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Apostila de Avaliação de impactos e licenciamento ambiental

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AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 1 
 
 
Avaliação de Impacto e 
Licenciamento Ambiental 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 2 
Avaliação de Impacto e Licenciamento Ambiental 
 
 
 
1. Introdução ao Estudo de Impacto Ambiental 
 
1.1. Conceitos e Tipos de Impacto 
 
A terminologia “impacto ambiental” é frequentemente encontrada na mídia e em 
nosso dia a dia. Comumente, na maioria das vezes, é associada a algum dano à 
natureza, como a mortandade de peixes, causada por derramamento de óleo ou 
mesmo baixa oxigenação do meio aquoso onde se encontram, ou ainda, de 
espécies silvestres atingidas, tratando-se sem dúvida alguma de impacto 
decorrente de uma situação indesejada tal como o vazamento de uma matéria-
prima. 
 
Embora tal noção seja ligada ao conceito de impacto ambiental, sua aplicação 
alcança “apenas” uma parte deste. Do ponto de vista técnico, são várias as 
definições de impacto ambiental, com quase a totalidade dessas definições 
contemplando os mesmos elementos básicos, embora formuladas de diferentes 
maneiras, conforme alguns dos exemplos considerados a seguir (Sánchez, 2006): 
 
 Qualquer alteração no meio ambiente em um ou mais de seus 
componentes provocada por ação humana. 
 O efeito sobre o ecossistema, de uma ação induzida pelo homem. 
 A mudança em um parâmetro ambiental, em um determinado período e em 
uma determinada área, resultante de uma determinada atividade, em 
comparação com a situação que ocorreria se tal atividade não tivesse sido 
iniciada. 
 
A definição adotada por Wathern (1988), na mesma linha do que propôs Munn 
(1975), tem por característica apresentar a dimensão dinâmica dos processos do 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 3 
meio ambiente como base de entendimento das alterações ambientais 
denominadas impacto. 
 
Na prática de avaliação do impacto ambiental, nem sempre é possível empregar 
esse conceito em função da dificuldade de se prever a evolução da qualidade 
ambiental em uma determinada área. 
 
Observação: frequentemente, nesses casos o conceito operacional de impacto 
ambiental finda por ser a diferença entre a provável situação futura de um 
indicador ambiental e sua situação no presente. Assim, imagine o problema de 
avaliar o impacto sobre a qualidade do ar por uma nova fonte de emissão de 
poluentes: o cenário de referência para essa análise e a devida comparação seria 
o atual em detrimento de um em hipotético futuro, no qual novas fontes 
contribuiriam para a deterioração da qualidade do ar, visto que essas hipotéticas 
“novas fontes” não são analisadas hoje, o que, caso venham a ser consideradas 
no futuro, implicarão a necessidade de análise desse impacto, levando-se em 
conta a situação do momento futuro. 
 
Outra definição de impacto é dada pela norma NBR ISO 14.001/2004: “qualquer 
modificação no meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em 
parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização”. 
 
Muitas empresas têm adotado em seus sistemas de gestão a base da definição 
anteriormente exposta, demonstrando, segundo Sánchez (2006), que, sob tal 
ótica, impacto ambiental é uma consequência de “atividade, produtos ou 
serviços” de uma organização; ou seja, um processo industrial (atividade), um 
agrotóxico (produto) ou o transporte de uma mercadoria (serviço ou atividade) 
são causas de modificações ambientais, ou impactos. Segundo essa definição, 
impacto é qualquer modificação ambiental, independentemente de sua 
importância. 
 
 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 4 
1.2. Propósito da Avaliação do Impacto Ambiental 
 
O questionamento “Para que serve a avaliação de impacto ambiental (AIA) 
afinal?” vem sendo debatido desde sua origem. Esse procedimento vem sendo 
ampliado à proporção que floresce o universo de aplicação da AIA. Se nos 
primórdios a AIA voltava-se quase que exclusivamente para os projetos de 
engenharia, atualmente sua aplicabilidade inclui planos, programas e políticas 
(tendo a avaliação ambiental estratégica se consolidado a partir dos anos 1980); 
impactos de produção, consumo e descarte de bens e serviços (a avaliação do 
ciclo de vida dos produtos, consolidada desde os anos de 1990); e avaliação da 
contribuição líquida de um projeto, plano, programa ou política, voltada para a 
sustentabilidade, ainda hoje em fase de afirmação. 
 
De fundamental importância é a compreensão dos objetivos e dos propósitos da 
AIA, apreendendo-se suas funções para, assim, ser possível atinar quanto a seu 
alcance e seus limites. A AIA é “apenas” mais um dos instrumentos de políticas 
públicas ambientais, não sendo, portanto, a solução para todas as deficiências de 
planejamento ou “brechas legais” que venham permitir, consentir, tampouco 
facilitar qualquer tipo de degradação ambiental. 
 
Como bem lembrado por Wathern (1988), “o objetivo da AIA não é o de forçar os 
tomadores de decisão a adotar a alternativa de menor dano ambiental. Se fosse 
assim, poucos projetos seriam implementados. O impacto ambiental é apenas 
uma das questões”. 
 
A AIA, segundo Ortolano e Shepherd (1995), “gera efeitos” sobre os projetos, 
influenciando diretamente suas decisões, como, por exemplo, rejeito de projetos 
inviáveis; legitimação de projetos viáveis; seleção de melhores alternativas 
locacionais; reformulação de planos e projetos; redefinição de objetivos e 
responsabilidade dos proponentes dos projetos. 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 5 
Segundo Glasson, Therivel e Chadwick (1999), essas funções são descritas como 
de ajuda ao processo decisório; ajuda à elaboração de projetos e propostas de 
desenvolvimento; um instrumento para o desenvolvimento sustentável. 
 
Sánchez (1993), por sua vez, propõe que a AIA será eficaz se desempenhar 
quatro papéis complementares: ajuda à decisão, ajuda à concepção e ao 
planejamento de projetos, instrumento de negociação social e instrumento de 
gestão ambiental. 
 
A função da AIA no processo decisório é a mais reconhecida, tratando de prevenir 
danos – a prevenção requer previsão, ou antecipação de uma provável situação 
futura, segundo Milaré e Benjamin (1993). Esta pressupõe a racionalidade das 
decisões públicas, que, geralmente, deveria sempre observar princípios jurídicos 
administrativos como os da impessoalidade, da moralidade e da publicidade 
(Mukai, 1992). Sabe-se publicamente decisões de governo sempre foram sujeitas 
a pressões e interesses privados, não se apresentando o meio ambiente como 
requisito suficiente para a transformação de práticas há muito enraizadas. 
 
Desse modo, pessoas encarregadas de tomada de decisões, sejam de âmbito 
públicaso ou privado, providenciam acerca daquilo que lhes é submetido. 
Raramente os tomadores de decisão apresentam-se criativos, inovadores ou 
empreendedores. Assim, a prevenção do dano ambiental não pode iniciar-se pelo 
final (tomada de decisão), mas, é claro, pelo início, ou seja, a formulação, a 
concepção e a criação de projetos e alternativas de solução para os problemas 
que se apresentam. Dessa forma, a função do processo de AIA seria a de 
“incentivar os proponentes a conceber projetos ambientais menos agressivos e 
não simplesmente julgar se os impactos de cada projeto são aceitáveis ou não” 
(Sánchez, 1993). Tradicionalmente, o que fazem os técnicos (aqui compreendidos 
os responsáveis por cada projeto) é reproduzir, para cada novo problema, 
maneiras de solucioná-los que atendam a determinados critérios técnicos e 
econômicos, enquanto o que se pretende com a AIA é apresentar o conceito de 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 6 
viabilidade ambiental, pondo-o em pé de igualdade com os tradicionais critérios de 
análise de projeto. 
 
A busca da AIA se dá por soluções que possam atender aos novos e mais 
exigentes procedimentos ambientais(critérios), o que, de maneira ideal, resultaria 
em aprendizado e projetos que levem em consideração os aspectos ambientais 
desde a sua concepção. 
 
Observação: uma das grandes dificuldades enfrentadas pela AIA é fazer com 
que alternativas de menor impacto sejam formuladas e analisadas de maneira 
comparativa àquelas tidas por tradicionais. 
 
Para a análise ambiental, um projeto pode apresentar-se viável sob determinado 
ponto de vista, desde que certas condições sejam observadas (o atendimento a 
requisitos legais, por exemplo). No entanto, os impactos socioambientais de um 
projeto (que na análise econômica são tratados como externalidades) são 
distribuídos de maneira desigual. 
 
Observação: segundo Sánchez, notório é que “os grupos humanos beneficiados 
por um projeto geralmente não são os mesmos que suportam as consequências 
negativas” – um novo aterro sanitário beneficia toda a população de um 
município, mas pode prejudicar os vizinhos; uma usina hidrelétrica beneficia 
consumidores residenciais e industriais, no entanto prejudica aqueles que vivem 
na área de inundação. 
 
Assim, ainda segundo Sánchez, o debate sobre ônus e benefícios de projetos de 
desenvolvimento é atualmente medido pela avaliação de impacto ambiental, que 
passou a desempenhar um papel de instrumento de negociação entre atores 
sociais. 
 
A AIA possui igualmente o papel de procurar facilitar a gestão ambiental de um 
futuro empreendimento. A aprovação do projeto implica determinados 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 7 
compromissos assumidos pelo empreendedor que foram delineados no estudo de 
impacto ambiental (EIA), podendo ser modificados em virtude de negociações 
com os interessados. 
 
