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Agentes anestésicos gerais >Mecanismo de ação dos fármacos anestésicos -Os anestésicos incluem substâncias diversas como gases simples (p. ex., óxido nitroso e xenônio) e esteroides (p. ex., alfaxalona). -Não pertencem a uma classe química reconhecível. Inicialmente, parecia que a forma e a configuração eletrônica das moléculas eram relativamente desimportantes e a ação farmacológica necessitava apenas que a molécula possuísse certas propriedades físico-químicas. -As teorias iniciais, particularmente a teoria lipídica, baseavam-se em ideias físico-químicas bastante gerais. -À medida que a concentração do anestésico aumenta, a mudança entre estar consciente e inconsciente ocorre com diferença muito pequena de dosagem (aproximadamente 0,2 de uma unidade logarítmica). >Efeitos nos canais iônicos -Os anestésicos podem ligar-se a diferentes proteínas, assim como a lipídeos, eles alteram diferentes tipos de canais iônicos. -Para a maioria dos anestésicos, não existem antagonistas competitivos conhecidos. Assim, o principal critério para a identificação de possíveis mecanismos de ação dos anestésicos gerais é que ele precisa ocorrer em concentrações terapeuticamente relevantes. 1.Canais iônicos cys-loop operados por ligantes -Praticamente todos os anestésicos (com exceção de ciclopropano, cetamina e xenônio2) potencializam a ação do GABA sobre os receptores GABAA, os receptores GABAA são canais ativados por ligantes de Cl −, formados por até cinco subunidades (geralmente compreendendo duas α, duas β e uma subunidade γ ou δ). -Os anestésicos podem ligar-se aos bolsões hidrofóbicos dentro de diferentes subunidades do receptor GABA. -Os anestésicos gerais também alteram outros canais cys-loop neuronais operados por ligantes, como os ativados por glicina, acetilcolina e 5- hidroxitriptamina. As suas ações nestes canais são semelhantes às ações nos receptores GABAA . 2.Canais de K+ com domínio de dois poros -Eles pertencem à família de “retaguarda” dos canais de K+ que modulam a excitabilidade neuronal. - Os canais que possuem as subunidades TREK1, TREK2, TASK1, TASK3 ou TRESK (Cap. 4, Tabela 4.2) podem ser diretamente ativados por baixas concentrações de anestésicos gasosos e voláteis, reduzindo, assim, a excitabilidade da membrana , isso pode contribuir para os efeitos analgésicos, hipnóticos e imobilizantes desses agentes. - Os canais de K+ com dois poros não parecem ser afetados pelos anestésicos intravenosos. 3.Receptores NMDA -O glutamato, principal neurotransmissor excitatório no SNC, ativa três principais classes de receptores ionotrópicos (AMPA, cainato e NMDA). -Os receptores NMDA são um importante local de ação para os anestésicos como o óxido nitroso, o xenônio e a cetamina, os quais atuam por diferentes vias para reduzir as respostas mediadas pelos receptores NMDA. -O xenônio parece inibir os receptores NMDA por meio da competição com a glicina pelo seu ponto regulatório nesse receptor, enquanto a cetamina bloqueia o poro do canal -Outros anestésicos inalatórios podem também exercer efeitos em outras proteínas, como o receptor GABAA. 4.Outros canais iônicos -Os anestésicos também podem desencadear ações nos canais de K+ mediados por nucleotídeos cíclicos e nos canais KATP. Alguns anestésicos gerais inibem certas subunidades dos canais de Na+ ativados por voltagem. A inibição dos canais de Na+ pré- sinápticos pode aumentar a inibição da liberação do transmissor nas sinapses excitatórias. >Efeitos no sistema nervoso: -Ao nível celular, os efeitos dos anestésicos são para aumentar a inibição tônica (através da potencialização das ações de GABA), reduzir a excitação (abrindo os canais de K+) e inibir a transmissão sináptica excitatória (através da depressão da liberação do transmissor e da inibição dos canais iônicos ativados por ligantes). -Os efeitos sobre a condução axonal são relativamente pequenos. -O estado de anestesia compreende vários componentes, incluindo inconsciência, perda dos reflexos (relaxamento muscular) e analgesia. -As regiões mais sensíveis aos anestésicos parecem ser a formação reticular mesencefálica, os núcleos de distribuição sensitivos talâmicos e em menor proporção, partes do córtex. A inibição dessas regiões resulta em inconsciência e analgesia. -Alguns anestésicos, os voláteis causam inibição em nível medular, produzindo perda das respostas reflexas aos estímulos dolorosos, embora, na prática, fármacos bloqueadores neuromusculares sejam usados como adjuvantes para produzir relaxamento muscular em vez de se confiar apenas nos anestésicos. -Os anestésicos, mesmo em baixas concentrações, causam amnésia de curto prazo. É provável que a interferência na função do hipocampo produza esse efeito, porque o hipocampo está envolvido na memória de curto prazo, e certas sinapses hipocampais são altamente suscetíveis à inibição pelos anestésicos. -Conforme a concentração do anestésico é aumentada, todas as funções