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Apostila de prescricao _240326_223200

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Apostila de 
Prescrições 
 
Prescrição
A prescrição médica é definida como a 
prescrição de medicamento, escrito em 
língua portuguesa, contendo orientação de 
uso a um paciente, efetuada por um 
profissional legalmente habilitado. 
Prescrito por médicos, cirurgiões dentistas, 
médicos veterinários, e enfermeiros, 
somente a estes profissionais, como disposto 
em lei. 
Tipos de receituário 
RECEITUÁRIO TIPO A – amarelo 
Destinado a prescrição de medicamentos 
entorpecentes, em geral de uso hospitalar 
(ex: opioides). 
O talonário deve conter 20 folhas em cada 
bloco e será fornecido gratuitamente pela 
Secretaria de Vigilância Sanitária aos 
profissionais e instituições devidamente 
cadastrados. 
 
RECEITUÁRIO TIPO B – azul 
Destinado a prescrição de medicamentos 
controlados, (ex: benzodiazepínicos). 
Impressa pelo profissional conforme modelo 
anexo na portaria SVS n° 344/1998. 
 
RECEITUÁRIO DE CONTROLE ESPECIAL 
Destinado a prescrição de medicamentos que 
precisam de prescrição médica (ex: codeína), 
deve ser emitido em 2 vias, uma que fica 
retida na farmácia e outra para o paciente. 
 
RECEITUÁRIO COMUM - branco 
Medicamentos não controlados. 
Partes da prescrição: 
CABEÇALHO: Nome, endereço (dados do 
paciente). SUPERINSCRIÇÃO; uso tópico, 
interno ou externo. INSCRIÇÃO: nome do 
fármaco, posologia, forma farmacêutica. 
SUBINSCRIÇÃO: Quantidade de medicamento 
que deve ser prescrita. ADISCRIÇÃO: 
orientações sobre o uso. DATA, 
ASSINATURA E CARIMBO. 
 
 
Profilaxia antibiótica 
OBJETIVO 
Busca prevenir infecções pós cirúrgicas e 
também infecções metastáticas (ex: 
endocardite bacteriana) 
Alguns procedimentos podem causar 
bacteremia transitória, podendo causar 
endocardite. Essa infecção geralmente é 
causada pelos Streptococcus viridans, 
encontrado em grande quantidade na 
cavidade oral. 
ENDOCARDITE BACTERIANA 
Doença grave, que resulta usualmente da 
invasão de microorganismos em tecido 
endocárdico ou material protético do 
coração, a taxa é de mortalidade: 25%. 
Vantagens 
Redução da incidência de infecções pós-
operatória; 
Redução do custo dos cuidados em saúde; 
Redução da quantidade geral antibióticos 
utilizados pela população. 
Princípio do uso profilático dos 
antibióticos 
1. O procedimento deve ter risco significativo 
de infecção; 
• Volume da inoculação bacteriana; 
• Duração da cirurgia; 
• Presença de corpo estranho, implante 
ou espaço morto; 
• Estado da resistência do hospedeiro. 
2. Antibiótico de menor espectro e efetivo 
contra bactérias bucais; 
• Amoxicilina ou clindamicina. 
3. Nível plasmático de antibiótico elevado; 
4. Momento correto da administração do 
antibiótico; 
• Via Oral: 1 hora antes do procedimento; 
• Via intravenosa: 30 minutos antes. 
5. Uso do menor tempo possível de 
exposição ao antibiótico que seja eficaz 
Condições de alto risco em que 
a profilaxia é recomendada 
Valvas cardíacas protéticas (qualquer tipo); 
Endocardite bacteriana previa; 
Condutos pulmonares construídos 
cirurgicamente; 
Doenças cardíacas congênitas cianótica 
complexa. 
Procedimentos que é 
recomendado a profilaxia 
Extrações dentarias; 
Procedimentos periodontais invasivos; 
Implantes e enxertos; 
Reimplante de dente avulsionado; 
Instrumentação endodôntica (além do ápice) 
ou cirurgia periapical; 
Colocação de bandas ortodônticas; 
;Injeção de anestésicos locais (intraligamentar). 
Procedimentos cruentos 
Protocolo medicamentoso 
ADULTOS 
Amoxicilina 2g ou 50mg/kg via oral, 1 hora 
antes do procedimento. 
OU 
Penicilina 2g ou 50 mg/kg intramuscular, 30 
minutos antes da cirurgia. 
CRIANÇAS 
Amoxicilina 50mg/kg via oral, 1 hora antes do 
procedimento. 
EX: peso 10 kg 
50 X 10 = 500 mg 
Alérgicos 
ADULTOS 
Clindamicina 600mg ou 20mg/kg via oral, 1 
hora antes do procedimento, ou 
intramuscular 30 minutos antes do 
procedimento. 
OU 
Cefalexina 2g ou 50mg/kg via oral, 1 hora 
antes da cirurgia 
CRIANÇAS 
Azitromicina 15mg/kg via oral, 1 hora antes do 
procedimento 
 
