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PROCESSO CIVIL (2)

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OABNAMEDIDA.COM.BR
PROCESSO 
CIVIL
APOSTILA 
INTEGRADA 
COM O APP!
XXXIII 
EXAME
INCLUI:
• Quadros de ATENÇÃO
• Tabelas Comparativas
• Esquemas Didáticos
• Referências a temas cobrados
em provas anteriores
ATUALIZADO COM:
• Lei nº 13.994/2020 (conciliação não
presencial nos Juizados Especiais)
• Lei nº 13.894/2019 (competência,
prioridade de tramitação e 
intervenção do MP nos processos 
com violência doméstica)
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Alteração Legislativa Atenção Exemplo
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SUMÁRIO
1. NORMAS FUNDAMENTAIS E A APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
2. JURISDIÇÃO
3. COMPETÊNCIA
4. SUJEITOS DO PROCESSO
4.1. PARTES E PROCURADORES
4.2. LITISCONSÓRCIO
4.3. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
5. DESPESAS, HONORÁRIOS DE ADVOGADO E MULTA
6. JUSTIÇA GRATUITA
7. JUIZ E AUXILIARES DA JUSTIÇA
8. MINISTÉRIO PÚBLICO
9. DEFENSORIA PÚBLICA
10. ATOS PROCESSUAIS
10.1. FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS
10.2. COMUNICAÇÃO DOS ATOS
10.3. NULIDADES
11. TUTELA PROVISÓRIA
11.1. TUTELA DE URGÊNCIA
11.2. TUTELA DE EVIDÊNCIA
12. FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO
13. PROCEDIMENTO COMUM
13.1. PETIÇÃO INICIAL
13.2. IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
13.3. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
13.4. CONTESTAÇÃO
13.5. RECONVENÇÃO
13.6. REVELIA
13.7. PROVIDÊNCIA PRELIMINARES
13.8. JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO
13.9. AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
13.10. PROVAS
14. SENTENÇA E COISA JULGADA
14.1. SENTENÇA
14.2. REMESSA NECESSÁRIA
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14.3. COISA JULGADA 
15. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
16. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
17. RECURSOS
17.1. PRINCÍPIOS MAIS IMPORTANTES
17.2. EFEITOS RECURSAIS
17.3. PRESSUPOSTOS RECURSAIS
17.4. RECURSOS EM ESPÉCIE
17.4.1 APELAÇÃO
17.4.2 AGRAVO DE INSTRUMENTO
17.4.3 AGRAVO INTERNO 
17.4.4 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
17.4.5 RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL 
17.4.6 EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
17.4.7 RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
18. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
19. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
20. PROCESSO DE EXECUÇÃO
20.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
20.2. PENHORA
20.3. EMBARGOS À EXECUÇÃO
20.4. MEIOS DE EXPROPRIAÇÃO DOS BENS
21. AÇÃO RESCISÓRIA
22. LEGISLAÇÃO ESPECIAL
22.1. JUIZADOS ESPECIAIS
22.2. AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL
22.3. ALIMENTOS GRAVÍDICOS
22.4. PROCESSO ELETRÔNICO
22.5. MANDADO DE SEGURANÇA
22.6. AÇÃO POPULAR
22.7. AÇÃO CIVIL PÚBLICA
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1. NORMAS FUNDAMENTAIS E APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
1.1. NORMAS FUNDAMENTAIS 
O código de processo civil de 2015 criou uma categoria de normas fundamentais, dispostas nos 
artigos 1 ao 12, sendo que, entre as normas estabelecidas, destacamos aquelas que entendemos 
mais importantes para a prova da OAB/FGV: 
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Estabeleceu-se, portanto, a necessidade de se estimular a autocomposição das partes, dever 
que incumbe não apenas ao Estado, mas a todos os participantes do processo, incluindo os 
magistrados e membros do ministério público. 
Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, 
incluída a atividade satisfativa.
Trata-se da consagração do princípio da primazia da decisão do mérito, isto é, deve-se priorizar 
as decisões que apreciam o mérito em detrimento daquelas que extinguem o processo sem 
resolução do mérito. 
Cita-se como exemplo de aplicação do princípio da primazia da decisão do mérito o disposto 
no art. 321 do CPC/2015, que dispõe que o juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os 
requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar 
o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Art. 6º Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em 
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
O artigo acima transcrito tem por objetivo transformar o processo em um ambiente cooperativo, 
assegurando lealdade e equilíbrio entre as partes e orientando o juiz a ter comportamento de 
esclarecimento e de auxílio, para evitar obstáculos processuais desnecessários. 
Art. 7º É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos 
e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de 
sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
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A norma estabelece em sua primeira parte o princípio da igualdade processual, segundo 
o qual as partes devem ser tratadas de forma isonômica, levando-se em consideração a suas
desigualdades. Nesse sentido, o art. 1.048 do CPC/2015 estabelece que terão prioridade de
tramitação: I) os procedimentos judiciais regulados pelo ECA, II) os processos que figure como
parte, ou interessado, pessoa com idade igual ou superior a 60 anos ou portadora de doença grave
e III) os processos em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar, nos termos
da Lei Maria da Penha.
A segunda parte do art. 7º, por sua vez, impõe ao juiz o dever de zelar pelo efetivo contraditório, 
sendo um exemplo de sua aplicação a possibilidade de o juiz dilatar o prazo para a contestação 
quando o autor juntar dezenas de documentos na inicial. 
Outro exemplo em que o juiz deve zelar pelo contraditório efetivo diz respeito ao contido no 
inciso VI do art. 139 do CPC/2015, in verbis: O juiz dirigirá o processo conforme as disposições 
deste Código, incumbindo-lhe: (...) VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de 
produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir 
maior efetividade à tutela do direito;
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
Não é possível, portanto, que uma decisão seja prejudicial à parte que não foi previamente 
ouvida. Em outras palavras, o juiz apenas poderá decidir de forma desfavorável a uma parte se 
lhe conceder a possibilidade de defesa. 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento 
a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda 
que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
 Trata-se de artigo que concretiza o princípio do contraditório e consagra o dever de consulta 
do juiz, para se evitar decisões surpresas. Assim, as partes têm o direito de se manifestar sobre 
qualquer questão que seja relevante para o processo, ainda que a questão seja passível de 
conhecimento de ofício pelo juiz, como por exemplo nos casos que envolvam o pronunciamento de 
prescrição ou decadência. 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de 
conclusão para proferir sentença ou acórdão. 
§ 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição 
para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2º Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência 
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liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em 
julgamento de casos repetitivos;
III- o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 (extinção do processo sem resolução 
de mérito) e 932 (decisão do relator em grau de recurso);
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
§ 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões 
entre as preferências legais.
§ 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado
pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a
reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
§ 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição
em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º,
o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de 
realização de diligência ou de complementação da instrução;
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.
Desse modo, a partir do código de processo civil de 2015, o juiz tem o dever de observar a 
ordem cronológica de conclusão para proferir a decisão judicial, como forma de se prestigiar 
os princípios da igualdade e da duração razoável do processo. Essa regra, entretanto, se aplica 
apenas às decisões finais, ou seja, não vale para as decisões interlocutórias de forma geral.
