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TCC FINAL APROVAÇÃO (1) (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL 
CAMPUS DE NOVA ANDRADINA - CPNA 
BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
ELLEN CRISTINA DOS SANTOS FRANCO 
ERLANY DANIELY SOARES DE OLIVEIRA 
TAYNÁ DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: PONTO E LINHA AVIAMENTOS EM 
GERAL 
 
 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
NOVA ANDRADINA, MS 
2021 
ELLEN CRISTINA DOS SANTOS FRANCO 
ERLANY DANIELY SOARES DE OLIVEIRA 
TAYNÁ DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: PONTO E LINHA AVIAMENTOS EM 
GERAL 
 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso apresentada 
como requisito parcial à obtenção do título de 
Bacharel em Administração, do Campus de Nova 
Andradina (CPNA), da Universidade Federal do 
Mato Grosso do Sul. 
Orientador: Professor Me. Paulo César Schotten. 
 
 
 
 
 
 
NOVA ANDRADINA, MS 
2021 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................6 
1.1Visão.......................... ............................................................................................... 7 
1.2 Negócio ..................................................................................................................... 8 
1.3 Missão....................................................................................................................... 8 
1.4 Princípios .................................................................................................................. 8 
1.5 Slogan ....................................................................................................................... 8 
2 ANALISE MACROAMBIENTE..................................................................................9 
2.1 Análise de Ambiente Econômico ............................................................................. 9 
2.1.2 Cenário Nacional ................................................................................................. 10 
2.1.6 SELIC .................................................................................................................. 16 
2.2 Fatores Sociais.....................................................................................................19 
2.2.1 Situação sócia econômica .................................................................................. 19 
2.2.2 Rendimento familiar brasileiro ............................................................................ 20 
2.2.3 Endividamento da população brasileira.............................................................. 23 
2.2.4 Classes brasileiras .............................................................................................. 25 
2.2.5 Responsabilidade social ..................................................................................... 27 
2.3 Fatores culturais...................................................................................................28 
2.3.1 Nível de Analfabetismo Brasileiro ....................................................................... 28 
2.4 Fatores políticos...................................................................................................31 
2.4.1 Políticas Tributárias ............................................................................................. 31 
2.4.2 Políticas governamentais .................................................................................... 34 
2.5 Fatores demográficos...........................................................................................36 
2.5.1 Demografia populacional .................................................................................... 36 
2.5.2 Processo migratório ............................................................................................ 37 
2.5.3 Processo emigratório .......................................................................................... 38 
2.6 Fatores legais.......................................................................................................39 
2.6.1 Área tributária ...................................................................................................... 39 
2.6.2 Fatores legais trabalhistas................................................................................41 
2.6.2.1 Reforma Trabalhista ......................................................................................... 41 
2.6.2.2 Medidas de enfrentamento para enfrentamento do Coronavírus. .................. 43 
2.7 Fatores tecnológicos............................................................................................43 
2.7.1 Desenvolvimento tecnológico ............................................................................. 43 
2.7.2 Aquisição de tecnologia ...................................................................................... 46 
2.8 Desenvolvimento ecológico ................................................................................... 47 
2.8.1 Nível de desenvolvimento ecológico .................................................................. 49 
2.8.2 Implementação dos ODS pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento. ............................................................................................................. 50 
2.8.3 Objetivos do Milênio (ODM) ................................................................................ 51 
2.8.4 Poluição brasileira ............................................................................................... 53 
2.8.5 Legislação ambiental.........................................................................................55 
3 Análise Microambiente............................................................................................57 
3.1. Administração geral............................................................................................... 57 
3.1.2 Caracterização da empresa ................................................................................ 57 
3.2 Estrutura da empresa...........................................................................................58 
3.2.1 Organograma ...................................................................................................... 58 
3.2.2 Layout .................................................................................................................. 59 
3.3.3 Avaliação da Estrutura ........................................................................................ 59 
3.4 Gerência ................................................................................................................. 59 
3.5 Área: gestão de pessoas ....................................................................................... 61 
3.5.1 Estrutura de benefícios sociais ........................................................................... 63 
3.6 Área mercadológica ............................................................................................... 64 
3.7 Área de Comercialização ....................................................................................... 65 
3.8 Máquinas e equipamentos ..................................................................................... 65 
 4 Análise....................................................................................................................67 
4.1 Análise 10 Ms ......................................................................................................... 67 
4.2 Análise SOWT ........................................................................................................ 68 
4.2.1 Análise Sowt da empresa Ponto e Linha aviamentos........................................ 69 
5 Objetivos e estratégias............................................................................................70 
5.1 Objetivos .................................................................................................................70 
5.2 Estratégias .............................................................................................................. 70 
5.3 Desenvolvimento de estratégias ............................................................................ 71 
5.3.1 Desenvolvimento de Profissionais ...................................................................... 71 
5.3.2 Visibilidade .......................................................................................................... 71 
5.3.3 Expansão do Atacado ......................................................................................... 72 
5.3.4 Inovação .............................................................................................................. 73 
5.3.5 Marketing ............................................................................................................. 73 
5.3.6 E-comerce ........................................................................................................... 74 
Considerações Finais.................................................................................................75 
REFERÊNCIAS.........................................................................................................76 
 
 
6 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Atualmente no Brasil é comum que pequenas empresas não façam jus do 
método de planejar, muitas vezes os dirigentes dessas organizações nem conhecem 
tal método ou não se dão conta da importância do processo de planejar a vida útil da 
empresa focada em um longo período de tempo. No entanto, para que toda e 
qualquer organização tenha sucesso é necessário um planejamento adequado, onde 
a formação de estratégias resulte no cumprimento de metas e objetivos estipulados 
pelas empresas. 
 O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de 
processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma 
situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em 
função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no 
futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. (OLIVEIRA,2018) 
 
Segundo Teixeira (2016) o planejamento estratégico tem uma função 
essencial dentro das organizações, é utilizado como ferramenta de gestão propicio 
para a solução de problemas que são encontrados dentro das empresas. Teixeira 
(2016) ainda afirma que a aplicação de um planejamento estratégico as pequenas e 
medias empresas agregado a um plano de negócios pode alavancar e viabilizar os 
negócios da organização. 
Torna-se de grande importância a realização de um planejamento estratégico 
dentro das empresas, principalmente as de pequeno e médio porte, visto que a 
concorrência está fazendo este tipo de planejamento, e a empresa que deixar de se 
manter a par dessa tecnologia gerencial estará em desvantagem. 
De acordo com Chiavenato (2000) A estratégia empresarial é a determinação 
da futura postura da empresa, com especial referência a sua postura quanto aos 
seus produtos-mercados, sua lucratividade, seu tamanho, seu grau de inovação e 
suas relações com seus executivos, seus empregados e certas instituições externas, 
essa postura estratégica deve ser equacionada pelo planejamento estratégico da 
empresa. 
Essas mudanças exigem dos gestores a elaboração de estratégias criativas 
que garantam um desempenho superior capaz de garantir a sustentabilidade da 
empresa dentro deste cenário. O planejamento se torna então uma ferramenta de 
7 
 
 
 
 
grande utilidade, e que pode auxiliar os gestores na elaboração e prospecção de 
cenários futuros que podem favorecer a longo prazo toda organização. 
Quando uma empresa consegue se firmar no mercado após o período de 
mortalidade são encontrados inúmeros problemas organizacionais devido à falta de 
planejamento adequado. O dirigente da pequena empresa acaba guiando-se mais 
pela sua sensibilidade do que pela técnica administrativa de acordo com Moglioli 
(2006 apud ALVES et al., 2013). 
Realizar um planejamento estratégico pode contribuir em diversos aspectos 
dentro das empresas. Segundo Migliato (2004) ao se iniciar um processo que 
articula a visão da empresa, sua missão e competências de suas áreas funcionais 
todos os gerentes estão direcionados a agir com os mesmos objetivos. 
Segundo Migliato (2004) o processo do planejamento estimula o empresário a 
realizar pensamentos a longo prazo e realizar uma análise das ameaças e 
oportunidades do ambiente, além dos pontos fortes e fracos dentro da organização. 
O planejamento estratégico torna-se importante então devido a sua grande 
utilidade quando aplicado de maneira estruturada dentro da organização. A 
realização do planejamento estratégico em uma empresa de pequeno e médio porte 
contribui potencialmente para a identificação dos pontos e fracos da organização, 
identifica como a empresa está estruturada no mercado competitivo e como irá se 
comportar em cenários futuros a fim de elaborar estratégias que possam gerar 
resultados positivos e eficientes e melhorar o desempenho da empresa como um 
todo. A realização do presente trabalho proporcionou o conhecimento estrutural, 
prático e teórico e mostrou que toda e qualquer empresa independente do porte 
deve elaborar um planejamento estratégico que melhor se adeque as necessidades 
empresariais de cada organização. 
 
1.1 Visão 
 
Ampliar a participação de mercado, através da consolidação no segmento de 
varejo e atacado com ênfase em satisfação do cliente e diversificação de produtos. 
 
8 
 
 
 
 
1.2 Negócio 
 
Soluções em armarinhos. 
 
1.3 Missão 
 
Comercialização de soluções têxteis, visando a qualidade variedade e preço 
justo, estimulando a criação de acordo com a individualidade de cada cliente. 
 
1.4 Princípios 
 
1) Satisfação do cliente; 
2) Trabalho em equipe; 
3) Ética; 
4) Inovação; 
5) Respeito a individualidade. 
 
