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Monografia Paulo Victor - Microempreendedores e Microempresas - desenvolvimento local de forma sustentável

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA 
Pró-Reitoria do Ensino de Graduação 
Centro de Ciências Sociais Aplicadas – CCSA 
Curso de Ciências Contáveis 
 
 
 
 
 
 
PAULO VICTOR SOUZA RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
MICROEMPREENDEDORES E MICROEMPRESAS: INFLUÊNCIA NO 
DESENVOLVIMENTO LOCAL DE FORMA SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOBRAL - CE 
2013 
 
 
PAULO VICTOR SOUZA RODRIGUES 
 
 
 
 
 
 
MICROEMPREENDEDORES E MICROEMPRESAS: INFLUÊNCIA NO 
DESENVOLVIMENTO LOCAL DE FORMA SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresenta ao Curso de graduação em 
Ciências Contábeis, como parte dos requisitos 
para obtenção do titulo de Bacharel, pela 
Universidade Estadual Vale do Acaraú. 
 
Orientador (a): Prof. PhD Francisco Apoliano Albuquerque 
 
 
 
 
 
 
 
SOBRAL - CE 
JUNHO-2013 
 
 
PAULO VICTOR SOUZA RODRIGUES 
 
MICROEMPREENDEDORES E MICROEMPRESAS: INFLUÊNCIA NO 
DESENVOLVIMENTO LOCAL DE FORMA SUSTENTÁVEL 
 
Monografia apresenta ao Curso de graduação em Ciências Contábeis, como parte dos 
requisitos para obtenção do titulo de Bacharel, pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - 
UVA. 
 
 
Monografia aprovada em: ____/____/____ 
 
 
Banca Examinadora: 
 
 
Prof. PhD Francisco Apoliano Albuquerque 
Orientador (a): 
 
 
1º Examinador (a): 
 
 
2º Examinador (a): 
 
 
Profª. Ms. Késcia Maria de Sá Morais 
Coordenador (a) do Curso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Deus, que é 
mestre e Senhor nosso; aos meus 
geradores, Antônio Rodrigues e Erismar 
Souza, pois sem eles não estaria aqui; à 
Andreia, minha esposa, pelo amor e 
carinho a mim dedicados; à minha irmã, 
Paula Virlane, que mesmo longe tenho 
certeza que ora por mim; e ao amigo, 
Eliomar Bezerra. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus, que é Pai, a Jesus Cristo, filho e irmão nosso, e ao Espirito 
Santo que intercede por nós sempre, em todos os momentos de nossa vida, a Ele rendo graças 
e agradeço por todas as bênçãos que me são concedidas, por me livrar de todos os males e 
tribulações e dar sentido à minha vida, me concedendo saúde, discernimento e força de 
vontade para viver o dia-a-dia da minha formação, não só profissional, mas como ser humano. 
 
À minha mãe, Erismar, que apesar das dificuldades enfrentadas na sua vida nunca desanimou 
e sempre fez de tudo para que eu desse prosseguimento aos meus estudos, me ensinando a ter 
um comportamento ético e moral, baseado nos princípios da fé. 
 
Ao meu pai, Rodrigo, por me ensinar, muito cedo os valores do que é reto e justo, que o 
trabalho dignifica o homem e por me apoiar nas minhas decisões. 
 
À minha família que sempre demonstra um carinho especial por mim, transparecendo o real 
significado do que é ser família. 
 
À minha esposa, Andréia, pelo companheirismo, amor, carinho, dedicação, confiança, 
compreensão, por provocar em mim forças para fazer este trabalho, dar o melhor de mim e 
tentar melhorar cada dia mais. 
 
Ao grande amigo, Eliomar Bezerra, por todo o apoio, ajuda e incentivo não somente na 
realização deste trabalho, mas também de todos os outros que se faz oportuno e pelos 
conselhos que levarei para a vida. 
 
Ao mestre, Professor Apoliano, pela sua atenção, doação, orientação, dedicação, auxílio 
dinamismo e divertida interação, sem sua ajuda o estudo aqui apresentado seria praticamente 
impossível. 
 
Durante esses últimos anos da minha formação acadêmica muitas pessoas estiveram presente. 
Estas pessoas se tornaram muito especiais, cada uma ao seu modo, seja academicamente ou 
pessoalmente; e seria difícil não lembra-las. Gostaria de dizer obrigado a todos vocês por 
participarem desta minha etapa, pois direta, ou indiretamente me fizeram crescer, tanto 
pessoalmente como profissionalmente. Valeu! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Sois minha rocha, meu refugio e salvador! Ó 
meu Deus, sois o rochedo que me abriga!” 
(Bíblia Sagrada, Sl 17,3) 
 
 
 
RESUMO 
 
De acordo com os últimos levantamentos de vários institutos que trabalham com dados 
estatísticos realizado no Brasil, observou-se que existiam milhões de trabalhadores atuando na 
informalidade. Diante disso, o governo verificou a necessidade de buscar alternativas para 
trazer estes trabalhadores para a formalidade. Através da LC nº 123/2006 e alterações 
posteriores surgem à oportunidade para legalização dos milhares de trabalhadores que se 
encontram no mercado informal, tornando-os totalmente legalizados pela figura jurídica do 
Microempreendedor Individual. Neste trabalho, pretende-se verificar quais dos benefícios 
oferecidos na legislação do MEI que estão fazendo com que os trabalhadores informais 
busquem a formalização, esclarecendo também da melhor forma possível, a definição de 
microempresa e suas características, vislumbrando suas características em termos de geração 
de emprego e renda. Verificar também por meio de Conceitos e definições as formas de 
desenvolvimento existentes, local e sustentável, e os benefícios proporcionados por uma 
possível união dessas duas formas. Assim tem como intuito proporcionar a importância dos 
pequenos negócios, como microempresas ou microempreendedores, na conjuntura social e 
econômica, sendo muito importante para contribuir em elevar a taxa de crescimento do país 
iniciando pelo local, região ou mesmo pelo contexto no qual estão inseridos, com tudo isso 
ocorrendo sustentavelmente, ou seja, foco principal um estudo sobre os microempreendedores 
e microempresas e suas influencias no desenvolvimento local ocorrendo de uma forma 
sustentável. Para tanto, foi utilizado no trabalho à metodologia através de pesquisa no qual os 
dados foram extraídos de revistas, livros e internet, no qual se objetivou aprofundar as ideias 
sobre o objeto desse estudo. 
 
Palavras-chaves: Microempreendedores. Microempresas. Desenvolvimento Local 
Sustentável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
According to the latest surveys from various institutes who work with statistical data held in 
Brazil, it was observed that there were millions of workers working in the informal sector. 
Therefore, the government found the need to seek alternatives to bring these workers into 
formality. By LC No. 123/2006 and subsequent amendments arise to the opportunity to 
legalize thousands of workers are in the informal market, making them fully legalized by the 
legal figure micro-entrepreneur Single. In this work, we intend to verify which of the benefits 
offered by the law of MEI who are making informal workers seek formalization, clarifying 
also the best possible way, the definition of micro and its characteristics, glimpsing their 
characteristics in terms of generating employment and income. Check also through concepts 
and definitions existing forms of development, local and sustainable, and the benefits 
provided by a possible union of these two forms. So has the intention to provide the 
importance of small business, such as micro or small entrepreneurs, in social and economic 
situation, it is very important to contribute to raising the growth rate of the country starting 
from the local region or even the context in which they are inserted, with all this happening 
sustainably, ie main focus a study on microentrepreneurs and microenterprises and their 
influences on local development occurring in a sustainable manner. Therefore, we used the 
methodology at work through research in which the data were taken from magazines, books 
and internet, which is aimed at further ideas on the subject of this study. 
 
Keywords: Micro-entrepreneurs. Microenterprises. Sustainable Local Development. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTADE QUADROS 
 
Quadro 1 – Legislação Brasileira sobre a Microempresa...........................................................22 
Quadro 2 – Benefícios Previdenciários com as respectivas carências.......................................30 
Quadro 3 – Crescimento e Projeção de crescimento dos MEIs e MPEs....................................33 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Empresas não agrícolas com até 5 empregados e Empresas do setor informal, 
segundo grupos de atividade – Brasil.................................................................................... ...26 
Tabela 2 – Tributos do Empreendedor Individual..................................................................... 28 
Tabela 3 – Custo anual do MEI pela contratação de 01 funcionário.........................................29 
Tabela 4 – Divisão por setores dos pequenos negócios.............................................................32 
Tabela 5 – Indicadores das empresas de comercio e serviços, conforme atividade e porte em 
2001...........................................................................................................................................36 
Tabela 6 – Variação da renda gerada pelas microempresa na década de 2000.........................40 
Tabela 7 – Comparativo de modelos de desenvolvimento Top down e Button down.............. 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURA 
 
Figura 1 – Distribuição Geográfica dos pequenos Negócios.................................................... 32 
Figura 2 – Pontos fortes do Desenvolvimento Local Sustentável.............................................47 
Figura 3 – Pirâmide da Sustentabilidade................................................................................... 51 
Figura 4 – Separação de resíduos.............................................................................................. 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRAFICOS 
 
