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Treinamento e Desenvolvimento Curso de Aperfeiçoamento em Gestão Créditos Presidente do Conselho Consultivo Bruno Breithaupt Diretor Regional Rudney Raulino Diretor da Divisão de Educação Profissional Ivan Luiz Ecco Diretor do Centro de Educação Profissional/São José Anderson Redinha Malgueiro Coordenador do Núcleo de Produção Cristian Scheffel Biacchi Conteudista Aurivar Fernandes Filho Designer Instrucional Ariana Elizabete Silva Revisor(a) Ana Paula Budde Ísis Vieira da Silva Projeto Gráfico Cassiana Pottmaier Diagramação Aline Mariê Tatara Hundensky Colaboração Divisão de Educação Profissional © Senac | Todos os Direitos Reservados Sumário CONTEXTUALIZANDO ������������������������������������������������������� 4 1. Treinamento e Desenvolvimento ���������������������������������� 5 1.1 Subsistema de gestão de pessoas ��������������������������������������� 5 1.2 Definição de treinamento e desenvolvimento ��������������������� 6 1.3 Treinamento, desenvolvimento e a educação nas organizações �� 8 1.4 O papel do facilitador t&d ���������������������������������������������� 9 2. Diagnóstico no Treinamento e Desenvolvimento ������������������� 12 2.1 Competências organizacionais ���������������������������������������� 12 2.2 Diagnóstico das necessidades de treinamento e desenvolvimento 13 2.3 Levantamento das necessidades de treinamento ������������������ 14 3. Planejamento do Treinamento e Desenvolvimento ���������������� 20 3.1 Métodos instrucionais de t&d ���������������������������������������� 22 3.2 Formulação de objetivos do programa ������������������������������� 24 3.3 Elaboração do conteúdo do programa com base nos objetivos � 25 3.4 Escolha dos recursos ��������������������������������������������������� 26 4. Implementação do programa ������������������������������������ 28 4.1 Os fatores relevantes na implementação do programa ���������� 28 4.2 Procedimentos e atividades do programa de t&d ������������������ 30 4.3 O checklist e sua importância ������������������������������������������ 31 5. Avaliação dos Resultados ��������������������������������������� 33 5.1 Formas e planos de avaliação ������������������������������������������ 34 5.2 Critérios de avaliação ��������������������������������������������������� 36 5.3 Custos e retorno dos investimentos���������������������������������� 36 CONSIDERAÇÕES ����������������������������������������������������������� 40 REFERÊNCIAS ���������������������������������������������������������������� 41 treinamento e desenvolvimento 4 CONTEXTUALIZANDO Mais importante do que compartilhar conhecimento é multiplicá�lo, e isso é possível após compreender os princípios do que hoje chamamos de Treinamento e Desenvolvimento (T&D), sua aplicação e a sua importância para as organizações. Por isso, o T&D é muito procurado por organizações que fazem investimentos para o alcance de seus objetivos. Reflita Mas por que muitas empresas investem em T&D? Porque colaboradores qualificados são o diferencial mais competitivo das organizações, e também são eles que gerenciam, coordenam, produzem, vendem, limpam e são responsáveis por outras ações. Você, como facilitador, estará em contato direto com o bem mais precioso das organizações: as pessoas! treinamento e desenvolvimento 5 Você iniciará este curso estudando a respeito do significado de T&D, identificando sua importância para as organizações. Essa compreensão o ajudará a entender o valor da educação na área de T&D e, principalmente, do seu papel como Facilitador de Treinamento e Desenvolvimento. 1.1 SUBSISTEMAS DE GESTÃO DE PESSOAS Você conhecerá o seu papel como facilitador de T&D. Para isso, verá, primeiro, como o facilitador estará envolvido com o setor de administração de recursos humanos, também chamado de gestão de pessoas e seus subsistemas. Observe o organograma abaixo: Figura 01: Administração de Recursos Humanos e seus subsistemas. Subsistema de Provisão de Recursos Humanos Subsistema de Aplicação de Recursos Humanos Subsistema de Manutenção de Recursos Humanos Treinamento e desenvolvimento de pessoal Desenvolvimento organizacional Subsistema de Monitoração de Recursos Humanos Subsistema de Desenvolvimento de Recursos Humanos Administração de Recursos Humanos Fonte: Adaptado de CHIAVENATO (2009, p.5). Você deve ter percebido que os subsistemas estão diretamente ligados ao setor de gestão de pessoas e perceberá também que o seu trabalho está ligado diretamente aos subsistemas! Pensando na hipótese de uma empresa necessitar de um colaborador que ocupe um cargo dentro de um dos setores, procura�se o setor de gestão de pessoas e seus subsistemas para atender a esta demanda. Veja a função de cada subsistema: • Subsistema de Provisão de Recursos Humanos O subsistema de “provisão de recursos humanos” responsabiliza�se pela análise da necessidade de uma seleção/recrutamento interno (colaboradores em potencial para ocupar o cargo) ou externo (pessoas capacitadas, fora da empresa) e pela integração (momento em que o colaborador é recebido, apresentado à empresa, cultura, missão, políticas, entre outras ações). 1 Treinamento e Desenvolvimento treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 6 • Subsistema de Aplicação de Recursos Humanos No subsistema de “aplicação de recursos humanos”, são analisados e descritos o cargo e as funções que serão desempenhados. • Subsistema de Manutenção de Recursos Humanos Feita a seleção, o subsistema de “manutenção de recursos humanos” encarrega�se dos trâmites legais: salários, benefícios, relações com o sindicato, entre outros. • Subsistema de Desenvolvimento de Recursos Humanos O subsistema de “desenvolvimento de recursos humanos”, em que você se encontra, responsabiliza�se pelo treinamento, desenvolvimento de pessoas e o desenvolvimento organizacional, ou seja, o seu trabalho! • Subsistema de Monitoração de Recursos Humanos E, finalmente, o subsistema de “monitoração de recursos humanos”, responsável pelo controle e garantia do cumprimento de tarefas, a partir de dados existentes no sistema de recursos humanos. A partir do cruzamento desses dados realiza a análise dos resultados obtidos no treinamento fundamentando decisões importantes na empresa. Um longo processo foi realizado, e, agora, o colaborador está pronto para saber qual o seu papel e o que deverá realizar na empresa! Agora que você já conhece como funciona o setor de gestão de pessoas e pôde observar que é o subsistema de desenvolvimento de recursos humanos que trabalha diretamente com o treinamento e/ou o desenvolvimento de pessoas, conheça a definição de “treinamento” e de “desenvolvimento”. 1.2 DEFINIÇÃO DO TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO Agora, você verá o que significa os termos “treinamento” e “desenvolvimento”. Treinamento • É um processo de aprendizagem em curto prazo; • Aplicado de maneira sistemática e organizada; • Busca preparar o indivíduo para um novo cargo ou tarefa; • Seu objetivo é repassar ou reciclar conhecimentos, habilidades e/ou atitudes (CHA); • O foco está na execução de tarefas específicas e na otimização do trabalho; • É uma forma de facilitar a aprendizagem e a integração das pessoas na organização; • Promove ganhos, tanto para a empresa quanto para o profissional treinado. Ex.: Uma empresa de telemarketing ativo (vendas) contratou 100 novos operadores e necessita que, em pouco tempo, estes colaboradores estejam prontos para atender um grande número de clientes e vender os produtos de cartão de crédito. O foco aqui está na execução e integração das pessoas, e há pouco tempo para realização das tarefas! Exatamente por isso que um treinamento voltado para a aprendizagem de novas tarefas é tão importante! Reflita Você percebe a grande importância e a responsabilidade do trabalho de treinamento e desenvolvimento de pessoas? É exatamente por isso que as organizações que já possuem uma visão mais apurada sobre gestãode pessoas estão investindo tanto na capacitação de pessoas/colaboradores, conjunto atualmente chamado de capital humano. treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 7 Desenvolvimento • É um processo de aprendizagem em longo prazo; • Busca aperfeiçoar as capacidades e motivações dos trabalhadores; • Seu objetivo é ampliar as habilidades dos profissionais para futuras responsabilidades; • O foco está na carreira. Ex.: Lembra�se dos 100 (cem) operadores de telemarketing citados? O treinamento foi muito bom, e os operadores aprenderam e realizaram muitas vendas! Ao longo dos meses, vários novos treinamentos foram feitos. Mas, agora, a empresa necessita contratar novos supervisores e monitores para acompanhar o processo da venda de cartões de crédito! Como uma das formas de contratar esses profissionais, a empresa decide selecionar os melhores operadores como líderes de equipe para substituir supervisores e monitores, dando�lhes orientação sobre o papel de cada um deles, por meio de um programa de desenvolvimento. Com o tempo eles são chamados como novos supervisores e monitores, ou seja, desenvolveram�se em suas carreiras dentro da empresa. Você deve ter percebido, ao considerar com atenção e senso crítico, que o treinamento é um processo de aprendizado curto e que o desenvolvimento é mais longo! Porém, embora a separação tenha servido para melhor compreender os dois processos, ambos farão parte do seu trabalho como facilitador. Um processo auxilia o outro para que o objetivo organizacional seja alcançado: o sucesso profissional e da própria empresa! Portanto, juntando os dois termos, temos o Programa de Treinamento e Desenvolvimento (T&D), que apresenta como características: • reforçar a cultura organizacional; • promover mudanças; • desenvolver pessoas; • adaptar as pessoas para lidar com a modernização; • maximizar o aproveitamento das competências humanas; • preparar pessoas para mudanças de áreas; • otimizar o fluxo de