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SUSEPE - Agente Penitenciário

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SUSEPE
Agente Penitenciário
UOL CURSOS TECNOLOGIA 
EDUCACIONAL LTDA
1ª Edição
ISBN:978-65-5432-009-2
Todos os direitos desta edição são reservados a
Uol Cursos Tecnologia Educacional Ltda.
É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da 
empresa.
Uol Cursos Tecnologia Educacional Ltda.
 Al: Barão de Limeira, 425 –7º andar 01202-000 São Paulo -SP
www.acasadoconcurseiro.com.br
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS
VIDEOAULA
PROF. FABRICIO MULLER
www.acasadoconcurseiro.com.br
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS
3
PROGRAMA:
Cultura popular, personalidades, pontos turísticos, organização política e territorial, divisão 
política, regiões administrativas, regionalização do IBGE, hierarquia urbana, símbolos, estrutura 
dos poderes, fauna e flora locais, hidrografia e relevo, matriz produtiva, matriz energética e 
matriz de transporte, unidades de conservação, história e geografia do Estado, do Município e 
da região que o cerca.
Porto Alegre - Novo Hamburgo - Caxias do Sul - Santa Maria - Passo Fundo - Pelotas
Tópicos atuais, internacionais, nacionais, estaduais ou locais, de diversasáreas, tais como 
segurança, transportes, política, economia, sociedade, educação, saúde, cultura, tecnologia, 
desenvolvimento sustentável e ecologia.
Cultura popular Porto Alegre
MÚSICA NATIVISTA
No final dos anos 1970 a música nativista havia se expandido para o Brasil com os CTG’s (Centro 
de Tradições Gaúchas) e Os Almôndegas era um nome consagrado no centro do país. Na época 
os músicos do estado enfrentavam a dificuldade de que não contavam com uma gravadora de 
discos local, de forma que os artistas tinham que se deslocar até o eixo Rio - São Paulo, para 
poderem fazer os seus registros. Em 1978 o Estúdio ISAEC de Porto Alegre adquire uma mesa de 
gravação de 16 canais com o objetivo de lançar um selo (a gravadora ISAEC) e, no mesmo ano, 
lança a coletânea Paralelo 30, considerado um marco na música urbana do Rio Grande do Sul. 
O álbum, produzido pelo jornalista e crítico musical Juarz Fonseca,, reuniu seis compositores/
intérpretes: Bebeto Alevs, Carlinhos Hartlieb, a Raul Ellwanger, Cláudio vera Cruz, Nando D’Ávila 
e Nelson Coelho de Castro, cada um com duas canções registradas.
Esse álbum foi o início de uma experiência no desenvolvimento de uma indústria fonográfica 
na capital do Rio Grande do Sul, voltada, no primeiro momento, para o registro sonoro da 
música urbana.Em setembro de 1982 o produtor Ayrton "Patineti" dos Anjos criou o Festival 
Música Popular Gaúcha Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. O show foi uma resposta a uma 
provocação de um produtor carioca ao ver um show nativista, perguntando o que mais havia 
em Porto Alegre. Respondeu Patineti que havia a MPG, se referindo aos músicos da cidade. 
Durante cinco noites de shows se apresentaram Carlinhos Hartlieb, Jerônimo Jardim, Bebeto 
Alves, Nelson Coelho de Castro, Geraldo Flach, Raul Ellwanger, Marulo Kwitko, Pery Souza, 
Galileu Arruda e Berenice Azambuja, e o festival foi responsável por apresentar a MPG para 
o Brasil e por abrir portas no centro do país para muitos desses artistas. O festival ainda seria 
realizado em Porto Alegre, Santa Maria e Tramandaí. Em 1985 o espetáculo também virou disco.
ROCK
No início dos anos 1980 o rock do Brasil, começa a se popularizar com bandas como a carioca 
BLITZ, o que abriu espaço para o gênero se desenvolver no Rio Grande do Sul. Artistas como 
Alemão Ronaldo, Fughetti Luz (ambos do
4
Bixo da Seda), Joe Euthanásia e Júlio Reny fazem a transição do rock dos anos 70 para os 80, 
criando bandas como Taranatiriça, Bandaliera, Guerrilheiro Anti-nuclear, Expresso do Oriente, 
entre outras, assim como os veteranos do Grupo Impacto, que emplacaram alguns hits nas 
rádios locais.
Em 1980 começou a funcionar um dos principais espaços do rock alternativo em Porto Alegre, o 
Bar Ocidente , e foi também um canal para a introdução de novas tendências internacionais. Ele 
atraiu a maior parte do público intelectual e universitário, da boêmia e de grupos contestadores 
que eram marginalizados e haviam perdido seus pontos de encontro favoritos.
Entre 1984 e 1985 se deu a chamada explosão do rock gaúcho.Com o advento da Ipanema FM 
como a rádio rock de Porto Alegre, o gênero encontrou espaço para crescer e foram formadas 
novas bandas, como Taranatiriça, Garotos da Rua, Os Replicantes e Astaroth.Essas bandas 
fariam parte da coletânea Rock Garagem, de 1984, produzida pela rádio e que serviu de cartão 
entrada para a nova geração, e encontraram espaço para apresentarem trabalhos autorais em 
bares e danceterias que foram surgindo na capital gaúcha voltados especificamente ao público 
jovem, como Taj Mahal, Bar Ocidente, Porto de Elis, Opinião, Rocket 88, dentre outros.
O dia 11 de Setembro de 1985, é considerado um dia histórico para o rock gaúcho. Pela primeira 
vez, com o festival Rock Unificado, bandas da cena local foram atração principal no ginásio 
Gigantinho, até então palco de estrelas nacionais e internacionais. Apresentaram-se na ocasião 
10 bandas que incluíam desde Garotos da Rua, que já se destacava na Capital e também pelo 
Interior, a formações mais recentes, como Engenheiros do Hawaii e TNT.
SAMBA
O samba também tem um espaço importante na cultura popular de Porto Alegre. O primeiro 
Carnaval de Corso, em Porto Alegre, foi em 1874, segundo narra Athos Damasceno em sua obra 
O Carnaval Porto-alegrense no Século XIX. Mas, antes disso, já se fazia alguma coisa. No livro de 
Athos, encontra-se a afirmação sobre os fundadores da cidade: "Nosso ancestral açorita tratou 
de trazer para cá – e trouxe mesmo – todos os teres e haveres de seu afamado tesouro cultural". 
O acervo português, trazido de além-mar, incluiu as festas populares.
Em 1946, houve a fundação da primeira tribo carnavalesca, exclusividade gaúcha, Os Caetés. 
Depois, vieram Xavantes, Tapuias, Bororós, Aimorés e Araxaneses. Foi categoria de muito brilho, 
atraindo turistas dos países vizinhos, que tinham preferência pelas lendas, hinos e coreografias 
de nossos índios carnavalescos. Hoje, duas apenas são ativas: Guaianazes e Comanches. A 
Rainha do Carnaval, Raquel Sampaio, é uma índia bonita dos Guaianazes. 
Outro ponto forte da Cultura Popular de Porto Alegre, são as feiras feiras de rua, que vendem 
desde alimentos, até artesanato e os Briques (do francês bric-à-brac, às vezes chamado brique-
a-braque ou apenas brique, se refere a coleções de diversos e velhos objetos de artesanato 
ou arte, tais como antiguidades, bijuterias, móveis, vestuários, entre outros). Há inclusive um 
órgão da Prefeitura, A Divisão de Fomento ao Artesanato da SMDE (Secretaria Municipal de 
Desenvolvimento Econômico) que promove a organização de feiras e briques em Porto Alegre
CULTURA AFRO
Foi nas cidades, especialmente em Porto Alegre, que os negros começaram a ensaiar formas de 
resistência ao domínio branco, e os quilmbos, formados com escravos fugidos, teriam um papel 
importante na preservação da sua história, cultura e identidade e nas lutas pela liberdade.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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Há na capital, o Percurso Negro, que evoca a presença, a memória, o protagonismo social e 
cultural dos africanos e descendentes no Centro Histórico da cidade de Porto Alegre, cuja 
pesquisa histórico antropológica indicou os lugares vivenciados pelos negros, a fim de elaborar 
objetos de arte representativos, como no Cais do Porto e antigos Ancoradouros; no Largo da 
Quitanda (Praça da Alfândega); no Pelourinho (Igreja das Dores); no Largo da Forca (Praça 
Brigadeiro Sampaio) e Esquina do Zaire (Av. Borges de Medeiros com Rua da Praia). No entorno, 
a partir das redes de relações sociais dos negros cativos e livres, temos a Igreja da Nossa Senhora 
do Rosário, o Mercado Público e a Santa Casa de Misericórdia, a Colônia África e o Areal da 
Baronesa.
 Negros do Rio Grande do Sul em 1852
 aquarela de Hermann Wendroth 
Nossa Senhora dos Navegantes
A Igreja de Nossa Senhora dosNavegantes é um dos templos católicos mais populares da cidade 
de Porto Alegre. É o foco de uma das maiores procissões da cidade no dia 2 de fevereiro.
Mosaico assinalando a 
entronização do Bará (orixá) 
do Mercado Público de Porto 
Alegre.
6
Criada por iniciativa dos livreiros e editores gaúchos com apoio do jornalista Say Marques, 
diretor-secretário do Diário de Notícias, a Feira do Livro de Porto Alegre foi inaugurada em 1955. 
O evento é considerado referência no país por seu caráter democrático e pela consistência do 
trabalho que desenvolve na área da formação de leitores e de mediadores da leitura, além de 
programação cultural 100% gratuita.
Ela é realizada desde sua primeira edição na Praça da Alfândega, Centro Histórico da capital 
gaúcha. A Feira na Praça é dividida em Área Geral, Área Internacional e Área Infantil e Juvenil. 
Centenas de escritores, ilustradores, contadores de histórias e outros profissionais participam 
do evento, que conta com sessões de autógrafos, mesas-redondas, oficinas, palestras e 
programações artísticas, entre outras atividades.
Alguns desses eventos são realizados no Memorial do Rio Grande do Sul, Centro Cultural CEEE 
Erico Verissimo, Auditório da Livraria Paulinas, Auditório do Margs e Auditório da Inspetoria da 
Receita Federal. Em 2020, em função da pandemia, a Feira acontece, excepcionalmente, em 
ambiente virtual.