Gráfico 1 – Saldo de empregos gerados na ultima década........................................................35 
Gráfico 2 – Participação das microempresas no pessoal ocupado do setor de comercio e 
serviços – 1985/2001.................................................................................................................36 
Gráfico 3 – Evolução do numero de estabelecimentos por porte – Brasil 2000-2010 (em 
milhões)....................................................................................................................................37 
Gráfico 4 – Empregos e salários nas Microempresas............................................................... 38 
Gráfico 5 – Participação relativa das MPE’s no total de estabelecimentos, empregos e na 
massa de remuneração paga aos empregados formais nas empresas privadas não agrícolas... 39 
Gráfico 6 – Evolução da remuneração media real dos empregados por porte do 
estabelecimento......................................................................................................................... 40 
Gráfico 7 – Geração de empregos e salários............................................................................. 41 
 
 
 
SÚMARIO 
 
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................15 
 
2 MICROEMPREENDEDORES E MICROEMPRESAS..................................................17 
2.1 CONCEITO E DEFINIÇÃO............................................................................................... 17 
2.1.1 Microempreendedor....................................................................................................... 17 
2.1.2 Microempresa................................................................................................................. 19 
2.2 INSTRUMENTOS REGULADORES DOS MICROEMPREENDEDORES E DAS 
MICRO EMPRESAS................................................................................................................ 21 
2.2.1 Instrumentos reguladores das microempresas ........................................................... 22 
2.2.2 Instrumentos reguladores dos microempreendedores................................................ 25 
2.3 FUNÇÃO SOCIAL DOS MICROEMPREENDEDORES E MICROEMPRESAS...........30 
2.4 MICROEMPREENDEDORES E MICROEMPRESAS COMO GERADORES DE 
EMPREGO E RENDA.............................................................................................................34 
 
3 DESENVOLVIMENTO LOCAL....................................................................................... 42 
3.1 CONCEITO E DEFINIÇÃO............................................................................................... 42 
3.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL........................................................................ 45 
3.3 DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL.......................................................... 48 
3.4 PAPEL DO MICROEMPREENDEDOR E DAS MICROS EMPRESAS NO 
DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL................................................................ 50 
 
4 ESTUDO-DE-CASO............................................................................................................ 56 
4.1 INTEGRARE...................................................................................................................... 56 
4.2 A DUPONT DO BRASIL................................................................................................... 56 
4.2.1 Valores coorporativos.................................................................................................... 57 
 
 
4.2.2 Funcionários Motivados.................................................................................................58 
4.2.3 Ações praticas para a sustentabilidade........................................................................ 58 
4.2.4 As microempresas e pequenas empresas como fornecedores da organização..........59 
4.2.5 Compras sustentáveis junto aos fornecedores............................................................. 59 
4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................................ 60 
4.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTUDO DE CASO....................................................... 61 
 
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................. 63 
5.1 CONCLUSÕES...................................................................................................................63 
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................................................... 64 
 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 66 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
1 INTRODUÇÃO 
 Ao longo dos anos, o termo empreendedorismo ganhou múltiplas definições e é 
utilizado em diferentes contextos. Se, inicialmente, empreendedorismo era ligado mais ao 
mundo dos negócios, hoje ele se difunde em vários ambientes. Falamos, por exemplo, de 
empreendedorismo social, quando queremos nos referir à criação de novas organizações sem 
fins lucrativos. Com a propagação da prática do empreendedorismo e de seu estudo, o vemos 
como um fenômeno social, em que o empreendedor, para concretizar sua inovação, interage 
com outras pessoas, mobilizando recursos e aprendendo com contatos de sua rede de 
relacionamentos. Partindo do pressuposto que empreendedorismo é um processo que 
compreende diversas atividades, desde a identificação de uma oportunidade de ação até o 
desenvolvimento e a implantação da novidade, envolvendo a mobilização de recursos 
variados como: humanos, financeiros e tecnológicos, ambientais. Aos empreendedores 
também são atribuídas necessidade de domínio, de bem-estar, senso de oportunidade, de 
inovação, sensibilidade para o gerenciamento e a tendência emaceitar riscos e temos como 
uma das formas mais conhecidas de empreendedorismo a criação de uma empresa. 
 Construir empresas de sucesso, com bons produtos e serviços, além de consolidar uma 
marca de valor é um trabalho árduo e bastante compensador. Neste Século 21, 
empreendedores de todos os tamanhos ganham um aliado capaz de lançar suas empresas em 
um mundo onde a ética nos negócios, o uso responsável de recursos naturais e o respeito às 
pessoas não apenas têm um grande apelo de mercado, como se tornam exigência para que a 
empresa conquiste e mantenha uma posição de destaque junto a seus clientes. 
Os pequenos negócios sejam na forma legalizada de empreendedores individuais ou 
microempresas desempenham uma importante função social e um papel fundamental na 
economia local, regional, nacional quiçá mundial, principalmente nos países menos 
desenvolvidos, pelo seu potencial de gerar emprego e renda. 
As micro e pequenas empresas e empreendedores individuais convivem com um 
ambiente cada vez mais favorável no Brasil. Nos últimos anos, eles foram estimulados pela 
demanda interna aquecida, maior oferta de crédito e consequentemente geraram mais 
empregos, até mesmo que as grandes empresas. Os investimentos em infraestrutura, os 
megaeventos esportivos e as políticas públicas de promoção da inclusão produtiva e 
financeira, bem como de erradicação da pobreza descortinam novas possibilidades nos 
próximos anos. No ano passado, o empreendedorismo também esteve em pauta na Rio+20, a 
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. 
16 
 
 Na outra ponta, consumidores mais exigentes, seletivos e bem informados tendem a 
escolher preferencialmente marcas, produtos e serviços que conquistaram prestígio e 
competitividade por causa de suas práticas sustentáveis. Esse é um diferencial competitivo 
que se aplica aos pequenos negócios. 
Sondagem realizada pelo SEBRAE mostra que a maioria das micro e pequenas 
empresas já adotam essas práticas e veem ganhos de imagem, de redução de custos e de 
acesso a novos mercados, entre outras vantagens, depois de incorporar esses diferenciais à sua 
atuação, seus produtos e serviços, enfim, à sua marca. 
As perspectivas são estimulantes e promissoras. Além das compras por parte de 
grandes empresas em suas cadeias produtivas, somam-se as obras públicas e com elas, as 
compras governamentais. Incentivo para isso vem de iniciativas recentes do governo federal. 
Inovar, portanto, é imprescindível aos empreendimentos de pequeno porte. É fazer 
melhor, se diferenciar e, com isso, garantir competitividade global. Disseminar e ampliar o 
conhecimento por micro e pequenas empresas sobre práticas sustentáveis de grandes empresas 
é uma alternativa para que possam vislumbrar novos horizontes como fornecedoras de suas 
cadeias de valor, como fica explicito no estudo sobre a DuPont do Brasil que exige de seus 
fornecedores os mesmos compromissos com a sustentabilidade que ela desempenha em suas 
atividades. 
 Sendo assim, esse estudo objetiva enfatizar a formalização dos empreendedores 
informais proporcionando-lhes usufruir dos benefícios trazidos pela implementação da Lei 
Geral 123/2006 e demais auterações, conhecida como Novo Estatuto da Microempresa, lei 
que beneficia as microempresas e pequenos negócios de varias formas, desde benefícios em 
compras publicas até fiscais, e estimula, principalmente, um desenvolvimento endógeno, certo 
de que apoiar o desenvolvimento sustentável inicia-se no fortalecimento dos pequenos 
negócios, considerando que eles estão presentes em todos os lugares. O trabalho expõe vários 
dados de pesquisas realizadas nos últimos tempos para comprovar as concepções abordadas 
em seu texto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
2 MICROEMPREENDEDORES E MICROEMPRESAS 
O presente texto irá discorrer sobre os conceitos e definições sobre 
microempreendedores e microempresas, instrumentos reguladores, funções sociais e expor 
dados acerca de sua participação na economia do país, em termos de geração de emprego e 
renda, evolução no numero de negocios formais através de quadros, gráficos e tabelas. 
 
2.1 CONCEITO E DEFINIÇÃO 
Neste trecho, o trabalho irá abordar rapidamente conceitos e definições sobre a pessoa 
do Microempreendedor Individual conforme a legislação vigente. 
 
2.1.1 Microempreendedor 
 O pequeno empreendedor é aquela pessoa que normalmente trabalha por conta própria 
e na informalidade; representava, em 2009, 46% da População Economicamente Ativa (PEA), 
e é conhecido popularmente como trabalhador informal, onde optou por permanecer nessa 
condição devido aos encargos tributários, que hoje no país onerarem de maneira considerável 
os custos das empresas, pois eles ainda são considerados muito elevados, principalmente com 
relação a área trabalhista e também devido à existência de outros entraves no sistema como, a 
burocracia, altas taxas de formalização, falta de incentivos fiscais, dentre outros, 
proporcionando uma taxa de mortalidade de empresas em 16,3%, ou seja, 736 mil firmas em 
2010. 
 O Congresso Nacional, analisando esses indicadores e vislumbrando um crescente 
déficit da previdência social, devido aos poucos recursos e muitos benefícios, buscando 
reduzir a quantidade de profissionais que vivem na informalidade e também tentando a 
desburocratização nas formalizações de pequenos negócios, foi aprovou uma nova 
modalidade empresarial, como foi bem observado por Freitas e Santos (2009, p. 03): 
Pensando nessa grande fatia de autônomos vivendo na informalidade e ciente de que 
impedir tais cidadãos de trabalharem na informalidade além de inviável é, na 
maioria das vezes prejudicial à comunidade onde esses estão instalados, o Congresso 
aprovou em dezembro ultimo a Lei Complementar Nº 128, alterando o texto da Lei 
Complementar Nº 123 e criando a figura do Micro Empreendedor Individual (MEI) 
em seu artigo 18-A. 
 
