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Andrea de Mattos Rei
Avaliação AV
201907175581 POLO NOVA AMÉRICA - RIO DE JANEIRO - RJ
 avalie seus conhecimentos
1 ponto
O Ministério da Saúde estabeleceu algumas medidas para prevenção da deficiência de
vitamina A nos grupos de maior risco através do programa Vitamina A Mais, dentre as
principais medidas podemos destacar: 
 (Ref.: 201911219446)
1 ponto
A anemia por deficiência de ferro resulta de um longo período de balanço negativo entre
a quantidade de ferro biologicamente disponível e a necessidade orgânica desse
oligoelemento. Dentre as funções do ferro podemos ressaltar: 
 (Ref.: 201911219448)
Lupa Calc. Notas
 
VERIFICAR E ENCAMINHAR
Disciplina: SDE4573 - NUTRIÇÃO MATERNO INF Período: 2021.3 EAD (G)
Aluno: ANDREA DE MATTOS REI Matr.: 201907175581
Turma: 9001
 
Prezado(a) Aluno(a),
Responda a todas as questões com atenção. Somente clique no botão FINALIZAR PROVA ao ter certeza de que respondeu a
todas as questões e que não precisará mais alterá-las. 
 
A prova será SEM consulta. O aluno poderá fazer uso, durante a prova, de uma folha em branco, para rascunho. Nesta folha
não será permitido qualquer tipo de anotação prévia, cabendo ao aplicador, nestes casos, recolher a folha de rascunho do aluno.
Valor da prova: 10 pontos.
 
1.
Suplementação profiláticas para mulheres em idade fértil até 2 meses antes da
concepção. 
Suplementação profilática regular para crianças menores de 2 anos de idade. 
Suplementação profilática com megadoses de vitamina A para puérperas 1 semana
após a alta hospitalar. 
Promoção do aleitamento materno exclusivo até o 6º mês e complementar até 1
ano. 
Promoção da alimentação adequada e saudável incentivando o consumo de
alimentos fontes de vitamina A. 
 
 
2.
Síntese de DNA 
Síntese proteica 
Co-fator de enzimas do metabolismo lipídico 
Síntese de purinas 
javascript:voltar();
javascript:diminui();
javascript:aumenta();
javascript:calculadora_on();
javascript:anotar_on();
andre
Destacar
andre
Destacar
andre
Destacar
1 ponto
Gabriela, 23 anos, vendedora, sedentária, está grávida e foi à sua primeira consulta de
pré-natal com a Nutricionista. Ela está com 20 semanas de gestação, peso pré-
gestacional de 60 kg, peso atual de 64 kg e 1,60 m de altura. 
De acordo com o enunciado acima, indique qual alternativa contém o ganho de
peso total, ao final da gestação, recomendado para Gabriela, segundo as
recomendações do IOM, 2009. 
 (Ref.: 201911186159)
1 ponto
Qual das alternativas abaixo indica um alimento fonte de vitamina B6, Zinco e vitamina
A, respectivamente: 
 (Ref.: 201911186156)
1 ponto
A Iniciativa Hospital Amigo da Criança soma-se aos esforços da Política Nacional de
Saúde Integral da Criança (PNAISC) coordenados pelo Ministério da Saúde, para: 
 (Ref.: 201911219458)
1 ponto
O posto de coleta de leite humano é uma unidade fixa ou móvel ligada ao Banco de
Leite humano. São competências do Posto de Coleta de Leite Humano: 
I - Desenvolver ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. 
II - Coletar, selecionar, classificar, processar, estocar e distribuir o leite humano
ordenhado e pasteurizado. 
Co-fator de enzimas do metabolismo glicídico 
 
 
3.
De 7 a 11,5 kg 
De 5 a 9 kg 
De 11,5 a 16 kg 
De 1 a 5 kg 
De 12,5 a 18 kg
 
 
4.
Atum, carnes, uva preta 
Abóbora, ostra, gérmen de trigo 
Carne suína, batata, manga 
Abacate, nozes e vegetais verde-escuros 
Maçã, leite de vaca, azeite de dendê 
 
 
5.
Esclarecer sobre o controle higiênico-sanitário na manipulação de leites artificiais. 
Combater a livre propaganda de leites artificiais para bebês, bem como bicos,
chupetas e mamadeiras. 
Apoiar rotinas de serviços que promovam o aleitamento materno. 
Trabalhar pela adoção de leis que protejam o trabalho da mulher que está
amamentando. 
Informar profissionais de saúde e o público geral. 
 
 
6.
III ¿ Coletar, selecionar, classificar e estocar o leite humano ordenhado e pasteurizado. 
IV - Apenas coletar e estocar o leite humano ordenhado e pasteurizado. 
Assinale a alternativa que corresponde às competências corretas do posto de coleta: 
 (Ref.: 201911213622)
1 ponto
Assinale a alternativa correta em relação à avaliação nutricional do recém-nascido. 
 (Ref.: 201911327429)
1 ponto
Analise as afirmações abaixo acerca da monitorização e avaliação do crescimento de crianças: 
I - O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de peso permite a identificação de crianças com
maior risco de morbimortalidade. 
II - O Índice de Massa Corporal (IMC) auxilia na classificação de crianças que, em um determinado período,
estiveram desnutridas e tiveram o comprometimento de sua estatura, possibilitando uma melhor identificação
de crianças com excesso de peso e baixa estatura. 
III - O peso por idade mostra se a criança está com peso abaixo do recomendado para a sua idade e se a sua
estatura já foi comprometida. 
IV - O IMC para a idade não deve ser utilizado para crianças menores de 2 anos. 
Quais estão corretas? 
 (Ref.: 201911327431)
1 ponto
Para o diagnóstico de diabetes, é considerado o seguinte critério: 
 (Ref.: 201911219466)
I, II e III 
I e III 
I e IV 
I, II e IV 
I e II 
 
 
7.
Um recém-nascido classificado de acordo com o peso e idade gestacional com percentil ≥P70 é
considerado grande para a idade gestacional (GIG). 
Um recém-nascido com peso de 2.800g é classificado como com peso adequado. 
Um recém-nascido classificado de acordo com o peso e idade gestacional com percentil < P50 é
considerado pequeno para a idade gestacional (PIG). 
Um recém-nascido classificado de acordo com o peso e idade gestacional em P85 é considerado adequado
para a idade gestacional (AIG). 
Um recém-nascido com peso de 3.100g é classificado como grande para a idade gestacional (GIG). 
 
 
8.
Apenas I e II.
Apenas I.
Apenas IV.
Apenas III.
Apenas II.
 
 
9.
Glicemia de jejum inferior a 100 mg/dL 
Glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl 
Glicemia abaixo de 200 em qualquer horário + sintomatologia típica 
Teste de tolerância oral à glicose > 200 mg/dL após 2 horas 
1 ponto
Em relação ao estado nutricional de adolescentes, assinale a alternativa correta, de
acordo com a recomendação da OMS, 2016: 
 (Ref.: 201911219465)
Teste de tolerância oral à glicose entre 140 e 199 mg/dL 
 
 
10.
+2 escore z < IMC/ I ≤ + 3 escore z : sobrepeso 
- 2 escore z ≤ IMC/ I < - 1 escore z : magreza 
+ 1 escore z < IMC/ I ≤ + 2 escore z : sobrepeso 
IMC/ I > +3 escore z : obesidade 
+1 escore z < IMC/ I ≤ + 2 escore z : eutrofia 
 
 
 
VERIFICAR E ENCAMINHAR
 
 
 
Legenda: Questão não respondida Questão não gravada Questão gravada
 
 
 