cerebrais são progressivamente afetadas, incluindo o controle motor e a atividade reflexa, a respiração e a regulação autônoma, afetam todas as partes do SNC, causando inibição profunda a qual, na ausência de respiração artificial, leva à morte por insuficiência respiratória. -A margem entre a anestesia cirúrgica e a depressão respiratória e circulatória potencialmente fatal é bastante estreita, exigindo monitoração cuidadosa pelo anestesista e ajuste do nível da anestesia. >Efeitos nos sistemas cardiovascular e respiratório: -A maioria diminui a contratilidade cardíaca, porém seus efeitos sobre o débito cardíaco e a pressão sanguínea variam por causa das ações concomitantes no sistema nervoso simpático e no músculo liso vascular. -O isoflurano e outros anestésicos halogenados inibem o fluxo simpático, reduzem o tônus arterial e venoso e portanto, reduzem a pressão arterial e venosa. -O óxido nitroso e a cetamina aumentam a descarga simpática e a concentração plasmática de norepinefrina, se usados sós, aumentam a frequência cardíaca e mantêm a pressão sanguínea. O óxido nitroso possui efeito muito menor, em parte porque sua menor potência previne a indução de anestesia muito profunda. -O halotano, causa extrassístoles ventriculares. Esse mecanismo envolve a sensibilização à epinefrina. -Se a secreção de catecolamina for excessiva, entretanto (por excelência, no feocromocitoma, um tumor neuroendócrino que libera catecolaminas na circulação), há o risco de precipitação de fibrilação ventricular. -Com exceção do óxido nitroso, cetamina e xenônio, todos os anestésicos deprimem a respiração e aumentam a Pco2 arterial. -Alguns anestésicos inalatórios são pungentes, particularmente o desflurano, que tende a causar tosse, laringoespasmo e broncoespasmo e, portanto, não é utilizado para a indução da anestesia, mas somente para sua manutenção. Anestésicos intravenosos -Os anestésicos intravenosos atuam de maneira mais rápida que os inalatórios que demoram minutos para atuar, produzindo inconsciência em aproximadamente 20 segundos, assim que o fármaco chega ao cérebro a partir do local da injeção. -Esses fármacos (p. ex., propofol, tiopental e etomidato) são normalmente utilizados para indução da anestesia. São preferidos por muitos pacientes, pois a injeção geralmente não representa a ameaça de uma máscara facial em um indivíduo apreensivo. Com o propofol, a recuperação também é rápida, devido à sua rápida metabolização. -Embora muito anestésicos intravenosos não sejam adequados para a manutenção da anestesia, pois sua eliminação do corpo é relativamente lenta, quando comparada com os agentes inalatórios, o propofol pode ser utilizado como infusão contínua e a duração da ação da cetamina é suficiente e pode ser utilizada como bolus único para operações de curta duração, sem a necessidade de um agente inalatório. Nessas circunstâncias, pode ser coadministrado um opioide de curta duração, comoo alfentanilo ou remifentanilo, para induzir analgesia. 1. Propofol -Ação em canais de Na+, receptor GABAA -Substituiu amplamente o Tiopental -Início de ação rápido (30s) e uma taxa rápida de redistribuição (t1/2 2-4 min), o que o torna um agente de curta ação. -Administração in bolus ou contínua sem uso de inalatórios -Rapidamente metabolizado em compostos inativos, segue uma cinética de primeira ordem, em contraste com o tiopental, resultando em recuperação mais rápida e menor efeito de “ressaca” do que aqueles que acontecem com o tiopental. -Baixa solubilidade em água, é administrado sob a forma solução oleosa que pode causar dor ao injetar e está sujeita a crescimento bacteriano. *O fospropofol é um derivado solúvel em água, recentemente desenvolvido, é menos doloroso quando injetado e rapidamente convertido em propofol no corpo através de fosfatases alcalinas. -Efeitos Colaterais: Apresenta um efeito de dor na injeção, pouca êmese ou náusea, efeito cardiovascular depressivo que pode conduzir a hipotensão e bradicardia e também pode ocorrer depressão respiratória. -É particularmente útil na cirurgia ambulatorial, principalmente porque provoca menos náuseas e vômitos que os anestésicos inalatórios. -Síndrome da infusão por propofol (1/300): Acidose metabólica, necrose muscular esquelética, hepatomegalia, falência renal, colapso cardiovascular. 2. Etomidato -Ação em canais de Na+, receptor GABAA -Preferência sobre o Tiopental devido à sua ampla margem entre a dose anestésica e a dose necessária para produzir depressão cardiovascular. -É mais rapidamente metabolizado que o tiopental, é menos propenso a causar efeito de ressaca prolongado. - Promove menor hipotensão que o Propofol e Tiopental - Pacientes com doença coronariana, disfunção cardíaca, sob risco de hipotensão (poucos efeitos hemodinâmicos) -Efeitos colaterais: Promove movimentos de contração involuntária durante a indução da anestesia, náuseas, êmese, dor no local da injeção e depressão cardiorespiratória -O etomidato suprime a produção dos esteroides da hipófise, efeito que vem sendo associado ao aumento da mortalidade entre pacientes com doenças mais graves. -Deve ser evitado no caso de pacientes que apresentam risco de insuficiência suprarrenal, como, por exemplo, na sepse. -É preferível ao tiopental no caso de pacientes com risco de insuficiência circulatória. 