Importante ainda destacar que a lista de processos aptos a julgamento deve ser pública, ficando 
à disposição para consulta em cartório e na rede mundial de computadores.
1.2. APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS 
De acordo com o art. 14 do CPC/2015, a norma processual não retroagirá e será aplicável 
imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações 
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. Em outras palavras, a lei processual 
nova não interfere nos atos processuais já finalizados nem nos direitos processuais adquiridos. 
Se a lei processual alterar, por exemplo, o prazo da apelação para 10 dias, a parte que já tiver 
sido intimada para interpor a apelação não será afetada pela diminuição do prazo determinado 
pela lei nova.
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O art. 15 do CPC/2015, por sua vez, estabelece que na ausência de normas que regulem 
processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições do código de processo civil 
lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. 
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2. JURISDIÇÃO
Entende-se por jurisdição a parcela do poder conferida aos órgãos do Poder Judiciário para 
dizer o direito, ou seja, julgar os conflitos trazidos pelas partes, com a possibilidade de imposição 
coercitiva para que haja o cumprimento das decisões proferidas (execução das decisões). 
A jurisdição, como regra geral, é contenciosa (solução de conflitos), mas pode ser também 
voluntária, quando houver a denominada administração pública de interesses particulares, ou seja, 
nos casos em que não há propriamente um conflito de interesses, como nas alienações judicias, 
testamentos, codicilos, etc. 
A jurisdição brasileira não é ilimitada. No aspecto internacional, a competência do Poder 
Judiciário brasileiro poderá ser exclusiva ou concorrente em relação à jurisdição de outro país. 
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL 
CONCORRENTE 
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA 
AUTORIDADE BRASILEIRA
As ações em que (art. 21 do CPC/2015): 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, 
estiver domiciliado no Brasil;
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado 
no Brasil.
Ações de alimentos, quando (art. 22, I, do CPC/2015): 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; b)
o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse
ou propriedade de bens, recebimento de renda ou
obtenção de benefícios econômicos;
Ações decorrentes de relações de consumo (art. 22, 
II, do CPC/2015), quando o consumidor tiver domicílio 
ou residência no Brasil;
Ações em que as partes, expressa ou tacitamente, 
se submeterem à jurisdição nacional (art. 22, III, do 
CPC/2015). 
Compete à autoridade judiciária brasileira, com 
exclusão de qualquer outra (art. 23 do CPC/2015):
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no 
Brasil;
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à 
confirmação de testamento particular e ao inventário e 
à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor 
da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional;
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de 
união estável, proceder à partilha de bens situados 
no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do território 
nacional.
É importante salientar ainda que a jurisdição não se confunde com a arbitragem, uma vez que nesta a 
pessoa que irá decidir o litígio (árbitro) é escolhida pelas próprias partes (art. 13 da Lei n. 9.307/96).
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3. COMPETÊNCIA
Considera-se competência a “medida da jurisdição”, ou seja, representa a parcela do poder 
concedido a cada órgão do Poder Judiciário para o exercício da jurisdição. 
De acordo com o art. 43 do CPC/2015, determina-se a competência no momento do registro 
(apenas uma Vara) ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do 
estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário 
ou alterarem a competência absoluta.
De acordo com o CPC /73, as regras sobre prevenção seriam diferentes caso os juízos fossem da 
mesma comarca/subseção judiciária ou comarcas/subseções diferentes. Na primeira hipótese, 
seria prevento o juiz que despachou em primeiro lugar (art. 106 do CPC/73), ao passo que, na 
segunda hipótese, a citação válida que tornava prevento o juízo (art. 219 do CPC/73). Com o 
novo CPC tudo mudou! Agora não há mais essa divisão entre juízos de comarcas diferentes 
ou iguais e o juízo prevento será aquele perante o qual se deu o registro ou a distribuição da 
petição inicial (art. 59 do NCPC). TEMA COBRADO NO XXVIII EXAME DA OAB/FGV
Assim, a partir do registro ou distribuição ocorre a perpetuação da Jurisdição, de modo que a 
competência não poderá ser mais alterada, salvo no caso de supressão do órgão judiciário ou de 
alteração de sua competência absoluta. 
A competência é classificada em absoluta e relativa. Enquanto a primeira é fixada em razão 
do interesse público, não podendo ser alterada pela vontade das partes, sendo reconhecível de 
ofício pelo juiz a qualquer tempo, a segunda está relacionada a interesses privados e pode ser 
modificada pela vontade das partes. 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA
Fixada em razão da matéria, da pessoa ou da função Fixada com base no valor da causa e no território
Interesse Público Interesse Privado 
Alegada como questão preliminar em contestação, 
ou em qualquer tempo e grau de jurisdição.
Alegada como questão preliminar em contestação, 
sob pena de prorrogação da competência.
Pode ser conhecida de ofício Não pode ser conhecida de ofício
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A declaração da incompetência absoluta implica 
remessa do processo ao Juízo competente e poderá 
gerar a anulação dos atos decisórios.
O reconhecimento da incompetência relativa não 
implica anulação dos atos decisórios
Inderrogável por convenção das partes. Admite foro de eleição. OBS: Antes da citação, 
a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser 
reputada ineficaz deofício pelo juiz, que determinará 
a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do 
réu. Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da 
cláusula de eleição de foro na contestação, sob pena 
de preclusão (art. 63 do CPC/2015).
Alegada em preliminar de contestação ou por 
simples petição nos autos TEMA COBRADO 
NO II EXAME DA OAB. 
Se o réu não alegar a incompetência relativa, 
ocorrerá a prorrogação da competência, ou seja, o 
juízo até então relativamente incompetente passará a 
ser competente para julgar a lide
De acordo com o CPC/2015, a declaração de incompetência absoluta não possui como efeito 
imediato a nulidade dos atos decisórios, já que dependerá de decisão expressa do juízo competente. 
Além disso, tanto a competência relativa quanto a absoluta devem ser alegadas em preliminar 
de contestação, ou seja, com o novo CPC não há mais a figura da exceção de incompetência. 
Permite-se ainda a classificação da competência em originária e derivava, sendo que a primeira 
está relacionada à competência para apreciação e julgamento da causa em primeira instância, 
geralmente atribuída aos juízes singulares, embora haja casos em que a competência originária 
é do Tribunal, como na hipótese de julgamento de ação rescisória. Já a competência derivada diz 
respeito à competência para julgamento de recursos, normalmente atribuída aos Tribunais. 
O código de processo civil estabelece alguns casos importantes de fixação de competência pelo 
critério territorial (em regra de competência relativa), ou seja, identifica o território onde a causa 
deverá ser julgada, conforme abaixo resumido: 
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 ESPÉCIE DE 
AÇÃO 
COMPETÊNCIA OBSERVAÇÕES
Ação fundada em direito 
pessoal ou em direito real 
sobre bens móveis (art. 46 
do CPC/2015)
Competente, em regra, o 
foro de domicílio do réu
Tendo mais de um domicílio, o réu será 
demandado no foro de qualquer deles.
Sendo incerto ou desconhecido o 
domicílio do réu, poderá ser demandado 
onde for encontrado ou no foro de domicílio 
do autor.
