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A StuDocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Aula 10 - Controle Aversivo Analise Experimental Do Comportamento (Universidade Federal do Ceará) A StuDocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Aula 10 - Controle Aversivo Analise Experimental Do Comportamento (Universidade Federal do Ceará) Baixado por natalia jarcem almeida (jarcemamanda@gmail.com) lOMoARcPSD|10512058 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=aula-10-controle-aversivo https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-do-ceara/analise-experimental-do-comportamento/aula-10-controle-aversivo/4376825?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=aula-10-controle-aversivo https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-federal-do-ceara/analise-experimental-do-comportamento/3426871?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=aula-10-controle-aversivo https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=aula-10-controle-aversivo https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-federal-do-ceara/analise-experimental-do-comportamento/aula-10-controle-aversivo/4376825?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=aula-10-controle-aversivo https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-federal-do-ceara/analise-experimental-do-comportamento/3426871?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=aula-10-controle-aversivo O fichamento é constituído de passagens do livro “Moreira, M. B. & Medeiros, C. A. (2007). Princípios Básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre, RS: ARTMED.” Controle Aversivo Por que “controle aversivo do comportamento”? Reforço positivo: consequência controladora do comportamento, já que a sua ocorrência torna o comportamento mais provável. Reforço porque aumenta a probabilidade de o comportamento reforçado voltar a ocorrer; positivo porque a modificação produzida no ambiente é sempre a adição de um estímulo. Reforço negativo e punição: também são consequências do comportamento que exercem controle sobre ele, pois interferem na probabilidade de sua ocorrência futura: se faço algo que tem como consequência um reforço negativo, voltarei a fazê-lo; se faço algo que tem como consequência uma punição, seja positiva, seja negativa, não farei mais. Defende-se que o controle exercido pelos três tipos de consequências é aversivo porque o indivíduo se comporta para que algo não aconteça, ou seja, para subtrair um estímulo do ambiente ou para fazer com que ele nem mesmo ocorra. O controle aversivo diz respeito à modificação na frequência do comportamento utilizando-se o reforço negativo (aumento da frequência) e punição positiva ou negativa (diminuição da frequência) Estímulo Aversivo é um conceito relacional (envolve relações entre eventos) e funcional. Não existem estímulos eminentemente aversivos que serão aversivos para todas as pessoas. São definidos como aqueles que reduzem a frequência do comportamento que os produzem (estímulos punidores positivos), ou aumentam a frequência do comportamento que os retiram (estímulos reforçadores negativos). O reforço negativo produz um aumento na frequência do comportamento, não podendo participar da punição. Na punição positiva, o comportamento produz a apresentação de um estímulo aversivo, resultando na diminuição da probabilidade de emissão do mesmo comportamento no futuro. Contingência de reforço negativo O reforço não se dá apenas com a apresentação de estímulos, mas também pela retirada de estímulos do ambiente. Exemplo: 1. tomar analgésico . Resposta: tomar analgésico; reforço negativo: dor de cabeça; Consequência: dor de cabeça sumir. 2. colocar óculos de sol . Resposta: colocar óculos de sol; Reforço negativo: luminosidade; Consequência: evitar a luminosidade. Baixado por natalia jarcem almeida (jarcemamanda@gmail.com) lOMoARcPSD|10512058 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=aula-10-controle-aversivo 3. chupar um drops após fumar . Resposta: chupar o drops após fumar. Reforço negativo: namorada brigar porque o namorado fuma; Consequência: sem brigas. 4. passar protetor solar : Resposta: passar protetor solar; Reforço negativo: queimaduras; Consequência: evitar queimaduras. Os comportamentos tiveram sua frequência aumentada ou mantida em todos os exemplos. O reforço negativo, assim como o reforço positivo, é um tipo de consequência do comportamento que aumenta a probabilidade de este voltar a ocorrer. A diferença básica entre reforço positivo e reforço negativo reside na natureza da operação, ou seja, no reforço positivo, um estímulo é acrescentado ao ambiente; no reforço negativo, um estímulo é retirado do ambiente. Reforço positivo: aumenta a probabilidade do comportamento voltar a ocorrer pela adição de um estímulo reforçador ao ambiente. Reforço negativo: aumenta a probabilidade do comportamento voltar a ocorrer pela retirada de um estímulo aversivo do ambiente. Dois tipos de comportamento operante são mantidos por contingências de reforço negativo: comportamento de fuga e comportamento de esquiva. Comportamento de fuga e comportamento de esquiva Comportamento de fuga: determinado estímulo aversivo está presente no ambiente, e esse comportamento retira-o do ambiente; Aqueles em que um estímulo aversivo está presente no ambiente no momento em que o comportamento é emitido e em que a consequência produzida por ele é retirada do estímulo aversivo do ambiente. Fuga é