3.Tiopental -Único barbitúrico remanescente em uso frequente. -Altamente lipossolúvel, devido a velocidade do início de sua ação e a transitoriedade de seus efeitos quando usado intravenosamente. Sua alta lipossolubilidade permite que ultrapasse a barreira hematoencefálica sem um atraso perceptível. -É administrado como um sal sódico porque o ácido livre é insolúvel em água. -Causa inconsciência em aproximadamente 20 segundos que perdura por 5-10 minutos. -A concentração sanguínea de tiopental diminui depressa após o pico inicial que ocorre depois da injeção intravenosa, pois é redistribuído primeiro para os tecidos com amplo fluxo sanguíneo (fígado, rins, cérebro etc.) e mais lentamente para os músculos. -A captura pela gordura corporal apesar de favorecida pela alta lipossolubilidade do tiopental, ocorre lentamente devido ao fato de o fluxo sanguíneo ser lento para esse tecido. Por consequência, o tiopental produz ressaca duradoura. Após algumas horas a maioria do tiopental presente no organismo estará acumulada na gordura corporal e o restante metabolizado. -A recuperação do efeito anestésico ocorre dentro de aproximadamente 5 minutos, regida pela redistribuição do fármaco para tecidos bem irrigados, muito pouco é metabolizado depois desse tempo. -O metabolismo do tiopental apresenta uma cinética de saturação, devido a isso dosagens maiores ou dosagens intravenosas repetidas provocam, progressivamente períodos maiores de anestesia e à medida que o nível de concentração no sangue se torna mais elevado mais o fármaco se acumula no corpo e o metabolismo fica saturado. Por esse motivo o tiopental não é utilizado na manutenção da anestesia cirúrgica, mas apenas como agente indutor. -É utilizado no tratamento do estado de mal epiléptico ou na diminuição da pressão intracraniana (em pacientes com as vias aéreas monitorizadas). -A injeção acidental de tiopental no entorno em vez de no interior da veia ou dentro de uma artéria pode causar dor, necrose tecidual local e ulceração ou espasmo arterial grave, o que pode resultar em gangrena. >EFEITOS COLATERAIS: As ações do tiopental sobre o sistema nervoso são muito semelhantes àquelas dos anestésicos inalatórios, embora apresentem pouco efeito analgésico e possam causar depressão respiratória profunda mesmo em quantidades que não são suficientes para abolir as respostas de reflexo a estímulos dolorosos. Seu longo efeito subsequente, associado ao lento declínio da concentração plasmática, significa que tontura e algum grau de depressão respiratória persistem por algumas horas. 4.Cetamina -Bloqueio de receptores NMDA -Assemelha-se à fenciclidina, ambas são utilizadas recreativamente devido aos efeitos acentuados na percepção sensorial. Atuam através do bloqueio da ativação do receptor NMDA e produzem um estado anestésico semelhante e analgesia profunda, mas a cetamina provoca menos euforia e distorção sensorial que a fenciclidina e por isso, torna-se mais útil na anestesia. -A cetamina pode ser utilizada como um analgésico em baixas dosagens e é utilizada no tratamento agudo da depressão. -Administrada por via intravenosa, a cetamina demora um pouco mais para iniciar seu efeito (1-2 min) que o tiopental e produz efeito diferente, conhecido como “anestesia dissociativa” na qual existe perda sensorial acentuada e analgesia, como amnésia, sem perda completa da consciência. Durante a indução e recuperação, podem ocorrer movimentos involuntários e experiências sensoriais. -A cetamina não atua simplesmente como depressora do SNC e produz efeitos cardiovasculares e respiratórios bem diferentes daqueles observados com a maioria dos anestésicos. 1. A pressão sanguínea e a frequência cardíaca geralmente aumentam e a respiração não é afetada em doses efetivas do anestésico. Isso torna segura a utilização nas situações de cuidados médicos com poucos meios tecnológicos ou em situações de acidente ou emergência em que pode ser administrada por via intramuscular, se não for possível a via intravenosa. 2. Pode aumentar a pressão intracraniana, de modo que não deve ser administrada a pacientes com pressão intracraniana elevada ou risco de isquemia cerebral. 3. Alucinações, e às vezes delírio e comportamento irracional, são comuns durante a recuperação. Esses efeitos posteriores limitam sua utilidade, porém acredita-se que são menos pronunciados em crianças 4. Em conjunto com um benzodiazepínico é utilizada para procedimentos pediátricos menores. 