Em 2006, a Feira do Livro de Porto Alegre recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural, 
concedida pela Presidência da República, que a reconheceu como um dos mais importantes 
eventos culturais do Brasil.Um ano antes, havia sido declarada bem do Patrimônio Cultural 
Imaterial do Estado e, em 2010, foi o primeiro bem registrado, pela Prefeitura de Porto Alegre, 
como integrante do Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial da cidade. A 66ª edição ocorre de 
30 de outubro a 15 de novembro de 2020, por meio da plataforma on-line, preservando com 
inovação o maior evento cultural do Estado do Rio Grande do Sul.
PERSONALIDADES DE PORTO ALEGRE:
Osvaldo Aranha: nascido em 1894, o alegretense foi um dos políticos brasileiros mais 
influentes do século 20. Ministro da Fazenda e das Relações Exteriores em governos de Getúlio, 
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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como presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (1947/48), dirigiu os 
trabalhos da sessão que aprovou a criação do estado de Israel.
Landell de Moura: nascido em 1861, o padre católico porto-alegrense se notabilizou como 
cientista. Ficou conhecido por seus experimentos em telecomunicação e foi pioneiro ao conseguir 
a transmissão de som e sinais telegráficos sem fio, por meio de ondas eletromagnéticas, origem 
do telefone e do rádio.
Sarmento Leite: nascido em 1868, o médico porto-alegrense foi um dos fundadores, com 
Protásio Alves, da atual Faculdade de Medicina da Sarmento Leite: nascido em 1868, o médico 
porto-alegrense foi um dos fundadores, com Protásio Alves, da atual Faculdade de Medicina 
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1898. Foi professor catedrático de anatomia 
e tornou-se patrono,depois de ser diretor da faculdade por 20 anos., em 1898. Foi professor 
catedrático de anatomia e tornou-se patrono,depois de ser diretor da faculdade por 20 anos
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Mário de Miranda Quintana: Apesar de não ter nascido em Porto Alegre, é uma figura 
muito presente na história da Capital Gaúcha. Foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. 
Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal (Alegrete-RS), mudando-se em 1919 
para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções 
literárias. Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna.
Elis Regina: Nasceu em 17 de março de 1945 em Porto Alegre, RS. Foi a maior cantora brasileira 
de todos os tempos. Com técnica e garra, lançou alguns dos principais compositores brasileiros, 
como João Bosco e Aldir Blanc, Renato Teixeira, Fátima Guedes entre outros.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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Lupicínio Rodrigues: Lupi, como era chamado desde pequeno, compôs marchinhas de 
carnaval e sambas-canção, músicas que expressam muito sentimento, principalmente a 
melancolia por um amor perdido. Foi o inventor do termo dor-de-cotovelo, que se refere à 
prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar, pede um uísque duplo, e 
chora pela perda da pessoa amada.
Ronaldo de Assis Moreira: Mais conhecido como Ronaldinho Gaúcho ou simplesmente 
Ronaldinho. Nascido em Porto Alegre em 21 de março de 1980. É um ex jogador de futebol 
que atuava como meia-atacante. Venceu o prêmio Melhor Jogador de Mundo em 2004 e 2005, 
época em que viveu o grande auge de sua carreira. Foi o primeiro futebolista na história a ter 
conquistado a Champions League, a Libertadores, a Copa do Mundo e a também ter sido eleito 
o Melhor do Mundo.
Pontos turísticos Porto Alegre
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Usina do Gasômetro: Usina do Gasômetro, ou simplesmente Gasômetro, é uma antiga usina 
brasileira de geração de energia localizada na Orla do Rio Guaíba.
Casa de Cultura Mario Quintana: Originalmente Hotel Majestic, é um prédio histórico brasileiro 
e um centro cultural da cidade de Porto Alegre, um dos maiores e melhor aparelhados do Brasil. 
A Casa foi nomeada em homenagem a um dos maiores poetas brasileiros,Mário Quintana, 
nascido na cidade gaúcha de Alegrete, mas que adotou Porto Alegre como sua cidade de 
coração. O escritor viveu no hotel entre 1968 e 1980, no apartamento 217.
Teatro São Pedro: O Teatro São Pedro é um teatro brasileiro localizado na cidade de Porto 
Alegre, e é o teatro mais antigo da cidade.
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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Igreja da Dores: A Igreja Nossa Senhora das Dores é uma igreja católica localizada na cidade de 
Porto Alegre, à Rua dos Andradas,587. É a mais antiga igreja da cidade ainda de pé.
Mercado Público: O Mercado Público de Porto Alegre é um centro de abastecimento no 
coração da cidade. Inaugurado em 1869, sobre o primeiro aterro da cidade, conta com 
106 estabelecimentos com um mix diferenciado de atividades. Com um diferencial de 
atendimento, não existe nenhuma loja com o sistema de auto serviço. Por conta disso, somos 
aproximadamente 1200 pessoas trabalhando diretamente no local.
O Mercado Público também atua como espaço para manifestações culturais e comunitárias da 
cidade, sendo cultuado por religiões afro por ter um importante assentamento de Bará.
Orla do Guaíba: Nos fins de semana, a avenida que costeia o lago, a Beira-Rio, é fechada para 
carros e dá espaço a ciclistas, skatistas, pedestres e moradores em geral, que munidos de uma 
garrafa térmica e uma cuia de chimarrão, contemplam o sol desaparecer no horizonte.
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Museu Iberê Camargo: Projetado pelo famoso arquiteto português Álvaro Siza, a Fundação 
Iberê Camargo, reúne obras do importante artista plástico gaúcho Iberê Camargo, além de 
abrigar exposições itinerantes. De dentro, os blocos de concreto que forma o moderno prédio 
são recortados por pequenas janelas de vidro, de onde é possível ver o Guaíba, logo à frente.
Parque da Redenção: Está entre os espaços públicos mais movimentados está o Parque 
Farroupilha, mais conhecido como Redenção.Aos sábados de manhã, uma feira orgânica toma 
conta de uma das ruas laterais do parque, a Rua José Bonifácio. Aos domingos, é a vez do Brique 
da Redenção,, a mais famosa feira da cidade, que reúne artesanato e antiguidades. 
Arena Grêmio: Inaugurada em 2012, a Arena do Grêmio está localizada em uma região próxima 
ao Aeroporto Salgado Filho e tem capacidade para mais de 55 mil torcedores. Na Arena é 
possível visitar o Museu do Grêmio e também fazer um tour de bastidores pelos vestiários, 
corredores e interior do estádio
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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Estádio Beira-Rio: A casa do Internacional, fica às margens do Guaíba (bem próximo ao Museu 
Iberê Camargo). O estádio também oferece visita guiada e há um museu e uma loja de artigos 
colorados.Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa - Abrange todos os setores de 
comunicação, da imprensa escrita, à publicidade e propaganda, televisão, vídeo, cinema, rádio 
e fonografia. Promove cursos, palestras e exposições temporárias. Rua dos Andradas, 959. De 
segundas a sextas, das 14h às 19h; sábados, das 9h às 14h. Tel: (051) 224-4252. Museu de Porto 
Alegre - (Solar Lopo Gonçalves) O acervo conta com 357 peças catalogadas, com 39 coleções, 
5 mil fotografias da cidade, acervo arqueológico com 6 mil evidencias, miniaturas de antigas 
residências açorianas. Rua João Alfredo, 582. Tel: (051) 221-6622. De terça à Domingo das 9h às 
12h e das 12h30 às 18h.
Brique da Redenção - Tradicional feira da cidade que acontece aos domingos, das 9h às 16h. 
Antigüidades, artesanatos, artes plásticas e eventos culturais paralelos. Av. José Bonifácio (junto 
ao Parque Farroupilha).
Brique da Tristeza - Artesanato e artes plásticas, com área infantil e shows. Aos sábados, das 
10h às 18h Av. Wenceslau Escobar, 1886 (ao lado do Supermercado Nacional). Casa do Artesão 
- Cursos, comercialização de artesanatos, exposições e cadastramento de artesões. Rua Dr. 
Flores, 455. fone: 226-3055, das 9h às 18h.
Arte na Praça - Integrado ao Brique, uma galeria ao ar livre com comercialização de 
telas, esculturas, fotografias, aquarelas, desenhos, caricaturas, xilogravuras entre outros. 
Apresentações de dança, música, teatro e declamação poética. 
Feira da Praça da Alfândega - Exposição de objetos em couro, bijuterias de metal, prata, alpaca, 
latão, tecido, entalhe em madeira e pintura a óleo. De segunda a sábado, das 9h às 19h, na 
Praça da Alfândega.
Feira da Cidade Antiga - Oferece culinária típica afro-brasileira, alemã, russa, chilena, peruana, 
italiana, comida campeira e peixe na taquara. Aos sábados, das 10h às 17h. Praça Brigadeiro 
Sampaio (Início da Rua dos Andradas)
Feiras Ecológicas - Aos sábados, das 7h 30 às 12h 30. Av. José Bonifácio (Feira Coolméia - Junto 
ao Parque Farroupilha) e Av. Princesa Isabel (Esquina com Gomes Jardim)
Museu do Exército - Rua dos Andradas em frente a Igreja Nossa Senhora das Dores. A entrada é 
franca e funciona de segunda a sexta das 09:00 as 17:00.
Museu do Banco Meridional - Construção em estilo neoclássico (1927/1932). Apresenta a 
história do dinheiro e dos bancos, com coleção de cédulas antigas, moedas, máquinas utilizadas 
14
em bancos. Rua 7 de setembro, 1028. Tel: (051) 287-5000 ramal 5269. Segunda à sexta das 10h 
às 16h.
Museu do Trabalho - Inaugurado em dezembro de 1982, apresenta acervo composto por 
equipamentos e materiais que retratam a evolução das atividades produtivas no RS e sua 
dimensão sociológica. Rua dos Andradas, 230 - Centro -Tel.: (051)227.1450. De terças a 
domingos, das 13h às 18h
Laçador - Estátua em bronze que representa o gaúcho em sua vestimenta típica campeira. Foi 
executada pelo escultor Antônio Caringi e inaugurada em 1954. Na Praça do Bombeador, bairro 
São João, na entrada da cidade para quem vem da BR-116.
Monumento à Júlio de Castilhos - Com 22,5m de altura, foi executado na França pelo escultor 
brasileiro Décio Villares e inaugurado em janeiro de 1913. Praça Mal. Deodoro (Praça da Matriz).
Fonte Talavera de La Reina - Foi doada à cidade pela colônia espanhola de Porto Alegre em 
1935, por ocasião do Centenário da Revolução Farroupilha. Sinaliza o marco zero da cidade. 