A maneira de se implementarem as medidas mitigadoras e compensatórias, seu 
cronograma, a participação de outros atores na qualidade de parceiros e os 
indicadores de sucesso podem ser estabelecidos durante o processo de AIA, o 
qual não termina com a aprovação de uma licença, continuando na constância do 
ciclo de vida do projeto. 
 
Assim, os propósitos da avaliação ambiental podem ser elencados da seguinte 
maneira: 
 
1) Assegurar que as considerações ambientais sejam explicitamente tratadas e 
incorporadas ao processo decisório. 
2) Antecipar, evitar, minimizar ou compensar os efeitos negativos relevantes 
biofísicos, sociais e outros. 
3) Proteger a produtividade e a capacidade dos sistemas naturais, assim como 
os processos ecológicos que mantêm suas funções. 
4) Promover o desenvolvimento sustentável e otimizar o uso e as 
oportunidades de gestão de recursos. 
 
1.3. Levantamento de Aspectos e Impactos 
 
A expressão avaliação de impacto ambiental (AIA) passou a fazer parte da 
terminologia e da literatura ambiental a partir de uma legislação pioneira que criou 
esse instrumento de planejamento para o meio ambiente – National 
Environmental Policy Act (Nepa) –, sendo esta a lei de política nacional ambiental 
dos Estados Unidos. Tal lei, aprovada pelo Congresso daquele país em 1969, 
passou a vigorar em 1o de janeiro de 1970 e acabou se transformando em modelo 
para legislações similares por todo o mundo. A referida norma exige a preparação 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 8 
de uma “declaração detalhada” sobre o impacto ambiental proveniente de 
iniciativas do governo federal americano. 
 
Tal declaração – statement – equivale ao atual estudo de impacto ambiental 
necessário em diversos países para a possível aprovação de novos projetos que 
venham causar impactos ambientais significativos. Assim, o termo assessment 
passou a ser empregado na literatura ambiental para designar o processo de 
preparação dos estudos de impacto ambiental. Contudo, essa palavra utilizada 
pela língua inglesa possui raiz latina – sendo a origem de assentar ou sentar, 
em português – e ésinônimo de evaluation, outra palavra de origem latina, o 
mesmo que avaliar. Daí a tradução comumente utilizada em línguas latinas para 
environmental impact assessment como avaliação de impacto ambiental, 
evaluación de impacto ambiental, évaluation d’impact sur 
l’environnement, valutazione d’impatto ambientale. 
 
O significado e o objetivo da avaliação de impacto ambiental se prestam a um 
sem-número de interpretações. Sem dúvida, seu sentido depende de uma 
perspectiva, de um ponto de vista e do propósito de se avaliarem impactos. 
 
Uma definição sintética é adotada pela International Association for Impact 
Assessment (IAIA): “avaliação de impacto, simplesmente definida, é o processo de 
identificar as consequências futuras de uma ação presente ou proposta”. 
 
A avaliação de impacto ambiental é apresentada, seja como instrumento seja 
como procedimento ou mesmo ambos, com o objetivo de antever possíveis 
consequências de uma decisão. 
 
Embora a noção de impacto ambiental presente na avaliação por esta atendida 
seja fundamentalmente a mesma daquela da AIA preventiva, o objetivo do estudo 
não é o mesmo, tampouco o foco das investigações. Nesse caso, a preocupação 
maior é com os danos causados, ou seja, os impactos negativos, apresentando 
oportunamente procedimentos investigatórios diferentes, não se tratando da 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 9 
antecipação de uma situação futura, mas de tentar mensurar o dano ambiental, 
valorando ocasionalmente de maneira econômica as perdas ocorridas. 
 
Em sua preocupação com o presente, com o futuro e também com o passado 
existe um procedimento comum de buscar fazer a comparação atual do ambiente 
e a que se supõe ter existido em algum momento pretérito. Na AIA, parte-se da 
descrição da situação atual do ambiente para que se possa ter uma projeção 
futura, com e sem o projeto em análise. Necessita-se, em ambos os casos, de 
conhecimento da situação atual do ambiente. 
 
Observação: denomina-se diagnóstico ambiental a descrição das condições 
ambientais existentes em determinada área no momento presente. A abrangência 
e a profundidade desse diagnóstico dependerão do objetivo e do escopo dos 
estudos desenvolvidos. 
 
Nessa preocupação com o passado, outra expressão bastante empregada é 
passivo ambiental, ora entendida como “o valor monetário necessário para a 
reparação dos danos ambientais ocorridos” (Sánchez, 2001), mas também usada 
para designar a própria manifestação física desse dano e os procedimentos 
necessários para sua reparação, a fim de que seja mantida a qualidade ambiental 
de determinado local. 
 
1.4 Análise das Legislações Pertinentes para o Estudo de Impacto 
Ambiental 
 
O acesso à informação ambiental apresenta-se no art. 4o da convenção, que 
estabelece que as autoridades governamentais (Poder Público) devem colocar à 
disposição da população as informações que esta solicitar “sem que o público 
tenha que invocar um interesse particular”. A Lei Federal no 10.650/2003 
dispõe sobre o direito à informação ambiental. Por tratar-se de um direito 
universal, não existe a obrigatoriedade de demonstração das razões do interesse 
do cidadão na demanda por determinada informação de cunho ambiental, 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 10 
havendo exceções somente quando se tratar de segurança pública e propriedade 
intelectual. 
 
Há previsão também quanto à participação popular, no art. 6o da mesma 
convenção com relação à tomada de decisão em certas atividades envolvendo 
meio ambiente, listadas no Anexo 1 da convenção. Este se refere a uma série de 
atividades que, pela norma, deveriam estar sujeitas à atuação pública antes da 
tomada de decisão pelas autoridades governamentais e sujeitas ao processo de 
AIA. 
 
Além disso, as Resoluções do Conselho Nacional do meio Ambiente (Conama) 
vieram também nesta área, desde 1986, apresentar, dirimir e implantar 
procedimentos inerentes a avaliação de impacto ambiental: 
 
 Conama no 1: dispõe sobre critériosbásicos e diretrizes gerais para o 
Relatório de Impacto Ambiental (Rima) (1986). 
 Conama no 237: regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental 
estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente (1997). 
 Conama no 279: estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental 
simplificado de empreendimentos elétricos com pequeno potencial de 
impacto ambiental (2001). 
 Conama no 306: estabelece os requisitos mínimos e o termo de referência 
para realização de auditorias ambientais (2002). 
 Conama no 369: dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, 
interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção 
ou a supressão de vegetação em área de preservação permanente (APP) 
(2006). 
 Conama no 428: dispõe, no âmbito do licenciamento ambiental sobre a 
autorização do órgão responsável pela administração da Unidade de 
Conservação (UC), de que trata o §3o do artigo 36 da Lei no 9.985, de 18 de 
julho de 2000, bem como sobre a ciência do órgão responsável pela 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 11 
administração da UC no caso de licenciamento ambiental de 
empreendimentos não sujeitos a EIA-Rima e dá outras providências (2010). 
 Conama no 473: prorroga os prazos previstos no §2o do art. 1o e inciso III 
do art. 5o da Resolução no 428, de 17 de dezembro de 2010, que dispõe no 
âmbito do licenciamento ambiental sobre a autorização do órgão responsável 
pela administração da UC, de que trata o §3o do artigo 36 da Lei no 9.985, 
de 18 de julho de 2000, bem como sobre a ciência do órgão responsável 
pela administração da UC no caso de licenciamento ambiental de 
empreendimentos não sujeitos a EIA-Rima e dá outras providências (2015). 
 Portaria Conjunta no 259: inclusão obrigatória no Estudo de Impacto 
Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima), de 
alternativas de tecnologias mais limpas (MDL) para reduzir os impactos na 
saúde do trabalhador e no meio ambiente. 
 Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV): a Lei Federal no 10.257/2001 
(Estatuto da Cidade) previu um novo instrumento de mediação entre os 
interesses privados daqueles que empreendem, garantindo o direito à 
qualidade urbana de quem nele vive ou transita. 
 
As interferências na utilização ou na ocupação de uma determinada área urbana 
produzem impactos de toda a natureza, positivos, negativos e sobre o seu 
entorno, interferindo diretamente na vivência e na dinâmica urbana. Assim, 
quanto maior vier a ser o empreendimento, maior o impacto causado por ele 
sobre a vizinhança (entorno), com previsão legal em seus arts. 36 a 38, no que se 
refere ao estudo a ser elaborado pelo empreendedor, para análise e posterior 
aprovação pelo poder público. 
 
De maneira geral, a maioria dos municípios brasileiros tem introduzido a 
“obrigatoriedade do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV)” em seus planos 
diretores, levando em consideração: 
 
1) O adensamento populacional. 
2) Os equipamentos urbanos e comunitários. 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 12 
3) A valorização imobiliária. 
4) O uso e a ocupação do solo. 
5) A demanda por transporte público. 
6) A geração de tráfego. 
7) A paisagem urbana. 
8) O patrimônio natural e cultural. 
 
Por meio desse estudo é possível um maior controle sobre os efeitos do 
planejamento urbano e ambiental de empreendimentos, propondo-se ações 
mitigadoras e compensatórias no intuito de minimizar danos ambientais e 
descontroles urbanísticos. Portanto, o EIV é considerado um instrumento 
importantíssimo de análise e controle nas questões de políticas públicas urbanas. 
Seu objetivo é democratizar a tomada de decisão sobre os empreendimentos 
considerados grandes nas cidades, sugerindo melhor adequação, bem como 
melhorias no projeto. 
 