informações; • reduzir custos. • elevar a eficiência dos processos; • incentivar a inovação; • aumenta a motivação e autoconfiança pessoal. Você pode observar que o T&D se caracteriza como um investimento estratégico e importante, que confere diferencial competitivo às organizações, especialmente àquelas cujo negócio demanda constante atualização e inovação. Seu papel como facilitador será compreender a importância desse diferencial, trabalhando com os conceitos de T&D e, consequentemente, trazendo retorno organizacional. Atividade Agora você está convidado a participar de uma atividade. Para isso, acesse o curso no ambiente virtual de aprendizagem. treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 8 1.3 TREINAMENTO, DESENVOLVIMENTO E A EDUCAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Você já aprendeu o que significa treinamento e desenvolvimento. Todo esse processo tem como base a educação profissional, que pretende preparar pessoas para o exercício de sua vida profissional. Entretanto, o desenvolvimento está mais voltado para a educação profissional do que o treinamento, focando na carreira profissional do colaborador e em sua ascensão. Observe a imagem abaixo e analise qual sua relação com o treinamento e o desenvolvimento de pessoas: Figura 01: Imagem do banco de imagens. Fonte: http://www.shutterstock.com/pic.mhtml?id=88750300&src=id Este é o objetivo da educação nas empresas: desenvolver para crescer! Veja, nos itens abaixo, como os objetivos do T&D podem ser trabalhados, baseados nos princípios da educação profissional nas empresas. • Desenvolver habilidades tem o foco no fazer. É um objetivo importante para a ocupação de um cargo específico, atual ou futuro. • Transmitir informações Sobre a empresa, produtos, serviços, cultura, entre outros. Ex.: O exemplo ideal desse tipo de atividade são os programas de interação/orientação com os novos funcionários, transmitindo as informações acima. • Desenvolver ou modificar atitudes É essencial mudar as atitudes negativas e transformá�las em positivas perante o trabalho. Ex.: Treinamento com funcionários que, porventura, estão desanimados e/ou com baixa produtividade. • Desenvolver conceitos Aplicar conceitos na prática administrativa da empresa, voltados para gerentes. Ex.: Trabalho de treinamento com os gerentes para que possam aprender, na prática, como gerenciar seu setor. treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 9 Reflita Você percebe a grande importância e a responsabilidade do trabalho de treinamento e desenvolvimento de pessoas? É exatamente por isso que as organizações que já possuem uma visão mais apurada sobre gestão de pessoas estão investindo tanto na capacitação de pessoas/colaboradores, conjunto atualmente chamado de capital humano. Ao trabalhar a educação no âmbito organizacional, busca�se modificar comportamentos e atitudes, refletindo sobre esse mesmo processo de mudanças e melhorias para a organização e o colaborador. Nesse sentido, os colaboradores são encorajados a pensar em todo o processo de seu trabalho e na capacidade que possuem para crescerem dentro da organização, desenvolvendo�se nas mais diversas funções. 1.4 O PAPEL DO FACILITADOR DE T&D Agora que você estudou o que significa treinamento e desenvolvimento e a importância da educação profissional, já está pronto para identificar seu papel e responsabilidade como facilitador de T&D. A denominação “facilitador” será adotada aqui por considerar que os analistas de Recursos Humanos (RH), especialistas de T&D, técnicos de T&D, entre outras denominações adotadas pelas empresas, são profissionais que exercem um papel relevante nas organizações, pois trabalham para solucionar/minimizar problemas na organização e no desenvolvimento de equipes. Um aspecto importante para entender o papel do facilitador no programa de T&D é entender que sua função principal é ser mediador das atividades. O facilitador não é o “chefe supremo”, o dono do saber, mas sim o líder, que tem como principal função mediar as relações, comprometendo�se com o aprendizado proposto no programa. Além da mediação, destacam�se aqui as nomenclaturas para definir o papel do facilitador: guia, mentor, conselheiro, parceiro no aprendizado, orientador, responsável pela organização e apresentação dos treinamentos. Veja mais algumas características. O facilitador é um parceiro das gerências, trabalhando com ética para: • diagnosticar as necessidades de treinamento e desenvolvimento nas organizações; • planejar os programas de capacitação, integração, treinamento e desenvolvimento; • coordenar as atividades de treinamento e desenvolvimento; • dirigir reuniões e programas de treinamento e desenvolvimento, em conjunto com outros profissionais; • executar as atividades de treinamento e desenvolvimento; • avaliar as atividades, projetos e programas de capacitação (educação profissional). Vale lembrar que todas essas atividades têm por objetivo atender as demandas da organização, especialmente no que se refere às estratégias e mudanças. Como facilitador de T&D, você deve estar sempre monitorando as condições que podem influenciar a aprendizagem de forma positiva ou negativa. São elas: • os estímulos (motivação) dos treinandos para participar do T&D; • a frequência da atividade de T&D para que a aprendizagem ocorra continuamente; • a facilidade ou dificuldade do treinando em desapegar, ou seja, em abandonar o velho e aprender a fazer diferente; • a complexidade do assunto, isto é, o processo deve ser gradativo, do simples para o complexo; • fatores ambientais (distância, sala, materiais etc.). treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 10 Saiba Mais Você percebe a grande importância e a responsabilidade do trabalho de treinamento e desenvolvimento de pessoas? É exatamente por isso que as organizações que já possuem uma visão mais apurada sobre gestão de pessoas estão investindo tanto na capacitação de pessoas/colaboradores, conjunto atualmente chamado de capital humano.Para cumprir as atividades que cabem ao facilitador de T&D, serão exigidas algumas competências. Conheça as competências esperadas do facilitador de T&D: Quadro 01: Competências esperadas do facilitador de T&D Caracterização do perfil (conhecimentos) • Formação de ideias gerais e construções abstratas; • Pensamento formal: capacidade de analisar e deduzir conclusões sem apoio de observação de fatos. Desenvolvimento intelectual (habilidades) Capacidade de: • Raciocínio e atenção desenvolvidos; • Criação de sistemas por meio de teorias abstratas; • Facilidade de expressão de ideias por palavras e símbolos; • Organização e controle de processos de T&D; • Formulação e testagem de hipótese; • Aptidão e raciocínio numérico. Desenvolvimento afetivo e social (atitudes) Interesse pelo social; • Controle emocional; • Paciência; • Diplomacia; • Espírito de Justiça; • Compromisso; • Compreensão das motivações humanas; • Sentimentos generosos e altruístas; • Facilidade de relacionamento; • Facilidade de trabalhar em grupos; • Firmeza, sem excessiva rigidez. Fonte: Adaptado de CANABRAVA & VIEIRA (2006, p. 20). treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 11 Importante! Lembre�se de que essas competências são extremamente importantes para que o treinamento e o desenvolvimento possam alcançar seus objetivos! Mas não se pode esperar que nenhum facilitador se encaixe perfeitamente em todas essas competências. Algumas delas você alcançará com o tempo, desenvolvendo�se ao longo do seu trabalho. Compreendidos alguns conceitos como a definição e as finalidades do Treinamento e do Desenvolvimento, a importância do T&D na educação dentro das organizações, o trabalho e as competências exigidas do facilitador de T&D, é possível identificar que as atividades do programa devem ser baseadas em estratégias. Mais do que isso, a educação deve ser utilizada como um grande apoio no T&D, permitindo que a atuação do facilitador seja realizada em favor do alcance das metas organizacionais e do desenvolvimento do indivíduo. Agora que você consegue identificar o seu papel como facilitador de T&D, assim como as competências exigidas para exercer essa função, conheça suas atividades e atribuições como facilitador de T&D. treinamento e desenvolvimento 12 A área de T&D compreende um conjunto de ações, programas, treinamentos e atividades que visam preparar profissionais, desenvolvê�los, qualificá�los com o objetivo de aprimorar o patrimônio humano da empresa e seu capital intelectual, presente em todo processo de trabalho. O fluxo de atividades adotado atualmente pelas organizações na elaboração de programas de treinamento está dividido basicamente em quatro etapas: Diagnóstico Programação Execução Avaliação O foco nessa etapa do curso é o diagnóstico, que tem como base o levantamento de informações, realizado por meio da anamnese. Saiba Mais Você percebe a grande importância e a responsabilidade do trabalho de treinamento e desenvolvimento de pessoas? É exatamente por isso que as organizações que já possuem uma visão mais apurada sobre gestão de pessoas estão investindo tanto na capacitação de pessoas/colaboradores, conjunto atualmente chamado de capital humano. 2.1 COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS Antes de iniciar o processo de diagnóstico, é muito importante entender que o T&D busca também a combinação de atividades para aumentar e reciclar os conhecimentos, habilidades e/ou atitudes dos profissionais. As organizações, anteriormente ao conceito de competências, focalizavam sua atenção nos requisitos exigidos nos cargos desempenhados. Porém, com o passar do tempo, compreenderam que, para obter sucesso no desenvolvimento de suas competências organizacionais, necessitavam desenvolver também as competências individuais de seus colaboradores. E por quê? Porque são essas competências que fazem a diferença nos vários cargos que irão ocupar e, com isso, auxiliam no crescimento organizacional. 