Praça Montevidéo, em frente à Prefeitura Municipal.
Monumento ao Expedicionário - Construído em granito, apresenta-se como um duplo Arco do 
Triunfo e foi inaugurado em 1953 numa homenagem à Força Expedicionári Brasileira. Parque 
Farroupilha (Redenção).
Ponte de Pedra - A ponte, de três arcos planos, concluída em 1854, permitia a ligação viária do 
centro com as antigas chácaras da cidade. Foi tombada pelo município em 1979. Parque dos 
Açorianos - Centro.
Organização política e territorial
Porto Alegre
A cidade de Porto Alegre, apresenta a maior densidade demográfica no estado e maior dinâmica 
econômica entre as demais. Seu prefeito é Nelson Marchezan Júnior, que será sucedido por 
Sebastião Melo e janeiro de 2021.
Área Territorial: 495,390 km²
População Estimada: 1.488.252 pessoas
Densidade Demográfica: 2.837,53 hab/km²
Escolarização: 6 a 14 anos 96,6 %
IDHM (Índice de desenvolvimento humano municipal): 0,805
O estado do Rio Grande do Sul, conforme os ditames contidos na Carta Constitucional da 
República Federativa do Brasil, é governado por três poderes, o Executivo, representado pelo 
Governador, o Legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, e 
o Judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e outros 
tribunais e juízes. Além dos três poderes, o estado também permite a participação popular nas 
decisões do governo através de referendos e plebiscitos.
O Poder Executivo, gaúcho está centralizado no governador do Estado, que é eleito em sufrágio 
universal e voto direto e secreto pela população para mandatos de até quatro anos de duração,
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
15
podendo ser reeleito para mais um mandato. Sua sede é o Palácio Piratini, que desde 1921, é a 
sede do governo gaúcho.
A maior corte do Poder Judiciário Estadual é o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do 
Sul, localizada no Centro de Porto Alegre. Há também um Tribunal de Justiça Militar. O Poder 
Legislativo do Rio Grande do Sul é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Rio 
Grande do Sul, localizado no Palácio Farroupilha. Ela é constituída por 55 deputados, que são 
eleitos a cada quatro anos. No Congresso Nacional, a representação gaúcha é de 3 senadores e 
31 deputados federais.
O Rio Grande do Sul está dividido em 496 municípios. O mais populoso deles é a capital, 
Porto Alegre, com 1,4 milhões de habitantes, sendo a cidade mais rica do estado. Sua região 
metropolitana, possui aproximadamente 4,1 milhões de habitantes.
A geografia de Porto Alegre é, como na maioria das grandes cidades, heterogênea. A maior 
parte da cidade de Porto Alegre é cercada por prédios. A área do município de Porto Alegre é 
de 470,25 km² (Censo IBGE/2000). Destes, 44,45 km² estão distribuídos nas 16 ilhas do Delta do 
Jacuí sob jurisdição do município. Atualmente a cidade conta com 94 bairros. Possui um relevo 
montanhoso na região mais ao sul, apresentando morros, sendo o mais alto deles o Morro 
Santana, com 311 metros de elevação acima do nível do mar. A cidade ainda possui 70 km de 
margens banhadas pelo Lago Guaíba.
Ainda existem algumas áreas do território sem denominação oficial (zona indefinida) e que 
são conhecidas por "apelidos", como é caso do Morro Santana, Passo das Pedras e Aberta dos 
Morros. Atualmente a cidade conta com 94 bairros oficiais. Os cinco mais populosos e suas 
respectivas áreas, segundo dados do censo do IBGE de 2010, recalculados pelo ObservaPoa, 
são:
● Sarandi: 59 711 moradores
● Lomba do Pinheiro: 58 106 moradores
● Restinga: 53 508 moradores
● Paternon: 48 160 moradores
● Santa Tereza: 39 577 moradores
Regiões administrativas
Porto Alegre
Territorialização da Cidade
● Cidade de Porto Alegre sem Contornos;
● Regiões de Planejamento da Cidade;
● Regiões dos Orçamento Participativo;
● Bairros de Porto Alegre.
Serviços Municipais Regionalizados na Cidade
16
● Região 1 - Ilhas e Humaitá/Navegantes; 
● Região 2 - Norte e Nordeste;
● Região 3 - Leste;
● Região 4 - Paternon;
● Região 5 - Glória, Cruzeiro e Cristal;
● Região 6 - Sul e Centro Sul;
● Região 7 - Restinga e Extremo Sul;
● Região 8 - Centro;
● Região 9 - Lomba do Pinheiro;
● Região 10 - Eixo Baltazar e Nordeste.
Regionalização do IBGE
Divisão política
Porto Alegre
Limites do Município de Porto Alegre
Norte: Canoas
Nordeste: Cachoeirinha e Alvorada
Leste:Viamão e
Oeste: Eldorado do Sul
Região Geográfica Intermediária
Porto Alegre
Região Geográfica Imediata
Porto Alegre
Novo Hamburgo-São 
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER17
Leopoldo
Tramandaí-Osório
Taquara-Parobé-Igrejinha 
Camaquã
Charqueadas-Triunfo-São 
Jerônimo Montenegro 
Torres
Número de municípios por Região Geográfica
90
23
22
10
06
09
06
07
07
Hierarquia urbana
Porto Alegre
A hierarquia urbana é a maneira como as cidades organizam-se dentro de uma escala de 
subordinação. Na prática, ocorre quando vilas e cidades menores subordinam-se às cidades 
médias, e estas se subordinam às cidades grandes. Por meio da hierarquia urbana, pode-se 
conhecer a importância de uma cidade e a sua relação de subordinação ou influência sobre as 
outras que estão à sua volta. Essa teoria não é estabelecida apenas pelo tamanho da cidade 
ou pelo contingente populacional, mas especialmente pela quantidade e variedade de bens e 
serviços oferecidos. Quanto maior é a sua importância no processo produtivo, maior é a sua 
colocação na hierarquia urbana.
A ideia de hierarquia urbana, especialmente na atualidade, está vinculada ao conceito de rede 
urbana, que nada mais é do que a rede de relações econômicas, sociais e culturais que integram 
as cidades.
A rede urbana apresentada neste item é resultado do estudo Rede de Influência das Cidades do 
IBGE. Nesse estudo, o IBGE atualiza o quadro de referência da rede urbana brasileira de estudos 
já realizados e publicados em 1972, 1987, 2000 e 2008. Nele, a rede urbana está estruturada 
em duas dimensões: a hierarquia dos centros urbanos, dividida em cinco níveis; e as regiões de 
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influência, identificadas pela ligação das cidades de menor para as de maior hierarquia urbana. 
O elo final de cada rede são as Metrópoles, para onde convergem as vinculações de todas as 
Cidades presentes no Território Nacional.
As cidades brasileiras foram classificadas em cinco grandes níveis e estes subdivididos em dois 
ou três subníveis:
1. Metrópoles – centros urbanos que caracterizam-se por seu grande porte e por fortes 
relacionamentos entre si, além de, em geral, possuírem extensa área de influência direta. Possui 
três sub-níveis: Grande Metrópole Nacional, Metrópole nacional e Metrópole.
2. Capitais Regionais – centros urbanos com alta concentração de atividades de gestão, mas 
com alcance menor em termos de região de influência em comparação com as Metrópoles. 
Possui também três subdivisões: Capital Regional A, Capital regional B e Capital Regional C.
3. Centro Sub-Regionais – centros com atividades de gestão menos complexas, com áreas de 
influência de menor extensão que as das Capitais Regionais. Subdivididos em dois grupos: 
Centro Sub-Regional A e Centro Sub-Regional B.
4. Centros de Zona – nestas as cidades caracterizam-se por menores níveis de atividades de 
gestão, polarizando um número inferior de Cidades vizinhas em virtude da atração direta da 
população por comércio e serviços baseada nas relações de proximidade. Estão subdivididos 
em Centro de Zona A e Centro de Zona B.
5. Centros Locais – cidades que exercem influência restrita aos seus próprios limites territoriais, 
apresentam fraca centralidade em suas atividades empresariais e de gestão pública, geralmente 
tendo outros centros urbanos de maior hierarquia como referência para atividades cotidianas 
de compras e serviços de sua população, bem como acesso a atividades do poder público e 
dinâmica empresarial.
No Rio Grande do Sul a capital representa o mais alto nível nesta classificação. A rede de Porto 
Alegre se caracteriza por uma importante centralidade da Capital dentro de seu Estado, mas 
também por um número expressivo de níveis hierárquicos intermediários.
No total, a rede de Porto Alegre possui seis Capitais Regionais: as Capitais Regionais B do Arranjo 
Populacional de Caxias do Sul/ RS e do Município de Passo Fundo (RS), acompanhadas pelas 
Capitais Regionais C dos Arranjos Populacionais de Lajeado/RS, Santa Cruz do Sul/RS, Santa 
Maria/RS e Pelotas/RS. Há ainda um número elevado de Centros Sub-Regionais (39 centros 
urbanos).
A rede da Capital gaúcha apresenta uma série de Centros Sub-Regionais e mesmo Centros Locais 
que se reportam diretamente à Capital, ignorando as Cidades de centralidade intermediária. 
Essa situação é particularmente pronunciada na metade sul do Estado, caracterizada por uma 
densidade populacional mais baixa. Na porção norte, de maior fragmentação territorial dos 
Municípios, ainda há redes de Centros Locais subordinados a Centros Sub-Regionais. Contudo, 
estes últimos – como o Arranjo Populacional de Santo Ângelo/RS e os Municípios de Santa Rosa 
(RS), Ijuí (RS) e Cruz Alta (RS) – se ligam a Porto Alegre contornando as Capitais Regionais mais 
próximas. A rede de Porto Alegre se restringe ao território do próprio Estado.
Símbolos
Porto Alegre
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 Brasão de Porto Alegre Bandeira de Porto Alegre
Hino de Porto Alegre
Porto Alegre Valerosa
Porto Alegre "Valerosa"
Com teu céu de puro azul
És a jóia mais preciosa
Do meu Rio Grande do Sul
Tuas mulheres são belas
Têm a doçura e a graça
Das águas, espelho delas,
Do Guaíba que te abraça
E quem viu teu sol poente
Não esquece tal visão
Quem viveu com tua gente
Deixa aqui teu coração.