5. Midazolam -Atuam em receptores GABAA -É um benzodiazepínico -Apresenta início e término de ação mais lentos que os fármacos vistos anteriormente, porém assim como a cetamina causa menor depressão cardiovascular e respiratória. -É comumente utilizado como sedativo pré-operatório e em endoscopia, onde não é necessária anestesia geral. -Pode ser administrado com um analgésico, como a alfentanila. -Em caso de superdosagem, o quadro pode ser revertido pelo flumazenil -↑ ressaca: (↑substituição por Propofol -Formam depósitos na gordura RESUMO: Anestésicos Inalatórios -Muitos anestésicos inalatórios como éter, clorofórmio, tricloroetileno, ciclopropano, metoxiflurano e enflurano foram substituídos por isoflurano, sevoflurano e desflurano, que apresentam propriedades farmacocinéticas aprimoradas, menos efeitos adversos e não são inflamáveis. -Dos agentes antigos, o óxido nitroso é ainda amplamente usado (especialmente na prática obstétrica) e o halotano, apenas ocasionalmente. >Aspectos farmacocinéticos: -Umacaracterística é a velocidade com a qual a concentração sanguínea arterial, que controla o efeito farmacológico no cérebro segue-se às alterações da pressão parcial do fármaco na mistura gasosa inspirada. -A concentração sanguínea deve ocorrer o mais rápido possível, de forma que a profundidade da anestesia possa logo ser controlada. -Quando a administração for interrompida a concentração sanguínea deve cair rapidamente a um nível subanestésico de maneira que o paciente recupere a consciência com o mínimo de demora. -O estado semicomatoso prolongado no qual os reflexos respiratórios estão fracos ou ausentes é perigoso. -Os pulmões são a única via importante pela qual os anestésicos inalatórios entram e saem do corpo. -Os anestésicos inalatórios são pequenas moléculas lipossolúveis que cruzam rapidamente as membranas alveolares, são as taxas de alcance do fármaco aos pulmões e de sua retirada. O ar inspirado e a corrente sanguínea que determinam o comportamento cinético geral do anestésico. -A razão pela qual os anestésicos variam em seu comportamento cinético é que suas solubilidades relativas no sangue e na gordura corporal variam entre um fármaco e o outro. -Os principais fatores que determinam a velocidade da indução e da recuperação são: • Propriedades do anestésico: – coeficiente de partição sangue:gás (solubilidade no sangue) – coeficiente de partição óleo:gás (solubilidade na gordura). • Fatores fisiológicos: – taxa de ventilação alveolar – débito cardíaco >Solubilidade dos anestésicos inalatórios: -O coeficiente de partição sangue:gás é o principal fator que determina a velocidade de indução e de recuperação de um anestésico inalatório -Quanto mais baixo o coeficiente de partição sangue:gás mais rapidamente a pressão parcial do gás no espaço alveolar se igualará à que está sendo administrada no ar inspirado, isso ocorre devido ao fato de a pressão parcial do gás no espaço alveolar reger a concentração no sangue. -O coeficiente de partição óleo:gás, uma medida da solubilidade na gordura, determina a potência de um anestésico e também influencia a cinética de sua distribuição no corpo, seu principal efeito é que a solubilidade elevada retarda a recuperação da anestesia. >Indução e recuperação: -Quando um anestésico volátil é administrado pela primeira vez, as primeiras inalações são diluídas no volume residual de gás nos pulmões, resultando na redução da pressão parcial alveolar do anestésico, quando comparado com a mistura de gás inalada. Com as inalações subsequentes, a pressão parcial alveolar aumenta e gera o equilíbrio. -Para um anestésico com coeficiente de partição sangue:gás baixo, a absorção para o sangue será mais lenta, de modo que com repetidas aspirações a pressão parcial no espaço alveolar aumentará mais rapidamente do que no caso de um agente com um elevado coeficiente de partição sangue:gás. Por consequência, com número menor de inalações (i.e., em tempo menor) será possível alcançar o equilíbrio. -A taxa de absorção no sangue pode ser aumentada através da administração de um anestésico volátil em conjunto com óxido nítrico. O movimento rápido do óxido nítrico dos alvéolos para o sangue concentra o anestésico volátil nos alvéolos, o que vai aumentar o seu movimento em direção ao sangue. Além disso, a substituição do gás levado para o sangue por um aumento da ventilação inspirada aumenta a quantidade de anestésico volátil nos alvéolos . -A transferência do anestésico entre o sangue e os tecidos também afeta a cinética do equilíbrio. >Ventilação alveolar: é o mais importante dos fatores fisiológicos que afetam a velocidade de equilíbrio dos anestésicos inalatórios Quanto maior o volume por minuto (respiração da ventilação × volume corrente), mais rápido é o equilíbrio, particularmente para os fármacos que apresentem altos coeficientes de partição sangue:gás. Fármacos depressores respiratórios, como a morfina podem retardar a recuperação da anestesia. Ao reduzir a perfusão alveolar, uma redução do ritmo cardíaco reduz a absorção alveolar do anestésico e assim acelera a indução, mas isto é em parte compensado por uma diminuição do fluxo sanguíneo cerebral que