Quando o réu não tiver domicílio ou 
residência no Brasil, a ação será proposta 
no foro de domicílio do autor, e, se este 
também residir fora do Brasil, a ação será 
proposta em qualquer foro.
Havendo 2 (dois) ou mais réus com 
diferentes domicílios, serão demandados no 
foro de qualquer deles, à escolha do autor.
Execução fiscal (art. 46, § 
5º, do CPC/2015)
Competente o foro de 
domicílio do réu, o de sua 
residência ou o do lugar onde 
for encontrado.
Ações fundadas em 
direito real sobre imóveis
Competente o foro de 
situação da coisa.
O autor pode optar pelo foro de domicílio 
do réu ou pelo foro de eleição se o litígio 
não recair sobre direito de propriedade, 
vizinhança, servidão, divisão e demarcação 
de terras e de nunciação de obra nova.
A ação possessória imobiliária será 
proposta no foro de situação da coisa, cujo 
juízo tem competência absoluta.
Inventário, partilha, 
arrecadação, cumprimento 
de disposições de última 
vontade, impugnação 
ou anulação de partilha 
extrajudicial e todas as 
ações em que o espólio for 
réu, ainda que o óbito tenha 
ocorrido no estrangeiro 
(art. 48 do CPC/2015).
Competente o foro de 
domicílio do autor da herança, 
no Brasil.
Se o autor da herança não possuía 
domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros 
diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do 
local de qualquer dos bens do espólio.
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Ação em que o ausente 
for réu (art. 49 do 
CPC/2015)
Foro do último domicílio 
do ausente, que também 
é competente para a 
arrecadação, o inventário, a 
partilha e o cumprimento de 
disposições testamentárias.
Ação em que o incapaz for 
réu (art. 50 do CPC/2015)
Foro de domicílio de seu 
representante ou assistente.
Ação em que seja autora a 
União (art. 51 do CPC/2015)
Foro de domicílio do réu Se a União for a demandada, a ação 
poderá ser proposta no foro de domicílio 
do autor, no de ocorrência do ato ou fato 
que originou a demanda, no de situação da 
coisa ou no Distrito Federal.
Ação que seja autor 
Estado ou o Distrito Federal.
Foro de domicílio do réu Se Estado ou o Distrito Federal for o 
demandado, a ação poderá ser proposta no 
foro de domicílio do autor, no de ocorrência 
do ato ou fato que originou a demanda, 
no de situação da coisa ou na capital do 
respectivo ente federado.
Ação de divórcio, 
separação, anulação 
de casamento e 
reconhecimento ou 
dissolução de união estável 
(art. 53, I, do CPC/2015)
Foro de domicílio do 
guardião de filho incapaz;
Foro do último domicílio do 
casal, caso não haja filho incapaz;
Foro de domicílio do réu, se 
nenhuma das partes residir no 
antigo domicílio do casal;
Foro do domicílio da vítima 
de violência doméstica e 
familiar, nos termos da Lei 
Maria da Penha.
Ação em que se pedem 
alimentos (art. 53, II, do 
CPC/2015)
Foro de domicílio ou 
residência do alimentando.
Ação em que for ré 
pessoa jurídica (art. 53, III, 
do CPC/2015)
Foro do local onde está 
sua sede 
Quanto às obrigações que a pessoa 
jurídica contraiu, a ação pode ser proposta 
no foro onde se acha agência ou sucursal
Ação em que for ré 
sociedade ou associação 
sem personalidade jurídica 
(art. 53, III, do CPC/2015)
Foro do local onde exerce 
suas atividades
Ação que verse sobre 
direito previsto no estatuto 
do idoso 
Foro de residência do idoso 
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Ação de reparação de 
dano ou em que for réu 
administrador ou gestor de 
negócios alheios (art. 53, IV, 
do CPC/2015). 
Foro do lugar do ato ou fato
Ação de reparação de 
dano sofrido em razão 
de delito ou acidente 
de veículos, inclusive 
aeronaves (art. 53, V, do 
CPC/2015).
Foro de domicílio do autor 
ou do local do fato
As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas 
na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de 
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho, serão de competência da Justiça 
Federal (competência absoluta). Por esse motivo, o art. 45 do CPC/2015 dispõe que, tramitando 
o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo federal competente se nele
intervier a União, suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho
de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente.
Se o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da incompetência para apreciar
qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas
entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. Além disso, o juízo federal restituirá os
autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa
for excluído do processo.
Conforme mencionado anteriormente, a perpetuação da jurisdição ocorre com o registro 
ou distribuição da petição inicial. Entretanto, há casos em que se permite a modificação da 
competência, como nas hipóteses de conexão e continência, que objetivam principalmente evitar 
decisões judiciais conflitantes. 
De acordo com o art. 55 do CPC/2015, reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes 
for comum o pedido ou a causa de pedir, incluindo à execução de título extrajudicial e a ação de 
conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico e as execuções fundadas no mesmo título executivo. 
Os processos de ações conexas devem ser reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já 
houver sido sentenciado.
De acordo com o § 3º do art. 55 do CPC/2015, serão reunidos para julgamento conjunto os 
processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso 
decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
Por outro lado, a continência entre 2 (duas) ou mais ações ocorre quando houver identidade quanto 
às partes e à causade pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais.
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4. SUJEITOS DO PROCESSO
4.1. PARTES E PROCURADORES 
Entende-se como parte do processo aquele que demanda em nome próprio a prestação 
jurisdicional do Estado e a pessoa em cujo nome é demandada. 
• CAPACIDADE DE SER PARTE
Também denominada de capacidade de direito, diz respeito à possibilidade de a pessoa ocupar 
o polo passivo ou ativo do processo, ou seja, de ser autor ou réu. É reconhecida a todas as pessoas
físicas desde o nascimento com vida, às pessoas jurídicas regularmente constituídas e a uma série
de entes sem personalidade jurídica, como, por exemplo, o espólio, a massa falida e o condomínio.
• CAPACIDADE PROCESSUAL (CAPACIDADE PARA ESTAR EM JUÍZO)
Para ter capacidade processual é necessário ter capacidade de fato, ou capacidade de 
exercício, que se consubstancia na aptidão para a prática dos atos decorrentes da capacidade de 
direito, ou seja, é necessário ser absolutamente capaz (art. 70 do CPC/2015). Os absolutamente 
ou relativamente incapazes deverão ser, respectivamente, representados ou assistidos em juízo. 
Se o incapaz não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, 
o juiz deverá nomear curador especial enquanto durar a incapacidade.
O juiz nomeará ainda curador especial quando o réu preso for revel, ou quando o réu revel
tiver sido citado por edital ou com hora certa, lembrando-se que o curador especial atua apenas 
enquanto não for constituído advogado particular TEMA COBRADO NO XI EXAME DA OAB/FGV. 
Sobre a legitimidade ativa do cônjuge em juízo, o art. 73 do CPC/2015 estabelece a necessidade 
de haver consentimento do outro cônjuge para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, 
salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
O consentimento do cônjuge pode ser suprido judicialmente quando for negado sem justo 
motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. Além disso, a falta de consentimento, quando 
necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo.