1.5 Slogan 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
2 ANALISE MACROAMBIENTE 
 
2.1 Análise de Ambiente Econômico 
 
Segundo a Cepal (2019), comissão econômica para a América latina e o 
caribe, a queda de demanda interna projeta uma baixa na demanda externa, 
vinculada a mercados financeiros. Em comparação percebe-se um crescimento das 
demandas sociais, caracterizada em tentar diminuir as desigualdades sociais. 
A Cepal (2019) demonstrou que o crescimento regional no ano de 2019 foi de 
0,1%, e que para o ano de 2020 as projeções de desenvolvimento sejam menores 
que o ano anterior, percebe-se que as projeções de desenvolvimento são piores 
desde 2014. 
Com a crescente pandemia do vírus COVID-19 a economia mundial terá uma 
bruta desaceleração, crescendo somente 2%. A desaceleração pode causar uma 
perca de 1 trilhão de dólares para a economia mundial durante o ano de 2020 diz 
especialista diretor da divisão Globalização e Estratégias de Desenvolvimento da 
agência, Richard Kozul-Wright. (EBC, 2020). 
O surto originário da china fez com que o país reduzisse sua exportação em 
cerca de $50 bilhões de dólares, gerando impactos nas cadeias de produção e 
diminuindo sua capacidade de compra em 22 pontos percentuais. (UNCTAD, 2020). 
No entanto, dados atuais do ano de 2021 nos mostram uma recente 
alavancada na economia brasileira. Para Verdélio (2021) a atividade econômica 
brasileira registrou alta em janeiro deste ano, de acordo com dados divulgados pelo 
Banco Central (BC) teve alta de 1,04% em janeiro, na comparação com dezembro 
do ano passado. O número foi calculado após ajuste sazonal, para comparar 
períodos diferentes. 
O Banco central apurou que em comparação com janeiro de 2020, o indicador 
registrou uma contração de 0,46%, informou o Banco Central. Já no acumulado dos 
12 meses até janeiro de 2020, houve queda de 4,04% – sem ajuste sazonal. 
(MARTELLO,2021). 
10 
 
 
 
 
Verdélio (2021) nos mostra que o crescimento registrado em janeiro 2021 
pelo Banco Central, o IBC-Bratingiu 140,30 pontos e, com isso, superou o patamar 
registrado em fevereiro de 2020 (140,02 pontos), ou seja, antes do início da 
pandemia da Covid-19. 
 
2.1.2 Cenário Nacional 
 
As perspectivas do FMI (2019) para o cenário econômico brasileiro realizadas 
no ano de 2019 demonstravam uma expectativa de crescimento de 2,2% no ano de 
2020 e respectivamente de 2,3% no ano de 2021, crescimento este gradativo de um 
ponto percentual. 
O Ipea (2019) afirma que a economia brasileira teve um avanço no último 
trimestre de 2019, crescimento este ocasionado pelo maior consumo das famílias 
brasileiras. Porém no quarto semestre de 2019 houve uma elevação de preços do 
mercado da bovinocultura, causando uma inflação de 4,2%. A expectativa do 
instituto era um crescimento de 1,7% durante o ano de 2020, com a recente 
atualização os índices apontam para 0,6%. 
Estimativas da Dimac do Ipea para fevereiro de 2021 mostram que a trajetória 
de recuperação continuou no primeiro bimestre deste ano na indústria e, 
principalmente, nos serviços. No entanto, o agravamento recente da pandemia, vem 
motivando os governos estaduais e municipais a reintroduzir medidas de isolamento 
social. 
Neste contexto de incertezas de política fiscal e relacionadas à pandemia, a 
previsão da Dimac/Ipea para o PIB de 2021 é de um crescimento de 3%, com recuo 
de 0,5% do PIB no primeiro trimestre, na comparação com ajuste sazonal. 
A Figura 1 mostra o crescimento e projeções do PIB em relação aos anos de 
2019 e projeções para 2022. Espera-se que ao longo de 2021 no segundo semestre, 
o cenário considerado na projeção de cobertura vacinal contra a Covid-19 esteja 
avançada e permita a retomada do crescimento devido ao aumento da confiança 
dos consumidores e empresários e à redução de medidas de isolamento social 
(DIMAC/IPEA 2021). 
11 
 
 
 
 
Figura 1 - Projeções: taxas de crescimento do PIB e seus componentes. 
 
Fonte: Ipea (2021). 
Em relação a produção a expectativa é de que o setor serviços volte a ganhar 
tração no segundo semestre, encerrando 2021 com alta de 2,8%. Já a indústria 
inicia o ano com 4,9% para o resultado acumulado de 2021, o PIB da indústria deve 
fechar o ano de 2021 com expansão de 3,7%. O PIB do setor agropecuário tem 
projeção de crescimento de 2,2% em 2021, com previsão de altas no valor 
adicionado das produções vegetal e animal. 
 
2.1.3 Cenário estadual de Mato Grosso do Sul 
 
Mato Grosso do Sul registrou aumento na arrecadação própria no ano de 
2020 na comparação com o ano anterior. O incremento foi de mais de 16%, a receita 
saltou de R$ 15,6 bilhões para 18,2 bilhões conforme (1) nos apresenta. 
Dados do Governo do Estado (2021) nos mostram que em janeiro e fevereiro 
de 2021 o superávit da balança comercial de Mato Grosso do Sul fechou em US$ 
175 milhões, valores em dólar, com relação a celulose, carne bovina e milho em 
grão. Destes itens, o único que registrou variação positiva nas exportações foi o 
milho, houve um de 200,54% em relação ao primeiro bimestre de 2020. 
12 
 
 
 
 
As exportações para a China recuaram 53,28% em relação ao primeiro 
bimestre do ano passado, mas o país se mantém como principal parceiro comercial 
de Mato Grosso do Sul, representando 20,51%. (2). 
 
2.1.4 Expectativas do Comércio 
 
O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro registrou queda de 4,1% em 2020, na 
comparação com 2019, afetado pela pandemia do Coronavírus. A Figura 2 
demonstra as diversas variantes da evolução do PIB entre os anos 2010 a 2020, 
nota-se o decaimento do Pib nos anos de recessão econômicas e crises políticas. 
Figura 2 - Evolução PIB brasileiro comparado a anos anteriores. 
 
Fonte: G1 (2021). 
De acordo com portal G1 (2021) o PIB começou o ano de 2021 com aumento 
de 10,2% na corrente de comércio (soma das exportações e importações), 
chegando a US$ 30,74 bilhões em janeiro. 
Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da 
Economia (SECEX/ME 2021) mostram que as exportações cresceram 12,4% e as 
importações cresceram 8,3%. 
O volume de vendas do comércio varejista no Brasil cresceu 0,6% em 
fevereiro, em comparação com janeiro, de acordo com Amorim (2021) apud Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística. 
A perspectiva do Fundo Monetário Internacional FMI (2021), para o grupo de 
mercados emergentes e em desenvolvimento, que inclui o Brasil, melhorou em 0,4 
ponto percentual para este ano, a um crescimento de 6,7%, mas ficou inalterado em 
13 
 
 
 
 
5,0% para 2022. Mas, o FMI chamou a atenção para o fato de que a maioria dos 
países da região não ter garantido vacinas suficientes para imunizar suas 
populações, incluindo o Brasil. Alertam também sobre as projeções para o Brasil que 
deve terminar este ano com uma taxa de desemprego de 14,5%, caindo a 13,2% em 
2022. Já as estimativas para os índices de preços ao consumidor estão em 
respectivamente, 4,6% e 4,0%. 
 
2.1.5 Inflação 
 
A inflação é definida como um aumento generalizado e contínuo dos preços. 
O aumento exclusivo de um produto ou serviço não constituem inflação, esse 
processo só ocorre quando diversos produtos têm uma elevação nos preços. A 
inflação fica maior cada vez que ocorre o aumento dos preços em relação aos 
produtos, esse aumento não ocorre de forma proporcional dificultando seu cálculo. 
(GREMAUD, et al., 2017). 
Os autores ainda definem que o processo inflacionário causa uma distorção 
nos recursos econômicos, pois a inflação influencia a tomada de decisão dos 
agentes. Clientes tomam base do preço dos produtos para fazerem comparação e 
identificar se o produto está caro ou não e assim toma a decisão de compra ou não 
do produto. 
O papel dos preços relativos, de indicar produção excessiva ou cara de 
determinados produtos, deixa de existir, comprometendo a chamada eficiência dos 
mecanismos de alocação de recursos do mercado. Ou seja, o processo inflacionário 
tende a prejudicar alguns grupos de pessoas, principalmente aquelas que não 
conseguem se proteger, essas pessoas têm seus gastos maiores que seus ganhos. 
Thomé (2017) relata que expectativa de inflação, tem relação com o impacto das 
perspectivas futuras dos agentes sobre a inflação. Contudo, a expectativa de 
inflação não é facilmente observada e por isso são utilizadas medidas que se 
aproximam desse componente. A mais utilizada nos cálculos do Banco Central, são 
expectativas extraídas de séries do mercado financeiro. 
14 
 
 
 
 
A inflação fechou 2020 com alta de 4,52%, trata-se da maior inflação anual 
desde 2016, quando o índice da época ficou em 6,29%, segundo o IPCA. 
Figura 3 - Evolução da inflação com relação aos anos de 2010 a 2020. 
 