2 Diagnóstico no Treinamento e Desenvolvimento diagnóstico no treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 13 Saiba Mais Mas o que são competências? São aquelas características pessoais e essenciais para o desempenho da atividade e que diferenciam o desempenho das pessoas. (CHIAVENATO, 2009, p. 29) Segundo Le Boterf (1995) apud Fleury & Fleury (2010, p.29), “competência é um saber agir responsável e que é reconhecido pelos outros. Implica saber como mobilizar, integrar e transferir os conhecimentos, recursos e habilidades, num contexto profissional determinado”. Tais competências podem ser compreendidas a partir do chamado CHA que está diretamente relacionado ao desenvolvimento das competências individuais e/ou organizacionais. Veja como é composto o CHA nos itens abaixo: • Conhecimento – refere�se ao “saber”, refletindo sobre a informação assimilada por meio de estudos ou pela experiência que uma pessoa utiliza. • Habilidade – refere�se ao “saber fazer”, demonstrando a capacidade de realizar uma tarefa ou um conjunto de tarefas de acordo com determinados padrões exigidos pela organização. • Atitude – reflete o “querer fazer e como fazer”. Trata�se do comportamento manifesto que abrange habilidade e traços de personalidade, diretamente relacionado ao querer e à ação. Conheça o exemplo de um frentista de posto de combustível para ver como o CHA está presente: O frentista “padrão” é aquele que sabe desatarraxar a tampa do tanque, colocar combustível, fechar a tampa, etc. É o conhecimento, o saber que pode ser feito com maior ou menor habilidade. Porém, alguns frentistas são proativos, pedem licença para olhar o óleo, oferecem a limpeza dos vidros, ou seja, fazem um atendimento diferenciado, sendo a habilidade e a atitude colocadas em prática. Você notou que esse tipo de atendimento tem maiores chances de gerar a “fidelização do cliente”? Ou seja, o cliente possivelmente voltará mais vezes ao posto em virtude do atendimento recebido, pois, além da prestação de um serviço, realizado com base no conhecimento adquirido, o frentista dedicou sua atenção na atitude de atender bem o cliente. Assim, competência não é apenas o “conhecimento” do que fazer, mas a capacidade de colocar os CHAs em prática, de uma maneira que explore e exceda seus requisitos. 2.2 DIAGNÓSTICO DAS NECESSIDADES DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO Agora que você aprendeu o que são as competências e a importância desse conhecimento, partirá para o processo de diagnóstico das necessidades de treinamento. Deve�se partir do pressuposto de que nem sempre as necessidades de treinamento e/ou desenvolvimento são claras, portanto, precisam ser diagnosticadas. O diagnóstico nada mais é que uma sondagem, uma forma de levantar as necessidades de treinamento, sua origem e objetivo, tendo uma visão no futuro. diagnóstico no treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 14 Para tanto, é preciso ter em mente algumas questões. Veja, nos itens abaixo, quais são: Treinar (em curto prazo) ou Desenvolver (em longo prazo)? Saber qual dos dois processos será necessário para corresponder à demanda da empresa é o primeiro passo para relacionar todas as outras questões abaixo. Acompanhe! Por que treinar e desenvolver? Deve�se levantar a situação�problema, o que motivou a demanda para o treinamento. Ela poderá vir por parte de um gestor que receberá novos colaboradores. Nesse caso, a necessidade é de um treinamento, por ser em curto prazo e para um cargo específico. Ou, ainda, o motivo pode ser um momento de futura expansão vivido pela organização, no qual colaboradores necessitem de orientação. Aqui, a necessidade é de um desenvolvimento, por um processo em longo prazo, com algumas palestras e instruções ao longo do processo. Quem deve ser treinado e desenvolvido? A definição das características das pessoas que deverão participar do processo é algo relevante. É preciso saber a resposta para as seguintes questões: • É para um determinado cargo ou um setor? • O processodeverá ser a curto ou longo prazo? • São para novos ou antigos colaboradores, ou para toda a empresa? • Quais as especificidades do cargo ou futuro cargo (trabalho realizado em conjunto com o setor de plano de cargos e salários)? Especificar o público�alvo envolvido direcionará as ações a serem implementadas na sequência, no planejamento das melhores práticas a serem adotadas para cada tipo de treinamento. Quando um indivíduo deve ser treinado e desenvolvido? Cabe aqui a identificação do momento exato em que cada pessoa da organização deverá participar da ação a ser planejada. Por isso, o “quando será treinado” é um dos últimos questionamentos nesta primeira etapa, pois é preciso saber primeiro o objetivo do treinamento ou desenvolvimento (situação que gerou a demanda e também o que se espera da ação) e quem são os envolvidos. Somente a partir desse momento pode�se avaliar junto com os gestores de cada área, se necessário, o melhor momento para a empresa realizar o treinamento e/ou desenvolvimento. 2.3 LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DE TREINAMENTO Para chegar a um diagnóstico, você terá como grande apoio a técnica denominada Levantamento de Necessidades de Treinamento (LNT). Com ela, poderá ser feita uma análise comparativa entre o perfil atual dos colaboradores e as exigências organizacionais. Veja como utilizar essa técnica, usando o case a seguir como exemplo. Leia-o atentamente, pois ele será usado como exemplo durante todo o curso. diagnóstico no treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 15 A loja X está passando por um período de dificuldades em suas vendas e, em reunião, chamou os vários setores da empresa para discutirem sobre qual solução poderiam encontrar para melhorar as vendas e alcançar suas metas organizacionais. O setor de gestão de pessoas foi o primeiro a falar, apontando que o subsistema de treinamento e desenvolvimento seria a peça�chave para que essa dificuldade pudesse ser resolvida. Por sua vez, o subsistema de treinamento e desenvolvimento explicou aos dirigentes a respeito do LNT, informando ser um programa contínuo que deve ser incorporado em T&D, de forma a atender à sua demanda e papel na organização. Nem sempre uma necessidade identificada representa uma deficiência ou uma carência. Em certas situações, a necessidade representa uma oportunidade de aperfeiçoamento que visa potencializar a eficiência de um colaborador ou de uma equipe. Convém salientar novamente que um indivíduo satisfeito e motivado devolve à empresa resultados positivos e de qualidade. Assim, o foco do processo de levantamento das necessidades de treinamento e desenvolvimento com colaboradores e/ou equipe transita do conceito “do que está lhes faltando” para o conceito “o que podem melhorar”. Assim, para que o subsistema de treinamento e desenvolvimento utilize a técnica de LNT, é preciso considerar alguns princípios teóricos e metodológicos, os quais estão apontados na sequência: a) PRINCÍPIOS TEÓRICOS: • Os cenários externos à organização devem ser considerados, pois ela está em constante interação com o meio. É preciso considerar, por exemplo, se existem empresas que vendem os mesmos produtos e quais os prazos, preços e facilidades oferecidos por elas. • A organização precisa ter interesse em preencher as lacunas de CHA (conhecimento, habilidade e atitudes) para aperfeiçoar a eficiência e eficácia individuais e grupais. • Existem interesses interdepartamentais que precisam ser conhecidos pela administração para analisar as mudanças de CHA, para que as consequências e benefícios possam ser corretamente avaliados; • As ações de T&D devem ser programas de investimento e não de despesa, por isso, se o LNT for bem gerenciado, não representará um custo, mas sim um investimento, pois trará resultados para a organização. b) PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS: Devem levar em conta o cenário organizacional como um todo. Você observará três dimensões descritas por Gil (2001), com as quais será possível identificar as necessidades de indivíduos e grupos. Análise organizacional Definirá a ênfase que será dada no treinamento e/ou desenvolvimento, diagnosticando: • Planejamento estratégico em curto, médio e longo prazo: quais os objetivos da Loja X? Há Investimentos? • Clima Organizacional: como é a motivação, liderança, colaboração, entre outras características da loja? • Recursos Humanos: quais são as funções e o número de colaboradores, como é realizado o recrutamento e seleção, remuneração, absenteísmo (ausências dos trabalhadores no processo de trabalho), demissões, sexo e idade dos colaboradores, qual o índice de rotatividade (alto, médio, baixo), entre outras características da loja? • Faturamento/Vendas: quanto é vendido? Qual o gasto com a propaganda para vendas? diagnóstico no treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 16 • Imagem da empresa: como é a imagem da Loja X perante os colaboradores e consumidores? Essa informação pode ser obtida por meio de uma pesquisa de satisfação interna e também externa, pela internet, na rua, ou com os clientes na própria loja? Saiba Mais Acesse o curso no ambiente virtual de aprendizagem e conheça um modelo de um questionário aplicado na organização. Análise da tarefa Esse fator é de fundamental importância, pois o treinamento baseia�se na capacitação de pessoas para desempenhar um determinado cargo, lembra�se? • Descrição das tarefas necessárias para sua adequada execução, para vendedores, supervisores, divulgadores e demais setores administrativos da loja, caso seja necessário que o setor administrativo seja treinado ou receba um programa de desenvolvimento a longo prazo. • Identificação das condições de trabalho dos colaboradores da Loja X. • Trabalho em conjunto com o subsistema de cargos e salários da Loja X, para identificar os CHAs necessários ao desempenho de atividades de vendas e/ou trabalhos