 A nova figura jurídica MEI passou a existir com a lei nº 128, e que foi publicada no 
Diário Oficial da União (DOU), tendo como relator do projeto de lei o Senador Adelmir 
Santana, Presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito 
Federal (Fecomércio – DF), para proporcionar aos trabalhadores informais a oportunidade de 
18 
 
tornar seu trabalho formal, através de baixo custo e o mínimo de burocracia possível, pois o 
Empreendedor Individual é aquele que trabalha por conta própria, fazendo da sua profissão 
um negócio. 
Para o Senador Adelmir Santana a criação da figura do MEI dará agasalho 
trabalhista e previdenciário a milhões de pessoas – cerca de dez milhões, segundo o 
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) – que atuam no 
mercado informal, não recolhem tributos e contribuições, que poderão, assim, sair 
da informalidade. (GARCIA, 2009, P. 79). 
 
Com a aprovação de LC nº. 128/2008, que regulamenta a figura do 
Microempreendedor Individual, os profissionais informais tiveram e ainda tem a oportunidade 
de legalizar seus negócios, visto que o MEI é a figura do empresário a que se refere o artigo 
966 do Novo Código Civil – CC/2002: 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo Único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de 
natureza cientifica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou 
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
 
 De acordo com a LC Nº. 128/2008, art. 18-A, alterado pela LC Nº. 139/2011 poderá 
tornar-se um Microempreendedor Individual, para que possa aproveitar os incentivos e 
regalias da formalização, o trabalhador deve cumprir as seguintes exigências para legalização: 
1. Ter faturamento no ano calendário anterior e em curso de até R$ 60.000,00 ou de R$ 
5.000,00 por mês, no caso de inicio de atividade; 
2. Exerceratividades permitidas pela Resolução do CGSN nº 94/12 prevista no anexo 
XIII; 
3. Possuir estabelecimento único (sem filiais); 
4. Não Participar de outra empresa como sócio, titular ou administrador; 
5. Não possuir mais do que um empregado, com remuneração máxima de um salário 
mínimo ou piso profissional; 
6. Estar em condições de optar pelo Simples Nacional. 
Essas são as condições exigidas para que um trabalhador informal possa se enquadrar 
como um Empreendedor Individual. No caso de início de atividade, a LC nº. 128/2008 e 
alteração LC nº. 139/2011 prevê no § 2º do art. 18-A um limite de receita de até R$ 5.000,00 
multiplicados pelo número de meses compreendidos entre o início da atividade e o final do 
respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro. Por 
exemplo, um Empreendedor Individual que inicia a atividade em 15 de novembro de 2012, 
para estar apto a aderir ao MEI, este deverá ter a receita bruta até o valor de R$ 5.000,00, 
19 
 
multiplicados por dois, considerando para o cálculo os meses de Novembro e Dezembro. 
Neste caso, o mesmo poderá auferir receita bruta no ano de 2012, até o valor de R$ 10.000,00. 
Para tanto, também deve-se observar o conceito de Receita Bruta, para fins de aplicação desta 
legislação, de acordo com o § 1º do art. 3º da LC nº. 123/2006, “[...] é o produto da venda de 
bens ou serviço nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado 
nas operações em conta alheia, não incluídas as vendas canceladas e os descontos 
incondicionais concedidos”. 
O MEI é visto como agente de mudanças, uma fonte que abre os horizontes e serve de 
mola propulsora para o aumento do emprego no Brasil. Já que os agentes de mudança na 
economia servem aos novos mercados ou criam novos meios para fazer as coisas, e para 
melhor dizer, eles movem a economia para frente. Nesse tocante, essa lei complementar irá 
beneficiar autônomos, ambulantes, informais, que serão novos empresários, atingindo novas 
categorias profissionais, que por varias épocas foram marginalizadas por politicas publicas 
voltada para grandes empreendimentos. 
 Com essa lei favorecendo a formalização, desburocratizando os mecanismos de 
controle, aliviando os tributos, certamente esse mercado, que não há especialização, 
principalmente em órgão oficial, e gera uma categoria econômica onde diversos profissionais 
adquirem o sustento da família poderá reduzir o desemprego e aumentar a população 
economicamente ativa, contribuindo e melhorando a vida das famílias de empreendedores 
com pequeno porte. 
 
2.1.2 Microempresa 
 A definição de microempresa varia de um país para o outro, não existe um critério 
único universalmente aceito para definir a microempresa, em via de regra, é uma empresa de 
pequena dimensão. Vários indicativos podem ser utilizados para a classificação das empresas 
conforme sua categoria, mas eles não podem ser considerados completamente apropriados e 
definitivos para todos os tipos de contexto. Como afirma Filion apud Anais do II EGEPE 
(2001, p. 422): 
(...) a maioria das tentativas de definição dos tipos de empresa nos mais variados 
países foi feita não apenas por razões fiscais. Com elas, visa-se também a 
estabelecer critérios de identificação de empresas elegíveis para receber diferentes 
tipos de benefício oferecidos pelos governos. 
 
 Os Estados Unidos, por exemplo, em 1953, foram os primeiros a criarem, em sua 
legislação, a primeira definição legal da pequena empresa no mundo, influenciados pela 
20 
 
grande depressão dos anos 30, pois retratou claramente uma lógica de incentivos para a 
recuperação econômica do país, no tocante que foram até criadas instituições no país para 
apoia-las ou estudar projetos de financiamentos dirigidos a elas. Contudo, fale ressaltar que 
em países do Reino Unido já analisavam dificuldades de financiamento dos pequenos negocio 
desde o final dos anos 20. 
Filion apud Anais do II EGEPE (2001, p. 423) destaca que: “Para os países em geral, a 
definição do que são a micro, a pequena, a média e a grande empresa é um elemento de base 
para a elaboração de políticas públicas de tratamento diferenciado dos tipos de empresa”. Por 
esse motivo, existe uma grande variação de definições entre países, sendo que cada um tem 
uma conjuntura específica, sabendo qual o papel socioeconômico das empresas e as 
prioridades governamentais, na promoção do desenvolvimento. Também pode acontecer em 
um mesmo país, uma ação de governo diferente nos níveis federal, estadual e municipal, 
podendo existir ainda pessoas, grupos ou organismos variados interessados em tipos 
específicos de empresa utilizando diferentes tipos de definição. Estes elementos são o motivo 
de uma grande pluralidade de definições de microempresas. 
 No Brasil, a microempresa está enquadrada dentro das pequenas e médias empresas 
(PMEs). Trata-se de firmas que não vendem em grandes volumes e cujas atividades não 
requerem grandes quantias de capital, predominando a mão-de-obra familiar, normalmente 
empresário, cônjuge e/ou seus filhos, mas que não deixam de ter grande importância na vida 
econômica do país e, pincipalmente, da região onde está inserida, já que representam 99% do 
total de empresas do país e 25% do PIB nacional. 
De acordo com o SEBRAE, microempresa é um conceito criado pela Lei n. 7.256/84 
e, atualmente, regulado pela Lei Complementar Nº 123, de 14.12.2006 e conforme 
mencionado no Art. 3º, que estabelece normas também para as empresas de pequeno porte, 
em atendimento ao disposto nos arts. 170 e 179 da Constituição Federal, favorecendo-as com 
tratamento diferenciado e simplificado nos campos administrativo, fiscal, previdenciário, 
trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial. 
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou 
empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa 
individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da 
Lei n º 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no 
Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, 
conforme o caso, desde que: 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou 
inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e 
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita 
bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a 
R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). 
21 
 
 
Ainda segundo o SEBRAE, microempresa é fruto de uma política de 
desburocratização, iniciada em 1979, para dar agilidade ao funcionamento dos pequenos 
organismos empresariais, porque as microempresas nasceram do cidadão empreendedor, 
muitas vezes com pouquíssimas informações sobre seu negocio, ou pior ainda com baixa 
escolaridade, podendo esses fatores contribuir para sua mortalidade. 
Em conformidade com a lei, as microempresas devem adotar, para sua identificação, 
em seguida à sua denominação ou firma, a expressão microempresa ou, abreviadamente ME, 
e ainda nessa lei encontramos um parâmetro utilizado para a classificação das empresas em 
microempresas que é obter receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360.000,00 e outro 
parâmetro existente é o utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e 
pelo SEBRAE, é a quantidade de pessoas que trabalham nas empresas. Assim, é considerada 
microempresa aquela que emprega até nove pessoas no ramo de atividade de comercio e 
serviço e até dezenove pessoas na indústria. Porém sempre prevalece o faturamento ficando o 
número de pessoas ocupadas para servir somente como referencia estatística. 
 
2.2 INSTRUMENTOS REGULADORES DOS MICROEMPREENDEDORES E DAS 
MICRO EMPRESAS 
Como afirma o SEBRAE, a Lei Geral é o novo estatuto nacional das MPEs e marcode 
criação e regulamentação dos microempreendedores individuais. Instituída pela lei 
complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 vem estabelecer normas gerais relativas ao 
tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de 
pequeno porte no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, nos termos dos artigos 146, 170 e 179 da Constituição Federal. Esta lei sofreu 
importantes alterações pelas leis complementares, nº 127/2007, 128/2008, 139/2011 e sendo 
que o MEI é regulamento ainda por 29 resoluções expedidas pelo Comitê para Gestão da 
Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios – 
CGSIM que tem por finalidade regulamentar, administrar e gerir a implantação e o 
funcionamento da Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de 
Empresas e Negócios – REDESIM. Essa lei é conhecida como a Lei Geral das Microempresas 
e Empresas de Pequeno Porte. 
 