2. Métodos para Avaliação de Impacto Ambiental 
 
2.1. Taxonomia dos Métodos para Avaliação de Impacto Ambiental 
 
Os estudos de impacto ambiental são feitos normalmente dentro de um contexto 
legal que estabelece requisitos a serem observados e procedimentos a serem 
cumpridos. Dentro do processo de AIA, a etapa de avaliação ou análise técnica 
dos estudos ambientais apresentados tem a função de verificação da 
conformidade desses estudos em relação a critérios preestabelecidos. 
 
Normalmente, os critérios observados são a regulamentação técnica aplicável em 
vigor na jurisdição onde foi realizado o estudo e os termos de referência 
previamente formulados. Eventualmente, o objetivo da análise poderá ser 
verificado à luz de alguma prática recomendada, tais como normas e diretrizes 
internas e até mesmo referências internacionais. 
 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 13 
Um balanço adequado entre descrição e análise, levando-se sempre em 
consideração o rigor metodológico e a isenção na aplicação das técnicas 
empregadas, está entre as qualidades desejáveis de todo estudo ambiental. 
 
É importante notar que um estudo exaustivamente descritivo sem a devida 
interpretação dos dados e com a pouca aplicação destes na análise dos impactos 
não apresenta qualquer relevância quanto ao resultado final, comprometendo 
sobremaneira os dados coletados ou compilados. 
 
Observação: uma definição bem simples do que seria uma boa AIA é dada por 
Lee (2000): “é aquela que apresenta, de uma forma apropriada para os usuários, 
constatações e conclusões que cubram todas as tarefas da avaliação, empregando 
métodos apropriados de coleta de informação, análise e comunicação”. 
 
Em outras palavras, uma boa AIA é aquela que apresenta as qualidades dos bons 
relatórios técnicos, analisando-se sempre forma e conteúdo. 
 
2.2. Tipos de Métodos 
 
As linhas metodológicas de avaliação são mecanismos estruturados para 
comparar, organizar, analisar e avaliar informações sobre impactos ambientais de 
uma proposta, incluindo os meios de apresentação escrita e visual dessas 
informações (Cunha e Guerra, 2004). 
 
Existem de forma básica, as distintas linhas metodológicas desenvolvidas para a 
avaliação de impactos ambientais a seguir: 
 
Metodologias espontâneas (ad hoc). São métodos com base no conhecimento 
empírico de experts no assunto e/ou na área sob análise em questão. 
 
Metodologia de listagem (checklist). Em uma fase inicial, a listagem representa 
um dos métodos mais utilizados em AIA. Consiste em identificação e enumeração 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 14 
dos impactos a partir da diagnose ambiental realizada por especialistas dos meios 
físico, biótico e socioeconômico. Assim, os especialistas deverão relacionar os 
impactos decorrentes das fases de implantação e operação do empreendimento, 
categorizando-os em positivos ou negativos conforme o tipo de modificação 
antrópica que esteja sendo introduzido no sistema analisado. 
 
Matrizes de interações. As matrizes tiveram início como uma tentativa de suprir 
as deficiências das listagens (checklist). Uma das mais difundidas em âmbitos 
nacional e internacional foi a matriz de Leopold (Leopold, 1971). Esta foi projetada 
para avaliação de impactos associados a quase todos os tipos de implantação de 
projetos, sendo os atributos de impacto classificados nominalmente em: 
 
a) Tipo de ação: primária, secundária e enésima, definidas respectivamente 
como uma simples relação de causa e efeito, como reação secundária em 
relação à ação, quando faz parte de uma cadeia de reações, ou como uma 
relação enésima em relação à ação. 
 
b) Ignição: imediata, médio e longo prazos; são definidas como imediata 
quando o efeito surge simultaneamente com a ocorrência da ação; quando 
o efeito se manifesta com certa defasagem de tempo em relação à ação, 
essa variação é considerada como sendo de médio ou longo prazo. 
 
c) Sinergia e criticidade: alta, média e baixa; definidas como o nível de 
interatividade entre os fatores, de modo a aumentar o poder de 
modificaçãodo impacto. 
 
d) Extensão: maior, igual ou menor do que a bacia hidrográfica; definidas 
respectivamente quando o impacto sobre o subsistema abrange uma área 
maior, igual ou menor do que a bacia em questão. 
 
e) Periodicidade: permanente, variável e temporária; definidas 
respectivamente quando os efeitos não cessam sua manifestação enquanto 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 15 
perdurar a ação, ou quando não se tem conhecimento preciso de quanto 
tempo vai durar um determinado efeito e, ainda, quando o efeito tem 
duração limitada. 
 
f) Intensidade: alta, média e baixa; definidas pela quantificação da ação 
impactante. 
 
Redes de interações (networks). Essa metodologia procura estabelecer a 
sequência de impactos ambientais a partir de uma determinada intervenção 
utilizando método gráfico. A rede mais difundida é a Sorensen (1974). Segundo 
Bolea (1984), existem outros sistemas de redes, como o método CNYRPAB 
(frequentemente utilizado nos EUA), o Bereno (Alasca), além das considerações 
do Banco Mundial sobre redes de interações modificadas, como muitas 
empregadas no Brasil. 
 
Metodologias quantitativas. Os métodos quantitativos pretendem associar 
valores às considerações qualitativas que possam ser formuladas quando da 
avaliação dos impactos de um projeto. Um dos métodos quantitativos mais 
importantes foi o apresentado pelo Betelle Columbus Laboratories, em 1972, para 
o US Bureau of Reclamation, que utiliza, basicamente, indicadores de qualidade 
ambiental expressos por gráficos que relacionam o estado de determinados 
compartimentos ou segmentos ambientais com um estado de qualidade que varia 
de 0 a 1. Os indicadores são denominados parâmetros, oferecendo 71 gráficos 
dessa qualidade do ambiente com eles relacionados. 
 
Modelos de Simulação. Desenvolvido desde a década de 1970, são relativos à 
inteligência artificial ou a modelos matemáticos destinados a representar tanto 
quanto possível o comportamento de parâmetros ambientais ou as relações e 
interações entre as causas e os efeitos de determinadas ações. São bastante úteis 
em projetos de usos múltiplos e podem ser utilizados mesmo após o início de 
operação de um projeto. 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 16 
Mapas de superposição. As técnicas cartográficas são utilizadas na 
localização/extensão de impactos, na determinação de aptidão e uso do solo, na 
resolução de áreas de relevante interesse ecológico, cultural, arqueológico, 
socioeconômico e logicamente em zoneamentos e gerenciamentos ambientais; 
essa técnica consiste na confecção de uma série de cartas temáticas, uma para 
cada compartimento ambiental. 
 
Projeção de cenários. Esse método baseia-se na análise de situações 
ambientais prováveis em termos de evolução de um ambiente (cada situação 
corresponde a um cenário) e/ou de situações hipotéticas, referentes a situações 
diferenciadas geradas por proposição de alternativas de projetos e programas. 
Segundo Ávila e Santos (1989), os cenários podem ser classificados em três 
categorias: 
 
a) Cenários evolutivos e antecipatórios: os primeiros descrevem as trajetórias 
do sistema em estudo, desde o presente até um dado horizonte, 
procurando notar as consequências de decisões tomadas hoje e no futuro 
próximo. Já os cenários antecipatórios descrevem um estado futuro do 
sistema, omitindo considerações de como chegar lá. 
 
b) Cenários tendenciais e cenários alternativos: a distinção entre tendências e 
alternativas está no escopo da análise. Nos cenários tendenciais, políticas e 
situações não diferem radicalmente das tradicionais; para alternativos, no 
entanto, procura-se investigar possibilidades estruturalmente distintas 
daquelas. 
 
c) Cenários exploratórios e cenários normativos: os cenários exploratórios 
procuram, para uma determinada situação, analisar as consequências de 
várias políticas escolhidas a priori ou de maneira interativa; ao contrário, os 
normativos estabelecem as consequências desejadas e procuram 
determinar, para cada situação, quais políticas permitem alcançar a meta 
desejada. 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 17 
2.3. Características Gerais 
 
Graças a diversidade e complexidade dos métodos de AIA existentes, em que 
muitos não se apresentam compatíveis com as condições socioeconômicas e 
política do país, quando se faz necessária uma seleção voltada às nossas 
condições, em muitos casos, essas condições são adaptadas por meio de 
modificações e/ou revisões, para que se apresentem realmente úteis no momento 
da tomada de decisão acerca de um projeto. Apresenta-se a cargo então de cada 
equipe técnica a seleção daquele(s) método(s) mais apropriado(s), ou mesmo 
parte(s), conforme as atividades propostas. 
 
Observação: conforme visto, definir uma metodologia de avaliação de impactos 
ambientais consiste em igualmente definir os procedimentos técnicos, lógicos e 
operacionais capazes de permitir que o processo, anteriormente referido, seja 
completado. 
 
De acordo com os estudos analíticos de metodologias voltadas à AIA propostos 
nos âmbitos nacional e internacional, é de fundamental importância a 
incorporação de um conjunto de critérios básicos por atuais métodos empregados 
nessas análises, como: integração dos aspectos físicos, biológicos e 
socioeconômicos, não se esquecendo de incluir o fator tempo e a utilização de 
indicadores que possam facilitar a tarefa de prospecção e setorização do território, 
mecanismo este que permita realizar a soma dos impactos parciais para se obter o 
impacto total sobre a área. 
 