Além disso, em relação à legitimidade passiva, ambos os cônjuges serão necessariamente 
citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime 
de separação absoluta de bens; II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou 
de ato praticado por eles; III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; 
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IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de 
um ou de ambos os cônjuges.
As regras relacionadas aos cônjuges em relação à legitimidade ativa e passiva se aplicam 
também à união estável comprovada nos autos, conforme § 3º do art. 74 do CPC/2015.
Importante salientar que, verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da 
representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja 
sanado o vício. Se o vício não for sanado, a consequência processual varia se o processo está na 
instância originária ou em grau de recurso (art. 76, do CPC/2015). 
INSTÂNCIA ORIGINÁRIA GRAU DE RECURSO 
I - o processo será extinto, se a providência 
cabia ao autor;
II - o réu será considerado revel, se a 
providência lhe cabia TEMA COBRADO 
NO II EXAME DA OAB/FGV.
III - o terceiro será considerado revel ou 
excluído do processo, dependendo do polo em que 
se encontre.
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber 
ao recorrente;
II - determinará o desentranhamento das 
contrarrazões, se a providência couber ao recorrido.
As partes devem ser representadas em juízo por advogado regularmente inscrito na Ordem dos 
Advogados do Brasil, sendo lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal. 
Conforme previsto no art. 104 do CPC/2015, para postular em juízo, o advogado deve 
necessariamente apresentar procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou 
para praticar ato considerado urgente, hipóteses em que, o advogado deverá, independentemente 
de caução, exibir a procuração no prazo de 15 (quinze) dias, prorrogável por igual período por 
despacho do juiz. O ato não ratificado será considerado ineficaz relativamente àquele em cujo 
nome foi praticado, respondendo o advogado pelas despesas e por perdas e danos. 
A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou particular assinado 
pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo, exceto receber citação, 
confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre 
o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de
hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica. Além disso, salvo
disposição expressa em sentido contrário constante do próprio instrumento, a procuração
outorgada na fase de conhecimento é eficaz para todas as fases do processo, inclusive para o
cumprimento de sentença.
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É importante frisar ainda que a parte poderá revogar o mandato outorgado ao seu advogado, 
hipótese em que, no mesmo ato, deverá constituir outro profissional que assuma o patrocínio da 
causa Entretanto, se o novo advogado não for constituído no prazo de 15 (quinze) dias, o juiz 
suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício (art. 111 c/c art. 
76 do CPC/2015). 
Por outro lado, caso o advogado decida renunciar ao mandato, deverá comunicar a renúncia 
ao mandante, a fim de que este nomeie sucessor, salvo quando a procuração tiver sido outorgada 
a vários advogados e a parte continuar representada por outro, apesar da renúncia. Além disso, 
durante os 10 (dez) dias seguintes à renúncia, o advogado continuará a representar o mandante, 
desde que necessário para lhe evitar prejuízo (art. 112 do CPC/2015).
A Lei nº 13.793/2019 alterou o EAOAB e o CPC/2015, garantindo também aos advogados o 
acesso e vista dos autos judiciais eletrônicos, mesmo sem procuração, salvo quando se tratar 
de processo sujeito a segredo de justiça, hipótese em que se exigirá procuração
• DEVERES DOS SUJEITOS DO PROCESSO
Conforme previsto no art. 77 do CPC/2015, são deveres das partes, de seus procuradores e de 
todos aqueles que de qualquer forma participem do processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são 
destituídas de fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou 
à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e 
não criar embaraços à sua efetivação;
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço 
residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação 
sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.
A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, 
devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao 
responsável multa de até 20 % (vinte por cento) do valor da causa, de acordo com a gravidade da 
conduta. Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa será inscrita como dívida ativa da 
União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o 
procedimento da execução fiscal. 
Registra-se ainda que não há incidência de multa por ato atentatório à dignidade da justiça 
para os advogados públicos ou privados, membros da Defensoria Pública e do Ministério Público, 
devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou 
corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
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A multa estabelecida por ato atentatório à dignidade da justiça poderá ser fixada 
independentemente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1º (multa de 10% para 
pagamento de quantia certa fixada em título executivo judicial), e 536, § 1º (multa fixada para o 
cumprimento das obrigações de fazer e não fazer). 
O art. 80 do CPC/2015, por sua vez, estabelece as hipóteses que configuram litigância de má-
fé, a saber: 
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá 
ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a 
indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios 
e com todas as despesas que efetuou.
Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção 
de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a 
parte contrária.
Além disso, quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser fixada em 
até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
Em relação ao valor da indenização, este será fixado pelo juiz ou, caso não seja possível 
mensurá-lo, será liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios autos.
4.2. LITISCONSÓRCIO 
Entende-se por litisconsórcio a cumulação subjetiva em um dos polos do processo quando 
ocorrer uma das hipóteses previstas no art. 113 do CPC/2015, a saber: I - houver comunhão de 
direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou 
pela causa de pedir; III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
O litisconsórcio poderá, portanto, ser ativo, quando houver mais de um autor, passivo, quando houver 
mais de um réu, ou ainda misto, quando houver nos dois polos do processo pluralidade de sujeitos. 
O litisconsórcio é classificado ainda em: 
• Facultativo: decorre unicamente da vontade das partes,
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• Necessário: por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica
controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser
litisconsortes (art. 114 do CPC/2015). TEMA COBRADO NO XXII EXAME DA OAB/
FGV
• Unitário: quando a decisão deva ser necessariamente uniforme para todos os litisconsortes.
• Simples: quando não houver necessidade de decisão uniforme para os litisconsortes.
As classificações ora citadas podem ainda ser conjugadas, como abaixo exemplificado: 
• Litisconsórcio passivo necessário e unitário, como na ação rescisória proposta
pelo Ministério Público em virtude de colusão das partes. Nesse caso, autor e réu
do processo originário serão réus no processo rescisório, sendo que a sentença
necessariamente será uniforme para os litisconsortes passivos TEMA COBRADO
NO V EXAME DA OAB/FGV.
• Litisconsórcio ativo facultativo e unitário, como no caso dos irmãos proprietários
de um imóvel que ingressam com ação revisional de aluguel TEMA COBRADO NOS
EXAMES XIV E XXVIII DA OAB/FGV.
Conforme previsto no art. 117 do CPC/2015, os litisconsortes serão considerados, em suas 
relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em 
que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.
Assim, tratando-se de litisconsórcio passivo simples, se um réu for revel e o outro contestar 
a ação, o réu revel não se beneficiará da contestação feita pelo litisconsorte, permanecendo os 
efeitos da revelia.
Por outro lado, tratando-se de hipótese de litisconsórcio unitário, os efeitos da revelia serão 
afastados se o litisconsorte apresentar contestação TEMA COBRADO NO IV EXAME DA OAB/
FGV.
LITISCONSÓRCIO SIMPLES LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO
A regra é a independência, ou seja, os atos de 
um litisconsorte não prejudicam nem beneficiam 
os demais.
Os atos benéficos de um sempre aproveitam a todos, 
mas os atos prejudiciais não prejudicam nem quem 
os praticou, já que, para serem eficazes, tem que ser 
praticados por todos.