abranda a distribuição para o cérebro. -A recuperação da anestesia envolve os mesmos processos da indução, porém ao contrário, sendo a fase rápida de recuperação seguida de lenta “ressaca”. -Por causa desses fatores cinéticos, as buscas por anestésicos inalatórios aprimorados concentraram-se nos agentes com baixa solubilidade sanguínea e tecidual. -Os fármacos mais novos, que mostram propriedades cinéticas similares às do óxido nitroso, porém com maior potência, incluem o sevoflurano e o desflurano. Metabolismo e toxicidade -O metabolismo, embora não quantitativamente importante como via de eliminação dos 6 anestésicos inalatórios, pode gerar metabólitos tóxicos. Essa é a principal razão pela qual os agentes que estão obsoletos ou ultrapassados, como o clorofórmio, o metoxiflurano e o halotano, foram substituídos por alternativas menos tóxicas. -A hipertermia maligna é uma reação idiossincrática importante mas rara , causada pela produção de calor no músculo esquelético devido a uma liberação excessiva de Ca2+ do retículo sarcoplasmático. -Os resultados são contração muscular, acidose, aumento do metabolismo e elevação dramática da temperatura corporal, o que pode ser fatal, a menos que seja tratada imediatamente. Os ativadores incluem anestésicos halogenados e fármacos bloqueadores neuromusculares despolarizantes -A hipertermia maligna é tratada com o dantroleno, um fármaco relaxante muscular que bloqueia esses canais de liberação do cálcio. Anestésicos inalatórios individuais -Mecanismo de ação: em canais de Na+, receptor GABAa, canais de K+ -Os principais são isoflurano, desflurano e sevoflurano, às vezes usados em combinação com o óxido nitroso. -Devido ao rápido início de ação e ao aroma agradável o sevoflurano é utilizado isolado em determinadas circunstâncias, para induzir anestesia, EX: em pediatria ou em adultos com medo da canulação venosa. -O xenônio é um gás inerte que possui propriedades anestésicas e está voltando à clínica porque para um gás inerte (não é metabolizado) não apresenta toxicidade, porém sua potência relativamente baixa e seu alto custo são desvantajosos. Também pode ser neuroprotetor na hipóxia neonatal. Isoflurano, desflurano, sevoflurano, enflurano e halotano 1.Isoflurano: - Indução em menos de 10 min (3% em O2). Manutenção (1,5-2,5%) -Anestésico volátil mais comumente utilizado. -Não possui a ação pró-convulsiva do enflurano -Metabolizado e eliminado pelos pulmões: partículas lipossolúveis -EFEITOS COLATERAIS: • Sistema Cardiovascular: Pode causar hipotensão e é potente vasodilatador coronário, o que pode exacerbar a isquemia cardíaca, no caso de pacientes com doença coronária, devido ao fenômeno de “roubo de fluxo” • Sistema Respiratório – ↓ Ventilação (superficial) ↑ PCO2 (cuidado com a PO2) • Sistema Nervoso Central – ↑ Pressão intracraniana • Coeficiente de partição: - sangue:gás (1,4); sangue:cérebro (2,6); gordura:sangue (45) – indução e recuperação mais rápida. •Metabolismo – Mais de 99% eliminado pelo pulmão – 0,020% metabolizado citocromo P450 – Não forma metabólitos que possam ser tóxico 2. Desflurano: -Quimicamente semelhante ao isoflurano, porém sua menor solubilidade no sangue e na gordura significa que a titulação da profundidade da anestesia e a recuperação são mais rápidas, vem sendo cada vez mais utilizado como anestésico em pacientes obesos sujeitos a cirurgia bariátrica e para cirurgia de rotina. -Não é consideravelmente metabolizado. -É menos potente que os fármacos já descritos. -EFEITOS COLATERAIS: Em concentrações utilizadas para a indução da anestesia (cerca de 10%), causa certa irritação no trato respiratório, o que pode causartosse e broncoespasmo. -O rápido aumento na profundidade da anestesia com o desflurano pode estar associado à elevação da atividade simpática o que não é desejável em pacientes com doença cardíaca isquêmica. 3. Sevoflurano: -Parecido com o desflurano, mas é mais potente e não causa o mesmo nível de irritação respiratória. -É parcialmente (aproximadamente 3%) metabolizado e são produzidos níveis detectáveis de flúor embora não pareçam ser suficientes para causar toxicidade. 4. Enflurano -Apresenta velocidade moderada de indução, mas é muito pouco utilizado nos dias atuais. -Foi originalmente introduzido como alternativa para o metoxiflurano. -EFEITOS COLATERAIS: Pode causar convulsões ou durante a indução ou após a recuperação da anestesia, especialmente em pacientes que sofrem de epilepsia. 5. Halotano -Um importante fármaco para o desenvolvimento dos anestésicos voláteis inalatórios, porém seu uso declinou em favor do isoflurano, devido ao potencial de acúmulo de metabólitos tóxicos. -Apresenta efeito relaxante pronunciado sobre o útero, o que pode causar sangramento pós-parto e limita sua utilização para propósitos obstétricos. 6.