Assim, devem ser levadas em conta quanto ao método selecionado sua 
capacidade de extrapolação e arquivamento de dados, inclusive para a aplicação 
em outras áreas a serem igualmente estudadas, sua aplicação em diferentes 
escalas e a participação pública nas tomadas de decisões. 
 
Todos os critérios anteriormente apresentados procuram tornar cada vez mais 
eficazes a avaliação e a interpretação do ambiente, possibilitando a consequente 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 18 
análise de viabilidade e identificação de possíveis alternativas para prevenção, 
recuperação e/ou reconstituição do ambiente. 
 
2.4. Exemplos. Avaliação e Seleção de Métodos 
 
Conforme demonstrado no item 2.2, a necessidade de análises e avaliações 
abrangentes dos impactos gerados por projetos, planos, programas e políticas tem 
se tornado cada vez mais consistente. Assim, os procedimentos voltados para a 
AIA desenvolvidos nos últimos tempos foram, e ainda são em âmbito mundial, 
resultados dessas necessidades. 
 
Conforme visto anteriormente, não existe, ainda, uma metodologia ideal, que se 
apresente completa para atender todos os diferentes Estudos de Impacto 
Ambiental e suas respectivas fases. Assim, uma seleção metodológica entendida 
como mais apropriada para atender aos requisitos e normas legais estabelecidos 
para a execução dos estudos, se dá em função do tempo, bem como dos recursos 
financeiros disponíveis e, alguns casos, dos dados existentes. 
 
Observação: dessa maneira, é importante selecionar as metodologias na medida 
em que seus princípios possam ser utilizados ou mesmo adaptados às condições 
específicas de cada estudo ambiental, assim também quanto a cada realidade 
local ou mesmo nacional. 
 
Na verdade, os métodos a serem empregados terão já como princípio a obrigação 
à adaptação e ao reconhecimento das características e particularidades da área 
sob análise, até por conta do meio físico no qual atuarão (água e ar). Ressalte-se 
por oportuno a experiência profissional dos técnicos que se servirão de tais 
procedimentos em suas respectivas avaliações, contribuindo sobremaneira para 
reduzir o risco, por exemplo, da implantação de uma política pública inadequada. 
 
 
 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 19 
3. Licençae Autorização Ambiental 
 
3.1. Autorização e Licença no Direito Administrativo 
 
Autorizações e licenças são atos administrativos referentes à outorga de direitos. 
Trata-se de terminologia técnico-jurídica cujos significados se distinguem, 
impedindo qualquer aplicação ou utilização de forma simultânea. 
 
Assim, autorização é ato administrativo discricionário e precário, por intermédio do 
qual a autoridade competente faculta ao administrado, conforme seja o caso em 
concreto, o exercício ou a aquisição de um direito. Significa dizer que a autoridade 
irá analisar de maneira discricionária, segundo seu critério de conveniência e 
oportunidade, a solicitação recebida em face do pedido do exercício da atividade 
pretendida. 
 
A licença é ato administrativo vinculado e definitivo que implica obrigação do 
Poder Público para atender a pedido de um interessado, quando cumpridos os 
requisitos pertinentes previstos em lei, isto é, os requisitos para o exercício da 
atividade pretendida, cumpridos pelo requerente, não cabendo recusa por parte 
da Administração Pública à sua efetivação, visto que deste cumprimento nasce o 
direito subjetivo do administrado à referida licença. 
 
Depreende-se, assim, quanto aos dois institutos, que, a autorização envolve 
interesse, tendo como característica ser um ato discricionário, porquanto a licença 
envolve direito, caracterizando-se por ser um ato vinculado. 
 
Em outras palavras: “A autorização é ato constitutivo e a licença é ato declaratório 
de direito preexistente” (Maria Sylvia Zanella de Pietro). 
 
Segundo a lei brasileira, o meio ambiente é qualificado como patrimônio 
público a ser necessariamente assegurado e protegido para uso da coletividade, 
ou, na linguagem do constituinte, bem de uso comum do povo, essencial à 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 20 
sadia qualidade de vida. Por ser de todos em geral e de ninguém em particular, 
inexiste direito subjetivo à sua utilização, que, evidentemente, pode ser legitimado 
apenas por ato próprio do Poder Público. 
 
Autorizações e licenças são típicas de atos administrativos referentes à outorga de 
direitos. São termos técnico-jurídicos com significados distintos, que tornam 
impossível qualquer utilização simultânea ou crítica, seja por parte do legislador ou 
do intérprete. 
 
A grande distinção entre os dois institutos reside no fato de que autorização 
envolve interesse, é caracterizada por ser ato discricionário; já a licença envolve 
direito, caracterizando-se como ato vinculado. Assim, “não há qualquer direito 
subjetivo à obtenção ou à continuidade da autorização, daí porque a 
Administração pode negá-la conforme sua vontade, bem como pode cassar o 
alvará a qualquer momento, sem qualquer indenização”, porquanto “a licença 
resulta de um direito subjetivo do interessado, razão pela qual a Administração 
não pode negá-la, o que uma vez expedida, gera presunção definitiva. Sua 
invalidação só pode ocorrer por ilegalidade na expedição do alvará, por 
descumprimento do titular na execução da atividade ou por interesse público 
superveniente, caso em que se impõe a correspondente indenização”. 
 
3.2. Licença ambiental 
 
Procedimento indelegável por parte do Poder Público, o licenciamento constitui-se 
em importante instrumento de gestão do meio ambiente, uma vez que, por 
intermédio dele, a Administração Pública exerce o controle necessário sobre as 
atividades do homem que interferem nas condições ambientais. Por outro lado, 
como exercício do poder de polícia administrativa, não deve apresentar-se como 
um entrave ao desenvolvimento da sociedade. 
 
Assim, como todo procedimento administrativo, o licenciamento ambiental pode 
ser visto como “uma sucessão itinerária e encadeada de atos administrativos que 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 21 
tendem, todos, a um resultado final e conclusivo” (Édis Milaré). Conforme disposto 
no art. 1o da Resolução Conama no 237/1997, este é o “procedimento 
administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, 
instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras 
de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou 
daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, 
considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas 
aplicáveis ao caso”. 
 
Ponto de equilíbrio delicado, a licença ambiental deve não apenas cuidar da 
dinâmica e da adequação das atividades a serem exercidas, sem comprometer seu 
desenvolvimento, como resguardar os fatores de equilíbrio ambientais que possam 
por ela ser afetados. É, portanto, a qualificação do licenciamento um instrumento 
poderoso em meio à atual Política Nacional de Meio Ambiente. 
 
3.3. Etapas do licenciamento 
 
Procedimento de ato uno, de caráter complexo, com atuação de diversos agentes 
dos vários órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), deve ser 
precedido de estudos técnicos que subsidiem sua análise (Conama no 237/1997, 
arts. 1o, III, e 3o, caput), assim como de EIA-Rima sempre que apresente 
significativo impacto ambiental. 
 
As etapas do licenciamento se fazem presentes no disposto no art. 10, da 
Resolução Conama no 237/1997, que apresenta como desdobramento (em caso 
positivo), em seu inciso VIII: 
 
a) Licença prévia (LP): ato pelo qual o administrador aprova a 
localização e a concepção do empreendimento ou atividade, 
atestando a sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos 
básicos, assim como as condicionantes a serem atendidas nos passos 
seguintes de sua implementação. 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 22 
 
b) Licença de instalação (LI): apresenta de forma expressa o 
consentimento para o início da implementação do empreendimento 
ou atividade, em conformidade com as especificações presentes dos 
planos, programas e projetos aprovados, incluindo nesta as medidas 
relativas ao controle ambiental e aos demais condicionantes. 
 
c) Licença de operação (LO): expressa manifestação de concordância 
com a operação da atividade ou do empreendimento, após a 
verificação do efetivo cumprimento do conteúdo das licenças 
anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes 
determinados para a operação. 
 
3.4. Natureza Jurídica 
 
De natureza sui generis, que se apresenta em razão das condicionantes atreladas, 
uma vez não se aplicarem a esta os procedimentos e as características da licença 
administrativa propriamente dita, o que a caracteriza por não se sujeitar nem a 
decisão vinculada nem a discricionariedade técnica. Trata-se de decisão em razão 
do projeto apresentado (conveniência), afastando o ato administrativo originário 
do modelo usual de procedimento de licenciamento, assemelhando-o muito mais a 
uma autorização. 
 
Dúvidas têm surgido quanto à sua natureza, por isso, em nome de uma coerência 
voltada a uma melhor caracterização de procedimentos, “o correto seria 
considerar a licença ambiental como uma nova espécie de ato administrativo, que 
reúne características das duas categorias tradicionais” (MILARÉ, 2009). 
 
Assim, a licença ambiental, apesar de conter prazo de validade, desfruta do 
caráter da estabilidade; por lei, não poderá ser suspensa ou revogada por simples 
discricionariedade e, menos ainda, por qualquer arbitrariedade do administrador 
público. Sua capacidade de renovação não provoca conflitos em relação à sua 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 23 
estabilidade, sujeitando-se, contudo, à revisão, sendo passível de suspensão ou 
cancelamento em caso de interesse público, ilegalidade superveniente ou se 
houver descumprimento de requisitos preestabelecidos no processo de 
licenciamento – uma peculiaridade do Direito Ambiental. 
 