 
javascript:abre_colabore();
DESCRIÇÃO
A saúde materno-infantil e suas aplicações no campo da nutrição. O panorama das políticas e
programas nacionais de saúde para gestantes e crianças. As carências nutricionais mais
prevalentes no grupo materno-infantil.
PROPÓSITO
Conhecer o grupo materno-infantil, entender a importância da nutrição no grupo materno-
infantil de forma a ressaltar ações de promoção da saúde da gestante e da criança, além de
apresentar os programas nacionais de saúde visando à compreensão do panorama atual da
saúde materno-infantil e identificar as principais carências nutricionais neste grupo.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer o grupo materno-infantil e a importância da nutrição nos primeiros mil dias de vida
MÓDULO 2
Reconhecer o panorama da saúde materno-infantil e os programas nacionais de saúde da
gestante e da criança
MÓDULO 3
Identificar as principais carências nutricionais no grupo materno-infantil
INTRODUÇÃO
Neste tema, vamos conhecer o grupo materno-infantil, que engloba desde a gravidez até o final
da segunda infância aos doze anos. A gestação é um período crítico durante o qual a nutrição
materna é fator essencial na determinação da saúde da mãe e do bebê. Desse modo, a
orientação desde o período da gestação quanto à adoção de uma alimentação adequada e
saudável, que suprasuas necessidades nutricionais, e a orientação nutricional da criança, a fim
de garantir um crescimento e desenvolvimento adequados, são de suma importância neste
grupo.
Vamos descrever as características inerentes que influenciam na nutrição e saúde deste grupo.
As fases iniciais do desenvolvimento humano são influenciadas por fatores nutricionais e
metabólicos levando a efeitos de longo prazo na programação metabólica da saúde na vida
adulta.
Vamos elucidar sobre a importância das pesquisas científicas e programas de apoio à saúde
da gestante e da criança, trazendo o panorama da saúde materno-infantil no Brasil e no mundo
e apresentar a Política Nacional de Saúde Integral à Saúde da criança (PNAISC).
Por fim, identificaremos as principais deficiências nutricionais ao qual este grupo está
vulnerável e conheceremos as ações dos programas nacionais de combate a estas carências.
MÓDULO 1
 Reconhecer o grupo materno-infantil e a importância da nutrição nos primeiros mil
dias de vida
A NUTRIÇÃO MATERNO-INFANTIL É UMA DAS
PRINCIPAIS ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR OS
PADRÕES DE SAÚDE DE UMA POPULAÇÃO, UMA VEZ
QUE O ADEQUADO CRESCIMENTO E O
DESENVOLVIMENTO DESDE A CONCEPÇÃO PODEM
INFLUENCIAR NAS CONDIÇÕES DE NUTRIÇÃO E
SAÚDE ATÉ A VIDA ADULTA.
OS PRIMEIROS MIL DIAS DE VIDA E A
IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO
DEFINIÇÃO DO GRUPO MATERNO-
INFANTIL
De acordo com o Ministério da Saúde (2002), podemos definir o grupo materno-infantil
segundo as faixas etárias ou pelos momentos fisiológicos que o englobam. Esse grupo é
constituído pelos seguintes ciclos de vida:
GESTANTES: MULHERES GRÁVIDAS
O período da gestação compreende desde a concepção até o parto. A gestação é
acompanhada por várias alterações fisiológicas, hormonais, anatômicas e psicológicas que
contribuem na regulação do metabolismo materno e no crescimento fetal. Por esse motivo, a
gestação é considerada um período crítico durante o qual a nutrição materna é fator essencial
na determinação da saúde da mãe e do bebê.
A duração da gravidez varia de 37 a 42 semanas gestacionais (SG) e pode ser dividida em 3
trimestres, conforme o quadro abaixo:
Quadro 1: Divisão da gravidez em trimestres.
Os cuidados com o bebê iniciam a partir do momento em que a gravidez é confirmada, através
da dosagem do hormônio gonadotrofina coriônica humana (beta-HCG) no sangue ou na urina.
A partir daí, a mulher deve iniciar o pré-natal, onde recebe orientações necessárias ao
acompanhamento da gravidez.
Nas consultas de pré-natal, a gestante é acompanhada pelo obstetra e encaminhada para
realização de exames, vacinas e ecografias. São recomendadas no mínimo 6 consultas de pré-
natal durante toda a gravidez e o ideal é que as consultas do pré-natal iniciem no primeiro
trimestre de gestação, isto é, até a décima terceira semana.
Ainda durante o pré-natal, a mulher deve ser direcionada à maternidade em que fará o parto. É
importante que a família da gestante se envolva na chegada do bebê desde a descoberta da
gravidez. O acolhimento familiar da criança no momento do nascimento influencia no seu
desenvolvimento sadio e pleno.
Durante o acompanhamento do pré-natal, a gestante deve ser estimulada ao parto normal e ao
aleitamento materno através das reuniões de acolhimento. Segundo a OMS (2015), dar à luz a
um bebê é um ato natural. Se tudo estiver bem com a mãe e com a criança, o parto é um
processo natural e fisiológico que requer um acompanhamento com pouca intervenção médica.
A cesárea, cirurgia de médio porte, é recomendada em casos de complicações reais para a
mulher e para o bebê e necessita, portanto, de indicação médica. Conforme a OMS (2015), o
índice aceitável de cesarianas fica em torno de 15%. No entanto, o Brasil ocupa o segundo
lugar no mundo em números de cesarianas.
Atualmente, 55% dos partos realizados no Brasil são cesarianas, sendo que grande parte é
feita de forma eletiva e sem fatores que justifiquem a cirurgia. Dados do sistema de
informações sobre nascidos vivos (SINASC) apontam que 40% dos nascimentos de 2016
realizados na rede pública de saúde foram cesarianas, já na rede particular esse índice chega
a 84%.
PUÉRPERA: MULHERES QUE DERAM À LUZ ATÉ
SEIS SEMANAS APÓS O PARTO
Conforme o Blog da Saúde - Ministério da Saúde (2015), o período após o parto, chamado de
puerpério, é o momento em que ocorrem intensas modificações físicas e psicológicas nas
mulheres em um curto espaço de tempo. Juntas, essas características contribuem para
aumentar a insegurança da mãe em relação aos cuidados necessários para garantir a saúde
do seu bebê e dela própria nesta fase inicial da maternidade. É importante o acolhimento da
mulher após o parto pelos profissionais de saúde e pela família.
 SAIBA MAIS
Além de orientações sobre a amamentação e a higiene do bebê, neste momento, deve-se focar
nos cuidados da mãe após o parto, tais como informações sobre os cuidados com a ferida
operatória, em caso de parto cesáreo, ou com os pontos, no caso do parto normal, repouso e
retorno às atividades sexuais devem ser abordados. Além de acompanhar a perda de peso
adequada.
A caderneta de saúde da gestante do Ministério da Saúde traz algumas recomendações para o
puerpério descritas a seguir:
SE O PARTO FOI NORMAL
Se houve corte próximo à vagina (episiotomia), mantenha a cicatriz bem limpa, lavando-a com
sabonete durante o banho, ou após fazer suas necessidades, e secando bem o local.
A região em cicatrização pode ficar dolorida. Os pontos devem cair sozinhos.
SE O BEBÊ NASCEU DE CESARIANA
Mantenha a cicatriz bem limpa, lavando com sabonete durante o banho e secando-a bem. Os
pontos deverão ser retirados de 8 a 10 dias, na Unidade de Saúde.
O útero voltará ao tamanho normal. Por isso é comum ter cólicas, que, às vezes, aumentam
durante a amamentação. Por mais ou menos um mês, pode acontecer uma secreção que sai
pela vagina, que no início é como um sangramento e depois vai diminuindo e clareando
gradativamente.
Se houver dor na parte de baixo da barriga, sangramento vaginal com cheiro desagradável e
febre, o recomendado é procurar rapidamente uma Unidade de Saúde. Pode haver um quadro
de infecção que necessita de tratamento.
A mãe passou por transformações da gestação e do parto, e poderá se sentir frágil e insegura
em alguns momentos. Se esses sentimentos aparecerem, é fundamental lembrá-la de que esta
fase é passageira e que logo ela e o bebê estarão mais confortáveis nesta nova vida.
CONSULTA PÓS-PARTO
A mãe e o bebê devem retornar à consulta de revisão na primeira semana após o parto na
Unidade de Saúde. O atendimento nesse período é importante para:
• Acompanhar a saúde da puérpera e do recém-nascido; 
• Avaliar a amamentação e o sangramento vaginal; 
• Observar a cicatrização e retirar pontos, se necessário; 
• Examinar o bebê, checar a vacinação e realizar o teste do pezinho; 
• Discutir sobre os métodos anticoncepcionais e sobre o planejamento familiar.
AS RELAÇÕES SEXUAIS DEVERÃO AGUARDAR EM
MÉDIA 40 DIAS, TEMPO PARA O ORGANISMO DA
MULHER SE RECUPERAR. INDEPENDENTEMENTE DO
TIPO DE PARTO, É COMUM A VAGINA FICAR
RESSECADA E APRESENTAR CERTO DESCONFORTO
NA RELAÇÃO SEXUAL, MAS O CORPO DEVE VOLTAR
AO NORMAL.
Existem muitos métodos de evitar filhos, sendo alguns mais indicados durante o período de
amamentação. É direito das mulheres e dos homens conhecerem todos os métodos e suas
indicações para uma escolha mais apropriada. Por isso, se possível, as consultas devem ser
acompanhadas pelo companheiro para que juntos com o profissional de saúde, possam
escolher o método mais adequado nessa fase.
NUTRIZES OU LACTANTES: MULHERES QUE
AMAMENTAM
Independentemente do tipo de parto, o aleitamento materno iniciado logo na primeira hora de
vida possui vários benefícios para saúde da mulher e do bebê, tais como: fortalecer o vínculo
mãe e bebê, melhor regulação glicêmica, cardiorrespiratória e térmica do bebê, além de
fornecer a nutrição adequada e rica em fatores imunológicos que auxiliam na prevençãode
alergias e doenças infecciosas no início da vida. Ainda, para a mãe, a sucção precoce auxilia
na contração do útero para eliminação da placenta, reduz a hemorragia, retorno do útero para
o tamanho natural, além de prevenir contra o câncer de cólon de útero.
Cabe aos profissionais de saúde estimular o aleitamento materno e dar as orientações sobre
as posições mais confortáveis para a nutriz e esclarecer sobre as principais complicações.
A PRÁTICA DA AMAMENTAÇÃO NÃO É UM
COMPORTAMENTO INATO, MAS, SIM, UM HÁBITO QUE
SE ADQUIRE E SE APERFEIÇOA COM A PRÁTICA,
QUE DEPENDE DE APRENDIZADO E DE INTERAÇÃO
POSITIVA ENTRE OS FATORES CULTURAIS E SOCIAIS.
Ainda, a nutriz deve ser orientada quanto aos benefícios da ingestão hídrica adequada e sobre
a prática de hábitos alimentares saudáveis, que contribuem para a produção de leite materno,
perda de peso materna no pós parto e para o ganho de peso e desenvolvimento adequado do
bebê.
RECÉM-NASCIDO OU NEONATO: CRIANÇAS
DESDE O NASCIMENTO ATÉ 28 DIAS
O cuidado com a saúde do recém-nascido (RN) tem importância fundamental para a redução