essenciais ao problema principal da loja, que pode ser a baixa nas vendas. Veja como identificar os CHAs, através do exemplo de uma secretária da Loja X, além de suas competências. Quadro 02: Exemplo: Secretária da Loja X. Indicadores de competências Competências técnicas (conhecimentos e habilidades) Competências comportamentais (atitudes) Realizar agendamento de compromissos dos diretores. Conhecimento das normas e dos procedimentos da empresa. • Organização, • Agilidade e planejamento, • Flexibilidade, • Comunicação, • Foco no cliente, • Foco em resultados. Realizar atendimento telefônico e repassar aos responsáveis (somente após triagem da ligação). Domínio do padrão de atendimento da empresa. • Comunicação, • Relacionamento interpessoal, • Entusiasmo, • Empatia: saber ouvir, • Flexibilidade, • Agilidade, • Foco no cliente, • Foco em resultados. diagnóstico no treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 17 Receber clientes internos e externos para compromissos com a diretoria. Conhecimento das normas e dos procedimentos da empresa. • Comunicação, • Relacionamento interpessoal, • Entusiasmo, • Empatia: saber ouvir, • Flexibilidade, • Agilidade, • Foco no cliente. Agendar e viabilizar a realização de reuniões, com a aprovação do diretor. Domínio do padrão de atendimento da empresa. Domínio de informática. • Organização, • Planejamento, • Criatividade, • Comunicação, • Disseminação de informações, • Flexibilidade, • Foco no cliente, • Foco em resultados, • Proatividade. Emitir correspondências e relatórios. Domínio do padrão de atendimento da empresa. • Agilidade, • Atenção, • Flexibilidade, • Organização, • Foco no cliente, • Foco em resultados. Fonte: Adaptado de RABAGLIO (2008, p. 27). Você consegue perceber que, após um detalhamento dos Conhecimentos, Habilidades e Atitudes de uma determinada ocupação, ficará muito mais fácil indicar quais os colaboradores e que tipo de trabalho deverá ser realizado: TREINAMENTO OU DESENVOLVIMENTO? Saiba Mais Acesse o curso no ambiente virtual de aprendizageme conheça um modelo de um questionário aplicado na tarefa. Análise das pessoas Busca responder o questionamento: “quem, dentro da Loja X, precisa das atividades de treinamento ou desenvolvimento: vendedores, supervisores, caixas, gerentes ou todos?”. Para isso, são necessárias as informações da análise da tarefa. • Verificar se estes colaboradores possuem os pré�requisitos em termos de atitudes, conhecimentos e motivação para se beneficiarem das ações. • Se a força de trabalho, habilidades, conhecimentos e atitudes atendem às necessidades da Loja X? Em que precisa ser melhorado? diagnóstico no treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 18 Saiba Mais Acesse o curso no ambiente virtual de aprendizagem e conheça um modelo de um questionário aplicado no indivíduo. Perceba que, ao realizar essa minuciosa análise organizacional, da tarefa e das pessoas, você terá uma quantidade valiosa de informações organizadas que lhe possibilitarão pensar no foco da necessidade, no diagnóstico da Loja X, respondendo as perguntas: treinar ou desenvolver? Qual será seu público�alvo? Que pontos reforçar ou inovar? Atividade Agora você está convidado a participar de uma atividade. Para isso, acesse o curso no ambiente virtual de aprendizagem. Como você fará essa análise e o diagnóstico com o LNT? A anamnese poderá ser realizada através da coleta de dados, por meio de alguns métodos como: • Aplicação de questionário Pesquisa que poderá também ser respondida pelo responsável do setor em que o colaborador irá trabalhar e/ou desenvolver�se, conforme visto nos modelos em cada análise. É um método mais rápido, porém, os dados coletados podem não ser tão precisos e detalhados. • Entrevista com trabalhadores e superiores apesar de despender muito tempo, possibilitará a obtenção de informações mais completas e detalhadas sobre o cargo, funções, colaboradores, superiores, entre outros. Permite a interação entre o facilitador de T&D, possibilitando o esclarecimento de dúvidas e o maior detalhamento dos dados. • Observação da rotina de trabalho ou atividade É considerado como o mais confiável, pois pode ser verificado onde estão ocorrendo as dificuldades e necessidades de intervenção como: problemas disciplinares, ausências, alta rotatividade, problemas interpessoais, entre outras. • Aplicação de testes ou exames Existem alguns testes específicos, aplicados por psicólogos e outros profissionais, voltados para a necessidade da organização. • Avaliação do Desempenho Pode ser realizada a partir de discussão em grupos. Uma oportunidade para ouvir os colaboradores e suas expectativas quanto ao seu trabalho. Essa avaliação é temporal, isto é, determinado colaborador pode receber uma determinada avaliação em um trimestre, por exemplo, e em outro período pode receber outra completamente distinta. Essa situação pode ser consequência do recebimento do feedback (retorno) da avaliação: uma pessoa pode melhorar ou não seu desempenho após uma avaliação. A avaliação de desempenho está, intrinsecamente, relacionada com o T&D, pois os pontos identificados como melhoria para o colaborador podem representar uma necessidade de T&D. diagnóstico no treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 19 Contudo, ao realizar o LNT, você não deve esquecer que está realizando um diagnóstico das necessidades de treinamento! Por isso, deve também atentar aos indicadores disponíveis na organização, que dizem muito sobre o foco e objetivo do treinamento e desenvolvimento que irá desenvolver. Diagnóstico Após realizadas as três análises através do case da Loja X, se o diagnóstico fosse, por exemplo, que a loja tem uma boa imagem dentro e fora da empresa, grande parte dos vendedores são novos (alta rotatividade), dispondo de conhecimentos, mas sem habilidades requeridas para ser um vendedor. Nesse caso, recomenda�se um treinamento (em curto prazo, necessidade urgente de vendas) focado na aquisição de novos conhecimentos, para o desenvolvimento de habilidades (como vender), incluindo os operadores de caixa que podem ajudar na venda e pós�venda. Você já pôde identificar a importância do diagnóstico das necessidades de treinamento e desenvolvimento de uma organização, por meio da análise de três dimensões: organizacional (empresa em sua totalidade), tarefas (identificando o que é requerido dos colaboradores e os riscos das tarefas) e pessoas (se os colaboradores correspondem ao que deles é esperado). Além disso, observou como aplicar a técnica do levantamento de necessidades de treinamento e como adquirir as devidas informações para diagnosticar a carência da organização: treinamento (em curto prazo) ou desenvolvimento (em longo prazo). Após esse aprendizado sobre o diagnóstico e o LNT, você iniciará os estudos sobre o planejamento das ações. treinamento e desenvolvimento 20 Após diagnosticar as necessidades da empresa quanto ao treinamento e/ou desenvolvimento de pessoas, é preciso planejar quais métodos serão utilizados, assim como quem e onde serão realizadas as atividades dos programas de T&D na organização. Você aprenderá como planejar ações de T&D, os tipos de programas de treinamento disponíveis para melhor atender às necessidades levantadas na empresa e elaborar os objetivos do planejamento. Ou seja, você irá planejar aquilo que deverá ser posto em prática no programa de T&D. Isso permitirá a tomada de decisões sobre as ações a serem implementadas. Leia a tirinha abaixo e pense sobre a importância do Planejamento! Figura 02: Tirinha Fonte: BRITO (2012) Reflita Por que esperar se pode planejar? Pensando nisso é que os programas de T&D devem ser planejados para abordar diferentes temas ou trabalhar com grupos menores e suas necessidades específicas, visando ao alcance de objetivos preestabelecidos. Esses arranjos podem ser feitos para facilitar o planejamento e a execução das ações de T&D. Para uma melhor ilustração do tema planejamento, continue utilizando o exemplo da Loja X, ponderando e respondendo as questões abaixo. Elas o guiarão em seu planejamento para o programa de treinamento e/ou desenvolvimento. • Qual a melhor forma de treinar e desenvolver? A partir do que foi apurado como objetivo da ação (no exemplo da Loja X, foi o treinamento em vendas) é necessário eleger meios e modos mais adequados para implementar o processo a partir dos recursos disponíveis, dentre eles: humanos, financeiros, materiais, tecnológicos, entre outros. Lembre�se de que entre as formas de implementação pode�se considerar tanto as presenciais quanto a distância e, a partir dessas definições, devemos ainda considerar os recursos que serão utilizados no que se refere ao material didático, às pessoas envolvidas na preparação, à realização e ao número de participantes. Essa é a etapa de definição “quem faz o quê”. 