Óxido nitroso -O óxido nitroso é um gás inodoro com muitas características vantajosas para anestesia. -Sua ação tem início rápido por causa de seu baixo coeficiente de partição sangue:gás -É um analgésico efetivo -Em concentrações muito baixas para causar inconsciência. -Sua potência é pequena. -Ele é usado como mistura 50:50 com O2 para reduzir a dor durante o parto. -Nunca deve ser administrado como 100% do gás inspirado, já que os pacientes precisam respirar oxigênio. Por isso não é utilizado como um anestésico isoladamente, mas (sendo 70% de óxido nítrico no oxigênio) como adjuvante com anestésicos voláteis de forma a acelerar a indução. -Durante a recuperação da anestesia com óxido nitroso, a transferência do gás do sangue para os alvéolos pode ser suficiente para reduzir, por diluição, a pressão parcial alveolar de oxigênio, produzindo hipóxia transitória (conhecida como hipóxia de difusão). Isso é importante para os pacientes com doença respiratória. -O óxido nitroso tende a entrar nas cavidades gasosas, fazendo que se expandam. Isso pode ser perigoso caso exista quadro de pneumotórax ou embolismo vascular, ou caso o intestino esteja obstruído. -Administrado por períodos curtos, o óxido nitroso é desprovido de qualquer efeito tóxico sério, porém a exposição prolongada (> 6 h) causa inativação da metionina sintase, uma enzima necessária para a síntese de DNA e de proteína, resultando em depressão da medula óssea, que pode causar anemia e leucopenia; assim, seu uso deve ser evitado em pacientes com anemia relacionada com deficiência de vitamina B12. -A depressão da medula óssea não ocorre com exposição curta ao óxido nitroso, porém o uso prolongado ou repetido deve ser evitado (p. ex., em condições dolorosas intermitentes, como anemia falciforme). >Efeitos colaterais: - Confusão mental; - Hipóxia transitória - Anemia e leucopenia (uso prolongado) Anestésicos gerais - Inalatórios Efeitos colaterais Anestésicos locais -Utilizados para bloquear os canais de sódio controlados por voltagem e inibir a geração do potencial de ação. >Cocaína - História: -As folhas de coca eram mastigadas por possuírem efeitos psicotrópicos, há milhares de anos, pelos índios sul-americanos, que sabiam sobre o efeito de entorpecimento que elas produziam na boca e na língua. -A cocaína foi isolada em 1860 e proposta como anestésico local para procedimentos cirúrgicos. Sigmund Freud, que tentou fazer uso, sem sucesso, de seu poder “energizante psíquico”, deu um pouco de cocaína a um amigo oftalmologista em Viena, o Dr. Carl Köller, que relatou, em 1884, que podia ser produzida anestesia reversível da córnea colocando-se gotas de cocaína no olho. A ideia foi rapidamente aceita e, em alguns anos, foi introduzida a anestesia com cocaína na odontologia e em cirurgia geral. -Um substituto sintético, a procaína, foi descoberto em 1905,e muitos outros compostos úteis foram desenvolvidos mais tarde. >Síntese de novas moléculas: ➢procaína (1905); ➢tetracaína (1932); ➢lidocaína (1948); ➢mepivacaína (1957); ➢bupivacaína (1966); ➢etidocaína (1972) >Aspectos químicos: -As moléculas de anestésico local consistem em uma parte aromática unida por uma ligação éster ou amida a uma cadeia lateral básica. -São bases fracas, com valores de pKa principalmente na faixa entre 8 e 9, de modo que são em parte ionizadas em pH fisiológico. Isso é importante em relação à sua capacidade em penetrar a bainha nervosa e a membrana do axônio. -A presença da ligação éster ou amida nas moléculas de anestésico local é importante em razão de sua suscetibilidade à hidrólise metabólica. Os compostos que possuem o éster são rapidamente inativados no plasma e nos tecidos (principalmente no fígado) por esterases inespecíficas. As amidas são mais estáveis, e esses anestésicos, em geral, apresentam meias- vidas plasmáticas mais longas. >Mecanismo de ação: -Os anestésicos locais bloqueiam o início e a propagação dos potenciais de ação por impedirem o aumento de condutância de Na+ voltagem dependente. -Os anestésicos locais em concentrações pequenas, reduzem a taxa de aumento do potencial de ação, prolongando a sua duração, e aumentam o período refratário, reduzindo a sua taxa de resposta. -Os anestésicos locais em concentrações mais elevadas, impedem o disparo do potencial de ação. -Os anestésicos locais atualmente disponíveis, não se distinguem pela sua ação em diferentes subtipos de canais de sódio, embora a sua potência varie -Os anestésicos locais bloqueiam os canais de sódio, fechando fisicamente o poro transmembrana, interagindo com resíduos de vários aminoácidos do domínio helicoidal transmembrana S6 da proteína do canal . -A atividade dos anestésicos locais é fortemente dependente do pH, aumentando em pH extracelular alcalino (i. e., quando a proporção de moléculas ionizadas é baixa) e reduzindo-se em pH ácido. Isso porque o composto precisa penetrar a bainha nervosa e a membrana do axônio para chegar à extremidade interna do canal de sódio (onde está o local de ligação aos anestésicos locais). Como a forma ionizada não passa pela membrana, a penetração é muito pequena em pH ácido. Uma vez dentro do axônio, é