Estrutura dos Poderes
Porto Alegre
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO RS
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4 REGIÃO
TRIBUNAL JUSTIÇA
CÂMARA MEDIAÇÃO ARBITRAGEM DA CENTRAL VALORES DO MERCOSUL
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO GRANDE DO SUL
TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR DO ESTADO
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE PORTO ALEGRE
JUSTIÇA FEDERAL 1ª VARA CRIMINAL
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIÃO
TRIBUNAL JUSTIÇA
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
Fauna e flora locais
Porto Alegre
Considerada a cidade mais arborizada do Brasil, ostenta cerca de 1.000.000 de árvores em vias 
públicas, de 189 espécies, sendo as mais frequentes a extremosa, ligustro, jacarandá, ipês, 
jacarandás e flamboyãs.
Há espécies ameaçadas de extinção protegidas em Unidades de Conservação municipais de Porto 
Alegre, tais como o Bugio (Alouatta guariba), um macaco que alimenta-se de folhas e frutos e 
que necessita de amplas áreas de vegetação florestal para sobreviver. Da mesma forma, proteger 
os processos ecológicos é importante, porque a manutenção dos mesmos propicia condições 
para que haja vida neste planeta.Um dos objetivos da preservação é prevenir a simplificação 
dos sistemas naturais decorrente da perda de biodiversidade, resultante da ocupação humana 
do território e de suas atividades. Para citar um impacto negativo da perda de biodiversidade 
sobre nossa sociedade, pode-se dizer que plantas com potencial farmacológico deixam de ser 
conhecidas e pesquisadas, e remédios deixam de ser produzidos por consequência disso.
Ao redor de Unidades de Conservação existem zonas de amortecimento, as quais tem o objetivo 
de evitar, minimizar e compensar impactos negativos sobre elas. Para atingir esse objetivo, 
nestas zonas as atividades humanas estão sujeitas às normas, restrições e usos específicos. 
Estes itens, fazem parte de um documento técnico intitulado “Plano de Manejo” da Unidade 
de Conservação. No Plano de Manejo se estabelecem o zoneamento e as normas que devem 
presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais. Nas páginas das
Unidades de Conservação de Porto Alegre é possível obter cópias digitais dos Planos de Manejo 
já instituídos. As áreas naturais preservadas em cidades constituem um importante indicador 
de qualidade de vida para a população, bem como um abrigo para a fauna. Em Porto Alegre, as 
áreas preservadas abrigam diferentes espécies da flora nativa, inclusive várias ameaçadas de 
extinção.
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Hidrografia e relevo
Porto Alegre
Geologicamente a estruturado terreno portoalegrense é muito antiga. A cidade está localizada 
dentro dos limites da Bacia do Paraná, uma extensa bacia sedimentar que se estende para o 
norte até o centro do Brasil, cujos primeiros sedimentos foram depositados no Paleozóico, 
com vários acúmulos posteriores. Localmente o relevo da cidade é dominado pelo Maciço de 
Porto Alegre, parte do Cinturão Dom Feliciano, formado entre 2 e 2,4 bilhões de anos atrás e 
responsável pela existência da cadeia de morros que circunda a cidade. Os morros mais elevados 
são o Morro Santana, com 331m, o Morro da Polícia, com 291m, e o Morro Pelado, com 298m. 
A altitude média da cidade é de 10 m acima do nível do mar.
Na hidrografia local a formação mais importante é o lago Guaíba, popularmente chamado 
"rio Guaíba", que limita a cidade a oeste e cujas águas se acumulam no recesso de uma falha 
geológica que tem origem na cidade de Osório e termina na região de Guaíba, e que são 
contidas por uma barragem natural na altura da ponta de Itapuã. No lago deságuam os rios 
acima citados, recebendo também outros tributários menores. A região litorânea possui várias 
praias, mas sua balneabilidade é comprometida pela poluição.
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Matriz produtiva
Porto Alegre
Número de empregados, massa salarial e média salarial Porto Alegre é a 6ª maior economia do 
Brasil
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Matriz Energética
Porto Alegre
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A oferta de energia no Estado provém de usinas hidrelétricas, de termoelétricas a óleo 
combustível, a gás natural e a carvão mineral, e de fontes alternativas de energia como eólica 
e pequenas centrais termo e hidrelétricas. O Rio Grande do Sul vem investindo, ainda, no 
desenvolvimento de biocombustíveis como biodiesel, etanol e biogás. O Estado já conta, em 
2015, com nove usinas para a fabricação de biodiesel, com produção anual de 606 milhões de 
litros e capacidade nominal anual para produzir 1.363 milhões de litros, sendo o maior produtor 
nacional (ANP, 2015).
Unidades de conservação
Porto Alegre
As Unidades de Conservação administradas pelo município de Porto Alegre são: o Parque 
Natural Municipal Saint´Hilaire, o Parque Natural Morro do Osso, a Reserva Biológica do Lami e 
o Refúgio de Vida Silvestre São Pedro. Parque Natural Municipal Saint’Hilaire
O Parque Natural Municipal Saint’Hilaire é uma Unidade de Conservação da Natureza do 
grupo de Proteção Integral de 1.148 ha, cujos objetivos de proteção da área estão contidos 
no Decreto 14.289, de 16 de setembro de 2003, que o enquadrou no Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação da Natureza e mais recentemente no Sistema Municipal de Unidades 
de Conservação do Município de Porto Alegre.
Os objetivos legais do Parque são:
I - proteção e preservação dos ecossistemas e da diversidade biológica;
II - obtenção de conhecimentos científicos básicos e incentivo à pesquisa;
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III - integração da Unidade de Conservação com o entorno;
IV - educação sócio-ambiental continuada;
V - operacionalização da Unidade de Conservação;
VI - revisão periódica do Plano de Manejo.
Histórico
Desde 1898, a antiga Companhia Hidráulica Porto Alegrense, proprietária de grande parte da 
área, captava água com fins de distribuição à população. Na década de 1940, foi construída a 
Barragem da Lomba do Sabão, um reservatório para captação de Água com 75 ha de lâmina 
d'água. A água, captada e tratada, era bombeada para a Hidráulica Moinhos de Vento em 
Porto Alegre, para distribuição à população. O recalque da água utilizava a madeira para gerar 
energia, motivo pelo qual a Companhia plantou eucaliptos no local. A importância hídrica foi o 
motivo pelo qual a Prefeitura de Porto Alegre adquiriu a área em 1944, com fins de proteção 
da qualidade ambiental da bacia hidrográfica e suas águas. Pela Lei 16, de 29 de novembro, 
de 1947, passou a ser denominado “Jardim Botânico Municipal Parque Saint’Hilaire”. O nome 
homenageava o conhecido naturalista e viajante francês Augustin François Cesar Provensal 
Saint´Hilaire, que deixou um vivo relato sobre aspectos sociais e naturais do Rio Grande do Sul 
em seu livro Viagem ao Rio Grande do Sul, de 1820.
O Jardim Botânico era administrado pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos da 
Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov). Com a criação da Secretaria Municipal do Meio 
Ambiente de Porto Alegre (Smam), em 1977 o então Jardim Botânico passou a ser administrado 
por esta secretaria sob a denominação de “Parque Saint’Hilaire”, sendo separado em duas áreas: 
uma de Preservação Permanente com 950 ha e outra de 230 ha destinada à recreação pública. 
Em 2003 o Parque foi enquadrado no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, 
passando a denominar-se Parque Natural Municipal Saint’Hilaire. Seu espaço foi dividido em 8 
zonas de uso pelo Plano de Manejo elaborado em 2002, zoneamento este que passou a valer 
em relação à subdivisão em áreas de preservação e recreação determinada anteriormente. 
Parte do espaço é considerado área de uso intensivo onde é permitida a visitação, havendo 
ainda áreas intangíveis, dentre outras caracterizadas no zoneamento do Plano de Manejo. A 
área de uso intensivo conta com churrasqueiras, quiosques e canchas esportivas.
Importância Ambiental
O Parque abriga mais de 50 nascentes, as mais distantes da foz do Arroio Dilúvio, possuindo 
papel fundamental na conservação da bacia hidrográfica. A fitogeografia do Parque é formada 
pela Floresta Estacional Semi Decidual, ecossistema associado ao Bioma Mata Atlântica, a 
segunda maior floresta em diversidade biológica e também a segunda mais devastada do 
planeta, considerada área prioritária para conservação da biodiversidade. A composição da 
vegetação é dada por 450 ha de mata nativa e cerca de 300 ha de campo nativo. O campo 
nativo conta com áreas expressivas de butiazais, além de banhados. O butiazal é uma formação 
altamente ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul, devido à expansão urbana, agrícola e 
pecuária.
Entre 1944 e 1946, antes da criação do parque, foram plantados cerca de 450 mil árvores 
de diferentes variedades de eucaliptos, sobre as áreas de campo nativo. Atualmente, há 
120 hectares de Eucalyptus sp divididos em oito manchas e 10 hectares de Pinus sp, espécie 
exótica invasora. Em setores de planície de inundação em que se processa o extravasamento 
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de águas pluviais, obtém-se banhados. No parque eles se formaram, principalmente, depois 
da construção da Barragem Lomba do Sabão. É uma área rica em produtividade primária e um 
refúgio para nidificação de diversas espécies.
No Plano de Manejo, feito em 2002, foram identificadas no parque 56 espécies vegetais 
distribuídas em 27 famílias. Estima-se que esse número ultrapasse as 161 espécies e 54 famílias. 
Entre as espécies vegetais ameaçadas, destacam-se a canela-preta (Ocotea catharinensis) e, em 
vias de extinção, a corticeira da terra (Erythrina falccata) e as figueiras do gênero Fícus sp. O 
parque é um refúgio para a fauna da região metropolitana, com uma biodiversidade composta 
por 12 espécies diferentes de mamíferos, dentre eles graxaim, ouriço, gambá e mão-pelada, 
47 espécies de répteis (cobras, lagartos, lagartixas), 23 de anfíbios (sapos, pererecas e rãs), 14 
espécies de peixes que habitam a barragem e 88 espécies de aves, sendo que quatro estão 
ameaçadas de extinção: chupa-dente (Conopophaga lineata), patinho (Platyrinchus mystaceus 
niveigularis), cisca-folha (Sclerurus scansor cearensis) e choca-da-mata (Thamnophilus 
caerulescens cearensis).
Conselho Consultivo
O conselho Consultivo, criado pelo Decreto 15.223, de 20 de junho, de 2006, é atuante e possui 
papel fundamental na gestão compartilhada do Parque. É composto por 8 representantes de 
instituições da sociedade civil ou de ensino e 8 representantes de órgãos públicos.
