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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 Antidepressivos e estabilizadores de humor Os sintomas da depressão são sensação de tristeza e desesperança, bem como incapacidade de sentir prazer em atividades usuais, alterações nos padrões de sono e apetite, perda de vigor e pensamentos suicidas. A mania é caracterizada pelo comportamento oposto, ou seja, entusiasmo, raiva, pensamentos e fala rápidos, extrema autoconfiança e diminuição de autocrítica. Mecanismos dos antidepressivos A maioria dos fármacos antidepressivos úteis clinicamente potencializa, direta ou indiretamente, as ações da norepinefrina e/ou da serotonina (5-HT) no cérebro. Isso, juntamente com outras evidências, levou à teoria das aminas biogênicas, que propõe que a depressão se deve às deficiências das monoaminas, como norepinefrina e serotonina, em certos locais-chave do cérebro. Já a mania seria causada por produção excessiva desses neurotransmissores. Contudo, trata-se de uma teoria muito simplista, que não explica por que os efeitos farmacológicos de qualquer antidepressivo e antimania na neurotransmissão ocorrem imediatamente, ao passo que a evolução temporal para a resposta terapêutica precisa de várias semanas. Isso sugere que a diminuição da captação dos neurotransmissores é apenas o efeito inicial do fármaco, que pode não ser diretamente responsável pelos efeitos antidepressivos. Inibidores seletivos da captação de serotonina Os inibidores seletivos da captação de serotonina (ISCSs) são um grupo de fármacos antidepressivos que inibem especificamente a captação da serotonina, apresentando uma seletividade de 300 a 3.000 vezes maior para o transportador de serotonina do que para o de norepinefrina. Isso contrasta com os antidepressivos tricíclicos (ADTs) e os inibidores da captação de serotonina e norepinefrina (ICSN), que inibem a captação de norepinefrina e de serotonina não seletivamente. Além disso, os ISCSs têm escassa atividade bloqueadora em receptores muscarínicos, α-adrenérgicos e H1- histamínicos. Como têm efeitos adversos diferentes e são relativamente seguros, mesmo em dosagens excessivas, os ISCSs substituíram os ADTs e os inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) como fármacos de escolha no tratamento da depressão. • Ações Os ISCSs bloqueiam a captação de serotonina, levando ao aumento da concentração do neurotransmissor na fenda sináptica. Os antidepressivos, incluindo os ISCSs, em geral precisam de 2 semanas para produzir melhora significativa no humor. OBS.: para gerar ação/benefício máximo pode demorar até 12 semanas ou mais. • Usos terapêuticos A indicação primária dos ISCSs é a depressão, para a qual eles são tão eficazes quanto os ADTs. • Farmacocinética Todos os ISCSs são bem absorvidos após administração oral. Os picos séricos ocorrem em média entre 2~8h.; a maioria deles tem meia-vida entre 16~36h. Ocorre extensa biotransformação pelo citocromo P450 (CYP450) e conjugação com glicuronídeo ou sulfato. A fluoxetina e a paroxetina são potentes inibidores da isoenzima CYP450 (CYP2D6), responsável pela eliminação dos Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 fármacos ADTs, antipsicóticos e alguns antiarrítmicos e β-antagonistas adrenérgicos. Outras isoenzimas CYP450 (CYP2C9/19, CYP3A4, CYP1A2) estão envolvidas com a biotransformação do ISCS e podem também ser inibidas em vários graus pelos ISCSs. OBS.: as dosagens de todos esses fármacos devem ser reduzidas em pacientes com insuficiência hepática. • Efeitos adversos Os ISCSs não são isentos de efeitos adversos, como cefaleia, sudoração, ansiedade e agitação, efeitos gastrintestinais (GI) (náuseas, êmese e diarreia), fraqueza e cansaço, (insônia e sonolência) e interações farmacológicas potenciais mencionadas. OBS.: os ISCSs são associados com hiponatremia, especialmente em pacientes idosos e naqueles cuja volemia esteja diminuída ou que estejam fazendo uso de diuréticos. ➢ Distúrbios do sono: a paroxetina e a fluvoxamina em geral são mais sedativas do que estimulantes e podem ser úteis em pacientes que têm dificuldade em dormir. ➢ Disfunções sexuais: as disfunções sexuais, incluindo perda de libido, ejaculação retardada e anosgarmia, são comuns com os ISCSs. ➢ Uso em crianças e adolescentes: fluoxetina, sertralina e fluvoxamina estão aprovados para uso em crianças no tratamento do transtorno obsessivo- compulsivo; fluoxetina e escitalopram estão aprovados para tratar a depressão infantil. OBS.: os antidepressivos devem ser usados com cautela em crianças e adolescentes, pois cerca de uma a cada 50 crianças torna-se suicida em consequência do tratamento com ISCS. Pacientes pediátricos devem ser observados quanto ao agravamento da depressão e a pensamentos suicidas com o início ou mudança de dosagem de qualquer antidepressivo. ➢ Superdosagem: doses excessivas de ISCS em geral não causam arritmias cardíacas, com exceção do citalopram, que pode causar prolongamento do intervalo QT. Convulsões são possíveis porque todos os antidepressivos podem baixar o limiar convulsivo. Todos os ISCSs têm potencial de causar síndrome serotonínica, especialmente se forem usados em presença de IMAO ou outro fármaco fortemente serotoninérgico. OBS.: essa síndrome inclui sinais como hipertermia, rigidez muscular, sudoração, mioclonia (abalos musculares clônicos) e alterações no estado mental e nos sinais vitais. OBS.: os ADTs têm risco significativo de causar arritmias em doses excessivas. ➢ Síndrome da interrupção: todos os ISCSs têm potencial de causar a síndrome de interrupção, particularmente os fármacos com meias-vidas mais curtas e metabólitos inativos. Os possíveis sinais e sintomas da síndrome de interrupção de ISCS incluem cefaleia, mal-estar e sintomas de gripe, agitação e irritabilidade, nervosismo e alterações no padrão de sono. Inibidores da captação de serotonina e norepinefrina Venlafaxina, desvenlafaxina, levomilnaciprana e duloxetina inibem a captação de serotonina e norepinefrina; esses fármacos, denominados ICSNs, podem ser eficazes no tratamento de depressão em pacientes nos quais os ISCSs foram ineficazes. Além disso, a depressão com frequência é acompanhada de sintomas dolorosos crônicos, como dor lombar e dor muscular, contra os quais os ISCSs são relativamente ineficazes. Essas dores são, em parte, moduladas por vias de serotonina e norepinefrina no sistema nervoso central (SNC). Tanto os ICSNs como os ADTs, com sua inibição da captação de serotonina e de norepinefrina, são eficazes algumas vezes para aliviar a dor associada com a neuropatia diabética periférica, a neuralgia pós- herpética, a fibromialgia e a dor lombar. Os ICSNs, ao contrário dos ADTs, têm pouca atividade em receptores adrenérgicos α, muscarínicos ou Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 histamínicos e, assim, têm menos efeitos adversos mediados por esses receptores do que os ADTs. • Venlafaxina e desvenlafaxina A venlafaxina é um potente inibidor da captação de serotonina e, em dosagens médias e altas, é inibidor da captação de norepinefrina; produz inibição mínima das isoenzimas CYP450 e é substrato da isoenzima CYP2D6. Os efeitos adversos mais comuns da venlafaxina são náuseas, cefaleia, disfunções sexuais, tonturas, insônia, sedação e constipação. Em doses elevadas, pode ocorrer aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. OBS.: a desvenlafaxina é o metabólito ativo,desmetilado da venlafaxina. • Duloxetina Inibe a captação de serotonina e norepinefrina em todas as dosagens. Ela é extensamente biotransformada no fígado em metabólitos inativos e deve ser evitada em pacientes com disfunção hepática. Efeitos adversos GI são comuns com a duloxetina, incluindo náuseas, xerostomia e constipação. Insônia, tonturas, sonolência, sudoração e disfunção sexual também são observadas; pode aumentar a pressão arterial e a frequência cardíaca. Ela é um inibidor moderado da isoenzima CYP2D6 e