da mortalidade infantil, assim como para a promoção da qualidade de vida e a diminuição das
desigualdades em saúde. Dentre os cuidados com o RN, destaca-se:
• Assistência qualificada e humanizada no parto. 
• Aleitamento materno precoce e sob livre demanda. 
• Promoção do contato mãe-bebê imediato e alojamento conjunto. 
• Identificação do RN de alto risco, realização de exames, consultas de acompanhamento e a
vacinação.
LACTENTES: CRIANÇAS AMAMENTADAS ATÉ 1
ANO 11 MESES E 29 DIAS
O lactente é a criança que mama até o final da primeira dentição, isto é, até os 24 meses. O
leite materno é o alimento mais completo para o bebê até o sexto mês de vida, por esse
motivo, o Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivo por 6 meses e
complementar por 2 anos ou mais.
A introdução de alimentos deve ser realizada ao lactente a partir do sexto mês de vida através
da oferta de alimentos in natura e minimamente processados, associados à continuidade do
aleitamento materno sob livre demanda.
A NUTRIÇÃO ADEQUADA NESTA FASE É
IMPORTANTE PARA O CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO SAUDÁVEL, MINIMIZA OS
RISCOS DE CARÊNCIAS NUTRICIONAIS E PERPETUA
HÁBITOS SAUDÁVEIS AO LONGO DA VIDA.
Os primeiros dois anos de vida são caracterizados por intenso crescimento e desenvolvimento
e podem ser acompanhados por alguns marcos do desenvolvimento descritos pela caderneta
de saúde da criança do Ministério da Saúde. Na figura 1 podemos observar alguns marcos do
desenvolvimento no primeiro ano de vida, como: rolar, sentar-se e andar.
 Figura 1: Marcos do desenvolvimento infantil.
PRÉ-ESCOLARES: CRIANÇAS DE 12M A 6
ANOS, 11M E 29 DIAS
A infância é um período de grande desenvolvimento físico e psicossocial, de modo que as
experiências vividas na infância são fundamentais para a vida adulta. Por isso, é muito
importante que a criança cresça em um ambiente saudável, cercada de afeto, respeito e com
liberdade para brincar.
PRIMEIRA INFÂNCIA
A primeira infância é o período que vai desde a concepção até os 6 anos de idade. Esta fase é
extremamente sensível para o desenvolvimento do ser humano, pois é quando ele forma toda
a sua estrutura emocional e afetiva e desenvolve áreas fundamentais do cérebro relacionadas
à personalidade, ao caráter e à capacidade de aprendizado. Por esse motivo, é considerada
uma janela de oportunidades para que o indivíduo desenvolva todo o seu potencial.
FASE PRÉ-ESCOLAR
A fase pré-escolar, entre dois e sete anos incompletos, caracteriza-se pela estabilização do
crescimento estatural e do ganho de peso. Assim, nessa etapa do desenvolvimento infantil, a
ingestão energética é menor quando comparada ao período de zero a dois anos e com a fase
escolar. Nesta fase, a criança desenvolve ainda mais a capacidade de selecionar os alimentos
a partir de sabores, cores, experiências sensoriais e texturas, sendo que essas escolhas
influenciarão o padrão alimentar futuro.
O padrão alimentar da criança sofre influência direta dos hábitos alimentares dos pais ou
cuidadores. A formação das preferências alimentares da criança pode, então, decorrer da
observação e dos alimentos escolhidos pelos familiares ou por outras pessoas que a criança
convive.
 Figura 2: A influência do padrão alimentar familiar na formação dos hábitos da criança.
ESCOLARES: CRIANÇAS DE 7 ANOS A 9 ANOS,
11 MESES, 29 DIAS
A fase escolar compreende a faixa etária de 7 a 10 anos incompletos e é caracterizada por um
período de crescimento e demandas nutricionais elevadas. O cardápio das crianças nessa
faixa etária já está adaptado às disponibilidades e aos costumes dietéticos da família. Além
disso, há nessa faixa etária intensa atividade física e mental, de modo que a falta de apetite
comum à fase pré-escolar é substituída por um apetite voraz.
ADOLESCENTES: 10 A 20 ANOS INCOMPLETOS
A adolescência é caracterizada por profundas transformações somáticas, psicológicas e
sociais, compreendendo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o período
entre 11 e 19 anos de idade. Cada fase do ciclo da vida requer uma atenção especial às
necessidades específicas de energia e nutrientes para garantir o crescimento e
desenvolvimento saudáveis, promoção da saúde e redução do risco de doenças na infância e
na vida adulta.
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA NUTRIÇÃO
NO GRUPO MATERNO-INFANTIL
Nas últimas décadas, têm-se intensificado as discussões sobre a saúde e nutrição de
gestantes, nutrizes, crianças e adolescentes em razão das evidências da importância da
nutrição para o crescimento e desenvolvimento saudável.
Bhutta et al. (2018) publicaram um estudo sobre desnutrição materno-infantil no qual
identificaram a importância do pré-natal, da alimentação saudável na gravidez e na infância, do
parto normal, do aleitamento materno, do uso de mosquiteiro, suplementação de ferro e do
estímulo ao desenvolvimento dentre outras intervenções de saúde nos primeiros mil dias de
vida.
Os autores chamaram a atenção à necessidade de priorizar programas nacionais de nutrição
para incentivar e fortalecer a integração entre os programas de saúde que atuam no pré-natal,
no parto, no acompanhamento do bebê até o final do primeiro ano de vida.
PRIMEIROS MIL DIAS DE VIDA
javascript:void(0)
Período desde a concepção até o final do segundo ano de vida, sendo considerado uma
“janela de oportunidade” para melhorar a saúde dos indivíduos, bem como para reduzir a
desnutrição e promover uma boa nutrição e crescimento saudável, além de reduzir o risco de
doenças crônicas na vida adulta.
 Figura 3: Primeiros mil dias de vida.
O conceito dos “primeiros mil dias de vida” tem sido adotado por agências e organizações
internacionais não governamentais e tem sido usado como referência por pesquisadores da
área de saúde e mencionado em diversos artigos científicos.
Observou-se que tanto uma alimentação adequada quanto uma estimulação precoce nos
primeiros anos de vida têm um papel crítico no processo de formação e desenvolvimento do
cérebro, contribuindo de forma decisiva para o desenvolvimento integral da criança (CUNHA;
LEITE; ALMEIDA, 2015).
PORTANTO, A ATENÇÃO QUE DEVE SER DADA À
PRIMEIRA INFÂNCIA PARA SE ATINGIR UM
DESENVOLVIMENTO SAUDÁVEL É CRUCIAL, VISTO
QUE O DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS DESDE O
ÚTERO SOFRE INFLUÊNCIA DIRETA DO ESTADO
NUTRICIONAL MATERNO ANTES E DURANTE O
PERÍODO GESTACIONAL.
O aumento das necessidades nutricionais da mulher na gestação, decorrente dos ajustes
fisiológicos da gravidez, pode aumentar o risco de inadequação na dieta materna e refletir
negativamente sobre a saúde do feto e da própria gestante. Do mesmo modo, durante a
lactação, deficiências nutricionais maternas podem comprometer as reservas de nutrientes dos
lactentes, principalmente de micronutrientes, e desencadear carências nutricionais nos
primeiros anos de vida.
Vários fatores interferem na ingestão dietética neste ciclo davida, tais como:
PREFERÊNCIAS E AVERSÕES
ASPECTOS CULTURAIS
IMAGEM CORPORAL
CONDIÇÕES 
FINANCEIRAS
INFLUÊNCIA DA MÍDIA 
E DE AMIGOS
CONSUMO ELEVADO DE ALIMENTOS
ULTRAPROCESSADOS
TABAGISMO
ETILISMO
USO DE DROGAS
A NUTRIÇÃO ADEQUADA NA GESTAÇÃO, ASSIM
COMO O ALEITAMENTO MATERNO E A INTRODUÇÃO
ALIMENTAR ADEQUADA SÃO TRÊS PILARES
IMPORTANTES PARA GARANTIR NÃO APENAS A
FORMAÇÃO DE HÁBITOS SAUDÁVEIS, MAS TAMBÉM
A PROMOÇÃO DO CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO SAUDÁVEL E REDUÇÃO DA
MORBIMORTALIDADE NA INFÂNCIA E NA VIDA
ADULTA.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Reconhecer o panorama da saúde materno-infantil e os programas nacionais de
saúde da gestante e da criança
PANORAMA DA SAÚDE MATERNO-
INFANTIL NO BRASIL
A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu 8 metas de desenvolvimento
sustentável para o período de 1990 a 2015 com o apoio de 191 nações, que ficaram
conhecidas como os objetivos de desenvolvimento do milênio (ODM). Vamos observar a figura
a seguir:
 Figura 4: Objetivos do desenvolvimento sustentável do milênio da ONU 1990-2015.
DENTRE OS ODM, PODEMOS DESTACAR QUATRO
OBJETIVOS RELACIONADOS À SAÚDE DO GRUPO
MATERNO-INFANTIL.
• O OBJETIVO 1, QUE VISA À ERRADICAÇÃO DA
FOME E DA MISÉRIA. 
• OBJETIVO 4, QUE VISA À REDUÇÃO DA
MORTALIDADE INFANTIL. 
• O OBJETIVO 5, QUE VISA À MELHORA DA SAÚDE
MATERNA. 
• O OBJETIVO 6, QUE VISA AO COMBATE AO HIV, À
MALÁRIA E A OUTRAS DOENÇAS.
O Relatório dos ODM da ONU para 2015 revela que os 15 anos de esforços para alcançar os
oito objetivos estabelecidos na Declaração do Milênio realizada em 2000 foram bem-sucedidos.
Os dados apresentados no relatório mostram que as intervenções específicas, as estratégias
realizadas, a aplicação de recursos adequados e a vontade política, até mesmo nos países
mais pobres, fizeram progressos.
Os dados do relatório da ONU (2015) destacam que o número de pessoas vivendo em extrema
pobreza reduziu em mais da metade, passando de 1,9 bilhão em 1990 para 836 milhões em
2015.
A taxa de mortalidade em crianças menores de cinco reduziu em mais da metade, caindo de 90
para 43 mortes por mil nascidos vivos desde 1990. Os números relativos à mortalidade
materna também mostraram declínio de 45% em todo o mundo.
Ainda, os investimentos destinados à luta contra doenças, como o HIV/AIDS e a malária,
também trouxeram resultados satisfatórios. Mais de 6,2 milhões de mortes por malária foram
evitadas entre 2000 e 2015, enquanto as intervenções de prevenção, diagnóstico e tratamento
da tuberculose salvaram mais de 37 milhões de vidas no período de 2000 a 2013. Além disso,
as mulheres ganharam espaço na representação parlamentar, a proporção média de mulheres
no parlamento quase dobrou de 2000 para 2015. Também se observou melhoria expressiva na
igualdade de gênero na educação desde a criação dos ODM: a paridade de gênero no ensino
primário foi alcançada na maioria dos países, isto é, mais meninas estão frequentando a
escola.
Os objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) produziram o movimento contra a pobreza
e a miséria de maior sucesso da história, que serviu de ponto de partida para a nova agenda
de desenvolvimento sustentável estabelecida pela ONU para 2030, na qual ampliou as metas
de 8 para 17 objetivos, conforme descrito na Figura 5.
 Figura 5: Objetivos do desenvolvimento sustentável do milênio da ONU para 2030.
Na nova agenda de objetivos para o desenvolvimento sustentável do milênio da ONU,
podemos observar que a melhoria das condições de saúde no grupo-materno infantil continua