Visitação
A entrada é gratuitae visitas orientadas podem ser agendadas por instituições de ensino e 
pesquisa. Em dias de condições climáticas adversas (chuvas e/ou ventos), o Parque não abre 
para visitação.
Endereço: Avenida Senador Salgado Filho (RS-040), 2785, parada 38, bairro Vera Cruz – Viamão
E-mail: sainthilaire@smam.prefpoa.com.br
Horário: terças a domingos, das 8h00 às 17h30, com saída às 18h.
Parque Natural Morro do Osso
O Morro do Osso, com 143m de altura, faz parte da cadeia dos morros graníticos existentes 
em Porto Alegre e localiza-se próximo à margem do Lago Guaíba. Possui 220 hectares de área 
natural e constitui-se num importante reduto biológico, praticamente isolado pela urbanização 
dos bairros Tristeza, Ipanema, Camaquã e Cavalhada, adjacentes ao morro. Do alto do morro 
tem-se uma das vistas mais belas do município, com o Lago Guaíba, o Delta do Jacuí, os morros 
Santa Tereza, Teresópolis, Agudo, da Tapera, das Abertas e o da Ponta Grossa.
Parte do Morro do Osso constitui-se no Parque Natural do Morro do Osso, com área de 127 
hectares. A luta pela preservação do Parque Natural do Morro do Osso tem mais de 20 anos. 
Por apresentar uma grande biodiversidade e resquícios de Mata Atlântica, o morro motivou 
ambientalistas do município, comunidades do entorno, universidades e órgãos públicos a buscar 
a conservação com a criação da Comissão Permanente em Defesa do Morro do Osso.
Em 1979, o parque foi transformado em área de preservação ecológico pelo Plano Diretor 
da cidade. Em 1990, foi realizado o primeiro passeio ecológico para preservação da área e 
efetivação do parque. Em 1994, foi criado o Parque Natural Morro do Osso.
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Atualmente, o parque abrange uma área de 57 hectraes, já desapropriados, com ampliação 
prevista pelo Plano Diretor para 127 hectares, o que irá garantir a proteção do local
Flora
Aproximadamente 60% da vegetação natural do Morro do Osso é constituída por formações 
florestais de dois tipos: a floresta alta e a floresta baixa. O restante é constituído por 
comunidades herbácea-arbustivas, formadas pelos campos pedregosos e pelas capoeiras e 
vassourais. Na floresta alta e úmida, com forte influência da Mata Atlântica, destacam-se a 
figueira-purgante (Ficus insipida), a canela-ferrugem (Nectandra oppositifolia) e a corticeira-da-
serra (Erythrina falcata).
A floresta baixa geralmente ocupa os topos ou as encostas superiores do morro é representada 
pela capororoca (Myrsine umbellata), a aroeira-brava (Lithraea brasiliensis), o branquilho 
(Sebastiania commersoniana ) e o camboim (Myrciaria cuspidata).
O Morro do Osso apresenta também algumas espécies arbóreas sob possível ameaça de 
extinção, como a canela preta (Ocotea catharinensis) e a corticeira-daserra. Além disso, ocorrem 
espécies com distribuição muito restrita em Porto Alegre, como o sobraji (Colubrina glandulosa).
Fauna
Levantamento e estudos constataram a existência de grande diversidade de fauna no Morro 
do Osso. Entre os anuros, destacam-se sapo de cova (Bufo dorbignyi), perereca do banhado 
(Hyla pulchella), rã criola (Leptodacylus ocellatus) e rã chorona (Physalaemus gracilis). Entre os 
répteis encontram-se lagartos de papo amarelo (Tupinambis merianae), lagartixa verde (Teius 
oculatus), serpente papa-pinto (Philodryas patagoniensis), coral verdadeira (Micrurus altirostris) 
e jararaca pintada (Bothrops neuwiedi).
Além dessas espécies, no Morro do Osso foram registrados cerca de 65% da avifauna 
encontrada em Porto Alegre. Pode-se visualizar espécies de mata aberta, de borda de mata e 
campo, destacando-se o sabiá-ferreiro (Turdus subalaris), juruvia (Vireo olivaceus), pula-pula 
(Basileuterus culicivorus) e pica-pau (Veniliornis spilogaster). Além disso, o local abriga aves 
raras, como o gaviãozinho (Accipiter striatus), o gavião-rabo-curto (Buteo brachyurus) e o beija-
flor-de-topete (Stephanoxis lalandi).
Alguns mamíferos, como pequenos roedores e espécies raras como o bugio-ruivo (Alouatta 
guariba clamitans) e o ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus) também foram identificadas no 
local.
Plano de Manejo
Clique aqui para ter acesso ao Plano de Manejo Participativo do Parque Natural do Morro do 
Osso em PDF.
O Parque Natural Morro do Osso disponibiliza visita orientada às quartas e sextas-feiras, das 
8h30 às 12h e das 14h às 17h, e sábados, das 8h30 às 12h, para
Escolas e grupos com no mínimo 10 (dez) pessoas. E-mail: morrodoosso@smam.prefpoa.com.
br
Endereço: Rua Irmã Jacobina Veronese, s/nº, bairro Ipanema
Telefone: (51) 3289-5070 ou 3289-5071
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Horário de Funcionamento: de terça-feira a domingo, das 8h às 18h
Área: 127 hectares
Inaugurado em: 1994
Reserva Biológica do Lami José Lutzenberger
A unidade de conservação possui grande variedade de ambientes, como matas ciliares, 
banhados, juncais, matas de restinga, maricazais, vassourais e campos arenícolas, contribuindo 
para a diversidade de espécies da flora e fauna silvestre. 
A ocorrência da Ephedra tweediana, vegetal considerado raro e endêmico, característico das 
matas de restinga, e é um dos ecossistemas mais ameaçados no Rio Grande do Su motivou ação 
inicial para a criação da Reserva Biológica do Lami, em 1975.
Ocorrem na Reserva Biológica espécies ameaçadas de extinção em diferentes status de 
conservação (de acordo com as listas oficiais do Estado)- raras, endêmicas e imunes ao corte. 
Entre elas, pode-se destacar a figueira da folha miúda (Ficus Cestrifolia), a corticeira do banhado 
(Erythrina crista-galli) e o butiazeiro (Butia odorata), espécies protegidas por leis municipais e 
estaduais e imunes ao corte.
Por meio de estudos científicos, foram identificadas na Reserva do Lami mais de 300 espécies 
vegetais nativas, um número muito superior de espécies animais e mais de 200 espécies de aves 
nativas, inclusive migratórias, locais, regionais e continentais. Os banhados em seus diferentes 
gradientes de umidade, além daqueles sazonais (que tem seus ciclos vitais atrelados a épocas 
do ano de cheias), assim como os juncais, são considerados berçários para muitos organismos 
aquáticos como peixes, anfíbios e moluscos. Além disso, nas elevações arenosas é possível 
encontrar ovos de tartaruga e de lagartos.
A capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), o maior roedor do planeta, pode ser encontrada 
principalmente nas matas ciliares, em razão de seus hábitos semiaquáticos. Também são vistas 
em transição entre ambientes terrestres próximo a cursos d’água. A espécie vive em pequenos 
agrupamentos. Há ainda a ocorrência do jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris). Espécies 
ameaçadas de extinção, no status vulnerável, como a lontra (Lontra longicaudis) e o bugio-ruivo 
também ocorrem na região. 
A Reserva Biológica do Lami José Lutzeberger presta importantes serviços ambientais com a 
salvaguarda de seus ecossistemas e biodiversidade. Entre seus principais objetivos estão a 
conservação da natureza, a pesquisa científica e a educação ambiental. Visitas educativas com 
grupos podem ser agendadas pelo e-mail reservalami@smam.prefpoa.com.br. 
Telefone: 3263-1079 - E-mail: reservalami@smam.prefpoa.com.br - Área: 204,04 hectares - 
Endereço: Avenida Otaviano José Pinto, s/nº, bairro Lami
E-mail: reservalami@smam.prefpoa.com.br - Área: 204,04 hectares - Inaugurada em 1975
Refúgio de Vida Silvestre São Pedro
Criado por meio do Decreto Municipal 18.818, de 16 de outubro de 2014, o Refúgio de Vida 
Silvestre São Pedro é uma Unidade de Conservação (UC) da natureza de Proteção Integral, 
localizado na zona Sul da cidade. O local é habitat de espécies animais raras e ameaçadas de 
extinção, como o mão-pelada, o graxaim e o bugio-ruivo, e está inserido no maior fragmento de 
Mata Atlântica de Porto Alegre, com vegetação florestal e campestre.
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As UC são áreas protegidas estabelecidas pela Lei Federal 9.985/2000 e pela Lei Complementar 
municipal 679/2011 e podem ser de duas categorias: de Proteção Integralou de Uso 
Sustentável. As UC de proteção integral são aquelas em que é permitida apenas a pesquisa, a 
visitação regrada e instalação de estruturas para garantir a conservação da área e em algumas 
categorias o lazer em contato com a natureza. No local, é permitido apenas o uso indireto 
dos recursos naturais, possibilitando a realização de pesquisas científicas, práticas espirituais 
tradicionais indígenas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental, de recreação 
em contato com a natureza e de turismo ecológico. Conforme o Decreto, a criação do Refúgio de 
Vida Silvestre São Pedro tem como objetivos assegurar a conservação da biodiversidade local, 
garantindo condições para a existência da fauna de mamíferos, especialmente do bugio-ruivo 
(Alouatta guariba clamitan), espécie ameaçada de extinção no Estado do Rio Grande do Sul, 
segundo o Decreto Estadual nº 41.672, de 11 junho de 2002; proteger integralmente e regenerar 
os ecossistemas naturais da mata atlântica e dos campos nativos por abrigarem espécies raras 
e endêmicas; manter e recuperar nascentes de cursos d'água; incentivar o fortalecimento da 
cultura indígena e consequentemente possibilitar à sociedade em geral aprender o espírito 
indígena de relacionar-se com a natureza e com o meio ambiente; desenvolver atividades de 
educação e interpretação ambiental, recreação em contato com a natureza e turismo ecológico; 
e promover o fortalecimento de ações que oportunizem uma relação sustentável entre a cultura 
indígena, meio ambiente e sociedade.
Histórico da criação - De 16 de setembro a 30 de outubro de 2013, a Smam organizou Consulta 
Pública on-line sobre o tema. A pesquisa contou com a participação de 334 pessoas e Em 03 de 
setembro de 2013, ocorreu a Audiência Pública sobre a proposta do município de criação da 
unidade de conservação da natureza, na sede do Clube Lajeado (avenida Edgar Pires de Castro, 
9316). A reunião contou com a participação de mais de 200 pessoas.