pode aumentar a concentração de fármacos biotransformados por essa via, como os antipsicóticos. • Levomilnaciprana É um enantiômero do milnaciprana; o perfil de efeitos adversos é similar ao dos demais ICSNs. É biotransformado primariamente pela CYP3A4 e, assim, a atividade pode ser alterada por indutores ou inibidores desse sistema enzimático. Antidepressivos atípicos Os antidepressivos atípicos são um grupo misto de fármacos que têm ação em vários locais diferentes. • Bupropiona Este fármaco é um inibidor da captação de dopamina e norepinefina fraco, aliviando os sintomas de depressão. Ele também é útil para diminuir a fissura por alguma substância e atenuar os sintomas de abstinência da nicotina em pacientes que tentam parar de fumar. Os efeitos adversos podem incluir boca seca, sudoração, nervosismo, tremores e um aumento dose- dependente do risco de convulsões. A bupropiona é biotransformada pela CYP2B6, e o risco de interações entre fármacos é relativamente baixo; contudo, a ela pode inibir a CYP2D6 e, assim, aumentar a exposição a substratos dessa isoenzima. OBS.: o uso da bupropiona deve ser evitado em pacientes sob risco de convulsões ou naqueles que sofrem de transtornos de alimentação, como bulimia. • Mirtazapina Aumenta a neurotransmissão de serotonina e norepinefrina, servindo como antagonista nos receptores pré-sinápticos α2. Além disso, parte da atividade antidepressiva pode ser relacionada ao antagonismo de receptores 5-HT2. Esse fármaco é sedativo devido à sua potente atividade anti- histamínica, mas não causa os efeitos adversos antimuscarínicos dos ADTs, nem interfere na função sexual, como os ISCSs. Frequentemente, ocorre aumento do apetite e da massa corporal; é acentuadamente sedativa, o que pode ser uma vantagem em pacientes deprimidos com dificuldade para dormir. • Nefazodona e trazodona Estes fármacos são inibidores fracos da captação de serotonina. Seus efeitos terapêuticos parecem estar relacionados com a capacidade de bloqueio dos receptores 5-HT2A pós-sinápticos. Os dois fármacos são sedativos, provavelmente devido à potente atividade bloqueadora H1. Ambos os fármacos são antagonistas leves a moderados nos receptores α1, o que contribui para ortostasia e tonturas. OBS.: a trazodona é usada comumente extrabula para o controle da insônia. Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 • Vilazodona É um inibidor da captação de serotonina e um agonista parcial em 5-HT1A. Embora a extensão da contribuição da atividade do receptor 5-HT1A para seu efeito terapêutico seja desconhecida, esse possível mecanismo de ação torna-o singular entre os ISCSs. O perfil de efeitos adversos da vilazodona é similar ao dos ISCSs, incluindo o risco da síndrome de descontinuação se for interrompido abruptamente. • Vortioxetina Usa como mecanismo de ação sugerido para tratar a depressão uma combinação de inibição da captação de serotonina, agonismo 5- HT1A e antagonismo 5-HT3 e 5-HT7. Os efeitos adversos comuns incluem nauseas, êmese e constipação, que podem ser esperados devido a seus mecanismos serotoninérgicos. Antidepressivos tricíclicos Os ADTs bloqueiam a captação de norepinefrina e serotonina no neurônio pré- sináptico e, portanto, se fossem descobertos atualmente, poderiam ser referidos como ICSNs, exceto pelas diferenças nos efeitos adversos dessa nova classe de antidepressivos. OBS.: pacientes que não respondem a um ADT podem se beneficiar de outro fármaco desse grupo. • Mecanismo de ação ➢ Inibição da captação do neurotransmissor: os ADTs e a amoxapina são inibidores potentes da captação neuronal de norepinefrina e serotonina no terminal nervoso pré- sináptico. Maprotilina e desipramina são inibidores relativamente seletivos da captação de norepinefrina. ➢ Bloqueio de receptores: os ADTs também bloqueiam os receptores serotoninérgicos, α-adrenérgicos, histamínicos e muscarínicos. A amoxapina também bloqueia os receptores 5-HT2 e dopamina D2. • Ações Os ADTs melhoram o humor e o