Fonte: IBGE (2021). 
 Como demostrado na figura 4 nota-se que o setor de alimentação ocasionou 
a maior alta da inflação no ano de 2020. Preços de alimentos e bebidas acumularam 
alta de 14,09% ao longo do ano, o maior aumento registrado desde 2002 (19,47%). 
Os alimentos por si obtiveram metade da inflação do ano, com impacto de 2,73 
pontos percentuais sobre o índice geral (SILVEIRA; ALVARENGA, 2021 apud 
IBGE,2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 - Produtos com maior inflação no ano de 2020. 
 
 
Fonte: IBGE (2021). 
 
Com relação aos alimentos, as principais altas em 2020 foram o óleo de soja 
(103,79%) e o arroz (76,01%). Seguidos também por altas relevantes da batata-
16 
 
 
 
 
inglesa (67,27%), tomate (52,76%), leite longa vida (26,93%), frutas (25,40%) e 
carnes (17,97%). 
A habitação também teve altas respectivamente relevantes acumularam alta 
de 5,25% no ano. Que Segundo Kislanov foram ocasionados pelo alto custo da 
energia elétrica (9,14%). 
Os artigos de residência também tiveram acúmulos relevantes com alta 6% 
no ano, pressionados pelo efeito dólar sobre os preços de eletrodomésticos (5,18%) 
e equipamentos e artigos de TV, som e informática (18,75%). 
O IBGE destacouque, em conjunto, os grupos de alimentação e bebidas, de 
habitação e de artigos de residência responderam por quase 84% da inflação de 
2020.A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 4,92% para 5,01%, pesquisa 
divulgada semanalmente pelo Banco Central (Cristina Índio do Brasil – Repórter da 
Agência Brasil,2021). 
Para o ano 2022, a estimativa de inflação é de 3,6%. Tanto para 2023 como 
para 2024 a previsão para o indicador é de 3,25%. O cálculo para 2021 está próximo 
do limite da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. O centro da meta, 
definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo 
de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite 
inferior é de 2,25% e o superior de 5,25% (Andreia Verdélio – Repórter da Agência 
Brasil,2021). 
 
2.1.6 SELIC 
 
A Selic (sistema especial de liquidação e de custódia) é operada pelo banco 
central e é responsável pelas negociações escriturais que o tesouro Nacional emite 
e do BC, trata-se então de negociações de títulos públicos federais. Ela é expressa 
por representar diariamente a taxa de juros aplicada nas operações. 
A Selic é considerada uma taxa de juros base, porque o ambiente de 
negociação publica tende a ser mais estável, sem as turbulências das organizações 
17 
 
 
 
 
privadas. Essa alíquota acompanha o índice inflacionário e influencia as outras taxas 
de juros existentes. (3). 
Dias (2005) comenta que a taxa Selic é obtida mediante o cálculo da taxa de 
média ponderada das operações financeiras realizadas ao decorrer do dia referente 
aos títulos públicos. Basicamente a Selic possui duas funções: negociações de 
títulos federais e é definida como taxa de juros da economia com metas definidas 
mensalmente pelo COPOM. 
O autor ainda afirma que a taxa de juros usada como instrumento de política 
monetária tem o poder de acelerador ou de freio da demanda do mercado, quando 
ocorre à elevação da taxa básica de juros diminui a demanda de consumo e 
investimento. Em contrapartida quando se tem uma taxa de juros baixa o consumo 
tende a ser maior. 
Segundo a Receita Federal (2021) a taxa de juros equivalente à taxa 
referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos 
federais, relativa ao mês de março de 2021, como mostra a Figura 5, é aplicável no 
pagamento, na restituição, na compensação ou no reembolso de tributos federais, 
exigível a partir de 1º de abril de 2021 é de 0,20%. 
Figura 5 - Variações mensais percentuais da Selic a partir de 2013. 
 
 
Fonte: Receita Federal (2021). 
18 
 
 
 
 
O Boletim Focus, do Banco Central (BC,2021), elevou a projeção da taxa 
Selic para o fim do ano, que preveem a taxa básica de juros da economia chegue a 
5%. 
Após baixas históricas, o Comitê de Política Econômica (Copom) promoveu a 
elevação de 0,75 ponto porcentual. Com isso, a taxa Selic passou de 2% para 
2,75% ao ano. 
Na tabela abaixo a Focus pressupõe a longo prazo um aumento maior, que 
segundo documento da autoridade monetário prevê que para 2022, a taxa de juros 
atinja 6%. O mesmo patamar foi estimado para 2023 e para 2024. (4). 
Figura 6 - Meta Selic 2021-2024. 
 
Fonte: Focus (2021). 
 
Em relação à inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor 
Amplo), o Focus fez uma revisão de 4,60% para 4,71%. Para o ano que vem, prevê 
que deva ficar em 3,50%. Ao passo que em 2023 e 2024 deve atingir 3,25% em 
cada ano. Para o ano que vem, foi mantida a projeção do PIB em 2,39%. Nos dois 
anos seguintes, 2023 e 2024, a previsão é de alta de 2,50%. 
 
 
 
19 
 
 
 
 
2.2 FATORES SOCIAIS 
 
2.2.1 Situação sócia econômica 
 
O Brasil é um país que apresenta em seu território grandes disparidades 
socioeconômicas. Algumas áreas são mais privilegiadas por aspectos naturais e por 
políticas de investimento em infraestrutura, fatos que promovem um processo 
industrial mais avançado em determinadas regiões. 
Com a propagação do vírus Coronavírus na China e a disseminação mundial 
da nova doença, os impactos do Covid-19 na Economia e no Comércio Exterior 
(Exportação e Importação) são palpáveis. 
A atual situação econômica do Brasil vem causando muita preocupação a 
toda parcela da população que depende do seu próprio trabalho para garantir seu 
sustento. Sejam empregados ou empresários, estão todos preocupados com os 
rumos que nossa economia vem tomando nos últimos tempos. 
Portrait, Lindeboom e Deeg (2001 apud CARRAPATO et al, 2017) descrevem 
que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1946 a saúde é definida 
como um estado completo de bem-estar físico, mental e social e não apenas a 
ausência de doença ou enfermidade. Esta definição (mantida inalterada até à 
atualidade) pressupõe que a condição de saúde de um indivíduo é um conceito 
complexo, multidimensional e dinâmico. 
O Estado tem a obrigação de lidar com aspectos ligados a investimentos e 
políticas públicas, analisando as ações e propondo, quando necessário, mudanças 
no rumo das mesmas, assim define Souza (2006). Dessa forma, com um número 
cada vez maior de governos e países com escassez de recursos, surge a 
necessidade de verificar e analisar a eficiência desses recursos (KUWAHARA et al., 
2010). 
 
 
 
20 
 
 
 
 
2.2.2 Rendimento familiar brasileiro 
 
Nas grandes e modernas economias é normal que a maior parcela da 
população atenda suas necessidades através de trocas mercantis, essas 
necessidades são atendidas através da renda. Em geral existem dois subgrupos de 
pobreza de acordo com sua renda, um referente aos pobres e outros aos indigentes. 
Os pobres são aqueles que possuem rendas abaixo da média, incapazes de atender 
várias necessidades essenciais para sua subsistência. Os indigentes são aqueles 
que se quer tem capacidade de atender as suas necessidades nutricionais (5). 
Para a autora existem três tipologias para a definição de desenvolvimento dos 
países. Uma é caracterizada por países que não possuem nenhum tipo de condição 
econômica para suprir o mínimo de necessidades principais de seus cidadãos. O 
segundo é formado por países que são economicamente desenvolvidos e com renda 
per capita elevada, garantindo pelo menos o mínimo das necessidades básicas dos 
cidadãos e por fim um terceiro grupo que está em uma média ponderada onde, 
existes recursos para suprimentos de necessidades. O Brasil está caracterizado 
como terceiro grupo, passando longe da linha de pobreza extrema, o problema 
característico do país em relação a pobreza é a distribuição de renda, onde 
podemos notar uma distribuição desigual. 
Dados do IBGE apresentados por Silveira (2019) ao G1, mostram que cerca 
de 23,9% das famílias brasileira vivem com uma faixa de renda salarial de 
R$1.245,00. Esse valor é apresentado sem os descontos de encargos. Em medias 
as famílias brasileiras possuem uma renda de R$5.088,70. Essa média considera 
todos os ganhos de todas as famílias brasileiras, uma média consideravelmente alta, 
mas ao realizar a divisões por faixas de rendimento nota-se uma disparidade muito 
alta. 
A pesquisa de orçamentos familiares (2018) mostra que o rendimento familiar 
é composto por receitas e despesas. É a partir desses rendimentos que as famílias 
decidem quantos bens de consumo e serviços que serão adquiridos. 
Na pesquisa da instituição realizada nos períodos de 2017-2018 contatou-se 
que famílias em áreas urbanas, o valor do rendimento total médio e da variação 
patrimonial foi de R$ 5 806,24 enquanto em áreas rurais, R$3 050,49. Ou seja, em 
21 
 
 
 
 
média, as famílias em situação rural receberam pouco mais da metade (52,3%) dos 
valores que as famílias em áreas urbanas receberam, o que revela uma diferença 
significativa entre as duas áreas. Rendimentos relacionados a trabalho tiveram um 
índice médio de R$3118,16. Na pesquisa também estãoinclusos rendimentos de 
imóveis, não monetários entre outros. 
A figura 7 como podemos notar demostra em proporção os principais tipos de 
rendimento familiar médio brasileiro entre os períodos de 2017 e 2018. 
Figura 7 - Distribuição do rendimento familiar brasileiro. 
 