Limites do Refúgio - Os imóveis que compõem a Unidade de Conservação Refúgio de Vida 
Silvestre São Pedro são aqueles registrados na 3ª Zona de Porto Alegre assim descritos: toda 
a área de terras registrada sob a matrícula nº 54.506, com área de 53,4146ha; toda a área de 
terras da matrícula nº 119.822, com área de 12ha, registrado no Livro 3AT, fl. 124, nº 37.770 no 
3º Cartório de Registro de Imóveis de Porto Alegre, na matrícula nº 119.823, com área de 4ha, 
registrado no Livro 3-UA, fl. 80, nº 37.770 no 3º
Cartório de Registro de Imóveis de Porto Alegre e um excesso de área das duas matrículas 
referidas acima, com 11,477ha e parte da matrícula nº 16.180, fl. 1 do livro nº 2 do Registro 
Geral, com área de 64,63ha, tendo como frente o primeiro imóvel citado, situado na Estrada das 
Quirinas, nº 6301.
A área abrangida pela Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre São Pedro tem a 
seguinte descrição: parte-se do ponto situado no extremo sul da propriedade, ponto formado 
pela esquina da Estrada das Quirinas com o Beco da Taquara, o qual mede 272,5m, um rumo 
de 43°45’ NE, de seu extremo parte o segundo ali nhamento que tem rumo 52°38’ NE, com 
comprimento de 138,5m, esse pri meiro e segundo alinhamentos totalizam a divisa SE da 
propriedade que acompanha a Estrada das Quirinas numa extensão de 411m, do extremo 
do 2° alinhamento inicia a divisa NE da propriedade com terras que são ou foram de Virgílio 
Freitas Guimarães, composta unicamente pelo 3° alinhamento numa extensão de 2.488m 
percorrida sobre o rumo 43°34’ N O até encontrar a margem esquerda de uma sanga, onde 
encontra o limite da propriedade de terras que são ou foram de Jockey Club do Rio Grande do 
Sul, parcialmente incluída neste gravame, totalizando 136,14ha de superfície.
Endereço: Estrada das Quirinas, 6.301, bairro Lami (entrada pelo Beco Passo da Taquara)
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História
Porto Alegre
Localizada em uma região habitada pelo homem desde 11 mil anos atrás, Porto Alegre 
estabeleceu-se como cidade somente no século XVIII. Até então o território do Rio Grande do Sul 
ainda pertencia legalmente aos espanhóis, mas desde o século XVII os portugueses começaram 
a dirigir esforços para a conquista, e foram progressivamente penetrando no território pelo 
nordeste, chegando através do Caminho dos Conventos, uma extensão da Estrada Real, à região 
da Vacaria dos Pinhais, e dali descendo para Viamão. A penetração foi realizada por bandeirantes 
que vinham em busca de escravos índios e por tropeiros que caçavam os grandes rebanhos de 
gado bovino, mulas e cavalos que viviam livres no estado. Mais tarde os tropeiros passaram a 
se radicar no sul, transformando-se em estancieiros e solicitando a concessão de sesmarias. 
A primeira delas foi outorgada em 1732 a Manuel Gonçalves Ribeiro na Parada das Conchas, 
onde hoje é Viamão. Outra via de penetração foi através do litoral, fundando-se em 1737 uma 
fortaleza onde hoje é Rio Grande, com o objetivo dar assistência à Colônia do Sacramento, no 
Uruguai.
Depois da assinatura do Tratado de Madrid (1750) o rei de Portugal determinou que fosse 
reunido um grupo de quatro mil casais dos Açores para povoar o sul, mas efetivamente foram 
transportados apenas cerca de mil casais, que se espalharam pelo litoral entre Osório e Rio 
Grande, e um pouco pelo interior. Cerca de 500 pessoas se fixaram em 1752 à beira do lago 
Guaíba, no chamado Porto de Viamão, o primeiro nome da futura Porto Alegre. Os conflitos 
locais entre portugueses e espanhóis, porém, não foram contidos pelo Tratado. Rio Grande foi 
invadida por espanhóis em 1763, a população portuguesa fugiu e o governo da Capitania do 
Rio Grande de São Pedro se mudou às pressas para Viamão. O Porto de Viamão foi elevado a 
freguesia, com o nome de Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, em 26 de março de 
1772, hoje estabelecida como data oficial da fundação da cidade.
Em vista da sua melhor situação geográfica e estratégica, em 25 de julho de 1773 o governador 
da Capitania, Marcelino de Figueiredo, determinou a transferência da capital de Viamão para lá, 
quando a freguesia já tinha cerca de 1.500 habitantes.
Em 16 de dezembro de 1812 Porto Alegre tornou-se sede da Capitania de São Pedro do Rio 
Grande do Sul, recém criada, e cabeça da comarca de São Pedro do Rio Grande e Santa Catarina. 
Em 1814 o novo governador, Dom Diogo de Sousa, obteve a concessão de uma grande sesmaria 
ao norte, com o fim expresso de estimular a agricultura local. Com o crescimento de cidades 
próximas como Rio Pardo e Santo Antônio da Patrulha, e em vista de sua privilegiada situação 
geográfica, na confluência das duas maiores rotas de navegação interna - a do rio Jacuí e a da 
Lagoa dos Patos - Porto Alegre começava a se tornar o maior centro comercial da região. A 
frota permanente que frequentava o porto nesta altura contava com cerca de cem navios, e 
foi aberta uma alfândega. Também se iniciavam exportações de trigo e charque. Em 1816 se 
haviam comerciado 400 mil alqueires de trigo para Lisboa, e em 1818 se venderam mais de 120 
mil arrobas de charque, produto que logo assumiria a dianteira na economia local.
Em 1822 a vila ganhou foro de cidade. A partir de então chegaram os primeiros imigrantes 
alemães, instalando restaurantes, pensões, pequenas manufaturas, olarias, alambiques e 
diversos estabelecimentos comerciais. Como a situação econômica da Capitania não ia bem, 
pressionada por pesados impostos e negligenciada pelo governo imperial, em 1835 estalou 
em Porto Alegre a Revolução Farroupilha. Tomada em 1836 pelas tropas imperiais, a partir de 
então a cidade sofreu três longos cercos até o ano de 1838. Foi a resistência a esses cercos que 
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fez D. Pedro II dar à cidade o título de "Mui Leal e Valorosa". Apesar do inchaço populacional 
daqueles tempos, a malha urbana só voltou a crescer em 1845, após o fim da revolução e com a 
derrubada das muralhas que cercavam a cidade.
No período de 1865 a 1870 a Guerra do Paraguai transformou acapital gaúcha na cidade mais 
próxima do teatro de operações. A cidade recebeu dinheiro do governo central, além de serviço 
telegráfico, novos estaleiros, quartéis, melhorias na área portuária. Em 1872 as primeiras linhas 
de bonde entraram em circulação. Construiu-se a Usina do Gasômetro (1874) para geração 
de energia e implantou-se uma rede de esgotos (1899), enquanto que os bairros da cidade se 
expandiam.
Na virada do século XX Porto Alegre passou a ser imaginada como o cartão de visitas do Rio 
Grande do Sul, idéia alinhada com os propósitos do Positivismo, corrente filosófica abraçada 
pelos governos estadual e municipal, e por isso a cidade deveria transmitir uma impressão de 
ordem e progresso. Para transformar a idéia em fato, a Intendência, a cuja testa estava José 
Montaury, iniciou um enorme programa de obras públicas. Montaury permaneceu no governo 
municipal por 27 anos, sendo sucedido por Otávio Rocha e Alberto Bins, que em linhas gerais 
mantiveram a mesma orientação. A fim de melhor controlar o processo de desenvolvimento, o 
município atraiu para si a responsabilidade sobre muitos serviços públicos, como o fornecimento 
de água encanada, iluminação, transporte, educação, policiamento, saneamento e assistência 
social, em um volume que ultrapassava em muito o hábito da época e superava o que faziam na 
mesma altura São Paulo e Rio de Janeiro.
Em 1940 o município contava com cerca de 385 mil habitantes e seus índices de crescimento 
eram positivos para a indústria, a construção civil, a educação, a saúde, a eletrificação, o 
saneamento, o movimento portuário, os transportes e as obras de urbanização. A segunda 
metade do século XX foi caracterizada por um acelerado crescimento urbano e populacional, 
e os sucessivos administradores se empenharam novamente em uma série de investimentos 
em obras públicas, enquanto a cidade via desaparecer, sob a onda do progresso, boa parte de 
suas edificações antigas. Paralelamente, a cultura de Porto Alegre se caracterizou por um forte 
colorido político, reunindo expressivo grupo de intelectuais e produtores artísticos influentes 
alinhados ao Existencialismo e ao Comunismo. Entre o fim da década de 1950 e os anos que 
precederam o golpe militar de 64 foram montadas peças teatrais de vanguarda, em polêmicas 
abordagens de crítica social; as artes plásticas mostravam uma arte realista/expressionista de 
mesmo perfil, que por vezes adquiria um tom panfletário. Porto Alegre nas últimas décadas 
se tornou uma das grandes metrópoles brasileiras, internacionalizou sua cultura, se tornou 
um modelo de administração pública, dinamizou sua economia a ponto de se tornar uma das 
cidades mais ricas do mundo, e alcançou altos níveis de qualidade de vida, mas ao mesmo 
tempo passou a experimentar os problemas que afligem outros grandes centros urbanos do 
Brasil, com o surgimento de favelas, de dificuldades no trânsito e crescimento da poluição e dos 
índices de criminalidade.
Geografia
Porto Alegre
A área de Porto Alegre, de 496,684 km2 , é um ponto de encontro de distintos sistemas naturais 
que imprimem uma geografia diversificada à cidade. Um anel de morros graníticos com 730 
milhões de anos emoldura a região de planície onde está o grande centro urbano da cidade, 
ocupando 65% de seu território. Os morros fazem parte de uma plataforma originada de 
rochas que se fundiram sob pressão e calor intensos no interior da terra e depois emergiram, 
44
elevando-se à altura de montanhas. Hoje, desbastadas e fendidas pela erosão de milhões de 
anos, formam pequenos morros de cume arredondados que dominam a paisagem da capital. 
O Morro Santana, com 311 m de altura, é o ponto mais alto, com matas e campos nativos, 
cachoeiras, banhados, charcos, lagos, córregos e cascatas.