sobretudo a forma ionizada da molécula de anestésico local que se liga ao canal e o bloqueia, sendo que a forma ionizada possui fraca atividade de bloqueio do canal. -Essa dependência do pH pode ser clinicamente importante, uma vez que o líquido extracelular dos tecidos inflamados é, muitas vezes, relativamente ácido e tais tecidos são, por isso, de algum modo resistentes aos anestésicos locais. Interação de anestésicos locais com canais de sódio. O local de bloqueio no canal pode ser alcançado através do gate (portão) aberto na superfície i n te rna da membrana pe la molécula química carregada BH+ (via hidrofílica) ou diretamente da membrana pela molécula química B não carregada (via hidrofóbica). -Quanto mais frequentemente os canais são abertos, maior se torna o bloqueio. É uma característica proeminente de ação de muitos fármacos antiarrítmicos da classe I e dos antiepilépticos , ocorre porque a molécula que causa o bloqueio entra no canal muito mais rapidamente quando ele está aberto do que quando está fechado. -Para os anestésicos locais que se dissociam rapidamente do canal, o bloqueio somente ocorre com frequências elevadas de disparo do potencial de ação, quando o tempo para o fármaco separar-se do canal entre os potenciais de ação é muito curto. O canal pode existir em três estados funcionais: em repouso, aberto e inativado. -Muitos anestésicos locais ligam-se mais fortemente ao estado inativado do canal. Por isso, em qualquer potencial de membrana, o equilíbrioentre os canais em estado de repouso e inativos poderá, na presença de um anestésico local, ser privilegiado em relação ao estado inativo, e este fator contribui para o efeito de bloqueio geral, reduzindo o número de canais disponíveis para a abertura e prolongando o período refratário após um potencial de ação. -A passagem de uma série de potenciais de ação, por exemplo quando um estímulo doloroso é aplicado em um nervo sensorial, provoca um ciclo entre o estado aberto e o estado inativo, tendo ambos maior probabilidade de se ligarem a moléculas de anestésicos locais do que no estado de repouso; assim, ambos os mecanismos contribuem para o efeito dependente do uso do receptor, o que em parte explica o motivo da transmissão da dor ser bloqueada mais eficazmente do que outras experiências sensoriais. -Os anestésicos locais aminas quaternárias somente funcionam quando atravessam a membrana e os canais devem estar ciclando entre seu estado aberto várias vezes antes que o efeito do bloqueio ocorra. Com as aminas terciárias, o bloqueio pode ocorrer mesmo se os canais não estiverem no estado aberto, e é provável que a molécula bloqueadora (sem carga) alcance o canal tanto diretamente, a partir da fase da membrana, quanto através do gate (portão) aberto (Fig. 43.2). A importância relativa dessas duas vias de bloqueio – a via hidrofóbica da membrana e a via hidrofílica no interior do canal – varia de acordo com a lipossolubilidade do fármaco. -Os anestésicos locais exercem vários efeitos em seus canais iônicos, assim como nas proteínas de sinalização intracelular e de membrana. -Em geral, os anestésicos locais bloqueiam a condução mais rapidamente em neurofibras de pequeno diâmetro do que em fibras com diâmetros maiores. Como os impulsos nociceptivos são conduzidos por fibras Aδ e C (Cap. 42), a sensação de dor é bloqueada mais rapidamente que outras modalidades sensitivas (tátil, propriocepção etc.). Os axônios motores, tendo diâmetro maior, também são relativamente resistentes. As diferenças de sensibilidade entre diferentes neurofibras, embora facilmente mensuráveis experimentalmente, não são de muita importância prática, e não é possível bloquear a sensibilidade dolorosa sem afetar as outras modalidades sensitivas. -Os anestésicos locais, como seu nome indica, são usados principalmente para produzir bloqueio nervoso local. Em concentrações baixas, são capazes de suprimir a descarga espontânea do potencial de ação em neurônios sensitivos que ocorre na dor neuropática. >Efeitos adversos: -Envolvem o sistema nervoso central (SNC) e o sistema cardiovascular. A sua ação no coração também pode ser relevante no tratamento de arritmias cardíacas. -Embora os anestésicos locais sejam, geralmente, administrados de maneira a minimizar sua distribuição para outras partes do corpo, eles são, por fim, absorvidos para a circulação sistêmica. -Podem também ser injetados nas veias ou arteríolas por acidente. -A maioria dos anestésicos locais produz uma mistura de efeitos depressores e estimulantes sobre o SNC. -Os efeitos depressores predominam em baixas concentrações plasmáticas, abrindo caminho para a estimulação em concentrações maiores, que resultam em: 1.inquietação 2.tremor 3.algumas vezes convulsões, acompanhadas por confusão mental à agitação extrema. -Aumentar ainda mais a dose produz profunda depressão do SNC e morte devido à depressão respiratória. COCAÍNA: O único anestésico com efeitos diferentes no SNC é a cocaína A cocaína