sendo uma parte importante das metas. As causas e os coeficientes de mortalidade materna e
infantil têm sido os indicadores de saúde mais utilizados quando o objetivo é avaliar não
apenas a qualidade de saúde de uma determinada população, mas também o grau de
desenvolvimento de uma nação.
A maior parte dos óbitos na infância concentra-se no primeiro ano de vida, sobretudo no
primeiro mês. Há uma elevada participação das causas perinatais, como a prematuridade, o
que evidencia a importância dos fatores ligados à gestação, ao parto e ao pós-parto, em geral,
preveníveis por meio de assistência à saúde de qualidade. Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), a “morte materna” engloba a morte da mulher grávidas ou puérperas dentro do
período de 42 dias após o parto, independentemente da duração ou da localização da
gravidez, devido a qualquer causa relacionada ou agravada pela gravidez ou por medidas em
relação a ela, porém não devido a causas acidentais ou incidentais. Após esse período, e em
até um ano após o parto, também pode ocorrer o chamado óbito materno tardio.
MORTALIDADE NEONATAL
É definida pela morte de bebês até o 27º dia de vida.
MORTALIDADE INFANTIL
São considerados os óbitos de menores de 1 ano.
MORTALIDADE NA INFÂNCIA
Refere-se aos óbitos em menores de 5 anos de idade.
Observe esses dados referentes ao Brasil:
67% dos óbitos maternos são por causas obstétricas diretas, isto é, por complicações
obstétricas durante a gravidez, o parto ou o puerpério.
Cerca de 25% dos óbitos maternos são por causas indiretas, isto é, resultantes de
alguma doença pré-existente à gestação.
Os 8,0% restantes são óbitos considerados ignorados devido à subnotificação.
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Observa-se também que no Brasil cerca de 90% dos óbitos de mulheres em idade fértil
são de causas evitáveis, tais como o aborto inseguro e o grande número de cesáreas.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Segundo o Ministério da Saúde, a mortalidade materna sofreu uma redução de 55% de 1990 a
2017. Essa redução tem sido reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ao
destacar que houve avanços significativos desde a década de 90 nas políticas públicas de
saúde no Brasil.
No entanto, os números mostram que o índice voltou a crescer lentamente desde 2013,
passando de 62,1 para 64,5 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos, em 2017. As
principais causas de óbitos maternos foram a hipertensão, hemorragia e infecções pós-parto.
Do mesmo modo, a mortalidade infantil voltou a crescer após 13 anos de queda. Para crianças
com idade entre um mês e quatro anos de vida, os óbitos cresceram 11% entre 2015 e 2016,
passando de 5.595 mil para 6.212 mil.
França et al. (2017) avaliaram as taxas de mortalidade na infância no período de 1990 a 2015
no Brasil, os autores observaram que o número de óbitos para menores de 5 anos apresentou
uma importante redução de 1990 para 2015. Entretanto, em 2015, a mortalidade neonatal
precoce despontou como o principal componente na ocorrência dos óbitos na infância,
correspondendo a 41%, sendo ainda observado que as mortes infantis representaram cerca de
90% do total de óbitos ocorridos em menores de 5 anos em 2015. As principais causas de óbito
na infância foram:
PREMATURIDADE
ANOMALIAS CONGÊNITAS
ASFIXIA
TRAUMA NO NASCIMENTO
INFECÇÕES NEONATAIS
O Ministério da Saúde tem realizado investimento significativo nos sistemas de informação
nacionais nos últimos anos que tem auxiliado na redução nas subnotificações, destacando-se a
inclusão de metas relacionadas à qualidade das informações sobre óbitos na Programação
Pactuada e Integrada dos municípios, a implantação sistemática da busca ativa de óbitos e a
investigação das causas dos óbitos declarados como mal definidos, além de estímulo aos
comitês de prevenção do óbito materno, infantil e fetal.
O Relatório da ONU de 2013 destacou o papel de uma combinação de estratégias nacionais
que foram fundamentais para o declínio da mortalidade infantil no Brasil, com diversas
ações aprimoradas na última década, como a melhoria no atendimento materno e ao recém-
nascido, e políticas de assistência social, como o programa de transferência de renda Bolsa
Família, além de uma série de melhorias nas condições de vida e na atenção à saúde da
criança. Além disso, a criação do Programa de Saúde da Família ampliou o acesso àassistência básica à saúde nos municípios mais carentes e teve impacto positivo na redução
da mortalidade infantil.
TANTO A REDUÇÃO DA PREVALÊNCIA DA
DESNUTRIÇÃO, QUANTO O AUMENTO DO
ALEITAMENTO MATERNO CONTRIBUÍRAM PARA A
REDUÇÃO DAS TAXAS DE MORTALIDADE NA
INFÂNCIA.
PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
É composta por equipe multiprofissional que possui, no mínimo, um médico generalista ou
especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade, um enfermeiro
generalista ou especialista em saúde da família, um auxiliar ou técnico de enfermagem e
agentes comunitários de saúde. Também há equipes com a presença do Nutricionista e do
Cirurgião Dentista. A Estratégia de Saúde da Família foi criada com o intuito de promover a
qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco,
como falta de atividade física, má alimentação, uso de tabaco, dentre outros.
A PROXIMIDADE DA EQUIPE DE SAÚDE COM O
USUÁRIO PERMITE QUE SE CONHEÇA A PESSOA, A
FAMÍLIA E A VIZINHANÇA. ISSO GARANTE MAIOR
ADESÃO DO USUÁRIO AOS TRATAMENTOS E ÀS
INTERVENÇÕES PROPOSTAS PELA EQUIPE DE
SAÚDE.
Já percorremos um longo caminho, entretanto o retorno no aumento das taxas de mortalidade
materna e infantil e o fato de a maior parte dos óbitos se concentrar no primeiro mês de vida
evidenciam a importância do controle dos fatores de risco ligados à gestação, ao parto e ao
pós-parto para a redução da mortalidade na infância ao nível compatível com o
desenvolvimento econômico do país.
 SAIBA MAIS
O fortalecimento da rede de atenção perinatal, com a continuidade do cuidado integral desde o
pré-natal da gestante à assistência neonatal, é uma estratégia que vem sendo
progressivamente reorganizada no país, mas que ainda precisa ser melhorada, sobretudo a
ampliação da cobertura destes programas de saúde e o número de leitos de enfermaria e CTI
em hospitais especializados em atendimento da gestante e do bebê.
POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SAÚDE DA
GESTANTE E DA CRIANÇA NO BRASIL
PROGRAMA DE SAÚDE MATERNO-INFANTIL (PSMI)
As primeiras iniciativas de programas direcionados à saúde da criança ocorreram no final dos
anos 60 quando foi criado o Programa de Saúde Materno-Infantil do Ministério da Saúde e
implementado pelas Secretarias de Saúde (COSTA, 1999).
DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA
A partir dos anos 70, iniciaram-se as discussões sobre a universalização do cuidado no âmbito
internacional, incentivadas pela OMS e pela Organização Pan-Americana da Saúde. A elevada
morbidade e mortalidade de crianças por doenças imunopreveníveis e a disponibilidade de
tecnologias custo-efetivas foram determinantes na proposição dos órgãos internacionais, com
marcos como a Declaração de Alma-Ata sobre os cuidados primários de saúde, de 1978.
PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES
No Brasil, nas duas décadas que antecederam a Constituição Federal de 1988, foram adotadas
importantes iniciativas para a melhoria da saúde e para a redução da mortalidade infantil e na
infância, dentre elas, podemos destacar o Programa Nacional de Imunizações, criado em 1973,
com a ampliação da cobertura vacinal média da população, em especial das crianças. Em
1981, o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno trouxe um conjunto de ações
relacionadas à promoção, à proteção e ao apoio ao aleitamento materno.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E ESTATUTO DA CRIANÇA
E DO ADOLESCENTE
Na Constituição Federal de 1988, o Brasil assumiu a garantia do direito universal à saúde, com
a criação do Sistema Único de Saúde e, em 1990, a proteção integral da criança, com o
advento do Estatuto da Criança e do Adolescente. Além disso, reforçou os mais importantes
pactos, tratados e convenções internacionais sobre os direitos humanos da criança.
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PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA
CRIANÇA
Em 1984, foi criado o Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança, que considerou as
crianças menores de cinco anos como prioridade para grupos de risco, ao mesmo tempo,
buscou qualificar a assistência, aumentar a cobertura dos serviços de saúde e incentivar as
ações de promoção ao aleitamento materno, ao desmame, ao controle de doenças diarreicas e
infecções respiratórias e à imunização, sendo considerado um grande marco para o
desenvolvimento da saúde da criança.
CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE (ALMA-ATA,
1978)
São cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas,
cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal
de indivíduos e famílias da comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a
comunidade e o país podem manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito de
autoconfiança e autodeterminação. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
Desde essas iniciativas, a saúde da criança vem apresentando melhora significativa nas taxas
de mortalidade infantil e de mortalidade na infância, tendo com isso cumprido o Objetivo de
Desenvolvimento do Milênio número quatro para o ano de 2015. Também foi observado melhor
controle da morbimortalidade por doenças imunopreveníveis e diarreia, além da diminuição dos
índices de desnutrição e melhora crescente nos indicadores de aleitamento materno.
Por outro lado, o Brasil vem enfrentando novos desafios, tais como a identificação de novos
agentes infecciosos e o ressurgimento de doenças que até então estavam consideradas
sob controle.
Ainda, podemos destacar as altas taxas de parto cesáreo e da prematuridade, ao mesmo
tempo em que crescem a prevalência da obesidade na infância e os óbitos evitáveis por
causas externas (acidentes e violências), além das doenças em razão das más condições
sanitárias, apontam a complexidade dos problemas da sociedade contemporânea que afetam a
vida das crianças.
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AGENTES INFECCIOSOS
Dengue, zika, chikungunya, febre amarela e COVID-19
RESSURGIMENTO DE DOENÇAS