Esta formação geológica foi uma espécie de contensão natural para a ocupação do município em 
direção à zona sul, e contribuíu para que Porto Alegre conserve 30% de seu território como área 
rural, a segunda maior entre as capitais brasileiras. Outra parte do território da capital, cerca 
de 44 km², estão distribuídos em 16 ilhas do Lago Guaíba sob jurisdição do município. O lago 
contorna a cidade numa extensão 70 km de orla fluvial a expressão geográfica mais marcante da 
capital gaúcha. O conjunto de ilhas, parques e de áreas de preservação natural, somado à área 
rural e ao elevado índice de arborização das vias públicas, fazem de Porto Alegre uma cidade 
verde, acima do recomendado pela organização Mundial da Saúde (OMS). Outros dados:
Fundação oficial: 26 de março de 1772
Localização: Latitude – 30° / Longitude W – Greenwich 51°. Capital mais meridional do Brasil
Altitude: 10 m
Área: 496,684 km2
Relevo: A cidade ocupa uma área de planície circundada por 40 morros que abrangem 65% da 
sua área. É limitada pela orla fluvial do lago Guaíba, de 72
quilômetros de extensão.
População: 1.409.351 ( Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010 )
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): 0,865
História do Rio 
Grande do Sul
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A bandeira do estado do Rio Grande do Sul foi adotada como símbolo oficial do estado no ano de 
1891 e sua autoria é incerta. Alguns estudos apontam como sendo do major Bernardo Pires, do 
Exército Republicano, porém outros historiadores afirmam ser de autoria do engenheiro militar 
José Mariano de Mattos. A bandeira tem origem nos desenhos dos rebeldes da Guerra dos 
Farrapos, que ocorreu no ano de 1835. A composição original não possuía o brasão de armas.
Por muito tempo, a bandeira não possuiu uma lei que a descrevesse ou regulamentasse seu 
uso. Em 1937, durante o regime político do Estado Novo, o presidente Getúlio Vargas ordenou 
que todos os símbolos estaduais fossem abolidos, incluindo bandeiras e brasões. Devido a 
esse acontecimento, a bandeira só foi reestabelecida novamente no ano de 1966, quando foi 
sancionada a lei que regulamentava seu uso e descrição.
A bandeira do Rio Grande do Sul é formada por um retângulo dividido em três faixas diagonais 
nas cores verde, vermelho e amarelo. Na seção vermelha, coincidindo com o centro da bandeira, 
está disposto um círculo branco com o brasão do estado em seu interior.
Não há um consenso sobre o significado exato das cores da bandeira sul-rio-grandense. 
Muitas teorias envolvem aspectos políticos e históricos que entram em contradição em algum 
momento. Entretanto, a simbologia mais aceitável é a que considera as cores separadamente e 
atribui um significado a cada uma dela:
● A cor verde representa as matas dos Pampas e a riqueza natural da região;
● A cor vermelha simboliza os ideais revolucionários que marcaram a história do estado, assim 
como a coragem do povo;
● A cor amarela representa as riquezas do território do Rio Grande do Sul.
Rio Grande do Sul 
e sua População
O Estado do Rio Grande do Sul está localizado na região Sul do Brasil.
A capital é Porto Alegre e a sigla RS.
● Área: 281.737,947
● Limites: O Rio Grande do Sul limita-se ao sul com o Uruguai, a oeste com a Argentina, a
leste com o oceano Atlântico e ao norte com Santa Catarina
● Número de municípios: 497
● População: 11.377.239 milhões de habitantes, conforme a estimativa do IBGE para 2019
● Gentílico: gaúcho
● Principal cidade: Porto Alegre
Densidade demográfica 39,79 hab/km² [2010]
Matrículas no ensino fundamental 1.298.736 matrículas [2018]
Matrículas no ensino médio 338.065 matrículas [2018] 
Docentes no ensino fundamental 73.770 docentes [2018] 
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Docentes no ensino médio 27.771 docentes [2018]
Número de estabelecimentos de ensino fundamental 5.926 escolas [2018]
Número de estabelecimentos de ensino médio 1.503 escolas [2018]
IDH Índice de desenvolvimento humano 0,746 [2010]
Rendimento mensal domiciliar per capita 1.705 R$ [2018]
Total de veículos 7.077.972 veículos [2018]
Rendimento nominal mensal domiciliar per capita 1.705,00 R$ [2018]
Pessoal ocupado na Administração pública, defesa e seguridade social 350.956 pessoas [2017]
População NativaHabitada inicialmente por índios Charrua/Minuano, Guarani e Kaingang, o território do Rio 
Grande do Sul passou a pertencer à Espanha com o Tratado de Tordesilhas, em 1494, que 
estabeleceu os limites com Portugal. A exploração econômica e a possibilidade de escravização 
dos indígenas atraiu a atenção dos colonizadores europeus, e, ao mesmo tempo, provocou o 
envio de jesuítas espanhóis para converter os nativos.
Um dos primeiros registros que faz referência à região data de 1531, quando os navegadores 
portugueses Martin Afonso de Souza e Pero Lopes, de passagem pela costa (na qual não 
desembarcaram), batizaram a barra (onde alguns anos depois, foi aberta a passagem para os 
navios, do oceano para a Lagoa dos Patos) com o nome de Rio Grande de São Pedro.
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Tidos como extintos, os índios charrua sobreviveram 'invisíveis' por décadas e hoje lutam 
por melhores condições de vida A história da etnia tinha um final conhecido: o confronto de 
Salsipuedes, em 1831. O embate acabou se tornando um massacre oficial (planejado pelo 
governo uruguaio) e desleal. Caciques foram convidados a discutir uma aliança contra o Brasil, 
mas, desarmados, acabaram mortos, presos ou obrigados a trabalharem para estancieiros. Até 
mães foram separadas de seus filhos.
A herança cultural charrua, principalmente a língua, acabou se perdendo ao longo do tempo. 
parte da etnia conseguiu cruzar a fronteira com o Brasil e se instalar na região das Missões, no 
noroeste gaúcho. A invisibilidade social viria a se tornar a principal estratégia de sobrevivência.
Mas como pode uma versão equivocada da história vigorar por tanto tempo? grupos que 
acabaram escapando desses massacres, se refugiaram nos fundos de grandes latifúndios, em 
regiões impróprias para criação de gado, longe das sedes de estâncias, e lá se mantiveram" 
Dados oficiais dizem que existem atualmente na 6397 Charruas na Argentina e 42 no Rio Grande 
do Sul (INDEC, 2010) (Siasi/Sesai, 2014).
48
Índios Charrua e Minuano
No Rio Grande do Sul, os índios Charrua/Minuano ocupavam áreas de campos do sudoeste, até 
aproximadamente a altura dos rios Ibicuí e Camaquã, mas também se estendiam para o pampa 
uruguaio e as pequenas porções do território argentino.
Cada uma delas, entretanto, ocupava áreas bem-definidas. Os Charrua “moravam mais para o 
oeste, ocupando ambas as margens do Rio Uruguai e tiveram maior contato com o colonizador 
espanhol”, enquanto que os Minuano “se localizavam mais para leste, nas áreas irrigadas pelas 
lagoas dos Patos, Mirim e Mangueira, com extensão até as proximidades de Montevidéu; 
tiveram maior contato com os portugueses”
Os Charrua/Minuano praticavam a caça, a pesca e a coleta. Nas primeiras décadas do século 
XVI, as expedições sobre os territórios Charrua/Minuano foram esporádicas. Entretanto, a partir 
de meados deste mesmo século e primeiras décadas do século XVII, os interesses das Coroas 
Ibéricas crescem na região e alianças com lideranças Charrua, como Zapicán, Miní, Guaytán, 
e lideranças Minuanas, como Cloyan e Lumillan, passam a ser efetivadas. Possivelmente pela 
lógica nativa, essas alianças possibilitaram vantagens das parcialidades lideradas por estes 
caciques para lutarem contra os grupos indígenas inimigos que também ocupavam o território.
O contato dos Kaingang com a sociedade teve início no final do século XVIII e efetivou-se 
em meados do século XIX, quando os primeiros chefes políticos tradicionais (Põ’í ou Rekakê) 
aceitaram aliar-se aos conquistadores brancos (Fóg), transformando-se em
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capitães. Esses capitães foram fundamentais na pacificação de dezenas de grupos arredios 
que foram vencidos entre 1840 e 1930. Entre os desdobramentos dessa história, destacam-se 
o processo de expropriação e acirramento de conflitos, não apenas com os invasores de seus 
territórios, mas intragrupos kaingang. Os Kaingang vivem em mais de 30 Terras Indígenas que 
representam uma pequena parcela de seus territórios tradicionais.
Índio Guarani
50
Os índios Guarani formam o maior povo em quantidade de indivíduos a viver no Brasil. Eles são 
originários do tronco da família linguística tupi-guarani. No Brasil, os guaranis vivem nos estados 
brasileiros do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito 
Santo, Pará, Santa Catarina e Tocantins, somente no País, há 57 mil indivíduos, conforme o 
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Também há indígenas guaranis vivendo na 
Argentina, Bolívia e no Paraguai, a maior parte dos guarani vive na Bolívia, onde há 78,3 mil 
indivíduos. No Paraguai existem 41, 2 mil e na Argentina 6,5 mil. No Rio Grande do Sul A nação 
Guarani era dividida em três grandes grupos: 
Tapes - habitavam a zona oeste e centro-oeste do estado e seriam os futuros índios missioneiros.
Arachanes - habitavam a banda oeste da Lagoa dos Patos.
Carijós ou Patos - habitavam o litoral norte do Rio Grande do Sul e Porto Alegre.