 
 
22 
 
2.2.1 Instrumentos reguladores das microempresas 
 O apoio financeiro e logístico às microempresas é uma questão complicada e difícil 
que, ainda hoje, interessa aos governos. Este é o caso do Brasil, onde os poderes públicos 
federal, estadual e municipal estão focados atualmente em uma grande onda de valorização 
destas empresas. Por meio do incentivo ao desenvolvimento destas empresas, tem-se em vista 
a melhoria da taxa de emprego, da distribuição da renda e, mais globalmente, do 
desenvolvimento nacional e regional e se possível sustentável. Esforços significativos neste 
campo foram marcados pela sanção de várias leis federais brasileiras a partir dos anos 80. As 
principais leis são as que seguem. 
Quadro 01 – Legislação Brasileira sobre a Microempresa 
Lei 7.256 de 27 de novembro de 1984: cria o estatuto da microempresa e trata, em um só texto de 
lei, de vários pontos relativos à microempresa. Esta lei institui o tratamento diferenciado, 
simplificado e favorecedor para as microempresas no domínio fiscal, do INSS, do trabalho, do 
crédito e do desenvolvimento da empresa. Nesta lei, por meio do seu artigo 2, a microempresa é 
definida como uma empresa cuja receita bruta anual atinge no máximo 10.000 Obrigações do 
Tesouro Nacional (OTN). Esta definição é revogada em 1996 pela Lei do SIMPLES e toda a lei é 
revogada em 1999 pela Lei 9.841. 
Artigo 170 da Constituição Federal de 05 de outubro de 1988: explicita que a ordem 
econômica, fundada sobre a valorização do trabalho humano e sobre a iniciativa, tem como 
finalidade assegurar a existência digna, observando, entre outras coisas, o tratamento favorecedor a 
empresas de capital brasileiro e de pequeno porte (inciso IX). 
Artigo 179 da Constituição Federal do Brasil de 05 de outubro de 1988: determina o Anais II 
EGEPE – Londrina – Paraná - 2001 424 tratamento jurídico diferenciado favorecendo as micro e 
pequenas empresas a fim de estimular seu desenvolvimento pela simplificação de suas obrigações 
legais, administrativas, fiscais e relativas ao crédito e ao INSS, assim como pela eliminação ou 
redução de suas obrigações. Contudo, a definição de pequena empresa pela lei só é criada em 28 de 
março de 1994 pela lei 8.864 (a seguir), ou seja, seis anos mais tarde. 
Lei 8.864 de 28 de março de 1994: muda a definição de microempresa pela elevação do limite 
máximo do faturamento anual para 250 mil UFIR (US$ 135 mil). Introduz a primeira definição de 
“empresa de pequeno porte” já citada na Constituição Federal desde 1988. Permaneceu limitada 
por falta de legislação complementar para regulamentar grande parte de seus artigos. Por esta lei, é 
pequena a empresa cujo faturamento anual bruto é superior a 250 mil UFIR e igual ou inferior a 
23 
 
700 mil UFIR (US$ 135 mil e US$ 378 mil respectivamente). Esta lei é revogada em 1999 pela Lei 
9.841. 
Lei 9.317 de 05 de dezembro de 1996 (Lei do SIMPLES): é considerada por muitos como o 
maior ganho das micro e pequenas empresas na história do sistema jurídico brasileiro. Revogou 
vários artigos da Lei 7.256, dentre eles o Artigo 2º que definia a microempresa. Criou o Sistema 
Integrado de Pagamento de Impostos e de Contribuições das Micro e Pequenas Empresas 
(SIMPLES) que estipula o tratamento fiscal diferenciado e privilegiado para micro e pequenas 
empresas. Baixou consideravelmente a carga de impostos para estas empresas, além de simplificar 
os procedimentos de declaração e recolhimento destes. Criou a possibilidade dos estados e 
municípios também contribuírem na concessão de benefícios a estas empresas. Com isto, por 
exemplo, o imposto sobre a circulação de mercadorias (ICMS) e o imposto sobre serviços (ISS) 
podem ser diminuídos de forma diferenciada nos vários estados e municípios brasileiros. Isto 
possibilita, obviamente, o aumento da pluralidade e das diferenças entre a definições de micro e 
pequena empresa para fins fiscais no Brasil. A lei do SIMPLES define uma microempresa como a 
empresa cujo faturamento anual é de até R$ 120 mil (US$ 65,9 mil) e a pequena empresa como 
aquela cujo faturamento anual é superior a R$ 120 mil (US$ 65,9 mil) e igual ou inferior a R$ 720 
mil (US$ 395,6 mil). Com a alteração feita pela Lei 9.732 de 11 de dezembro de 1998, a pequena 
empresa passou a ser considerada como aquela cujo faturamento anual é superior a R$ 120 mil 
(US$ 65,9 mil) e igual ou inferior a R$ 1,2 milhões (US$ 659,3 mil). 
Lei 9.841 de 05 de outubro de 1999: cria o novo Estatuto das Micro e Pequenas Empresas. 
Adiciona à legislação uma definição mais ampla para estas empresas – amplia o número de 
empresas que podem ser classificadas como micro e pequenas. Revoga expressamente as leis 7.256 
de 1984 e 8.864 de 1994 (apresentadas acima). Não revoga a Lei do SIMPLES. 
Lei Complementar 123 de 14 de dezembro de 2006: estabelece normas gerais relativas ao 
tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno 
porte no âmbito dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. É 
também chamada de “Lei Complementar do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de 
Pequeno Porte” (LCMEPP). Substitui, integralmente, a partir de 01.07.2007, as normas do Simples 
Federal (Lei 9.317/1996), vigente desde 1997, e o Estatuto da Microempresa e da Empresa de 
Pequeno Porte (Lei 9.841/1999). 
Fonte: Anais do II EGEPE 
24 
 
As principais vantagens para as microempresa e empresas de pequeno definidas na Lei 
123/2006 e alterações posteriores que podemos destacar são as seguintes: 
- A microempresa é definida como uma empresa cujo faturamento anual é de até R$ 
360.000,00 (trezentos e sessenta mil), enquanto a empresa de pequeno porte é aquela cujo 
faturamento anual é superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil) e igual ou inferior a 
R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil). 
- Recolhimento unificado de tributos, mediante documento único de arrecadação dos 
seguintes impostos e contribuições: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); 
Imposto sobre Produtos industrializados (IPI);Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(CSLL); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS): Contribuição 
para o PIS/PASEP; Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, exceto 
no caso das pessoas jurídicas que se dediquem às atividades de prestação de serviços previstas 
especificamente; Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços e sobre Serviços de 
Transporte Interestadual e Intermunicipal (ICMS); Imposto sobre Serviços de Qualquer 
Natureza (ISS). 
- Tributação pelo regime de caixa: A partir de 1° de janeiro de 2009, opcionalmente, as 
empresas optantes pelo Simples poderão utilizar a receita bruta total recebida no mês - regime 
de caixa -, em substituição à receita bruta auferida -regime de competência, conforme 
estabelecido na Resolução CGSN 38/2008. 
- Fiscalização orientadora: no quese refere aos aspectos trabalhista, metrológico, sanitário, 
ambienta1 e de segurança, das microempresas e empresas de pequeno porte deverá ter 
natureza prioritariamente orientadora, quando a atividade ou situação, por sua natureza, 
comportar grau de risco compatível com esse procedimento. Será observado o critério de 
dupla visita para lavratura de autos de infração, salvo quando for constatada infração por falta 
de registro de empregado ou anotação da Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS, 
ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude, resistência ou embaraço á fiscalização. 
- Obrigações trabalhistas: As microempresas o as empresas de pequeno porte são 
dispensadas da afixação de Quadro de Trabalho em suas dependências; da anotação das férias 
dos empregados nos respectivos livros ou fichas de registro; de empregar e matricular seus 
aprendizes nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem; da posse do livro intitulado 
“Inspeção do Trabalho”; e de comunicar ao Ministério do Trabalho e Emprego a concessão de 
férias coletivas. 
25 
 
- Baixa dos registros públicos: as microempresas e as empresas de pequeno porte que se 
encontrem sem movimento há mais de três anos poderão dar baixa nos registros dos órgãos 
públicos federais, estaduais e municipais, independentemente do pagamento de débitos 
tributários, taxas ou multas devidas pelo atraso na entrega das respectivas declarações nesses 
períodos. 
- Licitações – preferência: em seu artigo 48, inciso I, estabelece que a Administração 
Pública poderá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de 
microempresas e empresas de pequeno porte nas contratações cujo valor seja de até R$ 
80.000,00 (oitenta mil reais). O Decreto 6.204/2007 regulamenta o tratamento favorecido, 
diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte nas 
contratações públicas de bens, serviços e obras, no âmbito da administração pública federal. 
 Nesse quesito vale frisar que a Lei Complementar 123 inovou e beneficiou bastante as 
microempresas no que concernem as compras publicas com benefícios como: regularidade 
fiscal; critérios de desempate; subcontratação e cota de participação. Todavia, muitos ainda 
não aplicam tais benefícios por desconhecimento ou por entenderem que tais benefícios 
necessitam de regulamentação, entretanto o que se procurou foi impulsionar o crescimento 
dos municípios e de suas empresas locais, proporcionando a circulação da riqueza dentro dos 
limites municipais gerando crescimento em diversas áreas como educação, saúde, segurança e 
tecnologia. 
 