3 Planejamento do Treinamento e Desenvolvimento planejamento do treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 21 • Quais comportamentos devem ser reconsiderados? Deve�se, antes de tudo, recuperar os valores da empresa e então identificar quais as práticas e políticas envolvidas que necessitarão ser reforçadas ou não. Ex.: Lembre que, na etapa do diagnóstico, você fez a análise das tarefas, empresas e pessoas por meio do exemplo da Loja X. No exemplo, os funcionários não estavam conseguindo vender os produtos e precisavam de treinamento em vendas. Ou seja, necessitam mudar o modo de vender os produtos, ou seja, como vendê�los. • O que deve ser ensinado? Deve�se analisar o conteúdo programático que será adotado para atender às expectativas relacionadas à demanda da Loja X (treinar vendedores). O papel do facilitador é buscar a integração e o trabalho em equipe com as áreas envolvidas na ação, para que juntos possam eleger os pontos que necessitam ser trabalhados, seja para um projeto de treinamento específico ou de desenvolvimento em longo prazo. Ex.: Como facilitador da Loja X, você trabalhará em conjunto com os gestorespara, com os dados coletados no diagnóstico, decidir que tipo de conteúdo deverá ser repassado aos treinandos diretamente envolvidos no processo de compra e venda. • Como deve ser ensinado? Este é o momento no planejamento em que serão determinados os diferentes meios e modos de ensinar, posteriormente adotados, como: presença de instrutores e/ou facilitadores, palestrantes convidados e, ainda, a metodologia empregada como, por exemplo, presencial ou a distância. Ex.: Pensando ainda no exemplo da Loja X, uma possibilidade é um treinamento presencial, com demonstrações de um especialista na área de vendas das técnicas em vendas, com conteúdos programados e exercícios práticos. • Quando deve ser ensinado? Devem ser determinados o período e horário em que a ação será desenvolvida, considerando, igualmente, a disponibilidade dos envolvidos (facilitadores, instrutores, participantes). É fundamental o comprometimento dos gestores e participantes com essa data para evitar interrupções durante o treinamento. Dica: Uma boa forma de fechar essa etapa é, em uma reunião com os gestores das áreas envolvidas, obter informações sobre a melhor época e/ou período para a realização do treinamento, considerando as demandas dos setores. • Onde deve ser ministrado? O local deve ser pensado conforme a metodologia apropriada, a cultura da empresa e os objetivos a serem atingidos pelo programa a ser planejado. Assim, dependendo do objetivo, o treinamento pode ser realizado em espaços externos como hotéis. Entretanto, na maioria das vezes, é realizado na própria organização. O local é determinado considerando o número de participantes e a finalidade da ação. Ex.: Para os vendedores e operadores de caixa da Loja X, poderia ser na própria loja, para que, desse modo, possam praticar as técnicas no próprio ambiente de trabalho. • Quem deve treinar e desenvolver? A escolha do profissional está diretamente atrelada ao tipo de atividade, ao seu objetivo e à disponibilidade de recursos. Dependendo da ação, um gestor da própria empresa podem realizar as atividades, principalmente quando o foco é a prática, pois esses profissionais conhecem os procedimentos da organização e o seu funcionamento. planejamento do treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 22 Ex.: No caso da Loja X, como o objetivo é vender mais, o facilitador poderá trabalhar em conjunto com um gestor que já foi um vendedor, ou, ainda, convidar um profissional que dê palestras e treinamentos na área de vendas. Saiba Mais Você está convidado a ler o material complementar “Escolha do Instrutor e do Funcionário Submetido ao Treinamento” e saber mais sobre o assunto. Para isso, acesse o curso no ambiente virtual de aprendizagem. • O que deve ser avaliado? É importante que, desde a etapa de planejamento, os envolvidos na elaboração de programas (voltados para treinamento ou desenvolvimento) saibam: qual destino do programa e qual é o resultado esperado, pois o item “avaliação” merece uma atenção particular. Você verá, mais adiante no curso, com detalhes, a avaliação dos resultados do programa de T&D. • Quanto será gasto? A partir do exame cuidadoso desses critérios que nortearão esta e outras etapas, tem�se a possibilidade de planejar os recursos financeiros necessários, o que permitirá montar a planilha orçamentária e então melhor detalhar o programa e, quando aprovado, implementá�lo. 3.1 MÉTODOS INSTRUCIONAIS Existem diversos métodos instrucionais de T&D que podem ser usados para suprir as necessidades de capacitação e/ou desenvolvimento identificadas nas organizações. Cada método possui características próprias, que devem ser consideradas com flexibilidade, pois podem facilitar e melhor atender às necessidades de diferentes públicos ou prejudicar o alcance de determinados objetivos. Nesse contexto, serão analisados agora alguns dos métodos utilizados e quais suas finalidades. Analise�os pensando em qual deles poderá ser aplicado à Loja X: a) Programas de interação/orientação do novo colaborador São programas desenvolvidos com o objetivo de facilitar a integração do novo colaborador à organização. Para elaboração desse tipo de treinamento, é importante ter claro que apenas a existência e a realização de programas de integração/orientação por parte da área de RH não são suficientes para garantir que o novo funcionário sinta�se integrado à função e à equipe. É de extrema importância o envolvimento da chefia imediata com o contratado desde o início desse processo, especialmente na tarefa de facilitar a integração do indivíduo no grupo e o esclarecimento das expectativas com relação ao seu desempenho. Ex.: Visando padronizar parte desse processo e garantir que informações importantes sejam transmitidas aos novos funcionários, algumas empresas elaboram manuais de integração (contendo diversas informações sobre a empresa e/ou o cargo), que são entregues logo após a primeira etapa de integração. Por vezes, as empresas indicam uma pessoa experiente como “anjo da guarda” ou “padrinho” para acompanhar a primeira semana de trabalho do novo colaborador. planejamento do treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 23 b) Estudos de casos Nessa técnica, utiliza�se uma situação real e/ou imaginária para que uma decisão seja tomada. Geralmente, o caso é distribuído em pequenos grupos para discussão e, depois, o grande grupo debate as soluções apresentadas. O facilitador tem um papel muito importante, envolvendo todos os participantes na discussão. Ex.: Para a Loja X, pode ser usado um estudo de caso de uma loja com dificuldades em vendas, para debates em busca de possíveis soluções. Para os programas de desenvolvimento, busca�se desenvolver habilidades de análise, poder de persuasão e comunicação. c) Representação de papéis (role playing) Consiste na representação de uma determinada situação real em que os participantes já se envolveram, vivenciada por meio de uma dramatização. Os participantes podem se colocar no lugar de outra pessoa, vivenciando sentimentos, opiniões, necessidades, etc. Você, como facilitador, precisará orientar os participantes sobre o papel que será desempenhado previamente. Ex.: Esse é um ótimo método para ser usado no programa de treinamento da Loja X, no qual os vendedores e operadores de caixa podem dramatizar seus próprios papéis e dos clientes, refletindo sobre dificuldades e possibilidades maiores de vendas. Também usado para programas de desenvolvimento, simulando situações com ambientes similares às situações reais. d) Exposição Este é o método mais usado nos programas de T&D, no qual o facilitador transmite os conhecimentos previamente planejados por meio de aulas expositivas, envolvendo um grande número de participantes. Entretanto, os participantes assumem a postura como meros ouvintes, debatendo somente quando solicitados. Ex.: Esse método pode ser usado inicialmente no treinamento da Loja X (exemplo apresentado anteriormente), mas não seria interessante abarcar todo o programa, pois os vendedores necessitam da aquisição de novos conhecimentos para o desenvolvimento de habilidades (como vender) e atitudes, incluindo também os operadores de caixa que podem ajudar na venda e pós�venda. Nesse caso, não poderão desenvolver as habilidades de modo teórico somente. e) Palestras e conferências Geralmente são utilizadas para inserção de novas ideias e atualidades sobre determinado assunto. São realizadas por pesquisadores, conferencistas e grandes nomes (nacional ou internacional), que discutem melhorias, novos temas e formas de tratar de um determinado assunto e como aplicá�lo de modo mais prático. Ex.: No caso da Loja X, seria algo dispendioso, pois essas palestras e conferências são realizadas em grandes centros. São mais indicadas para diretores, empresários, para aplicarem em suas empresas e negócios. Lembre� se de que foi diagnosticada, no exemplo da Loja X, uma necessidade urgente e, por isso, foi indicado um treinamento(específico para vendas, com aplicação prática). Informação Com o objetivo de divulgar novas ideias de uma forma mais econômica, muitas empresas estão utilizando as palestras da TED disponíveis na internet. TED é uma organização, sem fins lucrativos, dedicada ao lema “ideias que merecem ser compartilhadas”. Começou, há 26 anos, como uma conferência na Califórnia, e, desde então, tem crescido para apoiar ideias que mudam o mundo através de múltiplas iniciativas. Em uma conferência TED, pensadores e realizadores de todo o mundo são convidados a dar a melhor palestra de suas vidas em 18 minutos ou menos. planejamento do treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 24 f ) Jogos São desenvolvidas atividades nas quais os participantes aprendem brincando. Esse método possibilita o exercício de habilidades e desenvolvimento de atitudes como tomada de decisão, disciplina, raciocínio, proatividade, entre outras. O facilitador deve preocupar�se com o objetivo dos jogos, para que não seja apenas diversão ou passatempo. Ex.: O método pode ser aplicado no treinamento da Loja X. Além de ser algo descontraído, possibilitaria o desenvolvimento de atitudes para vendas. Quanto aos programas de Desenvolvimento, coloca�se o funcionário no papel de gerente para tomar decisões. Um exemplo é o Looking Glass, que é um jogo de empresa que permite ao funcionário participar como gestor, tomando decisões e agindo como tal. g) Oficinas de trabalhos e de ideias Nesse método, diferentes cargos e funções reúnem�se para tratar de ideias e conceitos ainda não colocados em prática, mas tratados coletivamente por meio do intercâmbio dessas discussões. Ex.: Diretores, gerentes, supervisores e demais cargos podem tratar de assuntos diversos que precisam ser melhorados, como, por exemplo, o que significa o processo de vendas e suas atividades práticas, no caso da Loja X. h) Ensino a distância ou e-learning Método baseado no ensino de conteúdos via cursos pela internet, usando tecnologias de informação e comunicação por meio de ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs). Os envolvidos podem participar em horários e lugares flexíveis, sem a presença física de um professor. Podem ser encontrados minicursos, palestras, MBAs, treinamentos específicos (que podem ser customizados por empresas especializadas, como o SENAC). Muitas empresas têm utilizado as Universidades Corporativas em EaD (Educação a Distância). Você está fazendo um curso a distância! Ex.: Na Loja X, poderia ser utilizado um curso de treinamento a distância customizado por uma empresa de EaD. Porém, deve�se levar em consideração o recurso disponível e o número de funcionários. i) Coaching Esse método pode ser definido como um processo constante de desenvolvimento pessoal e também profissional. Nesse sentido, busca�se auxiliar o funcionário para que possa descobrir por si mesmo quais são os seus pontos fortes e fracos e aqueles que precisa desenvolver, com a ajuda de um coach (o profissional de coaching), que trabalha como um facilitador e orientador do processo. É importante compreender que pode ser indicado o trabalho de coaching para programas de desenvolvimento de colaboradores. Saiba Mais Você está convidado a ler o material complementar sobre coaching e saber mais sobre o assunto. Para isso, acesse o curso no ambiente virtual de aprendizagem. 