 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa de 
Orçamentos Familiares 2017-2018. 
 
Dados do IBGE, analisados pela revista Veja (2019) demonstraram um 
crescente número de pessoas que vivem abaixo da linha extrema pobreza. Esse 
aumento se dá principalmente pela crise brasileira derivada do ano de 2015. No ano 
de 2014 o percentual dos brasileiros abaixo da linha extrema da pobreza era de 
4,5%, em 2018 esse percentual chegou ao patamar de 6,8% totalizando 13,5milhoes 
de pessoas. 
Percebe-se ainda que a população que vem sendo mais afetada em níveis de 
pobreza é a preta/parda que representa cerca de 72,7% dos pobres no brasil e 
27,2% abaixo da linha da pobreza são mulheres. 
22 
 
 
 
 
Dados analisados pelo IBGE apud Silveira e alvarenga (2020) mostraram que 
a renda familiar per capita teve um aumento de 4,8% maior que no ano de 2018. A 
renda domiciliar ficou em R$1.439,00 reais, esse resultado é a soma de todos os 
rendimentos dos membros da família, divididas por todos os familiares. 
Como apresentado na figura 8 os níveis de crescimento da renda familiar 
brasileira do período do primeiro trimestre de 2017 ao último trimestre de 2019, 
mostram crescente aumento ao longo do período. 
Figura 8 - Variação dos níveis de renda familiar de 2017 a 2019. 
 
 
Fonte: IBGE (2020). 
Devido à crise sanitária do Corona vírus em 2020 os brasileiros tiveram queda 
na renda no qual uma pesquisa do IBGE revelou que a renda média per capita do 
país em 2020 ficou em R$ 1.380. Comparado ao ano de 2019, o rendimento tinha 
sido de R$ 1.439. 
Além da crise sanitária o país já sofria pela forte crise econômica que vem 
afetando milhares de brasileiros. Os números do IBGE revelaram que a taxa de 
desemprego cresceu em 13,5% em 2020, e consequentemente fazendo com que a 
renda do cidadão fique abaixo do esperado. A renda per capita no Brasil por Estado 
está apresentado na figura 9. 
23 
 
 
 
 
 
 Figura 9 - A renda per capita no Brasil em 2020 por estado. 
 
Fonte: IBGE (2020). 
No entanto há estados em que o rendimento ficou ainda menor devido a 
desigualdade social do país. O Distrito Federal e em São Paulo, obtiveram as 
maiores fontes de renda variando entre R$ 2.475 e de R$ 1.814. Já os piores índices 
foram para o Maranhão, onde foi registrado R$ 676 por família. 
 
2.2.3 Endividamento da população brasileira 
 
Lopes (2012), mostra que a necessidade da criação de crédito pode gerar um 
alto grau de endividamento que ocasiona a insolvência civil. O endividamento de 
maior grau pode acarretar a contração despesas de consumo privado. As famílias 
brasileiras endividadas podem não arcar com seus compromissos afetando os níveis 
de confiança de crédito. 
De acordo com dados da Confederação Nacional do Comercio (2019), 
apontavam que o endividamento das famílias brasileiras subiu pela nona vez, a 
pesquisa aponta que cerca de 65% da população diz ter dívidas e que o número de 
pessoas que não conseguem pagar suas dívidas em atraso é de 9,6%. Os dados 
também demostram que as modalidades da dívida familiar se compõem em cheque 
Unidades da Federação 
Rendimento nominal 
mensal domiciliar per 
capita da população 
residente (R$)
Brasil 1.380
Rondônia 1.169
Acre 917
Amazonas 852
Roraima 983
Pará 883
Amapá 893
Tocantins 1.060
Maranhão 676
Piauí 859
Ceará 1.028
Rio Grande do Norte 1.077
Paraíba 892
Pernambuco 897
Alagoas 796
Sergipe 1.028
Bahia 965
Minas Gerais 1.314
Espírito Santo 1.347
Rio de Janeiro 1.723
São Paulo 1.814
Paraná 1.508
Rendimento nominal mensal domiciliar per capita 
24 
 
 
 
 
especial, carne de loja, empréstimos pessoal e cartão de crédito, inclusive o cartão 
de crédito aparece com 79,5% do endividamento familiar brasileiro, ocupando o 
primeiro lugar no posto. 
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo 
(CNC,2020), mostra que o percentual de famílias com dívidas diminuiu em 
fevereiro de 2020 em comparação a janeiro, mas aumentou na comparação com 
fevereiro do ano passado. Houve alta do percentual de famílias com contas ou 
dívidas em atraso entre janeiro e fevereiro deste ano e em relação a fevereiro de 
2019. O percentual de famílias que relataram não ter condições de pagar suas 
contas em atraso também apresentou crescimento nas comparações mensal e 
anual. 
Ainda segundo a pesquisa a alta do endividamento está relacionada a 
condições mais propendas do mercado financeiro para crédito ao consumidor, 
derivada da melhora recente do mercado brasileiro e da taxa de juros baixa que 
ocasiona diminuição nos custos do crédito. Entre janeiro de 2020 e faveiro do 
mesmo ano, uma maior parcela da população se declarou endividada, os números 
subiram de 14,5% em janeiro para 15% em fevereiro. 
Após três reduções seguidas, o número de brasileiros com dívidas voltou a 
subir no último mês de 2020, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio 
de Bens, Serviços e Turismo (CNC,2021). A Pesquisa de Endividamento e 
Inadimplência do Consumidor (Pec.) de dezembro apontou que 66,3% dos 
consumidores estão endividados, uma alta de 0,3 ponto percentual com relação a 
novembro. No comparativo anual, o indicador registrou aumento de 0,7 ponto 
percentual. 
A figura 10 mostra os principais itens que proporcionam a maior parte do 
endividamento financeiro das famílias brasileiras. A tabela também mostra a 
diferenciação na faixa salarial. 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
Figura 10 - Dívidas das famílias brasileiras em dezembro de 2020. 
 
Fonte: CNC-PEIC (2020). 
 
Com relação aos tipos de dívida, a proporção de brasileiros que utilizam o 
cartão de crédito voltou a crescer, alcançando 79,4% das famílias, mantendo-se 
como a principal modalidade de endividamento. Além do cartão de crédito, o cheque 
especial também aumentou a sua participação entre as famílias endividadas. 
 
2.2.4 Classes brasileiras 
 
O levantamento realizado pelo Instituto Locomotiva analisado por Alvarenga e 
Martins (2021), mostram que as classes ricas brasileiras se mantiveram no ano de 
2020, em contrapartida as classes B ela caiu de 51% em 2020 para 47% em 2021 
mesmo tamanho da classe baixa estima-se que cerca de 4,9 milhões de famílias 
caíram para a classe baixa no último ano. 
26 
 
 
 
 
Se antes da queda de 2015 a classe C tinha como meta o consumo 
ostentação, agora a exigência é por uma compra com o melhor custo-benefício para 
o consumidor (CAMILE, 2019). 
Conforme o levantamento, a base da pirâmide social passara a abarcar um 
total de 41 milhões de famílias ao fim do ano o equivalente a 56% dos domicílios 
brasileiros. No ano passado, 51% das famílias brasileiras-cerca de 37,2 milhões de 
lares estavam nas classes D/E, onde quem mais vai perder é a classe C onde um 
estudo mostra que a classe C deve encolher em 1,8 milhão de famílias, para 20,9 
milhões sendo assim a classe c vai ser a mais prejudicada. 
As análises realizadas pelo instituto também mostram que as famílias de 
classe média brasileiras têm diminuído nos últimos 10 anos. Dados do levantamento 
afirmam que pela primeira vez na década os níveis de pobreza extrema têm 
aumentado gradativamente. A figura 11 mostra o deslocamento da classe média 
brasileira durante a década. 
Figura 11 - Encolhimento da classe média brasileira na última década. 
 
Fonte: G1 (2021). 
 
27 
 
 
 
 
2.2.5 Responsabilidade social 
 
A responsabilidade social se dá de forma voluntaria nas organizações, onde 
elas realizam comportamentos e ações que visam o bem-estar comum. Não deve 
ser realizada apenas por questões fiscais, envolve o benéfico da coletividade, seja 
deseu público interno(funcionário), seja da comunidade em que está inserida. (EON, 
2014). 
Para Morcelie e Avila, (2016) a responsabilidade social dentro das 
organizações consiste em desenvolver políticas e práticas que articuladas refletem a 
responsabilidade dos negócios para a sociedade. Atualmente a responsabilidade 
social de uma empresa atende as expectativas de todos os seus stakeholders atuais 
e futuros e tende a realizar ações que deixem a sociedade mais sustentável. 
A responsabilidade social da empresa é também caracterizada por ser uma 
influenciadora da imagem da organização. Dessa forma, quando a empresa 
realizada as práticas corretas, estão garantindo uma boa consolidação da imagem 
organizacional perante os stakeholders, afetando de forma positiva essa relação. 
(MORCELLI, et al., 2016). 
A responsabilidade social contribui para que a organização estabeleça 
relações solidas com seus colaboradores, clientes e fornecedores. Auxilia no 
cumprimento das leis reforça a imagem da empresa positivamente, além de servir de 
centro motivacional para funcionários e a comunidade. A responsabilidade social de 
uma organização vai muito além de apoiar um projeto social ou realizar atividades 
que preservem o meio ambiente, para ser uma empresa totalmente responsável é 
necessário que ela invista no conforto de seus colaboradores, melhores seu 
ambiente de trabalho, garantir satisfação ao cliente e estar em dia com suas 
obrigações fiscais (SILVA, 2012). 
Ainda segundo a autora os ganhos para as organizações que adotam tais 
medidas são inúmeros como: reduz riscos, porque examinam proativamente e 
atentamente elementos de riscos e passam a adotar um gerenciamento de crise 
efetivo. Garante lucros futuros, ao suprir necessidades sociais, por meio de 
atividades cria-se um valor de mercado. Em imagem, vendas e marca, pelo 
fortalecimento e fidelidade à marca e aos produtos. Aos acionistas e investidores, 
28 
 
