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Darah Azini 2021 Patologia Médica Patologias do Esôfago ✻ Tubo muscular oco com capacidade de disten- são, devido a uma cama muscular que permite a movimentação do esôfago. Interiormente, tem mucosa longitudinal. • Estende-se da epiglote até a junção gastroesofá- gica • 25cm de comprimento • Esfíncter esofágico supe- rior (EES) • Esfíncter esofágico infe- rior (EEI) ✻ A grande causa do refluxo é a hipotonia do es- fíncter, pois a junção não é fechada adequada- mente. ✻ Em doenças esofágicas os principais sintomas estão relacionados à dificuldade alimentar, muitas vezes associadas a dores • Mucosa: epitélio pavimentoso estratificado não- queratinizado, lâmina própria, muscular da mucosa. • Submucosa: tecido conjuntivo frouxo. • Muscular: Camada circular interna e camada lon- gitudinal externa. • Adventícia: maior parte do esôfago não tem en- voltório seroso ✻ Boa parte do esô- fago não tem um en- voltório seroso bem desenvolvido, o que fa- vorece processos infil- trativos acontecerem. ✻ Na junção esofago- gástrica tem dois epitélios que se colidem. Nessa junção existem células mais instáveis, que podem sofrer metaplasia, por ser um local de colisão de epitélios. Por isso, nessa região acontece a meta- plasia oriunda do processo de injúria contínua, o refluxo. • Os processos patológicos de esôfago evoluem muito rápido. ▷ Esofagites ▷ Neoplasias malignas ✻ Inflamação da mucosa do esôfago. • Somente pela queixa do paciente é difícil identifi- car a patologia certa, pois os sintomas são pareci- dos. ✻ Tipos: • Esofagite infecciosa • Esofagite química • Esofagite eosinofílica • Esofagite de refluxo ⇢ Esôfago de Barrett ✦ ✻ Grupo mais comum de contrair ⇨ Pacientes imunocomprometidos (AIDS, transplante órgãos, neoplasias malignas, medicação imunossupressora), terapia antimicrobiana de amplo espectro. ✻ Origem: bacteriana, viral, fúngica. • Para diferenciar as esofagites, busca-se pistas e exames complementares. • Principais: cândida, herpes vírus simples, citome- galovírus. Darah Azini 2021 Patologia Médica ✻ Candidíase: causa mais comum de esofagite in- fecciosa. • Na endoscopia, encontra-se pseudomembranas aderidas à parede esofágica. • O paciente pode apresentar lesão oral. • Em um paciente possivelmente infectado, o certo seria fazer uma biópsia e esperar o resul- tado de confirmação do diagnóstico e iniciar o tra- tamento. Entretanto, o paciente infectado chega com um quadro de dor e dificuldade para se ali- mentar, então somente com a endoscopia, que é bem sugestiva aliada ao grupo de risco, inicia-se o tratamento logo. ✻ Herpes vírus simples: pode causar infecção disseminada • O paciente pode apresentar lesões na boca. • Presença de úlceras rasas na mucosa à endos- copia. O vírus forma bolhas, e como o paciente engole constantemente, as bolhas se rompem e formam as úlceras. ✻ Citomegalovírus: frequentemente há o envolvi- mento de vários órgãos. • Menos comum de difícil diagnóstico. • Diagnóstico unicamente por biópsia, por ser difí- cil identificar características. • Úlcera solitária no esôfago. ✦ ✻ Ingestão de agentes irritantes à mucosa (ál- cool, tabaco, ácidos e álcalis corrosivo, fármacos, além de líquidos muito quentes). ✻ Acidentais (crianças) ou tentativas de suicí- dio(adultos). ✻ Morfologia: variável (desde de eritema mode- rado com edema, desprendimento da mucosa até grave necrose de toda a parede esofágica). ✻ Pode perfurar a mucosa esofágica. O processo de recuperação é lento e dolorido. ✻ Ácidos (corrosivos) – necrose de coagulação. ✻ Álcalis (cáustico) – necrose de liquefação. → Formas sólidas • Lesões intensas em orofaringe. • Lesões esofágicas proximais. • Estenose esofágica: 47% dos pacientes → Formas líquidas • Lesões extensas em esôfago. Darah Azini 2021 Patologia Médica • Lesões distais, circunferenciais e difusas. • Lesões em estômago e duodeno. • Estenose esofágica em 94% dos pacientes. - Geralmente, esses materiais líquidos têm gosto muito forte, sendo assim, o paciente não conse- gue engolir muito. Por isso não tem uma lesão tão extensa em duodeno e estômago. → Álcalis • Fase aguda: ∘ Início logo após a ingestão ∘ Inflamação ∘ Necrose celular ∘ Saponificação de gordura ∘ Desnaturação de proteínas ∘ Hemorragia ∘ Trombose Vascular • Em 4 a 7 dias: ∘ Mucosa necrosada se desprende com inícios do tecido de granulação. • Segunda semana: ∘ Tecido de granulação ∘ Proliferação de fibroblastos ∘ Deposição de colágeno (por meses) – esteno- ses cicatriciais ✦ ✻ Caracterizada por sintomas esofagianos com biópsia de mucosa esofágica contendo ≥ 15 eosi- nófilos/CGA, na ausência de DRGE. ✻ Bem documentada em crianças, mas cada vez mais está sendo reconhecida em adultos. ✻ Clínica: disfagia (adultos), intolerância alimentar, vômitos, dor abdominal, déficit de crescimento e desenvolvimento (crianças) ✻ História pessoal ou familiar de atopia. ✻ Eosinofilia periférica: 10 a 50% dos pacientes ✻ Diagnóstico: contexto clínico adequado + con- tagem ≥15 eosinófilos intraepiteliais/CGA ✦ ✻ Principal causa de esofagite ✻ Prevalência: 20%. ✻ O grau de esofagite não é proporcional à clí- nica do paciente. A maioria dos pacientes com re- fluxo não tem esofagite de refluxo. ✻ Refluxo do conteúdo gástrico ou gastroduode- nal em direção a parte inferior do esôfago -> le- são da mucosa. ✻ Clínica do paciente: • Adultos > 40anos. • Sintomas clássicos: Disfagia, azia, regurgitação. • Sintomas não clássicos: asma, rouquidão, tosse crônica, desgaste dentário. ✻ A gravidade dos sintomas NÃO está intima- mente associada à presença ou ao grau histoló- gico da esofagite. A maioria das pessoas apre- senta sintomas de refluxo sem ter lesão na mu- cosa esofágica distal, devido à curta duração do refluxo. ✻ Endoscopia • Edema e eritema são as primeiras alterações. • 1/3 dos pacientes possuem endoscopia normal. • Erosões e úlceras em 40% dos casos. • Ao encontrar algum sinal na endoscopia, deve- se fazer biópsia. Complicações: sangramento, ulceração, formação de estreitamento, esôfago de Barrett. Darah Azini 2021 Patologia Médica ⇨ Esôfago de Barrett • Metaplasia que acontece decorrente de um pro- cesso de adaptação de um refluxo. Complicação da DRGE de longa duração (10%) • Diagnóstico aos 40-60anos • H>M, predomínio em brancos • Principal fator de risco para o desenvolvimento do adenocarcinoma de esôfago (40x) • Substituição da mucosa pavimentosa distal por epitélio colunar metaplásico (intestinal), em res- posta à lesão prolongada. Produção de muco em resposta a acidez. • Com o tempo essa metaplasia começa a sofrer displasia, gerando um adenocarcinoma de esôfago. • Endoscopia: mucosa aver- melhada e aveludada em formato de linguetas ou ilho- tas localizadas acima da JGE • Diagnóstico: evidência en- doscópica de epitélio colunar acima da JGE + evidência histológica de metaplasia in- testinal na biópsia do epitélio colunar • 50% dos pacientes com displasia de alto grau podem já apresentar um adenocarcinoma associ- ado. ✻ Incidência • 6º mais frequente entre os homens e 15º entre as mulheres. Estimativa de novos casos: 11.390, sendo 8.690 homens e 2.700 mulheres (2020 - INCA) • Número de mortes: 8.554, sendo 6.647 ho- mens e 1.907 mulheres. • Diagnóstico tardio • Prognóstico reservado • 50% ao diagnóstico já são irressecáveis ou com metástase. • Maioria: origem epitelial (CEC>>>ADC) ✦ ✻ Tipo mais comum de carcinoma do esôfago • >50anos • H>M • Negros>brancos • 1/3 médio do esôfago. ✻ Etiopatogenia: predisposição genética + fatores ambientais • Dieta: deficiências de vitaminas (B2), contamina- ção dos alimentos por fungos, alto teor de nitri- tos/nitrato• Estilo de vida: ingestão de bebidas ou alimentos muito quentes, álcool (14X), tabaco (20X), se ál- cool +tabaco (100x) • Mutações no p53, p16INK4, ciclina D1, c-myc, EGFR. • O Rio Grande do Sul é o estado com maior pre- valência de carcinoma epidermóide, deve ao cos- tume de beber bebidas muito quentes. ✻ Clínica • Disfagia progressiva. O tumor estonosa a luz do esôfago. • Perda ponderal e debilidade física geral Darah Azini 2021 Patologia Médica • Hemorragia, septicemia: indicativos de complica- ções • Taxa de sobrevida: Geral: 9% Carcinoma superficial: 75% Carcinoma avançado: 25% ✻ Microscopia: pouco ou moderadamente dife- renciado. ✻ Propagação locorregional (principal): Precoce e frequente (provavelmente devido à ausência de serosa na maior parte do esôfago). ✻ Acomete linfonodos muito rápido devido a seu acelerado crescimento. Dependendo da porção afetada pode acometer linfonodos cervicais, linfo- nodos mediastinais, paratraqueais e traqueobrôn- quicos e linfonodos gástricos e celíacos. ✦ ✻ Neoplasia epitelial maligna com diferenciação glandular. ✻ Incidência vem aumentando. ✻ Maioria surge a partir do Esôfago de Barrett. Geralmente o paciente já faz acompanhamento, devido a doença do refluxo, então seu dignóstico não é tardio • Risco de desenvolvimento do ADC a partir do EB: 10%.. ✻ Possíveis fatores de risco: tabaco, obesidade, H.pylori (não confirmados) ✻ Clínica: • 40 anos. • H > M. • Brancos > negros. • Disfagia progressiva, perda ponderal, hemorragia. • Sintomas da DRGE: azia, regurgitação e dor epi- gástrica. Presentes em < 50% dos pacientes. • Prognóstico sombrio: Sobrevida em 5 anos: 80% se retirada precoce de neoplasia com inva- são limitada à mucosa e submucosa). ✻ Macroscopia • Esôfago distal; podem invadir o cár- dia adjacente. • Lesões aplanadas ou elevadas da mucosa, podendo evoluir para mas- sas nodulares, lesões difusamente in- filtrativas ou profundamente ulcera- das. ✻ Independente do grau de diferenciação a maio- ria dos tumores já são grandes quando diagnosti- cados ✻ A maioria dos cânceres de esôsago estão em T3. Darah Azini 2021 Patologia Médica ✻ Comparação entre os fatores de risco de ade- nocarcinoma e carcinoma epidermoide
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