Sarampo, poliomielite, difteria e rubéola
INICIATIVA DO HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA
Em 1992, o Ministério da Saúde e o Fundo das Nações Unidas para a Infância criaram a
Iniciativa do Hospital Amigo da Criança, na qual instituições de saúde públicas e privadas que
cumprem os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno, o Cuidado Amigo da Mulher
e uma série de outros requisitos que buscam a adequada atenção à saúde da criança e da
mulher são certificados e recebem uma placa que é fixada na entrada da maternidade.
PARA UM HOSPITAL SER AMIGO DA CRIANÇA
(FIGURA 6), ELE DEVE TAMBÉM RESPEITAR OUTROS
CRITÉRIOS, COMO O CUIDADO RESPEITOSO E
HUMANIZADO À MULHER DURANTE PRÉ-PARTO,
PARTO E PÓS-PARTO, GARANTIR LIVRE ACESSO À
MÃE E AO PAI E PERMANÊNCIA DELES JUNTO AO
RECÉM-NASCIDO INTERNADO, DURANTE 24 HORAS,
E CUMPRIR A NORMA BRASILEIRA DE
COMERCIALIZAÇÃO DE ALIMENTOS PARA
LACTENTES E CRIANÇAS NA PRIMEIRA INFÂNCIA.
 Figura 6: Selo do Hospital Amigo da Criança
NORMA BRASILEIRA DE COMERCIALIZAÇÃO DE
ALIMENTOS PARA LACTENTES E CRIANÇAS DE 1ª
INFÂNCIA, BICOS, CHUPETAS E MAMADEIRAS
(NBCAL)
É UM CONJUNTO DE NORMAS QUE REGULA A
PROMOÇÃO COMERCIAL E A ROTULAGEM DE
ALIMENTOS E PRODUTOS DESTINADOS A RECÉM-
NASCIDOS E CRIANÇAS DE ATÉ 3 ANOS DE IDADE,
COMO LEITES, PAPINHAS, CHUPETAS E
MAMADEIRAS. O SEU OBJETIVO É ASSEGURAR O
USO APROPRIADO DESSES PRODUTOS DE FORMA
QUE NÃO HAJA INTERFERÊNCIA NA PRÁTICA DO
ALEITAMENTO MATERNO. (ANVISA, S.D.)
Segundo o Ministério da Saúde, bebês que nascem em Hospital Amigo da Criança têm menos
chance de sofrer intervenções desnecessárias logo após o parto, como aspiração das vias
aéreas, uso de oxigênio inalatório e uso de incubadora. O contato pele a pele com a mãe logo
após o nascimento, a amamentação na primeira hora de vida, ainda na sala de parto, e o
alojamento conjunto também ocorre com mais frequência em Hospitais Amigos da Criança do
que em maternidades que não têm o título.
Nascer em um Hospital Amigo da Criança também faz diferença nos indicadores de
aleitamento materno. A duração média do aleitamento materno exclusivoem crianças que
nasceram nesses hospitais foi de 60,2 dias, contra 48,1 dias em crianças que não nasceram
em Hospital Amigo da Criança (BRASIL, 2017).
ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO
Oferta apenas de leite materno para a criança até o 6º mês de vida
REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER E DA
CRIANÇA (REDE CEGONHA)
Em 2011, foi criada a Rede de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança, denominada de Rede
Cegonha (Portaria n.º 1.459, de 24 de junho de 2011), com o objetivo de assegurar às
mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e
puerpério e às crianças o direito ao nascimento seguro, ao crescimento e ao desenvolvimento
saudáveis.
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 Figura 7: Rede Cegonha.
Mediante cartilha da Secretaria Municipal de Saúde, disponibilizada pelo Portal da Prefeitura de
Campinas, podemos entender que A Rede Cegonha (Figura 7) é uma estratégia do Ministério
da Saúde, operacionalizada pelo SUS, fundamentada nos princípios da humanização e
assistência, onde mulheres, recém-nascidos e crianças têm os seguintes direitos:
• Ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal. 
• Transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto. 
• Vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao parto. 
• Vagas para gestantes e bebês em maternidades. 
• Realização do parto e nascimento seguros, através de boas práticas de atenção. 
• Acompanhante no parto, de livre escolha da gestante. 
• Atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade. 
• Acesso ao planejamento reprodutivo. 
É uma Rede de cuidados que assegura às:
MULHERES
O direito ao planejamento reprodutivo, à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao
puerpério.
CRIANÇAS
O direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento saudáveis.
Tem como objetivos:
1
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Novo modelo de atenção ao parto, nascimento e à saúde da criança.
2
Rede de atenção que garanta acesso, acolhimento e resolutividade.
3
Redução da mortalidade materna e neonatal.
 SAIBA MAIS
A Rede Cegonha forneceu aporte de investimentos para reforma de maternidades e recursos
para a reorganização da atenção obstétrica e neonatal regionalizada e hierarquizada, de forma
a criar um ambiente adequado para o parto, além de propiciar o apoio assistencial
multiprofissional com o intuito de favorecer a fisiologia do parto e nascimento e incentivo ao
parto normal.
Apesar dos avanços nos indicadores de saúde infantil e dos investimentos nas políticas
públicas voltadas à saúde da criança, com a implementação dos programas de saúde já
mencionados (Programa de Saúde da Família, Rede Cegonha, iniciativa Hospital Amigo da
Criança), o Ministério da Saúde observou a necessidade de ampliar o enfrentamento das
iniquidades relacionadas às condições de saúde e universalizar todos os avanços para
grupos de maior vulnerabilidade, tais como: as crianças indígenas, quilombolas, ribeirinhas,
com deficiências e as com doenças raras, além de garantir não só a sobrevivência, mas
também o desenvolvimento integral de todas as crianças, condição essencial para o exercício
da cidadania e a garantia do desenvolvimento nacional, bem como para o cumprimento dos
compromissos do País diante das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2015-
2030 (ODS) (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2015).
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À
SAÚDE DA CRIANÇA
Dentro desse contexto, em 2015, o Ministério da Saúde criou a Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Criança (PNAISC) que está estruturada em princípios, diretrizes e eixos
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estratégicos.
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA (PNAISC)
A PNAISC foi criada com o objetivo de promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento
materno, através da atenção e dos cuidados integrais e integrados desde a gestação até os
nove anos de vida, com enfoque na primeira infância e nas populações de maior
vulnerabilidade, com o intuito de reduzir a morbimortalidade e criar um ambiente facilitador à
vida com condições dignas para o pleno desenvolvimento.
A Política Nacional é regida por nove princípios: o direito à vida e à saúde, a prioridade
absoluta da criança, o acesso universal de todas as crianças à saúde, o ambiente facilitador à
vida, a equidade, a integralidade do cuidado, a humanização da atenção, a gestão participativa
e o controle social.
Os sete eixos estratégicos que compõem a PNAISC têm a finalidade de orientar os gestores e
a equipe de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre as ações e serviços para a
saúde da gestante e da criança, visando à efetivação de medidas que permitam a integralidade
da atenção, o pleno desenvolvimento da criança e a redução de vulnerabilidades e riscos.
As principais ações integradas realizadas a partir de cada eixo estratégico da PNAISC:
EIXO ESTRATÉGICO I 
ATENÇÃO HUMANIZADA E QUALIFICADA À
GESTAÇÃO, AO PARTO, AO NASCIMENTO E AO
RECÉM-NASCIDO
O primeiro eixo estratégico da PNAISC consiste na melhoria do acesso, cobertura, qualidade e
humanização da atenção obstétrica e neonatal, integrando as ações do pré-natal e
acompanhamento da criança na Atenção Básica com aquelas desenvolvidas nas
maternidades, conformando-se uma rede articulada de atenção.
Dentre as ações estratégias realizadas no eixo de atenção humanizada e qualificada à
gestação, ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido, podemos destacar a prevenção da
transmissão vertical do HIV e da sífilis; a atenção humanizada e qualificada ao parto e ao
recém-nascido no momento do nascimento; qualificação da atenção neonatal na rede de saúde
materna, neonatal e infantil, com especial atenção aos recém-nascidos graves ou
potencialmente graves, internados em Unidade Neonatal; alta qualificada do recém-nascido da
maternidade, com vinculação da dupla mãe-bebê à Atenção Básica, de forma precoce e o
acompanhamento de seguimento do recém-nascido de risco, após a alta da maternidade, de
forma compartilhada entre a Atenção Especializada e a Atenção Básica.
EIXO ESTRATÉGICO II 
ALEITAMENTO MATERNO E ALIMENTAÇÃO
COMPLEMENTAR SAUDÁVEL
O segundo eixo estratégico da PNAISC consiste na promoção, na proteção e no apoio ao
aleitamento materno, desde a gestação até o puerpério, ressaltando as vantagens da
amamentação para a criança, a mãe, a família e a sociedade, bem como a importância de
estabelecimento de hábitos alimentares saudáveis.
Dentre as ações estratégicas de apoio ao aleitamento materno e alimentação complementar
saudável, podemos destacar a Iniciativa Hospital Amigo da Criança; a Estratégia Nacional para
Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no SUS; a ação de
apoio à Mulher Trabalhadora que Amamenta; as ações da Rede Brasileira de Bancos de Leite
Humano e a implementação da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para
Lactentes, para Crianças de Primeira Infância, Bicos Chupetas e Mamadeiras (Nbcal).
EIXO ESTRATÉGICO III 
PROMOÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO
CRESCIMENTO E DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL
O terceiro eixo estratégico da PNAISC consiste na vigilância e no estímulo do pleno
crescimento e desenvolvimento da criança pela Atenção Básica de Saúde, em especial, do
“Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI)”, de acordo com as orientações da Caderneta de
Saúde da Criança, incluindo ações para o fortalecimento de vínculos familiares.
As principais ações estratégicas do eixo de promoção e acompanhamento do crescimento e do
desenvolvimento integral são a disponibilização da Caderneta de Saúde da Criança que é
atualizada periodicamente; a qualificação do acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento da primeira infância pela Atenção Básica à Saúde; o comitê de Especialistas
e de Mobilização Social para o Desenvolvimento Integral da Primeira Infância; e o apoio à
implementação do Plano Nacional pela Primeira Infância.
EIXO ESTRATÉGICOIV 
ATENÇÃO INTEGRAL A CRIANÇAS COM AGRAVOS
PREVALENTES NA INFÂNCIA E COM DOENÇAS
CRÔNICAS
O quarto eixo estratégico da PNAISC consiste em estratégias para o diagnóstico precoce e a
qualificação do manejo de doenças prevalentes na infância através de ações de prevenção de