 
 
 
pela melhor visibilidade da empresa na sociedade e no mercado e por atrair 
investimentos. 
Publicidade melhora sua imagem corporativa, acrescido da geração de mídia 
espontânea. Tributação, abatimento de impostos para empresas patrocinadoras. 
Produtividade de pessoas, pelo maior estímulo, empenho e motivação dos 
funcionários, criando assim um ambiente de trabalho onde as pessoas realizam seu 
potencial por completo. Em ganhos sociais, pelas mudanças comportamentais e 
intelectuais da comunidade. 
De acordo com Chiavenato (1999 apud QUEIROZ et al,2014) diz que 
responsabilidade Social é o grau de obrigações que uma organização assume 
através de ações que protejam e melhorem o bem-estar da sociedade à medida que 
procura atingir seus próprios interesses. A organização além de preocupar-se com 
seus lucros se sente no direito de ressarcir de alguma forma a sociedade, portanto 
passam a adotar ações que beneficiem a sociedade, e que quando alcançada atinge 
seu grau de eficiência e eficácia. 
A empresa que optar por colaborar com o social está contribuindo também 
para o seu desenvolvimento e sustentabilidade no mercado que cada vez está mais 
competitivo. As áreas beneficiadas pelas atitudes empresariais sociais são saúde, 
educação, cultura e qualificação profissional (FERREIRA, 2010). A responsabilidade 
social se tornou uma estratégia altamente competitiva no âmbito empresarial, onde a 
qualidade dos produtos e serviços e o quesito preço estão cada vez mais atraentes, 
se configurando essenciais. 
 
2.3 Fatores culturais 
2.3.1 Nível de Analfabetismo Brasileiro 
 
Por definição, analfabeto é aquele Indivíduo que não sabe ler nem escrever; 
quem não possui instrução formal ou desconhece o alfabeto (DICIO). Porém Frago 
(1993, p. 15) citado por Balem afirma que, em um sentido figurado, mais amplo, o 
analfabeto é “aquele que não conhece ou não sabe nada sobre um tema 
determinado”. 
29 
 
 
 
 
Segundo dados fornecidos pelo IBGE ouve uma queda no percentual do nível 
de analfabetismo das pessoas com idade a partir de 15 anos. A redução no ano de 
2016 foi cerca de 7,2% e no ano de 2017 caiu para 7%. No entanto, esses níveis 
ainda não alcançaram a meta estipulada no ano de 2015, onde o percentual 
estabelecido era de cerca de 6,5% estipulado pelo PNE (NETO, 2018). 
Com a demonstração da figura 12 identifica-se que a maior concentração de 
estados brasileiros que não alcançaram as metas estipuladas foram os da região 
norte e nordeste, ambos estados com índices maiores que 7%. 
Figura 12 - Analfabetismo brasileiro da população de 15 anos ou mais 
. 
Fonte: IBGE (2016). 
 
Em relação ao nível de escolaridade do ensino superior Neto (2018) observa 
uma maior concentração de pessoas a partir de 25 adentrando as universidades, a 
taxa para o ano de 2016 era de 15,3% e no ano de 2017 foi de 15,7%. Em relação a 
raças cerca de 22,2% dos brancos concluíram o ensino superior e 8,8% dos negros 
no ano de 2016. 
Ainda segundo dados do IBGE para o ano de 2018 na Figura 13 tem-se um 
percentual de baixa nos níveis de analfabetismo e um aumento nos níveis de 
escolaridade básica. Nota-se que ocorre uma queda gradativa nos índices, pois no 
ano de 2017 os níveis de analfabetos possuíam uma queda de 7% e na pesquisa 
30 
 
 
 
 
anual de 2018 os níveis percentuais foram de 6,8. Meta essa que ainda não 
alcançou o plano estipulado pelo PNE. 
Figura 13 - Analfabetismo brasileiro da população de 15 anos ou mais. 
 
Fonte: IBGE (2018). 
 
Em contrapartida a Figura 14 demonstra que a taxa de escolarização entre 
crianças e adolescentes tem se mostrado favorável visto que no ano de 2016 para a 
faixa etária de 6 a 14 anos cerca de 92,25 das crianças estavam escolarizadas, no 
ano de 2017 este percentual se manteve, mas para 2018 ocorreu um acréscimo de 
um ponto percentual, passando de 92,2% para 93,3%. 
Figura 14 - Percentual dos níveis de escolarização brasileira em anos 
 
Fonte: IBGE (2018). 
 
Segundo a Gazeta (2019) apenas 13 estados brasileiros conseguiram atingir 
a meta de erradicação do analfabetismo para níveis abaixo de 6,5%. A partir da 
31 
 
 
 
 
figura 15 percebe que a maior concentração de estados brasileiros que não 
alcançaram a meta estipulada se concentra na região norte e nordeste. 
 
Figura 15 - Meta de alfabetização brasileira. 
 
Fonte: Gazeta do Povo (2019). 
 
2.4 Fatores políticos 
2.4.1 Políticas Tributárias 
 
Para Carnio (2015) a mão reguladora do Estado se faz presente na vida dos 
agentes econômicos como reguladora e incentivador de conteúdo tributário. Por 
meio dos tributos, o Estado incentivar ou acaba a desestimular condutas dos 
agentes econômicos. 
O incentivo do governo permite de forma indireta uma intervenção dentro da 
economia ensejando a adoção de comportamentos pelos agentes de mercado que 
32 
 
 
 
 
contribuam para o interesse público. Celso Ribeiro Bastos apud (CARNÍO, 2015) diz 
que: 
 O incentivo traz em si a ideia de estímulo, de ajuda, enfim, de concessão, 
de benefícios no implemento da atividade privada. É dizer, o Estado pode 
incentivar determinados ramos da economia, quando no seu mais rápido 
desenvolvimento vir um interesse coletivo. 
 
O conjunto de medidas corretivas de grandes depreciações econômicas e 
processos inflacionários são chamados de política fiscal, essas medidas são 
empregadas pelo governo para ajuste da conjuntura econômica, promovendo assim 
a repressão do processo inflacionário e a retomada da economia (CARNÍO, 2015). 
Os autores Ribeiro e Castro (2013), relatam que diante da crise econômica 
atravessada foram necessárias medidas intervencionarias tributarias. Essas medidas 
em primeiro momento reduzem uma diminuição da receita pública, mas também 
possibilitam a retomada do equilíbrio econômico nos períodos posteriores. Então 
nota-se que o sistema tributário tem como objetivo o desenvolvimento social e 
econômico, sem o comprometimento das criações de emprego a reduçãoda 
dependência de capitais externos, a eliminação da pobreza, as justiças fiscal e 
social, a diminuição das desigualdades regionais. 
Prosseguindo, a grande questão da população brasileira é sobre a 
arrecadação tributária, pois a população vem pagando os gastos de endividamento 
público. Identificando uma carga tributária elevada deveria acarretar a prestação de 
serviços de qualidade. A transferência de expressivos recursos da economia para as 
contas públicas enfraquece o investimento e reduz o consumo 
Ribeiro e Gesteiro (2005) ressaltam que a aplicação dos tributos somente 
como medida arrecadatória traz consequências como a diminuição da produção de 
bens e serviços, diminuição dos níveis de emprego, diminuição de poder aquisitivo 
da população, redução de consumo e o país se mostra menos competitivo em 
relação aos outros países. 
A federação nacional do comercio (2020) relata que os tributos arrecadados 
pelo governo federal atingem os três âmbitos: Federal, Estadual e Municipal. A 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Imposto de Renda de Pessoa 
Jurídica (IRPJ), ambos recolhidos para a União; o imposto sobre a circulação de 
33 
 
 
 
 
mercadorias (ICMS) é pago ao governo estadual e para o âmbito municipal tem-se o 
IPTU E ISS. 
Segundo o art.174. Da constituição federal diz:” 
Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado 
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e 
planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo 
para o setor privado. 
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do 
desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará 
os planos nacionais e regionais de desenvolvimento. 
O art.150. Da Constituição Federal prevê que: Sem prejuízo de outras 
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
I - Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
II - Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação 
profissional ou função por eles exercida, independentemente da 
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei 
que os houver instituído ou aumentados; 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a 
lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea. 
Com a recente pandemia do Coronavírus o governo Federal por sua vez teve 
que adotar medidas que minimizassem os impactos ocasionados pelo vírus. As 
medidas adotas pelo governo preveem o adiantamento do 13° salário para os 
aposentados a redução temporária de encargos tributários para os empresários, 
ampliação do programa bolsa família e novos recursos da saúde para estados e 
municípios (MARIANA, 2020). 
Segundo Yvon Galillard (2021), economista e fundador da Dootax que otimiza 
as rotinas fiscais de empresas ainda há muitas dúvidas sobre uma possível reforma 
tributária. A Dootax se propõe a fazer criar uma base na qual as empresas podem 
ver o real Impacto de uma reforma em sua operação. 
 