alerta mental, aumentam a atividade física e reduzem a preocupação mórbida de 50 a 70% dos indivíduos com depressão. A resposta do paciente pode ser usada para ajustes da dosagem. Após a resposta terapêutica, a dosagem pode ser reduzida gradualmente para melhorar a tolerância, a menos que ocorra recaída. OBS.: exige a retirada lenta para minimizar a síndrome de descontinuação e os efeitos colinérgicos de rebote. • Usos terapêuticos Os ADTs são eficazes no tratamento de depressão moderada e grave. Alguns pacientes com transtorno de pânico também respondem aos ADTs. Os ADTs, particularmente a amitriptilina, têm sido usados para auxiliar a prevenção da enxaqueca e tratar síndromes de dor crônica, em inúmeras condições em que a causa da dor é desconhecida. Dosagens baixas de ADT, especialmente doxepina, podem ser usadas contra insônia. • Farmacocinética Os ADTs são bem absorvidos após administração oral. Por sua natureza lipofílica, são amplamente distribuídos e facilmente penetram o SNC. Como consequência da biotransformação de primeira passagem muito variável, os ADTs têm biodisponibilidade baixa e inconsistente. Esses fármacos são biotransformados pelo sistema microssomal hepático e são conjugados com ácido glicurônico. Por fim, os ADTs são excretados como metabólitos inativos pelos rins. • Efeitos adversos O bloqueio dos receptores muscarínicos leva a visão turva, xerostomia, retenção urinária, taquicardia sinusal, constipação e agravamento do glaucoma de ângulo fechado. Esses fármacos afetam a condução cardíaca de modo similar ao da quinidina e podem causar arritmias que ameaçam a vida em situação de dose excessiva. Os ADTs também bloqueiam os receptores α-adrenérgicos, Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 causando hipotensão ortostática, tonturas e taquicardia reflexa. A sedação pode ser significativa, especialmente durante as primeiras semanas do tratamento, e está relacionada com a capacidade que esses fármacos têm de bloquear os receptores H1 histamínicos. O aumento de massa corporal é um dos efeitos adversos dos ADTs. Disfunção sexual ocorre em uma minoria de pacientes, e a incidência é menor do que a associada com o ISCS. Os ADTs devem ser usados com cautela nos pacientes com transtorno bipolar, mesmo durante seu estado depressivo, pois podem causar alteração para comportamento maníaco. Os ADTs têm índice terapêutico estreito. Os ADT podem agravar certas condições médicas, como hiperplasia prostática benigna, epilepsia e arritmias preexistentes. OBS.: os pacientes deprimidos que são suicidas devem receber somente quantidades limitadas desses fármacos e devem ser observados de perto. Inibidores da monoaminoxidase A monoaminoxidase (MAO) é uma enzima mitocondrial encontrada em nervos e outros tecidos, como fígado e intestino. No neurônio, a MAO funciona como “válvula de segurança”, desaminando oxidativamente e inativando qualquer excesso de neurotransmissor (norepinefrina,dopamina e serotonina) que possa vazar das vesículas sinápticas quando o neurônio está em repouso. O IMAO pode inativar reversível ou irreversivelmente a enzima, permitindo que as moléculas do neurotransmissor fujam da degradação e, assim, se acumulem dentro do neurônio pré-sináptico e vazem para o espaço sináptico. OBS.: o uso de IMAOs é limitado devido às complicadas restrições de dieta exigidas durante a utilização desses fármacos. • Mecanismo de ação A maioria dos IMAOs, como a fenelzina, forma complexos estáveis com a enzima, causando inativação irreversível. Isso resulta em aumento dos estoques de norepinefrina, serotonina e dopamina no interior dos neurônios e subsequente difusão do excesso de neurotransmissor para a fenda sináptica. Esses fármacos inibem a MAO não só no cérebro, mas também no fígado e no intestino, onde catalisam desaminações oxidativas de fármacos e substâncias potencialmente tóxicas, como a tiramina, que é encontrada em certos alimentos. Por isso, os IMAOs mostram elevada incidência de