 
 
Profilaxia antibiótica pré 
cirúrgica 
Procedimento mais invasivos, no geral aqueles 
em que envolve sangue (procedimentos 
críticos), como exodontia de 3° molares, 
implantes, levantamento de seio maxilar, 
podemos lançar mão da profilaxia antibiótica 
visando minimizar o risco de infecções pós-
operatória. 
Protocolo medicamentoso 
Amoxicilina 1g via oral, 1 hora antes do 
procedimento. 
OU 
Clindamicina 300mg, 1 hora antes do 
procedimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abcesso periapical agudo 
É um processo supurativo periapical, os sinais 
e sintomas são: paciente sente dor 
acentuada, tumefação na face, mobilidade 
dentaria, sensibilidade a percussão, 
linfadenopatia, dor de cabeça, febre, 
prostração. 
As principais bactérias causadoras são os 
Cocos gram positivos – streptococo 
pyogenes mutans, sobrinus, stafilococos 
aureus, bacilos gram negativos e alguns 
anaeróbicos. 
Protocolo medicamentoso 
ANTIBIÓTICO 
Amoxicilina 500 mg, de 8 em 8 horas, durante 
7 dias, 21 capsulas no total. (protocolo mais 
utilizado). 
OU 
Amoxicilina + clavulanato de potássio 125mg, 
de 8 em 8 horas, durante 7 dias (Em casos 
de infecções odontogênicas é o antibiótico de 
primeira escolha, quando existe 
comprometimento sistêmico). 
ALERGICOS 
Cefalexina 500mg, de 6 em 6 horas, durante 
7 dias. 
OU 
Clindamicina 300mg, de 8 em 8 horas, 
durante 7 dias. 
OU 
Azitromicina 500 mg, 1 comprimido por dia, 
durante 3 dias. 
ANALGÉSICO 
Dipirona 500mg, de 6 em 6 horas durante 3 
dias, se houver dor. 
OU 
Paracetamol 750mg, de 6 em 6 horas 
durante 3 dias, se houver dor. 
OU 
Tylex (coseína + paracetamol) 30mg, de 6 
em 6 horas, durante 3 dias se houver dor. 
 
ANTIINFLAMATORIO 
Nimesulida 100mg, de 12 em 12 horas, durante 
3 dias. 
OU 
Cetoprofeno 50mg, de 8 em 8 horas, 
durante 3 dias. 
OU 
Piroxicam 20 mg, de 8 em 8 horas, durante 
3 dias. 
OU 
Diclofenaco sódio ou potássio 50mg, de 8 em 
8 horas, durante 3 dias 
OU 
Toragesic (cetorolaco trometamol) 10mg – 
sublingual, de 6 em 6 horas, durante 3 dias. 
 
Abcesso periodontal
Processo inflamatório no periodonto de 
sustentação em resposta a uma infecção 
localizada em uma bolsa periodontal 
Pode ser desencadeado pelo fechamento da 
entrada da bolsa, lesão de furca, diabetes 
melitus, trauma, anomalias dentárias. 
Clinicamente os sinais e sintomas associados 
são: sensibilidade a palpação, mobilidade ou 
extrusão dentaria, mau hálito, linfadenopatia, 
febre, mal-estar (ocasional), aumento gengival, 
gengiva eritema e edematosa, coloração 
vermelho escura hemorrágica. 
Tratamento e prognóstico 
Drenagem 
Antibióticos – febre 
Analgésicos 
Alimentação leve 
Bochechos com água morna e sal 
Tratamento da condição patológica 
 
Protocolo medicamentoso 
ANTIBIÓTICO 
Amoxicilina 500 mg, de 8 em 8 horas, durante 
7 dias, 21 capsulas no total. (protocolo mais 
utilizado). 
 