3.2 FORMULAÇÃO DE OBJETIVOS DO PROGRAMA Agora você verá como formular os seus objetivos e montar o planejamento das atividades do programa de T&D, utilizando como exemplo o “treinamento para os vendedores e operadores de caixa da Loja X”. Para isso, serão utilizadas algumas informações trazidas por Gil (2001). Animado? planejamento do treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 25 A formulação de objetivos é a parte principal do programa, pois todas as atividades dependem desse tópico, já que ele representa os resultados esperados pelo facilitador do T&D, seja o resultado final ou de cada etapa do processo. Frequentemente são escolhidos dois tipos de objetivos: Objetivo Geral: é o objetivo final do planejamento ou programa. Ex.: O objetivo final do programa de treinamento em vendas da Loja X é: “capacitar a equipe para o aumento de produtividade nas vendas”. Perceba que o verbo utilizado, “capacitar”, foi escolhido para expressar a ação desejada dos vendedores e operadores de caixa, sem margem para muitas interpretações. É indicado para a construção do objetivo geral o uso de verbos no infinitivo, como identificar, descrever, resolver, planejar, definir, aplicar e solucionar. • Objetivos Específicos: são utilizados para detalhar os comportamentos que se esperam dos colaboradores para chegar ao objetivo final. Nesse tópico, a preocupação dirige�se ao desenvolvimento dos CHAs (conhecimentos, habilidades e atitudes). O seu diagnóstico foi baseado nessas informações, e os objetivos específicos também serão. Os objetivos específicos também podem ser entendidos como alvos que se esperam atingir para permitir o alcance do objetivo final. Organizá�los em sequência lógica, determinando prazos de finalização, bem como os resultados que se almeja conquistar, são ações inerentes ao processo de organizar um treinamento. Veja os objetivos específicos de modo mais detalhado, exemplificado através do caso da Loja X: • Voltado ao conhecimento Envolve o intelecto, ao aplicar as informações apresentadas. Podem�se usar verbos como exemplificar, analisar, formular e deduzir. Ex.: “Analisar as técnicas de vendas para aplicação no dia a dia, através de exemplos práticos”. • Voltado às habilidades Envolve as questões práticas (ação) da função que o colaborador exerce. Podem�se usar verbos como: apresentar, digitar e escrever. Ex.: “Apresentar de forma prática e persuasiva os produtos disponíveis do seu respectivo setor de trabalho”. • Voltados às atitudes Envolve os aspectos emocionais e disposição ou posicionamento para agir em uma determinada situação. Podem�se usar verbos como aceitar, reconhecer e discutir. Ex.: “Reconhecer os pontos fracos e fortes da própria equipe de vendas para melhorias internas”. 3.3 ELABORAÇÃO DO CONTEÚDO DO PROGRAMA COM BASE NOS OBJETIVOS O conteúdo é a parte teórica do treinamento, que apresenta os conceitos e as técnicas para a equipe que está sendo treinada. Deve ser criado a partir dos objetivos que você estudou aqui, para reforçar os conhecimentos, habilidades e atitudes que se esperam do colaborador. Deve�se avaliar com responsabilidade e flexibilidade o conteúdo, para que o resultado seja alcançado, avaliando aspectos como tempo, número e nível dos treinandos. Para alcançar os objetivos citados no treinamento para os vendedores e operadores de caixa da Loja X, veja um exemplo de conteúdos que poderão ser apresentados: • a importância da comunicação em vendas: verbal e não verbal; • técnicas de vendas de sucesso: abertura de vendas, levantamento de informações, apresentação de produtos, tentativa de fechamento de vendas, objeção, solução e contra�argumentação, pós�vendas. planejamento do treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 26 Atividade Agora você está convidado a participar de uma atividade. Para isso, acesse o curso no ambiente virtual de aprendizagem. 3.4 ESCOLHA DOS RECURSOS Ao serem delineados os métodos, objetivos e conteúdos do programa de T&D (conforme necessidade, em longo ou curto prazo), o seguinte passo é decidir quais os recursos que podem ser utilizados pelo facilitador ou palestrante. Há uma rica variedade de recursos audiovisuais. Veja alguns deles no quadro abaixo: Quadro 03: Recursos VISUAIS AUDITIVOS AUDIOVISUAIS • Quadro branco; • cartazes; • mapas; • flip chart (bloco de papel); • álbum seriado; • transparências; • objetos; • diafilmes (sequência de fotografias dispostas para um filme para projeção); • diapositivos (imagens estáticas em cores, também chamadas de slides, por exemplo, o uso do Power Point); • mural didático; • lousa digital.• Som; • CDs; • gravadores; • caixas de som. • Filmes com som; • cinema sonoro; • televisão; • DVD; • projetor multimídia; • programas gráficos e sonoros. planejamento do treinamento e desenvolvimento treinamento e desenvolvimento 27 Agora, veja como ficou o planejamento do programa de T&D da Loja X: Quadro 04: Planejamento do Programa de T&D da Loja X. TREINAMENTO: Vendas com sucesso PÚBLICO-ALVO: Vendedores e operadores de caixa da Loja X OBJETIVO GERAL: Capacitar a equipe da Loja X para o aumento na produtividade de vendas CARGA HORÁRIA: 12 horas OBJETIVOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIAS RECURSOS AVALIAÇÃO Reconhecer os pontos fracos e fortes da própria equipe de vendas para melhorias internas. Apresentar de forma prática e persuasiva os produtos disponíveis e de seu respectivo setor de trabalho. A importância da comunicação em vendas (verbal e não verbal). Técnicas de vendas de sucesso: abertura de vendas, levantamento de informações, apresentação de produtos, tentativa de fechamenrto de vendas, objeção, solução e contra-argumentação, pós-vendas. Expositiva e estudos de caso. Expositiva e role playing com discussão. Diapositivos (Power Point), textos, caixas de som, papel e caneta para participantes (vendedores e operadores de caixa). Textos, papel e caneta para participantes. Discussão e exposição em grupo para avaliar quais dos pontos precisam ser melhorados na equipe. Autoavaliação e discussão do role playing. Lembre que o planejamento é fundamental para que o programa possa ser bem� sucedido, mas que a flexibilidade é de igual importância, pois imprevistos e necessidades podem surgir ao longo do caminho. Jamais esqueça: você trabalhará na gestão de pessoas! treinamento e desenvolvimento 28 Você estudou que o Planejamento possibilita clareza para relacionar o que foi diagnosticado, o que fazer com esses dados coletados e a escolha do tipo de programa ideal para alcançar os objetivos organizacionais. Nesse momento, será abordada outra etapa do programa de T&D: a implementação! O ponto de maior importância diz respeito à relação do facilitador versus treinando e as providências necessárias para a execução do Planejamento do T&D. A execução ou implantação das atividades obedece ao que foi estabelecido num planejamento (mas sempre deve�se lembrar da flexibilização). O ato de executar significa, segundo Abreu (2006, p. 99), “praticar as ações planejadas, seguindo critérios de logística e de disponibilidade dos recursos existentes”. Dessa forma, na execução do treinamento está envolvida a operacionalização da organização dos materiais, dos recursos audiovisuais, das instalações físicas, da metodologia de ensino�aprendizagem dos facilitadores. Nessa etapa, seu papel como facilitador será preparar, de forma coerente, todas as condições para que a atividade tenha sucesso, de modo que as experiências vivenciadas durante as atividades possam oferecer oportunidades de aprendizado e desenvolvimento aos treinandos. Assim, nessa etapa de implementação, deve�se executar o que foi planejado de acordo com o diagnóstico. Reflita Após diagnosticar e planejar o programa de T&D, será que existem fatores que podem afetá�lo? Caso sua resposta tenha sido positiva, acertou! Você verá que fatores são esses e poderá avaliá�los durante todo o processo de T&D. 4.1 OS FATORES RELEVANTES NA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA As etapas de diagnóstico e planejamento do programa de T&D contam com uma análise de fatores que identificam a sua necessidade, viabilidade e aplicabilidade . Mas a análise de fatores não para por aí. Na etapa de implementação é preciso estar atento aos fatores relevantes, seja com relação aos treinandos, aos treinadores, aos recursos ou ao ambiente como um todo. Veja quais são esses fatores: • Qualidade dos participantes Deverá haver uma seleção criteriosa de pessoas motivadas para participar do programa que está sendo desenvolvido, pois é necessário