 
 
34 
 
 
 
 
2.4.2 Políticas governamentais 
 
É comum afirmar que o estado é responsável pelo bem-estar da sociedade e 
que para isso é necessário uma serie de atitudes que atuantes em diferentes áreas 
como saúde, educação e meio ambiente. Para realização dessas atividades utilizam 
as políticas públicas, um conjunto de ações e decisão voltadas para a solução de um 
determinado problema da sociedade. Ou seja, as Políticas Públicas são a totalidade 
de ações, metas e planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) 
traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. (CARVALHO, 
2008) 
Na visão de Carvalho (2008) o interesse púbico por sua vez se dá por meio 
das demandas e expectativas da sociedade, com atuação em diversos grupos esses 
grupos sofrem oposição ou podem ser apoiados, tem-se então que o interesse 
público se dá por meio de da disputa de todos os grupos da sociedade. 
Para Mazui e Castilho (2019) na atual gestão governamental foram 
implantadas metas de gestão, essas metas tinham como principal objetivo o 
combate de fraudes no INSS, redução dos cargos ociosos da administração pública, 
promoção de ações que facilitem a negociação com o comercio exterior, 
alfabetização acima de tudo, cobertura vacinal, porte legal de armas, estímulos a 
agricultura familiar. 
A Atual gestão sancionou o projeto de lei do plano plurianual, que estipula um 
gasto de 6,8 trilhões entre o início de 2020 e o fim de 2023. Esse valor será aplicado 
durante o período descrito em quesitos econômicos, sociais, infraestrutura, 
ambiental e institucional. (Agência Senado, 2019) 
Ainda segundo informações do senado a derivada da pandemia mundial, 
senadores apoiam a criação de uma linha de crédito no valor de 40 milhões para 
pequenas e medias empresas, esse crédito será fornecido com o intuito de 
beneficiar os trabalhadores e aliviar as empresas da pressão econômica gerada pelo 
Coronavírus. Esse empréstimo proporcionara as empresas a cobrirem dois meses 
de folha de pagamento de seus funcionários. A proposta é incentivar futuramente a 
retomada do crescimento econômico. 
35 
 
 
 
 
Outra medida referente aos efeitos do Coronavírus é o pagamento de um 
auxílio emergencial durante três meses com um valor referente a R$600 para 
profissionais autônomos e a mães que sustentam sozinha o âmbito familiar, para 
elas o valor referente será de R$1200. A medida já foi aprovada pelo Congresso 
Nacional e passa agora pelo Senado. 
No âmbito do estado do Mato Grosso do Sul parlamentares estão se 
mobilizando para que os impactos da pandemia não afetem tanto o estado. 
Parlamentares, empresários e a Energisa fizeram reunião via videoconferência para 
tentar encontrar medidas que beneficiem os empresários e os clientes (Peres,2020). 
Outra medida tomada pelo estado foi o impedimento do corte de energia, 
água e gás para a população enquanto não estiver controlada a pandemia do 
COVID-19. (GIMENES, 2020). 
Informações da Prefeitura Municipal de Nova Andradina (2020) mostram que 
o prefeito em decreto autoriza a cassação do alvará de funcionamento do 
estabelecimento que realizem práticas de aumento de preço injustificado de 
produtos que combatam o COVID-19. 
A Cogecom (2020) em reunião com a associação comercial, poder público e 
ministério público, decidiu a permanência da vigência do decreto que determinava o 
fechamento do comercio e a quarentena até o dia 5 de abril. Medidas para abertura 
controlada do comercio foram apresentadas pelo prefeito, porém a medida está 
condicionada ao quadro de saúde que o municio apresentar. 
Cheio de incertezas os comerciantes pedem a reabertura de suas empresas, 
pois eles têm medo das possíveis implicações futuras sobre seus estabelecimentos, 
visto que a não abertura do estabelecimento acarreta uma serie de perdas 
involuntárias e inúmeras despesas sem retorno. 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
2.5 FATORES DEMOGRÁFICOS 
 
2.5.1 Demografia populacional 
 
No Brasil e em vários países do mundo nota-se um novo paradigma 
demográfico, a diminuição do crescimento populacional e a mudança na pirâmide 
etária. Expectativas para 2035 mostram uma força de trabalho mais envelhecida e 
uma diminuição contingente da população. (CARMO, et al., 2018). 
Com essas mudanças na estrutura etária, a população-alvo de diferentes 
políticas públicas tende a variar de maneira significativa em cada período apontado. 
Por exemplo, a queda expressiva nas taxas de natalidade e fecundidade diminui a 
proporção de crianças e jovens na população total, oque aumenta a possibilidade 
de ampliação do atendimento à educação formal desse contingente populacional. 
Uma vez que a demanda para o ensino fundamental e médio diminui, eleva-se o 
potencial de maiores investimentos per capita na educação para a melhoria do 
sistema (IBGE, 2015). 
Como o censo demográfico é realizado pelo IBGE a cada dez anos 
observamos que no ano de 2010 a população brasileira tinha cerca de 190.755.799 
milhões de pessoas. A estimativa do instituto para o ano de 2018 foi 208.494.900 
milhões e a estimativa no ano de 2019 foi de 210.147.125 milhões, ou seja, um 
crescimento de aproximadamente 20 milhões de pessoas em uma década. (6). A 
figura 16 demonstra o crescimento da população ao longo dos anos. 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
Figura 16 - Estimativa do crescimento populacional no Brasil. 
 
 
Fonte: IBGE (2019). 
O presidente da Embrapa Lopes (2015) diz que vivendo mais, as pessoas 
permanecerão ativas por prazos mais longos, o que exigirá ajustes no mundo do 
trabalho, que se tornará mais multigeracional. 
Segundo Gerbelli (2019) com o envelhecimento populacional brasileiro se 
perde a força jovem de trabalho, o brasil sempre se beneficiou do bônus 
demográfico, ou seja, mais pessoas entravam no mercado de trabalho do 
que saiam. O envelhecimento dos brasileiros pode impor restrições ao 
crescimento da economia no médio e longo prazo e pressionar ainda mais as 
contas públicas o envelhecimento dos brasileiros pode impor restrições ao 
crescimento da economia no médio e longo prazo e pressionar ainda mais as contas 
públicas. 
Neste cenário a necessidade de criar novas rotinas de produtividade se 
tornam necessárias para que os trabalhadores possam custear uma boa 
aposentadoria aos futuros aposentados. 
 
2.5.2 Processo migratório 
 
Em relação ao processo migratório brasileiro a Secretaria da justiça e 
segurança pública (2019) diz que uma grande parcela da população internacional 
38 
 
 
 
 
está se fixando no país. Haitianos, venezuelanos e colombianos são as três 
principais nacionalidades que formam o grupo de imigrantes no Brasil de 
2018Constata-se na figura 17 que dentre os anos de 2012 para 2018 houve uma 
inversão no processo migratório, onde os venezuelanos atualmente ocupam o pódio. 
Figura 17 - Povos que mais imigram para o Brasil 
 
 
Fonte: Justiça e Segurança Pública (2019). 
Para Cavalcanti (2019) contata que a maior parte dos fluxos é constituída por 
pessoas é do sexo masculino, uma população jovem que com nível de ensino médio 
e superior. Os grupos que mais empregaram os imigrantes no país foram o 
segmento produção de bens e serviços industriais e setores do comercio na área de 
vendas. O primeiro semestre de 2019 manteve a tendência observada para 2018, 
com saldo positivo nas movimentações de trabalhadores. Haitianos e venezuelanos 
foram as nacionalidades com maior movimentação no mercado de trabalho formal 
brasileiro. 
2.5.3 Processo emigratório 
 
O Brasil subiu na posição de países que mais enviam imigrantes para as 
nações mais ricas. Em 2017 chegou a 99 mil o número de brasileiros que mudaram 
para os países ricos, os países mais procurados pelos brasileiros são Portugal e 
Itália. (Fernandes, 2019). 
39 
 
 
 
 
A CNC (2010) e o Censo 2010 mostrou que 35,4% da população não residia no 
município onde nasceu, sendo que 14,5% (26,3 milhões de pessoas) moravam em 
outro estado. São Paulo (8 milhões de pessoas), Rio de Janeiro (2,1 milhões), 
Paraná (1,7 milhão) e Goiás (1,6 milhão) acumularam a maior quantidade de 
pessoas residentes que não nasceram lá. Enquanto isso, Minas Gerais (3,6 milhões 
de pessoas), Bahia (3,1 milhões), São Paulo (2,4 milhões) e Paraná (2,2 milhões) 
fora os estados com os maiores volumes de população natural que foi morar em 
outras unidades da federação. 
 
