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PENSAMENTO POLÍTICO BRASILEIRO 1

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Nos estudos do pensamento político brasileiro que se voltaram para esse contexto, podemos encontrar Euclides
da Cunha, Sérgio Buarque de Holanda, Astrojildo Pereira, Octávio Brandão, Plínio Salgado, dentre outros. Cada
autor apresenta em suas pesquisas e escrito sua originalidade e contribuição para o pensamento político e social
brasileiro.  
Nessa Webaula, analisaremos o pensamento político brasileiro presente na primeira fase da era Vargas,
analisando: 
Os elementos de formação da sociedade brasileira na passagem da República Velha para a era Vargas e o
pensamento político e social do período.  
As forças políticas e sociais que eclodiram no processo de formação e desenvolvimento do Estado brasileiro
na era Vargas.  
As revoltas sociais, no âmbito de localidades, que foram eclodindo no emergir do século XX, vieram a abalar o
sistema político da Velha República. Dentre os movimentos que questionaram tal sistema político, podemos
destacar: 
A Revolta de Canudos
A Revolta de Canudos, um movimento
popular social que ocorreu no Nordeste
brasileiro durante a passagem do século
XIX para o século XX, sob a liderança do
monge Antônio Conselheiro.
A Coluna Prestes
A Coluna Prestes, ocorrida em mil
novecentos e vinte, consistiu em um
movimento político militar tenentista
que objetivava alcançar o interior do
país se deslocando por meio de longas
caminhadas a�m de dialogar com as
pessoas que ali moravam, sobre o
movimento revolucionário e os
caminhos para a transformação social. 
Pesquise mais 
Para aprofundar seus estudos e conhecer as especi�cidades das explicações dos autores do pensamento
político brasileiro, sugerimos a leitura do livro Intérpretes do Brasil: clássicos, rebeldes e renegados,
organizado pelos professores Luiz Bernardo Pericás e Lincoln Secco.  
PERICÁS, L. B.; SECCO, L. (org.). Intérpretes do Brasil: clássicos, rebeldes e renegados. São Paulo: Boitempo,
2014. 
Pensamento Político Brasileiro  
A primeira fase da era Vargas 
Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a
qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre
que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! 
A ascensão de Getúlio Vargas à presidência 
O contexto bastante agitado da década de 1920 levou à
ascensão de Getúlio Vargas à presidência da República
em 1930. Denominada de “Revolução de 1930”, este
episódio marcou o início da Segunda República
brasileira. 
Apesar de encabeçar um movimento de oposição à
República Velha, a ascensão de Getúlio Vargas,
demonstrou ser um movimento político que não partia
das massas, ou seja, que viesse a alternar ou a romper
com a lógica do poder político do Estado brasileiro e de
concentração de riquezas. Vargas representava a velha
política, contudo, para manter o poder dos fazendeiros
era preciso fazer concessões aos tenentes, aos
operários e à classe média. Entretanto, era preciso
oferecer uma nova alternativa para o Brasil (ABREU,
2020; FAUSTO, 2001; PRADO JUNIOR, 2011; SILVA,
1968).  
Getúlio Vargas 
Fonte: wikimedia commons.
A ascensão de Vargas à frente do Estado brasileiro ao longo dos anos de 1930 a 1945 se deu como resultado do
esgotamento do modelo político brasileiro vigente na República Velha. Ainda que tenha sido denominada de
“Revolução de 1930”, tal fenômeno político se deu dentro dos limites das circunstâncias da época. 
Ao mesmo tempo em que estavam postas as demandas para desenvolver e construir uma sociedade moderna e
industrial, se mantiveram as relações de poder político vigentes no país. Com um per�l no qual se mesclam os
elementos centralizador, modernizador e autoritário, Vargas assumiria o Brasil servindo de solução para os
entraves trazidos pela organização social, política e econômica da época, o que não quer dizer que seria uma
revolução em conjunto com as massas.  
Houve no Brasil, portanto, uma “revolução pelo alto” ou “modernização conservadora” (MAZZEO, 2014),
conceitos que exprimem este período histórico.  
Apesar dos problemas relacionados às fraudes
eleitorais nas eleições presidenciais de 1930, o Estado
brasileiro se caracterizava por um modelo de
democracia representativa e pluripartidária. Dentre os
presidenciáveis destas eleições, estava Júlio Prestes do
Partido Republicano Paulista (PRP), o qual foi o
vencedor nas urnas, mas não assumiu. Além dele,
concorreram à disputa eleitoral Getúlio Vargas pela
Aliança Liberal (AL), Minervino de Oliveira pelo Bloco
Operário e Camponês (BOC). 
O grupo político ligado a Vargas denunciou as fraudes
do processo eleitoral, assim como o assassinato de
João Pessoa, candidato a vice-presidente pela AL. Júlio
Prestes não chegou nem a assumir a presidência, pois
o movimento, depois de intensi�car a sua campanha
crítica contra a Velha República, depôs o então
presidente Washington Luís, entregando o poder a
Vargas em outubro de 1930.  