2.2.2 Instrumentos reguladores dos microempreendedores 
Com o advento da Lei Complementar 123/2006 e demais alterações posteriores, surge 
a figura do Microempreendedor Individual e seus tratamentos diferenciados, tornando-se uma 
oportunidade para os trabalhadores informais que antes não eram reconhecidos como 
empresários, serem formalizados de forma fácil e rápida. Numa pesquisa do IBGE (2009), de 
acordo com a tabela seguinte, referente ao período de 1997 até 2003, o Brasil tem mais de 10 
milhões de Empresas na informalidade, deste total 80% eram constituídas por 
empreendedores que não possuíam ajudantes ou sócios. 
 
 
 
 
 
26 
 
Tabela 1 – Empresas não agrícolas com até 5 empregados e Empresas do setor informal, 
segundo grupos de atividade – Brasil – 2003 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: IBGE, Diretoria de pesquisas, coordenação de trabalho e rendimento, pesquisa econômica informal 
urbana 2003 
 
A proposta da MEI é reduzir esses números, com isto ocorrerá um aumento na 
arrecadação, aumento no emprego formal e, como um segundo propósito, a redução da carga 
tributária. Lembrando que com esse regramento fica possibilitado aos autônomos passarem a ter 
seu negocio equiparado a uma empresa. Os ambulantes, como o pipoqueiro, o eletricista, 
cabeleireira, costureira, vendedor de cachorro quente, dentre outros, ao se regularizarem, passam a 
ter acesso a uma serie de benefícios legais. 
 A formalização do MEI só poderá ser feita através da internet no endereço eletrônico 
<www.portaldoempreendedor.gov.br>. Antes disso o empreendedor deve verificar se sua atividade 
está dentro da relação de atividades permitidas para o MEI previstas no anexo XIII da resolução 
CGSN nº 94/2012 e alterada pela resolução nº 104, 12 de dezembro de 2012. 
 No primeiro momento da formalização as prefeituras poderão disponibilizar uma pessoa 
para prestar suporte ao empreendedor agindo conforme o Art. 85-A: “Caberá ao Poder Público 
Municipal designar Agente de Desenvolvimento para a efetivação do disposto nesta Lei 
Complementar, observadas as especificidades locais”. Ainda segundo o mesmo Art.: 
§ 1º A função de Agente de Desenvolvimento caracteriza-se pelo exercício de 
articulação das ações públicas para a promoção do desenvolvimento local e 
territorial, mediante ações locais ou comunitárias, individuais ou coletivas, que 
visem ao cumprimento das disposições e diretrizes contidas nesta Lei 
Complementar, sob supervisão do órgão gestor local responsável pelas políticas de 
desenvolvimento. 
 
 Ou então, a pessoa que está na informalidade pode solicitar a ajuda de um profissional 
ou empresa de contabilidade que seja Optante pelo Simples Nacional, já que ele tem mais 
recursos e conhecimentos sobre a Lei 123/2006 e alterações, inclusive a do simples nacional, 
além de ter facilidade em tratar com as informações solicitadas no cadastro, e até mesmo o 
27 
 
SEBRAE conforme apresentado na resolução do CGSIM nº 16 de 17 de dezembro de 2009 
Art. 6º, § 1 e § 2: 
O registro e a legalização do Microempreendedor Individual poderão ser efetuados 
por intermédio de escritórios de serviços contábeis optantes pelo Simples Nacional, 
individualmente ou por meio de suas entidades representativas de classe, por órgãos 
e entidades dos entes federados, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas - SEBRAE, por outras entidades, outros prepostos ou pelo próprio 
Microempreendedor, observados o processo e as normas estabelecidas nesta 
Resolução e mediante a utilização dos instrumentos disponibilizados no Portal do 
Empreendedor para essa finalidade. 
§ 1º Os escritórios de serviços contábeis e as suas entidades representativas de 
classe, mencionados no caput, promoverão atendimento gratuito, compreendendo a: 
I- Prestação de informações e orientações completas ao Microempreendedor sobre: o 
que é o Microempreendedor Individual, quem pode ser, como se registra e se 
legaliza, quais são os benefícios e as obrigações e seus custos e periodicidade, qual a 
documentação exigida e que requisitos deve atender em relação a cada órgão e 
entidade para obter a inscrição, alvará e licenças a que o exercício da sua atividade 
está sujeito; 
II - execução dos serviços de apoio necessários: 
a) ao registro e à legalização do Microempreendedor Individual, compreendendo 
todos os procedimentos constantes do Portal do Empreendedor, inclusive a emissão 
dos documentos de arrecadação relativos ao ano-calendário; 
b) (...); 
III - elaboração e encaminhamento da primeira declaração anual simplificada do 
Microempreendedor Individual, com emissão dos documentos de arrecadação 
correspondentes à declaração e ao ano-calendário da sua entrega, podendo, para 
tanto, as entidades representativas da classe, firmar convênios e acordos com a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por intermédio de seus órgãos 
vinculados. 
§ 2 º Os órgãos e entidades dos entes federados promoverão atendimento gratuito 
compreendendo os serviços previstos no inciso I e na alínea "a" do inciso II do 
parágrafo anterior. 
 
 Ao finalizar o cadastramento no portal, o CNPJ e o numero de inscrição na Junta 
Comercial são obtidos imediatamente. Automaticamente, o contribuinte passa a ter Alvará de 
Licença de Funcionamento provisóriode 180 dias e caso a prefeitura não se manifeste nesse 
período de tempo este alvará passa a ser definitivo, em todo caso é interessante que o MEI se 
dirija até a prefeitura para solicitar o alvará padrão do município, que também não poderá ser 
cobrado. 
 Ao se tornar um Empreendedor Individual na modalidade jurídica do MEI, o 
contribuinte que optar pelo Sistema de Recolhimento em Valores Fixos Mensais dos Tributos 
abrangidos pelo Simples Nacional irá recolher a contribuição previdenciária e o ICMS e/ou 
ISS através do Documento de Arrecadação do Simples Nacional do Empreendedor Individual 
(DASMEI). Conforme resolução do CGSN nº 58, Art. 1º, § 5º: 
O optante pelo SIMEI recolherá, por meio do Documento de Arrecadação do 
Simples Nacional (DAS), valor fixo mensal correspondente à soma das seguintes 
parcelas: 
28 
 
I - contribuição para a Seguridade Social relativa à pessoa do empresário, na 
qualidade de contribuinte individual, na forma prevista no § 2º do art. 21 da Lei nº 
8.212, de 24 de julho de 1991, correspondente a: 
a) até a competência abril de 2011: 11% (onze por cento) do limite mínimo mensal 
do salário de contribuição; 
b) a partir da competência maio de 2011: 5% (cinco por cento) do limite mínimo 
mensal do salário de contribuição; 
II – R$ 1,00 (um real), a título de ICMS, caso seja contribuinte desse imposto; 
III – R$ 5,00 (cinco reais), a título de ISS, caso seja contribuinte desse imposto. 
 
O valor fixo e mensal será de no máximo R$ 39,90 (trinta e nove reais e noventa 
centavos), vai depender do enquadramento de sua atividade, no entanto os valores a serem 
pagos independem do volume de receita apurada em cada mês, lembrando que a data de 
vencimento é sempre no dia 20 do mês subsequente. Segue a tabela com os valores e 
impostos a serem recolhidos pelo MEI em conformidade com a atividade exercida: 
Tabela 2 – Tributos do Empreendedor Individual 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: SEBRAE 
Visando a simplificação e a desburocratização, o Empreendedor Individual optante 
pelo MEI fica dispensado do recolhimento de alguns impostos que incidem sobre as pessoas 
jurídicas de direito privado, conforme o inciso VI, do Art. 18-A da LC nº. 128/2008, tais 
como: Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(CSLL), Programa de Integração Social (PIS), Contribuição Social para Financiamento da 
Seguridade Social (COFINS) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). 
Conforme mostra o Art. 18-C da LC 123/2006: “Observado o disposto no art. 18-A, e 
seus parágrafos, desta Lei Complementar, poderá se enquadrar como MEI o empresário 
individual que possua um único empregado que receba exclusivamente 1 (um) salário mínimo 
ou o piso salarial da categoria profissional”. Ou seja, o contribuinte que se enquadra como 
MEI pode ter um funcionário devidamente registrado, entretanto é bom verificar os cálculos 
que devem ser levados em consideração na contratação do funcionário, que tem como base as 
obrigações relacionadas ao funcionário contratado como, 3% (três por cento) de Contribuição 
Previdenciária Patronal (CPP), retenção de 8% (oito por cento) de contribuição previdenciária 
Isento: 
PIS, COFINS, IRPJ, IPI, 
CSLL, Salário educação, 
Contribuição sindical e 
Contribuição para o 
Sistema S. 
29 
 
do empregado, sem supressão dos direitos trabalhistas (FGTS, férias, 13º salario...) e base de 
um salario mínimo ou piso da categoria. Salienta-se que os valores expressos na tabela a 
seguir tem como base o salario mínimo vigente para o ano de 2013. 
Tabela 3 – Custo anual do MEI pela contratação de 01 funcionário 
Descrição Valor em R$ 
Salario mínimo vigente ou piso da categoria R$ 678,00 
Retenção de INSS 8% (empregado) R$ (54,24) 
Valor liquido a pagar mensal (A) R$ 623,76 
Valor liquido a pagar anual (mensal X 12) (B) R$ 7.485,12 
 