doenças crônicas e de acompanhamento dos casos diagnosticados.
Dentre as ações estratégicas do eixo de atenção integral a crianças com doenças crônicas,
podemos destacar a Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância; a construção de
diretrizes de atenção e linhas de cuidado e o fomento da atenção e internação domiciliar.
EIXO ESTRATÉGICO V 
ATENÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIAS, PREVENÇÃO DE ACIDENTES E
PROMOÇÃO DA CULTURA DE PAZ
O quinto eixo estratégico da PNAISC consiste em articular um conjunto de ações e estratégias
da rede de saúde para a prevenção de violências, acidentes e promoção da cultura de paz, de
modo a organizar processos e metodologias de apoio aos serviços especializados de atenção
à criança em situação de violência de natureza sexual, física e psicológica, negligência e/ou
abandono, com o intuito de implementar as linhas de cuidado na Rede de Atenção à Saúde e a
rede de proteção social.
São realizadas ações estratégicas do eixo de atenção integral à criança em situação de
violências, prevenção de acidentes e promoção da cultura de paz, tais como: o fomento à
organização e qualificação dos serviços especializados para atenção integral a crianças e suas
famílias em situação de violência sexual; a implementação da “Linha de Cuidado para a
Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas Famílias em Situação de
Violências”; articulação de ações de prevenção de acidentes, violências e promoção da cultura
de paz; apoio à implementação de protocolos, planos e outros compromissos sobre o
enfrentamento às violações de direitos da criança, pactuados com instituições governamentais
e não governamentais.
EIXO ESTRATÉGICO VI 
ATENÇÃO À SAÚDE DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA
OU EM SITUAÇÕES ESPECÍFICAS E DE
VULNERABILIDADE
O sexto eixo estratégico da PNAISC consiste na articulação de um conjunto de estratégias
para inclusão dessas crianças nas redes temáticas de atenção à saúde, mediante identificação
de situação de vulnerabilidade e risco de agravos e adoecimento, identificando as
especificidades deste público para uma atenção efetiva.
A atenção à saúde de crianças com Deficiência ou em Situações Específicas e de
Vulnerabilidade realiza articulação e intensificação de ações para inclusão de crianças com
deficiências, indígenas, negras, quilombolas, do campo, das águas e da floresta, e crianças em
situação de rua, entre outras, nas redes temáticas; apoio à implementação do protocolo
nacional para a proteção integral de crianças e adolescentes em situação de risco e desastres;
e apoio à implementação das diretrizes para atenção integral à saúde de crianças e
adolescentes em situação de trabalho infantil.
EIXO ESTRATÉGICO VII 
VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO DO ÓBITO INFANTIL,
FETAL E MATERNO
Por fim, o sétimo eixo estratégico da PNAISC consiste na contribuição para a investigação e
monitorização da mortalidade infantil e fetal a fim de possibilitar a avaliação das medidas
necessárias para a prevenção de óbitos evitáveis.
Para levantamento destes dados, são realizadas ações estratégicas, tais como: a identificação
e o levantamento dos dados da atenção ambulatorial, urgência e hospitalar, entrevista
domiciliar e análise dos óbitos de mulheres em idade fértil e óbitos maternos, fetais e infantis; e
a análise da evitabilidade dos óbitos maternos fetais e infantis, em reuniões locais, e
identificação das medidas necessárias para prevenção de novas ocorrências.
OS PROGRAMAS NACIONAIS DE SAÚDE
DA GESTANTE E DA CRIANÇA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Identificar as principais carências nutricionais no grupo materno-infantil
O MANEJO NUTRICIONAL NO GRUPO
MATERNO-INFANTIL: A IMPORTÂNCIA DA
NUTRIÇÃO NA PREVENÇÃO DAS
CARÊNCIAS NUTRICIONAIS
PRINCIPAIS CARÊNCIAS NUTRICIONAIS NO
GRUPO MATERNO-INFANTIL
As deficiências de micronutrientes são consideradas um grande problema de saúde pública em
muitos países em desenvolvimento e ocasionam diversos agravos à saúde dos indivíduos.
Dentre os micronutrientes importantes na gestação e infância, podemos destacar a vitamina A,
ferro, ácido fólico, iodo e zinco devido à atuação na manutenção de diversas funções orgânicas
vitais, como a concepção, o crescimento fetal, o desenvolvimento infantil, além da função
antioxidante e imunológica que desempenham no organismo (PEDRAZA; QUEIROZ, 2011;
BRASIL, 2007; SILVA et al., 2007).
No período gestacional, a deficiência de micronutrientes pode trazer consequências adversas
para saúde das gestantes e para o desenvolvimento fetal. Durante a lactação, as deficiências
nutricionais da nutriz podem contribuir para a manutenção de baixas reservas de nutrientes nos
lactentes, aumentando as chances para o desenvolvimento de carências nutricionais nos
primeiros anos de vida, período em que há maior prevalência de agravos à saúde infantil
(SILVA et al., 2007).
HIPOVITAMINOSE A
A VITAMINA A É UM MICRONUTRIENTE ESSENCIAL
QUE DESEMPENHA DIVERSAS FUNÇÕES NO
ORGANISMO, TAIS COMO: A DIFERENCIAÇÃO
CELULAR, O CICLO VISUAL, O CRESCIMENTO, A
REPRODUÇÃO, SISTEMA ANTIOXIDANTE E
IMUNOLÓGICO. APRESENTA ESPECIAL IMPORTÂNCIA
DURANTE OS PERÍODOS DE RÁPIDA PROLIFERAÇÃO
E DIFERENCIAÇÃO CELULAR, COMO NA GESTAÇÃO,
PERÍODO NEONATAL E INFÂNCIA. (WHO, 1996)
A vitamina A participa dos processos de defesa do organismo, contribuindo para a redução da
mortalidade e da morbidade por doenças infecciosas. Além disso, também atua no bom
funcionamento do sistema visual e sua ausência pode levar, inicialmente, à cegueira noturna,
evoluindo até situações mais graves como a perda da visão. A cegueira noturna é o mais
comum sintoma clínico de DVA em crianças de países em desenvolvimento.
A deficiência de vitamina A (DVA) ainda é um grande problema de saúde pública em vários
países em desenvolvimento, inclusive no Brasil. A carência de vitamina A ocorre,
principalmente, em pré-escolares e está associada à deficiência energético-proteica, podendo,
nos casos mais avançados, levar à cegueira parcial ou total. A prevalência é mais elevada nos
grupos de baixo nível socioeconômico que se alimentam mal e vivem em condições sanitárias
insatisfatórias (BRASIL, 2013). Dentre os fatores de risco para a deficiência de vitamina A,
destaca-se o desmame precoce, o baixo consumo de alimentos fontes de retinol ou
carotenoides, a pobreza e os tabus alimentares.
 SAIBA MAIS
No Brasil, dispomos de poucos estudos a nível nacional que avaliem a magnitude do problema
e ainda há pouca informação a respeito do impacto social causado pela hipovitaminose A em
termos de óbitos e incapacitações (SOUZA; VILAS BOAS, 2002).
A Xeroftalmia, ou Olho seco, é uma doença caracterizada pela não produção de lágrimas e
consequente dificuldade de enxergar, principalmente, durante a noite. A DVA clínica
(xeroftalmia) é definida por problemas no sistema visual, atingindo três estruturas oculares: a
retina, a conjuntiva e a córnea, consequentemente, ocorre diminuição da sensibilidade à luz até
a cegueira parcial ou total. A primeira manifestação clínica é a cegueira noturna, que constitui a
redução da capacidade de enxergar em locais com baixa luminosidade.
 Figura 8: Xeroftalmia
O diagnóstico da deficiência de vitamina A não se deve restringir apenas aos sinais de
xeroftalmia, entretanto, sempre que possível, devem ser reforçados por evidências de níveis
sanguíneos inadequados de vitamina A. Para o diagnóstico da hipovitaminose A, utiliza-se o
ponto de corte de ≤ 0.70 µmol/L para o retinol sérico.
 SAIBA MAIS
A deficiência de vitamina A subclínica é caracterizada pela ausência de evidências clínicas de
xeroftalmia, porém é observada a níveis sanguíneos suficientemente baixos de retinol séricos
para levar a consequênciasdeletérias à saúde, como diarreia e morbidades respiratórias.
Desde 1983, o Ministério da Saúde distribuiu cápsulas de 100.000 UI de vitamina A para
crianças de 6 a 11 meses de idade e de 200.000 UI para crianças de 12 a 59 meses de idade
nos estados da Região Nordeste e no Estado de Minas Gerais (Vale do Jequitinhonha e Vale
do Mucuri) para prevenir e controlar a deficiência de vitamina A.
No ano de 2001, o programa foi ampliado para atendimento às puérperas, por meio de
suplementação com cápsulas de 200.000 UI na maternidade, no pós-parto imediato, uma vez
que, no Nordeste do Brasil, mais de 95% dos partos são realizados em hospitais gerais ou
especializados.
Em 2004, o programa foi reestruturado com vistas a promover mais divulgação e mobilização
dos profissionais de saúde e população, com a criação da marca publicitária: VITAMINA A
MAIS. No ano de 2005, foi publicada a Portaria nº 729, de 13/5/2005, que definiu as diretrizes
do programa de suplementação e as responsabilidades dos três níveis de governo.
Medidas importantes de prevenção da deficiência de vitamina A:
1
Promoção do aleitamento materno exclusivo até o 6º mês e complementar até 2 anos de idade
ou mais com a introdução dos alimentos complementares em tempo oportuno e de qualidade.
2
Promoção da alimentação adequada e saudável, assegurando informações para incentivar o
consumo de alimentos fontes em vitamina A pela população.
3
Suplementação profilática periódica e regular das crianças de 6 a 59 meses de idade, com
megadoses de vitamina A.
4
Suplementação profilática com megadoses de vitamina A para mulheres no pós-parto imediato
(puérpera), antes da alta hospitalar.
Para o tratamento da Deficiência de Vitamina A (DVA), são recomendados pelo Programa
Nacional de suplementação de vitamina A do Ministério da Saúde a suplementação nos
seguintes grupos em regiões de alto risco para DVA:
PARA CRIANÇAS DE 6 MESES A 11 MESES DE IDADE
1 megadose de vitamina A na concentração de 100.000 UI
PARA CRIANÇAS DE 12 A 59 MESES DE IDADE
1 megadose de vitamina A na concentração de 200.000 UI a cada 6 meses
PARA PUÉRPERAS
1 megadose de vitamina A na concentração de 200.000 UI, no pós-parto imediato, ainda na
maternidade, antes da alta hospitalar
ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE FERRO
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O FERRO É O OLIGOELEMENTO MAIS ABUNDANTE
NO ORGANISMO HUMANO, PARTICIPANDO DE
DIVERSOS PROCESSOS METABÓLICOS, INCLUINDO O
TRANSPORTE DE ELÉTRONS, TRANSPORTE DE
OXIGÊNIO E NUTRIENTES NO SANGUE, SÍNTESE DE
DNA E METABOLISMO DE CATECOLAMINAS
(COFATOR DA ENZIMA TIROSINA HIDROXILASE).
(COSTA, et al., 2002)