que todos, treinandos e treinadores, tenham motivos que justifiquem a sua participação na atividade desenvolvida. Ex.: Os participantes do treinamento devem ser previamente motivados pelos gerentes e gestores, pois, dessa forma, saberão o que deles se espera no programa, bem como sua participação e importância para a organização. • Qualidade dos recursos Influencia de forma decisiva na implementação de programas, pois recursos que não funcionam podem trazer consequências drásticas para o comprometimento dos resultados dos treinandos com suas atividades. Dica: Sempre confirme os recursos existentes em caso de curso externo, e é aconselhável que o facilitador chegue mais cedo e teste, novamente, todos os recursos, evitando imprevistos de última hora. Ex.: Os treinandos podem descredibilizar o facilitador, pensando que não foram previstos acontecimentos como computador que não funciona, material impresso mal xerocado ou, ainda, pensando que o facilitador 4 Implementação do Programa implementação do programa treinamento e desenvolvimento 29 não sabe usar com desenvoltura os equipamentos que solicitou para executar o programa. Assim, recursos previamente testados e de qualidade demonstram preocupação com o programa e com a aprendizagem dos treinandos. • Facilidades de Comunicação É imprescindível que o facilitador e os demais agentes envolvidos eliminem as barreiras de comunicação, especialmente as relacionadas com o conteúdo programático. A linguagem do material deve ser clara o suficiente, para que os participantes possam aprender a aplicar o conteúdo em sua prática profissional. Além disso, deve ser adequada ao público do treinamento, para facilitar a compreensão do assunto. O uso de termos técnicos precisa estar de acordo com a área do profissional a ser treinado. Ex.: Pensando no exemplo da Loja X, os vendedores e os operadores de caixa necessitam de um material que possa ser claro em exemplificar o que se espera de um profissional em vendas, com exemplos práticos e de fácil compreensão, mostrando o que se espera deles. • Envolvimento da administração superior O setor estratégico de uma empresa reflete os objetivos e valores da organização. Considera�se fator positivo a participação e envolvimento da administração superior nos programas de T&D. Ex.: No case da Loja X, seria importante que os mesmos gestores que solicitaram o auxílio para o aumento nas vendas, fossem convidados a participarem do programa e a acompanharem todo o processo de construção. • Flexibilidade do programa Os programas de T&D deverão estar alinhados e atualizados com as demandas da empresa. Por esse motivo, é coerente que os programas não sejam considerados prontos e fechados. Sempre se pode melhorar e rever ações para atualizar e introduzir melhores práticas. Ex.: Perceba que houve um planejamento para a realização do treinamento na Loja X, mas o facilitador é flexível para perceber o surgimento de situações novas, tais como um assunto não abordado ou outro comportamento que necessita ser frisado, causando uma mudança no que foi previamente planejado. Reflita Você se deu conta de como todas as etapas estão relacionadas e que o sucesso nas ações de T&D dependerá do cuidado com todas elas? Portanto, para uma implementação bem�sucedida de um programa de T&D, é imprescindível que as variáveis que possam afetá�lo sejam avaliadas. Para isso, é imprescindível a análise minuciosa de cada procedimento e atividade a ser realizada no programa de T&D. implementação do programa treinamento e desenvolvimento 30 4.2 PROCEDIMENTOS E ATIVIDADES DO PROGRAMA DE T&D No programa de T&D há alguns procedimentos e atividades envolvendo questões técnicas, administrativas e também operacionais. Se essas questões não forem observadas, podem comprometer todo o processo de ensino�aprendizagem. Veja os procedimentos e atividades com os quais você deve preocupar�se nessa etapa de implementação: Em relação à programação das atividades • Quanto à divulgação do evento e à confirmação,ele necessita ser divulgado na empresa e confirmado com os participantes, por meio de um convite, e-mail ou ainda um telefonema, pelo menos uma semana antes da data prevista. • A escolha do ambiente em que se realizará o treinamento dependerá basicamente de três fatores: a finalidade do programa, o número de participantes e o método escolhido para alcançar os objetivos específicos. • O Lay-out, a disposição das mesas e cadeiras depende do tipo de atividade que será desenvolvida, podendo assumir diversos formatos, como: » escolar: um participante sentado atrás do outro em fileiras não estimula a integração e a participação nos debates; » espinha de peixe: proporciona melhor interação e comunicação entre participantes e palestrante/ orador, valorizando a visualização frontal. Ex.: Pode ser realizado para aulas e debates; » auditório: usado para número maior de participantes, tendo como foco o palestrante e não os participantes. Ex.: Congressos e conferências; • em U: promove um melhor envolvimento com todos os participantes, sem prejudicar os palestrantes/oradores. Ex.: Muito usado em convenções, reuniões e workshops. » Assegure�se de que todos os participantes vejam e ouçam de maneira adequada. Aqui, a disposição das cadeiras também influenciará nessa visualização e audição. Em relação ao acesso No que diz respeito ao acesso, é relevante garantir que todos saibam como chegar ao local do evento, por isso, é importante que, na divulgação das atividades, seja informado: • o local onde ocorrerá o evento (endereço completo, com número da sala e pontos de referência); • caso seja fora da empresa, informar as opções de transporte público e se existe estacionamento disponível no local; • assegurar que o local tenha acessibilidade aos portadores de necessidades especiais. Em relação às instalações: • O espaço deve ser pensando não somente para o programa em si, mas para todo o evento, como o espaço destinado ao coffee-break. É importante verificar se pode ser servido o coffee-break, ou, ainda, se o próprio local oferece o serviço. • É importante verificar a possibilidade de comunicação, tais como se há telefone, caso surjam necessidades urgentes e wireless (rede de telefonia e internet sem fio), atualmente essencial para comunicação, e-mails e troca de informações, tanto para os palestrantes como para os participantes. implementação do programa treinamento e desenvolvimento 31 • A estrutura física também deve ser observada, como, por exemplo, o acesso aos banheiros e a sinalização das saídas de emergências, escadas e elevadores, caso surja algum imprevisto para o deslocamento dos participantes do programa. Sobre a metodologia adotada No que diz respeito à metodologia, é fundamental garantir que todos os recursos estejam disponíveis para assegurar que o método escolhido seja colocado em prática. Portanto, é preciso estar atento a alguns questionamentos: • Deve ser providenciado algum material extra para o evento? • Serão realizadas atividades especiais? Que recursos requerem? • Será necessário mobilizar pessoas para operacionalizar as atividades? E quais os recursos? • Haverá necessidade de providenciar slides ou kits para os participantes, com material para acompanhamento do programa e consulta posterior? Recursos e equipamentos a serem providenciados Seguem alguns exemplos de materiais que podem ser solicitados: • flip-chart; • quadro branco; • projetor de slides e tela; • projetor multimídia; • equipamentos de som (caixas de som, microfone, amplificadores); • equipamentos completos de vídeo (TV, câmera, DVD); • computador; • certificado de participação para ser distribuído. Em relação aos participantes, planejar o prévio envio de informações sobre • conteúdo do treinamento: para que os participantes tenham clareza sobre os objetivos do evento de que irão participar; • envio de convite com aproximadamente 1 mês de antecedência; • agenda do curso (atividades e horários) para que possam se situar durante todo o programa; • endereço completo (inclusive o número da sala, caso tenha); • um número para contato e sistema de recados; • os meios de transporte para acesso ao local do evento; • os serviços incluídos e não incluídos na programação; • os serviços disponíveis. Caso seja realizado fora da cidade de residência dos participantes, é preciso informar: • o clima da cidade onde será realizado o evento; • as atividades de lazer existentes na cidade; • a voltagem para aparelhos elétricos. Para que estes procedimentos e atividades sejam colocados em prática de forma organizada e coerente, é imprescindível a elaboração de um checklist, que irá guiá�lo durante todo o processo. 