Valor do FGTS 8% R$ 54,24 
Valor do INSS Patronal 3% R$ 20,34 
Valor liquido a pagar mensal (C) R$ 74,58 
Valor liquido a pagar anual (mensal X 12) (D) R$ 894,96 
 
Férias R$ 678,00 
1/3 de férias R$ 226,00 
Retenção do INSS s/férias 8% R$ (72,32) 
Valor Liquido a Pagar (E) R$ 831,68 
 
Valor do FGTS 8% s/férias (F) R$ 72,32 
Valor do INSS Patronal 3% s/férias (G) R$ 27,12 
 
13º Salario R$ 678,00 
Retenção INSS 8% s/ 13º salario R$ (54,24) 
Valor Liquido a Pagar (H) R$ 623,76 
 
Valor do FGTS 8% s/13º salario (I) R$ 54,24 
Valor do INSS Patronal 3% s/13º salario (J) R$ 20,34 
 
Total Liquido a pagar durante o ano (B+D+E+F+G+H+I+J) R$ 10.009,54 
Fonte: Elaborado pelo autor 
 Utilizando como base a tabela 3, verificamos que o custo da contratação de um 
funcionário para o MEI é de R$ 10.009,54 (dez mil e nove reais e cinquenta e quatro 
centavos), onde já está incluso todos os direitos do empregado tipo, FGTS, INSS, CPP, férias, 
13º salario, dentre outros, se observarmos em outras modalidades empresariais o custo para 
manter um empregado é muito mais elevado. 
 Existem algumas obrigações que o optante pelo MEI deverá estar atento, por exemplo, 
reter notas fiscais de suas compras, emitir notas fiscais nas vendas para pessoas jurídicas 
(podendo ser nota fiscal avulsa), registro de vendas simplificado (próprio punho), GFIP e 
RAIS caso tenha empregado, Declaração Anual Simplificada do MEI (DASMEI). 
 Cientes que o trabalhador informal não dispõe de nenhuma garantia de renda em caso 
de acidente ou de problema de saúde decorrentes do trabalho, bem como não recebe os 
demais benefícios que normalmente são concedidos aos trabalhadores assalariados. Um dos 
30 
 
principais pensamentos dos legisladores foi levar a quem vive na informalidade, através do 
MEI, alguns benefícios previdenciários citados abaixo, de acordo com a FENACON (2009): 
- Aposentadoria por invalidez, aposentadoria por idade, aposentadoria especial e 
aposentadoria por tempo de contribuição; 
- Auxílio-doença e auxílio-acidente; 
- Salário-família e salário-maternidade; 
- Os dependentes do MEI terão direito a pensão morte e auxilio reclusão. 
 
Para isto, além de atender os requisitos específicos de cada modalidade de benefício, 
os Microempreendedores terão que ter um mínimo de contribuição anterior para terem acesso 
a cada um dos benefícios. No quadro seguinte apresenta-se as carências necessárias para a 
utilização de cada benefício. 
Quadro 2 – Benefícios Previdenciários com as respectivas carências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: UC SEBRAE 
Vale deixar claro que terá direito a aposentadoria por idade depois de cumprida a 
carência na atividade rural mulheres de 55 anos e homens com 60 anos, já na atividade urbana 
mulheres com 60 anos e homens com 65 anos. E caso complemente com mais 5% do salario 
mínimo (R$ 33,90) terá direito a aposentadoria por tempo de contribuição, homens com 35 
anos e mulheres com 30 anos. 
 
2.3 FUNÇÃO SOCIAL DOS MICROEMPREENDEDORES E MICROEMPRESAS 
 As Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais tem uma 
importantíssima função social para o Brasil, além de também econômica, no entanto para 
melhor compreendermos a função social é necessário esclarecer essa nomenclatura, conforme 
o dicionário Aurélio temos a palavra função definida como: 
31 
 
 
Função. S. f. 1. Ação própria ou natural dum órgão, aparelho ou máquina. 2. Cargo, 
serviço, ofício. 3. Prática ou exercício de cargo, serviço, ofício. 4. Utilidade, uso, 
serventia. 5. Posição, papel. 6. Espetáculo. 7. Salemidade,festividade. 8. jur. Cada 
uma das grandes divisões da atividade do Estado na consecução de seus objetivos 
jurídicos. 9. jur. O conjunto dos direitos, obrigações e atribuições duma pessoa em 
sua atividade profissional específica. 10. Mat. Qualquer correspondência entre dois 
ou mais conjuntos. 11. Quim. Grupamento de átomos que atribui a uma classe de 
substâncias, em cujas moléculas está presente, um comportamento químico 
determinado e mais ou menos uniforme. 12. Bras. Festa dançante; baile, dança. 13. 
Bras. Pândega, divertimento, funçanata. 
 
 Como vemos, a palavra função tem significados diversificados. Para compreendermos 
o que interessa ao trabalho, os significados que servem ao propósito são os de números 4 e 5 – 
utilidade, uso, serventia; ou posição, papel. Todos eles lembram destinação, propósito. 
Portanto o que vem a ser função para este estudo é a destinação além da própria existência, 
que ultrapassa o simples fato de existir. A produção de efeitos no ambiente, no cosmos, a 
partir e mesmo que através da simples existência. Notadamente, cumprir uma função social é 
nortear o agir, o pensar, o refletir, o possuir, o comerciar, o produzir, o ensinar, o promover e, 
todos os outros verbos que arrebatam o ente do ostracismo e da inércia, para que tudo o que 
conjugue produza resultados benéficos para si, para o social, para a coletividade. 
 Se analisarmos por partes parecerem realidades bem distantes e talvez até o sejam, 
mas analisando através de uma visão holística o trabalho social que uma grande empresa 
realiza mobilizando por vezes todo um país em torno de um projeto, só se difere da cesta 
básica oferecida pela microempresa em proporções, pois a natureza e a finalidade são as 
mesmas e não são gratuitas. A finalidade principal é o aumento das vendas, o marketing, o 
lançamento de um produto, a satisfação dos que laboram sua produção, a conscientização de 
autoridades, a sensibilização de potenciais consumidores, impressionar a concorrência, enfim, 
o lucro. Para quem duvida que o objetivo mediato seja a capitalização, a sugestão é apurar 
quantas dessas empresas, ao paralisar suas atividades e apurar o capital anteriormente 
integralizado, o destinou a ONGs, entidades filantrópicas ou ao Estado para que este promova 
algum grande projeto social. Em muitos casos a empresa auxilia até mesmo em funções que, a 
priori, seriam de responsabilidade do Estado, mas que, em hipótese alguma, deve ser visto 
como substituição do ente Estatal ou como assunção das obrigações do Estado ou ainda 
supressão ou perda de soberania em razão da transferência de competências ao setor privado. 
Por exemplo, uma empresa que contrate vigilância armada para toda a quadra onde se situa e, 
com isso reduz a criminalidade do bairro, não estará realizando a função do Estado de garantir 
segurança à sociedade, embora possa estar auxiliando para aquele fim. 
32 
 
 Muito embora alguns MEIs e MPEs entendam não sustentar uma condição ou porte 
mínimo para assumir sua função social, deve-se conscientiza-los que para assumir essa 
função, não terá a empresa que abrir mão dos lucros ou partilhar resultados com pessoas 
estranhas ao contrato social, por mais que não detenha o porte das grandes corporações, 
poderão dentro de suas possibilidades trabalhar de forma a garantir melhoria social para a 
comunidade que os compõe e os cercam. Basta para isso que cumpra sua finalidade capitalista 
com responsabilidade, de forma a atender aos fundamentos da justiça social. 
Ressalta-se, enfaticamente, que os MEIs e as MPEs formam uma valiosa fonte de 
receita para os entes federados, ao passo que representam 6,9 milhões de pequeno negócios e 
estão distribuídos nas regiões e nos setores conforme o quadro abaixo: 
Figura 1 – Distribuição Geográfica dos pequenos Negócios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: SEBRAE 
 
Tabela 4 – Divisão por setores dos pequenos negócios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: SEBRAE 
33 
 
 Portanto, são os pequenos negócios que movimentam a economia e isso é uma 
realidade muito presente principalmente nos municípios, e eles contam com um potencial 
assombroso na geração de benefícios para a sociedade e, principalmente, que podem, devem e 
cumprem sua função social, pois também promovem a inclusão social já que é comum existir 
um contingente de pessoas dependentes de programas sociais e que contam com o Poder 
Publico para suprir suas necessidades básicas de subsistência e isso se torna muito evidente 
em municípios de menor porte. Uma demonstração clara de que a função social dos pequenos 
negócios está se cumprindo é diminuição considerável do numero de beneficiários dos 
programas sociais municipais, estaduais e federais, pelo fato de as pessoas conseguirem fonte 
de renda própria, seja pela obtenção de um emprego em MEI ou MPE ou por abrirem seu 
pequeno negócio, tudo isso pode ficar explicito no quadro seguinte que retrata o crescimento e 
a projeção de crescimento dos MEIs e MPEs: 
Quadro 3 – Crescimento e Projeção de crescimento dos MEIs e MPEs 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outras funções sociais que podem ser destacadas com o fortalecimento dos pequenos 
empreendimentos são: diminuição do êxodo de habitantes e por consequência saída de 
potenciais empreendedores para outras cidades; manutenção de recursos financeiros girando 
34 
 
na economia local e geração de investimentos duradouros. Os MEIs e MPEs são importantes 
fontes geradoras de primeiro emprego, trazendo para o mercado de trabalho de jovens e 
adultos sem experiência e qualificação profissional inicial e, com isso exercendo a função 
social de promover a inclusão produtiva de parcela da população normalmente excluída da 
economia formal e reduzindo a taxa de desemprego. Daí a necessidade de manter o tratamento 
diferenciado aos pequenos negócios, com o objetivo não só de lhe dar condições para 
competir no mercado, mas também, assim o fazendo, e como objetivo primordial garantir-lhes 
condições de cumprir com sua função social. 
 