A anemia é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como: "um estado em que a
concentração de hemoglobina do sangue é anormalmente baixa em consequência da carência
de um ou mais nutrientes essenciais, qualquer que seja a origem dessa carência". Já a anemia
por deficiência de ferro resulta de longo período de balanço negativo entre a quantidade de
ferro biologicamente disponível e a necessidade orgânica desse oligoelemento (OMS, 1975).
 SAIBA MAIS
A deficiência de ferro apresenta elevada prevalência mundial, estimando-se que cerca de
41,8% das gestantes e 47,4% das crianças menores de 5 anos apresentam anemia. Nos
países em desenvolvimento, cerca de 1,1 bilhão de mulheres e 96 milhões de gestantes são
anêmicas (OMS, 2008).
Dados da última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS,
2009) apontam uma prevalência de anemia em 20,9% das crianças menores de 5 anos, na
qual se observa que a região do Nordeste apresentou a maior prevalência (25,5%). As crianças
menores de dois anos apresentaram prevalência ainda maior de anemia, de 24,1%. A
prevalência de anemia entre as mulheres em idade reprodutiva não grávidas foi de 29,4% e foi
observado que as mulheres negras apresentaram maior prevalência.
No Brasil, ainda não há dados consistentes que permitam estimar com precisão a prevalência
de anemia na gestação em âmbito nacional. No entanto, as gestantes apresentam alto risco de
desenvolvimento da anemia devido à elevada necessidade de ferro, principalmente, a partir do
segundo trimestre de gestação, determinada pela rápida expansão do volume sanguíneo, que
não é acompanhada pela produção de hemácias, além da recomendação de ingestão diária
mais elevada, difícil de ser suprida apenas pela dieta (MAGALHÃES et al., 2018).
A deficiência de ferro durante o período gestacional pode comprometer o desenvolvimento
cerebral do recém-nascido, levando a prejuízos no desenvolvimento físico e mental, devido às
alterações no metabolismo de neurotransmissores e na formação da bainha de mielina.
Diminuição da capacidade cognitiva e alteração do estado emocional são alguns dos sinais e
sintomas observados (TAMURA et al., 2002).
Nos primeiros meses de vida, ocorre uma redução fisiológica da concentração de hemoglobina
e um aumento proporcional das reservas corporais de ferro, verifica-se que a absorção de ferro
dietético é baixa e aumenta à medida que reduzem as reservas corporais, o que normalmente
ocorre entre o quarto e o sexto mês de vida em crianças a termo. As crianças amamentadas
exclusivamente ao seio conseguem manter a homeostase de ferro até o quarto ou sexto mês
de vida, independentemente do consumo materno de ferro. A partir do sexto mês, elas
apresentam maio risco de deficiência, devido à depleção de suas reservas, ao baixo conteúdo
de ferro do leite e à introdução da alimentação complementar (EUCLYDES MP, 2000).
Os lactentes encontram-se entre os grupos mais vulneráveis à anemia, devido às
necessidades aumentadas de ferro para a formação de novos tecidos e expansão do número
de hemácias. (COSTA, et al., 2002). Segundo o Ministério da Saúde (2007), o diagnóstico do
estado nutricional de Ferro pode ser classificado em 3 estágios e é realizado a partir dos
seguintes parâmetros:
1º ESTÁGIO
Ocorre depleção nos depósitos de ferro, o que pode ser medido pela diminuição da ferritina
sérica, normalmente, para valores inferiores a 12 µg/L. Entretanto, a concentração plasmática
do ferro, a saturação da transferrina e a concentração da hemoglobina permanecem normais.
2º ESTÁGIO
Ocorre mudanças bioquímicas como reflexo da falta de ferro para a produção normal da
hemoglobina e outros componentes essenciais, além da diminuição nos níveis de saturação da
transferrina. O ferro sérico se encontra reduzido e a capacidade total de ligação da transferrina
aumentada.
3º ESTÁGIO
É a anemia por deficiência de ferro propriamente dita, quando a produção da hemoglobina
diminui o suficiente para levar a redução da sua concentração abaixo dos valores normais,
caracteriza-se por ser anemia hipocrômica e microcítica. Outro indicador que pode ser
usado para diagnóstico nesta fase é o volume corpuscular, que se encontra reduzido.
ANEMIA HIPOCRÔMICA E MICROCÍTICA
Na anemia hipocrômica, observa-se no hemograma redução no tamanho das hemácias, isto é,
redução no valor do volume corpuscular médio (VCM). Na anemia microcítica, observa-se
hemácias mais pálidas ao microscópio; no hemograma, isso se reflete na redução da
concentração da hemoglobina corpuscular média (HCM).
 Figura 9: Ilustração das hemácias na anemia ferropriva.
Os sintomas usuais da anemia por deficiência de ferro incluem fraqueza, cefaleia, irritabilidade,
síndrome das pernas inquietas e vários graus de fadiga e intolerância aos exercícios ou pica
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(apetite pervertido por barro ou terra, papeis, amido).
Diagnóstico do Estado Nutricional de Ferro, segundo o Ministério da Saúde (2007):
Quadro 2: Diagnóstico de anemia ferropriva no grupo materno-infantil.
Grupos Hemoglobina (g/dL)
Crianças de 6 meses a 6 anos 11
Crianças de 6 anos a 14 anos 12
Mulheres adultas 12
Mulheres grávidas 11
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
 Fonte: MS, 2007.Diagnóstico de acordo com a gravidade, segundo o Ministério da Saúde (2007):
Quadro 3: Classificação da gravidade da anemia ferropriva.
Classificação Hemoglobina (g/dL)
Anemia leve 9,0 - 11,0
Anemia moderada 7,0 - 9,0
Anemia grave < 7,0
Anemia muito grave < 4,0
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
 Fonte: MS, 2007.
A suplementação de ferro na gestação geralmente é recomendada, mesmo na ausência de
anemia, objetivando satisfazer o aumento dos requerimentos desse mineral durante os dois
últimos trimestres gestacionais. De acordo com a portaria nº 1.247 de 2014 do Ministério da
Saúde, a suplementação de ferro deve respeitar as seguintes doses para:
CRIANÇAS DE 6 A 18 MESES
3 a 6 mg/kg/dia de ferro elementar, sem ultrapassar 60 mg/dia.
GESTANTES A PARTIR DA 20ª SEMANA GESTACIONAL
60 a 200 mg/dia de ferro elementar associadas a 400 mcg/dia de ácido fólico até o terceiro mês
pós-parto ou pós-aborto.
2002
Ainda, como estratégia para prevenção e tratamento da anemia, o Brasil adotou fortificação
universal das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico. Em 2002, foi aprovada a
fortificação das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico, por meio da RDC nº 344, de
13/12/2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
2013
O estabelecimento da suplementação profilática na gestação e nos primeiros dois anos de vida
e a fortificação das farinhas de trigo e de milho fazem parte do Programa Nacional de
Suplementação de Ferro desenvolvido pelo Ministério da Saúde em 2013 (BRASIL, 2013).
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2017
Em 2017, os requisitos para o enriquecimento de farinhas de trigo e milho foram atualizados
pela Resolução RDC nº150 de 2017. Pelas novas regras, os fabricantes estão obrigados a
enriquecer as farinhas de trigo e de milho com 4 a 9 mg de ferro para cada 100g de produto.
Além disso, também foram alteradas as listas de compostos de ferro. Agora, são permitidos
apenas o sulfato ferroso, o fumarato ferroso e suas formas encapsulada. Esses sais de ferro
são rapidamente absorvidos e eficazes em corrigir a hemoglobina e os estoques de ferro, além
de apresentarem baixo custo (SBP, 2018).
COMO ESTRATÉGIA PARA A PREVENÇÃO E O
TRATAMENTO DA ANEMIA, SÃO RECOMENDADOS O
AUMENTO DA INGESTÃO DE ALIMENTOS FONTES DE
FERRO, COMO A INGESTÃO SEMANAL DE FÍGADO,
CONSUMO REGULAR DE CARNE VERMELHA, PEIXES
E OVOS, ALÉM DO CONSUMO DIÁRIO DE VERDURAS
VERDE ESCURAS, FEIJÃO E OUTRAS LEGUMINOSAS.
Ainda com o intuito de aumentar a absorção do ferro de origem vegetal, é recomendado,
próximo às grandes refeições, o consumo de frutas ricas em vitamina C:
LARANJA
GOIABA
CAJU
MANGA
MORANGO
Também é recomendado evitar o consumo de alimentos fontes de cálcio (leites e derivados) no
almoço e no jantar. A vitamina C facilita a absorção do ferro não-heme, ao passo que o cálcio
compete pelo mesmo sítio de absorção.
DISTÚRBIOS POR DEFICIÊNCIA DE IODO (DDI)
O iodo é componente fundamental dos hormônios tireoidianos. Sua deficiência na dieta
alimentar associa-se a agravos denominados “distúrbios por deficiência de iodo”. A situação de
maior gravidade da deficiência de iodo ocorre no período de desenvolvimento neuronal do feto,
a partir da 12ª semana, resultando em impacto na qualidade de vida futura dos afetados. Os
grupos de maior risco são gestantes, fetos e recém-nascidos e crianças de 0 a 5 anos (PNDS,
2009).
Os distúrbios por deficiência de iodo (DDI) são responsáveis pela redução do crescimento e do
desenvolvimento infantil, trazendo sérias consequências, como:
BAIXA ESTATURA
APATIA
ATRASO NO DESENVOLVIMENTO CEREBRAL
PREJUÍZOS À CAPACIDADE MOTORA, À FALA E À
AUDIÇÃO.
A DEFICIÊNCIA DE IODO É A CAUSA MAIS COMUM E
PREVENÍVEL DE RETARDO MENTAL E DANOS
CEREBRAIS NO MUNDO (BRASIL, 2007).
A deficiência ou ausência de iodo na água e na terra onde são plantados os alimentos, e a não
utilização de sal iodado na preparação da comida, acarretam o DDI. Dentre os DDIs, podemos
destacar o cretinismo e o bócio.
CRETINISMO
O cretinismo é uma deficiência mental causada pelo hipotireoidismo congênito, durante o
desenvolvimento do recém-nascido. Nesse período, a ausência do hormônio tiroxina atrapalha
o amadurecimento cerebral. A principal causa do distúrbio é um defeito na formação da
tireoide, mas também é possível que ocorra por uma deficiência enzimática durante o
desenvolvimento do hormônio.
Os principais sinais clínicos do cretinismo (Figura 10) são o déficit no crescimento, a
deterioração mental, inchaço na pele, atraso na puberdade, macroglossia (aumento no volume
da língua), crânio desproporcionalmente maior que o normal, apetite reduzido, constipação
intestinal, anemia, dentre outros sinais e sintomas.
 Figura 10: Indivíduos com cretinismo.
BÓCIO
O bócio consiste no aumento do volume da glândula tireoide, geralmente, causado pela
deficiência de iodo. Como consequência desse aumento, a pessoa pode sentir dificuldade para
respirar e engolir, além de também poder apresentar tosse. Dependendo dos níveis dos
hormônios tireoidianos no sangue, a pessoa também pode apresentar sinais e sintomas de
hipotireoidismo, como cansaço excessivo, ganho ou perda de peso, dores musculares ou nas
articulações.