2.6 Fatores legais 
 
2.6.1 Área tributária 
O sistema de obrigações fiscais no Brasil é regulado pela: Constituição 
Federal; Código Fiscal Brasileiro; por leis complementares; leis ordinárias; 
resoluções do senado; pelas leis estaduais e municipais. (SEBRAE,2020) 
Informações da Receita Federal (2020): Os principais impostos pagos pelas 
empresas contribuintes são: 
Âmbito Federal: 
IRPJ (Imposto sobre a renda das pessoas jurídicas): Pessoas jurídicas e as 
pessoas físicas a elas equiparadas, domiciliadas no País. Elas devem apurar o IRPJ 
com base no lucro, que pode ser real, presumido ou arbitrado. A alíquota do IRPJ é 
de 15% (quinze por cento) sobre o lucro apurado, com adicional de 10% sobre a 
parcela do lucro que exceder R$ 20.000,00 / mês. 
IPI - Imposto sobre produtos industrializados: É contribuinte dessa 
modalidade//e o importador, em relação ao fato gerador decorrente do desembaraço 
aduaneiro de produto de procedência estrangeira; industrial, em relação ao fato 
gerador decorrente da saída de produto que industrializar em seu estabelecimento, 
bem assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar. E o 
estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador relativo aos 
produtos que dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos geradores 
decorrentes de atos que praticar. 
40 
 
 
 
 
Programa de Integração Social (PIS): O PIS referente a Lei Complementar 
n° 7/1970 é pago pelo empregador e contribui para a integração do empregado no 
setor privado e com o desenvolvimento da empresa. O pagamento do PIS é de 
responsabilidade da caixa econômica federal. 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL): Estão sujeitas ao 
pagamento da CSLL as pessoas jurídicas e as pessoas físicas a elas equiparadas, 
domiciliadas no País. A alíquota da CSLL é de 9% (nove por cento) para as pessoas 
jurídicas em geral, e de 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas 
consideradas instituições financeiras, de seguros privados e de capitalização. A 
apuração da CSLL deve acompanhar a forma de tributação do lucro adotada para o 
IRPJ. 
II (Imposto de importação): O imposto sobre a importação de produtos 
estrangeiros 
(II) incide sobre a importação de mercadorias estrangeiras e sobre a bagagem 
de viajante procedente do exterior. No caso de mercadorias estrangeiras, a base de 
cálculo é o valor aduaneiro e a alíquota está indicada na Tarifa Externa Comum 
(TEC). No caso da bagagem, a base de cálculo é o valor dos bens que ultrapassem 
a cota de isenção e a alíquota é de cinquenta por cento. 
Âmbito Estadual: 
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS): 
Ele incide sobre a circulação de mercadorias, prestações de serviços de transporte 
interestadual, ou intermunicipal, de comunicações, de energia elétrica. Também 
sobre a entrada de mercadorias importadas e serviços prestados no exterior. 
Âmbito Municipal: 
Imposto Sobre Serviços (de qualquer natureza) (ISS): Todos os prestadores 
de serviços, pessoas físicas ou jurídicas, obrigadas à inscrição no cadastro dos 
contribuintes, que recolhem o SSQN mensalmente. Os profissionais liberais, que 
pagam o ISSQN fixa anual distribuído em 12 parcelas anuais. Tratando-se de 
prestador de serviço não inscrito no Cadastro Econômico da Prefeitura deverá ele 
ter o ISSQN devido retido na fonte por seu tomador. A alíquota varia de 3% a 5% 
dependendo do tipo de serviço prestado. 
41 
 
 
 
 
 
2.6.2 Fatores legais trabalhistas 
 
2.6.2.1 Reforma Trabalhista 
 
Informações retiradas da CLT atualizada (2017) apud Pereira e Orsi, (2018) 
com a aprovação do decreto de lei n° 5452 foi realizada a reforma trabalhista no ano 
de 2017, as alterações realizadas modificaram as formas de trabalho formal e 
informal e as relações entre empregado e empregador. As principais alterações 
foram: 
Criação do trabalho intermitente: O funcionário, embora registrado no regime 
CLT não preste serviços frequentes a organização e o salário do funcionário são 
equivalentesao período trabalhado. 
Trabalho autônomo: A reforma permitiu que fosse negado o 
contrato de exclusividade do trabalhador autônomo, podendo então o trabalhador 
prestar serviços para qualquer natureza a tomadores da mesma atividade 
econômica ou não. 
Teletrabalho: Art. 75-B. Considera-se teletrabalho a prestação de 
serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a 
utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, 
não se constituam como trabalho externo. 
Negociação direta com o empregador/trabalhador “Hipersufuciente”: O 
trabalhador portador de diploma de nível superior pode negociar diretamente com 
seu empregador suas condições de trabalho. Entre as matérias de referida 
negociação destacam-se: redução de intervalo intrajornada, teletrabalho, sobre 
aviso, modalidades de remuneração, troca de dias de feriado etc. 
Trabalho a tempo parcial: Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de 
tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a 
possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda aquele cuja duração não 
exceda a 26 (vinte e seis) horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até 
42 
 
 
 
 
6 (seis) horas suplementares semanais. Agora são permitidos acréscimo de 
abono pecuniário e férias. 
Grupos de empresas: O conceito de grupo por coordenação, criado 
pela jurisprudência trabalhista, é alterado: não mais basta a existência de sócios em 
comum nas empresas para configuração do grupo; nos termos do art. 2º, § 3º, da 
CLT, são necessárias a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão 
de interesses e a atuação conjunta das empresas. 
Tempo a disposição do empregador: Não será considerado período 
extraordinário de trabalho o que exceder a jornada de trabalho por função de 
proteção pessoal, chuvas e alagamentos ou a permanência na empresa para 
exercer atividades pessoais. 
Extinguisse as chamadas horas itinerantes, aquele tempo gasto que o 
funcionário gasta para chegar à empresa ou no retorno. 
Prorrogação da jornada: As horas extras podem ser acordadas de forma 
simples por meio de acordo verbal entre empregado e empregador. 
Férias: Com consentimento do trabalhador as férias podem ser divididas em 
três vezes, um deles obrigatoriamente não inferior a 14 dias e os outros com mais de 
cinco dias corridos. 
Trabalho insalubre para gestantes: É obrigatório a empresa realizar o 
afastamento da gestante durante atividades insalubres. É permitido que a 
gestante voluntariamente, com apresentação de atestado realize atividades de grau 
mínimo. Rescisão por acordo: O contrato de trabalho pode ser finalizado a partir de 
acordo entre empregado e empregador. Neste caso o empregador deixa de pagar 
20% da indenização do FGTS e o empregador movimenta 8% do mesmo, sem 
direito a seguro-desemprego. 
Responsabilidade por dano processual: De ofício ou a requerimento, o juízo 
condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por 
cento) e inferior a 10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a 
parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários 
advocatícios e com todas as despesas que efetuou. 
 
43 
 
 
 
 
2.6.2.2 Medidas de enfrentamento para enfrentamento do Coronavírus. 
 
Segundo o Diário Oficial da União (2020), a Medida Provisória nº 927 adotada 
pelo governo federal como meio de enfrentamento do covid-19 estão previstas as 
seguintes alterações: 
a) Antecipação de Férias coletivas: O empregador informará ao 
empregado ou notificará o conjunto de empregados sobre a 
antecipação de férias com antecedência de, no mínimo, 48 horas. 
As férias não poderão ser gozadas em períodos inferiores há cinco 
dias corridos. 
b) Banco de horas: A medida possibilita a interrupção das atividades, pelo 
empregador, com a adoção de regime especial de compensação de 
jornada, por meio de banco de horas, formalizado por escrito, individual 
ou coletivamente. As horas não trabalhadas poderão ser 
compensadas mediante acréscimo na jornada de trabalho de até 2 
horas diárias durante o período de até 18 meses depois de cessado o 
estado de calamidade pública 
c) Direcionamento do trabalhador para qualificação: Enquanto estiver 
decretada calamidade pública e estiver suspensa a realização de 
trabalhos o empregador pode fornecer cursos ou programas de 
capacitação profissional. 
d) Recolhimento do FGTS: Fica suspensa a exigibilidade de recolhimento 
pelos empregadores do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
(FGTS) para as competências de março, abril e maio de 2020. 
 
2.7 Fatores tecnológicos 
 
2.7.1 Desenvolvimento tecnológico 
 
No atual contexto econômico, sabe-se que mais do que tecnologia, para se 
dominar o mercado é preciso obter o conhecimento da própria ciência tecnológica. E 
44 
 
 
 
 
para tal feito, faz-se necessário o investimento em pesquisa e desenvolvimento. 
Verifica-se na atual conjuntura socioeconômica do Brasil, que os financiamentos 
para as empresas são primordiais ao seu desenvolvimento, crescimento econômico, 
à geração de novos empregos e, consequentemente, mais consumo e demanda, 
produção, renda e assim sucessivamente (7). 
No Brasil, o principal ator na área de financiamentos para empresas é o 
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social). É através de recursos 
provenientes do BNDES - que atuam em todos os setores - que os bancos 
repassadores conseguem atuar com as linhas de investimentos. Esse fundo possui 
a taxa mais atraente de juros dentre os outros financiamentos, sendo, por isso, a 
maior fonte de investimentos bancários de empresas brasileiras (BNDES, 2014). 
Também as micro e pequenas empresas podem contar com investimentos 
através da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), o qual promove 
desenvolvimento tecnológico, cujos itens financiáveis podem abranger: 
aperfeiçoamento de processo; estudos de viabilidade e anteprojetos de compra ou 
absorção de tecnologia; desenvolvimento de processo e aperfeiçoamento do 
produto, dentre outras diretrizes ligadas ao desenvolvimento tecnológico dessas 
empresas. Assim, conclui-se que os financiamentos e créditos concedidos às 
empresas são imprescindíveis para que estas atinjam um nível de produção e 
desenvolvimento que a globalização exige no cenário atual. 
A FINEP é uma empresa pública criada em 1967, ligada ao Ministério de 
Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Desde 1971 ela possui a função de 
Secretaria Executiva do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico, e 
Tecnológico (FNDCT), que provê recursos para seus programas e ações. Parte dos 
recursos do FNDCT são provenientes dos Fundos Setoriais de Ciência e Atualmente 
a Finep tem suas diretrizes orientadas pelo Plano Brasil Maior e quatro conjuntos de 
mecanismos de financiamento principais para empresas: 
a) Financiamento reembolsável para empresas, com condições favoráveis. 
b) Programa de Venture Capital. 
c) Subvenção econômica. 
45 
 