interações com fármacos e com alimentos. • Ações Embora a MAO esteja completamente inibida após alguns dias de tratamento, a ação antidepressiva dos IMAOs, como a dos ISCSs, ICSNs e ADTs, é retardada em várias semanas. OBS.: a selegilina e a tranilcipromina apresentam efeito estimulante tipo anfetamina, o qual pode causar agitação e insônia. • Usos terapêuticos Os IMAOs são indicados para pacientes deprimidos que não respondem ou são alérgicos aos ADTs ou que apresentam forte ansiedade. Uma subcategoria especial de depressão, denominada depressão atípica, pode responder aos IMAOs preferencialmente. OBS.: devido ao risco de interações entre fármacos e entre fármaco e alimentos, os IMAO são considerados os fármacos de última escolha em vários centros de tratamento. • Farmacocinética Os IMAOs são bem absorvidos por administração oral. A regeneração de enzima, quando é inativada irreversivelmente, varia, mas em geral ocorre várias semanas depois de terminar a administração do fármaco. Os IMAOs Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Farmacologia IV – 2020.2 são biotransformados no fígado e excretados rapidamente na urina. • Efeitos adversos Efeitos adversos graves, frequentemente imprevisíveis, devido a interações com fármacos e alimentos, limitam o amplo uso dos IMAOs. Por exemplo, a tiramina causa liberação de grande quantidade de catecolaminas armazenadas nos terminais nervosos, resultando em “crise hipertensiva” com sinais e sintomas como cefaleia occipital, rigidez no pescoço, taquicardia, náuseas, hipertensão, arritmias cardíacas, convulsões e possivelmente colapso. Os pacientes precisam, portanto, ser orientados para evitar alimentos contendo tiramina. A fentolamina ou a prazosina são úteis no tratamento da hipertensão induzida por tiramina. Outros possíveis efeitos adversos do tratamento com IMAO incluem sonolência, hipotensão ortostática, visão turva, xerostomia e constipação. Devido ao risco de síndrome de serotonina, o uso de IMAO com outros antidepressivos é contraindicado. OBS.: os ISCSs não devem ser coadministrados com IMAOs. Tanto os ISCSs quanto os IMAOs precisam de um período de eliminação, de 2 semanas no mínimo, antes da administração de fármaco do outro tipo, com exceção da fluoxetina, a qual deve ser suspensa no mínimo 6 semanas antes de iniciar o IMAO. Tratamento da mania e do distúrbio bipolar • Lítio Os sais de lítio são usados aguda e profilaticamente no tratamento de pacientes bipolares. O lítio é eficaz no tratamento de 60 a 80% dos pacientes que exibem mania e hipomania. Embora vários processos celulares sejam alterados pelos sais de lítio, o mecanismo de ação é desconhecido. O índice terapêutico do lítio é extremamente baixo, e os sais de lítio podem ser tóxicos. Os efeitos adversos podem incluir cefaleia, xerostomia, polidipsia, poliúria, polifagia, distúrbios GI (o lítio deve ser administrado com alimento), tremor fino nas mãos, tonturas, fadiga, reações dérmicas e sedação. Os efeitos adversos devidos a níveis plasmáticos mais elevados indicam toxicidade e incluem ataxia, fala enrolada, tremores grosseiros, confusão e convulsões. A função tiroidiana pode diminuir e deve ser monitorada. Ao contrário de outros estabilizadores do humor, o lítio é eliminado pelos rins. • Outros fármacos Vários fármacos antiepiléticos, incluindo carbamazepina, ácido valproico e lamotrigina, foram aprovados como estabilizadores do humor para transtornos bipolares. Outros fármacos que podem amenizar os sintomas de mania incluem os antigos (clorpromazina e haloperidol) e os novos antipsicóticos. Os antipsicóticos atípicos risperidona, olanzapina, ziprasidona, aripiprazol, asenapina e quetiapina também são usados no tratamento da mania. Referências: GOODMAN & GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12ª Ed. Rio de Janeiro; Editora Guanabara Koogan. 2012. WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. EFEITOS ADVERSOS
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