Para que seja possível a compreensão dos fenômenos políticos da década de 1930, além das disputas políticas, as
questões relativas à economia são fundamentais. 
A economia brasileira até a década de mil novecentos e trinta foi agroexportadora. O impulso inicial da
industrialização brasileira se deu em razão das condições ofertadas pela crise mundial do capital. O Brasil passou
então a aumentar suas exportações. O processo de substituições de importações, que consistiu no aumento da
produção interna e na diminuição das importações, foi uma medida política e econômica adotada pelo governo
Vargas que favoreceu a produção interna da industrialização nacional (PRADO JUNIOR, 2012; FAUSTO, 2001).  
O Estado brasileiro passou a se preocupar com medidas técnico-educacionais, por um lado, trazendo reformas
para o ensino técnico, que se objetivava: 
Formar a mão de obra quali�cada para
atender às demandas da
industrialização;  
Padronizando os ensinos secundário e
universitário. 
Ainda que houvesse uma ampliação de direitos dos
trabalhadores, no âmbito das relações políticas, as
conquistas e os avanços sociais se realizaram de forma
paternalista, ou seja, se manteve uma estrutura
autoritária, de cima para baixo.  
A realização de um sindicalismo autônomo,
organizado pelos trabalhadores na defesa de seus
interesses, não foi possível durante o contexto do
governo Vargas. 
Neste ínterim, surgem movimentos sociais no mosaico de disputas políticas e sociais no Brasil pós-1934. Vamos
destacar a Ação Integralista Brasileira (AIB ) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL): 
A Ação Integralista Brasileira (AIB)  
Foi uma organização política de extrema-direita e de
ideologia nacionalista do período e teve em Plínio
Salgado sua principal referência. Depois de conhecer a
política de Mussolini na Itália fascista, Plínio Salgado
gesta seu projeto de sociedade na AIB. Sob o lema de
“Deus, pátria e família”, a AIB reuniu muitos adeptos na
organização política de um movimento fascista no
Brasil. 
Plínio Salgado 
Fonte: wikimedia commons.
No âmbito político, o movimento integralista defendia o nacionalismo e antiliberal, ou seja, contrário às liberdades
democráticas. Além disso, o integralismo acreditava em um partido único, com viés autoritário. Nestes termos, os
integralistas faziam oposição ao tenentismo e criticavam tanto o capitalismo quanto o socialismo. Plínio Salgado
defendia o império ou a monarquia como caminhos para organização da sociedade brasileira. A AIB apoiou
Vargas, inclusive sob orientação do fascismo italiano (BERTONHA, 2001), na esperança de ter alguma
oportunidade na obtenção de poderes políticos, mas que não se concretizaria após o golpe do Estado Novo de
1937 por Vargas. 
Aliança Nacional Libertadora (ANL) 
Ampla frente popular de esquerda, contrária ao
governo Vargas, se organizou com vistas a dar algum
tipo de suporte nas lutas sociais de caráter contrário
ao fascismo, ao integralismo e ao imperialismo. A ANL
era composta por intelectuais de esquerda, operários,
algunstenentes, além dos próprios comunistas.  
Seus membros defendiam grandes reformas
estruturais na sociedade brasileira. Como umas das
ações da ANL, a Intentona Comunista ocorrida
novembro de 1935 foi um levante armado liderado por
Luís Carlos Prestes, que visava a emergência de um
governo nacionalista e revolucionário. Isso fez com que
se “justi�cassem” maiores repressões por parte do
governo, para a implementação de um regime
autoritário no país. Diante da aprovação da Lei de
Segurança Nacional, as medidas adotadas por Vargas
fecharam a ANL, deixando-a na ilegalidade. 
Plínio Salgado 
Fonte: wikimedia commons.
A cúpula do exército e as forças policiais que estavam
esperando esta decisão deram início ao novo regime,
denominado de Estado Novo e implementado em
dezembro de 1937. Tem-se, portanto, o início da
ditadura de Vargas. As eleições, os partidos políticos e
a liberdade de expressão foram suprimidos neste
período. 
Para os setores cívico-políticos que apoiavam Vargas,
havia a necessidade de se organizar todo o território
nacional, tendo Getúlio Vargas como chefe supremo da
nação. Neste cenário, entre os apoiadores de Vargas,
não havia espaço, para a existência de grupos ou
partidos nocivos à ordem social.  
Como você pôde perceber, a materialização das ações políticas determina os rumos de nossa vida em sociedade.
Isso ocorre no âmbito das disputas pelo poder na vida pública. Ao longo da história política brasileira, podemos
observar como os acontecimentos nas relações políticas estão em permanente diálogo com a diversidade
ideológica do pensamento político e social. En�m, você compreendeu que muitos dos conceitos, teorias e
linhagens do pensamento político brasileiro estão inseridos no debate sobre os rumos do desenvolvimento do
país. Bons estudos!  
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