3.5. Características da Licença Ambiental 
 
a) Divide-se em três subespécies:licença prévia, licença de instalação e 
licença de operação. 
 
b) Exigência de estudo prévio como condição à concessão da licença, 
sempre que a obra ou a atividade pretendida representar significativa 
degradação ambiental (avaliação prévia de impactos – EIA/RIMA). 
 
c) A emissão desta não assegura ao seu titular a manutenção do status quo 
que vigorava ao tempo de sua expedição. Encontrando-se sujeita a 
prazos de validade, obrigando seu detentor a periódicas renovações 
suscetíveis de novas exigências em face de novos procedimentos 
técnicos ou mudanças no ambiente onde se localiza o empreendimento 
ou a obra. 
 
4. Licenciamento Ambiental – Competências 
 
4.1. Competência para o Licenciamento Ambiental 
 
O licenciamento no meio ambiente de forma já conhecida é executado em 
diversos Estados por intermédio de leis locais, editadas principalmente a partir da 
Conferência de Estocolmo de 1972, ganha arcabouço definitivo com a edição da 
Lei no 6.938/81, ao lhe conferir o status de “Instrumento da Política Nacional do 
Meio Ambiente”. 
 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 24 
Assim, sob a égide da Constituição de 1988, o art. 10 do referido diploma legal, 
com redação dada pela Lei no 7.804/89, atribui competência para o licenciamento 
ao órgão estadual integrante do Sisnama, e ao Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em caráter supletivo, sem 
prejuízo de outras licenças exigíveis. 
 
Percebe-se que, dentre outras coisas, um dos critérios definidores da competência 
para o licenciamento se funda no alcance do “impacto ambiental”. 
 
O Decreto no 99.274/90 substituiu e reproduziu algumas disposições contidas na 
Lei no 6.938/81 – o Decreto no 88.351/83 –, disciplinou o licenciamento ambiental 
com relativo detalhamento, orientado por um procedimento de três fases, 
caracterizadas por licença prévia (LP), licença de instalação (LI) e licença de 
operação (LO). 
 
De outra feita aponta Milaré (2013) que a Constituição de 1988, ao proclamar a 
autonomia dos diversos entes da Federação (arts. 1o e 18), recepcionando a Lei no 
6.938/81, deixou claro que eles devem partilhar responsabilidades sobre a 
condução das questões ambientais, tanto no que tange à competência legislativa 
quanto no que diz respeito à competência dita implementadora ou de execução. 
 
E continua, assim, integrando o licenciamento no âmbito da competência de 
implementação, os três níveis de governo estão habilitados a licenciar 
empreendimentos com impactos ambientais, cabendo, portanto, a cada um dos 
entes integrantes do Sisnama promover a adequação de sua estrutura 
administrativa com o objetivo de cumprir essa função, que decorre, insista-se, 
diretamente da Constituição. 
 
4.1.1. Critério para Definição do Órgão Licenciador 
 
No caminho do que defende a Lei no 6.938/81, depreende-se da Resolução 
Conama no 237/97 que o critério para a identificação do órgão 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 25 
preponderantemente habilitado para o licenciamento é determinado pela área de 
influência direta do impacto ambiental. Desse modo, apenas os impactos diretos 
são determinantes para tal, pois os indiretos podem alcançar proporções 
inimagináveis, de modo a despertar o interesse da própria aldeia global. 
 
Segundo Hamilton Alonso Jr., “o raio de influência ambiental é que indicará o 
interesse gerador da fixação da atribuição, traçando-se uma identificação da 
competência jurisdicional (art. 2o da Lei Federal no 7.347/85 – local do dano 
ambiental)”. Assim, pouco importa a titularidade da área onde será implementada 
a obra ou atividade. 
 
Fundado nas consequências dos impactos ambientais, e na projeção destes em 
função do tempo e da potencialidade com que podem ocorrer, os órgãos afetos ao 
procedimento licenciatório se apresentam de forma distinta. 
 
Assim, os três níveis de governo estão habilitados a licenciar, cabendo a cada um 
dos integrantes do Sisnama promover adequadamente sua estrutura 
administrativa objetivando essa função. 
 
Diante do que se apresenta na Lei no 6.938/1981, compreende-se por oportuno o 
disposto na Resolução Conama no 237/1997, quanto ao critério para a 
identificação do órgão habilitado ao licenciamento, que parte da área de influência 
direta do impacto ambiental, não importando muito a titularidade da área onde irá 
implantar-se a obra ou o empreendimento. 
 
Desse modo, a jurisprudência em vigor, no intuito de dirimir controvérsias, vem 
referendando entendimento com relação ao licenciamento ambiental da seguinte 
maneira: 
 
(a) “A competência para licenciar projeto de obra ou atividade potencialmente 
danosa ao meio ambiente não se fixa pela titularidade dos bens nele 
contemplados, mas pelo alcance dos seus possíveis impactos ambientais”. (TRF-5a 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 26 
Região, Apelação Cível 327022, rel. Des. Federal Ridalvo Costa, DJ 17.05.2003, p. 
659, un; TRF-4a Região, Apelação Cível 2002.72.08.003119-8, rel. Des. Valdemar 
Capeletti, DJ 27.07.2005) 
 
(b) “A regra geral, portanto, é o licenciamento ocorrer sempre por meio de ato 
emitido pelos órgãos estaduais (caput do art. 10, da Lei no 6.938/1981), exceto 
‘no caso de atividades e obras com significativo impacto ambiental, de âmbito 
nacional ou regional’ (§4o), quando a competência é privativa do Ibama. Assim, 
pouco importa quem seja o proprietário do imóvel (terreno de marinha, por 
exemplo) em que esteja a obra ou atividade a ser licenciada, pois o que determina 
a competência da Autarquia é a magnitude do impacto ambiental que elas possam 
causar”. (Ação Ordinária [procedimento comum ordinário] 2006.72.00.013209-
0/SC, Juiz Federal Julio Schattschneider, j. 28.07.2008) 
 
4.1.2. Licenciamento Federal 
 
Ao se configurar um impacto de âmbito nacional (aquele que afeta diretamente 
todo o país) ou regional (aquele que afeta diretamente, no todo ou em parte, o 
território de dois ou mais Estados), a competência para licenciar é atribuída ao 
órgão da esfera federal da Administração, ou seja, o Ibama. Conforme apontado 
no art. 4o da Resolução Conama no 237/97, os empreendimentos e atividades ali 
contemplados. 
 
Dessa forma, no curso do licenciamento em comento, o qual seguirá a liturgia 
presente na Instrução Normativa no 184/2008, o Ibama deverá considerar o 
exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em 
que se localiza o empreendimento ou a atividade, bem como, quando couber, 
outros órgãos públicos de qualquer esfera administrativa envolvidos no 
procedimento, não havendo para com esses últimos caráter vinculante com 
relação a exames e pareceres eventualmente por eles produzidos. 
 
 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 27 
4.1.3. Licenciamento estadual ou distrital 
 
Aos órgãos ambientais estaduais ou do Distrito Federal, é pertinente, geralmente, 
o licenciamento dos empreendimentos e atividades com impacto microrregional 
(aquele que ultrapassa os limites territoriais de um ou mais Municípios), conforme 
disposto no art. 5o da Resolução Conama no 237/97. 
 
Nesses casos, o órgão ambiental estadual ou do Distrito Federal realizará o 
licenciamento após as considerações sobre o exame técnico realizado pelos órgãos 
ambientais dos Municípios nos quais se localizam a atividade ou o 
empreendimento, bem como, quando couber, o parecer dos demais órgãos 
públicos de qualquer esfera administrativa envolvidos no procedimento de 
licenciamento, não havendo igualmente com relação a esses últimos caráter 
vinculante com relação a exames e pareceres eventualmente por eles produzidos. 
 
4.1.4. Licenciamento Municipal 
 
Em conformidade com o disposto no art. 6o da Resolução Conama no 237/97, é de 
competência do órgão ambiental municipal o licenciamento de atividades e 
empreendimentos causadores de impacto local(aquele circunscrito aos limites 
territoriais do município) e também dos que lhe forem delegados pelo Estado, por 
intermédio de instrumento legal ou convênio, sendo exigido quanto a esse 
seguimento a oitiva dos demais órgãos públicos envolvidos. 
 
Volta-se a atenção, no entanto, ao Município, uma vez que, para o cumprimento 
de tal objetivo, deve ter este implementado seu Conselho de Meio Ambiente, o 
qual possui caráter deliberativo e de participação social, e ainda possuindo em 
seus quadros ou mesmo à sua disposição, profissionais legalmente habilitados. 
 
Um dado, porém, chama a atenção. Segundo o IBGE, até 2008, dos 5.564 
municípios brasileiros à época, somente 18,7% haviam adotado a gestão plena, 
com estrutura, conselho ativo e recursos voltados especificamente para o setor. 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 28 
5. Prazos Recorrentes no Processo de Licenciamento 
 
5.1. Prazos para Análise das Licenças 
 
Ao suprir omissão da Lei Federal, a Resolução Conama no 237/97 inovou ao 
estabelecer prazos para a análise das licenças, podendo, contudo, ser alterados 
por regras próprias, porém restritivas, tanto dos estados quanto dos próprios 
Municípios, uma vez terem suas autonomias asseguradas constitucionalmente. Tal 
apreciação ocorrerá, em princípio, segundo o disposto no art. 14, caput, da 
Resolução mencionada. 
 