ESTIMA-SE QUE MESMO FORMAS MAIS AMENAS DO
BÓCIO TAMBÉM ESTEJAM ASSOCIADAS A ALGUNS
DOS NÍVEIS DE RETARDO MENTAL, SENDO
PREVISTOS ANUALMENTE NO MUNDO UM TOTAL DE
60 MIL ABORTOS NATURAIS, NATIMORTOS E MORTES
DE RECÉM-NASCIDOS DECORRENTES DE GRAVE
DEFICIÊNCIA DE IODO.
O bócio endêmico é a carência de iodo na dieta de populações que residem em regiões onde o
solo é pobre em iodo ou em regiões distantes do mar. A iodação do sal tem sido a intervenção
mais importante para o controle do bócio endêmico, do retardo mental evitável e de outros
distúrbios decorrentes da deficiência de iodo.
 Figura 11: Bócio endêmico.
 SAIBA MAIS
A quantidade de iodo que os seres humanos necessitam durante toda a vida é o equivalente a
uma colher de chá, porém o iodo não pode ser estocado pelo organismo e deve ser ofertado
em pequenas quantidades, continuamente. O produto que cumpre este papel é o sal, por ser
consumido em pequenas quantidades diárias. Além disso, o iodo não afeta sua aparência nem
seu sabor e as técnicas de iodação são simples e de baixo custo.
O Ministério da Saúde, em parceria com outros órgãos e entidades, tem trabalhado no sentido
de aperfeiçoar a execução de ações estabelecidas pelo Programa Nacional para Prevenção e
Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo. Entre as suas principais linhas de ação estão:
• Monitoramento do teor de iodo do sal para consumo humano. 
• Avaliação do impacto da iodação do sal na saúde da população. 
• Atualização dos parâmetros legais dos teores de iodo do sal destinado ao consumo humano.
PARA SER CONSIDERADO PRÓPRIO PARA CONSUMO
HUMANO, O SAL DEVE CONTER TEOR IGUAL OU
SUPERIOR A 15 MILIGRAMAS ATÉ O LIMITE MÁXIMO
DE 45 MILIGRAMAS DE IODO POR QUILOGRAMA DE
PRODUTO, CONFORME ESTABELECIDO PELA RDC Nº
23, DE 24 DE ABRIL DE 2013. TODAS AS
ADEQUAÇÕES DE IODAÇÃO DO SAL, REALIZADAS
PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE, SÃO FEITAS DE
ACORDO COM A RECOMENDAÇÃO DA OMS E
ESPECIALISTAS NACIONAIS NO TEMA.
DEFICIÊNCIA DE ZINCO
O zinco é um mineral que é cofator de mais 300 metaloenzimas que participam no metabolismo
de carboidratos, de lipídios e de proteínas, ainda participam da síntese e degradação de ácidos
nucléicos. É também necessário à reprodução, diferenciação celular, crescimento,
desenvolvimento, reparação tecidual e imunidade (SILVA, 2007). A deficiência de zinco é
responsável por diversas alterações bioquímicas e funcionais no organismo. A carência de
zinco pode acarretar prejuízos na velocidade de crescimento na infância e em fases em que as
necessidades se apresentam aumentadas como na gestação e na lactação, além de prejudicar
a função imune e os resultados obstétricos.
Na gestação, a carência de zinco está relacionada com aborto espontâneo,retardo do
crescimento intrauterino (RCIU), prematuridade, pré-eclâmpsia, prejuízo imunológico fetal e
anormalidades congênitas, como retardo neural (IOM, 2001; BLACK, 2001).
O consumo de zinco é influenciado pela fonte proteica da dieta. Assim, as principais fontes
dietéticas de zinco são:
MARISCOS
OSTRAS
CARNES VERMELHAS
FÍGADO
MIÚDOS
OVOS E LEITE
 SAIBA MAIS
Apesar de o zinco estar abundantemente difundido nos alimentos, alguns fatores interferem na
sua biodisponibilidade, dentre os quais: uma dieta rica em alimentos integrais e fitatos, a
suplementação elevada de ferro (30 mg/dia), tabagismo, abuso do álcool e o stress causado
por infecção ou trauma podem diminuir a concentração plasmática materna de zinco, reduzindo
sua disponibilidade para o feto. Gestantes nessas condições devem receber uma
suplementação de 25 mg/dia de zinco, a fim de minimizar o risco de complicações associadas
à sua deficiência como a mortalidade neonatal por doenças infecciosas (SILVA et al., 2007).
DEFICIÊNCIA DE FOLATO
O ácido fólico é uma vitamina hidrossolúvel do complexo B, também conhecida como B9. Ela
desempenha algumas funções no organismo, como a síntese e reparação do DNA, divisão e
crescimento celular, síntese proteica e formação das hemácias. O aporte de folato antes da
concepção e nas primeiras semanas de gestação constitui-se de grande importância para
garantir um suprimento adequado para o feto, visto que a baixa reserva orgânica materna pode
acarretar danos no crescimento intrauterino e fechamento do tubo neural (RAUBER;
BERNARDI; VITOLLO, 2011).
 SAIBA MAIS
A deficiência de ácido fólico pode ser causada por diferentes situações, como uma dieta pobre
em folato ou diminuição da absorção, como, por exemplo, por alcoolismo ou ainda por aumento
das necessidades diárias, como é o caso da gravidez. Quando a ingestão é insuficiente, as
concentrações séricas de folato diminuem, podendo ocorrer a anemia megaloblástica.
A anemia megaloblástica é caracterizada por defeito na síntese de DNA que origina
assincronismo de maturação e de divisão celular, resultando em eritrócitos grandes e
nucleados, ocorrendo também diminuição de leucócitos e plaquetas. No Hemograma, são
observados aumento no volume corpuscular médio (VCM) associado ao aumento no índice de
anisocitose, isto é, presença de hemácias de tamanhos irregulares, além da presença de
neutrófilos hipersegmentados (Figura 12).
 Figura 12: Ilustração dos eritrócitos e neutrófilos na anemia megaloblástica.
As verduras e hortaliças são alimentos, assim como os cereais e as frutas, cujos valores de
folatos variam entre 20 a 160µg/100g.
Os alimentos de origem animal, de forma geral, apresentam baixos teores desta vitamina, com
exceção do fígado que apresenta altas concentrações (700 a 1400µg/100g) (ALABURDA;
SHUNDO, 2007).
As necessidades de ingestão diária de folato para mulheres em idade fértil é de 0,4mg/dia e
para gestantes de 0,6mg/dia (PADOVANI et al, 2006). Estes requerimentos de ácido fólico são
difíceis de serem alcançados apenas através da dieta, por conta disso, o Ministério da Saúde
recomenda a suplementação de 0,4mg de ácido fólico diariamente, pelo menos 2 meses antes
da concepção até o final do primeiro trimestre de gestação para prevenir defeitos no tubo
neural (BRASIL, 2013).
UMA ESTRATÉGIA QUE TEM SIDO UTILIZADA PARA
AUMENTAR OS NÍVEIS DE FOLATO NA POPULAÇÃO É
O ENRIQUECIMENTO DOS ALIMENTOS, TENDO COMO
VANTAGEM O FATO DE ALCANÇAR AMPLA PARTE DA
POPULAÇÃO, SEM A NECESSIDADE DE MUDANÇAS
NOS HÁBITOS ALIMENTARES. OS ALIMENTOS MAIS
FREQUENTEMENTE ESCOLHIDOS TÊM SIDO AS
FARINHAS DE TRIGO E DE MILHO, POR SEREM DE
BAIXO CUSTO E AMPLO CONSUMO DA POPULAÇÃO.
No Brasil, a fortificação do ácido fólico é realizada desde junho de 2004 com a publicação da
RDC n. 344 que determinou que as farinhas de trigo e de milho deveriam conter 150µg de
ácido fólico para cada 100g de farinha. Em 2017, os requisitos para o enriquecimento de
farinhas de trigo e milho foram atualizados pela Resolução RDC nº150, passando a valer a
dose de 140 a 220 µg de ácido fólico para cada 100g de farinha.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, definimos como é composto o grupo materno-infantil e conhecemos as suas
principais características. Como vimos, os primeiros mil dias de vidas são considerados “janela
de oportunidades” para intervenções de nutrição e saúde, a fim de garantir crescimento e
desenvolvimento saudáveis, além de prevenir carências nutricionais e doenças crônicas não
transmissíveis na infância e na vida adulta.
Ainda, conhecemos o panorama da saúde materno-infantil no Brasil, na qual as prevalências
de mortalidade materna e infantil voltaram a crescer nos últimos anos.
Visitamos os principais eventos históricos nas políticas e programas de saúde que culminaram
na criação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC), que, por
sua vez, é composta por sete eixos estratégicos que norteiam os programas nacionais de
assistência à gestante e à criança.
Além disso, identificamos que as principais carências nutricionais que acometem o grupo
materno-infantil são as deficiências de vitamina A, ferro, iodo e zinco e conhecemos os
programas nacionais de prevenção e tratamento para a deficiência destes nutrientes.
Podemos concluir que a alimentação e a nutrição são fundamentais para o desenvolvimento
humano e devem estar inseridas em um contexto de ações integradas voltadas para a
prevenção e a promoção da saúde e de modo de vida saudável.
 PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Ministério da Saúde. Resolução da -
RDC Nº 23, de 24 de abril de 2013: dispõe sobre o teor de iodo no sal destinado ao
consumo humano e dá outras providências. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Norma Brasileira de Comercialização
de alimentos para Lactentes e Crianças de 1ª infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras.
Brasília – DF, 2006.
ALABURDA. J.; SHUNDO, L. Ácido fólico e fortificação de alimentos. In: Rev Inst Adolfo
Lutz, 66(2): 95-102, 2007.
BHUTTA, Z. A. et al. What works? Interventions for maternal and child undernutrition and
survival. Lancet, 2008.
BHUTTA, Z.A. et al. Evidence-based interventions for improvement of maternal and child
nutrition: what can be done and at what cost? Lancet, 2013.
BLACK, R. E. Micronutrients in pregnancy. Br J Nutr, 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderneta de saúde da gestante. 4 ed. Brasília: Ministério da
Saúde, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Declaração de Alma Ata sobre cuidados primários. Ministério
da Saúde, Brasília, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da
Mulher – PNDS 2006: dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança.
Ministério da Saúde, Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, Brasília: 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 1.130, de 5 de agosto de 2015: institui a Política
Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do Sistema Único
de Saúde (SUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 1.247, de 10 de novembro de 2014: aprova o
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Anemia por Deficiência de Ferro. Brasília:
Ministério da Saúde, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 1.459, de 24 de junho de 2011:Institui, no âmbito
do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Promoção da saúde: Puerpério: período pós-parto requer
cuidados especiais. Blog da saúde, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas e Estratégicas. Política Nacional de Atenção integral à Saúde da Criança:
orientações para implementação. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de

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