 
 
 
d) Recursos não reembolsáveis para Instituições Científicas e Tecnológicas 
(ICTs) nacionais, para a realização de projeto de pesquisa científica, 
tecnológica ou de inovação. (FINEP, 2020). 
O BNDES é uma empresa pública federal criada em 1952, e que atualmente 
se constitui como o principal instrumento de financiamento de longo prazo para 
segmentos diversos da economia. A inovação foi incorporada como uma prioridade 
em seu Plano Corporativo 2009/2014, de modo que o banco tem como objetivo 
apoiar operações ligadas à formação de capacitações e ao desenvolvimento de 
ambientes inovadores. (BNDES,2018). 
Filho, Komatsu, et al.( 2014) chama a atenção para linhas de fomento 
conjuntas do BNDES e da Finep a empresas, em que os mecanismos de apoio 
direto são utilizados em conjunto.Trata- se do Programa Inova Empresa, lançado 
em 2013, que articula o PBM com a ENCTI (que descreveremos em seguida). Ele 
possui cinco características principais: 
a) Foco nos setores estratégicos (Energia; P&G; Complexo da Saúde; 
Cadeia Agropecuária; Aeroespacial e Defesa; TICs; Sustentabilidade), 
para onde se direciona a maioria dos recursos. 
b) Sinergia com programas de inovação baseados em projetos 
integrados envolvendo empresas e instituições de pesquisa; 
c) Acesso por meio da “porta única” de entrada, que integra diversos 
mecanismos de apoio à inovação (crédito, subvenção, não 
reembolsável e participação de capital); 
d) Descentralização institucional para micro e pequenas empresas. 
Grande escala de recursos: 0,7% do PIB (R$28,5 bilhões para 2013 e 2014). 
O programa ainda tem como objetivo a unificação de focos em desafios setoriais 
(aos quais são associadas tecnologias genéricas, como biotecnologia, 
nanotecnologia, microeletrônica e novos materiais), para dar um sentido único à 
política de inovação. 
 
 
46 
 
 
 
 
2.7.2 Aquisição de tecnologia 
 
Segundo a Agência Brasil-EBC (2020), o país está na nona posição no 
ranking global de investimentos no setor, com aporte de US$ 38 bilhões O mercado 
de Tecnologia da Informação (TI, composto de hardwares, softwares e serviços) no 
Brasil cresceu 4,5% em 2017. Os dados foram divulgados pela Associação 
Brasileira das Empresas de Software (Abes), do estudo anual do setor realizado em 
conjunto com a consultoria IDC. 
No ranking mundial, o Brasil fica atrás de Estados Unidos (US$ 751 bilhões), 
China (US$ 244 bilhões), Japão (US$ 139 bilhões), Reino Unido, Alemanha, França, 
Canadá e Índia. No total, foram US$ 2,07 trilhões em investimentos em TI em 2018 
(AGÊNCIA BRASIL, 2018). 
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes, 
2018) na América Latina, o Brasil está no topo da lista de investidores, seguido por 
México (US$ 20,6 bi), Argentina (US$ 8,4 bi) e Colômbia (US$ 7 bi). O país foi 
responsável 39,1% do total de investimentos da região, que foi de US$ 97,3 bilhões. 
A verba reservada para inovação cresceu no Brasil e passou de R$ 4 bilhões, 
em 2000, para R$ 25,8 bilhões em 2013. No entanto, o Governo Federal destinou a 
maior parte à inovação para bolsas de estudo. Dados do Ministério da Ciência, 
Tecnologia e Inovação (MCTI) e da Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE) (2013), 72,5% da dotação orçamentária 
brasileira para pesquisa e desenvolvimento (P&D) foram destinados ao avanço de 
conhecimento. 
No Brasil, o investimento público em P&D ainda tem pouco reflexo no 
investimento empresarial. A figura 18 mostra os gastos com tecnologia que o 
governo aplicou nos últimos anos. 
 
 
 
 
 
47 
 
 
 
 
Figura 18 - Gastos com tecnologia entre os anos de 2000 a 2013. 
 
Fonte: MCTI (2014). 
 
2.8 Desenvolvimento ecológico 
 
O conceito de Desenvolvimento Sustentável teve início na década de 1980, 
através da elaboração do relatório Brundland, também conhecido como “Nosso 
futuro comum”, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (CNUMAD), realizada em 1987 (WCED, 1987). 
Segundo este documento, o desenvolvimento sustentável é “o 
desenvolvimento que garante o atendimento das necessidades do presente sem 
comprometer a habilidade das gerações futuras de atender suas necessidades” 
(MUELLER, 1995). 
Para a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento os objetivos 
que derivam do conceito de desenvolvimento sustentável estão 
relacionados com o processo de crescimento da cidade e objetiva a conservação do 
uso racional dos recursos naturais incorporados às atividades produtivas. 
Entre esses objetivos da comissão estão: crescimento renovável; mudança 
de qualidade do crescimento; satisfação das necessidades essenciais por emprego, 
48 
 
 
 
 
água, energia, alimento e saneamento básico; garantia de um nível sustentável da 
população; - conservação e proteção da base de recursos; reorientação da 
tecnologia e do gerenciamento de risco; reorientação das relações econômicas 
internacionais (Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1988 a 
1991) 
Figura 19 - Desenvolvimento Sustentável 
 
Fonte: Revista Versões (2008). 
 
Segundo Veiga (2010) a sustentabilidade tem duas versões originárias: uma 
proveniente da ecologia, que é resultante de estudos sobre a capacidade de 
resiliência dos ecossistemas, e outra da economia, acompanhada do adjetivo 
“desenvolvimento”, e que questiona o atual padrão de produção e consumo, tendo 
em vista os recursos finitos do planeta. 
Assim, a relação do homem com a natureza e com o seu entorno, na 
dimensão ambiental, econômica, social e cultural, precisa ser pensada de forma 
articulada, tendo por finalidade a manutenção das condições de vida na Terra. 
Questões cruciais, segundo Barbosa(2008), como o desperdício, ocupação 
desordenada da área urbana, crescimento populacional desequilibrado, conflito e 
violência, pobreza e miserabilidade, degradação ambiental, educação precária, 
devem ser enfrentados no desenvolvimento sustentável. Assinala, ainda, o autor 
49 
 
 
 
 
que a obtenção de lucros não pode ser justificativa para a destruição ambiental nem 
para o esgotamento dos recursos naturais. 
Há, portanto, que se ter o equilíbrio, bem como mudança e reestruturação de 
concepções e conceitos que possibilitem na prática a formação de uma sociedade 
mais justa e solidária. 
 
2.8.1 Nível de desenvolvimento ecológico 
 
Para Robinson (2004), o conceito de Desenvolvimento Sustentável surgiu 
como uma tentativa de conexão entre duas das principais problemáticas 
internacionais da época: a degradação humana do meio ambiente e o 
desenvolvimento, principalmente dos países mais pobres. 
Em 1992, foi realizada a Conferência das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), foi uma das ações mais significativas em 
relação ao desenvolvimento sustentável. Posteriormente abriu-se oportunidades 
para novas conferências. Nela, foram produzidos e assinados documentos 
importantes para o meio ambiente, como as Convenções do Clima e da 
Biodiversidade, a Declaração de Princípios para Florestas, a Agenda 21 e a 
Declaração para Meio Ambiente e Desenvolvimento, sendo os dois últimos os mais 
importantes. 
Consideradas as especificidades e as complexidades da sociedade brasileira 
e sua vocação agropecuária, a Presidência da República estabeleceu a governança 
dos ODS pela constituição da Comissão Nacional para os Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável (CNODS), cuja estrutura está apresentada na Figura 
20. 
 
 
 
 
50 
 
 
 
 
Figura 20 - Objetivos sustentáveis nacionais. 
 
Fonte: CNODS (2017). 
 
2.8.2 Implementação dos ODS pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento. 
 
A Comissão de Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio (CDSA), 
composta por grupos de trabalho (GTs) um dos quais trata de ODS, com 
representantes de órgãos do Mapa, designados pela Secretaria Executiva e por 
representantes da Embrapa e da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). 
Com vista a institucionalizar os esforços da Embrapa, a Diretoria-Executiva designou 
um grupo de trabalho interno para atribuir um lócus institucional para o tema ODS – 
GT ODS Embrapa. As etapas desde a concepção dos ODM até a consolidação da 
CNODS, com o envolvimento da Embrapa, o atendimento das demandas do 
Tribunal de Contas da União (TCU) e a atuação do Mapa (CDSA, 2016). 
O GT ODS Embrapa (2015), alinhou as ações/temas de pesquisa, 
desenvolvimento e transferência de tecnologia relacionadas ao planejamento 
institucional do VI Plano Embrapa e ao PPA para 2016 a 2019, planos 18 Objetivos 
de Desenvolvimento Sustentável 18 de ação do governo federal elaborado a cada 4 
anos. 
As análises, realizadas em 2017, possibilitaram

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