Carecendo, no entanto, o órgão ambiental de esclarecimentos ou mesmo de 
estudos ambientais complementares, a contagem dos referidos prazos será 
suspensa até a solução do incidente procedimental, o que deverá ocorrer dentro 
do prazo máximo de 4 meses, a contar da data em que tiver sido notificado o 
empreendedor. Outrossim, desde que justificados e com a concordância do órgão 
ambiental, poderão os prazos ser alterados, na conformidade do que se encontra 
disposto no caso concreto. 
 
5.2. Prazos de Validade das Licenças 
 
A Lei no 6.938/81, ao prever a revisão do licenciamento e ao mencionar sua 
renovação, pôs em evidência uma das características da licença ambiental – sua 
eficácia temporal –, visando impedir a perenização de padrões que habitualmente 
são superados tecnologicamente. 
 
Regulamentada a matéria no âmbito de sua competência, a Resolução Conama no 
237/97 fixou prazos de validade para as licenças ambientais expressamente, 
conforme disposto em seu art. 18. E, tal qual nos prazos para análise destas, 
desde que justificados e com a concordância do órgão ambiental, poderão 
também esses prazos ser alterados, na conformidade do que se encontra disposto 
no caso concreto, quanto à necessidade de sua renovação. 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 29 
5.3. Alterações e Retiradas das Licenças 
 
A licença ambiental, desde que validamente outorgada, garante ao seu titular uma 
estabilidade meramente temporal, mas não o direito adquirido de operar ad 
aeternum. Verdadeiramente, o licenciamento ambiental foi idealizado e deve ser 
entendido como se fosse um compromisso estabelecido entre o empreendedor e o 
Poder Público, em que, de um lado, o empresário compromete-se na implantação 
e operação da atividade, segundo as condicionantes presentes nos alvarás de 
licença recebidos e, do outro lado, o Poder Público garantindo-lhe que, durante o 
prazo de vigência da licença, uma vez obedecidas suas condicionantes, em 
circunstâncias normais, nada mais lhe será exigido a título de amparo ambiental. 
 
Por outro lado, em havendo descumprimentos quanto à sua concessão, o art. 19 
da Resolução Conama no 237/97 autoriza ao órgão ambiental competente, 
mediante decisão motivada, modificar, suspender ou mesmo cancelar a licença 
expedida. 
 
5.4. Modificações das Licenças 
 
A palavra modificar advém do latim modificare (dispor novamente, reordenar, 
limitar, regular), significa “alteração ou substituição de alguma coisa, em parte ou 
no todo, cujo modo de ser era um, transformando-se em nova forma, nova ordem 
ou nova disposição”. Nessa linha de raciocínio, modificação tem o sentido de 
“ação de dar nova configuração ou nova ordem ao que existia anteriormente”. 
Não implica a bem da verdade nulidade do ato, mas uma conformação das 
condicionantes e das medidas de um determinado controle e adequação, de modo 
a conjurar ou minorar os riscos de danos ambientais. É o que se depreende da 
redação do art. 19, caput, da Resolução Conama no 237/97. 
 
Podem ocorrer, porém, situações imprevisíveis no momento da emissão da 
licença, as quais venham a impactar de maneira sensível a atividade econômica 
desenvolvida ao longo de período de sua validade. Em tais casos, enseja-se de 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 30 
maneira excepcional a possibilidade de se modificar o ato autorizativo, a fim de 
tornar possível o prosseguimento da atividade econômica licenciada, desde que 
isso não implique prejuízos não mitigáveis ao meio ambiente. 
 
Não só isso, outras situações podem apresentar-se; por isso, é importante notar 
que tanto as realidades socioambientais quanto as socioeconômicas sofrem 
modificações aceleradas as quais podem determinar situações de mudança a 
serem ponderadas, seja na manutenção seja na modificação da licença, podendo 
estas ser não apenas restritivas, mas também deliberativas. 
 
5.5. Suspensões das Licenças 
 
Suspender, do latim suspendere (deter, sustar, pendurar, deixar pendente), 
apresenta-se, no sentido jurídico, da mesma maneira que “interromper, sobrestar, 
impedir, privar, proibir, sempre em sentido temporário ou limitado”. Assim, 
suspender uma licença significa sustá-la ou sobrestá-la até que a obra ou 
atividade se apresente adequada aos procedimentos ambientais exigidos, 
ensejando nas hipóteses de omissão de informações relevantes durante o 
processo licenciatório, passível de sanção, e superveniência de graves riscos para 
o ambiente e a saúde, superáveis mediante a adoção de medidas de controle e 
adequação. 
 
Igualmente nesse caso as medidas recomendadas para a adaptação serão 
suportadas pelo empreendedor, segundo os princípios constitucionais já 
apontados, referentes à função socioambiental da propriedade e do meio 
ambiente sadio como direito fundamental da pessoa humana. 
 
5.6. Cancelamento das Licenças 
 
Cancelar, do latim cancellare (cobrir com grade, riscar, borrar, inutilizar), em 
sentido amplo, significa “o ato pelo qual se desfaz, anula-se ou se torna ineficaz o 
que anteriormente fora praticado, seja porque tenha ela já cumprido sua 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 31 
finalidade, ou porque haja motivo para essa anulação”. É pertinente nos casos em 
que a licença é expedida em flagrante dissonância com a ordem jurídica, é 
subsidiada por falsa descrição de informações relevantes, ou mesmo pela 
superveniência de graves riscos para o ambiente e a saúde, não suscetíveis de 
superação mediante a adoção de medidas de controle e adequação. 
 
Há, contudo, de se verificar se a invalidade é fruto ou não de má-fé do 
empreendedor para que se possa aferir quanto a uma eventual indenização 
administrativa – responsabilidade objetiva do Estado ‒ passível de ação de 
regresso quando houver dolo ou culpa do funcionário. 
 
5.7. Direito à Indenização 
 
Uma vez qualificada a licença como ato administrativo vinculado, questiona-se a 
pertinência do pleito indenizatório em favor do titular inocente, em caso de 
retirada do ato. 
 
Para Hely Lopes Meirelles, “a situação só poderá ser solucionada pela supressão 
do ato mediante indenização completa dos prejuízos suportados pelo seu 
beneficiário. Insto porque, se, de um lado não pode o particular manter situações 
prejudiciais ao interesse público, de outro, não é lícito ao Poder Público suprimir 
direitos e vantagens individuais, adquiridos legitimamente pelo particular”. 
 
Odete Medauar, por sua vez, diz que o poder de revogar encontra limite no 
tocante aos atos vinculados,editados na conformidade de requisitos e condições, 
pré-fixados na norma, e atendidos pelo interessado (...). É o caso das licenças. Se 
a administração revogar ato de que decorreu direito, caberá o pagamento de 
indenização pelos danos causados. 
 
Celso Antonio Bandeira de Mello vai além, e, para ele, “não cabe à Administração 
decidir que revoga e remeter o lesado às vias judiciais para composição 
patrimonial dos danos. Isto corresponderá à ofensa de um direito e à prática de 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 32 
um ato ilegítimo que o judiciário deve fulminar se o interessado o requerer (...). 
Assim, depois de concedida regularmente uma licença para edificar e iniciada a 
construção, a Administração não pode ‘revogar’ ou ‘cassar’ esta licença sob 
alegação de que mudou o interesse público ou de que se alterou a legislação a 
respeito. Se o fizer, o Judiciário, em havendo pedido do interessado, deve anular o 
ato abusivo, pois cumpre à Administração expropriar o direito de construir 
naqueles termos. Não é o mesmo ter que buscar em juízo uma indenização por 
danos e ser buscado no Judiciário (uma expropriação), com indenização prévia. 
São caminhos diferentes. Desassiste ao Poder Público, através de comportamento 
abusivo, lançar o administrado em via menos conveniente para ele”. 
 
Assim, se é verdade que, em caso de dano, sempre responde objetivamente o 
administrado, também é certo que este mesmo ônus é imposto ao Estado, em 
atenção ao princípio da solidariedade que norteia a responsabilidade ambiental e 
ao comando constitucional de que as pessoas jurídicas de Direito Público não 
estão contrárias aos atos danosos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a 
terceiros. 
 
Dessa forma, se assim não fosse, não fosse o peso da defesa e da proteção 
ambiental recairia exclusivamente sobre os ombros do administrado, em 
dissonância com o disposto no art. 225 da Constituição, por força do qual o Poder 
Público e a coletividade devem compartilhar solidariamente o ônus da 
responsabilidade ambiental. 
 
5.8. Licenciamento Corretivo de Fontes de Poluição e Direito Adquirido 
 
As inovações legislativas em matéria ambiental, principalmente no que concerne 
ao controle da poluição, ao uso de recursos naturais e às normas de uso e 
ocupação do solo, podem tornar desconformes situações consolidadas sob o 
império de lei antiga. Daí os possíveis questionamentos sobre a incidência da 
regra nova sobre as atividades efetiva e potencialmente degradadoras e as obras 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 33 
já consolidadas, que, em última análise, refletem conflitos relacionados com a 
aplicação da lei no tempo. 
 
A Constituição Federal assegura a irretroatividade da lei, por meio da proteção, 
contra a lei nova, do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada. 
 