 
 
ALERGICOS 
Clindamicina 300mg, de 8 em 8 horas, 
durante 7 dias. 
OU 
Azitromicina 500 mg, 1 comprimido por dia, 
durante 3 dias. 
ANALGÉSICO 
Dipirona 500mg, de 6 em 6 horas durante 3 
dias, se houver dor. 
OU 
Paracetamol 750mg, de 6 em 6 horas 
durante 3 dias, se houver dor. 
ANTIINFLAMATORIO 
Nimesulida 100mg, de 12 em 12 horas, durante 
3 dias. 
OU 
Cetoprofeno 50mg, de 8 em 8 horas, 
durante 3 dias. 
 
 
 
 
 
Hemorragias 
Hemorragia é a perda subta de sangue, 
originada pela ruptura de um ou mais vasos 
sanguineos. 
São classificadas quanto ao vaso de origem em: 
VENOSA: fluxo de sangue constante; 
ARTERIAL: fluxo pulsatil, devido a pressão 
pulsatil; 
CAPILAR: “sangramento em lençol”. 
Hemostasia 
Manobra cirúrgica para prevenção e 
interrupção de sangramento e hemorragias 
facilitando o tempo operatório e a cicatrização. 
Tipos de hemostasia 
Primaria - Ação dasplaquetas para formação 
do tampão plaquetario. 
 
Segundária - Ação dos fatores da cascata de 
coagulação para a formação da rede de 
fibrina 
 
Meios para promover hemostasia 
NATURAIS - Compressão, primeira manobra 
que devemos tentar. Pede para o paciente 
morder uma gaze por 15 minutos. Se não 
sessar, encaminhar ao centro de referência. 
CALOR - Termocoagulação com bisturi 
eletrico. 
LIGADURA - Pinçagem com pinças. 
VASOCONSTRITOR - Epinefrina 
ESPONJA DE COLAGENO - hemospon 
ESPONJA DE GELATINA ABSORVÍVEL - Gel 
Foam 
CELULOSE OXIDADA REGERENERADA - 
Surgicel 
CERA PARA OSSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alveolite 
Descrita como perda, lise ou colapso de um 
coágulo sanguíneo antes de seu 
amadurecimento para tecido de granulação. 
Pode surgir no pós-operatório de extrações 
dentárias. 
Existem 2 tipos de alveolite: 
ALVEOLITE SECA 
ALVEOLITE ÚMIDA 
Os sinais e sintomas se iniciam de 3 a 5 dias 
após a extração. 
ALVEOLITE SECA: Dor intensa que não 
responde a analgésicos e que pode irradiar 
para outra áreas da cabeça e do pescoço, 
mau cheiro. Clinicamente, ausência do 
coágulo no alvéolo, presença de resíduos de 
alimento, mucosa edemaciada e eritematosa, 
em alguns casos. 
Protocolo 
A maioria dos esquemas terapêuticos envolve 
irrigação suave (solução salina ou clorexidina) 
com ou sem desbridamento mecânico e 
colocação de curativos suavizantes, e um 
analgésico mais potente pode ser prescrito. 
 
 
ALVEOLITE ÚMIDA: Dor intensa que não 
responde a analgésicos e que pode irradiar 
para outra áreas da cabeça e do pescoço, 
mau cheiro. Clinicamente, presença de 
coágulo cinza - amarronzado, presença de 
pus, febre. 
Protocolo medicamentoso 
Anestesia, limpeza do local e desbridamento 
ANTIBIÓTICO 
Amoxicilina 500 mg, de 8 em 8 horas, durante 
7 dias. 
ANALGÉSICO 
+ 
Dipirona 500mg, de 6 em 6 horas durante 3 
dias, se houver dor. 
ANTI-INFLAMTÓRIO 
+ 
Nimesulida 100mg, de 12 em 12 horas, durante 
3 dias. 
 