4.3 O CHECKLIST E SUA IMPORTÂNCIA Você aprendeu a respeito dos procedimentos e atividades do programa de T&D, além dos fatores relevantes que podem influenciar na sua execução. Para a operacionalização desse programa, é recomendado o uso de uma planilha que registre todas as ações a serem realizadas, ou seja, todos os procedimentos, além de registrar as tomadas de decisões, bem como os prazos e os responsáveis por cada uma das ações. implementação do programa treinamento e desenvolvimento 32 Dessa forma, o checklist facilita que todos os pontos importantes para a realização do programa de treinamento sejam atendidos. Reflita Mais o que é checklist exatamente? É uma lista que auxilia na execução das atividades, reduzindo falhas da memória e possibilitando que a tarefa possa ser realizada com consistência e responsabilidade, conforme planejado. Alguns autores, como Abreu (2006), ainda o chamam de “cronograma de atividade”, pois tais informações auxiliam na checagem das atividades que foram realizadas e nas que ainda necessitam ser feitas ao longo do tempo. É importante que você compreenda que, ao realizar o checklist, o processo de implementação/execução dos programas de T&D já está em funcionamento, servindo como um grande guia e apoio na execução dos programas de T&D. O checklist é formado por todos os procedimentos e atividades que você acabou de estudar, que lhe dará base para o acompanhamento do programa de T&D. Saiba Mais Acesse o curso no ambiente virtual de aprendizagem e veja um exemplo de um checklist para o acompanhamento do treinamento da Loja X, que foi usado como exemplo desde o início do curso. A planilha de acompanhamento trata�se de um verdadeiro “pente�fino”, com o nome de responsáveis, datas, pessoas envolvidas, o que ainda falta e o que deve ser providenciado. O checklist servirá como uma bússola para que o programa possa ser bem�sucedido até a execução final. Atividade Agora você está convidado a participar de uma atividade. Para isso, acesse o curso no ambiente virtual de aprendizagem. Você estudou sobre a implementação de um programa de T&D na prática, visualizando os fatores (qualidade dos participantes e recursos, envolvimento da administração superior, facilidade de comunicação e flexibilidade do programa) e os procedimentos necessários para que essa etapa possa ser realizada com sucesso. Com isso, você pôde aprender que, durante a implementação do programa, é necessário um acompanhamento das atividades por meio de um checklist, descrito e apresentado em forma de planilha. Esta ferramenta irá lhe possibilitar uma visão do todo, facilitando suas tomadas de decisões durante todo o processo. Você verá que um bom planejamento e uma implementação organizada facilitarão na hora de avaliar os resultados do programa. treinamento e desenvolvimento 33 5 Avaliação dos Resultados Você já estudou sobre o que significa treinamento e desenvolvimento, a importância da educação em programas de T&D, as ações de T&D na prática, como diagnóstico, planejamento e implementação. Com isso, você já possui um conhecimento aprofundado sobre o assunto, podendo aplicá�lo na prática. Neste momento, você aprenderá a respeito da avaliação, etapa presente em todo o processo, que permitirá comparar aquilo que foi planejado com oresultado que foi alcançado. Reflita E você já foi avaliado? Pense nas avaliações que você passou até hoje e reflita sobre a importância dela em sua vida pessoal/profissional e o quanto ela será essencial em sua prática como facilitador de T&D. Antes de ler a respeito da Avaliação em T&D, é importante saber: o que é avaliar? “Determinar o valor de; sondar; fazer ideia de; ter�se em conta.” (BUENO, 2009, p.77). Desse modo, pensar em avaliação é como determinar o valor, ou seja, o quanto a ação foi válida com relação aos objetivos propostos. Você entrará agora na última etapa do processo de T&D, a avaliação em T&D. Somente por meio da avaliação é que você saberá se os objetivos foram realmente alcançados. Essa etapa pode ser comparada a um grande Raio X do programa, atentando para cada pormenor, por ser exigida uma visão sistêmica de todo o processo realizado. Assim, após realizada a implementação do programa de T&D, você deverá considerar os seguintes aspectos de avaliação do processo: • Feedback: Os feedbacks de cada etapa do processo podem facilitar a própria avaliação do programa. Você lembra o programa de Treinamento da Loja X? Perceba que a avaliação esteve presente em todo o processo. Foram analisados: organização, funcionários, imagem da empresa, melhor programa a ser implantado e outros aspectos que poderiam prejudicar o programa. • Definição de metas: Para que o resultado do programa seja positivo é importante definir metas para itens como reação dos empregados, aprendizado, melhoria comportamental, resultados, eficiência/ eficácia, turn over (rotatividade de pessoal), clima, e qualidade e quantidade na produção, servindo para identificar até que ponto os resultados alcançados estão em consonância com os objetivos planejados. • Cumprimento das etapas: O cumprimento de todas as etapas é fundamental para avaliação e posterior reprogramação do processo, avaliando os seus pontos fracos e fortes, verificando se o processo alcançou os objetivos propostos aos participantes. Todas as etapas vistas anteriormente estão interligadas e, no final de um programa, surgem novas necessidades de aprendizagem, o que demanda a reavaliação das ações, num processo contínuo de revisão e atualização das formas de educar. Carvalho (1999) declara que a avaliação dos resultados do treinamento é um conjunto de metodologias que permitem a identificação dos resultados alcançados, comparando�os com os objetivos definidos pela organização, visando, sobretudo, realimentar com informações a elaboração de novos programas e/ou a reformulação dos já existentes. avaliação dos resultados treinamento e desenvolvimento 34 5.1 FORMAS E PLANOS DE AVALIAÇÃO Como você pôde perceber até o momento, a aplicação de uma avaliação se justifica pela necessidade de comparar os objetivos pretendidos com os efetivamente alcançados. Mas nem todos os treinamentos alcançam 100% os objetivos preestabelecidos. Portanto, há outros pontos no processo que precisam ser avaliados, além de formas e planos de avaliação. Realize sua leitura voltada para o case da Loja X. A avaliação deve considerar dois aspectos principais: • Efeitos nos participantes: Determinar até que ponto o treinamento produziu as modificações de comportamento pretendidas nos participantes do T&D, fazendo o seguinte questionamento: os vendedores e operadores de caixa da Loja X conseguiram assimilar as informações em nível comportamental, aplicando os conhecimentos na prática? • Metas do programa: Verificar se o treinamento apresenta relação com o cumprimento das metas estabelecidas no programa. O treinamento da Loja X foi realizado em tempo hábil, conforme a necessidade da Loja? Você lembra que os vendedores não estavam conseguindo vender? Observe a urgência na aplicação do conhecimento apresentado no treinamento! Além dos pontos citados, existem três formas de avaliação a serem consideradas nos programas de T&D. São elas: avaliação de reação, avaliação de aprendizado e avaliação dos resultados. Conheça as três formas de avaliação: • Avaliação de reação: Como a equipe treinada se sente com relação ao treinamento? Essa forma de avaliação tem por objetivo conhecer a opinião do grupo treinado acerca do programa/curso nos seus mais diversos aspectos, desde a adequação do conteúdo até a eficiência das atividades de apoio, passando, ainda, pelo desempenho do instrutor até a qualidade dos recursos didáticos utilizados. Esses feedbacks (retornos) servem para o aprimoramento dos programas e podem ser realizados por meio de questionários e pesquisas, com questões fechadas e abertas. É importante que essa avaliação seja realizada ao término do curso, pois assim as informações serão mais precisas. Saiba Mais Acesse o curso no ambiente virtual de aprendizagem e veja um exemplo de um questionário de avaliação de reação. • Avaliação de aprendizado: Os treinandos conseguem compreender e lembrar�se dos conceitos e práticas que foram ensinados? Essa é uma das formas mais conhecidas. Tem por objetivo verificar o quanto foi assimilado durante o processo de ensino�aprendizagem. Embora nos programas de T&D não seja muito comum a aplicação de provas, sempre deverá haver alguma forma de avaliar o quanto efetivamente foi assimilado. A verificação pode ser feita por meio da aplicação de testes, exercícios ou questionários antes, durante e no final das atividades. No caso dos participantes da Loja X, em que o foco estava voltado para o aprimoramento de habilidades e também ao desenvolvimento de novas atitudes (foco em vendas), podem ser utilizadas simulações práticas, as quais podem ser realizadas no próprio ambiente. avaliação dos resultados treinamento e desenvolvimento 35 • Avaliação dos resultados As mudanças comportamentais resultantes do treinamento afetam os resultados organizacionais? Aqui, cabe averiguar até que ponto o treinamento auxilia na aquisição de novas atitudes e se os resultados obtidos contribuem efetivamente para o alcance dos objetivos do T&D. Esse ponto é de extrema importância em sua atuação como facilitador, pois indicará os pontos fortes e fracos do programa diagnosticado, planejado e implementado. Esse feedback é uma fonte rica de aprendizado, uma vez que possibilita a efetivação das ações corretas e as melhorias no curso/programa. Essa averiguação da avaliação de resultados pode ocorrer de três formas: • Pela realização de entrevistas com os participantes e seus superiores após a realização do curso/ programa, de preferência em um curto período após a aplicação do treinamento; • Pela comparação dos índices de produtividade alcançada antes e depois das ações de T&D; • Por meio da análise dos indicadores relacionados à gestão de pessoal (nível de absenteísmos, rotatividade, avaliação de desempenho, etc.). Para ajudar você a compreender melhor como funciona o processo de avaliação dos programas de T&D, observe, no quadro abaixo, o plano de avaliação que seria possível utilizar no case da Loja X, com seus vários desdobramentos. Quadro 05: Plano de avaliação de treinamento PERÍODO Antes do treinamento Durante Ao Final Após o treinamento Na organização OBJETIVOS OBJETIVOS DA AVALIAÇÂO CRITÉRIOS SATISFATÓRIOS TÉCNICAS INSTRUMENTOS Veri�car as reais necessidades de treinamento. Reações ao instrutor, ao conteúdo, à metodologia. Os dados obtidos devem ser precisos, claros, consistentes e adequados. Análise; entrevista. Formulário especí�co. Acompanhar a execução do plano. Propor melhorias, se necessário. Reações ao instrutor, ao conteúdo, à metodologia. Reações devem ser positivas. Entrevista. Questionário. Veri�car a e�ciência do plano de treinamento. Aquisição de conhecimentos dos participantes. 80% de acertos. Teste; conhecimentos; análise. Teste. Veri�car a e�cácia do treinamento. Solução do problema. 100% resolvidos. Observação; entrevista; análise. Ficha; observação; checklist; registros do setor. Veri�car a efetividade do treinamento. Alcance
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