sempre o primeiro a ser aprendido. Ex: creme para secar espinhas; arrumar o quarto para a mãe parar de reclamar; levar o carro ao mecânico porque ele está fazendo um barulho estranho; fazer a barba depois da namorada já estar reclamando por ter seu rosto arranhado; inventar uma desculpa para parar de ouvir um "chato" falar. Comportamento de esquiva: determinado estímulo aversivo não está no ambiente, e emitir esse comportamento (de esquiva) faz com que o estímulo não apareça, ou demore mais para aparecer; Aqueles em que um estímulo aversivo não está presente no ambiente no momento em que o comportamento é emitido, e sua consequência é o atraso ou o cancelamento do contato com o estímulo aversivo. Ex: sabonete para limpar a pele e retirar a oleosidade da pele; arrumar o quarto assim que acordar; fazer revisão no carro sempre; fazer a barba antes de ver a namorada; desconversar antes que o sujeito "chato" comece a falar. Punição Punição é um tipo de consequência do comportamento que torna sua ocorrência menos provável; Punição é definida funcionalmente, ou seja, para dizermos que houve uma punição, é necessário que se observe uma diminuição na frequência do comportamento; Baixado por natalia jarcem almeida (jarcemamanda@gmail.com) lOMoARcPSD|10512058 Não existe um estímulo que seja punidor por natureza. Dois tipos de punição Punição positiva: diminui a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente pela adição de um estímulo aversivo (punitivo) ao ambiente. 1. Um rato, modelado para receber água ao pressionar a barra, recebe, além da água, um choque quando age assim e para de fazê-lo; 2. Jogar bola dentro de casa, levar uma surra, parar de jogar bola dentro de casa; 3. Ultrapassar o sinal vermelho, ser multado e não infringir mais essa regra; 4. Dizer palavrão, receber uma bronca, diminuir a frequência dessa atitude. Punição negativa: diminui a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente pela retirada de um estímulo reforçador do ambiente. 1. Fazer traquinagens, perder a mesada, parar de fazertraquinagens; 2. Cometer um assalto, ser preso, não cometer mais crimes; 3. Fumar, não receber beijos, diminuir o número de cigarros por dia; 4. Dirigir embriagado, perder a carteira de motorista, não mais dirigir embriagado. Suspensão da contingência punitiva: recuperação da resposta Recuperação da resposta: Um comportamento que outrora fora punido pode deixar de sê-lo e talvez tenha sua frequência restabelecida; É fundamental que o organismo se exponha outras vezes à contingência para que ele discrimine a mudança, ou seja, o estímulo punidor não é mais contingente ao comportamento. Ex: garota e minissaias (ex-namorado punia o uso, agora não o vê mais) Punição negativa e extinção Ambos não se têm acesso a reforçadores outrora disponíveis; Na extinção, parou de produzir a consequência reforçadora; Ex: namorado infiel é pego e a namorada termina o namoro e não o atende mais. O comportamento de falar com aquela que agora é sua ex namorada ao telefone foi extinto. Ex: Namorado infiel que é pego e nunca mais trai. O comportamento de trair foi punido negativamente. O comportamento de trair era reforçado por seus amigos, mas, mesmo que eles continuem reforçando, o comportamento não será mais apresentado, pois a punição negativa teve efeito. Porém, as consequências que mantinham o comportamento de trair continuam intactas. Houve a apresentação de uma nova consequência: retirada dos reforçadores contingentes a outros comportamentos relacionados ao namoro. Outra diferença entre punição e extinção refere-se ao processo: a punição suprime rapidamente a resposta, enquanto a extinção produz uma diminuição gradual da probabilidade da resposta. Baixado por natalia jarcem almeida (jarcemamanda@gmail.com) lOMoARcPSD|10512058 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=aula-10-controle-aversivo Ex: rato que entrou em extinção e rato que levava choque. Efeitos colaterais do controle aversivo Punir comportamentos inadequados é muito mais fácil e tem efeitos mais imediatos do que reforçar positivamente comportamentos adequados. Entretanto, o controle aversivo apresenta uma série de efeitos colaterais que tornam seu uso desaconselhado por vários autores comportamentais. Eliciação de respostas emocionais No momento em que os organismos entram em contato com estímulos aversivos, é observada a eliciação de várias respostas emocionais, como tremores, taquicardia, palpitações, choro, etc. 1. As respostas emocionais eliciadas nos organismos eliciam outras respostas emocionais no individuo que pune, comumente conhecidas por respostas emocionais de pena ou culpa. Elas são aversivas, e o individuo que pune, pode passar a liberar reforçadores ao organismo punido como de se esquivar dos sentimentos de pena ou culpa. Ex: criança faz birra → leva palmada → chora → recebe um pirulito. 2. Condicionamento respondente. Quem pune ou reforça negativamente em excesso acabará tornando-se um estímulo condicionado que eliciará as mesmas respostas emocionais outrora eliciadas pelos estímulos aversivos envolvidos. Ex: criança que teme o pai severo; namorada que controla o comportamento do namorado por chantagens emocionais. 