Haftar (dir.) em Benghazi, Líbia
A Base Industrial de Defesa (BID) é um importante vetor econômico e de inserção internacional para a Rússia. 
O país é o segundo maior vendedor de armas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (EUA), e sua BID 
tem como principais clientes a Índia e a China. Com esses dados, cabe questionar qual o impacto geopolítico 
da BID russa no tabuleiro geopolítico da Ásia. Recentemente, o periódico russo RT anunciou que a Índia 
poderia ser sancionada pelos EUA pela intenção de Nova Délhi em obter o sistema antimísseis russo S400. A 
Índia é o maior cliente da BID russa, tendo comprado quase US$ 1 bilhão em armamentos russos em 2020, 
quase o dobro da China – que comprou pouco mais de US$ 500 milhões no mesmo ano –, segundo a base de 
dados do Stockholm International Peace Institute (SIPRI). Ocorre, no entanto, que Índia e EUA têm se 
aproximado no âmbito geopolítico devido a preocupações mútuas com relação à China,
Em outubro de 2021, a China aprovou a Lei de Fronteiras 
Terrestres, que estabelece os princípios para a gestão de 
suas fronteiras. Ressalta-se que o país compartilha 
fronteiras terrestres com quatorze países, sem consenso 
apenas com Índia e Butão na chamada Linha de Controle 
Real (LAC, em inglês), região de intensas disputas 
militares. Apesar de dispor sobre as fronteiras chinesas 
de modo geral, a lei preocupa a Índia porque imbrica as 
negociações para a delimitação da LAC. Diante disso, 
como a nova Lei de Fronteiras da China pode afetar as 
negociações lindeiras com a Índia? A lei chinesa estipula 
que a soberania e a integridade territorial do país são 
sagradas e invioláveis, além de estabelecer que o país 
deve tomar medidas militares para manutenção da 
integridade territorial e desenvolver econômica e 
socialmente as regiões fronteiriças. Discorre também 
sobre medidas para proteger a estabilidade dos rios e 
lagos transfronteiriços, abrindo a possibilidade de a China 
limitar o fluxo de água no Rio Brahmaputra/ Yarlung 
Zangbo, que flui do país para a Índia (Boletim 64). Com 
isso, a China pode inviabilizar projetos hídricos passíveis 
de ameaçar os ecossistemas aquáticos compartilhados 
com a Índia.
A ascensão de Índia e Indonésia no cenário internacional
Em 2021, a Índia celebrou o aniversário de 75 anos de sua independência do Reino Unido, simbolizando sua 
busca em se consolidar internacionalmente como potência. Na região do Indo-Pacífico, o país tem se 
projetado e demonstrado força, especialmente no Oceano Índico. Em movimento similar, a Indonésia, principal 
país do Sudeste Asiático, tem exercido liderança na região e chamado atenção de atores externos ao Sul e 
Sudeste da Ásia, principalmente agora, ao assumir a presidência do G20. 
A Índia possui hoje a segunda maior população mundial, e está a caminho de tornar-se a primeira, 
ultrapassando a China antes de 2030. Ademais, o país está entre as maiores economias mundiais e tem 
investido intensamente em sua indústria de Defesa - é o terceiro país que mais investe neste setor no mundo, 
a Índia possui o segundo maior contingente de militares ativos da Ásia, atrás apenas da China. Além disso, é 
importante lembrar que o país é uma potência militar nuclear.
A Indonésia, por sua vez, é o oitavo país asiático em quantidade de militares ativos, ficando atrás apenas do 
Vietnã no Sudeste Asiático, de acordo com o think tank International Institute for Strategic Studies. Além disso, 
tem exercido ainda papel central na ASEAN no que diz respeito às negociações com Mianmar e os 
desdobramentos do golpe militar que ocorreu no início do ano. As forças armadas indonésias estão em 
processo de modernização há cerca de uma década. O Ministério da Defesa do país é hoje liderado por um 
ex-General do Exército, Prabowo Subianto, que chegou a concorrer à presidência contra Joko Widodo. Apesar 
de terem sido rivais nas eleições, eles têm trabalhado conjuntamente para ampliar as capacidades militares de 
Jacarta (IISS, 2021). Assim, a ascensão em relevância de Nova Delhi e Jacarta torna o tabuleiro regional mais 
complexo em termos de presença militar e projeção internacional. É válido, então, acompanhar a dinâmica de 
equilíbrio de forças, principalmente no Oceano Índico e no Pacífico Ocidental, que despertam interesses e 
movimentam forças militares de vários Estados pelo mundo.
A dama da decepção: 
uma Nobel da Paz 
criticada por seus 
pares
Aung San Suu Kyi, símbolo 
da luta democrática em 
Mianmar, alvo de críticas por 
não defender minoria
A líder deposta de Mianmar, Aung San Suu Kyi, foi condenada por um 
tribunal especial a dois anos de prisão por acusações de incitação à 
agitação popular e violação de regras sanitárias na pandemia de covid-19, 
disse um porta-voz da junta militar que governa o país.
Inicialmente, a sentença era de quatro anos, mas, segundo informou a 
imprensa estatal, a pena acabou reduzida após perdões parciais 
concedidos pelos líderes militares.
O julgamento foi criticado pela organização de direitos humanos Anistia 
Internacional, que afirmou que as acusações são falsas. "As pesadas 
penas infligidas a Aung San Suu Kyi, com base em acusações falsas, são 
o mais recente exemplo da determinação dos militares em eliminar toda a 
oposição e sufocar as liberdades", afirmou a Anistia.
"A decisão absurda e corrupta do tribunal faz parte de um padrão 
devastador de sanções arbitrárias", acrescentou o diretor-adjunto regional 
da organização, Ming Yu Hah.
Consequentemente, mais de 1 milhão de pessoas já deixaram o país, boa 
parte indo para a Índia e Tailândia.
Portanto, a situação birmanesa tem se agravado profundamente, gerando 
insegurança nacional cujos efeitos já estão sendo sentidos em países do 
entorno, que recebem hordas de imigrantes. Embora haja constante 
pressão ao Conselho de Segurança da ONU para que tenha um 
posicionamento mais robusto, a proximidade política e diplomática entre 
China e Mianmar dificulta que ações mais contundentes sejam realizadas.
A ex-líder de Mianmar Aung San Suu Kyi e o presidente deposto Win Myint enfrentarão cinco acusações 
adicionais de corrupção, cada uma com no máximo 15 anos de prisão, disse uma fonte familiarizada com o 
processo nesta sexta-feira.
Os casos se concentram na contratação de um helicóptero durante o mandato, disse a fonte, que não quis ser 
identificada porque não estava autorizada a falar com a mídia.
A empresa pública Servicios de la Marina (SIMA) 
anunciou, em novembro de 2021, que uma companhia 
sul-coreana – Dowha Engineering – entregou à Marinha 
do Peru um estudo para a modernização dos estaleiros 
nacionais de Callao, Chimbote e Iquitos. O trio compõe 
uma base importante para a construção naval peruana,

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