Pericoronarite 
A Pericoronarite é uma infecção do capuz 
pericoronal, que pode ocorrer em qualquer 
idade e em qualquer órgão dental, está 
relacionada com a erupção de dentes 
decíduos ou permanentes. Contudo é mais 
comumente associada à erupção de 
terceiros molares mandibulares. 
Com o acúmulo de bactéria no espaço entre 
a gengiva e o dente, o tecido torna-se 
edemaciado e com sintomatologia dolorosa. 
A dor pode se estender para regiões da 
cabeça e pescoço como o ouvido, garganta 
e assoalho de boca. 
Tratamento 
O protocolo de tratamento inclui limpeza do 
local, irrigação abundante com solução salina 
ou clorexidina 0,12% 
 
 
OBS: A remoção da causa (ex: exodontia) 
só deve ser realizada após a terapêutica 
medicamentosa. 
Protocolo medicamentoso 
ANTIBIÓTICO 
Amoxicilina 500mg + metronidazol 250mg, 
de 8 em 8 horas, durante 7 dias. 
+ 
ANALGÉSICO 
Toragesic 10mg, sublingual de 6 em 6 horas, 
durante 3 dias, se houver dor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidíase
É a infecção fúngica intraoral mais comum da 
infecção pelo HIV (cerda de 90% dos 
pacientes desenvolvem a infecção em algum 
momento da doença. 
Não é uma infecção comum em pacientes 
saudáveis. Um outro fator precipitante para o 
aparecimento da candidíase é o uso repetido 
de antibiótico, porque favorece a proliferação 
da cândida (sem competição). 
TIPOS 
• Pseudomembranosa 
• Eritematosa 
• Hiperplásica 
• Queilite angular 
Tratamento 
A terapia antifúngica profilática não é 
recomendada, exceto em casos de recidivas 
frequentes e graves. 
A nistatina é eficaz em casos não associados 
ao HIV. 
O clotrimazol tópico produz uma resposta 
melhorada em casos de candidíase associada 
ao HIV, porém apresenta índices de recidiva. 
Não pode ser usado em pacientes 
hepatopatas. 
Já o fluconazol é utilizado em casos que o 
paciente está com o sistema imune muito 
debilitado (HIV +). 
Protocolo medicamentoso 
Remoção da causa, higiene bucal adequada. A 
terapia medicamentosa depende do tipo e 
gravidade da candidíase. 
Nistatina : 1 frasco 50ml (100.000U/ml), 
bochechar 5ml – quatro vezes ao dia, durante 
14 dias. 
OU 
Cetoconazol 200mg – 1 comprimido durante 
7 dias. 
OU 
QUEILITE ANGULAR: Cetoconazol creme - 2 
vezes ao dia, durante 3 dias. 
 
Higienização da prótese 
Pacientes que usam prótese total podem 
desenvolver candidose, então é essencial a 
limpeza correta. 
1 colher de sopa de hipoclorito de sódio, 
diluído em 1 copo de água, durante 30 min. 
 
Anestésicos locais
Gestantes 
A Lidocaína 2% com epinefrina é o 
anestésico mais seguro para gestantes. 
Contudo, é aconselhável que procedimentos 
eletivos sejam adiados até o fim da gravidez. 
A fase mais segura é no segundo trimestre. 
EVITAR: prilocaína, articaína e fenilefrina pode 
ocorrer metemoglobinemia. 
Anestésicos com felipressina não devem ser 
utilizadas em grávidas por apresentar ação 
antidiurética e causar contração uterina. 
Paciente Diabético 
O melhor anestésico para utilizar em 
pacientes diabéticos é a Prilocaína 3% com 
felipressina, uma vez que vasoconstritores 
como a epinefrina, tem ação oposta à insulina, 
sendo considerada hiperglicemiante. 
EVITAR: Epinefrina 
Cardiopatas Compensados 
Quando o paciente está compensando a 
epinefrina em pequenas quantidades 
praticamente não resulta em nenhuma 
alteração na pressão arterial. O vasoconstritor 
ajuda na duração do efeito anestésico e 
contribui na diminuição do sangramento. 
Assim, anestésicos com vasoconstritores não 
estão contraindicados, mas devem ser 
utilizados o máximo de 2 tubetes por 
procedimento. 
Ex: Lidocaína 2% com adrenalina 1:100.000 
Mepivacaína 2% com adrenalina 1:100.000 
Epilepsia 
O uso de anestésicos com adrenalina 
aumenta três vezes a chance de o paciente 
ter uma crise epilética, portanto é bom evitar 
o uso de Epinefrina. 
EVITAR: anestésicos com adrenalina. 
Anemias 
Pacientes com distúrbios sanguíneos tem o 
maior risco para desenvolver 
metemoglobinemia, assim anestésicos como 
prilocaina, articaína e vasos como fenilefrina 
(não é mais usado na odontologia) não 
devem ser utilizados. 
 
Referências bibliográficas 
ANDRADE, E. D. Terapêutica Medicamentosa 
em Odontologia. 3ª.ed.Artes Médicas. 2013.

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