Assim, por exemplo, aponta Milaré (2013), em relação ao exercício de uma 
determinada atividade ou ao direito de construir, que se tem, na verdade, a 
aplicabilidade imediata da lei nova, se a atividade ou a obra não foi iniciada. 
Entretanto, se já estiverem em operação com base em licença ambiental, deverão 
aguardar a renovação do ato autorizativo para serem incorporadas as novas 
exigências, salvo nos casos em que a lei impuser condições e prazos específicos. 
Cumpre dizer que isso não implica ofensa ao direito adquirido nem ao ato 
juridicamente perfeito, pois a própria legislação ambiental impõe a renovação da 
licença para atividades potencial ou efetivamente poluidoras, exatamente para 
permitir a atualização tecnológica do controle da poluição. 
 
Além da regra contida presente no Decreto no 4.340/2002 merecem destaque, 
entre outros, o disposto no art. 12, § 5o, da Resolução Conama no 006/87, e o art. 
71-A, § 1o, do Decreto no 8.468/76, com a redação que lhe foi dada pelo Decreto 
no 47.397/2002, do Estado de São Paulo. 
 
Portanto, respeitadas as garantias constitucionais, é possível exigir a correção do 
licenciamento daquele que já o fez, bem como daquele que não o fez, sob pena 
de se consentir com a poluição e a degradação em detrimento do direito de todos 
a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
 
Por esse mesmo entendimento, não se pode esquecer de que a operação de 
atividade potencialmente poluidora sem a devida licença ambiental é tipificada 
como crime ambiental nos termos do disposto no art. 60 da Lei no 9.605/98. 
Portanto, a partir do momento em que a legislação passa a não tolerar a conduta 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 34 
daquele que opera sem a devida licença (considerando inclusive como crime tal 
atitude), em momento algum, sua ausência pode ser justificada. 
 
6. A Publicidade no Licenciamento Ambiental 
 
O Princípio da Publicidade legitima o ato, seja ele jurídico ou administrativo. 
Assim, em consonância com o disposto no art. 10, § 1o, da Lei no 6.938/81, “os 
pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão 
publicados em jornal oficial do Estado, bem como em um periódico regional ou 
local de grande circulação”. 
 
O Decreto no 99.274/90, ao regulamentar tal dispositivo, dispôs no §4o do art. 17 
a exigência do ato, legitimando-o frente ao ordenamento jurídico. formado mesmo 
modo, a Lei no 10.650/2003, ao dispor sobre o acesso público a dados e 
informações existentes em órgãos e entidades integrantes do Sisnama, 
estabeleceu que listagens e relações contendo os dados de pedidos de 
licenciamento, suas renovações e a respectiva expedição deverão ser publicadas 
em Diário Oficial e ficar disponíveis, no respectivo órgão, em local de fácil acesso 
ao público. 
 
A publicidade, segundo Hely Lopes Meirelles, “é a divulgação oficial do ato para 
conhecimento público e início de seus efeitos externos. Daí por que as leis, atos e 
contratos administrativos, que produzem consequência jurídicas fora dos órgãos 
que os emitem, exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é, 
perante as partes e terceiros. A publicidade não é elemento formativo do ato; é 
requisito de eficácia e moralidade”. E arremata: “os atos e contratos 
administrativos que omitirem ou desatenderem à publicidade necessária não só 
deixam de produzir seus regulares efeitos como se expõem a invalidação por falta 
desse requisito de eficácia e moralidade”. 
 
Assim, a falta de publicidade ou a sonegação indevida de informações durante o 
desenvolvimento do licenciamento ambiental macula a legalidade do ato, que 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 35 
pode, em consequência, ser anulado pela própria Administração ou pelo Poder 
Judiciário, por ação popular ou ação civil pública. 
 
7. Responsabilidade Penal por Informação Falsa, Incompleta ou 
Enganosa no Licenciamento 
 
O meio ambiente, para ser compreendido e protegido de maneira adequada, 
demanda a atuação de pessoal técnico capacitado nos mais diversos ramos do 
conhecimento, a chamada multidisciplinaridade. 
 
A importância do conhecimento desses experts se amplia quando seus estudos, 
avaliações, pareceres e diagnósticos são requeridos na instrução de 
licenciamentos ambientais ou de outros procedimentos administrativos instaurados 
com vistas à aprovação de determinadas intervenções humanas no meio 
ambiente. 
 
Assim, embora presente em nosso ordenamento a Lei no 9.605/98, que 
concretizou a previsão constitucional quanto à responsabilidade criminal daquele 
que age em detrimento do meio ambiente, no caso do art. 69-A, disposto na Lei 
de Crimes Ambientais por determinação do art. 82, da Lei no 11.284/2006, parece 
ter havido, por parte do Legislador, um infundado exagero na cominação da pena, 
desenganadamente a mais gravosa dentre todas as previstas para os crimes 
ambientais. Nesse particular, há flagrante ofensa ao princípio da 
proporcionalidade. 
 
Mais assombrosa ainda é a pena a que o peritoestá sujeito caso a informação 
errada, falsa ou omitida no estudo técnico dê causa a significativo dano ambiental, 
conforme insculpido no mesmo art. 69-A, da lei anteriormente citada, sendo esta 
o dobro do máximo previsto para quem se vê processado por poluição qualificada 
(art. 54, §2o, da Lei de Crimes Ambientais). Isto também atenta igualmente contra 
os princípios da ofensividade e igualdade, assim atingidos por tamanha 
disparidade de tratamento, por exemplo, entre o técnico, cujo trabalho seja 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 36 
castigado a partir de falha, engano ou omissão, e o funcionário público que, tendo 
constatado a dita falha, silencia e promove o deferimento do pedido de 
autorização, licença ou permissão, quando será apenado, no máximo, na 
conformidade do disposto no art. 67, da Lei no 9.605/98, que prevê sanção bem 
mais branda. 
 
Em função de tais previsões, descontadas as situações em que haja comprovada 
má-fé e o propósito de ludibriar o órgão ambiental, não se pode afirmar, de plano, 
que toda discrepância de cunho científico trazida à baila no âmbito de um 
procedimento administrativo ambiental se origine de má-fé ou falta de capacitação 
técnica de algumas das partes. 
 
8. Controle da Validade das Licenças 
 
Tal procedimento é de cabimento tanto da Administração Pública quanto do Poder 
Judiciário. Como bem aponta Marcelo Dawalidi, “ato administrativo é 
essencialmente revogável, e, se, posteriormente à sua prática, houver interesse 
público que justifique a sua revisão, nada impede que a Administração Pública o 
faça, seja ele vinculado ou discricionário. Se o fundamento máximo do Poder de 
Polícia, e, de resto, de toda a atividade administrativa, é a supremacia do 
interesse público sobre o individual, é óbvio que a Administração Pública poderá, 
sempre, rever qualquer ato que, supervenientemente à sua edição, se mostre 
contrário ao interesse coletivo, revogando-o em benefício da sociedade”. 
 
Omitindo-se a administração quanto a esse poder-dever que lhe foi conferido pelo 
legislador, enseja-se a interferência do Poder Judiciário, a pedido de um dos 
colegitimados para a ação civil pública ou de qualquer cidadão, em ação popular, 
para que seja determinada a revisão ou até a invalidação da licença. 
 
 
 
 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 37 
9. Licenciamento Ambiental Especial 
 
Determinados empreendimentos, dotados de características específicas, em razão 
do porte, da natureza, da localização, da dinâmica de exploração e demais 
especificidades, rebelam-se ao trâmite normal do licenciamento, estabelecido no 
art. 10 da Resolução Conama no 237/97. Isso não significa que a sua análise 
venha a ser superficial, mas apenas que deverá adequar-se, por exemplo, às fases 
de implementação da atividade ou mesmo às suas particularidades mais simples 
nos casos em que seus impactos não se apresentem significativos. 
 
Ademais, previu igualmente a Resolução no 237/97 que, além das tradicionais 
licenças prévia, de instalação e de operação, “o Conama definirá, quando 
necessário, licenças ambientais específicas, observadas a natureza, características 
e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do 
processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e 
operação”. Como exemplo pode ser citada a licença de instalação e operação 
(LIO), prevista na Resolução no 387/2006, que disciplina o licenciamento de 
projetos de assentamentos de reforma agrária. Tomando-se por base as 
particularidades apontadas no art. 12, da Resolução Conama no 237/97, quando o 
Conama deixa a critério do órgão licenciador o estabelecimento de regras 
complementares à legislação existente, como, por exemplo, a Secretaria de Estado 
do Meio Ambiente de São Paulo, ao expedir a Resolução no 019/96, definindo 
procedimento próprio para o licenciamento de sistemas urbanos de esgotamento 
sanitário. 
 
Até o presente momento, o Conama editou as seguintes normas específicas 
relativas ao licenciamento ambiental: 
 
1) Resolução no 006/1987: obras de grande porte, como geração de 
energia elétrica. 
 
2) Resolução no 005/1988: obras de saneamento. 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 38 
 
3) Resolução no 009/1980: extração mineral, classes I, II, IX. 
 
4) Resolução no 010/1990: extração mineral, classe II. 
 
5) Resolução no 023/1994: atividades de exploração e lavra de jazidas 
de combustíveis líquidos e gás natural. 
 
6) Resolução no 010/1996: empreendimentos ou atividades em praias 
nas quais ocorre a desova de tartarugas marinhas. 
 
7) Resolução no 264/1999: fornos rotativos de produção de clínquer 
para atividades de coprocessamento de resíduos. 
 
8) Resolução no 273/2000: postos de combustíveis e serviços. 
 
9) Resolução no 279/2001: empreendimentos elétricos com pequeno 
potencial de impacto ambiental. 
 
10) Resolução no 284/2001: empreendimentos de irrigação. 
 