Destaca-se ainda que os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios 
de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, 
em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. Essa regra, entretanto, 
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não se se aplica aos processos em autos eletrônicos, conforme § 2º do art. 229 do CPC/2015 
 TEMA COBRADO NOS EXAMES DA XI E XXVIII OAB/FGV.
4.3. INTERVENÇÃO DE TERCEIRO 
O código de processual civil de 2105 prevê as seguintes modalidades de intervenção de terceiro: 
a) assistência, b) denunciação da lide, c) chamamento ao processo, d) incidente de desconsideração
da personalidade jurídica e f) amicus curiae.
• A oposição, que era considerada modalidade de intervenção de terceiro no CPC/1973,
passa a ser considerada no CPC/2015 uma ação de procedimento especial.
• Não existe mais a previsão da nomeação à autoria no CPC/2015 como modalidade de
intervenção de terceiro, tendo sido substituída pelo incidente previsto nos artigos 338 e 339.
4.3.1. ASSISTÊNCIA 
Considera-se assistência a intervenção de terceiro juridicamente interessado em que a 
sentença seja favorável a uma das partes, sendo admitida em qualquer procedimento e em todos 
os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontra.
É requisito essencial para a assistência que o assistente tenha interesse jurídico na causa. 
Conforme previsto no art. 120 do CPC/2015, não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) 
dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar, ou seja, quando 
ficar caracterizado que o assistente não possui interesse jurídico na lide.
 Entretanto, se houver impugnação, isto é, se qualquer parte alegar que falta ao requerente 
interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo.
A assistência poderá ser simples ou litisconsorcial: 
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ASSISTÊNCIA SIMPLES ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL
Ocorre quando o assistente é um mero auxiliar 
da parte principal assistida. O interesse jurídico 
do assistente simples baseia-se numa relação 
jurídica mantida apenas com o assistido, que 
depende ou será atingida pela decisão judicial.
O assistente simples exercerá os mesmos poderes 
e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o 
assistido e, sendo revel ou, de qualquer outro modo, 
omisso o assistido, o assistente será considerado 
seu substituto processual (art. 122 do CPC/2015).
A assistência simples não obsta a que a parte principal 
reconheça a procedência do pedido, desista da ação, 
renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija 
sobre direitos controvertidos. (Exemplo: se o assistido não 
recorre, o assistente pode recorrer, mas se o assistido 
renuncia ao recurso, o assistente não pode recorrer)
Transitada em julgado a sentença no processo 
em que interveio o assistente, este não poderá, em 
processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo 
se alegar e provar que: I - pelo estado em que recebeu 
o processo ou pelas declarações e pelos atos do
assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis
de influir na sentença; II - desconhecia a existência
de alegações ou de provas das quais o assistido, por
dolo ou culpa, não se valeu (art. 123 do CPC/2015).
O assistente litisconsorcial é 
titular do direito discutido,por isso, é 
considerado litisconsorte do assistido.
Assim, o interesse jurídico do assistente 
litisconsorcial nasce de uma relação jurídica que 
ele mantém com o adversário do assistido, que é 
exatamente a relação material discutida no processo.
Exemplo: ação de investigação de 
paternidade movida pelo MP em face do 
suposto pai em que o Ministério Público recebe 
assistência litisconsorcial do suposto filho.
4.3.2. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
A denunciação da lide permite às partes trazerem ao processo o terceiro que em razão da lei 
ou do contrato é o brigado a indenizar os prejuízos da demanda.
Conforme previsto no art. 125 do CPC/2015, é admissível a denunciação da lide, promovida por 
qualquer das partes: 
• Ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido
ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam
(Exemplo: “A” compra um apartamento de “B” e “C” move ação em face de “A”,
reivindicando o bem. Nessa hipótese, “A” pode denunciar a lide de ao “B”, para no
mesmo processo exigir a indenização resultante da evicção.).
• Àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, 
o prejuízo de quem for vencido no processo, como no caso da seguradora TEMA
COBRADO NO XXIV EXAME DA OAB/FGV.
O novo código de processo civil promoveu profundas alterações no instituto da denunciação 
da lide. Vejamos as principais: 
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• Deixou claro que a denunciação da lide em nenhuma hipótese é obrigatória, de modo
que aquele que denuncia da lide não pede o direito de regresso em ação autônoma.
• Prevê expressamente no § 2º do art. 125 a possibilidade de haver uma única
denunciação da lide sucessiva.
• Esclarece que a denunciação da lide feita pelo Réu deve ser invocada em contestação 
e a feita pelo autor na inicial.
• Deixa claro que, se o denunciado for revel, o denunciante, se quiser, poderá se
concentrar apenas na denunciação da lide, ou seja, o denunciante pode deixar de
prosseguir com a defesa eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo 
sua atuação à ação regressiva (art. 128,II, do CPC/2015).
Por fim, conforme previsto no art. 129 do CPC/2015, se o denunciante for vencido na ação 
principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide. Por outro lado, se o denunciante for 
vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do 
denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado.
4.3.3. CHAMAMENTO AO PROCESSO 
É a modalidade de intervenção de terceiro que permite ao réu trazer os demais coobrigados 
ao polo passivo do processo. 
De acordo com o art. 130 do CPC/2015, o chamamento ao processo á admissível nas seguintes 
hipóteses: I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu TEMA COBRADO NOS EXAMES 
XXVIII E XXX DA OAB/FGV; II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; 
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento 
da dívida comum.
A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo será requerida pelo réu na 
contestação e deve ser promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o 
chamamento. No entanto, se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, 
ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.
Registra-se ainda que, de acordo com o art. 132 do CPC?2015, a sentença de procedência 
valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, 
por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que 
lhes tocar
4.3.4. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
No direito civil, para que haja a desconsideração da personalidade jurídica deve restar 
caracterizada a gestão fraudulenta, pelo desvio de finalidade ou confusão patrimonial (art. 50 
do CC), enquanto que no direito do consumidor a desconsideração da personalidade jurídica é 
mais simples, podendo inclusive ocorrer quando a personalidade jurídica for, de alguma forma, 
obstáculo ao ressarcimento de prejuízos aos consumidores (art. 28 do CDC).
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O código de processo civil de 2015 disciplinou o procedimento a ser adotado no caso de 
desconsideração da personalidade jurídica, tratando-o como uma modalidade de intervenção 
de terceiro, já que, com a desconsideração, o sócio, que até então era considerado terceiro no 
processo, passará a integrar a lide. 
Conforme previsto no art. 133 do CPC/2015, o incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir 
no processo, sendo, portanto, vedada a desconsideração ex officio. TEMA COBRADO NO XXVIII 
EXAME DA OAB/FGV. 
O incidente é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento 
de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. Entretanto, não haverá 
necessidade de instauração do incidente se a desconsideração for requerida na inicial, pois, neste 
caso, o processo já nasce contra as pessoas demandadas (art. 134 do CPC/2015). 
A instauração do incidente suspenderá o processo e o sócio ou a pessoa jurídica será citado para 
manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Concluída a instrução, 
se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória (arts. 135 e 136 do CPC/2015).
