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FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES ->São os melhores analgésicos >Terminologia: • Ópio: extrato vegetal derivado da papoula Papaver somniferum, que contém morfina. • Opióides: substâncias, endógenas ou sintéticas que produzem efeitos semelhantes da morfina e que interferem com receptores opióides. • Opiáceos: compostos que são estruturalmente relacionados com a morfina e codeína. História: ->Ópio é um dos medicamentos mais antigos da humanidade. ->Uso de Papaver somniferum (papoula) - descrito por Theophrasus em torno de 200 AC/ ->Existem evidências que era usada pelos sumérios (Mesopotâmia) antes de 3500 AC. ->Sec. XVI: Paracelsus introduziu o uso do Láudano, preparações a base de Ópio, como analgésico (vício). ->1805: Friedrick isolou o alcalóide do Ópio (branco e amargo com atividade analgésica) quedenominou de MORFINA em homenagem a Morfeu, deus grego dos sonhos. ->1925: Descoberta da estrutura da morfina por Sir Robert Robinson ->1972: naloxana reverte analgesia ->1973: sítios de ligação no cérebro -> 1976: endorfinas foram isoladas Aspectos químicos ->A estrutura da morfina foi determinada em 1902 e a partir daí muitos compostos opioides semissintéticos (produzidos por modificação química da morfina) e inteiramente sintéticos foram estudados como: permite o reconhecimento dos receptores endógenos *Morfina e codeína-> natural *A metadona não apresente uma relação química óbvia com a morfina, pensa-se que assume uma conformação semelhante em solução. -Os agonistas semelhantes à morfina mais importantes incluem a diamorfina, a oxicodona e a codeína. - Os principais grupos de análogos sintéticos são as piperidinas (p. ex., petidina e fentanila), os fármacos semelhantes à metadona, os benzomorfanos (p. ex., pentazocina) e os derivados da tebaína (p. ex., buprenorfina). - Os analgésicos opioides podem ser administrados por via oral, parenteral ou intratecal, para produzir analgesia. Receptores opioides -Os opioides induzem analgesia e seus outros efeitos pela interação com receptores específicos baseando-se nos requisitos estruturais e estereoquímicos específicos e essenciais para essa atividade. -Existem três tipos de receptor, denominados µ, κ e σ⋅ -Os primeiros ligantes endógenos são as encefalinas. As encefalinas são somente dois dos membros de uma grande família de peptídeos opioides endógenos conhecidos coletivamente como endorfinas, todas com um resíduo de tirosina no N-terminal. A estrutura química da tirosina inclui um grupamento amina separado do anel fenólico por dois átomos de carbono. Essa mesma estrutura (fenol-2 átomos de carbono-amina) também é encontrada na estrutura da morfina . -Outro receptor opioide (ORL1) que apresenta acentuado grau de homologia na sequência (> 60%) com os receptores opioides µ, δ e κ foi identificado, utilizando-se técnicas de clonagem, embora o antagonista naloxona não se ligue a esse novo receptor. -Os quatro receptores opioides, aparentemente, formam conjuntos de receptores tanto homoméricos quanto heteroméricos. -Os receptores opioides podem formar heterômeros com receptores não opioides. -A heterodimerização entre receptores opioides resulta em características farmacológicas diferentes das observadas nos receptores monoméricos e pode explicar alguns dos subtipos de cada receptor que foram propostos. -Diferentes ligantes que atuam no mesmo receptor opioide podem provocar diferentes respostas celulares e distribuição diferencial dos receptores. RETOMANDO: • Os receptores µ são responsáveis pela maioria dos efeitos analgésicos dos opioides e por alguns dos principais efeitos adversos (p. ex., depressão respiratória, constipação, euforia, sedação e dependência). • A ativação dos receptores δ resulta em analgesia, mas também pode ser pró- convulsivante. • Os receptores κ contribuem para a analgesia em nível espinhal e podem causar sedação, disforia e alucinações. Alguns analgésicos são mistura de agonistas κ/antagonistas µ. • Os receptores OLR1 também são membros da família de receptores opioides. A ativação resulta em efeito antiopioide (supraespinhal), analgesia (espinhal), imobilidade e dificuldade de aprendizado. • Os receptores σ não são receptores de opioides verdadeiros, mas são o local de alguns fármacos psicotomiméticos, com os quais alguns opioides também interagem. • Os receptores opioides são ligados pelas proteínas Gi/Go, abrem os canais de potássio (causando hiperpolarização) e inibem a abertura dos canais de cálcio (inibem a liberação do transmissor). Além disso, eles inibem a adenilil ciclase e ativam a via das MAP quinases (EKR). • Os heterômeros funcionais formados pela combinação de diferentes tipos de receptores opioides ou com outros tipos de receptor junto à proteína G, podem dar origem a diversidade farmacológica. • Tolerancia e Dependencia Agonistas e antagonistas -Os opioides variam não somente em sua especificidade para receptores, mas também em sua eficácia nos diferentes tipos de receptor. -Alguns agentes atuam como agonistas ou agonistas parciais em um tipo de receptor, e antagonistas ou antagonistas parciais em outro, com quadro farmacológico muito complicado. -A morfina é um agonista parcial nos receptores opioides µ. entretanto quando consideramos a ativação do receptor, a morfina apresenta eficácia intrínseca menor do que os agonistas puros -Outros fármacos opioides, como a codeína e o dextropropoxifeno, algumas vezes são denominados agonistas fracos, porque seus efeitos máximos, analgésicos e adversos, são menores que os da morfina. -A buprenorfina é um agonista parcial que se dissocia lentamente dos receptores opioides, provoca menor depressão respiratória que outros opioides. É um fármaco muito potente que também pode antagonizar o efeito de outros opioides devido a sua grande afinidade e baixa eficácia. - A pentazocina apresenta uma atividade combinada de agonista κ e antagonista µ (ou agonista parcial fraco). - Os fármacos com agonista κ têm tendência a causar disforia em vez de euforia. - Os antagonistas como a naloxona e a naltrexona produzem muito pouco efeito quando administrados isoladamente a indivíduos saudáveis, e ao mesmo tempo pioram a dor crônica e bloqueiam os efeitos dos opioides. Ações farmacológicas -Os efeitos mais importantes da morfina o c o r r e m n o S N C e n o t ra to gastrointestinal, embora tenham sido d esc r itos i n úm e ros efe itos d e significância menor sobre muitos outros sistemas. Todos os fármacos causam a mesma analgesia o que difere é a dose.
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