11) Resolução no 286/2001: empreendimentos nas regiões endêmicas 
de malária. 
 
12) Resolução no 305/2002: atividades e empreendimentos com 
organismos geneticamente modificados e seus derivados. 
 
13) Resolução no 312/2002: empreendimentos de carcinicultura na 
zona costeira. 
 
14) Resolução no 313/2002: controle de resíduos existentes ou gerados 
pelas atividades industriais. 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 39 
 
15) Resolução no 316/2002: sistema de tratamento térmico de resíduos. 
 
16) Resolução no 334/2003: estabelecimentos destinados ao 
recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos. 
 
17) Resolução no 335/2003: cemitérios, alterada pelas Resoluções 
Conama no 368/2006 e no 402/2008. 
 
18) Resolução no 347/2004: intervenções no patrimônio espeleológico. 
 
19) Resolução no 349/2004: empreendimentos ferroviários de pequeno 
potencial de impacto ambiental. 
 
20) Resolução no 350/2004: atividades de aquisição de dados sísmicos 
marítimos e em zonas de transição. 
 
21) Resolução no 377/2006: sistemas de esgotamento sanitário. 
 
22) Resolução no 385/2006: agroindústrias de pequeno porte e baixo 
potencial de impacto ambiental. 
 
23) Resolução no 387/2006: procedimentos para projetos de 
assentamentos de reforma agrária. 
 
24) Resolução no 404/2008: estabelece critérios e diretrizes para o 
licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de 
resíduos sólidos urbanos. 
 
25) Resolução no 406/2009: estabelece parâmetros técnicos a serem 
adotados na elaboração, apresentação, avaliação técnica e 
execução de Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) com fins 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 40 
madeireiros, para florestas nativas e suas formas de sucessão no 
bioma Amazônia. 
 
26) Resolução no 410/2009: prorroga o prazo para complementação 
das condições e padrões de lançamento de efluentes, previsto no 
art. 44 da Resolução no 357, de 17 de março de 2005, e no art. 3o 
da Resolução no 397, de 3 de abril de 2008. 
 
27) Resolução no 411/2009: dispõe sobre procedimentos para inspeção 
de indústrias consumidoras ou transformadoras de produtos e 
subprodutos florestais madeireiros de origem nativa, bem como os 
respectivos padrões de nomenclatura e coeficientes de rendimento 
volumétricos, inclusive carvão vegetal e resíduos de serraria. 
 
28) Resolução no 412/2009: estabelece critérios e diretrizes para o 
licenciamento ambiental de novos empreendimentos destinados à 
construção de habitações de interesse social. 
 
29) Resolução no 413/2009: dispõe sobre o licenciamento ambiental da 
aquicultura e dá outras providências. 
 
30) Resolução no 416/2009: dispõe sobre a prevenção à degradação 
ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação 
ambientalmente adequada e dá outras providências. 
 
31) Resolução no 420/2009: dispõe sobre critérios e valores 
orientadoresde qualidade do solo quanto à presença de 
substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento 
ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em 
decorrência de atividades antrópicas. 
 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 41 
32) Resolução no 425/2010: dispõe sobre critérios para a caracterização 
de atividades e empreendimentos agropecuários sustentáveis do 
agricultor familiar, do empreendedor rural familiar e de povos e 
comunidades tradicionais como de interesse social para fins de 
produção, intervenção e recuperação de APP e outras de uso 
limitado. 
 
33) Resolução no 428/2010: dispõe, no âmbito do licenciamento 
ambiental, sobre a autorização do órgão responsável pela 
administração da C, de que trata o §3o do art. 36 da Lei no 9.985, 
de 18 de julho de 2000, bem como sobre a ciência do órgão 
responsável pela administração da UC no caso de licenciamento 
ambiental de empreendimentos não sujeitos a EIA-Rima e dá 
outras providências. 
 
34) Resolução no 429/2011: dispõe sobre a metodologia de 
recuperação das APP. 
 
35) Resolução no 430/2011: dispõe sobre condições e padrões de 
lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução 
Conama no 357, de 17 de março de 2005. 
 
36) Resolução no 432/2011: estabelece novas fases de controle de 
emissões de gases poluentes por ciclomotores, motociclos e 
veículos similares novos e dá outras providências. 
 
37) Resolução no 433/2011: dispõe sobre a inclusão no Programa de 
Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) e 
estabelece limites máximos de emissão de ruídos para máquinas 
agrícolas e rodoviárias novas. 
 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 42 
38) Resolução no 436/2011: estabelece os limites máximos de emissão 
de poluentes atmosféricos para fontes fixas instaladas ou com 
pedido de licença de instalação anteriores a 02 de janeiro de 2007. 
 
39) Resolução no 458/2013: estabelece procedimentos para o 
licenciamento ambiental em assentamento de reforma agrária e dá 
outras providências. 
 
40) Resolução no 459/2013: altera a Resolução Conama no 413, de 26 
de junho de 2009, que dispõe sobre o licenciamento ambiental da 
aquicultura, e dá outras providências. 
 
41) Resolução no 462/2014: estabelece procedimentos para o 
licenciamento ambiental de empreendimentos de geração de 
energia elétrica a partir de fonte eólica em superfície terrestre, 
altera o art. 1o da Resolução Conama no 279, de 27 de julho de 
2001, e dá outras providências. 
 
42) Resolução no 465/2014: dispõe sobre os requisitos e os critérios 
técnicos mínimos necessários para o licenciamento ambiental de 
estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens de 
agrotóxicos e afins, vazias ou contendo resíduos. 
 
43) Resolução no 470/2015: estabelece critérios e diretrizes para o 
licenciamento ambiental dos aeroportos regionais. 
 
44) Resolução no 473/2015: prorroga os prazos previstos no §2o do art. 
1o e inciso III do art. 5o da Resolução no 428, de 17 de dezembro 
de 2010, que dispõe no âmbito do licenciamento ambiental sobre a 
autorização do órgão responsável pela administração da UC, de que 
trata o §3o do art. 36 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, bem 
como sobre a ciência do órgão responsável pela administração da 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 43 
UC no caso de licenciamento ambiental de empreendimentos não 
sujeitos a EIA-Rima e dá outras providências. 
 
10. Atividades Sujeitas ao Licenciamento Ambiental 
 
Alguns empreendimentos e atividades impactantes, apesar de serem agentes de 
transformação tecnológica e de desenvolvimento econômico, podem trazer 
impactos ambientais negativos ao meio ambiente, visto que as atividades 
produtivas desempenhadas poderão ocasionar danos ambientais, diminuindo a 
qualidade ambiental e acentuando a poluição, trazendo riscos para a saúde 
pública e ameaçando de extinção espécies raras. 
 
Entre as atividades e os empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, de 
acordo com o Anexo 1 da Resolução no 237/97, podem ser citados: 
 
a. Extração e tratamento de minerais 
 Pesquisa mineral com guia de utilização. 
 Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento. 
 Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento. 
 Lavra garimpeira. 
 Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural. 
 
b. Indústria de produtos minerais não metálicos 
 Beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração. 
 Fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos tais como: 
produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre 
outros. 
 
c. Indústria metalúrgica 
 Fabricação de aço e de produtos siderúrgicos. 
 Produção de fundidos de ferro e aço/forjados/arames/relaminados com 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 44 
ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia. 
 Metalurgia dos metais não ferrosos, em formas primárias e secundárias, 
inclusive ouro. 
 Produção de laminados/ligas/artefatos de metais não ferrosos com ou 
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia. 
 Relaminação de metais não ferrosos, inclusive ligas. 
 Produção de soldas e anodos. 
 Metalurgia de metais preciosos. 
 Metalurgia do pó, inclusive peças moldadas. 
 Fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, 
inclusive galvanoplastia. 
 Fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não ferrosos com ou 
sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia. 
 Têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de 
superfície. 
 
d. Indústria mecânica 
 Fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e 
sem tratamento térmico e/ou de superfície. 
 
e. Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações 
 Fabricação de pilhas, baterias e outros acumuladores. 
 Fabricação de materiais elétrico e eletrônico e equipamentos para 
telecomunicação e informática. 
 Fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos. 
 
f. Indústria de material de transporte 
 Fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e 
acessórios. 
 Fabricação e montagem de aeronaves. 
 Fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes. 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 45 
g. Indústria de madeira 
 Serraria e desdobramento de madeira. 
 Preservação de madeira. 
 Fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e 
compensada. 
 Fabricação de estruturas de madeira e de móveis. 
 
h. Indústria de papel e celulose 
 Fabricação de celulose e pasta mecânica. 
 Fabricação de papel e papelão. 
 Fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra 
prensada. 
 
i. Indústria de borracha 
 Beneficiamento de borracha natural. 
 Fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de 
pneumáticos. 
 Fabricação de laminados e fios de borracha. 
 Fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de 
borracha, inclusive látex. 
 
j. Indústria de couros e peles 
 Secagem e salga de couros e peles. 
 Curtimento e outras preparações de couros e peles. 
 Fabricação de artefatos diversos de couros e peles. 
 Fabricação de cola animal. 
 
k. Indústria química 
 Produção de substâncias e fabricação de produtos químicos. 
 Fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de 
rochas betuminosas e da madeira. 
 
 
 AVALIAÇÃO DE IMPACTO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL 46 
 Fabricação de combustíveis não derivados de petróleo. 
 Produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais 
vegetais e outros produtos da destilação da madeira. 
 Fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de 
borracha e látex sintéticos. 
 Fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça-
desporto,

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