produz euforia em doses bem abaixo daquelas que causam outros efeitos no SNC. Isso se relaciona a seu efeito específico sobre a captura de monoaminas, efeito este não compartilhado por outros anestésicos locais. A cocaína é exceção com respeito a efeitos cardiovasculares em razão de sua capacidade de inibir a captura de norepinefrina (noradrenalina) intensificando a atividade simpática, levando a taquicardia, vasoconstrição aumento do débito cardíaco e da pressão arterial. Ocorre irritação das mucosas (cocaína) -A procaína é particularmente associada à produção de efeitos centrais adversos e tem sido suplantada no uso clínico por agentes como a lidocaína e a prilocaína. -A bupivacaína, anestésico preparado local de ação prolongada, amplamente usado como mistura racêmica de dois isômeros ópticos, sugeriram que seus efeitos sobre o SNC e sobre o coração seriam devidos principalmente ao isômero S(+). O isômero R(–) (levobupivacaína) comprovou ser mais seguro. -Os efeitos cardiovasculares adversos dos anestésicos locais devem-se principalmente à depressão do miocárdio, ao bloqueio de condução e à vasodilatação. A redução de contratilidade do miocárdio provavelmente resulta indiretamente da inibição da corrente de Na+ no músculo cardíaco. A diminuição de [Na+]i resultante, por sua vez, reduz as reservas de Ca 2+ intracelulares minimizando a força de contração. A interferência na condução atrioventricular pode resultar em bloqueio cardíaco parcial ou completo, bem como em outros tipos de disritmias. -A ropivacaína apresenta menor cardiotoxicidade do que a bupivacaína. -Algumas vezes, há reações de hipersensibilidade com os anestésicos locais, geralmente sob a forma de dermatite alérgica, mas raramente como reação anafilática aguda. Outros efeitos adversos específicos de fármacos como metemoglobinemia (que ocorre depois de grandes doses de prilocaína, em razão da produção de um metabólito tóxico). Aspectos farmacocinéticos -Os anestésicos locais variam muito na rapidez com que penetram nos tecidos e isso afeta a taxa em que causam bloqueio nervoso quando neles injetados, a taxa de início de ação e a recuperação da anestesia -Também afeta sua utilidade como anestésicos de superfície para aplicação a mucosas. -A maioria dos anestésicos locais ligados a ésteres (ex:tetracaína) é rapidamente hidrolisada pela colinesterase plasmática, de modo que sua meia-vida no plasma é curta. -A procaína, raramente usada é hidrolisada em ácido p-aminobenzoico, um precursor do folato que interfere no efeito antibacteriano das sulfonamidas. -Os fármacos ligados a amidas (ex: lidocaína e prilocaína) são metabolizados principalmente no fígado, geralmente por N-desalquilação, e não por clivagem da ligação amida e os metabólitos costumam ser farmacologicamente ativos. -A benzocaína é um anestésico local incomum, de solubilidade muito baixa, usado como pó para curativo em úlceras de pele dolorosas ou como pastilhas para a garganta. Este fármaco é lentamente liberado e produz anestesia de superfície com longa duração. -A maioria dos anestésicos locais tem ação vasodilatadora direta, que aumenta a taxa em que são absorvidos para a circulação sistêmica, expandindo sua toxicidade em potencial e reduzindo sua ação como anestésico local. -A epinefrina ou a felipressina, de curta ação podem ser acrescentadas às soluções de anestésico injetadas localmente para promover vasoconstrição. A epinefrina absorvida na circulação é promove efeitos cardiovasculares indesejáveis, como taquicardia e vasoconstrição e a felipressina causarconstrição das artérias coronárias. Sua utilização em pacientes com doença cardiovascular é contraindicada. Agentes que afetam a ativação dos canais de sódio -Várias substâncias modificam o controle da ativação dos canais de sódio e aumentam a probabilidade de abertura desses canais -Elas incluem várias toxinas, principalmente de pele de rã, venenos de escorpião ou de anêmona do mar, alcaloides de plantas, e inseticidas. -Facilitam a ativação dos canais de sódio, de modo que eles se abrem em potenciais mais negativos, próximos ao potencial de repouso normal; também inibem a inativação, assim, os canais deixam de fechar-se se a membrana continuar despolarizada. A membrana, desse modo, fica hiperexcitável, e o potencial de ação prolonga-se. A princípio, ocorrem descargas espontâneas, mas as célulasfinalmente tornam-se permanentemente despolarizadas e inexcitáveis. -Essas substâncias afetam o coração, produzindo extrassístoles e outras arritmias, culminando em fibrilação; elas também causam descargas espontâneas no nervo e no músculo, levando a contrações e a convulsões. -A lipossolubilidade muito elevada de certas substâncias, como o DDT, torna-as eficazes como inseticidas, pois são prontamente absorvidas através do tegumento. -Fármacos desta classe são úteis como instrumentos experimentais para estudar os canais de sódio, mas não têm usos clínicos.
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