Missões 
Jesuíticas
As missões jesuíticas na América, também chamadas de reduções, foram os aldeamentos 
indígenas organizados e administrados pelos padres jesuíticas no Novo Mundo, como parte de 
sua obra de cunho civilizador e evangelizador. O objetivo principal das missões jesuíticas foi o 
de criar uma sociedade com os benefícios e qualidades da sociedade cristã européia, mas isenta 
dos seus vícios e maldades. Essas missões foram fundadas pelos jesuítas em toda a América 
colonial,
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Para conseguirem seu objetivo os jesuítas desenvolveram técnicas de contato e atração dos 
índios e logo aprenderam suas línguas, e a partir disso os reuniram em povoados que por 
vezes abrigaram milhares de indivíduos. Eram em larga medida auto-suficientes, dispunham 
de uma completa infraestrutura administrativa, econômica e cultural que funcionava num 
regime comunitário, onde os nativos foram educados na fé cristã e ensinados a criar arte às 
vezes com elevado grau de sofisticação, mas sempre em moldes europeus. Depois de um 
início assistemático marcado por tentativas frustradas, em meados do século XVII o modelo 
missioneiro já estava bem consolidado e disseminado por quase toda a América, mas teve de 
continuar enfrentando a oposição de setores da Igreja Católica que não concordavam com seus 
métodos, do restante da população colonizadora, para quem os índios não valiam a pena o 
esforço de cristianizá-los, e os bandos de caçadores de escravos, que aprisionavam os índios 
para submetê-los ao trabalho forçado na economia colonial exploradora e destruíram diversos 
povoados, causando muitas mortes. Mesmo com vários problemas a vencer as missões como 
um todo prosperaram a ponto de em meados do século XVIII os jesuítas se tornarem suspeitos 
de tentar criar um império independente, o que foi um dos argumentos usados na intensa 
campanha difamatória que sofreram na América e na Europa e que acabou por resultar na sua 
expulsão das colônias a partir de 1759 e na dissolução da sua Ordem em 1773. Com isso o 
sistema missioneiro entrou em colapso, causando a dispersão dos povos indígenas reduzidos.
O sistema missioneiro buscou introduzir o Cristianismo e um modo de vida europeizado, 
integrando, porém, vários dos valores culturais dos próprios índios, e estava baseado no respeito 
à sua pessoa e às suas tradições grupais, até onde estas não entrassem em conflito direto com os 
conceitos básicos na nova fé e da justiça. O mérito e a extensão do sucesso dessa tentativa têm 
sido objeto de muito debate entre os historiadores, mas o fato é que foi de importância central 
para a primeira organização do território e para o lançamento das fundações da sociedade 
americana como hoje ela é conhecida. Vários monumentos missioneiros são hoje patrimonial 
mundial.
Sete Povos das Missões é o nome que se deu ao conjunto de sete aldeamentos indígenas 
fundados pelos jesuíticas espanhóis no continentedo Rio Grande de São Pedro, atual Rio Grande 
do Sul composto pelas Reduções de São Francisco de Borja, São Nicolau, São Miguel Arcanjo, 
São Lorenso Martins, São João Batista, São Luiz Gonzada e Santo Ângelo Custódio.
Os Sete Povos também são conhecidos como Missões Orientais, por estarem localizados a 
leste do Rio Uruguai. Os Sete Povos foram fundados na derradeira onda colonizadora jesuíta na 
região, depois de terem sido fundadas dezoito reduções em tempos anteriores, todas destruídas 
pelos bandeirantes brasileiros e exploradores portugueses. Dentre as causas apontadas 
pelos historiadores para o retorno, estão a abundância de gado na região e o desejo da coroa 
espanhola de assegurar a posse daquelas terras, em virtude da crescente presença portuguesa 
no sul. Contudo, essas teses são controversas.
Seja como for, a partir de 1682 os Jesuítas começaram a voltar para as suas antigas terras, e 
neste mesmo ano foi fundado o primeiro dos Sete Povos: São Francisco de Borja, seguido por 
São Nicolau, São Luiz Gonzaga e São Miguel.
No século XVIII, a região estava sob disputa entre Espanha e Portugal. O Tratado de Madri de 
1750 havia posto a área à disposição de Portugal em troca da Colônia do Sacramento, e a saída 
dos Jesuítas espanhóis ali ficou decretada. Mas este Tratado gerou conflitos: nem padres nem 
índios queriam abandonar suas reduções, nem os portugueses queriam abandonar Sacramento.
52
Houve uma série de confrontos armados que culminaram na Guerra Guaranítica, que deixou 
um rastro de destruição e sangue que abalou as estruturas do sistema missioneiro.
Logo depois veio fim: com a intensa campanha difamatória que os Jesuítas sofreram a partir 
de meados do século XVIII, a Companhia de Jesus foi expulsa de terras portuguesas em 1759, e 
em 1767 a Espanha fez o mesmo. No ano seguinte todas as reduções foram esvaziadas, com a 
retirada final dos Jesuítas. Então suas terras foram apossadas pelos espanhóis e os índios foram 
subjugados ou dispersos.
Quando em 1801 eclodiu nova guerra entre Portugal e Espanha, os Sete Povos já estavam em tal 
estado de desintegração que com apenas 40 homens Manuel dos Santos Pedroso e José Borges 
do Canto conseguiram conquistá-los para Portugal, embora pareça ter havido a participação 
indígena como facilitadora da tomada de posse. Depois disso Portugal anexou o território ao Rio 
Grande do Sul, instalando um governo militar na região, encerrando todo um ciclo civilizatório e 
dando início a outro.
Tratados e consolidação do estado
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O Tratado de Tordesilhas foi assinado em 7 de junho de 1494 entre Portugal e Espanha
Os Tratados entre Portugal e Espanha, o Tratado de Tordesilhas, as Fronteiras do Brasil, os 
demais Tratados. Em 1494 foi assinado entre Portugal e Espanha o Tratado de Tordesilhas. O 
Tratado de Tordesilhas acordado em 07 de junho de 1494 entre os países de Portugal e Espanha 
na vila de Tordesilhas é o mais famoso documento na história destes países.O documento reflete 
a hegemonia Ibérica sobre boa parte da terra por causa dos descobrimentos.Este Tratado foi 
validado em 02 de julho de 1494 pela Espanha na cidade de Arevalo e por Portugal em 05 de 
setembro de 1494 na cidade de Setúbal.
Conflitos eram frequentes entre os espanhóis e portugueses. Houve a necessidade de regularizar 
a situação, quando foi assinado o Tratado de Madri em 1750. Neste tratado, defendido pelo 
português Alexandre de Gusmão dava ao Brasil território parecido com o atual.Por este tratado, 
Portugal entregaria a região da Colônia do Sacramento à Espanha e receberia os Sete Povos 
das Missões no Rio Grande do Sul, de origem espanhola já que foram os jesuítas espanhóis que 
catequizaram os índios guaranis.
Mas os jesuítas e índios guaranis, liderados pelo índio Sepé Tiarajú, não aceitaram a devolução 
das terras, originando a Guerra Guaranítica, onde morreram mais de 30.000 índios. Os que não 
morreram foram escravizados. Diante da guerra, Portugal não entregou a colônia de Sacramento 
aos espanhóis.
No ano de 1761, no Tratado de El Pardo, os Sete Povos continuariam com a Espanha mas já 
estava em declínio econômico pois estavam sem os jesuítas e os índios guaranis que restavam 
se empregavam como peões nas fazendas de gado.
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Os desentendimentos pelas colônias entre Portugal e Espanha continuaram e em 1763, o 
governador de Buenos Aires, D. Pedro de Cevallos conquistou Sacramento e invadiu a capitania 
de São Pedro, atual Rio Grande do Sul, tomando a cidade de Rio Grande até 1776 quando foram 
expulsos pelas tropas voluntárias gaúchas com auxílio das tropas do reino. Mas em 1777 Cevallos 
tomou novamente Sacramento e a Ilha de Santa Catarina. Em 1777 foi assinado o Tratado de 
Santo Ildefonso onde Portugal ficaria com a Ilha de Santa Catarina, enquanto que a Espanha 
ficaria com os Sete Povos das Missões e Sacramento.
A desvantagem territorial portuguesa no sul do Brasil manteve os confrontos na região. Em 
1801 foi definitivamente solucionado os confrontos pelas terras com a assinatura do Tratado de 
Badajós entre Portugal e Espanha que daria ao Brasil o atual território, ficando Sacramento com 
a Espanha e os Sete Povos das Missões com o Brasil.
O território hoje ocupado pelo Rio Grande do Sul está entre as áreas do País que mais demoraram 
a receber a ocupação do colonizador português. A constituição do território se fundamenta em 
1680 por necessidade da Coroa portuguesa em socorrer sua praça meridional, a Colônia do 
Sacramento, às margens do rio da Prata, que enfrentava investidas de tropas espanholas. Foram 
os jesuítas em meados de 1682 que fundaram a primeira cidade do Rio Grande do Sul: São 
Francisco de Borja, a atual São Borja.
Durante o século XVIII, houve intensa disputa pelo território por espanhóis e portugueses. 
Os espanhóis fundaram em 1726, a cidade de Montevidéu, a leste da colônia de Sacramento, 
fundada criada em 1680.
O objetivo da fundação de Montevidéu era reduzir a influência portuguesa. Como resposta, 
os portugueses fundaram em 1737 o Forte de Jesus Maria José, hoje cidade de Rio Grande. A 
disputa terminou em 1777, quando Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Santo Ildefonso. 
Pelo acordo, a colônia de Sacramento permanecia em posse de Espanha e o Rio Grande ficaria 
ATUALIDADE E GEOPOLÍTICA - RS | FABRICIO MULLER
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com Portugal. Com a consolidação do poderio lusitano no século 17, o então Rio Grande de São 
Pedro se estabelece como província em 1796. Pouco depois, em 1809, são criados os municípios 
de Rio Grande, Rio Pardo, Santo Antônio da Patrulha e Porto Alegre - à época, a economia da 
província se baseava nas charqueadas (produção de carne salgada).
O Tratado de Santo Ildefonso, assinado entre Portugal e Espanha, no dia 1 de outubro de 
1777, na cidade de Ildefonso, na província de Segóvia, na Espanha, faz parte de uma série de 
tratados geopolíticos assinados entre os dois estados europeus no decorrer do período colonial. 
Seu intuito era finalizar os conflitos geopolíticos que ocorriam há três séculos entre as duas 
nações. O tratado restaurava grande parte do Tratado de Madri (1750) que havia sido anulado 
com a assinatura do Tratado de El Pardo (1761), resultante do fracasso na promoção da paz nas 
fronteiras coloniais.
Estabelecia novos limites para os territórios localizados ao sul, região de fronteiras entre o 
Estado do Rio Grande do Sul e o Uruguai, indicando novas extensões geopolíticas que poderiam 
muito bem ser dimensionadas pelos milhares de indígenas que habitavam a região.
A Colônia Portuguesa do Sacramento e os Sete Povos das Missões estavam no meio do litígio. Ali, 
vários aldeamentos de jesuítas espanhóis acomodavam milhares de Guaranis em processo de 
evangelização. A localização privilegiada, longe dos centros coloniais, não impediu os invasores 
que intentavam pôr as mãos nos recursos humanos disponíveis. Não foram raras as ocasiões 
em que expedições de apresamento invadiram as missões e capturaram milhares de indígenas

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