3. Paradoxo da aprendizagem por reforço negativo. Conforme apresentado, o reforço negativo aumenta a probabilidade do comportamento que o suprime. Entretanto, a apresentação do estímulo aversivo pode eliciar respostas reflexas que dificultam a emissão do comportamento operante que retiraria o estímulo aversivo. Em outras palavras, o único comportamento que retiraria o estímulo aversivo torna-se menos provável devido às respostas reflexas eliciadas por ele, o que certamente representa um paradoxo. Ex: criança gaga → quando a criança gagueja, seu pai critica → emissão de respostas reflexas que quase impedem a emissão do comportamento operante de falar corretamente → o que estímulo que deveria ser “motivador” é justamente o que impede de falar corretamente. Supressão de outros comportamentos além do punido O efeito da punição não se restringe apenas ao comportamento que produziu a consequência punitiva. Outros comportamentos que estiverem ocorrendo temporalmente próximos ao momento da punição podem ter sua frequência reduzida. O efeito disso na terapia pode ser muito prejudicial. Uma vez que o terapeuta puna algum comportamento do cliente durante a sessão, outros comportamentos dentro da sessão, muitas vezes desejáveis ao processo terapêutico, podem deixar de ocorrer. Baixado por natalia jarcem almeida (jarcemamanda@gmail.com) lOMoARcPSD|10512058 Ex: criança brincando e correndo em uma festa e estoura um balão perto de um adulto, e ele bate na criança (a criança não só não estoura mais balões, como, também, não brinca ou corre mais) Emissão de respostas incompatíveis ao comportamento punido Após a punição de um comportamento, os organismos, em geral, passam a emitir uma segunda resposta que torne improvável a repetição do comportamento punido. Essa segunda resposta é chamada resposta incompatível ou resposta controladora, uma vez que é uma forma de o organismo controlar seu próprio comportamento. Ex: entregar o celular a um amigo para não telefonar para a ex, pois, numa ligação passada, a pessoa foi punida. Ex: romper o relacionamento ainda no inicio pode ser considerada incompatível com o comportamento de namorar, o qual foi punido no passado. Desvantagem: as respostas incompatíveis tornam impossível para o organismo discriminar que a contingência de punição não está mais em vigor, uma vez que impede o organismo se exponha à contingência novamente. Contracontrole Efeito colateral do controle aversivo mais indesejado. No contracontrole, o organismo controlado emite uma nova resposta que impede que o agente controlador mantenha o controle sobre o seu comportamento. No caso da punição, garante-se que o comportamento punido continue a ocorrer sem entrar em contato com ela. Ex: frear antes do radar. No caso do reforço negativo, a resposta do contracontrole suprime ou evita o estímulo aversivo sem a emissão da resposta programada pelo controlador. A mentira como um contracontrole: A mentira, muitas vezes, funciona como uma resposta de contracontrole. Ex: falar que o cachorro comeu o seu dever para evitar a punição do professor. Um ratinho esperto: Rato que evitava o choque ao pressionar a barra para receber comida deitando de costas na grade no chão da caixa, colocando a cabeça no comedouro e pressionando a barra cilíndrica com o rabo (usando o pelo como isolante térmico e não recebendo o choque). Por que punimos tanto? 1. Imediaticidade da consequência; 2. Eficácia não dependente de privação; Baixado por natalia jarcem almeida (jarcemamanda@gmail.com) lOMoARcPSD|10512058 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=aula-10-controle-aversivo 3. Facilidade no arranjo das contigências, pois as alternativas ao controle aversivo dão mais trabalho de organizar. Por exemplo, o controle positivo do comportamento envolve respostas muito mais custosas, que demorarão mais para produzirem seus efeitos; O controle existe; negá-lo somente aumenta a chance de sermos controlados. Em concordância com Freud, a principal razão que leva ao sofrimento psicológico é o histórico de controle aversivo do comportamento. Quais as alternativas ao controle aversivo? 1. Reforço positivo no lugar de reforço negativo; 2. Extinção em vez de punição; Na verdade, extinção é apenas menos aversivo que a punição, mas também gera respostas emocionais. Desvantagem da extinção → nem sempre podemos suprimir o reforçador que mantém o comportamento indesejado. A extinção apenas diminui a frequência do comportamento em vez detreinar novas respostas desejáveis do ponto de vista do controlador. 3. Reforçamento diferencial e DRO; Como alternativa à punição, poderíamos extinguir a resposta indesejada e reforçar comportamentos alternativos. Nesse caso, os efeitos atenuantes da extinção seriam atenuados. Além disso, produziria o aumento da probabilidade de emissão dos comportamentos desejáveis. 4. Aumento na densidade de reforços para outras alternativas Consiste em reforçar com mais frequência outros comportamentos do que os indesejáveis, mesmo que se mantenha o reforçamento para os indesejáveis também. É a intervenção mais lenta, mas, por outro lado, é a menos aversiva para o organismo que se comporta, trazendo menos efeitos colaterais indesejados. Algumas conclusões importantes O controle aversivo apenas deve ser aplicado em último caso; O controle aversivo não é somente social; Por mais que evitemos, o controle aversivo é natural e continuará existindo em nossa interação com a natureza; Não podemos confundir a recomendação de evitar o controle aversivo com a noção de que tudo é permitido. Baixado por natalia jarcem almeida (jarcemamanda@gmail.com) lOMoARcPSD|10512058 Por que “controle aversivo do comportamento”? Comportamento de fuga e comportamento de esquiva
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