4.3.5. AMICUS CURIAE
 De acordo com o art. 138 do CPC/2015, o juiz ou o relator, considerando a relevância da 
matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, 
poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda 
manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade 
especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
A intervenção do amicus curiae não implica alteração de competência nem autoriza a 
interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a possibilidade de 
se recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.
O amicus curiae, como regra geral, não pode recorrer, salvo para opor embargos de declaração 
e para interpor recurso de decisão de incidente de resolução de demandas repetitivas
Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes 
do amicus curiae.
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5. DESPESAS, HONORÁRIOS DE ADVOGADO E MULTA
As despesas abrangem as custas dos atos do processo, a indenização de viagem, a remuneração 
do assistente técnico e a diária de testemunha.
Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício 
ou a requerimento do Ministério Público quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem 
jurídica. Entretanto, a sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou.
Conforme art. 83 do CPC/2015, o autor, brasileiro ou estrangeiro, que residir fora do Brasil 
ou deixar de residir no país ao longo da tramitação do processo, prestará caução suficiente 
ao pagamento das custas e dos honorários de advogado da parte contrária nas ações que 
propuser, se não tiver no Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento TEMA 
COBRADO NO XX EXAME DA OAB. 
Não se exigirá a caução: I - quando houver dispensa prevista em acordo ou tratado internacional 
de que o Brasil faz parte; II - na execução fundada em título extrajudicial e no cumprimento de 
sentença; III - na reconvenção.
Os honorários de advogado serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento 
sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, 
sobre o valor atualizado da causa, observando-se como parâmetro:I - o grau de zelo do profissional; 
II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho 
realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
Na ação de indenização por ato ilícito contra pessoa, o percentual de honorários incidirá sobre 
a soma das prestações vencidas acrescida de 12 (doze) prestações vincendas.
Uma importante alteração trazida pelo novo código de processo civil diz respeito à 
obrigatoriedade de majoração dos honorários fixados na sentença quando houver interposição 
de recurso, devendo o Tribunal aumentar os honorários fixados anteriormente levando em conta 
o trabalho adicional realizado em grau recursal, observado o limite máximo de 20% estabelecido
no § 2º do art. 85 do CPC/2015.
Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos 
privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo vedada a compensação em caso 
de sucumbência parcial (art. 85, §14, do NCPC). Desse modo, a Súmula n. 306 do STJ, que permite a 
compensação dos honorários advocatícios no caso de sucumbência recíproca deve ser cancelada. 
De acordo com o § 17 do art. 85 do CPC/2015, os honorários também são devidos quando o 
advogado atuar em causa própria.
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Importante destacar ainda que, se cada litigante for, em parte, vencedor e vencido, serão 
proporcionalmente distribuídas entre eles as despesas processuais. Entretanto, se um litigante 
sucumbir em parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e pelos 
honorários de advogado.
Além disso, concorrendo diversos autores ou diversos réus (litisconsórcio), os vencidos 
respondem proporcionalmente pelas despesas e pelos honorários. Nesse caso, a sentença 
deverá distribuir entre os litisconsortes, de forma expressa, a responsabilidade proporcional pelo 
pagamento das verbas. No entanto, caso a distribuição não seja feita, os vencidos responderão 
solidariamente pelas despesas e pelos honorários de advogado.
Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas serão 
divididas igualmente.
O § 18 do art. 85 do CPC, por sua vez, dispõe que, se a decisão transitada em julgado for omissa 
quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é cabível ação autônoma para sua definição e 
cobrança TEMA COBRADO NOS EXAMES XX E XXV DA OAB/FGV.
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6. JUSTIÇA GRATUITA
De acordo com o § 2º do art. 98 do CPC/2015, a concessão de gratuidade da justiça, que 
pode ser concedida à pessoa física ou jurídica, não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas 
despesas processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
Com efeito, vencido o beneficiário da justiça gratuita, as obrigações decorrentes de sua 
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas 
se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor 
demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão 
de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário.
O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial, na contestação, 
na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso. Se superveniente à primeira 
manifestação da parte na instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples, nos autos 
do próprio processo, e não suspenderá seu curso.
O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos elementos que evidenciem a falta 
dos pressupostos legais para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido, 
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos pressupostos.
Deferido o pedido, a parte contrária poderá se insurgir contra a concessão da gratuidade na 
contestação, na réplica, nas contrarrazões de recurso ou, nos casos de pedido superveniente ou 
formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 (quinze) 
dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão de seu curso (art. 100 do CPC/2015). TEMA 
COBRADO NO XXI EXAME DA OAB/FGV. 
Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá 
agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá 
apelação (art. 101 do CPC/2015).
Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa 
natural. Para a pessoa jurídica, a alegação da insuficiência deve ser acompanhada de prova 
(art. 99, § 3º, do CPC/2015).
Por fim, é importante registrar que gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou 
a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o 
beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.
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7. JUIZ E AUXILIARES DA JUSTIÇA
Cabe ao juiz a direção do processo, sendo que o art. 139 do CPC/2015 lhe impõe alguns deveres, 
dos quais destacamos os mais importante para a prova da OAB/FGV: promover, a qualquer tempo, 
a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais (inciso 
V); dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-
os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito (inciso VI); 
quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a 
Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados, para, se for o caso, promover a 
propositura da ação coletiva respectiva (inciso X).
O CPC/2015 deixou claro ainda a possibilidade de se responsabilizar o juiz civilmente e de 
forma regressiva, quando, no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude ou recusar, 
omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da 
parte (art. 143 do CPC/2015).
Tratando-se de responsabilidade regressiva, a ação de indenização deve ser proposta 
inicialmente em face da União (juiz federal) ou do Estado (juiz estadual), permitindo-se, em caso 
de condenação, que o ente federativo ajuíze ação de regresso em face do magistrado. 
Outro tema importante para a prova da OAB/FGV diz respeito às causas de impedimento e 
suspeição do juiz previstas nos artigos 144 e 145 do CPC/2015: 
IMPEDIMENTOS 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como 
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do 
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou 
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV. 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte 
no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de 
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
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VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, 
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verificaquando o defensor público, o
advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da
atividade judicante do juiz.
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato
conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado
que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha
diretamente no processo.
SUSPEIÇÃO
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois 
de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou 
que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou 
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de
declarar suas razões.
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.
De acordo com o art. 146 do CPC/2015, a parte deve alegar no prazo de 15 (quinze) dias, a 
contar do conhecimento do fato, o impedimento ou a suspeição em petição específica dirigida ao 
juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em 
que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/
FGV. 
Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará imediatamente 
a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a autuação em apartado 
da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, acompanhadas de documentos 
e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa do incidente ao tribunal.
Distribuído no Tribunal, o relator deverá declarar os efeitos em que o incidente será recebido, 
sendo que, se for recebido sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr e, se for recebido 
com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente.
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Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal rejeitá-
la-á. Por outro lado, acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, 
o tribunal condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, devendo o
tribunal fixar o momento a partir do qual o juiz não poderia ter atuado, decretando a nulidade dos
atos praticados quando já presente o motivo de impedimento ou de suspeição.