2.4 MICROEMPREENDEDORES E MICROEMPRESAS COMO GERADORES DE 
EMPREGO E RENDA 
 Muitas pessoas não veem a informalidade como um problema, mas como uma 
solução, onde os empregos estão escassos e para garantir a renda, a população opta por este 
segmento. Conforme informa Silva e Bassani (2007, p.69), “o mito do empreendedor 
associado ao mito do enriquecimento a qualquer custo se apresenta como alternativa para uma 
crise quase permanente no processo de acumulação e um desgaste profundo na geração de 
emprego e renda”. Com o elevado índice de inflação e baixa perspectiva de emprego aumenta 
o mercado informal se torna um grande meio de sobrevivência da população, no entanto o 
pequeno negocio nesse ambiente não ajuda no crescimento do país, no qual na medida em que 
eles não conseguem se relacionar com empresas formais acabam causando restrições ao 
crescimento do próprio empreendimento e consequentemente no país, sendo que não 
incorporando novas e modernas tecnologias, o empreendimento não cresce, 
consequentemente não gera novos empregos, nem aumenta as rendas e com isso a economia 
fica estagnada. 
 É evidente que uma redução na informalidade traz benefícios incalculáveis para a 
economia de um país. É evidente que o governo é o principal agente gerador de soluções para 
diminuir a informalidade, como já o vem sendo, através de criação de politicas que objetivam 
tirar milhões de informais do mercado proporcionando um desenvolvimento social, iniciando 
um novo segmento econômico, gerando em contrapartida, um volume considerável de 
empregos formais e, por conseguinte aumento na renda. 
 E como o desenvolvimento ocorre de uma forma endógena, caberia a menor unidade 
federativa, o município, o papel de ator principal no fomento às formalizações, já que os 
pequenos negócios estão presentes primeiramente neles e os gestores públicos para gerar35 
 
postos de trabalhos precisam contar com as empresas locais, e buscando o aumento do 
numero de empregos em seu município também é uma forma de gerar ou aumentar a renda 
dos munícipes. As pequenas empresas são as maiores empregadoras no país e para confirmar 
essa característica das MPE, veremos o quadro a seguir, que mostra a geração de empregos 
por parte deste segmento na ultima década, em comparação com os gerados pelas medias e 
grandes empresas. 
Gráfico 01 – Saldo de empregos gerados na ultima década 
 
Fonte: CAGED/MTE 
 Cabe destacar que em 2008 e 2009, período em que eclodiu a crise econômica 
mundial, as MPE continuaram gerando emprego e renda, enquanto as medias e grandes 
empresas desempregaram. 
 É importante a visualização de alguns dados para a perfeita visualização da evolução 
manifestada pelos pequenos negócios ao longo de anos. A Pesquisa Anual de Comércio e 
Serviços, em 2001, estimaram um total de 2 milhões de micro e pequenas empresas de 
comércio e serviços em operação no País, que ocupavam cerca de 7,3 milhões de pessoas, ou 
seja, 9,7% da População Ocupada, e geraram também R$ 168,2 bilhões em receita 
operacional liquida e um valor adicionado de R$ 61,8 bilhões, uma vez que estes segmentos 
ocupavam em 1985 cerca de 3,5 milhões de pessoas, o que representava cerca de 50,7% da 
mão-de-obra ocupada, nas empresas de comércio e serviços nesse ano, notamos que em 2001 
mais que dobrou o número de pessoas ocupadas em 1985, representando 60,8% da mão-de-
obra ocupada no segmento empresarial dessas atividades conforme gráfico. 
 
36 
 
Gráfico 2 – Participação das microempresas no pessoal ocupado do setor de comercio e 
serviços – 1985/2001 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: IBGE, Pesquisa Anual de Comércio e Serviços 2001 
Com relação ao faturamento e a capacidade de geração de riqueza das MPE's em 2001, no 
comércio e serviços apresentaram um faturamento médio por empresa de R$ 82,3 mil e um 
valor adicionado por empresa de R$ 30,3 mil, valores estes considerados muito baixos ao 
compararmos com o faturamento médio de R$ 11.454,9 mil e o valor adicionado médio de R$ 
2.707,5 mil das médias e grandes empresas. No entanto, tomando-se como parâmetro o 
Quociente de Valor Adicionado (valor adicionado/receita operacional liquida), que indica o 
valor agregado por empresa à economia por cada real faturado, as MPE's agregaram R$ 0,37 
para cada R$ 1,00 faturado, superior às médias e grandes empresas, que agregaram R$ 0,24 
para cada R$ 1,00 de receita. Nas atividades de serviços, estes coeficientes foram de 0,64 e 
0,49, nas MPE’s e no segmento das médias e grandes, respectivamente. Conforme a tabela 
seguinte. 
Tabela 5 – Indicadores das empresas de comercio e serviços, conforme atividade e porte em 
2001 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: IBGE, Anuário do Comércio e Serviço 2001 
 
37 
 
 As MPE’s e MEI’s vêm aumentando gradativamente sua participação na economia 
refletindo a maior viabilidade do pequeno investidor se estabelecer nessa atividade, em função 
da exigência de menor volume de investimento e de requisitos de qualificação profissional 
mais baixo sendo que estes segmentos empresariais são organizados na forma de mercearia, 
cabeleireiros, quitandas, pequenos mercados, sapatarias, lojas de roupas bazares, armarinhos, 
etc., atendendo as demandas de necessidades básicas dos consumidores, estando normalmente 
próximo ao local de moradia, o que implica em maior dispersão no território nacional. 
 O bom desempenho da economia brasileira na ultima década está aliada as politicas de 
desburocratização, acesso a mercados, de estimulo ao credito e à capitalização, de estimulo a 
inovação, que impulsionam a ampliação dos MEI’s e MPE’s no país e confirmando suas 
expressivas participações na estrutura produtiva nacional. Entre 2000 e 2010, verificou-se 
aumento do número de estabelecimentos das MPE’s e do emprego gerado por estes 
estabelecimentos. Em 2010, as MPE’s responderam por 99% das empresas, mais da metade 
dos empregos formais de estabelecimentos privados não agrícolas do país e por parte 
expressiva da massa de salários paga aos trabalhadores destes estabelecimentos. Seguindo o 
movimento de formalização de toda a economia, cresceram também os empregos com carteira 
de trabalho assinada, assim como o rendimento médio recebido. 
Gráfico 3 – Evolução do numero de estabelecimentos por porte – Brasil 2000-2010 (em 
milhões) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conforme analise do gráfico na década de 2000, as micro e pequenas empresas e 
microempreendedores individuais ultrapassaram a barreira dos 6 milhões de estabelecimentos. 
Neste período, o crescimento médio do número de MPE foi de 3,7% a.a., chegando em 2010 a 
38 
 
um total de 6,1 milhões em atividade. Portanto, nos anos 2000, houve criação de 
aproximadamente 1,9 milhão de novos estabelecimentos. 
No decorrer dos últimos anos, temos presenciado uma verdadeira revolução silenciosa 
quase que imperceptível no Brasil. Tanto social quanto econômica. As micro e pequenas 
empresas desempenham um papel de destaque neste processo, estão se consolidando como as 
grandes geradoras de renda e emprego do país, mesmo durante a crise enquanto as medias e 
grandes empresas extinguiram mais de 20 mil postos de trabalho as pequenas criaram mais de 
1 milhão. Entre os anos de 2001 e 2010, os pequenos negócios de uma forma geral criaram 
6,1 milhões de empregos com carteira assinada, elevando o total de empregos nas empresas 
de 9 milhões de postos de trabalhos, em 2001,para 14,7 milhões em 2010, e com um olhar 
para década de 2000, o crescimento médio do numero de empregos nas MPE’s foi de 5,5% 
a.a. Conforme gráfico seguinte. 
Gráfico 4 – Empregos e salários nas Microempresas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: SEBRAE 
Em 2010, as micro e pequenas empresas foram responsáveis aproximadamente 52% 
dos empregos formais não agrícolas no país e 40% da massa salarial. Em media, durante a 
década de 2000, de cada R$ 100,00 pagos aos trabalhadores formais no setor privado não 
agrícola, aproximadamente R$ 41,00 foram gerados pelas micro e pequenas empresas. 
 Ao observarmos o gráfico abaixo podemos notar que todas as informações vista acima 
estão bastante visíveis, e fica notável o avanço conquistado em termos de numero de 
estabelecimentos, emprego e renda gerado. 
39 
 