O art. 148 do CPC/2015 estabelece ainda que os motivos de impedimento e de suspeição se 
aplicam: I - ao membro do Ministério Público; II - aos auxiliares da justiça; III - aos demais sujeitos 
imparciais do processo.
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8. MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público atuará na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses 
e direitos sociais e individuais indisponíveis e será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, 
intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e 
nos processos que envolvam: I - interesse público ou social; II - interesse de incapaz; III - litígios 
coletivos pela posse de terra rural ou urbana
A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério 
Público, conforme previsto no parágrafo único do art. 178 do CPC/2015.
O novo código de processo civil alterou substancialmente a antiga regra do art. 188 do CPC/73 
(prazo em dobro para recorrer e em quadruplo para contestar), prevendo a que Ministério Público 
gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação 
pessoal, salvo quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio, conforme art. 188 do 
CPC/2015 TEMA COBRADO NO XIV EXAME DA OAB/FGV. 
 Por fim, estabelece o art. 181 do CPC/2015 que o membro do Ministério Público será civil e 
regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
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9. DEFENSORIA PÚBLICA
O código de processo civil de 2015 trata da Defensoria Pública, como instituição auxililar da 
Justiça, nos seus artigos 185 ao 187, in verbis: 
Art. 185. A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos 
humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os 
graus, de forma integral e gratuita.
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para todas as suas manifestações 
processuais.
§ 1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos termos do art.
183, § 1º .
§ 2º A requerimento da Defensoria Pública, o juiz determinará a intimação pessoal da
parte patrocinada quando o ato processual depender de providência ou informação que
somente por ela possa ser realizada ou prestada.
§ 3º O disposto no caput aplica-se aos escritórios de prática jurídica das faculdades de
Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam assistência jurídica
gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública.
§ 4º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
expressa, prazo próprio para a Defensoria Pública.
Art. 187. O membro da Defensoria Pública será civil e regressivamente responsável 
quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
Desse modo, assim como o Ministério Público, a Defensoria Pública goza de prazo em dobro 
para todas as suas manifestações processuais, regra que se aplica também aos escritórios de 
prática jurídica das faculdades de Direito reconhecidas na forma da lei e às entidades que prestam 
assistência jurídica gratuita em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública. (art. 186).
A Regra do prazo em dobro se aplica a defensoria pública, ao ministério público e aos 
advogados públicos. 
O art. 187 do CPC/2015, por sua vez, estabelece que o membro da Defensoria Pública será civil 
e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
A regra da responsabilidade civil regressiva se aplica aos juízes, membros do Ministério Público, 
defensores públicos e aos advogados públicos. 
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10. ATOS PROCESSUAIS
10.1. FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS 
Dispõe o art. 188 do CPC/2015 que os atos e os termos processuais não dependem de forma 
determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados 
de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial (princípio da instrumentalidade das formas).
Além disso, como regra geral, os atos processuais são públicos. Entretanto, tramitam em 
segredo de justiça os processos: I - em que o exija o interesse público ou social; II - que versem 
sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e 
guarda de crianças e adolescentes; III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional 
à intimidade; IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde 
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo (art. 189 do CPC). 
Importante inovação trazida pelo novo Código de Processo Civil vem estampada em seu art. 
190, segundo o qual, versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às 
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades 
da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes,faculdades e deveres processuais, antes 
ou durante o processo TEMA COBRADO NO XX EXAME DA OAB/FGV. 
O juiz, de ofício ou a requerimento, controlará a validade das convenções, recusando-lhes 
aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em 
que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
O art. 190 do CPC/2015 representa uma grande inovação do novo código, permitindo a 
realização dos denominados negócios jurídicos processuais, ou seja, permite que as partes 
estipulem, nas lides que envolvam direitos que admitam autocomposição, mudanças no 
procedimento, como, por exemplo, a alteração de prazos, da distribuição do ônus da prova, 
da realização ou não de audiência, etc. 
Os prazos processuais são contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia de vencimento 
(art. 224, caput, do CPC/2016), computando-se apenas os dias úteis (art. 219 do CPC/2015). 
A contagem dos prazos em dias úteis é uma das grandes novidades do CPC/2015 e um tema 
muito importante para a prova da OAB/FGV.
Vejamos abaixo as principais regras sobre forma dos atos processuais para a prova da OAB/FGV: 
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• Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte)
horas. Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras
poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados
ou dias úteis fora do horário acima citado, observado a inviolabilidade do domicílio
prevista no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal. (art. 212, caput, CPC/2015).
• A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as
24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo (art. 213 do CPC/2015), sendo que o
horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para
fins de atendimento do prazo.
• Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia
distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em
qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. Cessa a contagem
do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas
um deles. Além disso, a regra de contagem em dobro não se aplica aos processos em
autos eletrônicos (art. 229 do CPC/2015).
A regra do prazo em dobro para litisconsortes com procuradores diferentes somente é aplicada e 
os advogados pertencerem a escritórios de advocacia distintos e se o processo não for eletrônico.
• Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o membro do Ministério
Público devem restituir os autos no prazo do ato a ser praticado. É lícito a qualquer
interessado exigir os autos do advogado que exceder prazo legal. Se, intimado, o
advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três) dias, perderá o direito à vista
fora de cartório e incorrerá em multa correspondente à metade do salário-mínimo.
Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos Advogados do
Brasil para procedimento disciplinar e imposição de multa. Se a situação envolver
membro do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia Pública, a
multa, se for o caso, será aplicada ao agente público responsável pelo ato (art. 234 do
CPC/2015).
Outra regra de extrema importância pra a prova da OAB diz respeito ao início da contagem do 
prazo, prevista no art. 231 do CPC/2015, in verbis: 
Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intimação 
for pelo correio; TEMA COBRADO NO X EXAME DA OAB/FGV.
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação 
for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do 
escrivão ou do chefe de secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a 
intimação for por edital;
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V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do 
prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data 
de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a citação ou a 
intimação se realizar em cumprimento de carta;
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso 
ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em 
carga, do cartório ou da secretaria.
§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar
corresponderá à última das datas a que se referem os incisos I a VI do caput.
§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado diretamente pela parte ou por quem, de
qualquer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial,
o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à
data em que se der a comunicação.
§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do caput à citação com hora certa.
10.2. COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
Os atos processuais são comunicados por ordem judicial, quando realizados dentro da área de 
atuação do juiz competente, ou por carta, quando realizados fora da sua área de atuação. 
Conforme previsto no art. 237 do CPC/2015, a carta poderá ser uma das seguintes espécies: 
• Carta de ordem: expedida pelo Tribunal para juízo a ele vinculado para realização de
atos executivos ou materiais.
• Carta rogatória: expedida para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato
de cooperação jurídica internacional, relativo a processo em curso perante órgão
jurisdicional brasileiro;
• Carta Precatória: expedida para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou
determine o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato relativo a
pedido de cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de competência
territorial diversa;
• Carta arbitral: expedida para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine
o cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de
cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que importem efetivação 
de tutela provisória TEMA COBRADO NO XXIII EXAME DA OAB/FGV.
CITAÇÃO 
A citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar 
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a relação processual, sendo indispensável para a validade do processo, ressalvadas as hipóteses 
de indeferimento da petição inicial (art. 330 do CPC/2015) ou de improcedência liminar do pedido 
(art. 332 do CPC/2015).
De acordo com o art. 240 do CPC/2015, a citação válida, ainda quando ordenada por juízo 
incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, salvo 
os casos de inadimplemento de obrigação vinculada a termo e aquelas provenientes de ato ilícito, 
em que o devedor se constitui em mora com o advento do termo e com a prática do ato ilícito, 
respectivamente TEMA COBRADO NO XII EXAME DA OAB/FGV.
 A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o 
interessado. Entretanto, não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito, nos 
seguintes casos: I - de quem estiver participando de ato de culto religioso; II - de cônjuge, de 
companheiro ou de qualquer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha 
colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes; III - de noivos, nos 
3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento; IV - de doente, enquanto grave o seu estado.
Além disso, quando o citando for mentalmente incapaz ou estiver impossibilitado de receber a 
citação,o oficial de justiça descreverá e certificará minuciosamente a ocorrência e o juiz nomeará 
médico para examinar o citando, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco) dias. Reconhecida 
a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, devendo a citação ser feita na pessoa do 
curador, a quem incumbirá a defesa dos interesses do citando.
Conforme previsto no art. 246 do CPC/2015, a citação será feita: I - pelo correio; II - por oficial 
de justiça; III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório; IV - por 
edital; V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
MODALIDADE DE CITAÇÃO CARACTERÍSTICAS 
PELO CORREIO É a forma preferencial para que a citação seja realizada. Não 
poderá ser feita, entretanto, nas ações de estado, quando o citando 
for incapaz, quando o citando for pessoa de direito público, quando 
o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de
correspondência e quando o autor, justificadamente, a requerer de
outra forma. Nessas hipóteses, a citação deve ser feita por oficial de
justiça TEMA COBRADO NO VI EXAME DA OAB/FGV.
PELO OFICIAL DE JUSTIÇA Ocorrerá nas hipóteses previstas no CPC ou em lei, ou 
quando frustrada a citação pelo correio. Quando, por 2 (duas) 
vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu 
domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo 
suspeita de ocultação, proceder à citação por hora certa.
Nas comarcas contíguas de fácil comunicação e nas que 
se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça 
poderá efetuar, em qualquer delas, citações, intimações, 
notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos. 
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POR EDITAL Ocorrerá quando desconhecido ou incerto o citando, 
quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que 
se encontrar o citando ou nos casos expressos em lei.
Considera-se inacessível, para efeito de citação por 
edital, o país que recusar o cumprimento de carta rogatória.
No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar 
o réu, a notícia de sua citação será divulgada também pelo
rádio, se na comarca houver emissora de radiodifusão.
CITAÇÃO POR HORA CERTA. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o 
citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, 
intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil 
imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. Nos condomínios edilícios ou 
nos loteamentos com controle de acesso, será válida a intimação ora tratada feita a funcionário 
da portaria responsável pelo recebimento de correspondência.
No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despacho, 
comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência. Se o citando não 
estiver presente, o oficial de justiça procurará informar-se das razões da ausência, dando por feita 
a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciárias.
A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que 
houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho 
se recusar a receber o mandado.
Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pessoa da família 
ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome. O oficial de justiça fará constar do mandado 
a advertência de que será nomeado curador especial se houver revelia.
INTIMAÇÃO 
Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.
Importante inovação trazida pelo CPC de 2015 é a possibilidade dos advogados promoverem a 
intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, em seguida, cópia 
do ofício de intimação e do aviso de recebimento. O ofício de intimação deverá ser instruído com 
cópia do despacho, da decisão ou da sentença.
Quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação 
dos atos no órgão oficial.
Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da 
sociedade a que pertençam, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.
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Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de 
seus advogados, com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se 
assim requerido, da sociedade de advogados.
NULIDADES 
Entende-se como nulidade a ausência de requisito essencial para a validade do ato. A nulidade 
poderá ser absoluta ou relativa. 
NULIDADE ABSOLUTA NULIDADE RELATIVA
O ato viola norma de interesse público, 
podendo ser declarada de ofício pelo juiz. 
Não há necessidade de demonstração de 
prejuízo (Exemplo: incompetência Absoluta). 
Viola norma de interesse privado, 
devendo ser alegada pela parte. 
Vejamos abaixo os princípios sobre as nulidades tratados no CPC/2015: 
PRINCÍPIO DO INTERESSE OU BOA-FÉ: possui previsão no art. 276 do CPC/2015 e dispõe que 
a nulidade do ato processual não será pronunciada se arguida por quem lhe deu causa. Salienta-se 
que o princípio do interesse só alcança, evidentemente, as nulidades relativas, pois as nulidades 
absolutas constituem matéria de ordem pública.
PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS: também conhecido como princípio 
da finalidade, dispõe que, quando a lei prescrever que o ato deva ter determinada forma, o 
juiz considerará válido a ato se, realizado de outro modo, alcançar a sua finalidade (art. 277 do 
CPC/2015). 
PRINCÍPIO DA CONVALIDAÇÃO OU DA PRECLUSÃO OU DA OPORTUNIDADE: está consagrado no 
art. 278 do CPC/2015, segundo o qual “a nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade 
em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão.” TEMA COBRADO NO VI EXAME DA 
OAB/FGV. Se a parte não suscitar a nulidade relativa na primeira oportunidade que tiver para falar 
em audiência ou nos autos, haverá a convalidação do ato, ou seja, o ato anteriormente nulo passa 
à condição de ato válido. Entretanto, não haverá preclusão em relação às nulidades que o juiz deva 
decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.
PRINCÍPIO DO PREJUÍZO: também conhecido como princípio da transcendência, estabelece 
que não haverá nulidade sem prejuízo manifesto às partes interessadas (art. 282 do CPC/2015). É 
inspirado no sistema francês (pás de nullité sans grief). TEMA COBRADO NO XXXII EXAME DA 
OAB/FGV.
PRINCÍPIO DA UTILIDADE: Deve-se aproveitar ao máximo os atos válidos que ocorreram 
posteriormente ao ato nulo. Ressalta-se ainda que os atos válidos anteriores à nulidade não serão 
por ela maculados, nem aqueles que dela sejam independentes (art. 281 do CPC/2015).
PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL: possui respaldo no art. 282 do CPC/2015, segundo 
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o qual a nulidade não será pronunciada quando for possível suprir-se a falta ou repetir-se o ato. O
ato, portanto, não será declarado nulo se puder ser reaproveitado.
É importante destacar que o art. 279 do CPC/2015 estabelece que é nulo o processo quando o 
membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. Se o 
processo tiver tramitado sem conhecimento do membro do Ministério Público, o juiz invalidará os 
atos praticados a partir do momento em que ele deveria ter sido intimado. Entretanto, a nulidade só 
pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que se manifestará sobre a existência 
ou a inexistência de prejuízo.
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11. TUTELA PROVISÓRIA
Para entender o que é tutela provisória é importante primeiramente entender o que é tutela definitiva. 
Entende-se por tutela definitiva qualquer tipo de tutela que se pretende alcançar

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