Gráfico 5 – participação relativa das MPE’s no total de estabelecimentos, empregos e na 
massa de remuneração paga aos empregados formais nas empresas privadas não agrícolas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para termos uma ideia mais convincente dos benefícios proporcionados pelas 
microempresas na geração de emprego temos como resultante as rendas que as próprias geram 
ao contratarem mais empregados fazendo com que a economia onde elas estão inseridas 
demonstre melhores resultados. Em termos de remuneração gerada pelos pequenos negócios, 
ao visualizarmos o gráfico seguinte nota-se que entre 2000 e 2010, a remuneração média real 
dos empregados formais nas micro e pequenas empresas cresceu 1,4% a.a., passando de R$ 
961,00, em 2000, para R$ 1.099,00, enquanto nas medias e grandes empresas o crescimento 
foi de 0,43% a.a., saindo de R$ 1.711,00, para R$ 1.786,00, em 2010 . O resultado das micro 
e pequenas empresas ficou acima tanto do crescimento da renda média do total de 
trabalhadores (0,9 % a.a) do mercado formal, quanto daqueles que estavam alocados nas 
médias e grandes empresas. A renda média real dos trabalhadores nas MPEs mostrou melhor 
desempenho na segunda metade da década, com ampliação de 2,8% a.a. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Gráfico 6 – Evolução da remuneração media real dos empregados por porte do 
estabelecimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A tabela seguinte sintetiza o aumento médio da renda dos empregados de acordo com 
o porte do negócio. Por ela vê-se que na década de 2000 o aumento realdos salários pagos 
pelas microempresas foi 3 vezes maior daquele que é pago pelas empresas de maior porte, e 
avaliando mais minuciosamente esses resultados obtidos notamos uma queda na diferença da 
media salarial de 43,8% para 38,4 entre esses segmentos. 
Tabela 6 – Variação da renda gerada pelas microempresa na década de 2000 
 
 
 
 
 
 
Fonte: SEBRAE 
 Atualmente, o bom desempenho dos pequenos negócios apenas confirma a sua 
importância para a economia, pois é notório que eles tornaram-se uma fatia importante da 
remuneração do país. Como já vimos as MPE's e MEI's representam 99,2% do total de 
empresas formais, 52% do total da força de trabalho formal do país e 40% da massa salarial. 
Ainda há, nas estimativas do SEBRAE cerca de 10,3 milhões de empreendimentos informais, 
números mais que suficientemente para demonstrar a dimensão do segmento. Além da sua 
extraordinária capilaridade. As MPE's e MEI's estão em todos os 5.565 municípios do país 
41 
 
confirmando sua importância socioeconômica para o desenvolvimento do país. O gráfico 
seguinte traz uma comparação entre MPE's que notadamente são optantes pelo simples e as 
demais empresas abrindo um olhar para os últimos 3 anos da década de 2000 para reforçar o 
papel adquirido pelos pequenos negócios nos quesitos de geração de emprego e renda ficando 
sempre com resultados melhores do que as outras empresas. 
Gráfico 7 – Geração de empregos e salários 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: SEBRAE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
3 DESENVOLVIMENTO LOCAL 
 No texto aqui apresentado propõe-se contribuir para a análise do conceito de 
desenvolvimento analisando um fenômeno ocorrido no virar do milênio, sendo que durante o 
processo evolutivo do conceito, o que se considerava desenvolvimento tornou-se mais 
complexo e diverso, pelo que para o compreendermos temos de entender a sua natureza mais 
básica analisando em que é que consiste, para que serve e, em termos normativos, o que 
deveria ser. 
 
3.1 CONCEITO E DEFINIÇÃO 
 Qualquer tentativa de definição positiva do conceito de desenvolvimento está 
condenada ao fracasso. Definir desenvolvimento como um “ato planificado de mudança” tem 
pouca utilidade, devido à grande abrangência da definição. Por outro lado, as tentativas de 
definir o conceito de forma mais estrita implicam sempre opções de caráter normativo. Resta, 
pois, analisar as diferentes definições de desenvolvimento em busca dos valores que as 
normatizam. 
 O conceito de desenvolvimento local vem sendo criticado e renovado por muitos 
autores ao longo dos anos. “A crítica está no fato de que em matéria de desenvolvimento não 
se pode antecipar os passos futuros de forma independente da realidade local, realidade esta 
que tem suas implicações peculiares”, segundo RIST (1996 apud MILANI, 2005). O 
desenvolvimento deve ser entendido levando-se em conta os aspectos locais, aspectos estes 
que têm significado em um território específico. Uma noção alargada de desenvolvimento 
deve abranger preocupações econômicas, sociais, ambientais, politicas e culturais. 
 Atualmente é quase unânime entender que o desenvolvimento local não está 
relacionado unicamente com crescimento econômico, mas também com a melhoria da 
qualidade de vida das pessoas e com a conservação do meio ambiente. Estes três fatores estão 
inter-relacionados e são interdependentes. O aspecto econômico implica em aumento da renda 
e riqueza, além de condições dignas de trabalho. A partir do momento em que existe um 
trabalho digno e este trabalho gera riqueza, ele tende a contribuir para a melhoria das 
oportunidades sociais. Do mesmo modo, a problemática ambiental não pode ser dissociada da 
social. 
 Outro aspecto relacionado ao desenvolvimento local é que ele implica em articulação 
entre diversos atores e esferas de poder, seja a sociedade civil, as organizações não 
43 
 
governamentais, as instituições privadas e políticas e o próprio governo. “Cada um dos atores 
tem seu papel para contribuir com o desenvolvimento local” (BUARQUE, 1999). 
 “O desenvolvimento local pressupõe uma transformação consciente da realidade 
local” (MILANI, 2005). Isto implica em uma preocupação não apenas com a geração 
presente, mas também com as gerações futuras e é neste aspecto que o fator ambiental assume 
fundamental importância. “O desgaste ambiental pode não interferir diretamente a geração 
atual, mas pode comprometer sobremaneira as próximas gerações” (SACHS, 2001). 
O desenvolvimento local leva em conta as características locais, seja fortalecendo, 
descobrindo ou fomentando. No sentido do fortalecimento das características locais, e, 
consequentemente, do fortalecimento do capital social, acontece o desenvolvimento 
endógeno. 
No caso das estratégias de desenvolvimento local, o mecanismo dinamizador seria 
representado pela resposta dos atores locais aos desafios colocados pelo aumento da 
competitividade, o que desencadearia os processos de desenvolvimento endógeno. As 
estratégias e as iniciativas de desenvolvimento local propõem-se a estimular o surgimento e a 
expansão das empresas locais e favorecer o desenvolvimento dos recursos específicos que 
determinam a capacidade de atração de empresas externas. 
Com vistas para o Brasil, sob uma análise geral, o planejamento do desenvolvimento 
no país até o final da década de 1970 era norteado por Planos, sob a inspiração nacional-
desenvolvimentista, e que traziam um modelo tradicional, de planificação nacional, que era 
moderno e predominante na época, levando, inclusive, o Brasil a ser um dos países cuja 
economia mais cresceu durante o século XX. A partir de 1980, a linha para as ações de 
desenvolvimento no Brasil sofre uma dispersão, para voltar, a partir dos anos 2000, com ações 
pulverizadas em Estados, cidades, e a busca da construção de um modelo em rede que 
estimule o protagonismo regional e local, chamado por alguns especialistas de “novo 
desenvolvimentismo brasileiro”, que é a incorporação na cultura nacional de aspectos globais 
da gestão estratégica do desenvolvimento. 
 Esse novo modelo de desenvolvimento brasileiro teria como foco principal o 
desenvolvimento local, regional e de cidades. Uma vez passado o período focado na 
estabilização econômica, passou-se a se preparar governos, entidades do terceiro setor e 
lideranças da iniciativa privada para começar, a partir de iniciativas locais, a fomentar ações 
desenvolvimentistas. 
Nesta nova roupagem, elementos tradicionais se juntam a iniciativas de gestão, 
44 
 
estratégias de governança e políticas sociais para formar um modelo novo de 
desenvolvimentismo no Brasil, baseado na gestão estratégica do desenvolvimento. O mais 
interessante é que este modelo, por ser descentralizado e “puxado” a partir de iniciativas e 
inovações locais, está sendo constantemente aperfeiçoado e aberto a revisões. Uma das 
adições importantes, como já foi citada e comentada anteriormente nesse trabalho, foi a 
aprovação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, Lei 123/2006, que trouxe novos 
instrumentos para ativação da economia local. 
Neste tocante devemos lembrar que há duas abordagens básicas para o 
desenvolvimento local, pois entorno delas a uma grande discussão no meio econômico e 
desenvolvimentista. A primeira, conhecida como “top-down”, é o racional do planejamento 
econômico tradicional, e sua lógica continua válida nos dias de hoje, consistindo em atração 
de investimento de grandes e medias empresas, poder publico e outras instituições externas a 
realidade local. 
A outra é a abordagem “bottom-up”, que é uma abordagem de valorização da 
iniciativa e da competitividade local, considera variáveis sociais e ambientais e busca uma 
mobilização da sociedade. Este princípio de desenvolvimento constitui a base da Lei 
123/2006, Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, uma vez que busca criar instrumentos para 
que cada cidade

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